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12 INTRODUÇÃO Este trabalho é importante porque constata que a‟ partir da Constituição Federal de 1988, o dano moral nas relações de trabalho passou a ser observado sob uma ótica importante na política de combate ao descaso que eram tratados os trabalhadores no ambiente de trabalho, com advento da Emenda Constitucional 45/2004, apenas concretizou o êxito já objetivado com Carta Magna, alterou-se o artigo 114, dividindo assim as competências que, até então, eram julgadas pela esfera civil passando a ser de competência da justiça do trabalho, reparar o dano nas relações trabalhistas. O tema, portanto, é atualíssimo, devido às mudanças que vem ocorrendo nas relações de empregado e empregador, na tentativa de coibir o abuso diretivo, uma vez que se deve tratar o ser humano com respeito e igualdade, sob pena de ferir o principio da igualdade consagrado constitucionalmente. Observando que este tema, até então não tinha importância no direito brasileiro, devido sua complexidade. Objetiva-se, com tal pesquisa, explanar sobre o dano moral nas relações trabalhistas, tendo em vista de como é árduo provar o dano e obter a sua devida reparação. Entretanto, a metodologia utilizada para a criação desta monografia foi através de estudos realizados em bibliografias, jurisprudências e pesquisa via internet, que comprovam tais argumentos e incitam tamanho interesse em pesquisar o relevante tema. A escolha do tema nasceu através da angustia enfrentada em experiência passada, cuja qual envolveu a discussão da relação trabalhista, porém ao adentrar no quesito do dano moral e a sua indenização, não foi plausível a decisão tendo em vista a dificuldade da comprovação do dano moral. Em linhas gerais, na seção 1 serão mencionados as considerações iniciais sobre o tema, também será conceituado na seção 2, o dano moral nas relações de trabalho, as hipóteses e espécies de dano moral. Além desses fatores será indagada na seção 3, sobre a responsabilidade civil objetiva e subjetiva, por fim, na seção 4, será abordada à reparação do dano moral nas relações trabalhistas. Finalmente, este trabalho não terá a pretensão de esgotar o certame do assunto, tendo em vista à submissão que acompanha o convívio humano. Observa-se, sobretudo, que como toda lei a princípio traz polêmica, e bem como divergência doutrinária, a priori de difícil aceitação, sua complexidade e amplitude, com o passar do tempo, a sociedade tende a passar por um processo de adaptação, o qual parecemos viver em relação ao dano moral nas relações

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INTRODUÇÃO

Este trabalho é importante porque constata que a‟ partir da Constituição Federal de

1988, o dano moral nas relações de trabalho passou a ser observado sob uma ótica importante

na política de combate ao descaso que eram tratados os trabalhadores no ambiente de

trabalho, com advento da Emenda Constitucional 45/2004, apenas concretizou o êxito já

objetivado com Carta Magna, alterou-se o artigo 114, dividindo assim as competências que,

até então, eram julgadas pela esfera civil passando a ser de competência da justiça do

trabalho, reparar o dano nas relações trabalhistas.

O tema, portanto, é atualíssimo, devido às mudanças que vem ocorrendo nas relações de

empregado e empregador, na tentativa de coibir o abuso diretivo, uma vez que se deve tratar o

ser humano com respeito e igualdade, sob pena de ferir o principio da igualdade consagrado

constitucionalmente. Observando que este tema, até então não tinha importância no direito

brasileiro, devido sua complexidade.

Objetiva-se, com tal pesquisa, explanar sobre o dano moral nas relações trabalhistas,

tendo em vista de como é árduo provar o dano e obter a sua devida reparação.

Entretanto, a metodologia utilizada para a criação desta monografia foi através de

estudos realizados em bibliografias, jurisprudências e pesquisa via internet, que comprovam

tais argumentos e incitam tamanho interesse em pesquisar o relevante tema.

A escolha do tema nasceu através da angustia enfrentada em experiência passada, cuja

qual envolveu a discussão da relação trabalhista, porém ao adentrar no quesito do dano moral

e a sua indenização, não foi plausível a decisão tendo em vista a dificuldade da comprovação

do dano moral.

Em linhas gerais, na seção 1 serão mencionados as considerações iniciais sobre o tema,

também será conceituado na seção 2, o dano moral nas relações de trabalho, as hipóteses e

espécies de dano moral. Além desses fatores será indagada na seção 3, sobre a

responsabilidade civil objetiva e subjetiva, por fim, na seção 4, será abordada à reparação do

dano moral nas relações trabalhistas.

Finalmente, este trabalho não terá a pretensão de esgotar o certame do assunto, tendo

em vista à submissão que acompanha o convívio humano. Observa-se, sobretudo, que como

toda lei a princípio traz polêmica, e bem como divergência doutrinária, a priori de difícil

aceitação, sua complexidade e amplitude, com o passar do tempo, a sociedade tende a passar

por um processo de adaptação, o qual parecemos viver em relação ao dano moral nas relações

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de trabalho, em que a própria Consolidação das Leis do Trabalho não traz em seu bojo

especificamente o conceito de dano moral no ambiente de trabalho, apenas em relação à

revista íntima da mulher, os quais mencionaremos no decorrer deste trabalho.

Assim, os trabalhadores necessitam da tutela jurisdicional, haja vista, sua qualidade de

hipossuficiente em relação ao empregador, fato é, que essa violação ao trabalhador é uma

grave ameaça ao direito da dignidade humana. Isso se faz mediante educação para igualdade,

e o modo e a qualidade de conexão entre os diplomas legais e as medidas para efetivá-lo, que

motivaram esse trabalho.

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SEÇÃO 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O tema abordado é um assunto importante e atual, que toca a vida de cada um de nós,

no que tange o âmbito das relações de trabalho, haja vista que é vivido pela a sociedade desde

séculos. O caso em tela, a saber, tem como princípio o da dignidade humana, que se encontra

com maior destaque na Constituição Federal, logo no seu artigo 1°, inciso III “dignidade da

pessoa humana”. Como se nota, a dignidade é como um tributo que se detêm pela simples

existência da pessoa humana em sociedade.

Em síntese a Constituição Federal assegura no caput do artigo 5° e inciso X, o direito a

reparação do dano, seja ele moral ou material:

“Art. 5° todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito á vida, à igualdade, à segurança e a propriedade,

nos termos seguintes:

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das

pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral

decorrente de sua violação;”

Ao observar tal artigo, verifica-se a dignidade humana e as relações trabalhistas, bem

explanadas, adentrando com respeito no âmbito do trabalho. Sendo que, se por ventura for

desrespeitado os princípios da impessoalidade, este se verá contra o dispositivo legal,

causando assim o dano moral.

O dano moral tem um significado muito amplo: de dor, sofrimento, depressão e mágoas.

Na verdade há um grande equívoco, dano moral é uma consequencia de lesão à dignidade

humana, em razão disso, o direito à reparação faz jus.

O dano patrimonial é o que atinge o patrimônio, objeto de uma indenização. O dano

moral não há de se falar em ressarcimento ou reparação, pois como se nota, nossa honra não

tem preço que pague, não há então de se falar em ressarcimento e sim em compensação.

Sendo assim, há um só fato que pode ser considerado como dano moral e material, fato

este relacionado ao contrato de trabalho, podendo assim causar dano moral. O contrato de

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trabalho se funda em uma relação de troca “eu trabalhador empresto o meu trabalho e o

empregador, com obrigação fundamental, remunera esse meu trabalho”.

Assim um empregador dá o emprego, existindo uma característica do contrato de

trabalho, que é a subordinação, que se expressa por meio do poder de organização do negócio,

tendo ainda o poder disciplinar, significando que ao empregador assiste o direito de punir,

advertir, orientar, inclusive pedagogicamente, que se estabelece por uma relação contratual, é

aí que se estabelece uma conexão do tema “dano moral nas relações trabalhista”, uma vez

que, não se disciplinando de forma adequada, poderá o empregador incorrer em ofensa à

dignidade do trabalhador.

1.1 Breve histórico

Para dar-se continuidade ao trabalho, precisamente fazer-se-á um breve comentário á

evolução histórica do dano moral, tendo como o objetivo principal sua evolução para um

melhor entendimento:

Muito antes de o direito romano tratar do dano e de sua reparação, na

Suméria, na Babilônia (situada na Mesopotâmia) e na antiga Índia já havia

codificações de leis regulamentando, mesmo que de que se incipiente, este

assunto. A mais antiga codificação ao longo da história é o Código de Ur-

Nammu que tem aproximadamente trezentos anos ao Código de Hamurabi,

neste código é possível identificar em seu conteúdo dispositivos diversos que

adotavam o princípio da reparabilidade dos atualmente chamados de danos

morais. Para os povos primitivos o preceito “dente por dente e olho por

olho” era o melhor modo de reparar o dano, uma vez que, naquela época,

esta era a mais eficiente maneira de reduzir eficazmente a dor da vitima.

Segundo Samuel Noah é inegável que, sob um certo aspecto, o Código Ur-

Nammu se assemelha um pouco á Lei das XII Tábuas dos antigos romanos.

(SILVA, 1999, p. 65).

Contudo, percebe-se que ambas as codificações reparavam os danos morais, pelo

simples fato de ter sofrido dores físicas. Com a evolução histórica o Código dos sumerianos

foi passível de uma sensível mudança sobre a Lei das XII Tábuas. O Código sumeriano

anterior tinha uma forma de superar o dano moral com o direito de vingança, que, ao passar

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do tempo foi substituído pela reparação compensatória, através do pagamento de multa

pecuniária.

