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Tishri / Cheshvan 5776 1

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Tishri / Cheshvan 5776 1

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Tishri / Cheshvan 5776 7

Aqui você encontra as últimas edições da sua revista Nascente e muito mais:

Fotos e vídeos dos eventos da comunidade judaica

Áudios e vídeos com ensinamentos do Rabino Isaac Dichi

Aulas de Daf Hayomi com o Rabino Daniel Faour

E muito mais!www.revistanascente.com.br

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NASCENTEEquipe especializada em diagramação, impressão e distribuição. Equipe especializada em diagramação, impressão e distribuição.

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Leia a Revista

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Palavra do Presidente

Queridos Amigos e Co-laboradores.

É em clima de otimismo e grande sa-

tisfação que escrevo essas palavras.

Apesar da crise política e econômica

que passa nosso país, quando entramos

na Congregação Mekor Haim sentimo-nos

entrando em “outro país”.

Uma série de novas atividades pude-

ram ser desenvolvidas nos últimos meses.

É gratificante notar a grande quantidade

de indivíduos conscientes da importância

de participar e apoiar essas novas iniciati-

vas. Novos minyanim de orações também

foram criados, todos eles com grande fre-

quência diária. Cursos e shiurim para to-

das as idades estão em andamento com

um público crescente a cada dia.

Apesar das grandes despesas envol-

vidas em todas essas atividades, estamos

juntos engajados na nobre tarefa de ofe-

recer o devido suporte para que nada

falte. É evidente que todos estão sentin-

do as consequências da crise atual, mas

constatamos, felizmente, que todos os

doadores e colaboradores estão fazendo

o possível e impossível para que a Con-

gregação sinta os efeitos da crise minima-

mente. Isto se deve ao fato de contarmos

com um público composto por indivíduos

maravilhosos, sempre preocupados com

a continuidade espiritual e material do

nosso povo. Um público que representa

fielmente a qualidade de “gomelê chassa-

dim” (bondosos), característica exclusiva

de nosso povo. São nestes momentos que

o chêssed (a bondade) é ainda mais apre-

ciado pelo Todo-Poderoso, que aguarda

estas iniciativas para jorrar, ainda mais,

Suas abundantes bênçãos.

Este apoio merece nosso mais pro-

fundo agradecimento, pela confiança que

depositam no trabalho incansável dos

rabinos, diretores e funcionários desta

querida Congregação.

Paira no ar o nobre sentimento da

importância de contribuir, para garantir

o presente e o futuro, com grandes bên-

çãos de sucesso espiritual e material para

todos.

As novas metas traçadas para este

novo ano na Congregação foram planeja-

das com grande carinho, com a esperança

de continuarmos contando com o apoio

de todos. Desta forma poderemos ser re-

ceptores de ainda mais bênçãos celestiais.

Que Hashem coroe com sucesso to-

das as atividades particulares e sociais

de cada um de nós, envie as melhores

bênçãos de elevação espiritual, saúde,

alegria e fartura.

Que Hashem receba com grande cari-

nho e boa vontade as iniciativas de nossa

kehilá!

Que nossos filhos possam se orgulhar

do comportamento de nossa geração e

tenham em quem se espelhar para trans-

mitir adiante nossa sagrada herança.

Shaná tová umvorêchet para todos,

Moise Raymond Khafif - Presidente da Congregação Mekor Haim

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Nesta EdiçãoNº 140

Capa:

Shaná Tová

Comemorando I, pág. 14.

A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da

Congregação Mekor Haim.

Rua São Vicente de Paulo, 276 CEP 01229-010 - São Paulo - SP Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400

Fax: 11 3660-0404 e-mail: [email protected]

supervisão: Rabino Isaac Dichi

diretor de redação: Saul Menaged

colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland

e Silvia Boklis

projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente

editora: Maguen Avraham

tiragem: 11.000 exemplares

O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos

assinados são de inteira responsa bilidade de seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou

de seus associados.

Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar

sobre a supervisão rabínica.

a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.

Expediente

18

52Variedades II“Maravilhoso Mundo Animal”

14Comemorando IO Kidush e os cos-tumes das refeições das duas noites de Rosh Hashaná em hebraico, com tradu-ção e transliteração.

70De Criança para Criança“O Amigo da Mercearia”. Chayim Walder

30Congregação“Guemach de Roupas”.

12Dinheiro em Xeque “Lixo”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.

Comemorando II“Conselho de Mulher”.Rabino I. Dichi

66Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de tishri e cheshvan.

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Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.

38

63Leis e Costumes “Os Trabalhos Proi-bidos no Yom Tov”.Rabino I. Dichi

65 62Mussar “Yom Kipur – o Verdadeiro Enfoque”.Rabino Zvi Miller

51Pensando Bem I “Pensamentos”.

20Variedades I “Uma Delícia! – daÁrvore ao Paladar”.

24Pensando Bem II “Como Uma Montanha!”.

Visão Judaica I“O Dia Seguinte ao Yom Kipur – Um Dia Especial”.Rabino I. Dichi

32Visão Judaica II“Questões de Lógica”.Rabino Mordechay Neugröschal

60Visão Judaica III“Recuperar os Dias Perdidos”.Rabino I. Dichi

26Comemorando III“A Alegria de Sucot”.R. Joseph Chouveke

56Comemorando IV“Cheques Pré-datados”.R. Yochanan David

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O LixoTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!

Dinheiro em Xeque

Certo dia Efráyim estava descen-do as escadas de seu pré-

dio, quando percebeu que havia um saco de lixo colocado junto à porta de seu vizinho do andar de baixo, Yehudá.

Naquele prédio não havia faxineiros contra-

tados para retirar o lixo de cada apartamento.

O combinado entre os condôminos era que cada

um deveria levar seus sacos de lixo até uma li-

xeira coletiva na entrada do edifício.

Efráyim logo imaginou que Yehudá estava

muito ocupado para levar seu lixo até a lixeira.

Com a intenção de realizar uma boa ação e aju-

dar seu vizinho, Efráyim pegou o saco de lixo

de Yehudá e levou-o até a lixeira coletiva. Após

realizar a boa ação, Efráyim ficou muito contente

por ter ajudado alguém.

Após algumas horas, a esposa de Yehudá

percebeu que seu valiosíssimo anel de brilhantes,

não estava no seu dedo. Em poucos segundos

lembrou-se que havia retirado o anel da mão

antes de fazer netilat yadáyim e colocado-o em

cima da mesa onde fizeram a refeição. Yehudá,

que havia retirado a toalha plástica descartável

que cobria a mesa, não se dera conta do anel

entre tantos pratos descartáveis e jogara tudo

12 Tishri / Cheshvan 5776

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no saco de lixo, colocando-o depois do

lado de fora do apartamento, ao lado

da porta de casa.

Quando entenderam o que havia

acontecido, os dois correram para a

porta de entrada para resgatar o lixo

e o anel.

Ao abrirem a porta de casa, perce-

beram que o saco de lixo havia sumi-

do. Correram para a lixeira na frente

do prédio, porém era tarde demais...

o caminhão já havia recolhido o lixo

dali. Efráyim, que estava por perto e

percebeu o desespero do casal, pergun-

tou o que havia acontecido. Eles conta-

ram-lhe o motivo de sua infelicidade.

Efráyim colocou suas mãos na cabeça

totalmente abatido e disse que havia

sido ele quem jogou o saco na lixeira,

com a melhor das intenções...

Yehudá ficou furioso com Efráyim

e exigiu que ele lhe pagasse o valor do

precioso anel, alegando que Efráyim

não tinha o direito de mexer no seu

saco de lixo.

Efráyim, por sua vez, defendeu-

-se dizendo que, apesar de acreditar

que havia um anel dentro do saco, não

poderia ter imaginado isso, e que sua

intenção foi apenas a de ajudar...

Quem está com a razão? Efráyim

precisa pagar o valor do anel para

Yehudá?

O veredicto

Parece que Efráyim está isento de

pagar a Yehudá por vários motivos:

Está escrito no Shulchan Aruch

(Chôshen Mishpat 388, 1) que se alguém

danifica algo de outra pessoa e não sabe

o que danificou, o dono do objeto que-

brado diz o que havia, sob juramento, e

é ressarcido por quem o danificou.

Suponhamos o seguinte exemplo

desta lei: digamos que um indivíduo

pegou a carteira de outra pessoa e

queimou-a ou jogou-a no mar. O dono

da carteira afirma que nela havia mil

dólares. O indivíduo que a pegou diz

que não sabia o que ela continha. Neste

caso, o dono da carteira faz um jura-

mento, afirmando que nela havia mil

dólares, e o indivíduo que a destruiu

precisa pagar para ele os mil dólares.

O caso do anel no lixo, entretanto,

não se parece com este exemplo da car-

teira com dinheiro, mas sim com outro

exemplo: digamos que um indivíduo

pegou uma caixa de bombons de outra

pessoa e queimou-a ou jogou-a no mar. O

dono da caixa afirma que dentro dela ha-

via diamantes. O dono da caixa de bom-

bons não é acreditado, mesmo se jurar.

Neste caso, o Remá afirma no Shulchan

Aruch que há quem diga que, inclusive

se havia testemunhas dizendo haver dia-

mantes na caixa, o sujeito que causou o

dano está isento de pagar – porque lá

não é o lugar de guardar-se diamantes,

e o dono falhou ao deixá-los lá. Sobre

este caso, o Aruch Hashulchan (388, 5)

acrescenta que se o dano foi causado sem

querer, segundo todas as opiniões o sujei-

to está isento de pagar pelo dano.

Portanto, no nosso caso, mesmo

que Efráyim tenha acreditado no que

Yehudá disse, ele não tinha nenhuma

obrigação de adivinhar que havia um

anel de brilhantes num saco de lixo.

Sendo assim, está isento de pagar.

Além do mais, como poderia Yehu-

dá jurar que dentro do saco de lixo ha-

via um anel de brilhantes, se ele apenas

supunha isso, sem ter certeza absoluta?

Pode-se dizer também que Efráyim,

ao jogar o saco na lixeira, não cometeu

um dano direto, já que apenas colocou

o saco na lixeira pública e o caminhão

é que retirou-o de lá. Portanto, o que

Efráyim fez foi um ato indireto e não um

dano “com as próprias mãos”. Há au-

toridades rabínicas que isentam um in-

divíduo de pagar por cometer um dano

indireto e sem intenção – e muito mais

no nosso caso, em que Efráyim teve a

intenção de fazer um bem para Yehudá.

Uma última consideração, ainda, é

que Yehudá não tinha direito de deixar

um saco de lixo na escadaria do prédio,

e Efráyim fez o correto, tirando-o de lá.

