atualidades um processo em tempos estranhos · 2015-02-02 · “meguilat ester”. rabino isaac i....
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Shevat / Adar 5775 1
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ATUALIDADESUm Processo em
Tempos Estranhos
OS LUGARES MAIS PERIGOSOS DA TERRA
PURIMSAMEACH!
DINHEIRO EM XEQUE
A Multa
2 Shevat / Adar 5775
Congregação Mekor Haim - 3660-0400 R. 103
Shevat / Adar 5775 3
4 Shevat / Adar 5775
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Purim
Sameach!
6 Shevat / Adar 5775
Shevat / Adar 5775 7
Editorial
Certa vez, logo após a en-
trada do Shabat, Rabi
Chanina ben Dossa percebeu que sua
filha estava triste:
– Filha, por que você está triste? –
perguntou o tsadic.
– Eu me enganei e troquei os potes do
azeite e do vinagre. Acabei acendendo as
velas de Shabat com o vinagre. Logo elas
vão se apagar...
– Filha, o que importa isso? Aque-
le que ordena que o azeite queime, dirá
para o vinagre queimar também.
Assim foi. As velas permaneceram
acesas não somente na noite do Shabat,
mas também durante o dia.
A Guemará nos ensina, com este re-
lato, mais que uma pequena história mi-
lagrosa. O ponto importante é a grandeza
espiritual de Rabi Chanina. Para ele, era
óbvio que D ’us pode fazer o vinagre tam-
bém se tornar combustível.
O Ramban diz que não basta que
acreditemos nos milagres relatados no
Chumash. Todo judeu deve acreditar que
tudo o que lhe acontece é um milagre.
Conta-se que, certa vez, um homem
fez uma pequena festa na sinagoga para
agradecer a D’us por um pequeno mi-
lagre que lhe ocorrera. Atravessando a
rua, escorregou e foi atropelado, mas
conseguiu se salvar milagrosamente,
com apenas alguns arranhões.
No dia seguinte, outra pessoa da con-
gregação fez o mesmo, devido a um mila-
gre que lhe ocorrera naquele dia:
– Hoje eu fui atravessar a rua – disse
o homem – e não escorreguei. Consegui
chegar até a outra calçada sem nenhum
arranhão...
Encarado com espanto, o homem
explicou:
– Diariamente caminhamos pelas
ruas sem que nada de mal nos aconteça.
Todos os nossos afazeres do dia-a-dia são
realizados sem maiores percalços. Embo-
ra nossas vidas sejam frágeis, D’us nos
guia e nos protege de todo o mal. Se o
milagre de ontem deve ser comemorado,
com certeza os milagres de hoje, que con-
tinuam acontecendo a todo instante, tam-
bém são dignos de serem comemorados.
– Nem se passássemos todos os dias
de nossas vidas em comemorações –
continuou explicando – conseguiríamos
agradecer todo o bem que D’us nos faz.
Porém, ao menos de vez em quando, é
importante que nos lembremos disso.
Que seja esta pequena festa um pequeno
tributo aos milagres de todos os dias.
O Sefat Emet diz que não existe mi-
lagre como a natureza. Ela é, de fato, o
maior dos milagres de D’us. Mais ainda:
todo aquele que consegue viver e enca-
rar a natureza a todo momento como
algo sobrenatural, um milagre do Todo-
-Poderoso, pode esperar que os milagres
acima da natureza transformem-se em
algo comum para ele.
Talvez Purim seja o melhor momento
para encarar a vida sob esta perspectiva.
A Meguilá não nos conta nenhum mi-
lagre revelado, como os que ocorreram
para os judeus em outras épocas. Ela so-
mente nos mostra como D’us fez com que
uma série de acontecimentos, aparente-
mente naturais, salvasse nosso povo do
extermínio. Talvez seja este o motivo da
extrema alegria que a acompanha – por
vivermos um Purim constante em nosso
cotidiano.
Para Rabi Chanina ben Dossa, o na-
tural e o sobrenatural se confundiam.
Assim, quando precisou do sobrenatural,
não foi mais do que a simples extensão
do natural: “Aquele que ordena que o
azeite queime, dirá para o vinagre quei-
mar também.”
8 Shevat / Adar 5775
22Truques & Dicas “Lavando Roupas”.
Nesta EdiçãoNº 136
Capa:
Purim Sameach!
Comemorando, pág. 12.
52De Criança para Criança“Probleminha Noturno”.Chayim Walder
Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.
30Shevat / Adar 5775 1
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ATUALIDADESUm Processo em
Tempos Estranhos
OS LUGARES MAIS PERIGOSOS DA TERRA
PURIMSAMEACH!
DINHEIRO EM XEQUE
A Multa
A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da
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supervisão: Rabino Isaac Dichi
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editora: Maguen Avraham
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necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou
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sobre a supervisão rabínica.
a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.
Expediente
15Comportamento “O Que é Dallas?!”.
48Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de shevat e adar.
54Infantil“Hassaba Cadisha Mishpola”.
19Atualidades“Um Proceso em Tempos Estranhos”.
Shevat / Adar 5775 9
46Leis e Costumes “Horários Judaicos”.Rabino Isaac I. Dichi
45Mussar“Semblante Sorridente”.Rabino Zvi Miller
10Dinheiro em Xeque “A Multa”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.
38Variedades II“Os Lugares Mais Perigosos da Terra”.
17Era Uma Vez “O Homem que Odiava Sua Esposa”.
35Pensando Bem I“Profissão Ladrão”.
44Pensando Bem II“Pensamentos”.
21Variedades I“O Poder de UmCumprimento”.
26Visão Judaica I“Responsabilidade Coletiva”.Rabino Isaac I. Dichi
37Visão Judaica II“Meguilat Ester”.Rabino Isaac I. Dichi
12Comemorando“Leis e Costumesde Purim”.
10 Shevat / Adar 5775
Efráyim chamou um táxi para levar sua família a
uma festa de casamento.Quando o táxi chegou, o motorista percebeu
que havia cinco pessoas para serem transpor-
tadas. Ele foi logo dizendo que havia um passa-
geiro a mais do que o limite permitido e que não
poderia levá-los.
Efráyim disse ao motorista para não se pre-
ocupar. Disse que eles se apertariam um pouco e
que, se por acaso o táxi fosse parado por algum
guarda e recebesse uma multa por excesso de
passageiros, ele mesmo pagaria.
O motorista ficou um pouco desconfiado da
proposta, mas acabou concordando.
Toda a família entrou no táxi e eles seguiram
para o casamento.
Durante o percurso, o motorista ultrapas-
sou a velocidade máxima permitida em uma
das avenidas. Ele foi parado por um policial,
que lhe aplicou uma multa por excesso de ve-
locidade.
A MultaTodas as dúvidas e divergências monetárias de nossos dias podem ser encontradas em nossos livros sagrados!
