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DECRETO N 29.560, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2008

DECRETO N 29.560, DE 27 DE NOVEMBRO DE 200827/11/2008 * Publicado no DOE em 27/11/2008. REGULAMENTA A LEI N14.237, DE 10 DE NOVEMBRO DE 2008, QUE DISPE SOBRE O REGIME DE SUBSTITUIO TRIBUTRIA NAS OPERAES REALIZADAS POR CONTRIBUINTES ATACADISTAS E VAREJISTAS ENQUADRADOS NAS ATIVIDADES ECONMICAS QUE INDICA, E D OUTRAS PROVIDNCIAS. O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEAR, no uso das atribuies que lhe confere o art.88, incisos IV e VI, da Constituio Estadual, e CONSIDERANDO a necessidade de se estabelecer um regime de tributao operacional e simplificado para os contribuintes que exeram as atividades de comrcio atacadista e varejista, tornando-os competitivos; CONSIDERANDO a necessidade de neutralizar a concorrncia desleal entre os contribuintes deste Estado que exeram a mesma atividade econmica, DECRETA: Art.1 Os estabelecimentos enquadrados nas atividades econmicas indicadas no Anexo I (Comrcio Atacadista) e Anexo II (Comrcio Varejista) deste Decreto ficam responsveis, na condio de sujeito passivo por substituio tributria, pela reteno e recolhimento do Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao (ICMS) devido nas operaes subseqentes, at o consumidor final, quando da entrada da mercadoria neste Estado ou no estabelecimento de contribuinte, conforme o caso. Art.2 O imposto a ser retido e recolhido na forma do art.1 ser o equivalente carga tributria lquida resultante da aplicao dos percentuais constantes do Anexo III deste Decreto, sobre o valor do documento fiscal relativo s entradas de mercadorias, includos os valores do IPI, frete e carreto, seguro e outros encargos transferidos ao destinatrio. 1 O recolhimento do ICMS efetuado na forma do caput deste artigo no dispensa a exigncia do imposto relativo: I - operao de importao de mercadoria do exterior do Pas; II - ao adicional do ICMS destinado ao Fundo Estadual de Combate Pobreza (FECOP), institudo pela Lei Complementar estadual n37, de 26 de novembro de 2002, nos seguintes percentuais, em DAE separado: a) 2,58% (dois virgula cinqenta e oito por cento), nas operaes internas; b) 3% (trs por cento), nas operaes procedentes do Norte, Nordeste, Centro-oeste e do Estado do Esprito Santo; c) 3,20% (trs virgula vinte por cento), nas operaes oriundas do Sul e Sudeste, exceto do Estado do Esprito Santo; III - 5% (cinco por cento) quando das entradas de mercadorias oriundas de empresas de outros Estados relacionadas em ato normativo expedido pelo Secretrio da Fazenda, a titulo de neutralizao dos benefcios fiscais obtidos em desacordo com a Lei Complementarn24/75. 2 Nas entradas de mercadorias oriundas de estabelecimentos enquadrados no Simples Nacional, os percentuais

