de divulgaÇÃo nº 44

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2 Turismo de Mergulho no Sudeste de Moçambique, no caminho para a sustentabilidade, Análises Preliminares Boletim DE DIVULGAÇÃO Nº 44

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Turismo de Mergulho no Sudeste de Moçambique, no caminho para a sustentabilidade, Análises Preliminares

BoletimDE DIVULGAÇÃO Nº 44

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O Boletim de Divulgação é uma publicação do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP) que tem por objectivo levar informação ao sector pesqueiro que lhe pode ser útil. Assim, neste boletim não se publicam apenas resultados dos trabalhos feitos no instituto; publicam-se também trabalhos feitos nas empresas de pesca ou noutros organismos que produzem informação de interesse para o sector. O boletim também divulga artigos baseados em informação contida na literatura técnica especializada recebida pela Repartição de Documentação e Informação. Cópias adicionais desta e outras publicações do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira poderão ser solicitadas a: Repartição de Documentação e Informação Instituto Nacional de Investigação Pesqueira Caixa Postal 4603 Av: Mao tse Tung 389 Telefone: 21 490536, 21 490307, 21 499963 Fax: 21 492112 Maputo – Moçambique Direcção: Domingos Zefanias Gove Paula Santana Afonso Coordenação: Yara Tibiriça A Comissão Editorial: Lizette Sousa Atanásio Brito Osvaldo Chacate Jaime Siquela Layout & Maquetização: Lobato Simuvila Nº de Registo 5888/rlinld/2009

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Boletim de Divulgação nº 44

Turismo de Mergulho no Sudeste de Moçambique, no caminho para a sustentabilidade, Análises Preliminares

Por:

Yara Tibiriçá

School of Earth and Environmental Science and School of Business, James Cook University, Austrália

Lab. Marinho de Závora, Praia de Závora, Inharrime, Prov. de Inhambane, Moçambique E-mail: [email protected]

Maputo, Junho de 2008

Instituto Nacional de Investigação Pesqueira, Delegação de Sofala

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SUMÁRIO

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I. AGRADECIMENTOS .......................................................................................................4II. RESUMO........................................................................................................................5Abstract...........................................................................................................................5Introdução.......................................................................................................................6Metodologia...................................................................................................................7Entrevistas semi-estruturadas...........................................................................................7Observação Participativa................................................................................................7Dados Secundários.........................................................................................................7Áreas de Estudo..............................................................................................................7Resultados e Discussão...................................................................................................9Desenvolvimento do Turismo de Mergulho e sustentabilidade económica dos operadores...................................................................................................................10Sustentabilidade Ambiental..........................................................................................12Impactos dos mergulhadores.......................................................................................13Conflitos........................................................................................................................14Conclusão....................................................................................................................15Referências Bibliográficas.............................................................................................18Anexos...........................................................................................................................21

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I. AGRADECIMENTOS

A autora é grata ao Dr. Alastair Birtles e Prof. Peter Valentine pela contribuição para o desenvolvimento desse artigo. Agradece ao Project AWARE, Idea Wild e Universidade James Cook pelo auxílio no financiamento do projecto. Agradece também ao Dr. Mario Jessen e toda equipa da Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (ESHTI/UEM) pelo apoio fornecido durante todo o trabalho no terreno.

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II. RESUMO

O turismo de mergulho SCUBA é uma actividade que vêm crescendo consideravelmente nos últimos anos na costa de Moçambique. Os principais atractivos para essa actividade no Sudeste de Moçambique são a megafauna marinha, principalmente os tubarões e as raias. Apesar de sua importância, o mergulho recreativo é uma actividade recente para o país e poucos estudos exploraram esse tema. Este artigo visa fornecer uma visão geral da actual situação do Sudeste do país, discutir os pontos de vista dos operadores e propor uma forma de maneio que poderá contribuir para o desenvolvimento sustentável dessa indústria. Os resultados indicam que em 2008 haviam cerca de 27 centros de mergulhos em operação mas não existia nenhum sistema eficiente de gestão dessa actividade. Entre as principais preocupações levantadas pelos operadores entrevistados destacam-se as ameaças aos recursos marinhos, particularmente às espécies de elevada importância turística, que apesar de sua importância ainda não são protegidas por lei. Contudo, a questão ambiental mostrou-se intrinsicamente conectada com a questão social e ambas merecem atenção. O sistema de eco-certificação, no qual operadores de mergulhos são incentivados a adoptarem medidas sustentáveis é sugerido como forma de reduzir impactos e aumentar a contribuição tanto paras as comunidades locais como para a conservação do ambiente marinho.