Seguem-se alguns trechos do Código de Ur-Nammu, “Se um homem, a outro homem, com

um instrumento, o pé se cortou: „10 ciclos de prata deverá pagar‟; Se um homem, a um outro homem,

com uma arma, os ossos tiver quebrado: „uma mina de prata deverá pagar‟. (SILVA, 1999, p. 66)”

Segundo menciona Américo Luis Martins da Silva:

O código de Manava-Dharma-Satra, ou simplesmente, Código de Manu foi à

codificação mais antiga que surgiu na Índia. Manu foi o homem que

promoveu a sistematização das leis sociais e religiosas de todo o Hinduísmo.

Essas leis antigas são justamente denominadas “Código de Manu”, e, até

hoje interferem na vida sócia e religiosa da Índia. Clayton Reis esclarece que

o Código de Manu guardava uma cera semelhança com o Código de Ur-

Nammu e o Código de Hamurabi, pois também previa uma espécie de

reparação de dano quando ocorriam lesões. (SILVA, 1999, p. 66 e 67).

Em verdade, a questão não é recente, é certo que o reconhecimento e a consequente

reparação do dano de ordem moral, já vinham sendo encravados com inúmeros fatos

históricos antes mesmo de Cristo, tendo como exemplo o primeiro império babilônico, sob o

reinado de Hamurabi (1728 a 1686 a.c), igualmente conhecido por Kamo - Rabi, monarca da

Babilônia á época do século XXII nos tempos primórdios, que comprovadamente possuía

disposição tangente a danos morais. Lembra-se, ainda, a Lei das XII tábuas, “se alguém causa

um dano premeditadamente, que o repare”, o Alcorão adotou parte do Código de Hamurabi

que consagravam a lei de Talião (“o dente por dente e olho por olho”). No Alcorão, as

compensações econômicas, atribuem o direito de vingança, desaconselhadas em nome do

perdão, incentivando a misericórdia.

Nesta esteira o Brasil passou muito tempo para perceber que a honra e a dignidade do

ser humano não tinham muita importância e nem prioridade. Com fulcro na Constituição

Federal em seu artigo 1°, inciso III, finalmente surgiu como princípio fundamental, e esse

momento é em verdade, primordial, para ter clara a importância da dignidade humana, dando

ênfase à personalidade do ser humano.

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1.2 Conceito de Dano

Para conceituar o dano será transcrito o que nos diz o dicionário (AURÉLIO): “mal ou

ofensa pessoal, ofensa moral: prejuízo material causado a alguém pela deterioração ou

inutilização de bens seus”. O conceito de dano em latim damnu, significa: “prejuízo, perda e

estrago”. Entretanto, o dano é o prejuízo sofrido pelo patrimônio econômico ou moral de

alguém, podendo ser material, também chamado de real quando atinge um bem

economicamente apurável; ou moral, quando envolve bens de ordem pessoal, como a honra,

na qual é o tema que será exposto nesta singela monografia.

Ademais o dano pode, também, configurar crime, conforme dispõe o dispositivo do

artigo 186 do Código Civil – Atos Ilícitos, “Aquele que por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direitos e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente

moral, comete ato ilícito”. Observa-se que o dano está previsto no Direito em que se verifica a

diminuição ou lesão ao patrimônio do ofendido. Este dano pode ser patrimonial ou

extrapatrimonial.

Assim se manifesta Yussef Said Cahali:

Segundo entendimento generalizado na doutrina, e de resto consagrado nas

legislações é possível distinguir, no âmbito dos danos, a categoria dos danos

patrimoniais, ou morais; respectivamente, o verdadeiro e próprio prejuízo

econômico, o sofrimento psíquico ou moral, as dores, as angústias e as

frustrações infligidas ao ofendido. (Cahali, 2000, p 19)

O que se refere aos danos patrimoniais, caracteriza-se pelo fato do patrimônio do

ofendido ser atingindo, havendo assim uma diminuição da esfera patrimonial da pessoa que

sofreu o dano, ficando obrigado, o causador, a repará-lo.

A doutrina tem entendido a caracterização do extrapatrimonial sob forma negativa, na

sua confrontação ao dano patrimonial.

Assim define Aguiar Dias “quanto ao dano não correspondem às características de dano

patrimonial, estamos em presença de dano moral”. (DIAS apud CAHALI, 2000, p. 10)

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1.3 Moral

Moral obtém um caráter subjetivo, pois esta relacionada à avaliação pessoal, tendo

a honra, a imagem, aos costumes e a religiosidade como um bem maior da vida do ser

humano, ao ser abalado uns dos quesitos citado tende a ter a diminuição do ser, e por

consequência afeta seu convívio como a sociedade dando origem ao fator moral.

1.4 Dano Moral

O dano moral incide na lesão de direito cuja substância não é pecuniário, nem

comercialmente redutível a dinheiro. Neste prisma pode-se asseverar que o dano moral é

aquele que lesiona a esfera personalíssima do individuo, violando, por exemplo, sua

intimidade, vida privada, honra e imagem.

Para ilustríssimo Orlando Gomes a maneira de identificar o dano precisamente será

identificado à lesão. Neste entendimento, segue: “para definir o dano moral, precisa ser

identificado primeiramente à lesão ao direito personalíssimo, que interfere no

patrimônio”.

Entretanto, há duas hipóteses para se definir o dano moral: isoladamente ou ao

mesmo tempo. Assim, segundo ele, “o atentado ao direito á honra e á boa fama de alguém,

pode determinar prejuízo na órbita patrimonial do ofendido ou causar apenas sofrimento

moral”. (GOMES apud CAHALI, 2000, p. 20).

Por isso, a compreensão de dano moral deve ser reservada exclusivamente para indicar a

injustiça e a opressão, que não produz qualquer efeito patrimonial. Se houver consequências

de ordem patrimonial, o dano deixa ser extrapatrimonial.

Diante do exposto, faz se demonstrar jurisprudência que na qual nos afirma que o dano

moral caracteriza através de sofrimento que decorre de lesão de direitos extrapatrimonial.

DANO MORAL. O dano moral se caracteriza por um sofrimento decorrente

de lesão de direito não patrimoniais, de difícil mensuração pecuniária e

ainda, por abuso desnecessário, no tratamento humilhante sofrido pelo

empregado. Para que lhe seja reconhecido o direito á reparação a este titulo

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é necessário que comprove efeito prejuízo sofrido em decorrência do fato

invocado. TRT 1° Reg. RO 00243-2003-059-01-00-7 – (Ac. 4°T) – Rel°

Dês. Doris Castro Neves. DJRJ 29.09.06. P. 225.

Desde logo, o dano moral é o sofrimento ou dor física causados pelos resultados das

lesões de direitos ao patrimônio ensejando um valor econômico.

Assim, os danos morais envolvem as lesões a direitos políticos, a direitos

personalíssimos e também inerentes à personalidade humana, como o direito à vida, à

liberdade, à honra, ao nome, à liberdade de consciência ou de palavra e os direitos de família.

1.5 Distinção entre o assédio moral e dano moral

Desta feita, o assunto relacionado ao assédio moral não será estudado mais afundo,

tendo em vista a sua complexidade, mas observar-se a importância de fazer menção sobre

a distinção do assédio moral e o dano moral.

O assedio moral, é a exposição do empregado em situações vexatórias e

constrangedoras de forma repetitivas e prolongadas, implica na diminuição psicológica da

pessoa por meio de serviços que não podem ser cumpridos, ou ate mesmo, colocando-o

para exercer seu desempenho que não seria aquela que na qual havia sido acordado,

fazendo, assim, o empregado passa por uma situação humilhante diante de seus

companheiros de trabalho, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de

trabalho a fim de que este peça sua dispensa.

Destarte, o empregado é isolado sem explicações, passando a ser ridicularizado,

inferiorizado e na medida em que o tempo vai passando gradativamente o empregado vai

perdendo sua auto-estima, e com o medo de perder o emprego implanta-se a tolerância e o

silêncio.

Por sua vez, o dano moral tem a haver com a personalidade do individuo, como a

dignidade, a honra, a liberdade, a imagem, a lesão ocorrida deve-se provar apenas o fato

em si, demonstrando a ocorrência de ofensa e a diminuição do seu patrimônio em relação

à sociedade.

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Neste sentido segue jurisprudência que estatui:

Embargos declaratórios. Inocorrência de omissão. Falta dos requisitos

legais do artigo 535 do Código de Processo Civil. Inexistência de omissão

no julgado. Função de prequestionamento. II - O assédio moral está

vinculado ao abuso ou desvio de poder de autoridade superior ou de

empregador para expor o empregado ou servidor em nítida e repetida

exposição ao ridículo, objetivando humilhá-lo ou vexá-lo no exercício de

suas atribuições funcionais. (Grifo nosso). Não configuração. Remoção do

servidor e imposição de novas metas de trabalho em ambiente cordial não

legitima o vício do assédio moral. Sentença de improcedência. Recurso

improvido. III - Embargos rejeitados. Relator Guerrieri Rezende, Comarca

São Paulo, Órgão Julgador 7ª Câmara de Direito Público – data do

julgamento 31/01/2011 – data de registro 02/02/2011- 99010363984750000

Desta feita segue jurisprudência que define a caracterização do assedio moral:

ASSÉDIO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. O assédio moral se caracteriza

por ser uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a

dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada e que expõe o

trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar

ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, que tenha por

efeito a ameaça do seu emprego e deteriorando o ambiente de trabalho. Para

fazer jus à indenização por assédio moral o autor deve fazer prova nos autos

da sua existência. (TRT 23ª R. – RO00973.2004.001.23.00-1 – Rel. Juiz

Osmair Couto – DJMT 09.09.2005 - extraído do site do TRT 23ª R.)

O assédio moral se caracteriza pelo abalo emocional da vítima, de forma contínua e

sistemática, com a intenção de desestabilizá-lo.

