dan lakáv zechut, lashón hará - rabino yssachar frand

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  • 7/25/2019 Dan Lakv Zechut, LasHn Har - Rabino Yssachar Frand

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    Buvt/HMM*

    - ! E H K , E S C U T O 0 C A U H 1 0 R U G I R I

    D A N L E K V Z E C H U T

    InRabino Yssachar Frand

    ELUL 5759 - 1999

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    Em Memria de:

    Admr Rebe Eliezer ben Admr Rebe Yehosha

    Horwitz Ztl, Admr de Mlitz

    *

    Avrahm ben Mordechi HaLevi Siegel

    Zev ben Ytschk Yacov Farberas

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    O nome Yssachar Frand tem se tomado sinnimo de eloquncia,humor, paixo, sensibilidade e sabedoria da Tor. Suas palestrase fitas cassete so entusiasticamente aguardadas e bem-vindasem todo o mundo, de Melboume (Austrlia) at Joanesburgo(frica do Sul), de So Paulo at Jerusalm, passando porincontveis outros pontos.

    Nascido em Seattle (EUA) e Rosh Yeshiv na Yeshiv NerIsrael, em Baltimore, o Rabino Frand transmite ensinamentosincisivos, grande sabedoria e um entendimento intuitivo paraanalisarmos nosso dia-a-dia e nossas aspiraes atravs do

    prisma da Tor. Se ele tem sucesso ? Pergunte a alguma dasmilhares de pessoas que comparecem s suas palestras ou que

    fazem de suas fitas parte indispensvel de suas vidas.

    Raramente uma pessoa consegue capturar a ateno de tantostipos diferentes de audincia. Nesta traduo vocs tero aoportunidade de conhecer seu estilo, balanceando a vidamoderna com valores eternos. Como uma sinfonia nas mos de

    um virtuoso, estes temas, to banais e ao mesmo tempo bsicosem nossa complexa sociedade, tomam forma e se tornam clarosatravs da mente e da caneta do Rabino Frand.

    Shan Tov e Boa leitura !

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    Hoje irei falar sobre um conceito que creio todos ns j ouvimos arespeito: o conceito de Dan Lekv Zechut, dar aos demais o benefcio dadvida, enxergar as pessoas sob um enfoque positivo.

    Mas quero comear falando no diretamente sobre esta Mitsv,mas sim falando sobre dieta. Sim, dieta, regime. Um assunto que tenhocerteza muitos de ns j pensaram a respeito. Qualquer um que tenha defato feito uma dieta, sabe que ela no a soluo em si. A pessoa podefazer uma dieta, perder peso, diminuir a quantidade de comida, mas istono solucionar o problema a longo prazo. Qualquer um que tenha feitoregime sabe que se no tiver algum tipo de plano de ao, ireventualmente recuperar de novo o peso que perdeu.

    O necessrio uma mudana de comportamento. Deve-se mudar aforma de encarar a comida, o jeito que se pensa em comer. Deve-se,literaimente, mudar de comportamento. E, de certo modo, esta Mitsv

    sobre a qual vamos estar falando, a Mitsv de Betsdek TishptAmitcha , a Mitsv de julgar as pessoas com bondade e generosidade,baseia-se, literalmente, numa mudana de comportamento. algo quepode mudar e melhorar radicalmente nossa relao com o prximo. Isto mais do que simplesmente tentar parar de fazer alguma coisa emparticular, isto pode realmente mudar completamente o jeito que nosrelacionamos com nossos semelhantes.

    Se olharmos na Tor este versculo, Betsdek Tishpt Amitcha, o

    mandamento positivo de julgar as pessoas favoravelmente e dar a elas obenefcio da dvida (em Vaikr, captulo 19, versculo 15) e lermos os 3versculos que se seguem, ficaremos surpresos com o que eles nos dizem.

    Vamos estudar os 4 versculos juntos. A Tor nos diz:

    Julgue o prximo favoravelmente No difame as pessoas No fique passivo diante do seu prximo quando ele estiver em perigo

    No odeie o prximo Repreenda, corrija o prximo No humilhe ou embarace algum em pblico No seja vingativo

    Estes versculos que mencionam: no difame, no odeie, no humilhe,no se vingue, so quase todo o corpo de leis, dentro do Cdigo de Leis

    judaico, sobre o relacionamento entre o homem e seus semelhantes.

    sobre isto que tudo se baseia: No fale mal do outro, no odeie o prximo,no se vingue, ame o prximo como a si mesmo ! Quase todo o corpo doconjunto de leis de como devemos tratar o prximo !

    Mas como tudo comea ? Comea com 3 palavras: Betsdek TishptAmitcha, julgue o prximo favoravelmente. O que isto nos dizimplicitamente : Faa o seguinte: julgue favoravelmente, d o benefcio

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    da dvida e todo o resto ir se encaixar. Assim falaremos menos mal daspessoas, no iremos odiar ningum, no sentiremos necessidade dehumilhar ningum, mas sim iremos nos importar com os demais e noiremos querer nos vingar

    Mas isto s ocorrer se pudermos dar aos outros o benefcio dadvida, pois a que tudo comea. Literalmente: Betsdek Tishpt

    Amitcha . Fazer um julgamento desfavorvel est particularmenterelacionado com o pecado de difamar, falar mal dos outros. Quais so as 3palavras seguintes na Tor ? L Telch Rachl Beamcha (no andarscom mexericos entre o teu povo (Vaikr 19:16)) .