Palavras-chaves: mergulho, turismo marinho, desenvolvimento costeiro, sustentabilidade

Abstract

Diving Tourism (SCUBA) has grown considerably in the last few years in Mozambique. The main diving attraction in southern Mozambique is marine megafauna, mainly sharks and rays. Despite of its importance, recreational diving is a recent activity for the country and few studies have explored this topic. This article intends to give a general understanding of the current situation in southeastern part of the country, to discuss the views of dive operators and to suggest a management strategy, which can contribute to the sustainable development of this industry. The results show that in 2008 there were about 27 dive centers but the industry lacked any efficient resourse management system. Of all concerns cited by interviewed dive operators, threats to the marine resources were hightlited, particularly to species of high tourism value. Despite their importance, such species have still not been protected by law. The environmental issues were intrinsicly connected with the social issues and both need attention. It is suggested that the eco-certification system, in which dive operators are incentivised to adopt sustainable actions, as a way to reduce impacts and to increase contribution for both local communities and marine conservation.

Key-words: diving, marine tourism, coastal development, sustentability.

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1. Introdução

O turismo marinho, particularmente o turismo de mergulho SCUBA, é um importante nicho turístico para muitos países em desenvolvimento (Davis & Tisdell, 1995). Este tipo de turismo tem experimentado um crescimento substancial tanto na África, como nas ilhas do Pacífico (Garrod & Gossling, 2008; Obura et al., 2004). Tal facto é reflectido na crescente publicação de artigos em revistas de divulgação tais como Divestyle (África do Sul), Diver e Submerge (Europa), Sub (Itália) e Tauchen (Alemanha).

Actualmente, no Sudeste da África o principal destino de mergulho é a África do Sul, mas Moçambique, particularmente o Sudeste Moçambicano, tem se destacado cada vez mais como novo destino para mergulhadores internacionais e regionais (Obura et al., 2004). Um estudo recente, baseado na Praia de Tofo demonstrou que 67,9% dos mergulhadores que vão para Tofo são de origem Europeia e escolhem Moçambique dentre os muitos outros destinos, principalmente devido a presença dos tubarões baleias e raias mantas (Tibiriça et al., 2009). Acredita-se que Moçambique continuará crescendo rapidamente como um destino de mergulho internacional devido tanto ao crescimento dessa actividade no mundo (Mintel, 2007), quanto ao aumento da demanda turística no país (Instituto Nacional de Estatística, 2005).

O turismo de mergulho no Sudeste de Moçambique ainda está em estágio inicial de desenvolvimento, contudo é claro que medidas de planeamento e gestão são fundamentais tanto para maximizar os benefícios para as comunidades locais e o meio ambiente, quanto para mitigar efeitos negativos dessa actividade. O Governo, a sociedade civil e o sector privado já iniciaram um debate sobre a regularização do turismo de mergulho. Contudo, as informações sobre os atributos do turismo de mergulho em Moçambique, ainda são escassas. Desta forma, este artigo visa contribuir para minimizar este vazio na literatura, fornecendo informações de base sobre o turismo de mergulho no sudeste de Moçambique e a visão dos operadores.

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2. Metodologia

Devido ao carácter expeculativo da pesquisa e ao baixo número de centros de mergulhos (27) para um estudo quantitativo optou-se pela análise qualitativa. Para a colecta de dados e validação dos mesmos, foi adoptado a triangulação dos seguintes métodos qualitativos: observação participativa, entrevistas semi-estruturadas e análise de dados secundários (Emerson, 2001).

2.1 Entrevistas semi-estruturadas

Foram feitas 20 entrevistas em centros de mergulhos (duas em Português e o restante em inglês). As entrevistas destinaram-se aos donos ou gerentes dos centros de mergulho e incorporaram 25 questões, as quais foram desenhadas para investigar a visão dos operadores de mergulho sobre a sustentabilidade do turismo de mergulho, bem como o tamanho da operação através do número de empregados nacionais e estrangeiros, barcos, etc. As entrevistas começaram com dez questões gerais, tal como “o que você pensa sobre o actual turismo de mergulho?”, e foi seguida por 15 subsequentes questões específicas. Antes da entrevista, foi garantida a confidencialidade e anonimato e permissão recebida. As entrevistas foram gravadas, transcritas e codificadas de acordo com Kohlbacher, (2005). A codificação foi feita usando o programa NVivo8.