Sendo assim, por todas estas consi-

derações, concluímos que Efráyim está

isento de pagar a Yehudá.

Do semanário “Guefilte-mail” ([email protected]).

Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita

Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facil-

mente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sen-tença para o outro extremo. Estas respostas

não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande

experiência no assunto.

Dinheiro em Xeque

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14 Tishri / Cheshvan 5776

Kidush e Costumes das Refeições nas Noites

de Rosh HashanáApós o Kidush, nas noites de Rosh Hashaná, costuma-se comer alimentos

que, pelos seus nomes, parecem ser um bom sinal para o ano que se inicia. Cada um deve fazer conforme o costume de sua casa. Para não incorrer no erro da superstição, nossos sábios instituíram sobre estes alimentos pedi-

dos que invocam o perdão e o arrependimento.

Kidush das Duas Noites de Rosh HashanáConforme Costume Sefaradi

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Revistas

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Comemorando I

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Tishri / Cheshvan 5776 15

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Comemorando I

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Costumes das refeições das Noites de Rosh HashanáComemorando I

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A Família SterenfeldA Família Sterenfeld

Deseja Shaná TováUmtucá

para toda akehilat Mekor Haim

Deseja Shaná TováUmtucá

para toda akehilat Mekor Haim

Tishri / Cheshvan 5776 17

Obs.: Nos textos transliterados, onde houver asterisco, substituir pela letra “o”.

Comemorando I

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Conselho de MulherConforme explicam nossos sábios, o verdadeiro valor do cumprimento das mitsvot está diretamente relacionado com a alegria e a satisfação com a qual as realizamos.

Comemorando II

Rabino I. Dichi

18 Tishri / Cheshvan 5776

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Comemorando II

No século XVIII, vivia numa pequena cidade próxima

à cidade de Vilna, na Lituânia, um grande sábio chamado Rabi Avraham Ragoler ben Shelomô (1722–1804). Rabi Avraham era irmão do famoso sábio Rabi Eliyáhu, o Gaon de Vilna.

Rabi Avraham nasceu em Vilna,

mas mudou-se para uma cidade pró-

xima, chamada Ragola, e ficou conhe-

cido como “Rabi Avraham Ragoler” ou

simplesmente “O Chassid”.

Rabi Avraham é o autor da famosa

obra Maalot Hatorá (1828), que trata das

virtudes daqueles que se ocupam com

o estudo da Torá. Apesar de explicar

em detalhes os preceitos do estudo da

Torá, ele ressalta que “não é suficiente

apenas estudar o texto superficialmen-

te, mas também é essencial concretizá-

-lo na prática.” Ele também deixou em

manuscrito um comentário cabalístico

sobre o Tratado de Meguilá, bem como

um comentário sobre Meguilat Ester.

As viagens de Rabi Avraham para

visitar seu irmão na cidade de Vilna

eram frequentes. Em uma destas via-

gens, algumas pessoas lhe pergunta-

ram se ele nunca pensara em mudar-

-se novamente para Vilna, para estar

mais próximo do Gaon Rabi Eliyáhu.

Rabi Avraham respondeu que, de

fato, em certa oportunidade conversara

com sua esposa a este respeito, mas que

ela preferia não se mudar. Então estas

pessoas foram perguntar para a esposa

do Rabi Avraham qual o motivo para ela

não querer se mudar para Vilna.

A Rabanit Hinda Ragoler contou-lhes

que alguns anos antes, quando já esta-

vam próximos os dias da festa de Sucot,

seu marido ainda não tinha conseguido

comprar um etrog e estava muito pre-

ocupado. Percebendo que talvez eles

não conseguissem a quantia necessária

para cumprir a mitsvá, a rabanit teve

uma idéia e aconselhou seu marido. Ela

disse ao sábio que a casa na qual eles

moravam era muito grande, que eles já

estavam ficando velhos e que não preci-

savam de uma casa tão grande. Ela lhe

disse que seria melhor vender a casa e

comprar uma menor. Assim, com a dife-

rença dos valores, certamente poderiam

comprar um belo etrog. Rabi Avraham

aceitou o conselho da rabanit e pôde,

dessa forma, cumprir a mitsvá de arbaát

haminim, as quatro espécies.

A rabanit continuou contando que,

desde aquele ano, cada vez que ela

passava em frente à sua antiga casa,

ela sentia uma enorme satisfação – a

satisfação de lembrar-se de que ela

aconselhara seu marido de forma a

proporcionar-lhe o cumprimento de

uma mitsvá da Torá. Esta satisfação

ela não teria na cidade de Vilna.

* * *

No futuro, quando Hashem ava-

liar nossos atos, além da recompensa

por cada detalhe de nossas mitsvot,

receberemos uma grande recompensa

pela satisfação que acompanhou cada

mitsvá.

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UMA DELÍCIA! DA ÁRVORE AO PALADAR

É quase impossível encontrar alguém que resista a um bom chocolate. No entanto, você sabe de onde ele é extraído e como é produzido? Confira o "passo a passo" a seguir e aprenda um

pouco mais sobre essa deliciosa iguaria!

Variedades I

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Após a colheita do cacau, as sementes passam por um processo de secagem para depois serem torradas e, por fim, moídas. Metade do composto resultante se transforma na manteiga de cacau, enquanto o restante segue no processo da produção do chocolate.

Para obter-se um bom chocolate, é imprescindível que os frutos do cacau sejam de boa qualidade. O cacaueiro precisa estar em ambiente quente, úmido e protegido contra o sol e o vento.

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Variedades I

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Estamos chegando ao final do processo! Aqui, já temos o chocolate quase pronto, pre-cisando apenas ser refinado, para retirar os pequenos grãos e cristais de açúcar, e misturado a outros ingredientes que darão durabilidade, aparência e sabor mais acentuados.

O resultado da moagem pode virar o nosso tão amado chocolate ou, ainda, chocolate em pó. Para a versão ao leite, acrescenta-se açúcar cristal, manteiga de cacau e leite. Para o chocolate amargo é a mesma mistura, mas sem leite e com menos açúcar. O chocolate branco é um caso especial. Ele não é feito com a semente do cacau, mas apenas com manteiga de cacau, leite e açúcar.3

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Variedades I

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Para finalizar, o chocola-te passa por uma rápida troca de temperaturas, até assumir a forma sólida. Esse processo é bastante minucioso, já que influen-cia bastante no aspecto final do produto. Depois disso, vem a moldagem.

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E o resultado final é o delicioso chocolate que todos nós apreciamos!

Na Suíça, a média de consumo de chocolate anual por pessoa é de impressionantes 10kg. O Brasil é o sexto no planeta, com “apenas” 2kg por pessoa.

O maior produtor de cacau do mundo é a Costa do Marfim, com aproximadamente 32% da produção mundial.

Segundo alguns estu-dos, os grãos do cacau possuem uma substân-cia antioxidante capaz de prevenir alguns ti-pos de câncer.

CURIOSIDADES

Variedades I

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Quando a Torá descreve os detalhes sobre a

construção do Mishcan, o Tabernáculo, e os donativos que foram necessários, consta várias vezes a expressão “chacham lev” – sábio de coração. É interessante analisar seu significado segundo os conceitos trans-mitidos por nossos sábios.

Para entendermos esta expressão, vejamos

o que traz a Guemará em Berachot 17a. Rava

costumava dizer que a finalidade da inteligên-

cia é promover a teshuvá – o retorno ao cami-

nho correto – e os bons atos. Não seria corre-

to alguém estudar a Torá e, ao mesmo tempo,

maltratar os pais, o seu rabino ou aquele que

possui mais conhecimento. Quem estuda a Torá

deve, antes de tudo, saber como se comportar

de forma honrada, como um temente a D’us,

conforme consta no Tehilim (cap. 111): “Reshit

chochmá yir’at Hashem sêchel tov lechol os-

sehem – O início da sabedoria é o temor ao

Eterno; bom entendimento para todos os seus

praticantes”.

Portanto, de acordo com a guemará, a cho-

chmá – a sabedoria – deve influenciar os atos

do homem e a sua personalidade, para que seja

temente a D’us.

No livro “Or Yahel”, de autoria do Rabi

Yehudá Leib Hasman zt”l, consta um exemplo

sobre este conceito. O livro cita um farmacêuti-

co que tem conhecimentos sobre os efeitos das

ervas. O farmacêutico possui inúmeros tipos

de ervas medicinais, mas possui também ervas

venenosas, e todos sabem que ele costuma usar

somente as venenosas. Quem confiaria sua saú-

de a esta pessoa?

Ocorre o mesmo com alguém que possui

inteligência mas não a usa com bons atos. A in-

teligência é como um remédio que deve ser em-

pregado somente para o bem. A pessoa que não

usa sua inteligência de forma positiva também

é comparada com um burro que carrega livros.

O Dia Seguinte ao Yom Kipur Um Dia Especial

Rabino I. Dichi

Visão Judaica I

Na parashat Vayak’hel consta várias vezes a expressão “chacham lev” – sábio de coração. Esta expressão desperta curiosidade, pois o lugar natural da inteligência é o cérebro, e não o coração.

24 Tishri / Cheshvan 5776

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Para ele, os livros não têm nenhuma

validade.

De nada adianta ser inteligente,

saber as coisas, sem utilizar os co-

nhecimentos na prática. O sábio deve

usar sua inteligência em seu benefício,

conforme diz o Rei Shelomô (Mishlê

14:16): “Chacham yarê vessar merá

uchssil mit’aver uvoteach – O sábio

teme e foge do mal, e o tolo continua

no caminho errado”. Apesar de fugir

do mal, o sábio continua temendo seus

atos, enquanto o tolo pensa que está no

caminho correto e continua errando.

Portanto, o verdadeiro sábio é

aquele que teme e foge do mal. O te-

mor provém do coração, pois é lá que

estão os sentimentos. Disso, podemos

entender a passagem citada várias

vezes na Torá sobre a construção do

Mishcan: “chacham lev” – sábio de

coração. Ou seja, o temor do coração

é consequência direta da inteligência.

Além disso, este temor deve revelar

a inteligência na prática, como diz o

versículo (Shemot 35:10): “Vechol cha-

cham lev bachem yavou veyaassu – E

todo sábio de coração dentre vocês ve-

nha e faça.

O Mishcan é o local onde o Todo-

-Poderoso quis concentrar a Sua Pre-

sença, o santuário construído durante

a travessia do deserto. Com o versículo

“E todo sábio de coração dentre vo-

cês venha e faça”, D’us ordenou que

somente aqueles que possuíssem esta

“sabedoria ligada com o coração” fos-

sem construí-lo.