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Quando já estava indo embora, o
policial se deu conta de que o motorista
estava transportando cinco passageiros
e não quatro, como estabelece a lei. En-
tão, ele lhe aplicou outra multa, desta
vez por excesso de passageiros.
No final do percurso o motorista
cobrou de Efráyim o valor da multa
por excesso de passageiros, conforme
tinham combinado. Mas Efráyim ale-
gou ao motorista que não a pagaria,
pois se ele não tivesse ultrapassado a
velocidade máxima, o guarda não o
teria parado e, consequentemente, ele
não teria sido multado por excesso de
passageiros.
Será que o argumento de Efráyim o
isenta de pagar a multa?
Quem está com a razão?
O veredicto
Efráyim perguntou ao Gaon Rabi
Aharon Leib Steinman shelita se ele
deveria pagar a multa de excesso de
passageiros para o motorista do táxi.
O Gaon Rav Steinman shelita res-
pondeu que parece que Efráyim não
precisa pagar a multa, já que foi o pró-
prio motorista que causou um dano a si
mesmo por ter transitado em alta velo-
cidade, atraindo a atenção do guarda.
Se o taxista tivesse guiado dentro do
limite de velocidade permitido, não te-
ria sido pego.
O sábio trouxe uma prova de um
caso trazido no Talmud. A Guemará
(Bavá Metsiá 93b) cita o caso de um
pastor de rebanho que encontra no seu
caminho um ladrão armado e diz para
ele: “Nem pense em vir assaltar meu
rebanho que está em tal e tal lugar,
pois nós somos poderosos e fortes e
vamos acabar com você!”. Tomando
conhecimento do lugar onde estava
o rebanho, o ladrão não dá ouvidos
à advertência, vai até lá e consegue
roubá-lo. Neste caso, a lei é que o pas-
tor está obrigado a pagar para as pes-
soas que deixaram seus animais com
ele para que tomasse conta. Apesar
de que, num caso normal de assalto à
mão armada, ele estaria isento de pa-
gar, no caso citado pela Guemará a lei
é diferente. Como foi o próprio pastor
que revelou ao ladrão o local onde es-
tava o rebanho, ele acabou causando
o dano. Por isso, deve pagar aos donos
dos animais.
No caso do motorista de táxi acon-
tece o mesmo. O motorista foi o culpa-
do por ter atraído a atenção do guarda
para seu carro, ao dirigir de forma im-
prudente, ultrapassando a velocidade
máxima permitida. Somente por causa
disso, o guarda acabou percebendo que
o número de passageiros era maior que
o permitido.
Portanto, Efráyim está isento de
pagar.
Um tribunal rabínico não pode
obrigar Efráyim a pagar a multa neste
caso.
No entanto, pode ser que, segun-
do o Tribunal Celestial, Efráyim esteja
obrigado a pagar. Como ele seduziu o
motorista a levá-los, tem uma parce-
la de culpa na infração. Na Guemará
(Bavá Batrá 22a) consta que não é bom
para alguém, que outra pessoa seja cas-
tigada por causa dele. Por isso, no nos-
so caso, talvez seja necessário pagar ao
motorista para que ele não tenha esse
prejuízo.
Do semanário “Guefilte-mail” ([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são facil-
mente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode alterar a sen-tença para o outro extremo. Estas respostas
não devem ser utilizadas na prática sem o parecer de um rabino com grande
experiência no assunto.
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12 Shevat / Adar 5775
Purim é celebrado anualmente no dia 14 do mês de adar – ou adar II, quando houver – para comemorar a salvação dos judeus da conspiração de Haman, conforme relatado na “Meguilat Ester”.Essa conspiração aconteceu há 2366 anos, no ano 3.409 do calendário judaico, antes da reconstrução do Templo Sagrado.Neste ano, as comemorações se iniciam na quarta-feira, dia 4 de março, com o Jejum de Ester. Purim será comemorado na quarta-feira à noite e na quinta-feira, dias 4 e 5 de março. O dia 15 de adar, sexta-feira, é denominado “Shushan Purim”.As leis que dizem respeito à festa de Purim foram prescritas pelos sábios da Grande Assembléia – Anshê Kenêsset Haguedolá.
Leis e Costumes de Purim
A Meguilat Ester
Em Purim deve-se ouvir a leitura da Meguilat
Ester, na qual consta a história de Purim, duas
vezes. A primeira vez na noite de Purim – este
ano quarta-feira, 4 de março. A segunda leitura
da Meguilá é realizada na manhã seguinte, 5 de
março, após a oração de Shachrit. Quem não ouvir
a leitura de manhã deverá cumprir esta mitsvá
ao longo do dia. Este é o motivo principal da ce-
lebração, conforme nos conta a própria Meguilá
(9:28): “E esses dias serão recordados e celebrados
de geração em geração, de família em família, de
província em província, de cidade em cidade.”
Há algumas cidades que realizam a leitura
da Meguilá no dia 15 de adar e não no dia 14.
São as cidades que estavam cercadas por mu-
ralhas na época de Yehoshua bin Nun – mesmo
que hoje não mais estejam. Isso acontece em
lembrança àqueles que em Shushan Habirá (a
capital do Império Medo-Persa) não descansa-
ram até esse dia (15 de adar). É por essa razão
que em Jerusalém, por exemplo, festeja-se Purim
no dia 15 de adar.
Antes da leitura da Meguilá é necessário
desenrolá-la totalmente. Isso por causa da pas-
sagem da Meguilá: “...por todos os ditos des-
ta ‘carta’”. Já que o normal ao ler uma carta é
abri-la totalmente antes de começar a ler, assim
devemos proceder em relação à Meguilat Ester.
Antes e depois de proceder à leitura da Me-
guilá, em um rolo de pergaminho escrito à mão,
o chazan profere as berachot. Os demais presen-
Comemorando
Shevat / Adar 5775 13
tes devem prestar atenção às berachot respon-
dendo amen. É necessário ter intenção de que
as berachot valham também para eles e, depois,
acompanhar atentamente a leitura em seus ro-
los de pergaminho ou em seus livros. Ao ouvir
a berachá de “Shehecheyánu”, deve-se pensar
também nas demais mitsvot do dia.
Deve-se observar o máximo de silêncio du-
rante a leitura da Meguilá, já que é necessário
escutar todas as palavras, e é proibido conversar
até o final da última berachá.
Tanto homens como mulheres devem ouvir
a leitura da Meguilat Ester.
Mishlôach Manot
É o envio de alimentos. No dia de Purim,
entre o nascer e o pôr do Sol, devemos enviar
pelo menos dois alimentos a um amigo, símbolo
da irmandade e amizade entre os judeus.
Não é necessário que os alimentos sejam de
berachot diferentes.
Os alimentos devem ser de consumo ime-
diato e conter, no mínimo, 28g (sólidos) ou 86ml
(líquidos).