2.2 Observação Participativa

Outros dados do estudo foram colhidos durante o período de Março à Dezembro de

2008 através da participção de diversas reuniões públicas, incluindo: quatro workshops

sobre o turismo em Moçambique, um seminário sobre ecoturismo, 17 reuniões com a

associação de mergulhadores (AMAR) e 87 mergulhos. A maior parte do tempo foi gasto

na praia de Tofo, o principal destino internacional de mergulho em Moçambique, porém

outros locais foram visitados durante a pesquisa no terreno, a média de dias gasto em

cada outro destino foi cinco.

2.3 Dados Secundários

Foi feita pesquisa literária em publicações, incluindo relatórios públicos, estudos científicos

em seriados com pré-revisão e artigos de divulgação.

3. Áreas de Estudo

Este estudo foi conduzido nos principais destinos de mergulho do país. As áreas de

estudos foram divididas em cinco regiões de acordo com características geográficas e

turísticas: (1) Pontas, (2) Jangamo, (3) Tofo/Barra, (4) Morrungulo/Pomene e (5) Arquipélago

de Bazaruto (figura 1).

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3.1 Pontas

Pontas é o destino de mergulho mais próximo da África do Sul e inclui Ponta Malongane,

Ponta Mamoli e Ponta D’Ouro. Havia cinco centros de mergulhos em Ponta D’Ouro, um

na Ponta Malongane e um na Ponta Mamoli. Foram conduzidas entrevistas com todos os

centros de mergulhos permanentes com excepção do localizado em Ponta Mamoli

devido a dificuldade de acesso.

3.2 Jangamo

A área de Jangamo possui centros de mergulho em Paindane, Baía dos Cocos e

Guinjata. Tanto Baía dos Cocos como Paindane tinham apenas um operador de

mergulho funcionando. Na Baía de Guinjata havia três operadores, mas um estava

fechado por oito meses. De acordo com um funcionário do local, este mesmo centro de

mergulho iria re-abrir durante a alta temporada Sul-Africana.

3.3 Tofo/Barra

Esta região é o principal destino de mergulho para turistas internacionais em

Moçambique e certamente a mais complexa em termos de maneio. Em Tofo, durante a

colecta de dados, havia dois centros de mergulhos grandes e independentes e um

centro de mergulho menor associado ao lodge. Entretanto, sabe-se que um novo centro

de mergulho foi aberto recentemente (Dezembro/2009).

Em Barra existiam dois centros de mergulhos com menor fluxo de mergulhadores,

localizados em lodges focados na clientela Sul-Africana e um centro de mergulho maior

associado com a Rede Hoteleira do Barra Lodge. Todos foram entrevistados.

3.4 Morrungulo/Pomene

O mergulho em Morrungulo e Pomene ainda é pouco desenvolvido. Durante a colecta

de campo havia dois centros de mergulhos em Morrungulo, contudo um estava fechado

sem previsão para re-abertura e no outro não estava ninguém disponível para entrevista.

Portanto para esta localidade, dados foram colectados através de observação directa e

entrevistas informais com funcionários dos lodges. Em Pomene, há um centro de

actividades, o qual é parte do Pomene Lodge e oferece mergulho SCUBA dentre outras

actividades. O gerente do centro foi entrevistado.

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3.5 Arquipélago de Bazaruto

Durante o levantamento de dados no terreno, havia dois lodges de luxo na Ilha de

Bazaruto, um na Ilha de Benguerra e um sendo construído na Ilha de Santa Carolina.

Todos esses lodges possuem um centro de actividade, que oferece, dentre outras muitas

actividades, saídas de mergulho SCUBA. Devido à dificuldades de acesso e custo

elevado para realizar o trabalho, a entrevista foi feita apenas com o lodge situado no

extremo norte da Ilha de Bazaruto.

Vilanculos é uma alternativa mais barata aos turistas que pretendem visitar e/ou

mergulhar no Arquipélago de Bazaruto sem precisar ficar hospedado nas ilhas. Em

Vilanculos havia dois centros de mergulhos e um negócio de barcos e actividades

marinhas, o qual também oferece saídas de mergulhos. Foram entrevistados este último

e um dos centros de mergulho. O terceiro centro de mergulho não foi entrevistado pois

havia sido aberto há menos de quinze dias.