Nesta mesma parashá, consta tam-

bém que Moshê Rabênu reuniu o povo

para relatar leis referentes ao Shabat e

à construção do Mishcan. O dia em que

isso aconteceu foi o dia seguinte ao Yom

Kipur. O livro “Ele Hadevarim” explica

por que foi escolhido justamente este

dia para tal evento. O dia seguinte ao

Yom Kipur é um dia especial, quando

o coração do yehudi está mais voltado

para D’us. Neste dia, portanto, a cho-

chmá, a sabedoria, está mais ligada ao

coração. É um dia no qual o yehudi al-

cançou um nível espiritual elevado. Por

isso Moshê o escolheu, para transmitir

ao povo que este sentimento deve con-

tinuar durante todos os dias do ano.

O temor do coração, que é con-

sequência da inteligência dos sábios,

tem por objetivo a elevação espiritu-

al do indivíduo. Os assuntos transmi-

tidos por Moshê nesta oportunidade

– a construção do Mishcan e o Shabat – também se referem à elevação es-

piritual: O Mishcan é o lugar da con-

centração da Presença Divina. Já o

Shabat, foi dado para o Povo de Israel

com a finalidade de elevá-lo espiritual-

mente. Conforme explica o Talmud Ye-

rushálmi, o Shabat e o yom tov foram

dados para que o yehudi possa estudar

a Torá e, a partir deste estudo, atingir

um nível espiritual superior ao que se

encontrava.

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Tishri / Cheshvan 5776 25

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Comemorando III

26 Tishri / Cheshvan 5776

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Comemorando III

A Alegria de SucotMuitos sábios já discorreram sobre a clássica pergunta: “Por que a Torá ordenou que comemorássemos a festa de Sucot no mês de tishri?”. Este enfoque sobre a alegria de Sucot é uma lição de vida para ricos e pobres!

As cabanas que montamos durante os dias de Sucot lembram as cabanas nas quais nossos

antepassados viveram durante os anos que passaram no deserto. Fazem alusão também às sete nuvens que protegiam o povo durante todos os quarenta anos da travessia. Sendo assim, a festa de Sucot não está re-lacionada diretamente com uma data específica. En-tretanto, pela lógica, o período mais adequado para comemorar a proteção Divina durante a travessia do deserto talvez devesse ser próximo da data da Saída do Egito, no mês de nissan.

Segundo consta no “Tur”, caso comemorássemos Sucot

no mês de nissan, o mês da primavera em Israel, poderia

haver quem alegasse que estamos vivendo em cabanas por

ser algo prazeroso durante o clima agradável da primavera,

e não por estarmos obedecendo um preceito Divino. Esta ale-

gação não cabe no mês de tishri, quando o único motivo para

construirmos cabanas é a obediência a uma vontade Divina.

Em Sucot também devemos cumprir o preceito de “ale-

grarmo-nos perante D’us”. Conforme explicam nossos sá-

bios, a verdadeira alegria só pode ser alcançada quando

a pessoa está livre dos pecados. Este é outro motivo para

comemorar Sucot no mês de tishri, depois de Yom Kipur,

quando as pessoas já fizeram teshuvá e foram perdoadas no

R. Joseph Chouveke

Tishri / Cheshvan 5776 27

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Shaná Tová

julgamento celestial.

Portanto, esta é a época mais pro-

pícia do ano para comemorar a festa

de Sucot e para atingir a alegria exi-

gida pela Torá.

Os tsadikim atingem o nível máxi-

mo de alegria, denominado de “simchá

Bashem” – a alegria em D’us. Ou seja, a

própria crença e confiança na existên-

cia de D’us é o motivo de sua alegria,

independente de todas as bondades

realizadas por Ele.

Ainda assim, em Sucot, por meio

do reconhecimento das bondades de

D’us podemos atingir um elevado nível

de alegria. Mas como podemos chegar

a este nível? Quais devem ser nossos

pensamentos e o enfoque sobre nossas

vidas que nos levem a esta situação?

A festa de Sucot é comemorada

após o recolhimento da produção

agrícola. Por isso, Sucot também é

chamada de Chag Haassif – Festa da

Colheita. Analisemos dois casos opos-

tos para responder às questões pro-

postas. Por um lado tratemos de uma

pessoa que teve um bom ano e pode

desfrutar de uma boa colheita. Por

outro, de alguém que passou um ano

com muitos problemas e dificuldades

financeiras, e não tem motivos para

se orgulhar.

Nesta época, quando toda a pro-

dução já está armazenada, é a ocasião

mais propícia para que se desperte um

sentimento de orgulho e arrogância no

coração dos homens. O homem pode

olhar para sua colheita armazenada

e imaginar que sua capacidade e sua

força foram os causadores de seu su-

cesso, esquecendo-se de que tudo pro-

vém de D’us e de Sua enorme bondade.

Com estes sentimentos seria im-

possível alcançar a alegria exigida

pela Torá. Assim, para evitar esta

situação, é ordenado ao homem sair

de sua casa e ir viver em uma habi-

tação frágil e provisória. Nesta situa-

ção, ele imediatamente se lembra que

este mundo também é algo provisório;

além disso, que sua situação é frágil e

depende exclusivamente da proteção

Divina. Ele percebe que tudo o que

possui é um grande presente de D’us.

Ao afastar os sentimentos de or-

gulho e despertar a humildade e o re-

conhecimento de que depende exclu-

sivamente de D’us, subjuga-se à Sua

vontade, fortalecendo a confiança e a

fé em D’us. Tudo isso leva a uma gran-

de aproximação ao Todo-Poderoso e,

consequentemente, a uma enorme fe-

licidade.

Assim é que o indivíduo abastado

atinge a verdadeira alegria de Sucot.

Mas, e no caso de alguém que não

possui bens? Este indivíduo não pode

reconhecer que D’us lhe outorgou um

grande presente. Ele nem tem motivos

para se orgulhar ou para ser arrogan-

Comemorando III

28 Tishri / Cheshvan 5776

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te! Qual a lição da Sucá e como esta

pessoa pode chegar a alegrar-se nesta

época?

Para responder a estas perguntas,

o grande sábio Chafets Chayim (Rav

Yisrael Meir Hacohen, 1838–1933) traz

a seguinte parábola:

“Havia um homem muito rico

que, após seus anos neste mundo, foi

julgado no Tribunal Celestial. No jul-

gamento, foi decidido que esta alma

ainda não poderia ser aceita no Gan

Êden; não poderia desfrutar do enor-

me prazer da proximidade de D’us

sem antes retornar à Terra no corpo

de outra pessoa para corrigir algumas

falhas que cometera durante sua vida

anterior.

“Ao ouvir a sentença, a alma ale-

gou que se comportara de forma ar-

rogante, desprezando e humilhando

outras pessoas, por ter sido uma pes-

soa muito rica. O teste de ter muito

dinheiro tinha sido muito grande e ela

não conseguira praticar muitas mits-

vot por causa disso. Assim, ela pediu

que na próxima vida não fosse rica,

pois suas chances de corrigir seus pe-

cados seriam muito maiores.

“No entanto, o categor – o anjo pro-

motor – não concordou com o seu pedi-

do, entendendo que a alma deveria ser

uma pessoa rica novamente e, ainda

assim, vencer o teste, sendo humilde,

bondosa e cumpridora das mitsvot.

“Ao ouvir este parecer a alma ficou

desesperada. Ela continuou suplican-

do para que a Vontade Divina decre-

tasse uma vida pobre. Dessa maneira,

ela poderia mais facilmente corrigir

suas falhas anteriores e, finalmente,

receber sua verdadeira recompensa

depois de uma vida honrada.”

O Chafets Chayim conclui dizen-

do, então: “Quem sabe se a pessoa que

passou por dificuldades durante todo

o ano não possui uma alma na mesma

situação que a citada?”.

Esta pessoa, então, deve sair de

sua casa e ir viver em uma habitação

frágil e provisória durante os dias

da festa de Sucot. Nesta situação, ela

também se lembrará que este mundo

é algo provisório; além disso, percebe-

rá que sua situação é frágil, mas que

está sob a proteção do Todo-Poderoso,

que faz tudo para o bem das pessoas.

Com estes pensamentos, fortalece sua

confiança e a fé em D’us. Isso a leva a

uma grande aproximação ao Todo-Po-

deroso e, consequentemente, a uma

enorme felicidade!

Comemorando III

Almoço executivotodos os dias!

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Tishri / Cheshvan 5776 29

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30 Tishri / Cheshvan 5776

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Tishri / Cheshvan 5776 31

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Visão Judaica II

Num lugar chamado Cuzar, há cerca de 1.200 anos, havia

um rei muito bom e honesto. Este rei sem-pre procurava realizar os atos que lhe pa-reciam mais corretos; no entanto, ele era idólatra.

Certa noite, o rei sonhou que um anjo apa-

recia a ele e dizia: “Suas intenções são boas,

mas seus atos não condizem com elas.” O so-

nho se repetiu por muitas noites, até que o rei

resolveu mudar suas atitudes. Para descobrir

de que maneira deveria agir a partir de então,

o rei convocou três sábios com diferentes con-

ceitos. Cada um tentaria convencê-lo de que o

seu próprio modo de agir era o correto. Assim,

foram chamados um padre, um filósofo e um

rabi judeu. Os três discutiram com o rei até

que ele terminou convencido pelo sábio judeu.

O rei de Cuzar, então, converteu-se ao judaísmo

e o mesmo aconteceu com grande parte de seu

povo.

Esta é a história de uma das mais impor-

tantes obras do pensamento judaico, o “Sêfer

Hacuzari”, escrito há cerca de 800 anos pelo

grande sábio Rabi Yehudá Halevi. Há quem

diga que o rei descrito realmente existiu e Rabi

Yehudá aproveitou sua história como base para

a obra. Há quem diga, entretanto, que o rei

nunca existiu e que Rabi Yehudá Halevi apenas

utilizou-se desta história para transmitir seus

princípios filosóficos.

Muitas pessoas acreditam que o conceito

de religião – e religiosidade – implica, obriga-

toriamente, em uma fé cega. Ou seja, que a reli-

giosidade é algo que provém exclusivamente do

coração e, portanto, que não tem relação com a

mente e não pode ser provada por meio da lógi-

ca. Isto não é verdade em relação ao judaísmo.

A nossa fé não precisa e não deve ser cega. As

bases da fé judaica podem ser provadas por

meio de uma lógica tão obrigatória quanto uma

equação matemática.

O “Sêfer Hacuzari” se esforça – com sucesso

– em explicar e provar as bases da fé judaica

acima de qualquer dúvida. Por isso, desde que

foi escrito até nossos dias, o livro tem sido uma

fonte constante de afirmação e fortalecimento

da fé judaica nos corações e mentes de todos

aqueles que o lêem.