constantes do Anexo III deste Decreto sero adicionados dos seguintes percentuais, conforme a origem do produto: I - 5% (cinco por cento), nas operaes internas; II - 7% (sete por cento), quando procedentes do Sul e Sudeste, exceto do Estado do Esprito Santo; III - 12% (doze por cento), quando procedente do Norte, Nordeste, Centro-oeste e do Estado do Esprito Santo. 3 O Secretrio da Fazenda, mediante edio de ato normativo, poder estabelecer os valores mnimos de referncia que sero admitidos para efeito de clculo do imposto de que trata este Decreto, levando em considerao os preos praticados no mercado interno consumidor. Art.3 A base de clculo do ICMS Substituio Tributria, nas operaes praticadas por contribuintes relacionados nos Anexos I e II e que, por qualquer motivo, tiverem sido excludos da aplicao dos percentuais da carga tributria estabelecida neste Decreto, ser composta pelo preo praticado pelo remetente das mercadorias, adicionado do frete, do carreto, do imposto de importao se for o caso, do IPI, das demais despesas debitadas ao estabelecimento destinatrio, e da aplicao sobre este montante do percentual de agregao de 100% (cem por cento). 1 Fica o Secretrio da Fazenda autorizado a ajustar o percentual de agregao previsto no caput deste artigo em funo do produto e do segmento econmico envolvido na operao. 2 Aos contribuintes referidos no caput deste artigo aplicar-se-o, no que couber, as regras gerais da substituio tributria previstas nos arts.431 a 456 do Decreto no 24.569, de 31 de julho de 1997. Art.4 O contribuinte que exera atividade constante do Anexo I deste Decreto, mediante celebrao de Regime Especial, na forma prevista nos arts.67 a 69 da Lei n12.670, de 27 de dezembro de 1996, poder ter a carga tributria lquida prevista no Anexo III deste Decreto ajustada proporcionalmente at o limite da carga tributria efetiva constante do art.1 da Lei n13.025, de 20 de junho de 2000. 1 Para os efeitos deste Decreto, considera-se carga tributria efetiva o somatrio do ICMS recolhido, na forma do art.2, com o valor do crdito fiscal correspondente operao de entrada da mercadoria. 2 Na hiptese do inciso VIII do art.6 deste Decreto, havendo reteno do ICMS na origem com valor superior ao devido, o ressarcimento correspondente ser efetuado conforme o disposto nos 3 ao 6 do art.438 do Decreto 24.569/97. 3 A carga tributria especificada em regime especial dever ser complementada, sempre que houver venda direta a consumidor final para pessoa fsica ou jurdica no contribuinte do ICMS, neste ltimo caso, quando ultrapassar o percentual de 10% (dez por cento) do faturamento mensal do estabelecimento, mediante a aplicao de um dos seguintes percentuais, sobre o valor da operao praticada: I - 1,00 (um por cento), nas operaes com mercadorias da cesta-bsica sujeita carga tributria de 7% (sete por cento); II - 2,50 (dois virgula cinqenta por cento), nas operaes com mercadorias da cesta-bsica sujeita carga tributria de 12% (doze por cento); III - 4,00 (quatro por cento), nas operaes com mercadorias sujeitas alquota de 17% (dezessete por cento); IV - 8,00 (oito por cento), nas operaes com mercadorias sujeitas alquota de 25% (vinte e cinco por cento); 4 A condio estabelecida no 3 no se aplica s operaes destinadas aos rgos pblicos da administrao direta e indireta, s instituies financeiras, s instituies filantrpicas sem fins lucrativos, aos estabelecimentos de ensino e aos estabelecimentos inscritos neste Estado no regime de recolhimento "outros". 5 O disposto neste artigo somente se aplica ao contribuinte com faturamento, no ano-calendrio, superior ao valor mximo fixado para o enquadramento no Simples Nacional nos limites estabelecidos para este Estado.

6 Em se tratando de incio de atividade, o regime especial ser concedido por prazo mximo de 06 (seis) meses. Nesse lapso de tempo, o contribuinte dever comprovar que atende exigncia prevista no 5, inclusive quanto ao volume de vendas efetivas, pro-rata/perodo. 7 O tratamento tributrio de que trata este artigo, sem prejuzo de outras condicionantes impostas na legislao estadual, salvo motivo justificado, somente ser concedido ao contribuinte que, cumulativamente: I - comprove capacidade financeira, mediante apresentao de Declarao de Imposto de Renda - Pessoa Jurdica e Pessoa Fsica dos scios; II - apresente aumento real de recolhimento do ICMS em relao ao exerccio anterior; III - apresente taxa de adicionamento positiva; IV - comprove gerao de emprego; V - tenha o estabelecimento fsico neste Estado. 8 No ser firmado ou renovado Regime Especial de Tributao com contribuinte que: I - esteja irregular quanto ao cumprimento de recolhimento do ICMS e obrigaes tributrias acessrias previstas na legislao; II - tenha dbito de qualquer natureza inscrito ou no na Dvida Ativa do Estado, ou que esteja inscrito no Cadastro de Inadimplentes da Fazenda Pblica Estadual (Cadine); III - tenha sido denunciado por prtica de crime contra a ordem tributria, nos termos da Lei federal n8.137, de 27 de dezembro de 1990; IV - esteja na condio de depositrio infiel; V - seja parte em processo de suspenso, cassao ou baixa deofcio, da inscrio no Cadastro Geral da Fazenda (CGF); VI - utilize o estabelecimento como centro de distribuio de mercadorias para as suas filiais ou empresas coligadas e interdependentes com atividades de vendas ao varejo; VII - durante o ano-calendrio, efetue venda direta ao consumidor final superior o percentual de 10 (dez por cento) do seu faturamento, por mais de trs meses consecutivos ou no, observada a regra de excluso prevista no 4 do art.4 deste Decreto. 9 Os crditos tributrios constitudos e pendentes de soluo no Contencioso Administrativo Tributrios no impedem a concesso do regime especial, quando o contribuinte apresentar a garantia exigida pelo Fisco. Art.5 Os estabelecimentos enquadrados no Anexo I do art.1 deste Decreto ficam obrigados a: I - entregar a Declarao de Informaes Econmico-Fiscais (DIEF), preenchida com detalhamento de item por produto, nas sadas e entradas de mercadorias; II - emitir Nota Fiscal Eletrnica (NF-e), para acobertar as sadas de mercadorias; III - escriturar os livros fiscais pelo Sistema de Escriturao Fiscal Digital (EFD); 1 Os estabelecimentos enquadrados no Anexo II do art.1 deste Decreto devero entregar a DIEF por item de produtos relativos s entradas; 2 Excepcionalmente, as exigncias previstas nos incisos II e III do caput e 1 deste artigo sero exigidas a partir de 1