4. Resultados e Discussão

Durante a pesquisa no terreno, foram identificados 27 centros de mergulhos no sudeste

de Moçambique, todos eles sendo propriedades de estrangeiros. Atenção deve ser feita

a este número, visto que esses dados referem-se à quantidade de centros existentes

durante a colecta de dados, e pode variar do actual número de centros de mergulhos,

considerando a dinâmica da indústria. Centros de mergulhos abrem e fecham com

certa frequência. Por exemplo, em Bilene havia um centro de mergulho que tinha

acabado de fechar. Além deste, desde a colecta de dados, pelo menos mais dois

centros de mergulho foram abertos: um na Praia de Závora e um em Tofo em acrescimo

aos vinte e sete. A tabela 1 mostra as principais características para cada área.

Os destinos de mergulho de maior popularidade foram: Barra/Tofo e Pontas. Estas duas

áreas juntas possuem cerca de metade dos centros de mergulho no Sudeste de

Moçambique, empregando 76% do total de trezentos e quinze empregos criados

directamente por esta indústria. Uma das razões para o sucesso dessas duas regiões é

sua acessibilidade. No caso de Pontas, devido à proximidade da África do Sul e no caso

de Tofo/Barra, devido ao acesso aéreo e terrestre facilitado. Alem disso, Tofo já é um

destino popular desde a colonização portuguesa, foi um dos primeiros destinos para

‘mochileiros’ no país e possui uma alta concentração de tubarões baleias e raias mantas

(Pierce & Marshall, 2008).

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Desenvolvimento do Turismo de Mergulho e sustentabilidade económica dos

operadores

Segundo os entrevistados, o turismo de mergulho começou em Moçambique entre 1995

e 1997 junto com outras formas de turismo (ex. turismo recreativo de pesca). No início, o

turismo de mergulho era principalmente exploratório. A Ponta D’Ouro foi um dos primeiros

destinos de mergulho no país, mas progressivamente outras áreas, com ênfase na

Província de Inhambane, foram descobertas.

Os primeiros mergulhadores em Moçambique eram Sul-Africanos que vinham para cá

com seus próprios barcos, equipamentos SCUBA e compressores de ar. Durante esta

fase, estes turistas traziam a maior parte de sua comida e outros produtos de sua

necessidade, gerando um benefício económico muito reduzido ao país. Apesar desse

tipo de mergulhadores ainda existirem, operadores de mergulhos acreditam que o

mercado está progressivamente diversificando, e eles mostraram-se favoráveis a essas

mudanças.

Hoje, a actividade de mergulho é reconhecida pelo Governo como uma componente

chave para o desenvolvimento do turismo em Moçambique, tanto no extremo sul do

país como na Província de Inhambane (Ministério do Turismo, 2004). De facto, a

abundância da megafauna marinha, nomeadamente o maior peixe do mundo - o

tubarão baleia (Rhincodon typus), e as maiores raias do mundo - as raias mantas (Manta

birostris e Manta alfredi), dentre outras espécies de tubarões, têm colocado

Moçambique no cenário internacional do turismo de mergulho. Por exemplo, é

relativamente frequente a publicação de artigos de divulgação em revistas

especializadas na Alemanha e África do Sul.

Contudo, não há dados estáticos publicados mostrando a percentagem de turistas

mergulhadores em Moçambique em relação aos turistas não-mergulhadores. No

entanto, segundo as entrevistas realizadas neste estudo, a actividade de mergulho é

provavelmente o principal atractivo turístico para a região de Ponta D’Ouro, Praia de

Guinjata e Tofo/Barra. Em Morrungulo/Pomene, Arquipélago de Bazaruto e Paidane, o

mergulho ainda é uma actividade complementar. Um estudo não publicado feito na

Praia de Tofo em 2007, estimou que cerca de 25% dos visitantes de Tofo escolhem esse

destino por causa da vida marinha (Erberberr, T., Direcção Provincial de Turismo de

Inhambane, comunicação pessoal, 25/04/2008). Outro estudo específico abrangendo

apenas mergulhadores (n=530), mostrou que 65% dos mergulhadores decidiram visitar

Moçambique devido à qualidade do mergulho (Tibiriçá et al., 2009). Portanto, como

Inhambane é o principal destino turístico para o mercado internacional em Moçambique

(Ministério do Turismo, 2004), a importância dessa actividade para o desenvolvimento do

país e geração de empregos não pode ser subestimada.