Um homem deve enviar mishlôach manot
para outro homem e uma mulher para outra
mulher – de preferência por intermédio de um
mensageiro.
Matanot Laevyonim
Em Purim lembramo-nos dos pobres e ne-
cessitados com mais generosidade que em ou-
Comemorando
14 Shevat / Adar 5775
tros dias, oferecendo-lhes presentes e
donativos; é o que chamamos de “ma-
tanot laevyonim” – presentes aos ne-
cessitados.
Os presentes devem ser dados a
pelo menos duas pessoas diferentes
e é melhor dar dinheiro ou comida já
preparada. Essa mitsvá é ainda mais
importante que mishlôach manot e
Seudat Purim. Rambam – Maimônides
– diz que não existe maior felicidade
que a de alegrar o coração dos pobres.
De uma forma geral, durante a fes-
ta de Purim devemos ser caridosos com
o próximo e aumentar nossos atos de
tsedacá.
Não se deve fazer nenhuma distinção
entre os pobres. Em Purim deve-se dar
as “matanot” a quem deseje recebê-las.
É obrigatório que os mais pobres
também dêem presentes a seus seme-
lhantes, mesmo se eles próprios depen-
dem da caridade. Esse sentimento de
igualdade se manifesta por intermédio
da felicidade que sentimos na festa de
Purim. Quando Haman, o Perverso,
planejou aniquilar os judeus e saquear
suas riquezas, ricos e pobres sentiram-
-se igualmente atingidos. A riqueza não
era um meio de salvação e todos sen-
tiam-se pobres. Experimentavam o que
era a humilhação, o temor constante
pela morte e a opressão.
O que se distingue em Purim é a fra-
ternidade reinante entre os yehudim,
que celebram essa festa da salvação
com a mesma alegria e felicidade.
Em Purim o pobre recebe mais ca-
ridade do que de costume e é tratado
com mais bondade e cuidado. Ainda
que o dinheiro seja algo tão material,
capaz até de corromper alguns indiví-
duos, em Purim demonstramos quão
útil ele pode ser se empregado cor-
retamente. Nessa festa, uma pessoa
pode demonstrar muito amor, carinho
e objetividade por meio dos mishlôach
manot e matanot laevyonim.
Seudat Purim
Seudat Purim é a refeição festiva
que fazemos no dia de Purim, entre o
nascer e o pôr do Sol. Nesta refeição
não deve faltar carne e vinho.
Normalmente, costuma-se iniciar a
Seudat Purim no final do dia, estenden-
do-se noite adentro.
A palavra “festividade” é a chave
de toda a história de Purim. A Rainha
Vashti foi condenada à morte em uma
festividade e a derrota de Haman tam-
bém resultou de uma festividade.
A “festividade”, portanto, é uma
das facetas importantes na celebração
de Purim. Festejar Purim é uma mitsvá
tão significativa como a de acender as
velas de Chanucá.
As comemorações de Purim nos en-
sinam ainda a seguinte lição: além da
oração e do jejum – com o que se acre-
dita geralmente estar servindo a D’us
– podemos também servir ao Criador
com “simchá” – alegria. Os alimentos
e as bebidas habituais também podem
ser elevados a um nível especial.
Machatsit Hashêkel
Na época do Templo, todos os ho-
mens com idade entre 20 e 60 anos do-
avam, uma vez por ano, meio shêkel,
que era destinado para a compra dos
corbanot (oferendas, sacrifícios) públi-
cos. Esta quantia era recolhida desde o
princípio do mês de adar.
Em nossos dias, costuma-se dar
aos pobres três moedas no valor – cada
uma – de meio shêkel, ou três vezes o
valor de meia unidade da moeda circu-
lante no país, ou o valor de meio shêkel
da Torá (aproximadamente 10g de pra-
ta) em recordação ao meio shêkel que
era doado na época do Templo. Tam-
bém em memória a que Haman quis
comprar, de Achashverosh, todo o povo
de Israel por 10.000 moedas de prata
para aniquilá-los. Nossa tsedacá é a
resposta para a maldade de Haman.
Parashat Zachor
No Shabat anterior a Purim lê-se,
nas sinagogas, os versículos do livro de
Devarim (25:17-19) nos quais se relata
o preceito bíblico de lembrar (zachor =
lembra) o ódio do povo de Amalec para
com o nosso povo: “Recorda do que te
fez Amalec no caminho, quando saías
do Egito... quando estavas cansado e
debilitado. Mas quando o Eterno teu
D’us te fizer descansar de todos os teus
inimigos na terra que te deu por heran-
ça, apagarás a memória de Amalec de
debaixo dos Céus, não te esquecerás.”
Este ano o Shabat anterior a Purim
cai no dia 28 de fevereiro.
Jejum de Ester
Tal qual nos relata a Meguilat Es-
ter, no dia em que o povo de Israel de-
veria ser aniquilado pelos seus inimi-
gos, isto é, no dia 13 do mês de adar, os
judeus conseguiram sua salvação ven-
cendo o adversário. O dia 13 de adar
foi declarado, então, como sendo um
dia de jejum, em memória da petição
que a Rainha Ester fez ao povo, para
que jejuassem e suplicassem a D’us
pela anulação da malvada sentença de
Haman.
Este ano, o dia 13 de adar cai na
quarta-feira, dia 4 de março. Na cidade
de São Paulo, o jejum deve ser realiza-
do das 04h51m às 19h03m.
Apesar da vitória, jejuamos para
que a cada ano, através das gerações,
recordemos que nossos inimigos con-
tinuam à nossa espreita. Apesar de
termos vencido naquela ocasião, não
temos assegurada a vitória em comba-
tes vindouros.
É por isso que a alegria de Purim
não pode ser completa e deve ser pre-
cedida por um dia de jejum, de reflexão
e de aflição, pois somente por meio de
nossas boas ações e do nosso arrepen-
dimento sincero conseguiremos ven-
cer sempre os nossos inimigos.
Comemorando
Shevat / Adar 5775 15
Comportamento
O Que é Dallas?!Eis uma surpreendente história publicada na revista “Jewish Observer”
aquele homem, certamente judeu, mas clara-
mente não observante nem educado religiosa-
mente, quis fazer uma contribuição a uma sina-
goga que nunca esteve antes. Então o homem
respondeu-lhe, com forte sotaque texano:
– Rabino, recentemente estive em Jeru-
salém, no Muro das Lamentações. Lá, vi um
homem rezando com tanto fervor, com tanta
concentração, que fiquei comovido até as pro-
fundezas da minha alma. Eu quis demonstrar
o quanto aquilo havia me tocado, mas não quis
insultar o homem dando-lhe dinheiro. Decidi
então que, quando voltasse a Dallas, faria uma
contribuição para uma sinagoga onde aquele
homem, se estivesse nesta cidade, se sentiria
confortável em rezar.