Nesta seara temos jurisprudência que segue esse entendimento:

ASSÉDIO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. O assédio moral se caracteriza

por ser uma conduta abusiva, de natureza psicológica, que atenta contra a

dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada e que expõe o

trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar

ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, que tenha por

efeito a ameaça do seu emprego e deteriorando o ambiente de trabalho. Para

fazer jus à indenização por assédio moral o autor deve fazer prova nos autos

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da sua existência. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. VALOR DA

INDENIZAÇÃO. A indenização por danos morais, embora seja arbitrada

pelo juiz, deve levar em consideração alguns critérios, tais como: a posição

social do ofendido, a situação econômica do ofensor, a culpa do ofensor na

ocorrência do evento, iniciativas do ofensor em minimizar os efeitos do

dano. Em suma, deve servir para punir o infrator e compensar a vítima. Deve

ser um valor alto e suficiente para garantir a punição do infrator, com o fito

de inibi-lo a praticar atos da mesma natureza, cujo caráter é educativo, mas

não a tal ponto capaz de justificar enriquecimento sem causa do ofendido.

(TRT 23ª Região – RO 00448.2005.022.23.00-8 – Relator Desembargador

Osmair Couto – DJ/MT nº 7281 – Publicação 19.12.2005 – Circulação

20.12.2005 (3ª f), p. 17)

No caso presente diante dos estudos realizado a respeito do assédio moral, nota-se que é

todo e qualquer comportamento abusivo “sinal, vocábulo, conduta, atitude, etc.” que,

voluntariamente e repetidamente, fira a dignidade e a honestidade física ou psíquica do ser

humano, chantageando seu emprego ou vexar o clima de trabalho.

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SEÇÃO 2 – DANO MORAL TRABALHISTA

A Consolidação das Leis Trabalhista contribuiu para a utilização de fontes próprias e

suplementares de outras leis para distinguir o dano moral, sendo certamente a Constituição

Federal a determinadora do interesse de reparação do dano moral.

Observa-se que o dano moral nas relações de trabalho nasce através de uma relação

contratual entre o empregador e empregado. Como se nota, o contrato de trabalho pode tratar

de direitos pessoais e os direitos trabalhistas.

Em linhas gerais, nas relações de trabalho a dignidade é vista com um olhar igualitário.

Diversamente disso, quando se trata de um contrato de trabalho este olhar desaparece, o fato é

que, quando envolve o assunto, vida privada, surge vários problemas, como, por exemplo, um

empregador que invade a vida particular do empregado, utilizando-se de seus poderes de

organização e disciplinares, perquirindo assim a cerca de hábitos sexuais do trabalhador,

indagando a cerca da situação do trabalhador, e muitos outros. Obviamente que o empregador

estará dando margem para o dano moral.

Vale lembrar que o contrato de trabalho tem a característica de fato de poderes do

empregador, mas inobstante isso não dá o direito a ele de adentrar na vida pessoal do

trabalhador.

Igualmente, no momento em que o empregado se veste de funcionário, não deixa de ser

um cidadão, independentemente de suas vestes.

2.1 Dano Moral nas Relações de Trabalho

Visto que, o dano moral, nas relações trabalhistas, tem uma grande influência no

contrato de trabalho, é inegável que se tenha como objeto principal à dignidade humana, aliás,

tem como princípio originário o da dignidade humana, observa-se que ao infringir esse

princípio, dar-se a esse fato o do dano moral.

Nessa vereda o homem e o contrato de trabalho não dispõem de direitos de expor a

dignidade humana. Conforme dispõe CAHIL (1999, p. 52) que finalmente, a Constituição de

1988 cortou qualquer dúvida que pudesse remanescer a respeito da reparabilidade do dano

moral, estatuindo em seu artigo 5°, no item X, que “são invioláveis a intimidade, a vida

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privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano

material ou moral decorrente de sua violação.”

Percebe-se que ao passar do tempo, constitui-se julgados com entendimento de que o

dano moral deveria ser de maneira indenizado como forma de compensação pelo prejuízo

sofrido, sendo com a Constituição de 1988, em seu artigo 5º, V, X, definido como lesão.

Ainda seguindo por esta linha, a Consolidação das Leis Trabalhista remete se que o

empregado possui suas garantias através do artigo 483, alínea “e”, desta maneira a rescisão

indireta esta vinculada a ofensa moral, “O empregado poderá considerar rescindido o contrato

e pleitear a devida indenização quando: e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele

ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama”;

Característica do dano moral nas relações de trabalho configura-se pela lesão na esfera

sentimental da vitima, afrontando a dignidade do individuo e com a invasão da privacidade.

Em conformidade com esse entendimento, temos jurisprudência que segue:

DANO MORAL. CARACTERIZAÇÃO. O dano moral caracteriza-se pela

lesão na esfera extrapatrimonial da vítima, ou seja, lesões a valores que

caracterizam e dão dignidade ao ser humano, como a imagem, honra,

privacidade etc. Não raro a sua prova é em si impossível, já que não há uma

caracterização objetiva dessa repercussão, até porque seus reflexos ficam

circunscritos à dor, aflição, reações que ocorrem na alma humana. Assim,

não se pode exigir prova efetiva da lesão de cunho imaterial, devendo a

vítima demonstrar determinado fato decorrente de ato ilícito do agressor, o

que gera a lesão moral. ACÓRDÃO Nº: 20090165718 PROCESSO Nº:

00425-2007-028-02-00-8 ANO: 2008 TURMA: 12ª DATA DE

PUBLICAÇÃO: 20/03/2009.

O acórdão na qual faz referencia nos remete a caracterização da lesão na esfera extrapatrimonial

da vitima, atesta ainda, a difícil reparação por serem complexos os meios de prova.

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2.2 As Hipóteses de Dano Moral

Durante o desenvolvimento do contrato de trabalho, há várias hipóteses de danos causados ao

patrimônio moral do empregado ou do empregador, notadamente em razão do inalterável estado de

sujeição e subordinação do trabalhador ao dirigente.

Ao adentrar nas hipóteses que causam o dano moral nas relações trabalhista, observa-se

também que o maior gerador do dano ocorre nas fases do contrato, fase esta ora exposta: pré-

contratual, contratual e pós-contratual.

Dessa forma, pode-se assegurar que na fase pré-contratual o empregador tende a buscar

informações sobre o candidato a vaga de emprego, que até então é normal, agora quando pela

exigência do empregador, submete-se o candidato a entrevista, exames, testes questionários,

antes da possível admissão dar-se ênfase aos atos discriminatórios, questionamentos sobre

opiniões pessoais, se tornando de grande relevância para o dano moral.

Ressalta que já na fase contratual, há várias hipóteses de dano causado ao empregado,

advindo do poder de subordinação e disciplinar.

Além dos fatores contratuais, observa-se também que nos dias atuais uma das principais

causas geradoras do dano moral é através de competição no ambiente de trabalho entre os

empregados.

Assevera Marcus Vinicius Lobregat que:

Na fase pré-contratual, busca o empregador obter o maio numero de

informações acerca do candidato a um posto de trabalho na empresa, o que é

bastante natural, em face das exigências do atual cenário econômico. Nesta

etapa, “o empregador procura selecionar seu empregados verificando suas

aptidões profissionais. Daí submeter o candidato a entrevistas, testes,

exames, questionários, antes de admiti-lo”. Todavia, essa investigação tem

limites que não podem ser transpostos, sob pena de violação da lei e ou da

intimidade do trabalhador, uma vez que o referido processo deve “cingir-se

ás informações necessárias, com razoabilidade e pertinência ao fim

colimado”. (CASELLA apud LOBREGAT, 2001, p. 89).

Neste contesto aduz ainda Marcus Vinicius Lobregat sobre a fase contratual:

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Durante o desenvolvimento regular do contrato de trabalho, inúmeras podem

ser as hipóteses de danos causados ao patrimônio moral do empregado ou do

empregador, notadamente em razão do constante estado de sujeição e

subordinação do primeiro ao segundo, como também dos deveres de

obediência e lealdade que devem nortear a relação empregatícia.

(LOBREGAT, 2001, p. 92).

2.3 Dano Moral Direto

O Dano Moral Direto atinge imediatamente o direito da personalidade da pessoa que

sofreu o dano. Violando e desrespeitando a vida pessoal da vítima, bem como lesionando

especificamente um direito extrapatrimonial.

Como se observa o dano moral direto, afeta diretamente a esfera da dignidade humana,

que tem por si só o respaldo na Constituição Federal de 1988, sendo um valor espiritual e

moral inerente à pessoa. Logo, tem-se a pessoa humana como valor e a dignidade humana

como princípio absoluto.

Ainda, neste compasso o princípio da dignidade humana sempre será afetado com

aflições, desgostos e mágoas que interferem no comportamento do ser humano.

De igual forma o dano moral direto está relacionado com o dano extrapatrimonial, em

que se observa que a maioria dos doutrinadores refere-se somente ao dano extrapatrimonial

não usando o vocábulo dano moral direto.

Nesta esteira de pensamento é observado que a Ilustríssima Maria Helena Diniz é a

única que faz menção ao referido dano moral direto.

Conforme descreve ilustríssimo Doutrinador Américo Luis Martins da Silva, que:

“O atentado ao direito á honra e á boa fama de alguém pode determinar

prejuízos na órbita patrimonial do ofendido ou causar apenas sofrimento

moral. Por isso, a expressão dano moral deve ser reservada exclusivamente

para designar o agravo que não produz qualquer efeito patrimonial. Se

ocorre consequências de ordem patrimonial o dano deixa de ser

extrapatrimonial”. (SILVA, 1999, p. 36)

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Neste contexto ainda afirma Maria Helena Diniz, que:

Consiste na lesão a um interesse que visa à satisfação ou gozo de um bem

jurídico extrapatrimonial contido nos direitos da personalidade (como a vida,

a integridade corporal e psíquica, a liberdade, a honra, o decoro, a

intimidade, os sentimentos afetivos, a própria imagem) ou nos atributos

pessoa (como o nome a capacidade, o estado de família). Abrange ainda, a

lesão á dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1°, III). (DINIZ, 2007, p.