Apesar disso, Rabi Yehudá Halevi não trata

de algumas questões que, por vezes, parecem

cruciais nos nossos dias. Questões como: “D’us

Questões de Lógica!Algumas poucas questões que todos devem responder obrigatoriamente antes dos 120!

32 Tishri / Cheshvan 5776

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existe?”, ou ainda: “Mesmo que Ele

exista, por que eu precisaria mudar

minhas atitudes?”.

Certamente, Rabi Yehudá também

podia responder a essas perguntas.

Então por que não o fez? Talvez sim-

plesmente porque não viu necessidade

para isso, já que em sua época nin-

guém era tão descrente para negar a

existência de um Criador. As dúvidas

dos judeus da sua geração começavam

muito além desta questão.

Nos nossos dias, muitas pessoas

vivem tão mergulhadas no materialis-

mo que nem mesmo pensam em fazer

um questionamento interior do modo

como vivem. Ou seja, a primeira “per-

gunta” dos nossos dias seria: “Quem

disse que eu preciso fazer alguma per-

gunta?”.

Este artigo não tem a pretensão de

aprofundar-se nos conceitos do pensa-

mento judaico. Não trará sequer uma

fração da belíssima análise filosófica

do “Sêfer Hacuzari”. Entretanto, es-

clarecerá alguns conceitos básicos, no

mesmo contexto, com uma linha de

pensamento simples. Solucionará vá-

rias dúvidas, segundo uma lógica exa-

ta, ou simplesmente trará argumentos

racionais sobre o pensamento judaico.

Deixe-me viver em paz!

A primeira pergunta e, certamen-

te, a mais fácil de ser respondida é:

“Por que devo me questionar?”.

Imagine alguém que queira com-

prar um carro ou um apartamento.

Essa pessoa procuraria obter o maior

número possível de informações sobre

o investimento. Levaria o carro num

bom mecânico antes de comprá-lo,

verificaria se não é um veículo rouba-

do ou algo semelhante. Procuraria se

informar sobre a localização do apar-

tamento, pesquisaria eventuais pro-

blemas de encanamento, eletricidade

e uma série de outros cuidados. Tudo

isso para não comprar “gato por le-

bre”. Todas as pessoas entendem que,

antes de realizar um negócio, uma

pesquisa minuciosa é necessária. Afi-

nal, ninguém quer perder dinheiro.

O maior bem de um indivíduo é a

sua vida. Ninguém pode negar isso,

já que os maiores esforços das pesso-

as são feitos para preservá-la. Assim,

também em relação à vida, é necessá-

rio fazer um “bom negócio”. Talvez a

vida tem muito mais a oferecer e não

se está tirando o devido proveito de

cada momento! Para sabermos se es-

tamos fazendo com as nossas vidas

um bom negócio, é preciso que nos

questionemos constantemente, a cada

novo passo que damos.

Mais ainda, devemos lembrar que

nossos filhos sofrerão as consequên-

cias das decisões que tomarmos em

Visão Judaica II

Tishri / Cheshvan 5776 33

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nossas vidas e que eles viverão con-

forme os valores que incutirmos neles.

Então, será que é justo que os filhos

sofram por atos não pensados dos

pais?

Após esta análise, há quatro ques-

tões cruciais sobre a nossa existên-

cia e que nos levam a uma conclusão

única.

1- Existe um Criador do mundo?

2- Se existe um Criador, será que

existe um sentido para o mundo?

3- Se existe um sentido, será que o

Criador o revelou?

4- Se Ele revelou esse sentido,

como podemos sabê-lo?

Existe um Criador do mundo?

A primeira pergunta sobre a nossa

existência deve ser: “De onde viemos?”

Para responder a isso, precisamos sa-

ber como o mundo foi criado, ou quem

o criou. A pergunta pode ser também:

“O que criou o Universo?” ou ainda:

“O que criou aquilo que criou o Uni-

verso?” e assim por diante.

Só existem duas respostas para

esta pergunta: ou existe um Criador

e, segundo essa hipótese, passamos

para as outras perguntas, ou não exis-

te um Criador e, então, o mundo e os

seres humanos são apenas objetos de

um acaso. Se a segunda possibilida-

de for a verdadeira, perguntas como:

“Qual o sentido da vida?” ou: “O que

devo fazer para cumprir meu objetivo

neste mundo?” deixam de ter valor

pois, certamente, se não há Criador,

o mundo não tem um objetivo especí-

fico. Assim, cada um poderia resolver

sozinho como deve levar sua vida sem

se preocupar em atingir um objetivo.

O único sentido da vida seria o de pro-

porcionar proveito para nossa existên-

cia material.

Um ponto importante a observar

é que existe apenas uma verdade. Ou

seja, não existem duas possibilida-

des quanto à existência de algo. Por

exemplo: se alguém afirma que existe

no mundo um boi com duas cabeças

e outra pessoa diz que isso não exis-

te, somente uma possibilidade pode

ser verdadeira. Basta que eu prove

que existe um boi com duas cabeças,

mostrando, por exemplo, um espéci-

me, e a questão fica resolvida. Alguém

que, depois de ver este boi, insistisse

em dizer: “Eu sou de opinião que não

existe um boi de duas cabeças” seria

considerado um tolo. Por outro lado,

provar que algo não existe é comple-

tamente impossível, já que, para fazer

isso, seria necessário estar em todos

os lugares em todos os momentos.

Da mesma forma, se for provado

que existe realmente um Criador do

mundo, seria ilógico continuar negan-

do Sua existência. Assim, argumenta-

ções como: “Você tem a sua opinião e

Visão Judaica II

6

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34 Tishri / Cheshvan 5776

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Sra. Rina Hamoui

e família desejam

paz, saúde e muitas

alegrias neste

novo ano de 5776.

eu tenho a minha...” ou: “Cada um com

a sua verdade!” não teriam validade

alguma.

Não podemos provar a existência

de D’us exibindo-O, como no exem-

plo citado acima, já que Ele não tem

uma forma física. No entanto, pode-

mos provar Sua existência apontando

maneiras por meio das quais Ele se

apresenta a nós: a natureza e o ho-

mem.

A característica da natureza que

mais se destaca é a sua ordem. A

natureza é ordenada, ou seja, suas

leis e princípios funcionam de forma

constante e repetitiva, e não de forma

acidental. Essa ordem da natureza é

afirmada por quaisquer ramos da ci-

ência. Temos certeza, por exemplo,

de que a lei da gravidade continuará

agindo constantemente. Um quími-

co tem a certeza de que uma reação

entre dois reagentes será a esperada

segundo as regras da química. Um

biólogo, estudando a reprodução de

determinada planta, pode fazer seu

estudo partindo do princípio que a

planta continuará se reproduzindo

da mesma forma. Cada momento de

nossas vidas é regido por esta certeza

de que as leis da natureza permane-

cerão iguais.

Qualquer pessoa que se detenha

para observar o mundo, desde o nú-

cleo dos átomos até as gigantescas es-

trelas de galáxias distantes, percebe

que existe uma ordem extraordinária

em tudo. Quem – ou o que – sincroniza

e ordena todas as leis da natureza e

faz com que elas permaneçam sem-

pre as mesmas? Toda essa ordem pede

que alguém a tenha arranjado.

Nós aceitamos, fazendo uso da

nossa lógica mais elementar, que qual-

quer objeto que contenha uma ordem,

uma máquina fotográfica, por exem-

plo, tenha sido fabricada por alguém.

Nenhum ser humano olha para uma

máquina e diz que ela é uma obra do

acaso. Assim também, a ordem da na-

tureza exige que exista um criador.

Por que acreditar que uma máquina

fotográfica tenha sido fabricada por

alguém e, por outro lado, afirmar que

o olho, a mais moderna e perfeita “má-

quina fotográfica”, tenha sido criada

ao acaso? Mesmo que se considere

a hipótese de tentativas durante mi-

lhões de anos, os átomos não forma-

riam peças de máquinas e estas não

se encaixariam sozinhas.

Efetivamente, é difícil entender

a existência de um Criador. Por isso,

muitas pessoas preferem acreditar

que todo o Universo tenha sido criado

por uma incrível, e absurda, série de

coincidências; e que continua existin-

do pelas mesmas coincidências. Ainda

que esta alternativa seja de fato ilógica

– até mesmo para grandes físicos – ao

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Tishri / Cheshvan 5776 35

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menos pode-se entendê-la. Esta forma

de pensamento é, no mínimo, arro-

gante: “O que eu não posso entender,

não existe. Como não posso entender

D’us, Ele não existe!”.

Assim, a primeira prova da exis-

tência de D’us é por meio da observa-

ção do Universo e de suas leis.

A segunda prova da existência de

um Criador é por meio da análise do

ser humano. O homem possui forças

dentro de si que denotam, de forma

conclusiva, que existe algo acima do

material. Os sentimentos humanos

revelam que o conjunto de células

que formam o corpo não são sufi-

cientes para explicá-lo. Existe algo

além disso, que é o que costumamos

chamar de alma ou espírito. Como se

explicam as emoções como o ódio, o

amor, a vergonha, o medo? Apesar de

cientistas terem revelado que esses

sentimentos são controlados pelo cé-

rebro e que são reações físicas como

quaisquer outras, não podem explicar

o que faz com que o cérebro determi-

ne estas reações.

Se aprofundarmo-nos mais nesta

questão, perceberemos que suas raí-

zes estão numa pergunta ainda mais

crucial: “O que deu origem à vida?”

A vida é impossível de ser explica-

da senão por meio da existência de

algo além da matéria. Tomemos um

exemplo simples: um homem saudá-

vel tem um repentino ataque do cora-

ção. Levam-no para um hospital, mas

ele falece antes de chegar lá. Por que

não podemos fazer com que ele reviva

fazendo seu cérebro funcionar nova-

mente e seu coração voltar a bater?

Esse “sopro de vida” que foi perdido,

por que não podemos fazer com que

volte se o organismo desse homem

ainda está em perfeita ordem?

Um neurocirurgião isolou diver-

sas áreas do cérebro humano e, por

meio de impulsos elétricos, estimu-

lou várias delas. Assim, ele percebeu

que impulsos em determinada área

do cérebro faziam com que o pacien-

te levantasse o braço direito. Quando

perguntou ao paciente por que tinha

levantado o braço, ele respondeu que

não o levantara, mas sim, que seu bra-

ço tinha sido levantado pelo médico.

Desta forma, surge uma pergunta

simples e, ao mesmo tempo, comple-

xa: Quando o impulso elétrico é cau-

sado pelo médico, dizemos que foi ele

quem levantou o braço. Mas quando a

pessoa levanta o braço sozinha, quem

o levantou? Ou seja, quem é o cha-

mado “eu” que motiva cada impulso

elétrico necessário para que o cére-

bro envie a devida mensagem para

cada ação humana senão sua alma,

seu espírito?