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Apesar de sua óbvia importância para o turismo internacional, com excepção de alguns

destinos (ex. Tofo e Barra), o turismo de mergulho no sudeste de Moçambique ainda é

muito dependente do mercado Sul-Africano, afectando a sustentabilidade económica

de alguns operadores. Dois problemas principais foram citados em relação à essa

dependência: crise económica na África do Sul que gera queda do mercado em

Moçambique e sazonalidade. No caso de Ponta D’Ouro, a recessão económica da

África do Sul, foi ressaltada principalmente por operadores pequenos enquanto que a

sazonalidade foi referida por apenas um dos entrevistados. A sazonalidade em Pontas

não foi tão elevada devido à proximidade com a África do Sul, que permite o turismo de

fim de semana. Em outros destinos mais afastados como Jangamo e

Morrungulo/Pomene, o efeito da sazonalidade é maior. Segundo um entrevistado

‘durante a alta temporada podemos fazer até quatro saídas de barcos por dia, mas

durante a baixa temporada podemos ficar até dois meses sem fazer uma só saída’

(entrevista em Jangamo, 04/10/2008).

De acordo com os entrevistados, outro problema que tem frequentemente afectado o

futuro do negócio são os preços elevados das licenças e multas abusivas e/ou pouco

fundamentadas. Um dos respondentes afirma que ‘eu fiz uma pequena avaliação com

o Banco Mundial e descobri que eu pago 70% do meu rendimento como taxas para o

governo’. O mesmo entrevistado, quando questionado sobre sua visão para o futuro,

disse ‘vender meu negócio e me mudar daqui’ (entrevista em Vilanculos, 10/06/2008).

Similar sentimento foi compartilhado por um segundo entrevistado que ressaltou ‘o

governo precisa tomar cuidado para não matar as suas galinhas dos ovos de ouro. Nós

precisamos de incentivos, nós precisamos de regras claras e informação’ (entrevista na

Praia de Barra, 11/11/2008).

Os entrevistados citaram que a falta de comunicação entre o governo e o sector

privado, tem resultado em falha de entendimento e potencial deterioração do turismo

de mergulho. Já membros do Governo ressaltaram que muito dos pagamentos são feitos

fora de Moçambique, em contas Sul-Africanas e assim impostos e benefícios para

Moçambique são reduzidos (Comunicação Pessoal, Ministério do Turismo, 02/12/2008). As

colocações tanto dos operadores como dos membros do Governo são relevantes.

Durante a pesquisa de campo, foram frequentemente observados pagamentos em

contas Sul-Africanas, principalmente quando o agenciamento é feito “on-line”. A

globalização e popularização da internet coloca assim novos desafios nas estratégias de

maneio do turismo, e deverão ser criadas medidas para que os benefícios económicos

do turismo fiquem retidos na nação de destino, particularmente em sectores

especializados como o turismo de mergulho, no qual a maioria dos clientes e operadores

não são nacionais.

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6. Sustentabilidade Ambiental

O turismo de mergulho é extremamente dependente da qualidade do meio ambiente e

em alguns destinos, também dependente da conservação de algumas espécies

chaves. No caso do sudeste de Moçambique, particularmente na Província de

Inhambane, a atractividade do turismo está directamente relacionado com a presença

das raias mantas e tubarões baleias, ambas espécies ainda não protegidas por lei

nacional, ambas facilmente devastadas por pesca excessiva devido ao seu lento

crescimento e ambas espécies listadas na lista vermelha da IUCN (Tibiriçá et al., 2009). Tal

facto põe o futuro do turismo marinho em Moçambique em risco e preocupa os

operadores. Quase todos os entrevistados demonstraram elevado interesse em

conservação marinha. Apesar disso, muitos operadores reconheceram que até o

presente, o turismo de mergulho tem gerado muito pouco benefício para a

conservação. Cinco benefícios foram citados: (1) contribuição para o monitoramento

dos recifes (citado por quatro entrevistados); (2) aumento da consciência ambiental dos

clientes (citado por três entrevistados); (3) auxílio na fiscalização de práticas ilegais (citado

por três entrevistados); (4) geração de dinheiro para programas de conservação (citado

por um entrevistado); e, (5) redução de pesca devido à criação de empregos (citado por

um entrevistado).