de maro de 2009. Art.6 O regime tributrio de que trata este Decreto no se aplica s operaes: I - com mercadoria ou bem destinados ao ativo imobilizado ou consumo do estabelecimento, as quais esto sujeitas apenas ao recolhimento do ICMS relativo ao diferencial de alquotas; II - com mercadoria isenta ou no tributada; III - sujeitas a Regime de Substituio Tributria especfico, s quais se aplica a legislao pertinente, observado o disposto no inciso VIII deste artigo; IV - com equipamentos e materiais eltricos, hidrulicos, sanitrios, eletrnicos, eletro-eletrnicos, de telefonia, eletrodomsticos e mveis, produtos de informtica, ferragens e ferramentas; V - com artigos de vesturio e produtos de cama, mesa e banho; VI - com jias, relgios e bijuterias; VII - com mercadoria j contemplada com reduo da base de clculo do ICMS ou com crdito presumido, ou que, por qualquer outro mecanismo, tenha a sua carga tributria reduzida, exceto os produtos da cesta bsica; VIII - com produtos sujeitos alquota de 25% (vinte e cinco por cento), exceto vinhos, sidras e bebidas quentes, destas excluda a aguardente. Art.7 vedado o destaque do ICMS no documento fiscal relativo sada subseqente da mercadoria cujo imposto tenha sido recolhido na forma deste Decreto, exceto em operaes interestaduais destinadas a contribuinte do imposto, exclusivamente para efeito de crdito fiscal. 1 Nas operaes internas, na nota fiscal dever constar a expresso "ICMS retido por substituio tributria", seguida do nmero deste Decreto. 2 O estabelecimento destinatrio escriturar o documento fiscal a que se refere o caput deste artigo na coluna "Outras" - de "Operaes sem Crdito do Imposto" e, na sada subseqente, na coluna "Outras" - de "Operaes sem Dbito do Imposto", do livro Registro de Apurao do ICMS. 3 Nas operaes internas, quando o adquirente dos produtos tributados na forma deste Decreto no se enquadrar nas atividades econmicas dos Anexos I e II, poder creditar-se do ICMS calculado mediante a aplicao da respectiva alquota sobre o valor da operao, lanando-o diretamente no campo "Outros Crditos" do livro Registro de Apurao do ICMS, restabelecendo-se a cadeia normal de tributao. Art.8 Salvo o disposto na legislao, os estabelecimentos enquadrados nos Anexos I e II, relativamente s operaes de que trata este Decreto, no tero direito a: I - ressarcimento do ICMS, em relao s operaes destinadas a outras unidades da Federao; II - ressarcimento nas devolues de mercadorias, exceto no caso de produtos perecveis, inservveis, avariados e sinistrados, desde que a devoluo seja realizada at 90 (noventa) dias, contados da data da entrada dos produtos no estabelecimento; III - crdito do ICMS, exceto o decorrente das entradas para o ativo imobilizado, aquele previsto na forma do 2 do art.4 e o decorrente de mercadorias no contempladas neste Decreto. Art.9 Os estabelecimentos sujeitos ao Regime de Substituio Tributria regulamentado por este Decreto, devero: I - arrolar o estoque das mercadorias sujeitas presente sistemtica, existente no estabelecimento em 30 de novembro de 2008, informando-o na DIEF;