    O Chafets Chaim, Rabino Israel Meir Kagan (Polnia, 1839-1933), nosdiz isto ciaramente:

    "... quanto mais formos cuidadosos em julgar as pessoas

    favoravelmente e dar-lhes o benefcio da dvida, menos Lashn HaR(difamao) iremos falar .

    uma relao inversamente proporcional: Quanto melhor, maisfavorvel e generosos formos o ao julgar as pessoas, menos Lashn HaRiremos falar. O Chafets Haim insiste neste ponto ainda mais explicitamente:

    "... a maior parte dos casos de Lashn HaR comea porquefalhamos em dar s pessoas o benefcio da dvida .

    *

    a que tudo comea ... Pense a respeito. Isto no acontecesempre conosco ? No acontece sempre que antes de comearmos a dizeralgo sobre algum, temos (como se tivssemos) que fazer uma avaliao,temos que fazer um julgamento, um comentrio sobre a pessoa ? E a,depois que fizemos o comentrio, fizemos o julgamento ... tarde demais !J comeamos a falar Lashn Har !

    Mas se antes de tecermos um julgamento conseguirmos pensar:

    Espere um pouco ! Talvez no seja desse jeito, talvez o sujeito no quisdizer isto, no foi esta sua inteno, no foi isto o que ele fez... . O LashnHaR pararia antes mesmo de comear. Deixem-me dar um exemplopessoal. Neste caso, no ca na armadilha do Lashn Har, mas poderiater seguido por este caminho muito facilmente.

    Alguns meses atrs tivemos, graas a Dus, a boa sorte de casarum de nossos filhos. Como vocs todos sabem, um dos grandes prazeresamericanos ao se casar um filho sentar, algumas semanas antes do

    casamento, e organizar as mesas dos convidados. Pois bem, aquiestvamos ns, duas noites antes do casamento, sentados, tentandoorganizar as mesas. E digo para mim mesmo: O que ser que houve comfulano de tal ? Ns lhe mandamos um convite ! Ele no deu resposta: nemsim, nem no . E pensei comigo mesmo: Isto realmente no legal, uma falta de considerao. Pelo menos uma resposta ...

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    No disse nada. Apenas falei: O que ser que houve com fulanode tal ?

    No dia seguinte, encontro o filho desta pessoa e lhe digo: Sabe,mandamos um convite para seu pai e ele no nos respondeu . Naquelanoite recebo uma ligao desta mesma pessoa. Ele me diz:

    - Eu nunca recebi seu convite !

    - No ? Mas eu verifiquei a lista, ns o enviamos !- Bem, eu no recebi o seu convite.- No tem problema, O.K., estas coisas acontecem ...Agora, dias depois, vemos como a coisa toda podera ter se

    deteriorado em Lashn Har.O que sim aconteceu ? Uma semana aps o casamento esta

    mesma pessoa me liga e diz:- Adivinhe ? Recebi o convite. Enviado e carimbado pelo correio

    de Baltimore, Maryland, em 10 de fevereiro, chegando no Brooklin, NovaYork, em 23 de maro. Seis semanas de Baltimore at o Brooklin (400km). o correio americano trabalhando ...

    Mas o que podera ter acontecido ? Eu poderia ter feito umjulgamento, chegado a uma concluso e ter dito: Aquele fulano de tal ?Que negcio esse ? Isto jeito de se tratar um amigo ?

    Mas parei a tempo. E sobre isto que o Chafets Chaim se referia:

    ...a maior parte dos casos de Lashn HaR comea orque falhamos emdar s pessoas o benefcio da dvida .Mas por que dar tanta importncia a este probleminha de Lashn HaR?Porque o Lashn HaRno apenas um crime, uma falha da boca.

    uma falha da percepo da pessoa. um comentrio: tivemos que julgara pessoa.

    Podemos achar que isto ocorreu quando articulamos o LashnHar, mas para notar isto, temos que perceber o mal. E se pelo menos

    pudssemos dar o benefcio da dvida pessoa, esta falha no ocorrera.No h uma grande distncia entre avaliar algum e assassinaralgum, via Lashn HaR.

    A Tor nos diz que nos enlutamos em Tish Be Av (o dia 9 do mshebraico de Av) porque os espies, aps retornarem de uma espionagem Terra de Israel, fizeram um relato maligno a Moshe, naquela mesma noite.Eles relataram, as pessoas choraram e ns temos um 9 de Av. O versculonos diz: Yom LeShan, Yom LeShan" - para os 40 dias de Lashn Har,40 anos no deserto. Quarenta anos pelos quarenta dias. Quarenta dias deLashn HaRresultaram em quarenta anos vagando no deserto.

    Mas espere um pouco ! No foram quarenta dias de Lashn Har... Os espies no falaram Lashn HaR por 40 dias ! Eles voltaram ederam seu relatrio. Quanto tempo isto levou ? 10 minutos ? Meia hora ?Uma hora ? O que so esses 40 anos por 40 dias ?