Alguns entrevistados também citaram muitas ameaças ao meio ambiente, incluindo:

fraco regulamento e controle do pescado, falta de recursos para que a Administração

Marítima possa fiscalizar a área; necessidade de criação de um corpo específico para

maneio de questões complexas como mergulho e pesca; fraca educação; número

elevado de mergulhadores e erosão. A linha de costa desde o Arquipélago de Bazaruto

até Ponta D’Ouro é classificada como “Costa de dunas parabólicas”, no qual as dunas

são frequentemente altas e seguidas por uma linha paralela de lagos (Ministério para a

Coordenação da Acção Ambiental, 1997). Este tipo de ambiente é altamente dinâmico

e pode ser facilmente degradado pelo desenvolvimento costeiro sem controle. Pelo

facto de Moçambique ter poucos regulamentos sobre construções na primeira linha de

dunas (Centre for Advanced Training in Rural Development & Humboldt Univerität zu Berlin,

2003), muitos estabelecimentos turísticos foram construídos nos terrenos de frente, que

são locais de risco, acelerando o processo natural de erosão, alguns são directa ou

indirectamente relacionados com o turismo de mergulho.

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7.1.1. Erosão costeira e destruição de dunas

7. Impactos dos mergulhadores

No sudeste de Moçambique os recifes são rochosos e submersos (Motta et al., 2002). As

comunidades recifais ainda foram pouco estudadas e é necessária informação de base

para quantificar os impactos tanto do mergulho quanto da pesca (Motta et al., 2002;

Pereira, 2003; Pereira et al., 2000). Serão igualmente necessários estudos específicos para

estabelecer o impacto dos mergulhadores nesse tipo de ambiente, contudo este artigo

explora a visão dos operadores de mergulhos sobre seu próprio impacto. A maioria dos

entrevistados concordam que mergulho é uma actividade que pode potencialmente

causar danos aos recifes, entretanto eles ressaltaram que danos são evidentes apenas

quando há um número muito alto de mergulhadores e que a actividade é muitas das

vezes mais sustentável do actividade extractivas.

Pereira (2003) investigou o impacto dos mergulhadores em Ponta de Ouro e cita que “a

actividade de mergulho parece ter atingido sua ‘capacidade de carga’ e

provavelmente não irá aumentar, visto que as facilidades turísticas presentes, tais como

acomodação, rodovias, electricidade e facilidades médicas parecem estar saturadas”

(Pereira, 2003, p.30). Tal previsão mostrou-se não realística, visto que o número de

operadores de mergulho aumentou de cinco em 2003 para sete em 2008, com

evidências de mais dois operadores de mergulho prestes a iniciar suas actividades em

2009. Quase todos os operadores de mergulhos citaram que o número de

mergulhadores e mergulhos aumentou consideravelmente. Tal exemplo, mostra que

intervenções são necessárias para controlar o crescimento da indústria do mergulho em

um nível sustentável. De acordo com os entrevistados, o número de acomodações em

Ponta D’Ouro também aumentou a tal ponto que “todas as acomodações estão

sofrendo um pouco por causa da quantidade de acomodação [casas de veraneio]

existente” (entrevista em Ponta D’Ouro, 23/06/2008). Este rápido crescimento turístico de

Pontas, é uma das maiores preocupações dos operadores de mergulho, que temem

uma mudança de público de mergulhadores especializados para um turismo de massa

sem controle. Além disso, operadores também citaram que muitas vezes centros de

mergulho Sul-Africanos operam ilegalmente na área durante a alta temporada “outras

pessoas vêm da fronteira para o fim de semana e vão mergulhar (...). Eles [os

mergulhadores de fim de semana] não falam que são comerciais, mas eles são todos

comerciais e eles vêm aqui e agora há ainda mais impactos [por haver mais

mergulhadores do que os legalmente registados] (Entrevista em Ponta D’Ouro,

23/06/2008).

Problemas relacionados com a quantidade de mergulhadores também foi citado em

Inhambane e Jangamo, mas apenas para um recife em particular, chamado “Manta

Reef”.