– Quando voltei a Dallas – continuou o doa-
dor – fui a uma padaria casher e descrevi como
era o homem que eu tinha visto no Côtel: ves-
Um rabino na cidade de Dallas, no Texas, recebeu um telefone-
ma de um homem que queria fazer uma contribuição para sua sinagoga – mas esta ainda não é a parte surpreendente da his-tória.
O Rabino e benfeitor combinaram de se en-
contrar. Quando o homem chegou, o rabino le-
vou-o para conhecer as dependências da sinago-
ga e contou-lhe sobre os programas educacionais
para a comunidade que estavam sendo desenvol-
vidos. Quando o rabino terminou, o visitante lhe
entregou um cheque de dois mil dólares.
O rabino estava curioso em saber por que
16 Shevat / Adar 5775
Comportamento
tia um longo capote preto, um chapéu
preto grande, peot, etc. Então, pergun-
tei a algumas pessoas presentes na pa-
daria onde um homem como aquele
se sentiria bem rezando. Rabino, eles
me indicaram a sua sinagoga, e aqui
estou!
O homem e o rabino continuaram
conversando e acabaram se tornando
bons amigos. De vez em quando es-
tudavam juntos e compartilhavam as
semachot, as ocasiões alegres, de suas
famílias. Com o passar dos anos, aque-
le homem e sua família se tornaram os
principais mantenedores da sinagoga
e dos esforços para ampliar seus pro-
gramas educacionais judaicos.
* * *
Aqui vem a parte interessante da
história! O homem lá de Jerusalém
voltou para casa depois de rezar no
Côtel. Sua esposa perguntou-lhe:
– Nu, Berel... Como foi o seu dia?
E ele respondeu:
– Nada de novo hoje...
Agora imaginem o seguinte: De-
pois de seus 120 anos de vida, Berel
vai para o Mundo Vindouro. Ele é re-
cepcionado nos Céus com o equivalen-
te espiritual de uma banda musical e
uma parada militar. Depois, é levado à
presença do Todo-Poderoso. O Criador
fala para Berel:
– Berel, Eu o elogio de coração
pelo que fez pela educação judaica do
povo judeu em Dallas!
Berel, que nunca em sua vida saiu
da Terra Santa, fica perplexo e exclama:
– Dallas?! O que é Dallas?!
* * *
Como em toda boa história, há
aqui uma lição para nós. Cada uma
de nossas ações tem ramificações e
causam um impacto que vai muito
além da nossa limitada capacidade
de entendimento. Portanto, devemos
sempre pensar duas vezes se estamos
prestes a deixar passar uma oportu-
nidade de ajudar alguém ou, por ou-
tro lado, se estamos pretendendo fa-
zer algo que seria melhor deixar de
fazer. Num nível mais elevado, mesmo
aquelas ações que nem pensamos que
outros possam ter percebido ou se im-
portado, podem ter consequências sig-
nificantes, tanto neste mundo como no
Mundo Vindouro.
Não é de surpreender que nossos
sábios disseram no Pirkê Avot (um li-
vro com seis capítulos de sabedoria
judaica que poderá mudar sua vida):
“Preste atenção a três coisas e não pe-
carás. Saiba o que há acima de você:
um olho que enxerga, um ouvido que
ouve e que todas as suas ações são
anotadas em um livro.”
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Shevat / Adar 5775 17
Um judeu foi procurar o rabino da cidade para contar-lhe seu pro-
blema:– Não sei o que fazer... Odeio minha mulher!
Parece que ela sempre faz coisas para me provocar.
Mesmo envergonhado e receoso, o homem
ainda continuou:– Às vezes, até penso em livrar-me dela!
O sábio rabino olhou pensativo para o homem
e depois de alguns momentos perguntou:
– Há quanto tempo você se sente assim?
– Quase desde que me casei – respondeu o ho-
mem. – No começo não era tão mal. Mas quando ela
me irrita, acho impossível tratá-la bem. E agora,
sonho em livrar-me dela para sempre.
O rabino coçou a barba e disse:
– Sabe, há um jeito de você “livrar-se dela” sem
ser considerado responsável!
O homem arregalou os olhos. Jamais esperara
que o rabino fosse seu cúmplice, mas precisava de
toda e qualquer ajuda:
– Diga-me, rabino, o que posso fazer?
– Bem – explicou o rabino ao homem simples –
ouvi dizer que, se um homem promete uma grande
quantia para caridade e não a paga, seu castigo é
que perderá sua esposa. Portanto, tudo o que você
tem de fazer é comprometer-se a doar para a sina-
goga uma grande soma e não pagar! Dentro de um
ano, garanto que você estará livre de sua esposa.
O homem ficou felicíssimo com a boa sorte de
ter um rabino tão compreensível e sábio.
– Mas – acrescentou o rabino – creio que você
não gostaria que alguém pensasse que você não
está pagando o prometido de propósito, apenas
para livrar-se de sua esposa. Você também não
quer que D’us pense isso, não é?
O homem aquiesceu com a cabeça:
– Claro, claro... Mas o que devo fazer então,
rabino?
– É muito simples – começou a explicar o ra-
bino com a voz mais séria e vagarosa. – Para co-
meçar, você deve tratar sua esposa muito bem nos
próximos meses.
O homem ficou horrorizado:
O Homem que Odiava Sua Esposa...E articulou um plano infalível para livrar-se dela.
Era uma vez
18 Shevat / Adar 5775
– Rabino, não consigo tratá-la nem
um pouquinho bem porque, como lhe
disse, não a suporto! Como o senhor
pode me pedir que eu seja muito bon-
zinho com ela?
– Mas isso é o mínimo que você
pode fazer para que as pessoas não
desconfiem que você está planejando
algo contra ela, não é?
Novamente o homem concordou
com os sábios conselhos. E o rabino
continuou:
– Primeiro, compre-lhe um vestido
novo. Quanto tempo faz que ela não ga-
nha um vestido novo?
O marido respondeu que já fazia
sete anos, desde que se casaram, que a
mulher não ganhara um vestido novo.
– E também – prosseguiu o rabino
– dê-lhe um “dinheirinho” para gastar.
O homem esbugalhou os olhos e
disse:
– Ela sempre se queixa de que não
tem dinheiro suficiente para fazer boas
refeições. Mas sei que isso não passa
de mais uma desculpa para me irritar!
O rabino sorriu e acrescentou em
tom conspirador:
– Também diga-lhe algo gentil, de
vez em quando. Até a elogie em públi-
co... Só para que pensem que você re-
almente gosta dela, é claro!
O homem saiu radiante do escri-
tório do rabino, comprometeu-se com
a doação de uma grande quantia para
uma instituição de caridade e começou
a contar as horas para o momento em
que se veria livre da mulher.