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    A resposta : Porque foram 40 dias de percepes e anlises,foram 40 dias de andanas na Terra de Israel vendo acontecimentos,vendo coisas e pessoas e no dando o benefcio da dvida, no vendo ascoisas sob uma perspectiva positiva. Foram 40 dias olhando ao redor evendo o mal, porque a que tudo comea. E portanto, se formos corrigir

    isto, se formos arranjar um meio de tratarmos melhor as pessoas, temosque comear por isto. Com esta mudana de comportamento. Com umsimples comando positivo da Tor: Betsdek Tishpt Amitcha.

    Faamos isto, tomemos conta disto, tornemo-nos mestres nestaarte e seremos melhores judeus. simples assim. quase garantido.Tome conta disto e voc ser um judeu melhor. isto o que o ChafetsChaim e o versculo querem dizer.

    Ento vamos estudar uma Mishn em Pirkei Avt (tica dos Pais)que lida com este assunto, no captulo 1, Mishn6:

    Yehosha Ben Prachi diz: Consiga para voc um rabino, compreum amigo e julgue as pessoas favoravelmente. (Em hebraico: ...Yehosha Ben Prachi Omer: Ass Lech Rav, Ukn Lech Chaver

    Ve Hve dan et Kol HaAdm Lekv Zechut )

    A explicao mais conhecida para esta Mishn : Arranje ummentor, faa questo de conseguir um bom amigo na vida e julgue as

    pessoas favoravelmente: d a todos o benefcio da ^vida.Esta a traduo da Mishn.Mas eu a traduzi incorretamente. Porque se esta Mishn diz e

    significa: 'D a todos o benefcio da dvida', ento deveria ser escrita:Hev dan et Kol Adm Lekv Zechut". Kol Adm- d a todos .

    assim que se diz a palavra todos em hebraico: Kol Adm. Masperceba a sutil diferena: Hev dan et KolHaAdm Lekv Zechut . Istosignifica algo completamente diferente. Significa:

    D pessoa toda o benefcio da dvida . Voc v a diferena ?No d a todos o benefcio da dvida , mas sim d pessoa toda obenefcio da dvida.

    O que isto significa ? O que significa dar pessoa toda obenefcio da dvida ?

    Esta Mishn est nos dizendo qual o desafio. Ela est nosdizendo que, para julgarmos algum, devemos conhecer a pessoa comoum todo, inteiramente. Significa que antes de comearmos a julgar algum,

    a fazer afirmaes e chegar a concluses, temos que conhecer a pessoatoda. Pois o que esta Mishn est efetivamente nos dizendo que temosde saber toda a histria, pois as pessoas so realmente histrias. E solongas, longas histrias. Elas so grandes livros. Tentar julgar algumvendo apenas um relance da pessoa como abrir um livro, por exemplo, na

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    pgina 446 e tentar entender como so os personagens do livro. Todossabemos que extremamente difcil adivinhar as coisas no meio de um livro.

    isto que esta Mishn est tentando nos dizer. Hve dan et KolHaAdm Lekv Zechuf .Que para podermos julgar uma pessoa, devemosconhecer toda a pessoa, toda sua histria. E quo raramente sabemostoda a histria ! Nos encontramos com algum, conhecemos algum e j

    achamos que conhecemos a pessoa: Mas voc no sabe por onde elaesteve e o que aconteceu com ela, quem seus pais eram e que tipo de vidateve, e quem eram seus parentes e, mesmo assim, espera poder julg-la ?Esperamos tomar uma deciso baseados numa fotografia instantnea ?

    isto que esta Mishn est tentando nos dizer. Hve dan et KolH a A d m E, por mais que possamos pensar que sabemos toda a histria,raramente o sabemos. M>>ito raramente.

    Devemos entender que as pessoas tm histrias, tm mistrios.

    Que quando nos encontramos com algum, conhecemos algum, atmesmo se j o conhecemos h muito tempo, raramene sabemos toda ahistria. E esta a chave no que diz respeito a fazer julgamentos, a fazerafirmaes. Hve dan et K ol HaAdm Lekv Zechuf .

    Ser que estou dizendo algo novo ? Ser que esta a primeira vezque ouvimos algum dizer: Sabe, voc tem que saber toda a histria ?Nunca ouvimos isto antes ? Nunca pensamos nisto antes ? Estou dizendo

    alguma coisa nova, nica?No, no estou. Todos sabemos disto. J ouvimos isto, j vimos istoe ja vivenciamos isto. Dzias de vezes.

    E sabe o qu ? No ajudou. Isto no ajuda.Porque apesar de sabermos bem disso, continuamos a tropear no

    mesmo erro. Portanto, algo que devemos martelar em nossas cabeasconstantemente,

    Hve dan et Kol HaAdm, temos que saber toda a histria ! Eapesar de sabermos bem esta fala, ainda no a praticamos o suficiente.

    Deixem-me contar outra parbola:

    Havia uma vez um sujeito que tinha uma fala numa pea teatral.Ele fazia uma nica apario na pea e sua parte era muito simples.Quando o canho acabasse de fazer seu ensurdecedor barulho, eledeveria dizer as palavras: Herk, escuto o canho rugir I Esta era sua fala.

    - Herk, escuto o canho rugir ! O canho dispara e ele: Herk,escuto o canho rugir!

    Por duas semanas foi tudo o que fez.- Herk, escuto o canho rugir!- Herk, escuto o canho rug ir!- Herk, escuto o canho rugir!

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    O grande dia chegou, o dia da pea. Ele est ali no palco. O canho

    faz: B u u m m m m !E o sujeito diz:

    - Dus, que barulho foi esse ?!!!?