91).

Conclui-se que o dano moral direto e dano extrapatrimonial têm a mesma expressão

simbólica, na prática não tem qualquer distinção.

2.4 O Dano Moral Indireto

O Dano Moral Indireto insurge quando o patrimônio da pessoa que sofreu do dano é

primeiramente atingido e por consequência em outro momento atinge a vítima do dano

lesionado.

O dano moral indireto faz menção à lesão patrimonial da vítima, ocorrendo

diminuição do patrimônio material.

Neste sentido manifesta o autor Américo Luis Martins da Silva, que: “o dano

patrimonial pressupõe sempre ofensa ou diminuição de certos valores econômicos. Portanto,

deve-se considerar patrimônio como uma pluralidade concreta de bens economicamente

valiosos, cuja lesão constitui um dano patrimonial”. (SILVA, 1999, p. 29)

Neste contexto ainda afirma Maria Helena Diniz, que:

Consiste na lesão a um interesse tendente á satisfação ou gozo de bens

jurídicos patrimoniais, que produz um menoscabo a um bem

extrapatrimonial, ou melhor, é aquele que provoca prejuízo a qualquer

interesse não patrimonial, devido a uma lesão a um bem patrimonial

da vitima. Deriva, portanto, do fato lesivo, a um interesse patrimonial.

Por exemplo, perda de coisas com valor afetivo, ou seja, de um anel

de noivado. (DINIZ, 2007, p. 91).

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O dano moral indireto como se observa, atinge os interesses financeiros da vítima de

cunho material, na qual é composto pelo dano emergente e pelos lucros cessantes, havendo

assim, prejuízo de cunho financeiro econômico surgindo assim o dano patrimonial, sendo um

objeto de reparação e ressarcimento.

Contudo, dano moral e dano patrimonial são conceituados completamente diferentes,

mas em linhas gerais, um só fato pode ter a cumulação de pedido entre o dano moral e o dano

patrimonial, para melhor entendimento segue a Súmula 37 do STJ.

STJ Súmula nº 37 - 12/03/1992 - DJ 17.03.1992

Indenizações - Danos - Material e Moral - Mesmo Fato - Cumulação

São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.

Nesta seara temos jurisprudência que estatui a constitucionalidade da Lei.

RECURSO ORDINÁRIO. DANO MORAL. O dano moral é aquele que

atinge interesses não patrimoniais da pessoa física ou jurídica. O direito à

reparação do dano nasce a partir do momento em que ocorre a lesão a um

bem jurídico extrapatrimonial, como a vida, a honra, a intimidade, a imagem

etc. Nesse diapasão o ato ilícito gerador do dano pode ser uma violação de

direito (art. 186 do Código Civil) ou um abuso no exercício de um direito

(art. 187 do Código Civil). ACÓRDÃO Nº: 20090200254 PROCESSO Nº:

02166-2005-014-02-00-5 ANO: 2007 TURMA: 12ª DATA DE

PUBLICAÇÃO: 03/04/2009

Como se nota, o dano moral direto esta correlacionado ao bem jurídico

extrapatrimonial, sendo ofensa ao principio da dignidade humana individuo “como a vida, a

honra, a intimidade, a imagem, etc”, já o dano moral indireto se relaciona aos valores

econômicos e a diminuição do patrimonial, cujo interesse é material.

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SEÇÃO 3 – RESPONSABILIDADE CIVIL

O objetivo maior do ordenamento jurídico é a justiça, onde se presumi a procura da

paz social. A serenidade social demanda de representação do estado para a administração e o

bom funcionamento de proteção dos proveitos particulares, tendo o estado o dever de cuidar

da harmonia e da estabilidade social.

A vida em sociedade implica necessariamente atividades contínuas dos indivíduos,

“sejam atividades de uma pessoa física, de uma agremiação civil, de uma sociedade

comercial, de uma indústria ou de um organismo estatal de natureza pública ou privada”.

(SILVA, 1999, p. 01).

Segundo Marcius Geraldo Porto de Oliveira:

Desde os tempos mais remotos, o Estado age no sentido de garantir a ordem

social, visando á proteção do individuo e da sociedade. Por isso, toda lesão á

ordem implica ação do Estado. Inicialmente, a repressão constitui o meio de

proteção da ordem, entendida no sentido atual como imposição penal. Nesse

sentido a responsabilidade civil é utilizada como mecanismo de reprimendas

das condutas anti-sociais, além da reparação individual especifica.

(OLIVEIRA, 1999, p. 23).

Como se observa a responsabilidade civil é o dever que alguém obtém em assumir os

efeitos dos seus atos, devendo desta maneira a reparação do prejuízo causado a outrem.

Seguindo nesta esteira os ilustríssimos Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho

afirmam que “a noção jurídica de responsabilidade pressupõe a atividade danosa de alguém

que, atuando a priori ilicitamente, viola uma norma jurídica preexistente (legal ou contratual),

subordinado-se, dessa forma, ás conseqüências do seu ato “obrigação de reparar” (Gagliano e

Filho, 2007, p. 09).

Como se nota o Código Civil de 2002 assegura a responsabilidade em diversas esferas,

como a responsabilidade contratual e extracontratual, e por sua vez inclui-se o dano moral.

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3.1 Conceito

O termo “responsabilidade”, a saber, constitui da palavra responsável, ou melhor,

significa responsabilizar pela retribuição do ato lesionado. Além disso, a palavra “civil”

refere-se ao individuo, em que se relaciona com os demais membros da coletividade, onde

resultam os direitos e obrigações do cidadão, devendo assim cumpri-lás.

Por sua vez, para se conceituar “Responsabilidade Civil” far-se-á necessário transcrever

o que diz o a autor Silvio de Salvo Venosa, que traz com clareza o verdadeiro sentido da

Responsabilidade Civil. “A responsabilidade, em sentido amplo, encerra a noção em virtude

da qual se atribui a um sujeito o dever de assumir as conseqüências de um evento ou de uma

ação.” (VENOSA, 2007, p. 4)

Nesta seara, “toda atividade que acarreta um prejuízo gera responsabilidade ou dever de

indenizar. O termo responsabilidade é utilizado em qualquer situação na qual qualquer pessoa,

natural ou jurídica, deva arcar com as conseqüências de um ato, fato, ou negócio danoso.”

(VENOSA, 2007, p. 1).

Conforme afirma Savatier “responsabilidade civil vem definida como a obrigação que

pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato

de pessoas ou coisas que dela dependam.” (SAVATIER apud RODRIGUES, 2003, p. 6)

Para tanto, se faz necessário alguns requisitos para que possa ser apurada a

responsabilidade civil do agente, e que por sua vez, observa-se a conduta do agente, podendo

ser negativa ou positiva “ação ou omissão”, o dano, e o nexo de causalidade, em que o

causador do ato lesionado ficará responsável para a sua devida reparação.

Para melhor entendimento é certo definir o que venha ser a ação ou omissão e, por

conseguinte dano e o nexo causal.

A ação ou omissão é conduta do indivíduo, na qual é realizada conscientemente e

voluntariamente voltada a um fim. Neste passo, contudo, a omissão se dá quando o individuo

se nega a realizar um dever. “A devida indenização pode derivar de uma ação ou omissão

individual do agente, sempre que, agindo ou se omitindo, infringe um dever contratual, legal

ou social.” (RODRIGUES, 2003, p. 19).

No caso em tela, comentar-se ainda sobre o dano que, “finalmente, como foi visto, a

questão da responsabilidade não se propõe se não houver dano, pois o ato ilícito só repercuti

na órbita do direito civil se causar prejuízo a alguém.” RODRIGUES, 2003, p. 18)

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Ao referir-se ao nexo de causalidade, compreende-se o ato delituoso e sua

conseqüência, causada pela ação ou até mesmo a omissão.

Aduz Silvio Salvo Venosa que:

“A doutrina concorda que não é fácil estabelecer o conceito de culpa,

embora não haja dificuldade de compreendê-la nas relações sociais e no caso

concreto. Em sentido amplo, culpa é a inobservância de um dever que o

agente devia conhecer e observar. Não podemos afastar a noção de culpa do

conceito de dever.” (VENOSA, 2007, p. 22).

De modo geral, quando se trata de responsabilidade civil podemos assegurar que

possuem três pressupostos que são originadas pela ação, dano e nexo causal, como

mencionado anteriormente.

No caso presente define Washington de Barros Monteiro:

São três os pressupostos da responsabilidade civil: ação, dano, e nexo causal.

Para que haja responsabilidade civil, é preciso existir a ação que importa na

violação a direito de outrem, o dano, seja moral, seja material e o nexo

causal entre essa ação e o dano. (MONTEIRO, 2009, p. 539).