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Este recife é famoso pela abundância de raias mantas (Manta birostris e Manta alfredi),

as quais são frequentemente observadas nas ‘estações de limpezas’, áreas no qual elas

têm os parasitas removidos por peixes limpadores. Em um dia na alta temporada, foi

observado até cinco barcos parados no Manta Reef, considerando que cada barco

pode levar até 12 mergulhadores, são potencialmente 60 mergulhadores ao mesmo

tempo no mesmo recife. Os entrevistados mostraram-se preocupados. Segundo eles, o

elevado número de mergulhadores por longos períodos no recife poderia disturbar as

raias mantas e elas abandonarem a área. O uso do recife Manta Reef, vem sendo

discutido pela associação de mergulhadores (AMAR) e biólogos marinhos residentes.

Contudo, há poucos estudos demonstrando o impacto de mergulhadores na

comunidade de peixes. Evidências sugerem que diferentes espécies tendem a responder

diferentemente (Cole et al., 2007). Assim, investigações futuras são necessárias para

avaliar o impacto dos mergulhadores na comunidade de mantas. Entretanto, se o

princípio da precaução previsto em lei for aplicado, o número de licenças para novos

centros de mergulhos e número de barcos deve ser controlado.

8. Conflitos

Conflitos emergem quando o interesse de duas ou mais partes afecta o interesse de pelo

menos uma das partes (Bennett et al., 2001). No caso do turismo de mergulho em

Moçambique, conflitos emergem quando uma parte afecta a qualidade do ambiente

marinho, particularmente quando espécies chaves para o turismo são afectadas.

Aproximadamente todos os entrevistados citaram que barcos ilegais de origem Asiática

são provavelmente os principais responsáveis pela diminuição de peixes. Este mesmo

problema é citado por operadores desde 2003 no estudo de Pereira (2003). A captura de

tubarões para o uso das barbatanas foi uma das principais preocupações. Embora

sejam raras reportagens sobre pesca ilegal e captura de tubarões por causa das

barbatanas, há evidências do aumento de redes de pesca de tubarões (Southern African

Development Community, 2008).

Outro problema levantado por operadores de todas as áreas, com excepção da região

de Pontas foi a pesca local. Em Pontas a pesca local não foi citada por não ser uma

actividade de grande importância socio-económica, já que Pontas desenvolveu-se ao

redor do turismo. As áreas de maiores conflitos entre pescadores locais e centros de

mergulho foram Jangamo e Inhambane, as duas áreas cercadas por vilas de

pescadores, nas quais o peixe é um importante recurso de proteína e sustento. Alguns

operadores citaram a pesca local como sendo a principal ameaça tanto para o turismo

quanto para a conservação marinha “a principal ameaça são os pescadores locais, eles

comem tudo que eles pescam, não se importam se é ameaçado” (entrevista em

Jangamo, 04/10/2008).

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Tal sentimento é enfatizado quando os pescadores pescam espécies chaves para o

turismo. Espécies chaves para o turismo citadas foram: primeiramente tubarões baleia,

seguido por raias mantas, raias diabos, tartarugas marinhas e peixes papagaios.

Observações directas e entrevistas informais com pescadores revelaram que em facto,

existe pesca de raias mantas, raias diabos, peixes papagaios e eventualmente captura

ilegal de tartaduas marinhas. Contudo estes não são a preferência do pescador. Os

pescadores comentaram que a pesca da raia manta, na maioria dos casos é causada

acidentalmente pelas redes. Um operador citou baleias e tubarões baleias como sendo

ameaçados por pescadores locais, entretanto não há nenhum registo oficial de pesca

desses animais na região. Tal colocação do entrevistado demonstra uma provavel

exageração dos factos por parte dos operadores.

Métodos de pesca citados como preocupantes foram: palangre (também conhecido

como long-lines ou espinhel), redes, pesca com plantas tóxicas em águas rasas, pesca

submarina e pesca de linha em cima dos recifes, sendo a pesca de palangre a de

maior preocupação.

Bennet et al. (2001) divide conflitos em ‘conflito positivo’ e ‘conflito negativo’, ambos

expressando conflitos de interesse, mas um resultando em mudanças para o benefício

de todos e outro resultando em desentendimento e perca para um dos lados. Tanto as

actividades pesca como de mergulho são importantes para a economia local. Os

conflitos observados podem caminhar para ‘conflitos positivos’ se forem aplicadas

medidas de maneio.