    Ele estragou tu d o !Ele praticou e praticou e praticou. Por duas semanas. E quando

    chegou a hora da verdade, estragou tudo. Errou sua fala. E este somos ns:Temos que saber toda a histria, Temos que saber toda a histria,

    Temos que saber toda a histria. Hve dan et Kol HaAdm, Kol HaAdm,Kol HaAdm

    Ento chega o dia da estria. O canho faz Buummm. E ns ? Dus, que barulho foi esse ?!!!? ____

    Ns estragamos tudo.

    Sabem, estou envolvido nesta palestra. Tenho pensado muito nesteassunto, falado a respeito e estudado a respeito nos ltimos meses.

    Dan Lekv Zechut.Tenho que saber toda a histria, dar o benefcioda dvida.

    Voc pensaria que como estou to envolvido no assunto de julgaras pessoas favoravelmente, pelo menos neste perodo, certamente seriamais cuidadoso.

    Algumas semanas atrs entrei num banco. O Nations Bank. Eu

    precisava algo do meu cofre particular. Ento isto x> que deve-se fazer:Entra-se no cofre e l dentro, atrs de uma mesa, est sentada umafuncionria do banco. Ela registra seu nome, pega sua chave, pega achave dela, vai at o cofre, abre o cofre, pega sua caixa e lhe entrega.Ponho ou tiro o que preciso na caixa, volto e a devolvo. Ento fui ao cofree no havia mais ningum ali, s esta mulher. E ela estava l sentada,falando em russo ao telefone. E eu fico l de p, plantado, esperando. como se eu no existisse. E penso comigo mesmo: Sabe, isto realmente

    anti-profissional ! Ficar conversando, em russo. Com quem ela pode estarfalando ? Com sua me ? Sua tia ? Sua irm ? Ela est num Banco ! Elatrabalha para o Banco ! Se estivesse no guich, com certeza no estariafalando em russo ao telefone .

    Tudo bem, eu no falo nada. Dou-lhe minha chave, ela pega minhacaixa, eu ponho minhas coisas dentro, volto 3 minutos depois e l esta elade novo, ao telefone, em russo. Novamente com sua irm, sua tia, suame. Puxa ! Isto to anti-profissional! to anti-tico da parte dela. Tirar

    proveito de sua posio de estar no cofre. Podia falar com quem quisesse !Mas o que realmente estava acontecendo que havia outra mulher

    russa, em outra filial, que no conseguia comunicar-se com o pessoal del. E era necessrio um intrprete que pudesse explicar s pessoas na outrafilial o que a mulher queria. Esta mulher no estava agindo de maneira

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    anti-profissional, nem de maneira anti-tica, nem estava tentando safar-sedo crime na privacidade do Banco. Ela estava fazendo o seu trabalho.

    E eu estraguei tudo !No meio disto, no meio de toda minha preparao sobre julgar aos

    outros favoravelmente, de saber toda a histria e Herk, escuto o canhorug ir ! , fao o erro novamente.

    Este o desafio. Este um desafio que se tornou-se to parteintegrante de ns, que deve tornar-se uma segunda natureza pensar: Espere um momento, ser que conheo toda a histria ? Hve Dan etKol HaAdm Lekv Zechut .

    E se aprendssemos a fazer isto, o Lashn HaR iria parar. Poisdiriamos: Talvez ele no teve a inteno, talvez no falou isto, talvez no

    sabia . O dio iria parar, pois daramos o benefcio da dvida. Anecessidade de nos vingarmos acabaria, pois daramos o benefcio dadvida. a isto que eu me refiro quando falo que esta Mitsv poderadicalmente alterar o jeito com o qual tratamos o prximo.

    Mas ainda mais dramtico que isto. Isto pode mudar seucomportamento Ben HaAdm LaMakm (entre o homem e Dus)tambm. Isto pode salvar seu Ben HaAdm LaMakm . Cumprir a Mitsvde Betsdek Tishpt Amitcha ,de julgar o outro favoravelmente, como

    fazer uma aplice de seguro de que quando abandonarmos este mundo,depois dos 120 anos, nossas Mitsvt estaro l em cima, nos esperando.Ns passamos toda uma vida fazendo Mitsvt, colocando Tefilin, rezando,praticando atos de Guemilut Chassadim (bondade), de BikurCholim (visitarpessoas enfermas). Passamos uma vida toda fazendo isto ! E esperamosque quando formos ao Cu, aps 120 anos, isto tudo esteja esperando porns. H uma aplice de seguro que podemos fazer para garantir que estasmitsvt estaro de fato esperando l. Mas como ?

    Deixem-me compartilhar com vocs outra Guemar. No Talmud,Tratado Shabat est escrito: Aquele que julga o prximo favoravelmente,julgam-no favoravelmente . isto que diz a Guemar: se julgarmos aspessoas favoravelmente e dermos a elas o benefcio da dvida, ento oprprio Dus ir julgar-nos e dar-nos o benefcio da dvida tambm.

    Porm, se analisarmos esta Guemar mais detidamente,constatamos que esta afirmao algo teologicamente problemtico, algo de se ficar teologicamente perplexo, pois o que a Guemar quer dizer

    com Se dermos a algum o benefcio da dvida ? Ser que Dus nosabe o que fizemos, o que falamos ? Ele vai nos dar o benefcio dadvida? O que isto quer dizer ? Dus tem dvidas ? Dus no sabe o quefizemos, o que falamos ou o que queramos dizer ? Dus onisciente I Elesabe tudo ! O que esta Guemar quer dizer com Aquele que julga oprximo favoravelmente, julgam-no favoravelmente ?