Nesta seara segue jurisprudência que estatui:

Dano moral. Nexo causal entre a conduta patronal lesiva e o sofrimento

causado à trabalhadora provados. Indenização devida. A conduta patronal,

de negligência no fornecimento de troco para o regular funcionamento da

venda de bilhetes, expôs a reclamante, enquanto bilheteira, à fúria e aos

insultos do usuário agressivo e à situação publicamente vexatória, para a

qual a mesma não contribuiu. Soma-se a este lamentável episódio, a injusta

punição disciplinar aplicada à trabalhadora, que além das ofensas, sofreu

também o impacto financeiro resultante da suspensão disciplinar e do

desconto dos dias de inatividade. A lesão extrapatrimonial é indiscutível,

caracterizando-se o dano moral e impondo-se, por corolário lógico, a

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respectiva indenização, pela aplicação do art. 159 do Código Civil, com a

redação vigente à época dos fatos. ACÓRDÃO Nº: 20050265681

PROCESSO Nº: 00995-2002-040-02-00-7 ANO: 2003 TURMA: 4ª DATA

DE PUBLICAÇÃO: 13/05/2005

Nesta esteira a culpa e o risco são dois fundamentos da responsabilidade civil. A saber,

não se confundem os fundamentos do tema em tela com os pressupostos ora expostos.

Nesta linha de pensamento segue que: “para caracterizar a responsabilidade pela

reparação do dano é a culpa ou dolo do agente que causou o prejuízo a outrem por meio de

ação ou omissão que esta entrelaçada sobre imperícia, negligência e imprudência.”

(RODRIGUES, 2003, p. 16

Em suma faz-se-a necessário explanar sobre a imperícia, negligência e imprudência

conforme previsto no dicionário jurídico online que dispõe, que:

Imperícia - “É a modalidade de culpa decorrente da inaptidão técnica no

exercício de arte, ofício ou profissão. Configura-se a imperícia quando o

agente causa dano a outrem por falta de conhecimentos técnicos, isto é, por

não ter o conhecimento que deveria ter em virtude de qualificação

profissional. Exemplo de imperícia dá-se quando o médico, exercendo sua

profissão, causa dano ao paciente, que poderia ter sido evitado caso ele

apresentasse melhor aptidão técnica”.

Código Civil - art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que

recebeu, se por imperícia ou negligência os inutilizar.

Código Penal - art. 18 - Diz-se o crime:

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,

negligência ou imperícia.

Por conseguinte, segue a explanação da negligência:

Negligencia – “Decorre da omissão, quando o sujeito causador do

dano deixa de observar seu dever de cuidado. É um comportamento passivo,

ao contrário do que ocorre na imprudência, onde há um fazer sem cautela,

insensato. Caracteriza a negligência, por exemplo, o motorista que trafega

com os pneus do veículo em situação precária”.

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Código Civil - art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou

imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito.

Por derradeiro segue a definição de imprudência:

Imprudência - “É um comportamento de precipitação, de falta de cuidados; o

fato de agir sem a precaução que seria de se esperar de uma pessoa com

conhecimento mediano”.

Neste prisma temos jurisprudência que segue:

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO FUNDADA EM

ACIDENTE DE TRABALHO - DEFICIÊNCIAS AUDITIVA, VISUAL E

DE MALES NA COLUNA - MOLÉSTIAS CUJA ORIGEM IMPUTA A

CULPA AO EMPREGADOR, PORQUE NÃO OBSERVOU O

CUMPRIMENTO DAS NORMAS DE SEGURANÇA E HIGIENE DO

TRABALHO - INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL E DE

INCAPACIDADE LABORATIVA - SENTENÇA REFORMADA -

RECURSO DA RÉ PROVIDO. PREJUDICADO O DO AUTOR.

A responsabilidade civil do empregador não decorre automaticamente dos

riscos pertinentes à atividade empresarial, mas de eventual violação, por

ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência em relação ao

cumprimento das normas de higiene e segurança inerentes à relação jurídica

estabelecida com seus empregados, ônus que incumbe ao autor provar por

força do disposto no artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil.

3.2 Responsabilidade Civil Objetiva e Subjetiva

A responsabilidade objetiva caracteriza na existência da conduta e do dano, já

responsabilidade subjetiva é caracterizada na presunção da culpa intencional.

É inegável que se faz necessário a explanação da responsabilidade civil objetiva e

subjetiva para melhor entendimento.

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Neste passo, afirma Washington de Barros Monteiro que:

Na responsabilidade subjetiva, fundamentada na culpa, é preciso demonstrar

o modo de atuação do agente, sua intenção dolosa, isto é, à vontade do

lesante de causar o dano, ou seu comportamento negligente, imprudente ou

imperito. A responsabilidade objetiva é fundamentada no risco importando

apenas a existência da ação e do dano. (MONTEIRO, 2009. p. 540).

Nesta esteira aduz Maria Helena Diniz que:

Pode-se definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que

obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros

em razão de ato do próprio imputado, de pessoa por quem ele responde, ou

de fato de coisa ou animal sob sua guarda (responsabilidade subjetiva), ou

ainda, de simples imposição legal (responsabilidade objetiva).

A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa

a reparar dano moral ou patrimonial causando a terceiros, em razão de ato

por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma

coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal. (DINIZ, 2006, p. 40).

Ao analisar-se a responsabilidade civil subjetiva observa-se que ela está entrelaçada

com a culpa do agente, por outro enfoque está ligada diretamente ao conhecimento da prática

do ilícito, juntamente com a intenção de cometer o ato.

O Autor Paulo Eduardo V. Oliveira diz que:

Ocorre a responsabilidade subjetiva quando o dano decorre diretamente do

autor que o causa. A responsabilidade subjetiva só se concretiza se houver

dolo ou culpa por parte do causador do dano. Já a responsabilidade objetiva

independe de culpa, pois aquele que, através de sua atividade, cria um risco

de dano para terceiros, é obrigado a repará-los ainda que não se apure ação

culposa. (OLIVEIRA, 2002, p. 54).

Nessa vereda aduz o artigo 927, caput do Código Civil 2002 que: “Aquele que, por ato

ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

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Segundo Monteiro, (2009, p. 547), segue na mesma esteira nos remetendo o artigo 186

e 187 do Código civil Brasileiro o seguinte: “Aquele que, por ação, ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente

moral, comete ato ilícito”.

Por conseguinte no mesmo pensamento o artigo 187 trata de abuso de direito, em que

“também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestadamente

os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.

De outra face, a responsabilidade objetiva é autônoma no quesito da culpa, de modo

geral está amparada na teoria do risco, vale dizer que tendo somente o dano e o nexo causal,

surge assim o dever de indenizar a ação lesiva.

Sob este prisma vale ressaltar o artigo 927 do código civil que, “Aquele que, por ato

ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos

específicos em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo

autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

(VENOSA, 2009, p. 14).

Em linhas gerais afirma Silvio de Salvo Venosa que:

A doutrina refere-se também á teoria do risco integral, modalidade

extremada que justifica o dever de indenizar até mesmo quando não existe

nexo causal. O dever de indenizar estará presente tão-só perante o dano,

ainda que com culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou

força maior. Na responsabilidade objetiva como regra geral, leva-se em

conta o dano, em detrimento do dolo ou da culpa. Desse modo, para o dever

de indenizar, bastam o dano e o nexo causal, prescindido-se da prova da

culpa. (VENOSA, 2009, p. 15).

Nesse sentido o entendimento já sedimentado na colenda corte que, a responsabilidade

objetiva necessariamente tem que ter a comprovação da teoria do risco e do dano.

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ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E

MATERIAIS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A análise dos pleitos

relativos à indenização por danos morais e materiais em virtude de acidente

de trabalho se faz também à luz da responsabilidade objetiva, bastando a

comprovação, de acordo com a teoria do risco da atividade, do dano e do

nexo de causalidade entre este e a atividade desempenhada pela vítima. Na

espécie, conforme consignado no acórdão regional, restaram demonstrados o

dano e o nexo causal, de modo que há de responder a reclamada pelo

pagamento da indenização correspondente.Recurso de revista conhecido e

provido, no particular.<br />( RR - 65300-32.2005.5.15.0052 , Relatora

Ministra: Rosa Maria Weber, Data de Julgamento: 16/12/2009, 3ª Turma,

Data de Publicação: 23/04/2010)

Assim, quando se tratar de acidente de trabalho faz-se jus a indenização por danos

morais caracterizando assim a responsabilidade do empregador como objetiva.

Nesse sentido o entendimento já sedimentado na colenda corte.

RECURSO DE REVISTA - DANOS MATERIAL E MORAL - ACIDENTE

DE TRABALHO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO

EMPREGADOR - ART. 927, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL

- CONCEITO DE ATIVIDADE HABITUALMENTE DESENVOLVIDA -

DIREITO DO CONSUMIDOR - DIREITO DO TRABALHO - PRINCÍPIO

CONSTITUCIONAL SOLIDARISTA - INCIDÊNCIA. O sistema de

responsabilidade civil adotado pelo ordenamento jurídico é um dos reflexos

da preocupação do legislador com a tutela dos direitos pertencentes àqueles

que não podem negociar, em condições de igualdade, os seus interesses com

a outra parte da relação contratual. Nesse passo, o Código Civil, em seu art.