Vários fatores que comprovam a

existência de algo além da matéria são

hoje aceitos e utilizados na psicologia,

como por exemplo, o uso de regres-

sões para vidas passadas. Cabe aqui

ressaltar que, apesar de o judaísmo

confirmar o conceito de reencarnação

das almas, proíbe quaisquer métodos

de comunicação com elas quando se-

paradas do corpo.

Aceitando-se que existe uma alma

que está acima de nossa existência fí-

sica, consentimos também que essa

alma deve ter uma fonte. Assim, pode-

mos mais facilmente entender a exis-

tência de uma forma espiritual supe-

rior que tenha criado essa existência

física e que domine sobre ela.

Levando toda esta análise em con-

sideração, chegamos a uma resposta

afirmativa para nossa primeira per-

gunta. Sim, existe um Criador e foi Ele

Quem criou tudo o que conhecemos

hoje.

Existe um sentido para a Criação?

Observemos todas as criações do

homem, desde as mais simples até as

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Buba - Mart

mais complexas. Todas elas possuem

alguma ordem definida pela qual fo-

ram construídas e um motivo para tal.

Um copo serve para conter algo. Um

carro serve para a locomoção; uma

roupa, para vestimenta, e assim por

diante. Todo “criador” que forma algo

ordenado, o faz com um sentido, um

objetivo geralmente predefinido. Po-

dem existir até exceções para esta re-

gra, mas ela é aceita pela lógica.

Assim, o mais lógico e correto é

aceitar que, se D’us criou este mundo

de forma tão minuciosa e ordenada, é

porque o fez com algum sentido deter-

minado, com um ou vários objetivos,

sejam eles quais forem.

Será que o Criador nos revelou o

sentido da Criação?

Suponhamos que alguém tenha

descoberto uma grande invenção.

Imaginemos que esse inventor te-

nha levado anos projetando e cons-

truindo sua máquina prodigiosa.

Sua invenção só será considerada

completa quando revelar para que

ela serve. Se ele não fizer isso e não

tivermos como descobrir, a máquina

extraordinária não passará de uma

geringonça.

Assim, é contrário à razão ima-

ginar que o mundo possua um ob-

jetivo que não tenha sido revelado,

pois nunca conseguiríamos atingi-lo.

Como o ser humano possui o livre

arbítrio, a possibilidade de que o ob-

jetivo do mundo independa da ação

do homem não faz sentido. Se o ob-

jetivo do mundo não dependesse dos

atos dos homens, D’us nos criaria de

modo que pudéssemos fazer exclusi-

vamente atos que complementassem

Seu objetivo.

Concluímos, portanto, que o mun-

do possui um objetivo revelado por seu

Criador e que este objetivo depende

dos atos dos homens.

Onde Ele nos revelou esse sentido?

Chegamos num ponto onde as opi-

niões se multiplicam e divergem. Cen-

tenas de religiões se dizem verdadei-

ras e afirmam que todas as outras são

falsas. Onde, então, estará escondida

a verdade.

O judaísmo possui características

que diferem de todas as outras crenças

e que a tornam única. Estas particu-

laridades são suficientes para que, ao

menos, se investigue a possibilidade

de que o judaísmo é verdadeiro:

1- É a única crença que não se

baseia em um testemunho de apenas

uma ou algumas pessoas. A Torá é

bem clara quando diz que centenas

de milhares de pessoas adultas viram,

ouviram e sentiram a Presença Divina

na Outorga da Torá. Assim, são cente-

nas de milhares de pessoas que inicia-

ram uma corrente de ensinamentos,

transmitindo para seus filhos e netos

um testemunho vivo de que a Torá é

verdadeira.

2- O judaísmo é também a única fé

que diz poder provar completamente

todas as bases de sua crença, sem se

basear em uma fé cega.

A Torá é como um livro de instru-

ções do fabricante. Ela contém todos

os preceitos necessários para que pos-

samos alcançar, particularmente, nos-

so objetivo. Ela encerra também uma

meta que deve ser atingida pelo mundo

como um todo, de uma forma geral.

A Torá pode ser provada! Porém,

é preciso que nós procuremos nos

aprofundar e dedicarmo-nos ao seu

entendimento. Muitas perguntas ain-

da devem ser respondidas e dezenas

de livros foram escritos respondendo

a elas. Basta que se esteja disposto a

dar o primeiro passo!

baseado no livro “Massá el Imkê Hahavayá” de autoria do Rabino Mordechay

Neugröschal

Visão Judaica II

Tishri / Cheshvan 5776 37

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Nossa GenteNascimentos

No berit milá do filho de Joseph Choueke

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• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Amy Tahan, Joseph Choueke e Leão Serruya.

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Nossa Gente

No berit milá do filho de Amy Tahan

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Bar Mitsvá

• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Akiva Apfelbaum, Ariel Sued, Efraim Sutton, Ezra Chaim Safra, Jonathan Sutton, Mordechai Iossef Vital, Moshe Picciotto, Moshe Soffer e Shloimy Turnheim.

No bar mitsvá de Akiva Apfelbaum

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Nossa Gente

No bar mitsvá de Jonathan Sutton

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42 Tishri / Cheshvan 5776

Nossa Gente

No bar mitsvá de Mordechai Iossef Vital

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Tishri / Cheshvan 5776 43

Nossa Gente

No bar mitsvá de Efraim Sutton

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Casamentos• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Havlin e Bradwine-Havazelet (Dov e Chava), Michanie e Harari (Yossi e Mazal), Kassab e Nasser (Edmon e Batsheva), Metta e Kayeri (Samy e Ester), Reichman e Havlin (Michael e Chaya Rivca), Schmueli e Graz (michael e Miriam), Hurivitz, Leber e Cicutto (Dennis e Priscila), Chayo e Laniado (Abdo e Sari), Meltzer e Steinbruch (Arie e Pnina), Kruczan e Pinto (Marcel e Eva).

No casamento de Yossi e Mazal Michanie

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Tishri / Cheshvan 5776 45

Nossa Gente

No casamento de Edmon e Batsheva Kassab

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Tishri / Cheshvan 5776

Nossa Gente

Na inauguração do Centro Comunitário e Congregação Perdizes Darkei Noam

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Nossa Gente

Hachnassat Sêfer Torá oferecida pela família Morabia

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Primeiro Congresso do TAG no Brasil: “O Desafio Digital – Como Lidar com os Riscos da Tecnologia”

Nossa Gente

Siyum Massêchet Nedarim do grupo que estuda o Daf Yomi na Congregação

Veja 8 fotos e 2 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br

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Entrevista

Herança em IsraelShimoni & Fink é um escritório de advocacia localizado em Jerusalém e Tel-Aviv, com escritórios correspon-dentes em São Paulo e Nova York.

Suas principais áreas de atuação são direito imobiliário, direito sucessório e tributação internacional.Possui estreita colaboração no Brasil com o escritório “Landau Advogados Associados”, localizado em São Paulo, de onde é assistido com pareceres jurídicos da legislação brasilei-ra, em termos de orientação legal na transferência de fundos de herança de forma eficaz de acordo com as leis de tributação internacional e com as regras legais bancárias internacionais.Nesta entrevista com o Dr. Gershon Fink você encontrará informações práticas relacionadas com questões sucessórias.

Nascente: Como deve-se proceder para re-

ceber a propriedade de um parente que faleceu

e deixou imóveis e contas bancárias em Israel?

Dr. Gershon Fink: A fim de herdar a proprie-

dade em Israel, você deve-se dirigir para o Re-

gistro de Heranças ou o Tribunal Religioso para

homologar ou solicitar uma ordem de sucessão

no caso de que não exista testamento. Somente

após a obtenção da homologação ou da ordem

de sucessão, você será capaz de reivindicar a

propriedade.

Nascente: Quais são os documentos neces-

sários para a apresentação de um pedido por

sucessão ou ordem de sucessões?

Dr. Gershon Fink: Os documentos necessá-

rios são: 1. Pedido de ordem de sucessão/suces-

sões. 2. Procuração. 3. Atestado de óbito. 4. Via

original do testamento (no caso em que o falecido

deixou testamento. 5. Parecer legal (legal opi-

nion) da lei estrangeira (quando o falecido resi-

dia fora de Israel). Todos os documentos serão

submetidos ao Registro de Heranças de Israel.

Tishri / Cheshvan 5776 49

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Entrevista

Nascente: É necessário viajar para

Israel a fim de obter a ordem de suces-

são/inventário?

Dr. Gershon Fink: Não. Você não

precisa viajar para Israel. Seu advo-

gado pode preparar todos os docu-

mentos necessários para assinar no

exterior. Se for necessário, você rece-

berá o documento com uma tradução

para o inglês ou português. Sua assi-

natura será certificada pelo consulado

israelense.

Nascente: Uma ordem de suces-

são (formal de partilha ou inventá-

rio) emitida no exterior é válida em

Israel?

Dr. Gershon Fink: Não. Ordem de

sucessão emitida no exterior não é vá-

lida em Israel.

Nascente: No caso de um pai que

faleceu no Brasil e deixou proprieda-

des em Israel. Qual legislação heredi-

tária se aplicará, a lei israelense ou a

lei brasileira?

Dr. Gershon Fink: Segundo a lei

israelense, a lei do país de residência

do falecido será aplicável. Portanto,

o tribunal israelense irá emitir uma

ordem de sucessão com base na lei

brasileira. A lei brasileira será com-

provada mediante a emissão de um

parecer jurídico emitido por um ad-

vogado brasileiro.

Nascente: Segundo a lei israelen-

se, se não existe testamento, quem tem

o direito de herdar?

Dr. Gershon Fink: Se o falecido

não deixou testamento, os herdeiros

serão os estipulados por lei, de acor-

do com a ordem de herança, que é a

seguinte:

1. Cônjuge do falecido no momento

do falecimento.

2. Descendentes do falecido, in-

cluindo filhos ilegítimos e adotados e

sua prole.

3. Os pais do falecido, os avós e sua

prole.

4. Na ausência de herdeiros acima

mencionados, o Estado de Israel herda

a propriedade.

A herança será dividida igualmente

entre o cônjuge do falecido (uma parte)

e os filhos do falecido (a outra parte,

a ser dividida igualmente entre eles).

Estes herdeiros têm preferência sobre

os pais do falecido e seus descendentes,

que por sua vez têm preferência sobre

os avós do falecido.

O cônjuge herdará a propriedade

inteira apenas se o falecido não tiver

descendentes, irmãos ou pais. Caso

contrário, o cônjuge tem direito a meta-

de da herança se o falecido tiver filhos

ou pais, e dois terços da herança se o

falecido tiver avós, irmãos ou outros

parentes.