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    O Chafets Chaim nos explica que a Guemar no quer dizerliteraimente o que est escrito. Ela no quer dizer que se dermos a algumo benefcio da dvida, ento Dus nos dar, tambm, o benefcio da dvida.Ela refere-se, especificamente, a depois de 120 anos, quando Dus colocaem julgamento nossos atos, nossa vida. Ela explica como que este

    julgamento ir funcionar.Quando abandonamos este mundo, temos que passar por uma

    prova, uma prova final. E Dus ir corrigir esta prova. Ele dar nota a este teste.Sabem, h dois tipos de examinadores neste mundo. Eu sou

    professor por profisso. De tempos em tempos eu dou provas. Eu sou oque se chama um examinador fcil. Se o aluno tem a respostabasicamente certa mas escreve Sim ao invs de No, Casher no lugarde Tarf, mas a resposta est basicamente certa, dou-lhe o ponto, ou pelomenos meio ponto. Mas h alguns professores em que ou tudo certo ou

    tudo errado. Ou ponto completo ou nenhum ponto.Que tipo de professor o Todo-Poderoso ? Ser que um

    examinador rigoroso ou ser que um examinador amigvel, brando ?Quando Ele olhar para nossas mitsvt e escrutin-las em Seu julgamento,ser que vai dizer: Bem, se esta Mitsv no foi perfeita, pode esquecer !Nenhum crdito ! Ou dir Ele a fez basicamente certa .

    Que tipo de examinador Dus ? isto que a Guemar nos diz. Sedurante nossas vidas fomos generosos, perdoamos, demos s pessoas o

    benefcio da dvida, no funcionamos sempre atravs da justia estrita,ento, quando abandonarmos este mundo e o Todo-Poderoso for nos

    julgar, podemos esperar o mesmo tipo de tratamento.Mas se fomos sempre exigentes, nunca cedendo, nunca

    perdoando, nunca sendo clementes no julgamento, sempre exigindo,sempre sendo minuciosos, isto que podemos esperar.

    E um pensamento assustador este, de que Dus ir nos julgar com ocritrio estrito da justia. E por isto que a Mitsv de Betsdek Tishpt

    Amitcha pode garantir isto. como se eu estivesse vendendo aplices deseguro hoje. Faa esta Mitsv e garanta as suas outras. uma aplice de seguro.Ela mudar radicalmente sua relao com o prximo. Mudar

    radicalmente sua relao com Dus tambm, pois o simples pensamento deDus nos julgar com a justia estrita de fato assustador, muito assustador.

    Mas sabe, h algo que talvez seja mais assustadora que Dus nosjulgando estritamente. Sabe o que pode ser mais assustador que isto ?Ns, julgando a ns mesmos. Isto mesmo, no Dus, mas voc julgando a

    si prprio.Porque, diz o Baal Shem Tov (Rabino Israel ben Eliezer,1698-1760), isto o que acontece s vezes. s vezes a pessoa faz algo navida e Dus fala: No, eu no irei julgar isto ! Eu no irei dar o veredicto !Irei esperar ! . O Baal Shem Tov baseia-se na Mishn em Pirkei Avt(Captulo 2, Mishn 4) que diz: No julgue o prximo at que fique em seu

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    lugar . E o Baal Shem Tov escreve que Dus adia seu julgamento e fazcom que voc veja seu amigo fazendo algo similar. E Dus espera para vero que voc ir dizer dele. E o que voc disser sobre o prximo serexatamente o julgamento que ouvir sobre si mesmo.

    Querem um exemplo ? Um exemplo poderoso ? H uma histriano Tanch. Uma histria do Rei David, o Rei de Israel. Ele mandou oesposo de Batsheva, ria HaChit para a guerra. ria foi enviado para ofronte, morreu e o Rei David casou-se com sua viva. Tecnicamentefalando, no havia nada de errado com isto. Mas no era o jeito que David,o Rei de Israel deveria agir. Dus envia-lhe o profeta Natan (Dus ainda no

    julgara o Rei David) com uma pergunta:Tenho um caso para voc, David. Havia dois homens. Um deles

    era muito rico e tinha muitas ovelhas. O outro possua apenas uma nicaovelha. E o rico queria aquela ovelha. Ele desejava aquela ovelha. E o ricofoi l e pegou para si a ovelha do pobre homem . David ficou muito iradocom o sujeito que roubara a nica ovelha do pobre homem. E disse: Eu

    juro que esta pessoa merece morrer por ter pego a nica ovelha do pobre .E o profeta Natan faiou a David:

    Voc o homem ! exatamente o que

    aconteceu com voc !*

    Havia um homem e tudo o que ele tinha era uma nica esposa. Evoc, como Rei, tem vrias esposas. Voc pegou para si a esposa daquele

    homem. Voc o homem !