927, parágrafo único, estabelece que será objetiva a responsabilidade

daquele que, em face do desenvolvimento normal de sua atividade, puder

causar dano a outrem. Atividade, no sentido utilizado na norma, deve ser

entendida como a conduta habitualmente desempenhada, de maneira

comercial ou empresarial, para a realização dos fins econômicos visados

pelo autor do dano. Entretanto, dado o caráter excepcional de que se reveste

a responsabilidade objetiva em nosso ordenamento jurídico (já que a regra é

de que somente haverá a imputação de conduta lesiva a alguém se provada a

sua atuação culposa), somente nos casos em que os produtos e serviços

fornecidos pelo causador do dano apresentarem perigo anormal e

imprevisível ao sujeito que deles se utiliza haverá espaço para a incidência

do citado diploma legal. Ressalte-se, ainda, que o Código Civil, por força

dos arts. 8º, parágrafo único, da CLT e 7º do CDC, ostenta a condição de

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norma geral em termos de responsabilidade civil, motivo pelo qual a sua

aplicação aos demais ramos do direito depende da inexistência de legislação

específica sobre o assunto, assim como de sua compatibilidade com os

princípios inerentes à parcela do direito a que se visa a inserção da aludida

regra geral. No direito do consumidor, a responsabilidade do fornecedor

pelos defeitos dos produtos e serviços despejados no mercado é objetiva,

independentemente de a atividade por ele normalmente desenvolvida

apresentar risco a direito de outrem. Assim, desnecessária a aplicação da

norma civil às relações de consumo, dado o caráter mais benéfico desta. No

Direito do Trabalho, entretanto, no art. 7º, XXVIII, da Carta Magna

determina-se, tão somente, que o empregador responderá pelos danos morais

e materiais causados aos seus empregados, desde que comprovada a culpa

daquele que suporta os riscos da atividade produtiva. A Constituição

Federal, como se percebe, não faz menção à possibilidade de se

responsabilizar objetivamente o empregador pelos aludidos danos. Apesar

disso, tendo em vista o disposto no caput do aludido dispositivo

constitucional e o princípio da norma mais benéfica, a outra conclusão não

se pode chegar, senão de que não se vedou a criação de um sistema de

responsabilidade mais favorável ao empregado, ainda que fora da legislação

especificamente destinada a reger as relações laborais, mormente se

considerarmos que o trabalhador, premido pela necessidade de auferir meios

para a sua sobrevivência, apresenta-se, em relação ao seu empregador, na

posição mais desigual dentre aquelas que se pode conceber nas interações

humanas. Dessa forma, a fim de evitar o paradoxo de se responsabilizar o

mesmo indivíduo (ora na condição de empregador, ora na condição de

fornecedor) de forma diversa (objetiva ou subjetivamente) em face do

mesmo evento danoso, somente pelo fato das suas consequências terem

atingido vítimas em diferentes estágios da atividade produtiva, necessária se

faz a aplicação do art. 927, parágrafo único, do Código Civil ao direito do

trabalho, desde que, no momento do acidente, o empregado esteja inserido

na atividade empresarialmente desenvolvida pelo seu empregador. A adoção

de tal entendimento confere plena eficácia ao princípio constitucional

solidarista, segundo o qual a reparação da vítima afigura-se mais importante

do que a individualização de um culpado pelo evento danoso. Na hipótese

dos autos, restam presentes os elementos necessários à incidência do

dispositivo civilista, motivo pelo qual deve ser mantida a decisão do

Tribunal Regional do Trabalho. Recurso de revista não conhecido. <br /> (

RR - 77300-64.2004.5.05.0121 , Relator Ministro: Luiz Philippe Vieira de

Mello Filho, Data de Julgamento: 06/10/2010, 1ª Turma, Data de

Publicação: 15/10/2010).

Vale ressaltar, que no âmbito do Direito do Trabalho o empregador responderá

objetivamente ao causar danos morais e materiais ao empregado por assumir os riscos da

atividade produtiva.

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3.3 Responsabilidade Civil do Empregador em face do Empregado

Conforme prevê o ordenamento jurídico, a responsabilidade civil do empregador por ato

causado por empregado no desenvolvimento das atividades que lhe são conferidas deixou de

ser responsabilidade civil subjetiva.

Ao prosseguir com os estudos, não se pode ocultar a responsabilidade do empregador

causado por seu empregado ou preposto, de modo que o artigo 932, inciso III, do Código

Civil Brasileiro combinado com a súmula n° 341 do STF vem caracterizando a presunção de

culpa, transformando em hipótese legal de responsabilidade objetiva.

STF Súmula nº 341 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante

do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição:

Imprensa Nacional, 1964, p. 149.

Presunção - Culpa do Patrão ou Comitente - Ato Culposo do Empregado ou

Preposto

É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do empregado

ou preposto.

Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,

no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

Ao adentrar nas fases contratuais em uma relação de emprego, ocorre neste momento o

período de maior responsabilidade do empregador. Com o seu poder diretivo nas tomadas de

decisões e na sua administração, fazem com que o seu o empregado se torne mais vulnerável à

relação de emprego. Conforme prevê o artigo 932, inciso III do Código Civil “São também

responsáveis pela reparação civil: o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçal

e preposto, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”.

Em verdade, para melhor entendimento se faz necessário conceituar o empregador.

Neste enfoque, o empregador nasce através da atividade econômica, independentemente de ter

ou não personalidade jurídica, tendo ou não fins lucrativos.

De igual forma traz-se o artigo 2° da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e seu

respectivo parágrafo, que:

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“Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo

os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação

pessoal de serviço; § 1º – Equiparam-se ao empregador, para os efeitos

exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins

lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados; § 2° - Sempre

que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade

jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra,

constituindo grupo indústria, comercial ou de qualquer outra atividade

econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente

responsáveis a empresa principal e Ada uma das subordinadas.”

Outrossim, deve-se conceituar o empregado, sendo uma pessoa física que recebe

ordenado por trabalho realizado:

Art. 3° Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de

natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante

salário. Parágrafo único – Não haverá distinções relativas à espécie de

emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual,

técnico e manual. (Consolidação das Leis Trabalhista)

Desta maneira compete ao empregador: “manter a regularidade na sua empresa,

garantindo assim o indispensável aos direitos da personalidade de seus empregados, direito

estes como a intimidade, vida privada, honra, imagem”. (LOBREGT, 2001, p. 118)

Neste mesmo diapasão segue jurisprudência que estatui.

Apelação Cível n. 2009.040878-4, de Biguaçu Relator: Des. Edson Ubaldo

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAIS.

ABALO MORAL NÃO CARACTERIZADO. MERO DISSABOR,

IMPASSÍVEL DE RESSARCIMENTO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

Para a reparação do dano moral, mister se faz o preenchimento dos requisitos

exigidos pela teoria da responsabilidade civil, bem como a plena

demonstração do sofrimento e angústia sofridos por fato originado por conduta dolosa ou culposa do agente.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível n. 2009.040878-

4, da comarca de Biguaçu (1ª Vara), em que é apelante Nelson Martins

Nascimento, e apelado Adir Rogerio Marcelino:

ACORDAM, em Primeira Câmara de Direito Civil, por votação unânime,

conhecer do recurso e negar-lhe provimento. Custas legais.

Não se pretende esgotar o certame do assunto com tais explanações, contudo, após a

análise doutrinaria, percebe-se que é bem amplo o que tange a responsabilidade civil.

Ao adentrar no quesito da responsabilidade do empregador, que em função de causar

dano ao seu empregado, bem como ao invadir a vida privada, denegrir a imagem, dirigir

palavras ofensivas, não zelar pela integridade física do seu empregado, estará, o mesmo,

cometendo falta grave no ordenamento jurídico, tendo obrigação de reparar os danos morais

lesionados, sendo uma reparação justa, de forma a reparar a ofensa que foi feita à pessoa

humana.

Segundo o autor Paulo Eduardo V. Oliveira “a responsabilidade se conceitua como

obrigação que incumbe a uma pessoa física ou jurídica de reparar o prejuízo causado a outra,

por fato próprio ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam”. (OLIVEIRA, 2002, p

116)

Afirma ainda o autor que há muitos pontos em comuns quando se faz comparação com

a responsabilidade civil e a responsabilidade trabalhista:

(...) há entre elas muitos pontos comuns: ambas situam-se no âmbito do

direito privado; nas duas o causador de dano tem obrigação de repará-lo e

também se tem como pressupostos: ação ou omissão do agente; culpa do

agente quando subjetiva a responsabilidade; objetiva esta se com exposição

ao risco; relação de causalidade; dano experimentado pela vitima.

(OLIVEIRA, 2002, p. 117).

A particularidade da responsabilidade do empregador sucedeu do argumento da relação

de trabalho em que se situa tal relação, onde fez com que, em um determinado momento, o

direito lhe desse um tratamento diferenciado.

Sendo a relação de emprego instituído em um contrato de trabalho, se por ventura uma

das partes não cumprir a obrigação dele em curso, observar-se-á, que neste momento, gerará o

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efeito de causar dano patrimonial e moral, ocorrendo tal dano, o causador haverá de

compensa-ló, obrigatoriamente por via de reparação em espécie.

A ofensa origina-se de ação dolosa ou de culpa, de responsabilidade subjetiva ou

objetiva. Assim a obrigação da não reparabilidade só ocorre por caso fortuito ou força maior.

Podemos observa no artigo 479 e 480 da CLT, que “ambos ou há uma afetação de

prejuízo sofrido pelo trabalhador ou em possível dano sujeito á demonstrar causado ao

empregador”.

Desta maneira os doutrinadores Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho

mencionam que:

“... a idéia de culpa, na modalidade in iligendo, tornou-se legalmente

irrelevante para se aferir a responsabilidade civil do empregador,

propugnando-se pela mais ampla ressarcibilidade da vítima, o que se mostra

perfeitamente compatível com a vocação, aqui já demonstrada, de que o

empregador deve responder pelos riscos econômicos da atividade exercida.

Em realidade essa responsabilidade que é objetiva, independentemente do sujeito

vitimado pela conduta do empregado, pouco importa que seja um outro empregado ou terceiro

ao ambiente laboral “fornecedor, cliente” (Gagliano e Filho, 2007, p. 238).

Como observa a jurisprudência que segue, mesmo que involuntariamente o

empregador responde de forma objetiva pelos riscos causados pelos seus empregados.

