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Crimes contra administração pública

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CRIMES COMETIDOS CONTRA A ADMINISTRAO PBLICADESOBEDINCIA, DESACATO E RESISTNCIA

DESOBEDINCIAArt. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionrio pblico: Pena - deteno, de quinze dias a seis meses, e multa. *Ao penal incondicionada

O que desobedincia Desobedincia um tipo aberto e transfere para as mos da autoridade administrativa a tarefa de determinar seu contedo. No exige efetiva leso a um bem jurdico. o tpico crime de apoio ao prncipe. Resume-se no no cumprimento de ordem legal lanada por funcionrio competente.

Quem funcionrio competente? O funcionrio pblico stricto sensu, descrito no artigo 327, caput: Art. 327 - Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica.

um crime comum. Qualquer pessoa pode comet-lo. Em princpio, o funcionrio pblico no comete este crime se o cumprimento da ordem estiver no contexto de suas funes. Nesta hiptese, o desatendimento da ordem poder configurar eventual crime de prevaricao (art. 319). pacfico que, se a ordem legal no se relacionar com suas funes especficas, o crime ser mesmo de desobedincia. Obs.: Tratando-se de ORDEM JUDICIAL, a tendncia dos tribunais enquadrar tambm o funcionrio pblico (sujeito ativo) no exerccio de suas funes, igualando-o ao particular.

O que ORDEM LEGAL? A ordem formalmente legal e pessoal. A desobedincia tem que ser a uma ordem emanada, de maneira inequvoca, e tem que haver a PROVA de que foi intimado PESSOALMENTE, seno no haver a caracterizao do crime de desobedincia. No basta o pedido. necessrio que seja o descumprimento a uma ORDEM clara (escutar e entender).

No caracteriza o crime

Se houver sano administrativa prevista em lei para o descumprimento.

Requisitos

- a pessoa a quem a ordem dirigida tem o DEVER de obedecer; - a ordem deve ser LEGAL; - FORMAL; - a intimao deve dar-se PESSOALMENTE; - no pode envolver SANO ADMINISTRATIVA

O agente no se submete, no cumpri. Por ao fazer o que no devido Faz o que lhe foi proibido Por omisso deixar de fazer. No faz o que lhe foi ordenado

ProcedimentoAps ordem clara e inequvoca: Dar voz de priso. No ameaar e sim d-la. Lavrar termo circunstanciado, ou Conduzir a delegacia e manifestar representao*. Requisitar fora armada. Levar uma testemunha, mesmo que seja colega.

Importante Aps dar uma ordem clara e inequvoca; Nunca recuar; No se exaltar (abuso), continuar com postura e razo. Sempre o mais antigo em cena deve conduzir. Sempre chamar apoio da BM. Avisar superior imediato. Manter o agente no campo de viso (atento). E torcer para que diga uma bobagem, sem provoc-la.

DESACATOArt. 331 - Desacatar funcionrio pblico no exerccio da funo ou em razo dela: Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa. *Ao penal incondicionada.

O que DESACATO? Desacatar , desprezar, desrespeitar, menoscabar, afrontar, vexar, insultar, achincalhar, intenso de ultrajar. qualquer injusto assacado (calnia) contra FUNCIONRIO PBLICO que esteja NO EXERCCIO DE SUAS FUNES ou que seja feito EM RAZO destas funes. No outra coisa seno uma forma especial de crime contra a honra, que tem por motivo ou ocasio a funo pblica exercida pela vtima. O modo de execuo exclusivamente pessoal, exigindo-se a presena do ofendido no momento do crime.

crime comum, que pode ser praticado por qualquer PARTICULAR. Admite-se o funcionrio no polo ativo somente quando estiver agindo paisana. A conduta pode se desenvolver por palavras, gestos, risos, gritos, imitao de vozes de animais, vias de fato aviltantes, como um tapa no rosto...

Obs.: Funcionrio pblico contra funcionrio pblico, dentro das suas funes outro crime.

No importa o motivo, mais sim o nexo causal de ser ofendido em virtude da funo que exerce. Obs.: se de folga ou paisana crime comum contra a honra.

A ofensa deve ser filtradaa) o significado corrente da expresso empregada; b) a inteno do agente ao empreg-la; c) a compreenso da vtima.