    Imaginem como David sentiu-se devastado ao ouvir aquelepronunciamento, de que era ele o homem. E isto, segundo o Baal ShemTov, o que pode acontecer conosco. Ns iremos ver pessoas. Ns veremosincidentes, faremos julgamentos. Mas poder ser um julgamento que

    faremos para ns mesmos.Fazemos algo, Dus adia o julgamento, Ele mostra um amigo

    fazendo algo similar, ns o condenamos sem misericrdia. Ns osentenciamos: Este homem merece morrer ! Somente para ouvir aspalavras: Voc aquele homem ! Este voc !

    E s h um jeito de evitar este cenrio assustador. S h um jeitode evitar o confronto no Cu, aps 120 anos, com estas palavrasperseguidoras: Voc aquele homem !

    Isto significa que na prxima vez que virmos algum fazendo algo,no sejamos to estritos. Porque aquele poderia ser um de ns. Aquelepoderia ser voc. Aquele sou eu ! Aqueie no ele ! Aquele sou eu !

    Agora vamos para casa. Voltamos ao trabalho amanh. Vamos escola. Vamos fazer compras. No deixaremos acontecer. Daremos s

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    pessoas o benefcio da dvida, iremos nos lembrar de tudo o quedissemos. E seremos cuidadosos. Nos lembraremos de:

    Toda a histria. Kol HaAdm Herk, escuto o canho ru g ir!Nos lembraremos de tudo isto e ficaremos inspirados.Ento algum diz algo a ns. Algo que maldoso, cruel e

    machuca. sarcstico e cortante. No h dvida ! Eu ouvi o que ouvi! Ele me insultou ! No h o benefcio da dvida

    aqui I No sou maluco ! Ele me insultou ! O que iremos falar ento ? Noh outro modo de analisar isto. No h dvidas. Como iremos explicar isto?Como este livreto explicar isto ?

    Sabem qual a resposta para isto ?A resposta, s vezes, a dor, o sofrimento. Sim, fomos insultados,

    no h dvida ! Mas s vezes devemos dizer para ns mesmos: Talvezestas pessoas estejam sofrendo. Talvez o motivo porque disseram isto porque esto machucadas . Porque existe muita dor l fora. E se no dor, literalmente, preocupao, frustrao. As pessoas estopreocupadas. As pessoas tm preocupaes com seu sustento, com ocasamento, com a sade. E quando sentem dor, atacam os outrosviolentamente. E nossos Sbios nos dizem que no podemosresponsabilizar uma pessoa pelas coisas que disse num momento de dor.

    E esse o modo que devemos s vezes explicar estas coisas. Sim, eu defato fui insultado ! Sim, ele me ofendeu ! Mas talvez ele esteja sofrendo. Eeu sou uma pessoa conveniente para ele descarregar isto tudo . isto quedevemos dizer.

    Eu fui a um enterro alguns meses atrs. Foi um enterro muitotocante. No era um enterro de um homem famoso, no era um enterro deum rabino, mas o enterro de um bom e fiel judeu. Um judeu honesto, um

    judeu que nasceu e foi criado nos anos da Grande Depresso de 1929. Um

    judeu que foi recrutado para a 2a Guerra Mundial. Um judeu que semanteve honesto at seu ltimo dia. E dentre as histria que contaramsobre este judeu, h aquela de como este rapaz, recrutado para a Guerra,foi enviado s Filipinas. Permaneceu l, numa base, sozinho. E manteveseu judasmo, sua Cashrut, seu Tefilin.

    Um dia um aviador foi atingido e trouxeram-no, ferido, para a basedeste rapaz. Ele era o nico judeu da base e o aviador tambm era judeu.O capelo, um no-judeu, veio a ele e perguntou se poderia recitar

    algumas oraes pelo aviador ferido. Foi o que ele fez. E ento o aviadormorreu. E o capelo aproximou-se e disse: Voc poderia dar a ele umenterro judaico ? E l estava um jovem, nos seus vinte anos, que nunca fizeranada disto na vida, indo preparar um sepultamento judaico para o aviador.

  • 7/25/2019 Dan Lakv Zechut, LasHn Har - Rabino Yssachar Frand

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    E este rapaz saiu do exrcito, atravessou o Pacfico, atravessou osEstados Unidos, par finalmente chegar em casa. E no dia seguinte, apsvoitar para casa, disse:

    Vou encontrar os pais daquele garoto e falar com eies, para quesaibam que peio menos seu filho teve um enterro judaico . E pegou umnibus e viajou para Nova Iorque. Procurou os pais do garoto, pegou o

    metr, foi at o Bronx, bateu na porta deles e comeou a lhes contar comoao menos seu filho teve um enterro judaico. Porm, no meio da histria, ospais batem a porta na cara do rapaz. E ele voltou para Pittsburg. Seus paisperguntaram-lhe: Ento, voc fez os pais dele se sentirem bem ? E elerespondeu: Eies bateram a porta na minha cara . E continuou: Vocssabem por qu ? Porque provavelmente foi demais ! Demasiadamentedoloroso!

    Ele no falou: Ser que isto gratido ? Eu enterrei seu filho,

    atravessei o pas para avis-los e eles batem a porta na minha cara ?! Aoinvs disto, disse: demasiadamente doloroso ! isto que devemosdizer s vezes. Eies devem estar frustrados, deprimidos.

    Um jovem foi at o Rabino Chaim Ozer Grodzenski (1863-1940),em seu tribunal em Viina, e explicou que seu pai estava concorrendo auma posio rabnica em uma cidade da Europa.