Nascente: Há imposto sobre heran-

ça em Israel?

Dr. Gershon Fink: Hoje não exis-

te nenhum imposto sucessório direto

em Israel. No entanto, herdeiros que

vivem no exterior estão sujeitos às re-

gras de tributação de seu país. Além

disso, quando o imóvel é vendido, a

venda pode sujeitar-se a impostos em

Israel.

Nascente: Quem herdou um apar-

tamento em Israel precisa pagar im-

posto de ganho de capital (más shê-

vach) ou o imposto de melhoria (heitel

hashbachá) quando vender o aparta-

mento?

Dr. Gershon Fink: Sim. O imposto

de ganho de capital (más shêvach) é

pago ao governo. Em 2014 houve uma

reforma do sistema de tributação no

caso de imóveis. Como parte da refor-

ma, em determinadas circunstâncias,

quem vender seu apartamento pode

ter direito a uma isenção de imposto.

Já o imposto de melhoria (heitel hash-

bachá) é pago à autoridade municipal.

O montante do imposto é determina-

do por um avaliador do município, e

você tem o direito de opor-se a ele,

apresentando uma avaliação contrá-

ria. A taxa do imposto é de 50% de

melhoria, decorrentes de melhorias

aplicadas no imóvel em questão que

foram aprovadas durante o período

da titularidade.

Nascente: O que deve fazer alguém

informado que o pedido de um inventá-

rio foi apresentado e quiser contestar

o testamento?

Dr. Gershon Fink: De acordo com

as regras de sucessão israelense ele

deve submeter um recurso para o Re-

gistrador de Herança em 14 dias desde

o dia em que o pedido foi publicado no

Diário Oficial.

Nascente: No caso de um casal que

vive no Brasil e assinou um testamento

elaborado por um advogado brasileiro.

Este documento é reforçado válido no

futuro em Israel?

Dr. Gershon Fink: Basicamente a

resposta é sim. No entanto, recomenda-

-se que um novo testamento seja assi-

nado em relação à propriedade de Isra-

el, e que isto seja feito por um advogado

em Israel especializado em direito de

herança.

Nascente: O senhor gostaria de

acrescentar alguma informação im-

portante?

Dr. Gershon Fink: Sim. Gostaria

de solicitar que estes esclarecimentos

sejam utilizados apenas como infor-

mações pessoais. Eles não devem ser

utilizados como aconselhamentos jurí-

dicos sobre qualquer assunto. Teremos

prazer em responder maiores dúvidas

dos leitores e fornecer assistência pelo

e-mail: [email protected]

50 Tishri / Cheshvan 5776

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No tratado de Sucá (52a), a Gue-mará explica em nome de Rabi

Yehudá que, no futuro, o Todo-Poderoso fará shechitá no Yêtser Hará, a má incli-nação, na presença dos justos e dos per-versos. Aos justos, o Yêtser Hará parecerá uma enorme montanha (que dificilmente pode ser escalada) e aos perversos, pare-cerá um fio de cabelo (que pode ser facil-mente rompido).

Os justos chorarão, dizendo: “Como fomos

capazes de sobrepujar tão alta montanha?” e os

perversos chorarão, dizendo: “Como não fomos

capazes de superar esse fio de cabelo?”.

Por que o Yêtser Hará parecerá diferente

para os justos e para os perversos?

Para os justos, que constantemente domi-

nam sua má inclinação, o Yêtser Hará sem-

pre renova seus ataques com redobrado vigor.

Portanto, ele se desenvolve em uma força for-

midável que, ainda assim, é superada. Mas os

perversos cedem a uma tentação mínima. Por-

tanto, sua má inclinação nunca se desenvolve

em nada mais do que um leve impulso, ao qual,

mesmo assim, eles sucumbem.

Rif e Gueon Yaacov para o En Yaacov; Chatam Sofer; Sefat Emet; Michtav Meeliyáhu

O seu Yêtser Hará lhe parece como uma enorme montanha ou como um fino fio de cabelo?

Pensando Bem II

Como Uma Montanha!

Tishri / Cheshvan 5776 51

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Variedades II

MUNDOANIMAL

A intervenção diretA de um Autor do universo pode ser constAtAdA nA imensidão dAs gAláxiAs, nA perfeição do corpo humAno, nA mArAvilhosA

diversidAde dA botânicA e nA observAção do extrAordinário e impressionAnte

EXÓ

TIC

O Você muito provavelmente já ouviu falar do tigre branco, considerado por muitos como o animal mais belo de toda a natureza. O que poucos sabem é que a sua coloração não é causada por albinismo ou por uma subespécie, mas por uma falha genética restrita aos tigres-de-bengala, que acomete apenas um a cada 10.000 animais.

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CROCODIL

OVS. LE

ÕES

O leão da foto ao lado entrou em uma briga das boas com um imenso crocodilo. O motivo? Disputar uma enorme carcaça de elefante que estava às margens do rio.Percebendo que levaria a pior, o felino foi obrigado a pedir ajuda para o restante de sua manada. No fim das contas, a união fez a força e o crocodilo foi obrigado a debandar, deixando a farta refeição para trás.

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ALM

OÇO Não, não se trata de um novo

tipo de anfíbio! O que vemos na foto ao lado é um sapo-boi com um morcego na boca!A foto foi tirada no Parque Nacional Amotape, na Amazônia peruana.Segundo funcionários do local, o sapo acabou cuspindo o morcego, que conseguiu escapar com vida. Será que faltou tempero?

POSANDO O que você faria se um

tubarão branco de 4,5 metros aparecesse diante de você? O fotógrafo australiano Dave Riggs demonstrou uma impressionante frieza ao manter sua câmera em riste, tudo para registrar o sorriso da fera ao lado.Segundo o fotógrafo, o peixão estava “tranquilo” e não esboçou nenhuma reação agressiva durante as fotos.

Variedades II

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FIL

HOTE A cena ao lado registra uma

briga violenta entre dois hipopótamos machos adultos, mas que acabou sobrando para um pequeno filhote com apenas cinco dias de vida.Essa não é a forma tradicional de lutar desses bichos, que geralmente apostam em suas enormes presas frontais para vencer seus adversários (como na foto abaixo).Infelizmente o filhotinho acabou não resistindo aos ferimentos.

carona A cena ao lado parece bastante

amigável, com um esquilo pegando uma “caroninha” nas costas de um picapau. Contudo, segundo Martin Le-May, autor da foto, a realidade é um pouquinho mais brutal: o pássaro levantou vôo em desespero, tentando escapar do mamífero que buscava uma deliciosa refeição!

Variedades II

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Cheques Pré-datadosUns vinte anos atrás, entre Rosh Hashaná e Yom Kipur, um comerciante amigo meu, chamado Pinchas, dirigiu-se a mim com um pedido incomum: levar comigo à feira de arbaát haminim um novo imigrante russo chamado Avrasha. A feira de arbaát haminim, as quatro espécies de Sucot, abre logo depois de Yom Kipur e lá se pode escolher entre diversas qualidades de lulavim, etroguim, aravot e hadassim.

Comemorando IV

R. Yochanan David Salomon

56 Tishri / Cheshvan 5776

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Comemorando IV

Naquele ano, o se-nhor Pin-

chas pediu que eu ajudasse Avrasha a comprar as quatro espécies, ex-plicando para ele a diferença entre as diversas qualidades oferecidas na feira. Logo esclareci ao meu amigo que eu não conhecia sequer uma única palavra em russo. Mas ele me garantiu que Avrasha entendia muito bem hebraico e não haveria nenhuma dificuldade de comunica-ção com ele.

Marquei a hora e o local do encon-

tro para depois de Yom Kipur e ano-

tei o compromisso em minha agenda.

No dia combinado, esperei Avrasha

no ponto de ônibus e, assim que ele

chegou, apresentamo-nos. Ele se pa-

recia muito com o personagem que

imaginei.

Caminhamos em direção à feira

batendo um papo amigável. O hebraico

dele realmente era muito bom para

um imigrante russo. Primeiro, ele foi

insistente em afirmar que seu nome de

agora em diante era Avraham, e não

queria mais ser chamado por nenhum

outro nome.

Avraham era muito extrovertido

e contou-me, muito à vontade, sobre

seus sentimentos e aventuras naque-

las oito primeiras semanas suas em

Israel. Ele estava muito surpreso em

conhecer um pouco de judaísmo, que

na Rússia era totalmente estranho

para ele. Avraham não sabia quase

nada sobre yahadut. Também a eco-

nomia em Israel parecia-lhe espeta-

cular e ele contou com muito entu-

siasmo suas descobertas:

– O conceito de compras que en-

contrei aqui em Israel – disse Avraham

– é totalmente novo para mim e muito

diferente daquilo que eu estava acos-

tumado na Rússia. Lá você não diz:

“Eu vou sair para comprar algo”, mas

sim: “Eu vou sair para conseguir algo”.

Você não vai para uma loja comprar

aquilo que deseja, pois ninguém ga-

rante que a mercadoria que você pre-

cisa estará disponível. Lá, é muita sor-

te encontrar uma loja que tenha para

vender exatamente aquilo que você

quer comprar. Mas a grande oferta de

mercadorias aqui em Israel não é o

que me deixou mais surpreso. Na Rús-

Tishri / Cheshvan 5776 57

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nha no meu bolso, ou no banco, nem

a metade do que custava a máquina.

Foi aí que eu descobri a maior sur-

presa: o cheque pré-datado! Ou seja,

uma ordem por escrito para o banco

pagar à loja numa data posterior à

da assinatura. Isso para mim é uma

invenção fantástica! Você não tem

dinheiro consigo, também não tem

nada no banco e, ainda assim, caso

tenha condições de obter dinheiro no

futuro, recebe imediatamente uma

máquina de lavar baseado numa assi-

natura que garante um dinheiro que

você ainda não ganhou... Você per-

cebe que coisa fenomenal?! Comprar

sem dinheiro!...

A esta altura, eu já tinha parado

de me impressionar com as emoções

de Avraham. Preparei-me para ou-

vir que foi uma aventura andar de

ônibus de dois andares e coisas do

gênero. Mas, devo confessar, a con-

tinuação de seu relato realmente me

emocionou.

– Vejo que você não está muito im-

pressionado com minhas palavras – dis-

se Avraham. – Mas eu devo a minha vida

a esta invenção, o cheque pré-datado.

Deixe-me explicar. Somente há poucas

semanas, próximo de Rosh Hashaná, que

comecei a conhecer o judaísmo. Ao apro-

ximarmo-nos de Yom Kipur, disseram-

-me que aquele seria o último dos dez

dias de penitência, no qual D’us carimba

decretos sobre tudo o que irá acontecer a

cada pessoa durante o ano que se inicia.