Imediatamente começou a seguir
os outros sábios conselhos do rabino e
foi logo comprar um vestido novo para
a esposa.
Chegando em casa com o novo ves-
tido, ela, obviamente, não entendeu a
mudança do marido.
Quando ele também lhe deu uma
“mesada”, ela foi ao mercado, comprou
boas frutas, verduras e até um peda-
cinho de carne. Chegando em casa,
preparou uma refeição deliciosa para
demonstrar sua gratidão.
Semanas se passaram com o ho-
mem riscando os dias no calendário e,
ao mesmo tempo, comportando-se de-
centemente, pela primeira vez na vida,
com sua esposa.
Dois meses depois, o homem pa-
rou de fazer as marcas no calendário.
Ele e a esposa estavam mais felizes
do que nunca! Quanto mais agradável
era o marido, quanto mais elogiava
a esposa e tentava ajudá-la, mais ela
tentava agradá-lo de todas as manei-
ras possíveis.
Após seis meses, o marido esque-
ceu totalmente sua conversa e seu
“combinado” com o rabino.
Quando faltava pouco para comple-
tar um ano, lembrou-se da doação pro-
metida e de suas consequências, caso
não a pagasse. Imediatamente, correu
ao rabino.
– Rabino, daqui a pouco completará
um ano de nossa conversa e ainda não
paguei o que prometi! – disse o homem,
assustado.
– Nu!... – disse o rabino – Daqui a
pouco você finalmente terá paz e tran-
quilidade. Com o que está preocupado?
– O senhor não está entendendo!
Amo minha esposa! Ela é a melhor
pessoa do mundo! Faz de tudo para
me agradar! E eu gosto tanto de fazer
coisas para que ela se sinta feliz!... Não
quero perdê-la de jeito nenhum!
– Isso é um problema muito sério!
– respondeu o rabino. – Então você pre-
cisa pagar o que prometeu!
– Mas rabino, prometi uma quantia
imensa, e não tenho como pagá-la! –
exclamou o homem apavorado.
– Pois então, você precisa tomar
dinheiro emprestado e ir pagando aos
poucos. Posso até lhe dar uma carta
de recomendação para alguns fundos
de empréstimos sem juros – ofereceu
o rabino.
– Nem sei como agradecer-lhe! –
disse o marido aliviado. – Minha esposa
vale todo o dinheiro do mundo!
O homem pegou o dinheiro em-
prestado, pagou o prometido e foi
devolvendo o empréstimo em suaves
prestações mensais... e foram felizes
para sempre!
Era uma vez
Mauricio Dayan
TEL: 99933-8828/ 3666-0438
AULAS DE BAR-MITZVAH
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TEL: 3825-5504
Pu rimSa mea ch!
Shevat / Adar 5775 19
Vivemos tempos estra-n h o s . C o m o
pode uma mãe acionar o Poder Judiciá-rio para propor algo tão disparatado? Se algo semelhante acontecesse há alguns anos atrás, além da punição da escola – provavelmente uma suspensão – os pais se encarregariam de repreender o filho para que tal coisa não mais ocorresse.
O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da
Primeira Vara Cível e Criminal de Tobias Barre-
to, no interior do Sergipe, julgou improcedente
em meados do ano passado um pedido de inde-
nização. Tratava-se de um aluno que acionou
seu professor por ter tirado seu celular em sala
de aula.
De acordo com os autos, o educador Odilon
Oliveira Neto tomou o celular do aluno Thiago
Anderson Souza, pois este estava ouvindo músi-
ca com fones de ouvido durante a aula.
O estudante foi representado por sua mãe,
Silenilma Eunide Reis, que pleiteou reparação
por danos morais diante do “sentimento de im-
potência, revolta, além de um enorme desgaste
físico e emocional”.
No início de sua negativa, o juiz afirma que:
“O professor é o indivíduo vocacionado a ti-
rar outro indivíduo das trevas da ignorância, da
escuridão (alumno: sem luz), para as luzes do
conhecimento, dignificando-o como pessoa que
pensa e existe.”
Mais adiante, o juiz considera as dificulda-
des que o professor enfrenta para combater a
correnteza de desinformações, ou “contracul-
tura” e “contraeducação”, oferecida pela socie-
dade:
“Mas fico a pensar, também, naquele que
nasce vocacionado para ensinar, que se prepara
anos a fio para isso e, quando chega o grande
momento, depara-se com uma plateia desinte-
ressada, ávida pelos últimos capítulos da novela
ou pela fofoca da semana; menos com a regên-
cia verbal ou a equação de segundo grau, até
porque não possui nenhuma ferramenta ‘atrati-
va’ para combater a contracultura das massas.”
“A concorrência é desproporcional. Mas
houve uma época em que ser pego em sala de
aula fazendo palavras-cruzadas ou trocando bi-
lhetes com outros discentes era motivo para, no
mínimo, fazer corar a face do aluno surpreen-
dido.”
“O professor era autoridade de fato e de di-
reito na sala de aula. Era respeitado como tal,
pois a sociedade depositava sobre seus ombros
a expectativa de um futuro melhor para os mais
mancebos. Possuía licença de cátedra, liberdade
para escolher o método que houvesse por bem,
para melhor alçar o espírito dos pupilos. Ensi-
nar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje,
parece um carma.”
“(…) julgar procedente esta demanda é des-
ferir uma bofetada na reserva moral e educa-
cional deste país, privilegiando a alienação e a
contraeducação, as novelas, os ‘reality shows’,
a ostentação, o ‘bullying’ intelectivo, o ócio im-
produtivo, enfim, toda a massa intelectivamen-
te improdutiva que vem assolando os lares do
Um Processo em Tempos EstranhosAluno pleiteia indenização a professor que tomou seu celular enquanto ouvia música na sala de aula.
Atualidades
20 Shevat / Adar 5775
país, fazendo às vezes de educadores,
ensinando falsos valores e implodindo
a educação brasileira.”
Eliezer Siqueira ainda considerou
que o aluno descumpriu uma norma
do Conselho Municipal de Educação,
que impede a utilização de celular du-
rante o horário de aula, além de deso-
bedecer, reiteradamente, o comando
do professor:
“O que fez o aluno, ora Autor, no
dia dos fatos? Além de descumprir a
norma encetada no artigo 48, VII, de
norma emanada pelo Conselho Muni-
cipal de Educação, que veda ao aluno
utilizar-se de aparelho celular durante
o horário de aula, salvo se fizer parte
da atividade pedagógica, ainda deso-
bedeceu ao comando do professor que,
por outras vezes, já o advertira sobre o
uso do aparelho celular.”
“Pode-se até entender que o dis-
cente desconheça a legislação muni-
cipal sobre os direitos e deveres dos
alunos em sala de aula. O que não se
pode admitir é que um aluno desobe-
deça, reiteradamente, a um comando
ordinário de um professor, como no
presente caso.”