II - separar as mercadorias de acordo com os seguintes enquadramentos: a) cesta-bsica sujeita carga tributria de 7% (sete por cento); b) cesta-bsica sujeita carga tributria de 12% (doze por cento); c) sujeitas alquota de 17% (dezessete por cento); d) sujeitas alquota de 25% (vinte e cinco por cento); III - em relao s mercadorias arroladas no inciso II, indicar as quantidades e os valores unitrio e total, tomando-se por base o valor mdio da aquisio, ou, na falta deste, o valor da aquisio mais recente, acrescido do IPI; a) aplicar sobre o valor total de cada grupo o percentual da carga tributria lquida constante do Anexo III, estabelecido para as operaes internas; b) encontrar o valor total do imposto das mercadorias inventariadas mediante o somatrio do imposto correspondente a cada grupo de mercadorias. 1 O ICMS apurado na forma da alnea "b" do inciso III, desde que solicitado junto s unidades da SEFAZ, at 30 de dezembro de 2008, poder ser recolhido em at 13 (treze) parcelas mensais, iguais e sucessivas, sendo a primeira com vencimento em 30 de janeiro de 2009 e as demais at o ltimo dia til dos meses subseqentes. 2 O disposto no caput no dispensa o pagamento do ICMS Antecipado de que trata o art.767 do Decreto no 24.569/97, relativo s mercadorias entradas at a data do levantamento dos estoques. 3 O crdito fiscal relativo ao estoque das mercadorias arroladas na forma do inciso I do caput, inclusive os crditos de que tratam o 2 deste artigo, no podero ser utilizados para abater do imposto calculado na forma deste artigo, devendo ser objeto de estorno. Art.10. Fica o Secretrio da Fazenda autorizado a expedir os atos complementares necessrios ao cumprimento deste Decreto. Art.11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao. Art.12. Ficam revogadas as disposies em contrrio, especialmente: I - o Decreto no 27.491, de 30 de junho de 2004; II - o Decreto no 28.266, de 5 de junho de 2006. PALCIO IRACEMA, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEAR, em Fortaleza aos 27 de novembro de 2008. Cid Ferreira Gomes GOVERNADOR DO ESTADO DO CEAR Joo Marcos Maia SECRETRIO ADJUNTO DA FAZENDA

ANEXO I ITEM CDIGO CNAE DESCRIO CNAE

I II III IV V VI VII VIII IX X

4623108 4623199 4632001 4637107 4639701 4639702 4646002 4647801 4647802 4649408

Comrcio atacadista de matrias-primas agrcolas com atividade de fracionamento e acondicionamento associada Comrcio atacadista de matrias-primas agrcolas no especificadas anteriormente Comrcio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados Comrcio atacadista de chocolates, confeitos, balas, bombons e semelhantes Comrcio atacadista de produtos alimentcios em geral Comrcio atacadista de produtos alimentcios em geral, com atividade de fracionamento e acondicionamento associada Comrcio atacadista de produtos de higiene pessoal Comrcio atacadista de artigos de escritrio e de papelaria Comrcio atacadista de livros, jornais e outras publicaes Comrcio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservao domiciliar

ANEXO II ITEM I II III IV V VI VII VIII IX CDIGO CNAE DESCRIO CNAE

4711301

Comrcio varejista de mercadorias em geral, com predominncia de produtos alimentcios - hipermercados 4711302 Comrcio varejista de mercadorias em geral, com predominncia de produtos alimentcios - supermercados 4712100 Comrcio varejista de mercadorias em geral, com predominncia de produtos alimentcios - minimercados, mercearias e armazns 4721103 Comrcio varejista de laticnios e frios 4721104 Comrcio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes 4729699 Comrcio varejista de produtos alimentcios em geral ou especializado em produtos alimentcios no especificados anteriormente 4761003 Comrcio varejista de artigos de papelaria 4772500 Comrcio varejista de cosmticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 4789005 Comrcio varejista de produtos saneantes domissanitrios

ANEXO III CONTRIBUINTE DESTINATRIO MERCADORIA Do Prprio Regies Norte, Regies Sul (carga tributria unterna) Estado Nordeste, e Sudeste, Centro Oeste e exceto o Estado do Estado do Esprito Santo Esprito Santo 7% - Cesta Bsica 12% - Cesta Bsica 17% 25% - (vinhos, sidras e bebidas quentes, 2,70% 4,60% 6,50% 7,26% 4,70% 8,10% 11,50% 25,85% 6,80% 11,60% 16,50% 33,00%

ATACADISTA (Anexo I)

exceto aguardentes) VAREJISTA (Anexo II) 7% - Cesta Bsica 12% - Cesta Bsica 17% 25% - (vinhos, sidras e bebidas quentes, exceto aguardentes) 1,05% 1,80% 2,60% 7,26% 3,46% 5,93% 8,40% 25,85% 5,52% 9,46% 13,40% 33,00%