Essa seria a oportunidade de pedir tudo

o que é possível. Então, pensei comigo:

tenho muita coisa para pedir a D’us para

este ano. Preciso de sustento, de uma boa

casa, de uma boa vizinhança onde possa

estudar Torá, viver como um judeu pra-

ticante e continuar avançando no cami-

nho que escolhi recentemente.

– Conforme nos aproximávamos

de Yom Kipur – continuou Avraham –

entendi que precisávamos pedir a D’us

vida, saúde do corpo e da mente, além

de pedir sucesso em todas as coisas

simples do dia-a-dia. Então comecei

a entender como minha situação era

de penúria. Com o que eu pagaria por

todas essas coisas boas que pediria

para o ano todo? Eu não coloquei em

toda minha vida nem cem vezes os te-

filin. O que estou dizendo! Nem mesmo

cinquenta! Talvez quinze ou vinte ve-

zes... E também ainda não conheço a

maioria das leis sobre como cumprir

o Shabat...

– Na véspera de Yom Kipur – pros-

seguiu Avraham com ar de tristeza –

eu estava na mesma situação que na

loja da máquina de lavar. Eu me sentia

um imigrante russo numa grande loja,

escolhendo uma grande geladeira, um

freezer moderno, uma máquina de la-

var, outra de secar, uma lavadora de

pratos, dois condicionadores de ar,

um forno, um fogão e outros eletro-

domésticos. E era como se eu tivesse

apenas uns trocados que mal davam

para pagar a passagem de ônibus de

volta para casa...

– Você consegue imaginar como eu

me senti? – perguntou o imigrante um

tanto emocionado. – À medida que nos

aproximávamos de Yom Kipur, esse

sentimento ficava mais forte em mim.

– Em Yom Kipur eu faria uma

extensa lista de pedidos – disse ele

abrindo os braços – os melhores pos-

síveis! Pois eu, logicamente, não me

satisfaria com uma saúde do tipo B

ou C! Pensei então: Como pagarei por

tudo isso?! Todas as mitsvot que fiz em

minha vida, ou seja, desde que desco-

bri o judaísmo nas últimas semanas, e

toda a Torá que estudei neste período,

tudo isso mal dá para encher um pe-

queno saquinho. Como seria possível

pagar com isso uma compra gigante

como a que pediria para o ano novo?

Esses pensamentos me deixaram an-

gustiado.

sia não podemos sair para as compras

sem levar dinheiro no bolso. Quando

você está na loja, você vale exatamente

quanto dinheiro tem no bolso!

– Um momento! – eu exclamei – e

se você tiver um talão de cheques?

Isso não serve? O dinheiro precisa

obrigatoriamente estar em seu bolso?

Qual o problema de o dinheiro estar

no banco?

Reagindo à minha ingênua indaga-

ção, Avrasha – digo – Avraham parou

de andar e olhou-me com certo ar de

zombaria, contendo-se para não rir.

– Banco?! Cheques?! O que é isso

camarada? – ele disse. – Na Rússia

não se sabe o que é isso! Quando eu

morava lá, ouvi dizer que em outros

lugares as pessoas deixavam seu di-

nheiro no banco e pagavam com “che-

ques”. Mas eu não acreditei muito. Só

quando cheguei aqui, percebi de fato

que qualquer pessoa simples pode

fazer isso. Até eu abri uma conta no

banco! Se bem que muito dinheiro

não pude depositar... – acrescentou

com ironia.

– Mas aqui em Israel vi muito mais

ainda! – continuou Avraham mais en-

tusiasmado. – Vi com meus próprios

olhos como as pessoas se aproximam

de uma parede e retiram dinheiro

dela! Isso sim foi uma surpresa e tan-

to! Na Rússia nunca tinha ouvido falar

disso!

Eu não conseguia esconder meu

sorriso pela expressão infantil de

Avraham diante de fatos tão corriquei-

ros para mim. A emoção de Avraham

não terminou com o dinheiro que sai

da parede. Ele ainda continuou:

– Mas ainda não lhe contei a gran-

de surpresa. A maior de todas! Eu

entrei numa loja para comprar uma

máquina de lavar roupas. Escolhi

uma máquina moderna, mas ela não

era barata. Meu coração começou a

bater mais rápido porque eu não ti-

Comemorando IV

58 Tishri / Cheshvan 5776

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– Então – continuou Avrasha em

um tom mais sereno – num dos dez

dias de penitência descobri a resposta

que me aliviou e me deu grande âni-

mo. E tinha tudo a ver com a compra

da máquina de lavar!

A esta altura do relato de Avraham,

eu já estava totalmente envolvido com

suas emoções. Mas o que teria a ver a

máquina de lavar com os pedidos de

Yom Kipur? Então tudo ficou explicado

com a conclusão da sua história.

– Naquele dia, no final da reza da

manhã – explicou Avraham – todos na

sinagoga recitaram o “Avínu Malkênu”,

uma oração especialmente proferida

nos dez dias de penitência, e cantaram

em coro a última frase. A música di-

zia o seguinte: “Nosso Pai, nosso Rei,

dá-nos Tua graça e atende-nos, pois

não temos (bons) atos.” Isso foi muito

estranho para mim. Se nós confessa-

mos que não realizamos boas ações,

por que cantar? Por que pedir favores

a D’us? Definitivamente, a frase não

fazia sentido: “Dá-nos Tua graça pois

não temos boas ações?!...”. Ao longo

do texto de “Avínu Malkênu” pedimos

salvação, sustento, perdão, cura, ele-

vação do povo, fartura, vida boa...

Quando chegamos no final, quando

seria a hora de efetuar o “pagamento”

para D’us, revela-se que “não temos

atos”, ou seja, não temos com o que

pagar! Então por que cantar?

– É aí que entra a grande inven-

ção da economia ocidental! – excla-

mou Avraham rindo de satisfação. –

Quem disse que eu só posso pagar com

dinheiro à vista? Eu também posso

pagar com cheques pré-datados! No

dia de Yom Kipur garanti a D’us que

toda lei que estudasse durante o ano,

cada mitsvá ou halachá que chegasse

ao meu conhecimento, cumpriria com

fidelidade e dedicação, e que realiza-

Comemorando IV

ria diariamente todas as mitsvot que

conheço. Estes foram meus pagamen-

tos pré-datados pela “mercadoria” que

pedi, pelos bons decretos que D’us cer-

tamente determinou para mim. Ago-

ra, estou indo com você comprar as

quatro espécies de Sucot para cumprir

pela primeira vez na vida um preceito

que há duas semanas eu nem tinha

conhecimento. Quando realizar esta

mitsvá, estarei cumprindo minha pro-

messa e saldando a dívida que adquiri

em Yom Kipur. Apresentei mais de tre-

zentos cheques pré-datados em Yom

Kipur. Um cheque para cada dia do

ano. Prometi honrá-los, e agora estou

pagando uma parte do cheque de hoje.

– Agora diga-me, camarada Pin-

chas: receber a mercadoria imedia-

tamente e pagar parceladamente

durante um ano, com um capital que

ainda não adquiri, isto não é uma

grande invenção?

Tishri / Cheshvan 5776 59

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Em Hilchot Teshuvá (cap. 2, par. 6), Rambam escreve que, ape-

sar de a teshuvá (o arrependimento) e a tsedacá (a caridade) serem adequadas to-dos os dias, nos Assêret Yemê Teshuvá – os Dez Dias de Penitência de Rosh Hashaná a Yom Kipur – elas são mais aceitas pelo Criador, conforme o versículo (Yeshayá 55:6): “Dirshu Hashem behimatseô, ke-raúhu bihyotô carov – Buscai o Criador onde Ele Se encontrar, invocai-O quando está próximo”.

Vejamos por que estes dias são mais propí-

cios para a teshuvá. No capítulo quinze do livro

Bêt Elokim, de autoria do Rabino Yossef Ma-

trani zt”l (contemporâneo do Rabi Yossef Caro

zt”l e do Ari Hacadosh zt”l), consta que estes

dias estão vinculados à Criação do Universo: a

Criação teve início no dia 25 de elul e o homem

foi criado em Rosh Hashaná.

O Criador do Universo sabe que o homem

é passível de erros e que peca. Portanto, com

sua rachmanut (misericórdia) criou a possibi-

lidade do arrependimento. No Talmud (Pessa-

chim, 54) consta que a teshuvá é um dos sete

elementos que foram criados antes mesmo da

Criação do mundo.

Se D’us não tivesse instituído a teshuvá,

toda a Criação estaria comprometida, uma vez

que o ser humano possui o mau instinto que o

incita a pecar. Com o decorrer do tempo, o mal

cresceria a tal ponto que D’us teria de destruir

Recuperar os Dias PerdidosSegundo o Zôhar, quando alguém peca perante o Criador num determinado dia, este dia fica afastado do grupo até que a pessoa faça teshuvá e recupere-o.

Visão Judaica III

Rabino I. Dichi

60 Tishri / Cheshvan 5776

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o mundo. Por isso, o Criador instituiu

a teshuvá, que é a possibilidade que

o ser humano tem de se recuperar e

abrir, a cada ano, uma nova página

em sua vida, visando o bem.

Já que Rosh Hashaná é o Yom Ha-

din – o Dia do Julgamento – não se-

ria coerente que este fosse escolhido

como o dia em que os pecados do ser

humano fossem totalmente anulados.

Por isso, o Todo-Poderoso prolongou os

dias de teshuvá até Yom Kipur, dando

assim um prazo de dez dias ao ho-

mem, para que se recupere de even-

tuais irregularidades e pecados que

tenha cometido durante o ano. Então,

no dia de Yom Kipur, o Todo-Poderoso

age com misericórdia, procurando as

mitsvot que o indivíduo fez para poder

recompensá-lo.

Consta nos livros sagrados, que os

sete dias entre Rosh Hashaná e Yom

Kipur correspondem a cada um dos

sete dias de cada semana do ano que

passou. Durante esses sete dias temos,

então, a possibilidade de recuperar-

mo-nos de todas as irregularidades

que cometemos em todos os dias do

ano.

No Talmud (Macot, 22) consta,

também, que as 365 mitsvot lô taassê

(mandamentos proibitivos) correspon-

dem aos 365 dias do ano. Sobre isso,

Rashi acrescenta que cada dia do ano

adverte o indivíduo a não transgredir

as mitsvot.

O livro Mishnat Rabi Aharon (vol.