O magistrado considerou que o
aparelho celular foi tomado pela utili-
zação indevida de seu dono e que não
houve abalo moral, já que o estudan-
te não utiliza o celular para trabalhar,
estudar ou qualquer outra atividade
edificante.
Por fim, o juiz ainda fez uma home-
nagem ao professor:
“No país que virou as costas para a
educação e que faz apologia ao hedo-
nismo inconsequente, através de tan-
tos expedientes alienantes, reverencio
o verdadeiro heroi nacional, que en-
frenta todas as intempéries para exer-
cer seu múnus com altivez de caráter e
senso sacerdotal: o professor.”
Atualidades
Purim Samêach!
Shevat / Adar 5775 21
Shochet é o profissional que faz o abate de ani-
mais casher. É muito comum que grupos de shochatim israelenses passem temporadas realizando abates casher em abatedouros de diversos países do planeta.
Esta história real aconteceu com um desses
shochatim.
O shochet participava de um grupo que fora
designado a trabalhar num país cuja língua não
conhecia. Todas as manhãs, quando entrava no
abatedouro para realizar seu trabalho, ele cumpri-
mentava o segurança do local, que não era judeu.
O shochet desejava-lhe, diariamente, um bom dia
e um trabalho agradável. Igualmente, ao sair do
trabalho, ele cumprimentava o segurança nova-
mente, desejando-lhe uma boa noite. Fazia tudo
isso em hebraico.
O segurança não entendia nada do que o ho-
mem lhe dizia. Imaginava que o shochet zombava
dele ou o amaldiçoava tanto ao entrar quanto ao
sair. Então, ele o amaldiçoava também, na sua lín-
gua. Já os demais trabalhadores nunca diziam nada
para o segurança.
Certo dia, quando o shochet chegou ao traba-
lho pela manhã, como de costume, novamente cum-
primentou o segurança desejando-lhe um bom dia.
Naquele momento, um amigo do segurança, que en-
tendia hebraico, encontrava-se lá conversando com
ele. Ao escutar as palavras do shochet, o amigo do
segurança respondeu-lhe e trocou mais algumas pa-
lavras com ele em hebraico.
O segurança observou atentamente o que estava
acontecendo. Logo que o shochet entrou, pediu para
o seu amigo explicar-lhe, finalmente, o que queriam
dizer aquelas palavras esquisitas que o shochet todo
dia dizia para ele.
O segurança ficou arrasado ao ouvir que, todo
este tempo, o shochet estava apenas sendo gentil
e educado, enquanto ele agia de forma contrária,
amaldiçoando-o.
Ao anoitecer daquele mesmo dia, antes de par-
tir, o shochet foi verificar uma shechitá que havia
sido feita poucas horas antes. Ele entrou numa das
enormes câmaras frigoríficas e, enquanto verificava
a carne, sem mais nem menos, a porta fechou-se,
deixando-o trancado naquilo que mais parecia o
Polo Norte.
Todas as tentativas de gritar por socorro fo-
ram em vão. Os outros shochatim e trabalhadores
do frigorífico já tinham ido embora. Aos poucos, o
shochet começou a congelar de tanto frio. Percebeu
que em pouco tempo acabaria morrendo congelado.
Enquanto isso, o segurança que estava no portão
aguardava ansiosamente pela saída do shochet, pois
queria se redimir, abençoando-o e agradecendo-lhe
por toda simpatia dispensada a ele.
O segurança começou a estranhar o fato de o
shochet não ter saído ainda, apesar de já haver ter-
minado o horário de trabalho. Ele vira atentamente
todos os funcionários saírem, e tinha certeza que
seu novo amigo ainda estava lá dentro.
Finalmente, o segurança decidiu entrar no fri-
gorífico e procurar pelo shochet. Então, ao chegar
perto das enormes câmaras frigoríficas, escutou
gritos apavorados e batidas na porta de uma delas.
Quando abriu a porta, espantou-se ao ver o shochet
roxo de frio, quase totalmente congelado, tremendo
e chorando.
– Como você chegou aqui?! – perguntou o sho-
chet tremendo, gaguejando e fazendo gestos para
ser entendido.
– Eu queria desejar-lhe uma boa noite e agrade-
cer-lhe por você me cumprimentar todos os dias...
Guefiltemail e Vehaarev Ná
O Poder de um CumprimentoEsta impressionante história real aconteceu com um shochet israelense em um país longínquo.
Variedades I
22 Shevat / Adar 5775
Temperatura da água - Algumas máqui-
nas de lavar possuem água quente, o que ajuda
bastante na limpeza. As novas máquinas digi-
tais possuem a pré-lavagem, etapa em que a
água não aquece, porque as manchas e sujeiras
devem ser retiradas primeiro com água fria. A
água quente na primeira lavagem, em vez de
remover as manchas e a sujeira, pode agravá-
-las, gerando uma mancha aparente. Por isso, é
importante sempre utilizar a pré-lavagem com
água fria, para depois utilizar água quente como
complemento da limpeza.
Deixar de molho - O contato das peças com
água e sabão por muito tempo pode provocar
manchas ou desbotar as cores. Somente peças
extremamente sujas precisam ficar de molho.
Manchas de outra cor durante a lavagem
- Se a roupa pegou um pouco da cor de outras
Lavando RoupasLavar roupa parece algo simples... Mas, na realidade, é “arriscado”, exige experiência e conhecimento do assunto. Certamente pode surpreender “marinheiros de primeira viagem”.Aprenda a seguir alguns truques que vão facilitar a sua vida, evitar decepções e ajudar a manter a paz no lar.Mas, antes de tudo, verifique as instruções nas etiquetas e embalagens das peças.
Truques & Dicas
Shevat / Adar 5775 23
roupas durante a lavagem, não a deixe secar. Co-
loque-a em água com um pouco de sabão em pó
numa panela e dê uma fervida, até sair a man-
cha. Depois, volte a lavá-la. Este truque só serve
para roupas que não encolhem e de algodão; não
deve ser usado em tecidos sintéticos.
Como tirar marca de barra em roupas -
Para tirar marcas de barra em roupas de tecidos
comuns, é só passar gelo na marca e depois
passar o ferro quente, refazendo a nova barra.
Se as marcas de barra antiga for em jeans, pas-
se uma esponja com bastante vinagre branco
no local e depois passe a ferro. Se necessário,
repita a operação até desaparecerem os sinais
da barra antiga.
Cheiro de mofo - Vinagre branco tira o
cheiro de mofo e de roupas velhas. Deixe a rou-
pa de molho em água com vinagre por aproxi-
madamente meia hora.
Manchas de mofo em tecidos - Faça uma
pasta de partes iguais de sal e suco de limão.
Aplique a pasta sobre a mancha e deixe o tecido
secar sob o sol. Em seguida lave normalmente.