Configurao Para a consumao do tipo, a ofensa deve ser proferida no mesmo ambiente e de modo instantneo que seja possvel, de imediato prender. Podendo ser proferida por circuito interno de TV. importante a presena de testemunha, mesmo que seja colega. Ofensas por e-mail, telefone, carta, programa de TV, ou qualquer outro meio no imediato, entre as parte, crime contra a honra (calnia, difamao ou injuria)

Ao do agente, ou omisso Por ao - Desfere tapa na cara, ou faz ofensas, rasgar notificao no momento da entrega, etc. Por omisso - O agente no cumprimenta o funcionrio quando esse lhe estende a mo ou permanece sentado diante de uma autoridade superior ao recinto, manifestando desprezo ou desrespeito.

No configura o tipo Crticas instituio; Crticas ao servio, sem macular ou desonrar; Crticas genricas ao rgo pblico; Mero desabafo, sem intenso de ofender; O agente dizer que no o teme (mero desprezo); Exaltao nervosa ausncia de calma, sem intenso de humilhar; O funcionrio no estar presente no dia.

O desacato ABSORVE as VIAS DE FATO E AS LESES LEVES, mas compe CONCURSO MATERIAL com LESES CORPORAIS GRAVES OU GRAVSSIMAS OU HOMICDIO. J a resistncia delito-fim que absorve o desacato.

ProcedimentoAps ofensas a honra do servidor: Dar voz de priso. No ameaar e sim d-la; Conduzir a delegacia. Requisitar fora armada. Levar uma testemunha, mesmo que seja colega.

Importante Aps dar uma ordem clara e inequvoca; Nunca recuar; No se exaltar (abuso), continuar com postura e razo. Sempre o mais antigo em cena deve conduzir. Sempre chamar apoio da BM. Avisar superior imediato. Manter o agente no campo de viso (atento). Tora para que resista a priso e fuja, mas no provoque.

Responsabilidade civil e criminal O agente pode ser responsabilizado criminalmente por desacato e civilmente de forma independente, devendo por esse ltimo indenizar por dano moral o funcionrio pblico.

ResistnciaArt. 329 - Opor-se execuo de ato legal, mediante violncia ou ameaa a funcionrio competente para execut-lo ou a quem lhe esteja prestando auxlio: Pena - deteno, de dois meses a dois anos. 1 - Se o ato, em razo da resistncia, no se executa: Pena - recluso, de um a trs anos. 2 - As penas deste artigo so aplicveis sem prejuzo das correspondentes violncia.

*Ao penal incondicionada

O que RESISTNCIA Conflito do agente com a autoridade no momento em que essa cumpre suas funes. Ocorre com o uso de violncia ou ameaa contra o funcionrio ou quem o est auxiliando. preciso que a oposio se realize atravs de uma ao positiva. No basta a resistncia passiva. Pode ser praticado por qualquer pessoa, desde que seja contra funcionrio pblico no exerccio de suas funes e no por qualquer pessoa que prende em flagrante.

Resistncia passivaNo configura este crime, pois que necessria a VIOLNCIA ou a AMEAA.Uma violncia passiva daquela que o agente para resistir, se acorrenta a uma grade, por exemplo, no ameaa, no agride, apenas nega-se.

Ameaa A ameaa que vem descrita no tipo aquela onde h o temor de se concretizar, por o agente estar com uma faca na mo ou por meio de palavras que no futuro prximo podem ser concretizadas, no exatamente o verbo do crime de ameaa. Sendo que ela no precisa ser grave.

Absoro

O crime de resistncia absorve o DESACATO, a DESOBEDINCIA e tambm os delitos CONTRA A HONRA.

No configura o tipo A simples negativa, sem voz de priso clara; Incapacidade para entender a ordem policial; Quando absorvido por outro crime mais grave.

ProcedimentoAps voz de priso clara, se houver negativa com violncia ou ameaa ou tentativa de fuga ou evaso: Coero policial; Registro na delegacia.

FimBibliografia BRASIL. Cdigo penal. In: Luiz Roberto Curia (Org). Vade Mecum. 13 ed. atual. ampl. - So Paulo, 2012 FHRER, Maximiliano Roberto Ernesto. Cdigo penal comentado. Malheiros, 2007. CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Parte especial. 3 vol. So Paulo. Ed. Saraiva, 2004. CAVALIERI, Sergio Filho. Programa de responsabilidade civil. 10 ed. rev. ampl. Ed. Atlas S.A. So Paulo, 2012

Sargento DEISE DE OLIVEIRA CORPO DE BOMBEIROS NOVO HAMBURGO 2012