Responsabilidade civil. Acidente do trabalho. Empregador. Perda do olho

esquerdo. Brincadeira de estilingue durante o almoço. Pensionamento. Dano

mora. 1) Ato ilícito: empregado atingido no olho esquerdo, durante o horário

do almoço no estabelecimento industrial, por bucha de papelão atirada com

estilingue feito com a borracha de luva. Perda da visão do olho esquerdo. 2)

Culpa da empresa demandada: presença de culpa da empresa requerida “in

vigilando” (falta de controle dos funcionários á sua disposição) e “in

omittendo” (omissão nos cuidados devidos), 3) Culpa concorrente da vitima

no caso concreto. 4) Pensionamento: redução da capacidade laborativa

caracterizada pela necessidade de dispêndio de maior esforço, em função

monocular (art. 1539 do CC). Fixação do percentual da pensão com base na

pericia do DMJ (30a%) a incidir sobre a remuneração do empregado

acidentado na data da ocorrência do acidente. Redução do valor arbitrado na

sentença. 5) Dano moral: caracterização do dano moral pela grave ofensa á

integridade física do empregado acidentado. Manutenção do valor da

indenização arbitrado na sentença, que abrangeu os danos morais e estéticos.

Sentença de procedência modificada. Apelação parcialmente provida.

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(Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível n. 70003335924,

9° Câmara Cível, Relator: Des. Paulo de Tarso Vieira Sanseverino - Julgado

em 12-12-2001).

De modo geral, o empregador responde objetivamente pelos danos causados pelo

empregado, em regra o empregador é que deve assumi os riscos da atividade econômica.

Agora, não há como negar que, como regra geral, indubitavelmente a responsabilidade

civil do empregador, por danos decorrentes de acidente de trabalho, é subjetiva, devendo ser

provada alguma conduta culposa de sua parte, em algumas das modalidades possíveis.

(Gagliano e Filho, 2007, p. 245).

Diante do exposto e por igual razão, a questão sobre a responsabilidade objetiva e

subjetiva não é tão simples assim, devendo ser dirimida pela nossa jurisprudência.

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SEÇÃO 04 – O DANO MORAL E A SUA REPARAÇÃO

E impossível conceituar o dano moral e não descrever sobre a sua devida reparação.

De modo geral o dano moral já fora conceituado em cota supra, resta-se agora conceituar a

reparação, e evidentemente o dano lesionado que pode acarretar as conseqüências da

reparação.

No caso presente, o dano moral não há de se falar em indenização ou ressarcimento,

mas sim em compensação pelo dano moral. De qualquer forma a vítima recebe uma

satisfação, não sendo o equivalente pecuniário, a princípio de certa forma, vai diminuir a lesão

sofrida.

Inobstante a isto Cleyton Reis afirma que:

“... os danos morais são danos como os demais, portanto, suscetíveis de

reparação. Todavia, a questão da maior importância reside na circunstância

de que não são somente os danos puramente morais que devem ser objeto de

reparação, como também aqueles que venham a ter reflexos no patrimônio

da vitima. Entrementes, o trabalho objetiva apenas a reparação dos danos

provenientes de lesões aos bens ideais. Nesse sentido, toda e qualquer lesão

a esses direitos resulta no dever de reparar, em face do ato ilícito de terceiro

que resultou na transgressão dos direitos do lesionado.” (REIS, 1998, p.

85)

A vítima que sofreu o dano pode demandar uma indenização em espécie, em razão do

dano moral, não obstante a isso, “não deve pedir um valor para sua mágoa, mas um bálsamo

que acalente em parte, as consequências do prejuízo sofrido, suavizando seu futuro, superando

o mal causado pelo dano”. (CLAYTON REIS, 1998, p. 87)

Segundo o autor Américo Luis Martins da Silva, que:

A reparação nada mais é do que isto: fazer reparo no que foi danificado,

fazer conserto, fazer restauração e assim sucessivamente. A reparação

constitui o ato pelo qual alguém está obrigado a restabelecer o status

aquo ante; é restabelecer as coisas conforme o se estado original –

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restituição integral – dever de quem lesa a outrem de reparar o dano.

(SILVA, p. 296).

Em entendimento às hipóteses de reparação, devem ser como ato de indenizar,

recompensar e até mesmo ressarcir. Nesta esteira nos ilustra com seu brilhante esclarecimento

que: “a reparação pode se da de duas formas: reposição natural, reparação pecuniária ou

indenização propriamente dita”. (SILVA apud ORLANDO GOMES, P. 297).

DANOS MORAIS. VALOR DA INDENIZAÇÃO. Arbitrado o valor da

indenização por danos morais em estrita observância dos princípios da

razoabilidade e da proporcionalidade, sopesados a extensão do dano, a

condição financeira da vítima e o porte da reclamada. Arts. 5º, V e X, da Lei

Maior e 944 do Código Civil inviolados. Recurso de revista integralmente

não-conhecido. (RR - 17800-25.2006.5.02.0301, Relatora Ministra: Rosa

Maria Weber, Data de Julgamento: 14/10/2009, 3ª Turma, Data de

Publicação: 13/11/2009)

Entretanto, ao arbitrar o valor da indenização por dano moral deverá ser observado os

princípios da proporcionalidade e da razoabilidade na medida em que se prova a extensão do

dano.

4.1 Reparação do Dano Moral na Relação de Trabalho

Como se nota nas relações de trabalho o empregador e até mesmo o empregado pode

lesionar a honra, a boa fama contra qualquer pessoa, ou até mesmo ofensas físicas, em

derivação do contrato de trabalho, neste prisma ambos ficará obrigado a reparar o ato lesivo.

Percebe-se que procedendo à ruptura do contrato por parte do empregado pode-se

causar o ato lesivo contra o empregador, que neste caso é hipossuficiente. Nesse sentido, não

será necessariamente responsável pelo dano causado devido sua deficiência e por não ter o

mínimo de condições financeiras.

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Agora, quando a ruptura do contrato for por parte do empregador será de extrema

responsabilidade o dever de reparar o ato lesivo que causou, se por ventura vier de encontro

com as hipóteses do dano moral.

Mister, se faz mencionar que a competição entre os empregados no ambiente de

trabalho e umas das maiores causadoras do dano moral, envolvendo o trabalhador e

empregador, nesse diapasão fica obrigado a repará-lo o dano.

Vale ressaltar, que os motivos relacionados à rescisão do contrato, seguem exposto nos

artigos 482, 483, e seus respectivos incisos. Para melhor entendimento, segue:

Art. 482 – “Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho

pelo empregador”:

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer

pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de

legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o

empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,

própria ou de outrem;” (Consolidação das Leis Trabalhistas).

Art. 483 – O empregado poderá considerar rescindido o contrato e

pleitear a devida indenização quando:

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua

família, ato lesivo da honra e boa fama; (Consolidação das Leis

Trabalhistas).

Além desse fator, no que trata a competência, tem também o quesito da reparação do

dano, onde é causado por ação ou omissão voluntaria, negligência ou imprudência.

Para o melhor entendimento segue o fundamento de Américo Luis Martins da Silva,

(1999, p 298) “aquele que, por ação ou omissão voluntaria, negligencia ou imprudência,

violar direito, ou causar prejuízo, fica obrigado a reparar o dano material e moral”.

Para que haja a devida reparação é necessário verificar a possibilidade de culpa do

causador do dano, devendo ainda analisar a responsabilidade, se é objetiva ou subjetiva e por

consequência os resultados da devida reparação do dano lesionado.

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Sendo assim, (Lobregat, 2001, p. 115) “a obrigação de indenizar resulta da relação de

causalidade entre o dano sofrido e a conduta comissiva ou omissiva que o ensejou, o seu

fundamento de validade nas normas do “art. 5°, incisos v e x, da Constituição Federal”.

Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das

pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral

decorrente de sua violação;

Assim, se no curso do pacto laboral o empregador exterioriza uma conduta ilícita, que,

por sua vez, atinge o patrimônio moral do empregado, como a prática de atitudes

discriminatórias que colocam a outra parte em condição de inferioridade e/ou situação

vexatória, resulta de tal circunstância, a indiscutível obrigação de reparar o dano, mediante o

oferecimento da indenização pecuniária compensatória correspondente.

Do mesmo modo, “na hipótese de causar o empregado prejuízo moral ao empregador,

em decorrência de ação ou omissão derivada de sua conduta, caberá a ele a obrigação de

prestar o ressarcimento respectivo”. (LOBREGAT, 2001, p. 115)

4.2 Finalidade da reparação

A Constituição Federal de 1988 passa a integrar leis especiais que vigoram, nos

últimos tempos, a reparação do dano moral, recuperando assim a melhor forma de repará-lo.

Por outro enfoque Maria Helena Diniz destaca que o “Direito não repara a dor, a magoa, o

sofrimento ou a angustia, mas apenas aqueles danos que resultarem da privação de um bem

sobre o qual o lesado teria interesse reconhecido juridicamente”. (SILVA apud DINIZ, p.

314).

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Assim temos jurisprudência que nos afirma que a função reparatória da indenização

por dano moral tem como finalidade oferecer compensação ao lesionado, devendo usar e

observar os critérios dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.

DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. MONTANTE ARBITRADO À

CONDENAÇÃO. No acórdão recorrido foi mantida a condenação ao

pagamento de indenização por dano moral arbitrada na quantia de R$

453.000,00, atualizáveis, ao fundamento de que a reparação pecuniária não

retorna à situação anterior, mas indeniza a perda. Diante das circunstâncias

do caso concreto, o montante indenizatório arbitrado pelas instâncias

ordinárias não observou os critérios da proporcionalidade e razoabilidade

preconizados no inciso V do art. 5º da CF/1988, violado, portanto, pela

decisão recorrida. A função reparatória da indenização por dano moral tem

como finalidade oferecer compensação à vítima e, assim, atenuar o seu

sofrimento, recaindo em montante razoável do patrimônio do ofensor, de tal

modo que ele não persista na conduta ilícita, sob pena de se tornar

desproporcional o montante indenizatório, havendo de existir equilíbrio entre

o dano e o ressarcimento. Recurso de revista conhecido e parcialmente

provido, nesse tema, para reduzir a indenização ao montante arbitrado em R$

50.000,00. ( ED-RR - 53000-75.1999.5.15.0043 , Relator Juiz Convocado:

Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 09/03/2005, 5ª Turma, Data

de Publicação: 01/04/2005)

4.3 – O dano Moral e sua Competencia para Processamento na Justiça do Trabalho

O dano moral é mencionado em varias esferas do ramo do Direito, tendo seu inicio na

Carta Magda, expandindo nas demais divisões do nosso ordenamento, dentre eles estão no

Código Civil, no Código de Processo Civil, na Consolidação das Leis Trabalhistas, o Código

de Defesa do Consumidor, a Lei de imprensa, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre

outros.