Cheiro de suor na roupa - Se o cheiro de
suor estiver ficando impregnado na roupa mes-
mo depois de lavada, lave a roupa como de
costume e mergulhe-a numa solução de água
com 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
no último enxágue.
Manchas de suor e desodorante em roupas
Uma alternativa para retirar essas incômodas
manchas é despejar sobre a região uma mistura
de água com bicarbonato de sódio. Deixe a peça
de molho por meia hora antes de lavar.
Quarar - Para clarear a roupa, antigamente
era muito comum uma técnica chamada “qua-
rar”: ensaboar as roupas e estendê-las ao sol
ainda molhadas, sem enxaguar. Este é um mé-
todo eficaz mas, quando repetido muitas vezes,
danifica os tecidos.
Sabão na medida certa - O excesso de de-
tergente faz com que as roupas saiam um pouco
pegajosas, causando que a sujeira grude mais.
Além disso, pessoas de pele sensível podem
ter alergia. Use a quantidade de sabão reco-
mendada pelo fabricante. Caso não saiba, em
Truques & Dicas
24 Shevat / Adar 5775
máquinas de lavar cheias com 8 quilos
de roupas, use 1 copo americano de
sabão em pó ou 1 tampinha de sabão
líquido. Em máquinas de lavar até 12
quilos use 1,5 copo americano de sa-
bão em pó ou 1,5 tampinhas de sabão
líquido.
Álcool - Um bom truque para man-
ter as roupas brancas é adicionar ál-
cool puro à lavagem. Coloque as peças
em uma vasilha com água limpa, de-
tergente em pó e algumas colheres de
sopa de álcool. Deixe de molho por 15
minutos e, em seguida, lave na máqui-
na ou à mão.
Limão para branquear - O limão
é muito eficaz no branqueamento das
roupas. Coloque-as em uma vasilha
com água morna e suco de um limão
inteiro ou apenas metade, de acordo
com a quantidade de água. Deixe re-
pousar durante algumas horas e lave
bem em seguida.
Limão remove cheiro de suor - Em
tecidos não sintéticos, basta colocar al-
gumas gotas de limão numa panela com
água e deixar ferver. Quando a água
estiver fervendo, tire a panela do fogo
e coloque a roupa de molho por alguns
minutos. Mas tenha cuidado com rou-
pas de tecidos muito finos, porque esta
dica poderá danificá-los. Com roupas
coloridas, é necessário verificar antes
se a cor é firme e não desbota.
Amaciante - A quantidade de ama-
ciante deve ser pequena, mas é indis-
pensável. A lavagem endurece as fibras
das roupas, deixando-as desagradáveis
ao toque e mais difíceis de passar.
Vinagre - Vinagre branco substitui
o amaciante com maestria. Deixa as
roupas bem macias e costuma ser bem
mais barato. Diferente do amaciante,
ele não agride os fios do tecido. Use
200 ml de vinagre para cada 6 litros
de água.
Amaciante caseiro - Use a se-
guinte receita para fazer um excelente
amaciante caseiro: 5 litros de água fria,
1 litro de água quente (sem ferver ), 2
colheres (sopa) de glicerina líquida, 1
garrafinha de leite de rosas, 1 sabone-
te Lux Luxo branco ou Dove. Esquente
bem 1 litro de água (sem ferver), des-
ligue o fogo e coloque o sabonete rala-
do. Tampe e deixe algumas horas para
amolecer. Depois recoloque a panela
no fogo baixo, mexendo delicadamente
sem deixar ferver para derreter total-
mente. Despeje num balde e acrescen-
te a glicerina, o leite de rosas e os 5
litros de água fria. Misture e engarrafe.
Na hora que é feito, o amaciante fica
líquido, mas no dia seguinte fica bem
cremoso. Se desejar, acrescente gotas
de essência ou colônia para bebê.
Bicarbonato - Coloque água em
uma vasilha com água e adicione um
pouco de sabão em pó e bicarbonato
de sódio em quantidades iguais. Mexa
bem e coloque a roupa que deseja cla-
rear. Deixe atuar por 30 minutos e lave
normalmente em seguida.
Peróxido de hidrogênio - Esfre-
gue peróxido de hidrogênio sobre as
manchas de tecidos brancos. Use uma
esponja ou um pano limpo. Deixe o
peróxido de hidrogênio atuar durante
alguns minutos. Depois lave a roupa
normalmente.
Bórax - Para clarear as roupas,
use a seguinte receita: 4 litros de água,
1/2kg de sabão em pó, 1kg de bórax
(borato de sódio) ou ácido bórico (os
dois últimos são comprados em far-
mácias). Leve a água ao fogo. Quando
estiver quente, junte o sabão em pó e
mexa até dissolver. Acrescente o ácido
bórico ou bórax e mexa até misturar
tudo. Não há necessidade de ferver
a água. Espere esfriar, distribua em
garrafas com tampa e guarde. Quando
lavar a roupa no tanque, use 1 xícara
(chá) bem cheia. Para a máquina de
lavar use 3/4 de xícara (chá).
Cloro - Ao contrário do que se pen-
sa, o cloro não é o melhor aliado das
camisas, camisetas e roupas brancas,
pois tende a deixá-las amareladas.
Use-o somente quando muito neces-
sário.
Água sanitária - Evite usar água
sanitária para branquear as roupas,
deixando esse produto apenas para
situações pontuais como remoção de
manchas. Com o uso intensivo, a água
sanitária deixa a roupa amarelada e
frágil.
Peças muito sujas - Não mistu-
re essas peças com as demais. Elas
exigem um processo mais agressivo,
ficando mais desgastadas. Com pouca
sujeira, não há a necessidade de pas-
sar por uma lavagem mais pesada; é
um dano que deve ser dispensado.
Peças de uso pessoal - Não mistu-
re essas peças com as de uso domésti-
co. Roupas de uso pessoal devem ser
lavadas separadamente de peças de
cozinha, panos de limpeza, toalhas de
mesa, cobertores de animais, etc. Toa-
lhas de mesa e panos de prato normal-
mente têm restos de alimentos e resí-
duos de gordura que podem manchar
outras peças. Já os panos de limpeza e
mantas de animais carregam um tipo
de sujeira mais resistente e precisam
de um tipo de lavagem mais pesada,
que pode danificar roupas comuns.
Panos de cozinha I - Peças menos
delicadas, como panos de cozinha e de
limpeza, podem ser fervidas duran-
te alguns minutos em água com uma
colher de amoníaco ou limão antes de
serem lavados.
Panos de cozinha II - Panos de
prato deixados de molho numa solução
morna de água, vinagre e sal ficam
bem branquinhos.