2, pág. 221) cita uma passagem do

Zôhar Hacadosh, segundo a qual, to-

dos os dias da vida do indivíduo, a

partir de seu nascimento, formam um

grupo unido, e que cada dia adverte a

pessoa de uma forma exclusiva. Quan-

do, num determinado dia, o indivíduo

peca perante o Criador, este dia, en-

vergonhado, isola-se do grupo e ele

próprio testemunha sobre os pecados

da pessoa. Este dia fica afastado do

grupo até que a pessoa faça teshuvá

e recupere-o. Quando o indivíduo se

recupera do mal que cometeu, este dia

volta a unir-se ao grupo dos dias da

sua vida.

Deste relato do Zôhar, percebemos

a importância de cada dia em particu-

lar. Nem sequer um dia pode ser des-

prezado, deixando-se de cumprir as

mitsvot, pois os atos irregulares nele

cometidos comprometem-no espiritu-

almente e isolam-no do grupo.

É por isso que o Criador nos deu

os dias de teshuvá – para nos recu-

perarmos, reagrupando os dias do

ano com eventuais falhas. É de suma

importância que saibamos aprovei-

tá-los, não os desperdiçando e pre-

enchendo-os com Torá e mitsvot, pois

além de recuperarmos o passado,

angariamos energias para o ano que

está por vir.

Visão Judaica III

Tishri / Cheshvan 5776 61

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PensamentosÉ mais valente quem conquista a si mesmo

do que quem vence cem batalhas.

Difícil é ganhar um amigo em um dia; fácil é perdê-lo em um minuto.

Para que conquistar a Lua e os planetas sem se importar com a Terra?

A melhor forma de vencer uma discussão é evitá-la.

Você está vivo porque ainda espera-se algo de você.

Quando procurar por defeitos, use um espelho,não um telescópio!

O ontem é história, o amanhã é um mistério, o hoje é uma dádiva...

e por isso é chamado de presente!

Cuide para que suas palavras sejam doces,nunca se sabe quando terá de tornar a engoli-las.

Pensando Bem I

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Yom Kipur

O Profeta Yeshayá (58:5) – falando em nome

do Todo-Poderoso – repreendeu o Povo de Isra-

el por estarem desanimados em Yom Kipur: “É

melancólico assim o jejum que Eu escolhi? É o

propósito do dia que a pessoa meramente se

aflija? Deve ela inclinar sua cabeça como um

junco e estender uma veste de remorso e cinzas

sob seus pés?”.

Por que o profeta repreendeu o comporta-

mento do povo em Yom Kipur? Yom Kipur é um

dia de julgamento, arrependimento e jejum.

Sendo assim, o foco principal do dia não é re-

fletir sobre nossos erros e deficiências e sentir

uma sensação de desânimo e melancolia?

No versículo seguinte (58:6) o Navi Yeshayá

explica qual o verdadeiro propósito de Yom Ki-

pur e o que deveria acontecer neste dia tão es-

pecial do ano: “Não! O propósito deste jejum é

soltar os grilhões da perversidade, desfazer os

laços do jugo, deixar que os oprimidos saiam

livres e anular toda perversão”.

Yom Kipur é um momento de libertação.

Ele nos proporciona a oportunidade de li-

vrarmo-nos da negatividade e do egoísmo. Se

abrirmos nossos corações ao poder do Yom

Kipur e preenchermos nossas almas com bon-

dade e benevolência, “então sua luz irromperá

como a alvorada e sua cura brotará rapida-

mente (ibid. 58:8)”.

Na Torá (Vayicrá 23:32) consta o seguinte

versículo sobre Yom Kipur: “Betish’á lachô-

desh baêrev, meêrev ad êrev tishbetu shaba-

techem”. Neste versículo, a Torá escreve que

Yom Kipur começa no dia 9 do mês de tishri,

apesar de que sua real observância é no dia

seguinte, dia 10 de tishri. Qual a razão disto?

Ao associar o dia anterior (nove) ao dia de Yom

Kipur (o dia dez de tishri), a Torá nos ensina

que quem participa de uma refeição festiva no

nono dia é considerado como se tivesse jejuado

em ambos os dias: no nono e o décimo. Seu

mérito é, portanto, dobrado!

No mesmo sentido da profecia de Yeshayá,

este versículo ensina que Yom Kipur é um

momento de alegria e celebração, pois não há

maior felicidade do que obter-se perdão e re-

denção por equívocos do passado.

Todo o objetivo do arrependimento e de

servir a D’us é chegarmos à verdadeira alegria

e ao verdadeiro prazer. É certo que alguns

aspectos da nossa observância do Yom Kipur

evocam remorso – porém eles são um meio, e

não um fim em si.

Por meio da compreensão adequada e do

cumprimento do procedimento de Yom Kipur

Yom KipurO Verdadeiro EnfoqueSeu crescimento pessoal depende dos maravilhosos ensinamentos do mussar.

Mussar

Rabino Zvi Miller

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Daf HayomiAcompanhe as aulas

diárias de Guemará no Portal Judaico Brasileiro

www.revistanascente.com.br

Mais de 1.000 aulas publicadas!

Mussar

nossos espíritos são purificados, nos-

sas almas elevadas e nossos corações

abastecidos da mais pura e verdadei-

ra alegria!

Baseado no livro Or Hatsafun do Rabino Natan Tsvi Finkel

(Lituânia, 1849–1927)

Teshuvá

O Talmud (Massêchet Pessachim

66b) nos ensina que um convidado

deve demonstrar cortesia, fazendo o

que o anfitrião lhe solicitar e comen-

do os alimentos que seu anfitrião lhe

servir. Entretanto, existe uma situ-

ação na qual o Talmud nos diz para

não obedecermos o anfitrião: se ele

disser ao convidado para que se re-

tire, que vá embora, o convidado não

lhe deve dar ouvidos!

Por que a Torá nos diz, por um

lado, para concordar polidamente

com os pedidos do anfitrião e, por

outro, recusar sua exigência de sair

de sua casa?

O grande cabalista, Rabino Moshê

Cordovero, iluminou-nos com o signi-

ficado desta curiosa declaração do

Talmud. Ele explicou que esta passa-

gem é uma parábola, na qual o anfi-

trião representa D’us e o convidado

representa os seres humanos.

Os indivíduos devem sempre fazer

tudo o que o Anfitrião solicitar. Entre-

tanto, há vezes em que a pessoa sin-

ceramente se dedica a arrepender-se

e retornar ao bom caminho, porém

todas as suas tentativas parecem dar

em nada. É como se os Céus estives-

sem rechaçando os seus esforços.

Num caso assim, a pessoa poderia

entender os eventos como sendo uma

mensagem Divina dizendo: “Saia de

Minha casa. Eu não aceito que você

volte a Mim!”.

Em resposta a esta situação, na

qual a pessoa pode entrar em deses-

pero, a Torá nos diz: “Não dê ouvidos

ao Anfitrião!”, significando: não in-

terprete as suas dificuldades em ar-

repender-se e voltar ao bom caminho

como sendo um sinal de que o Todo-

-Poderoso o rejeitou. Pelo contrário,

fique tranquilo, pois Ele é misericor-

dioso e sempre demonstra compaixão

e amor por todas as pessoas que que-

rem se aproximar Dele.

Se algum desafio nos está mui-

to difícil, não desistamos, pois D’us

nunca desiste de nós. Isto é especial-

mente válido em Yom Kipur, como nos

ensinou o Rei David: “Procure o Todo-

-Poderoso quando Ele está presente,

reze a Ele quando está mais próximo”.

Baseado nos ensinamentos do Rabino Moshê Cordovero

(Israel, 1522–1570)

64 Tishri / Cheshvan 5776

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Leis e Costumes

As leis tratadas aqui são alusivas aos seguintes dias do ano (fora de

Êrets Yisrael): dois dias de Rosh Hashaná (inclusive em Êrets Yisrael comemora-se dois dias de Rosh Hashaná), dois primei-ros dias de Sucot, dois dias de Shemini At-sêret (o segundo dia de Shemini Atsêret é Simchat Torá) dois dias de Pêssach e dois dias de Shavuot. O dia de Yom Kipur possui leis iguais às de Shabat e outras específi-cas do dia.

Quais os trabalhos proibidos

Toda a melachá (trabalho) ou tirchá (esforço)

que é proibida no Shabat, quer seja uma proibição

da Torá, quer de nossos sábios, é proibida no yom

tov, com as seguintes exceções: alguns itens no

preparo da comida (vide adiante), pois na Torá está

escrito (Shemot 12:16): “Apenas aquilo que é para

comer para toda pessoa, somente isso será feito

para vós”, passar fogo (mas não criar um fogo novo)

e transportar objetos (com algumas restrições).

É evidente que é proibido o uso de aparelhos

elétricos, mesmo que para o preparo da comida.

Da mesma forma que no Shabat, tudo aquilo

que é proibido que nós façamos no yom tov, tam-

bém é proibido pedir a um não judeu que o faça.

Preparo da comida

São 39 os trabalhos proibidos no Shabat. A

lista destas proibições é trazida na mishná (Mas-

sêchet Shabat, cap. 7). Na sequência dos 39 traba-

lhos proibidos no Shabat, os que foram permitidos

no yom tov para o preparo da comida são aqueles

que figuram a partir de “halásh” (amassar), inclu-

sive este. Assim, continuam proibidos os trabalhos

de ceifar, moer, colher, espremer, etc., mesmo sen-

do estes trabalhos relativos ao preparo da comida.

Cozinhar

Existe uma divergência entre os legisladores

se é permitido cozinhar no yom tov um alimento

que, se fosse cozido na véspera, não teria seu gosto

alterado no yom tov. Há quem sustente que tais ali-

mentos devem ser preparados na véspera e assim

devemos fazer. Contudo, se um desses alimentos

não foi preparado na véspera, por esquecimento

ou por falta de tempo, é permitido prepará-lo de

uma forma diferente da habitual. Porém, se por

motivo de força maior, a pessoa estava completa-

mente impossibilitada de preparar a comida na

véspera, ou no caso de inesperadamente virem

convidados para a refeição de yom tov, é permitido

cozinhar de forma habitual.

Exemplos de alimentos que podem ser prepara-

dos na véspera sem que o seu gosto se altere: bolo,

gelatina, pudim, compota e massa de macarrão.

Alimentos que têm seu gosto alterado, mesmo

que em parte, se preparados na véspera, podem

ser preparados no yom tov. Exemplos: salada de

verduras, salada de ovos, pão, arroz e cozidos

em geral.

Do livro “Rosh Hashaná, Yom Kipur e Sucot”.Todas as fontes pesquisadas são citadas

na referida obra.

Os Trabalhos Proibidos no Yom TovYamim tovim (plural de yom tov) são dias festivos no calendário judaico, nos quais a Torá ordena leis especiais de comportamento.

Rabino I. Dichi

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