    Ele sabia que uma carta de recomendao do Rav Chaim Ozerpodia fazer toda a diferena, podia conseguir o trabalho para seu pai. E

    Rav Chaim Ozer, por algum motivo, sentiu que este homem no eraadequado para aquele trabalho. E declinou, dizendo para o rapaz que noqueria se envolver e que no escrevera a carta para seu pai,

    Ouvindo isto, o garoto descarregou toda sua mgoa em cima deRav Chaim Ozer, o grande tsadik da gerao, o equivalente a algumchegar para o Rabino Moshe Feinstein ZtL (EUA, 1895-1986) e xing-io.Rav Chaim Ozer meramente virou-se e foi embora, sem dizer uma palavra.Quando lhe perguntaram: Por que o Sr. no colocou o rapaz no seu

    devido lugar ? Por que no disse que isto no era jeito de se falar com osenhor ? , o Rabino respondeu: Porque o garoto estava preocupado, poisseu pai precisa de um emprego. Seu pai necessita de sustento. E quandoas pessoas esto preocupadas, ou frustradas, ou sofrendo, dizem oufazem coisas que no querem ou que no deveram .

    E esta deve ser s vezes a nossa explicao. Sim, eu fui ofendido,sim fui magoado, no h outra interpretao. Mas eles devem estarmagoados. Ou preocupados. Ou frustrados

    Ou ... Eles no tm cabea INunca ouviram esta expresso: Ele simplesmente no sabe... ,

    Tem boa inteno, mas no sabe nada . Diz coisas estpidas. No quermagoar, s no raciocina ?

  • 7/25/2019 Dan Lakv Zechut, LasHn Har - Rabino Yssachar Frand

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    Uma destas opes: Dor, Preocupao, Frustrao, Falta deCabea. isto que devemos dizer a ns mesmos.

    E quando isto tambm no funciona ?E quando sim sabemos toda a histria ? Sabemos que neste caso a

    dor no um dos motivos e ainda assim fomos insultados. No

    entendemos o que aconteceu nem conseguimos entender como algumpde fazer isto ? O que dizemos ento ?

    Sabe o qu ? Dizemos: H uma Mitsv na Tor chamadaBetsdek Tishpt Amitcha.Seja caridoso .

    No entendo, no sei porque ele fez isto, no tenho explicao,mas esta a Mitsv . A Mitsv : No seja to arrogante ! No pense quepode entender tudo ! No ache que, porque no tem uma explicao ouno entende algo, ento no deve existir nenhuma explicao. No somos

    to espertos. Ningum o . Esta a Mitsv. H um monte de mitsvt quens no entendemos.No entendemos porque no podemos vestir Shaatnez (Mistura de

    l e linho na mesma roupa), mas fazemos a Mitsv do mesmo jeito. Esta uma Mitsv que diz que, mesmo que no a entendamos, que notenhamos uma explicao, que nada mais funcione, d a eles o benefcioda dvida. Esta a Mitsv.

    Se voc j estudou em alguma Yeshiv, sabe que h uma grande

    regra, que : Voc no morre por causa de uma pergunta. Voc segue emfrente. Tosaft faz uma pergunta e no d uma resposta. Mas ele escreveo prximo Tosaft. No se morre por uma pergunta.

    Temos alguma dvida sobre algum ? Betsdek Tishpt Amitcha . sobre isto que se refere esta Mitsv. isto que estamos tentando fazerhoje. Frisar o ponto de que devemos conhecer toda a histria. KolHaAdm, a pessoa inteira. E o quo bem achamos que conhecemos apessoa, na verdade no a conhecemos. E devemos repetir isto de novo, denovo e de novo. E a prxima vez que encontrarmos algum na loja edissermos: Ol, como vai ? e a pessoa nem se incomodar de respondercom um prazeroso Bom Dia - ela simplesmente passar reto por voc -sabe o que devemos dizer ? Herk, ouo o canho rugir! Isto mudarradicalmente tudo. Sua relao com o prximo uma aplice de seguro nasua relao com o Criador. E quando mais nada funcionar, lembre-se quedor e preocupao explicam muitas coisas ! E se ainda no temos umaexplicao, digamos a ns mesmo que exatamente isto o que a Mitsvdiz: D Tsedac, faa caridade.

    Eu gostaria de terminar com um pensamento. Sabem, h um iivrofascinante sobre esta Mitsv, cuja leitura deveria ser obrigatria. Chama-seThe Other Side of the Story (O outro lado da histria) , da EditoraArtScroll. um livro maravilhoso, em ingls, que realmente far um efeito

  • 7/25/2019 Dan Lakv Zechut, LasHn Har - Rabino Yssachar Frand

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    em seu leitor. No firfel do livro h uma orao que est escrita nos muros

    do tmulo da matriarca Rachel. A orao a seguinte:

    Por favor, Todo-Poderoso, permita-me tentar com todas minhas

    foras dar o benefcio da dvida a todo judeu, mesmo o mais baixo

    dos baixos. E d-me a inteligncia para poder encontrar um lado

    bom e dar o benefcio da dvida .

    Eu tenho uma pergunta: Por que desta reza e por que no tmulo de

    Rachel ? Porque no tmulo de Rachel e, de todas as rezas que

    poderiamos proferir, por que justamente esta prece ?