O conceito de sustentabilidade é tradicionalmente definido por três componentes (base

triangular da sustentabilidade): sócio-cultural, ambiental e económico. Uma recente

discussão na literatura sugere que o desenvolvimento sustentável só é possível se for

consolidado em quatro componentes. O quarto componente -‘o maneio’- forma a base

quadrada da sustentabilidade (Birtles et al., 2006; Franceschi & Kahn, 2003). No caso do

turismo de mergulho em Moçambique, a ineficiência do maneio por diversas questões,

compromete todos os outros componentes tanto sócio-cultural como ambiental. Turismo

de mergulho, assim como outras actividades turísticas, é um negócio e não uma

actividade filantrópica ou conservacionista. Contudo, se gerido de forma adequada

pode gerar tanto benefícios sociais quanto ambientais. Um modelo que vem sendo

aplicado com sucesso em outras partes do mundo é a certificação de ecoturismo

(Ecotourism Australia, 2006; Great Barrier Reef Marine Park Authority, 2006; Synergy, 2000).

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A certificação de ecoturismo, foi criada em alguns países como forma de incentivar

operadores de turismo da natureza a adoptarem estratégias de conservação e/ou criar

benefícios às comunidades locais. Na Austrália por exemplo, uma operadora pode ser

certificada em três diferentes níveis de acordo com sua contribuição: “Turismo de

Natureza”, “Eco-turismo” e “Eco-tourismo Avançado” (Ecotourism Australia, 2006). No nível

mais elevado “Eco-tourismo Avançado” a operadora deve atingir padrões rígidos de

qualidade e efectiva contribuição e cuidados tanto para conservação (ex. financeira e

apoio à pesquisa) como para a comunidade. Os operadores voluntariamente se

candidatam ao nível desejado. Em contrapartida, as autoridades do governo criam

incentivos para que os operadores adoptem os níveis mais elevados da certificação.

Exemplos de incentivos usados no Parque Nacional da Grande Barreira de Corais são:

longa extensão da licença de operação e permissão para mergulhar em recifes mais

sensíveis e/ou disputados (Great Barrier Reef Marine Park Authority, 2006).

No caso de Moçambique, deve-se ressaltar que qualquer programa de certificação

deverá incluir uma forte componente comunitária. Particularmente em países no qual a

comunidade tem uma grande dependência dos recursos naturais, medidas de

desenvolvimento sustentável devem considerar essas populações como prioridade

(Simpson, 2008; Tibiriçá, 2007). Por exemplo, o número de trabalhadores Moçambicanos,

especialmente líderes e instrutores de mergulho ainda é muito reduzido (tabela 1). Tal

facto poderá ser reduzido se um dos padrões requeridos para a certificação é o

treinamento de nacionais até o nível profissional. Outra forma de gerar benefício para a

comunidade é a criação de pequenas taxas por visita que deverá ser directamente

aplicada para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Tais medidas, não só

criam um benefício local como promovem uma mudança do “conflito negativo” para o

“conflito positivo”

Do ponto de vista ambiental, a certificação pode também auxiliar no controle do

número de turistas. O problema ressaltado anteriormente da quantidade de barcos no

Manta Reef poderia ser mitigado se apenas os operadores com a certificação do nível

mais alto tivessem autorização de usar esse determinado recife. Obviamente, a criação

de um programa de certificação não deve ser considerado uma solução isolada para

um problema complexo. Um programa de certificação deve ser acompanhado de

treinamento, investimento e na medida do possível outras formas de maneio como

parques de usos múltiplos e protecção de espécies chaves.

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9. Conclusão

Este artigo discutiu de uma forma geral a situação actual do turismo de mergulho no

Sudeste de Moçambique, ressaltando a necessidade urgente de um modelo de maneio

que aumente tanto os benefícios locais como a protecção dos recursos naturais. Como

uma das medidas práticas, sugere-se a criação de um programa de ‘Eco-certificação’.

Este programa pode ser desenhado tanto para turismo marinho como terrestre, mas em

ambos os casos benefícios devem ser criados para todos os afectados (comunidades,

natureza e operadores).

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18

10. Referências Bibliográficas

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Figura 1: Mapa dos destinos de mergulho no Sudeste de Moçambique com as

respectivas áreas estudadas (Pontas, Jangamo, Tofo/Barra, Morrungulo/Pomene e

Arquipélago de Bazaruto).

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ANEXOS

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