No caso presente, será abordado a competencia da Justiça do Trabalho que passou a

dirimir as ações provocadas por dano moral no ambiente de trabalho, que até então era da

alçada civil, a partir da emenda constitucional de número 45 /2004.

A Constituição Federal de 1988 revela-se com clareza em seu artigo 114 que:

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Artigo 114 CF 1988 “Compete á Justiça do Trabalho conciliar e julgar os

dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores,

abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública

direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da

União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de

trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas

próprias sentenças, inclusive coletivas”.

Nesta seara temos jurisprudência que segue.

Indenização de dano moral. Prescrição. 1. A indenização de dano moral não

tem previsão na legislação do trabalho, mas no direito comum. Constatação

não desmentida pelo deslocamento da competência à Justiça do Trabalho

pela EC 45. A matéria que era antes discutida na Justiça comum, passou a

ser agora discutida na Justiça do Trabalho. Alterou-se apenas a competência,

mas não a relação jurídica da matéria discutida. Embora o litígio seja

decorrente de uma relação de trabalho, não envolve direito tipicamente

trabalhista. Não é também razoável supor que a alteração da competência,

como regra de direito processual, implica, necessariamente, a alteração do

direito material. A Constituição Federal estabelece prazo prescricional

apenas com relação aos direitos e obrigações diretamente vinculados ao

contrato. A obrigação de indenizar dano moral não tem previsão no contrato

e também não é oriundo do contrato, mas sim de uma obrigação dele

independente. 2. Hipótese em que, todavia, a ação foi ajuizada na vigência

do novo Código Civil, quando ainda não transcorrido mais da metade do

prazo da lei revogada. Prescrição consumada. Sentença mantida, ainda que

por outro fundamento. ACÓRDÃO Nº: 20080945907 PROCESSO Nº:

00162-2007-316-02-00-1 ANO: 2007 TURMA: 11ª DATA DE

PUBLICAÇÃO: 04/11/2008

O Autor Rodolfo Pamplona Filho, (1998, p. 98), faz referencia ao Amauri Mascaro

Nascimento, “São três as regras constitucionais de competência matéria da Justiça do

Trabalho prevista no artigo 114 da constituição Federal de 1988, com base nas quais os

principais problemas devem se equacionados”. (FILHO apud NASCIMENTO, 1988, p. 98).

No caso presente, entende-se que toda e qualquer relação empregatícia é de extrema

competência da Justiça do Trabalho na forma da lei, desde que o certame do assunto esteja

relacionado a conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e

empregadores.

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Contudo, houve uma mudança considerável para a devida competência para julgar os

casos relacionados ao dano moral.

Vale lembrar que em 2004 houve a edição da Emenda Constitucional, alterando o

artigo 114 da Constituição Federal mudando a competência da Justiça do Trabalho, recaindo

sobre o que concerne o dano moral, obstruindo assim da esfera Cível.

A competencia para julgar as ações de dano moral onde se deu origem nas relações de

trabalho, era amparada na esfera Cível, com edição da Emenda Constitucional houve inclusão

do termo dano moral na vertente do texto da lei.

Assim, o artigo 114 da Constituição Federal, remete-se, que:

Art. 114 - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito

público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e

trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato

questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,

ressalvado o disposto no art. 102, I, "o";

VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes

da relação de trabalho; (grifo nosso)

VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos

empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I,

"a", e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Súmula nº 392 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e 25.04.2005 - Conversão

da Orientação Jurisprudencial nº 327 da SDI-1

Dano Moral - Competência da Justiça do Trabalho

Nos termos do art. 114 da CF/1988, a Justiça do Trabalho é competente para

dirimir controvérsias referentes à indenização por dano moral, quando

decorrente da relação de trabalho. (ex- OJ nº 327 - DJ 09.12.2003)

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4.4 Os Critérios para Indenização

Na fixação do valor da reparação, o juiz primordialmente destinar-se-á a alguns

parâmetros procedimentais, considerando a extensão espiritual do dano, a imagem do lesado,

a do que lesou e a intenção do autor do dano, como meio de ponderar o mais objetivamente

possível, direito ligado à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas.

Sobre as formas de reparação de dano, ensina Orlando Gomes:

(...) que há “reposição natural quando o bem é restituído ao estado em que

se encontrava antes do fato danoso. Constitui a mais adequada forma de

reparação, mas nem sempre é possível, e muito pelo contrario. Substitui-se

por uma prestação pecuniária, de caráter compensatório. Se o a outro do

dano não pode restabelecer o estado efeito da coisa que danificou, paga a

quantia correspondente a seu valor”. (FILHO apud GOMES, 1988, p. 35)

Conforme estatui a jurisprudência o julgador deve usar o principio da razoabilidade e

da proporcionalidade.

DANOMORAL VALOR ARBITRADO À INDENIZAÇÃO. CRITÉRIOS PARA A

FIXAÇÃO. Não se afigura possível o processamento da revista por

divergência jurisprudencial. Com efeito, constata-se que, de um lado, parte

dos arestos transcritos são oriundos do Superior Tribunal de Justiça, não

atendendo, portanto, aos requisitos do artigo 896, a, da CLT. De outro,

verifica-se que o Tribunal de origem, para arbitrar o valor da indenização

por danos morais, norteou-se por critérios relativos ao contexto fático sob

análise, tais como a gravidade do dano , bem como a capacidade econômica

da empregadora e a condição pessoal do empregado. Desse modo, para que

os arestos transcritos denotassem especificidade com a hipótese vertente,

seria necessária a completa identidade fática com o contexto delineado

nestes autos, o que não se verificou. Pertinência da Súmula nº 296 do TST.

Agravo a que se nega provimento.

Processo: AIRR - 98640-04.2001.5.04.0281 Data de Julgamento:

02/08/2006, Relator Ministro: Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, Data de

Publicação: DJ 01/09/2006.

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CONCLUSÃO

A realização da pesquisa concluiu-se que o dano moral nas relações de trabalho é um

assunto bastante complexo e polemico, mediante a dificuldade da sua natureza probatória,

tendo em vista também a complexidade originada na relação de trabalho entre empregador e

empregado, sendo necessário que o empregador ao exercer seu poder de direção, organização

e disciplina, até mesmo quando delegar a terceiros, instruí-los quanto à consequência do

arbitramento desnecessário, em que deve ser respeitado o princípio da igualdade colimado

pela Carta Magna de 1988.

De início dificilmente encontramos alguma informação relevante anteriormente a

Constituição Federal de 1988, quanto ao princípio da igualdade ou isonomia garantido pela

Carta Política em relação ao preconceito e discriminação, de modo geral, ao afetar a

dignidade do trabalhador, denegrir a sua imagem, dirigir palavras ofensivas a sua honra e

várias outras discriminações sofridas pelos trabalhadores, nem mesmo a Consolidação das

Leis do Trabalho trouxe em seu dispositivo um conceito específico em relação ao dano moral

nas relações de trabalho, que atualmente tem se tornado muito comum no dia a dia dos

trabalhadores e empregadores.

Do exposto, buscou-se fazer alusão à discussão do tema, tanto na doutrina quanto na

jurisprudência referente o dano moral no ambiente de trabalho, no entanto observamos que

existem inúmeras hipóteses causadoras do dano observadas nas pesquisas, é fundamental que

estejamos analisando a jurisprudência sobre os demais aspectos da caracterização do dano

moral no ambiente de trabalho, pois se trata de um tema recente no nosso regime jurídico e o

tratamento que vai ser dado nos Tribunais é fundamental para a aplicação dos dispositivos

legais.

As formas que consiste as causas do dano moral, sem sombra de duvida estão

relacionadas à fase de seleção, os comentários maldosos aos candidatos homossexuais, ou que

sofra algum tipo de doença, prática de revista íntima, acusação infundada.

E como visto, ao gerar o dano, fica responsável, o causador, a repará-lo. De igual

forma dar ensejo à responsabilidade Civil em reparar o dano moral ou até mesmo patrimonial.

Por conseguinte, para que haja a devida reparação precisamente observa-se a

responsabilidade e se é objetiva ou subjetiva, caracterizando assim e ensejando a reparação do

dano moral.

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Para que possamos atingir o objetivo de erradicar esse comportamento antijurídico

contra o ser humano no ambiente de trabalho é necessária também uma transformação no

interior dos indivíduos, pois nada adianta o Legislador criar mecanismos plausíveis de ser

aplicável, se o ser humano não evoluir internamente, continuando com uma perspectiva moral

e retrógada.

Por esta razão, o que se pretendeu o presente trabalho foi demonstrar, de modo mais

objetivo e possível, que o combate ao dano moral nas relações trabalhistas é de suma

importância para a preservação do próprio Estado de Direito e que os excelentes resultados de

sua aplicação somente tornarão plausíveis com a efetiva participação dos jurisdicionados, os

quais convenhamos, são os grande beneficiários do sucesso desta empreitada.

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