    Pois eu tenho duas possveis explicaes. Uma delas ouvi de meu

    bom amigo, o Rabino Yacov Luben:

    O motivo nmero um porque o tmulo de Rachel est totalmente

    relacionado com o ato de dar s pessoas o benefcio da dvida. Por que ?

    O que aconteceu no tmulo de Rachel ?O tmulo de Rachel tem sua origem em quando Yacov estava

    voltando para a Terra de Israel e Rachel morreu no caminho. Ao invs de

    traz-la at Israel e enterr-la na Maart HaMachpel, no tmulo dos

    patriarcas e matriarcas, Yacov enterrou-a l, no caminho.

    Anos depois, Yacov iria morrer no Egito. E disse a seu filho Yossef:

    Yosse, meu querido filho, leve-me de volta e enterre-me na terra de Israel .

    E leiam o que diz Rashi (Rabino Shlomo ben itschak, Frana, 1040-1104),

    o maior comentarista da Tor, sobre o significado das palavras de Yacov: .. e mesmo que eu esteja fazendo isto, pedindo-lhe para me levar

    de volta e enterrar-me na Terra de Israel, apesar de no ter feito isto com

    a sua me ! Eu no a levei de volta para a Maart HaMachpel e sei,

    Yossef, que voc tem dvidas sobre mim, voc no entende porque eu fiz

    isto. Agora estou lhe pedindo para fazer o que no fiz com sua me e sei

    que voc no vai entender o motivo, Yossef. Mas saiba, meu filho, que

    enterrei sua me naquele local porqu Dus instruiu-me a faz-lo. Porque

    daqui a 1000 anos, quando os judeus forem expulsos da Terra de Israel emarcharem para a Babilnia, e passarem pelo tmulo de Rachel, iro

    necessitar de algum que rogue por eles. E por isto que a enterrei l.

    Porque daqui a 1000 anos, quando os judeus forem Galut, e as preces

    de ningum ajudar, Rachel ir chorar ao Todo-Poderoso por eles. Voc

    no poderia saber disto, era impossvel ter imaginado isto. Mas este o

    tamanho, o mbito da Mitsv de dar o benefcio da dvida .

    O tmulo de Rachel permanece como um testemunho, como um

    monumento a quo longe devemos ir, s vezes, para darmos o benefcioda dvida a algum. Quo longe, quando humanamente impossvel

    descobrir-se o motivo para determinado ato, pois Yossef no poderia saber

    o que iria acontecer aps 1000 anos. E, portanto, no tmulo de Rachel nos

    rezamos por Dan Lekv Zechut .

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    E a segunda razo, talvez, que o tmulo de Rachel tem inteirarelao com a Galut (O Exlio do Povo Judeu), frata-se de ns, queestamos aqui sentados nos EUA, e todas as demais pessoas, onde querque estejam. Este o nosso ponto. Vivemos no exlio e o tmulo de Rachel o lugar da confluncia dos judeus do exlio.

    Sabem, a primeira vez que fui a Israel e fui ao tmulo de Rachel, foi

    talvez a mais tocante experincia que tive em toda a Terra de Israel. como se uma pessoa fosse ao tmulo de seus pais e dissesse: Por favor,Papai e Mame, por favor intercedam por mim !

    Era de tarde e algum disse: Vamos rezar Minch ! . E um judeufoi ser o Chazn e ele era Sefaradi. E comeou a rezar no rito Sefaradi. Eprximo a mim encontrava-se um chassid, que ps seu gartel e rezou noseu rito. E l estava eu, um garoto americano, criado nos EUA, umestudante de uma Yeshiv Lituana, e rezava no meu rito. E eu dizia:

    sobre isto que se trata o tmulo de Rachel I tambm sobre os judeus que estiveram pelo mundo todo. Foram

    para Espanha, Hungria. Foram para Litunia, para a Alemanha, para aSria, o Lbano, para a Amrica do Sul, foram para todos os lugares I

    E ns voltamos para o tmulo de nossa me Rachel e dizemos: Mame, voc fez isto uma vez. Voc nos trouxe de volta uma vez !Mame, ser que voc no pode fazer isto de novo ? J se passou muitotempo! Houve sacrifcios demais ! Mame, ser que no pode fazer isto

    de novo, no pode nos trazer de volta ? No pode ir.a Dus novamente eimplorar por seus filhos ?E Rachel, efetivamente, diz: Eu tentarei, mas vocs tm que

    ajudar. O Beit HaMicdash foi destrudo porque vocs no trataram bem umao outro. E minhas mos esto atadas. O nico jeito de eu trazer vocs devolta se melhorarem. E pararem de falar Lashn Har ! Pararem de seodiar um ao outro ! Pararem de se vingar um do outro. Pararem de terqueixas um sobre o outro ! .

    E o jeito de fazer isto olhar para aqueia parede no tmulo deRachel e recitar: Todo-Poderoso, permita-me julgar favoravelmente,deixe-me aprender a dar o benefcio da dvida s pessoas, para que eufale menos Lashn HaR.E odeie menos. E me vingue menos I

    assim que isto acontecer. Se aprendermos a melhorar nossarelao com o prximo, nossa matriarca Rachel poder de fato ir at Dus edizer. Todo-Poderoso, j se passou muito tempo I Por favor, traga-os de volta I

    E ns voltaremos l, ao tmulo de Rachel, com a vinda de

    Mashiach, breve em nossos dias, amm I

    Ketiv VeHatim Tov !

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