Camisas brancas - Há produtos
especiais de lavagem para roupas
brancas. Mas um grande truque é co-
locar dentro de uma meia um limão
cortado em rodelas. Faça um nó bem
Truques & Dicas
Shevat / Adar 5775 25
• Supervisão do Rabino Shamai Ende Sh’• SPA - Piscinas - Quadra de Tênis• Monitores e brinquedos para crianças• 5 refeições ao dia sem gebrocht - bishul sefaradi
• Coffee Break 24 horas• Matsá shemura redonda e quadrada - ‘all inclusive’
apertado na meia e coloque-a junto
com a roupa. O limão tem proprieda-
des potentes de clareamento.
Limpar e desengordurar golas e
punhos de roupas I - Faça uma mistu-
ra com amoníaco na proporção de uma
colher (sopa) para 1 copo (250ml) de
água. Embeba um pano branco neste lí-
quido e passe sobre a região da gola ou
do punho que estiver engordurada, en-
cardida. Depois, lave bem com a água
e sabão de coco e coloque para secar.
Limpar e desengordurar golas e
punhos de roupas II - Faça uma pasta
com vinagre e bicarbonato de sódio.
Aplique por 20 minutos sobre os co-
larinhos e punhos e lave em seguida.
Limpar e desengordurar golas e
punhos de roupas III - Passe deter-
gente nas golas e punhos e espere uma
meia hora antes de lavar. Para prote-
ger a roupa, antes de vestir polvilhe
um pouco de talco nestas regiões. O
talco evita que o suor e a oleosidade da
pele deixe a roupa tão encardida.
Roupas brancas - Lave toda a rou-
pa branca junta, sem colocar peças
coloridas na máquina. Se você não ti-
ver roupa branca suficiente, é melhor
lavar à mão.
Roupas coloridas - Vinagre é óti-
mo para tirar manchas de roupas co-
loridas, pois ele não desbota a rou-
pa. Para resolver manchas em roupas
coloridas, coloque a peça no tanque,
molhe e ensaboe com sabão em bar-
ra. Em seguida pingue vinagre branco
sobre a mancha e aguarde cerca de
uma hora. Depois prossiga a lavagem
normalmente.
Roupas pretas - Não use sabão
em pó. Opte pelos sabões líquidos e
em pequenas quantidades. O sabão em
pó pode causar manchas brancas em
roupas pretas. O ideal é lavá-las à mão.
O atrito causado pela lavadora retira
parte do pigmento das roupas, além
de provocar o surgimento de bolinhas
em alguns tecidos. Seque-as à sombra,
pois o sol também pode desbotá-las.
Coloque a peça do avesso sobre o va-
ral, sem pregadores.
Roupas de bebês - O vinagre tira
o cheiro de urina das roupas. Retire a
urina com água, lavando normalmen-
te. Em seguida deixe de molho com
água e vinagre por alguns minutos e
enxágue.
Roupas de seda - Lave-as à mão. É
a melhor maneira de cuidar deste tipo
de tecido. Lavar a seco pode ser arris-
cado, caso a lavanderia não entenda
sobre os cuidados adequados com a
roupa. Opte por detergentes para rou-
pas delicadas e utilize-os em pequenas
quantidades. Nunca torça ou esfregue.
Se não houver outra forma e você ne-
cessitar lavar à maquina, coloque sua
peça delicada em uma sacola de malha
e nunca use a opção centrifugar, que
pode deixar marcas irreversíveis. Não
use a secadora, pois o atrito pode da-
nificar a peça.
Peças de lã - Quando enxaguadas
com água e vinagre ficam felpudas e
macias.
Lençóis amarelados ou desbota-
dos - Encha uma panela grande com
água e adicione 5 colheres de sopa de
sal e uma de bicarbonato de sódio. Co-
loque os lençóis dentro da panela e
deixe ferver por 15 a 30 minutos. De-
pois lave os lençóis com água fria.
Toalhas brancas - Para tirar o
amarelado do tempo de toalhas bran-
cas, deixe-as na seguinte solução por
2 horas: água, sabão em pó e meio
copo de álcool. Depois lave normal-
mente.
Cobertores - Para evitar que os
cobertores fiquem duros e ásperos,
passe-os rapidamente em água com
vinagre após a lavagem (200 ml de
vinagre para 6 litros de água).
Truques & Dicas
26 Shevat / Adar 5775
Em uma das parashiyot da Torá após o relato da Saída do Egito
– Parashat Tetsavê – não consta o nome de Moshê Rabênu. O livro “Sichot Mussar”, de autoria do Rabino M. Birnboim shelita ex-plica, de uma maneira muito interessante, o motivo desta particularidade: Esta para-shá inteira trata da kehuná – o sacerdócio – e dos encargos que foram outorgados a Aharon como cohen (sacerdote). Então, para evitar que pessoas como Côrach e seus seguidores alegassem que quem ele-geu Aharon foi Moshê, favorecendo assim seu irmão, D’us omitiu o nome de Moshê da parashá. Desta forma, quis mostrar que a designação de Aharon provinha exclusi-vamente do Todo-Poderoso e que Moshê era apenas um intermediário de Sua von-tade.
Quando o Povo de Israel pecou com o be-
zerro de ouro, D’us sugeriu a Moshê que ex-
terminaria todo o povo – que nunca aconteça
– e recomeçaria uma nova nação a partir dele.
O “Báal Haturim” comenta que Moshê, quan-
do ouviu isso, alegou a D’us que, se o povo
não fosse perdoado, D’us poderia apagar o seu
nome da Torá, dizendo as seguintes palavras
(Shemot 32:32): “Mechêni ná missifrechá asher
catavta – Apaga-me, rogo, do Teu livro que
escreveste”.
As pessoas devem tomar muito cuidado
com o que dizem. Esta sentença de Moshê, por
exemplo, funcionou como uma maldição. Ape-
sar de ter sido apenas uma expressão condici-
onal e mesmo tendo D’us perdoado o povo, o
dito se cumpriu em parte e o nome de Moshê
não consta nesta parashá. Vemos, portanto, que
o decreto de um tsadic, um justo, mesmo que
proferido na condicional – “se” o povo não for
perdoado... – é executado.
Comentando este acontecimento, de Moshê
Rabênu ter proferido a frase “apaga-me do Teu
livro...”, o Rav Meir Wachtfoigel shelita faz, no
seu livro “Côvets Sichot”, uma análise essencial
para o comportamento humano, que trazemos
a seguir.
Cada judeu não é considerado como alguém
com obrigações privativas, exclusivas de sua
pessoa. Todos possuem obrigações e respon-
sabilidades para com o mundo inteiro de um
modo geral e para com o Povo de Israel de uma
forma particular. Com isso, os acontecimentos
Responsabilidade ColetivaÀquele que começa uma mitsvá, dizem-lhe: “Conclua!”. Isto não significa apenas que ele deve terminá-la, mas também, que receberá uma ajuda dos Céus para fazê-lo.
Visão Judaica I
Shevat / Adar 5775 27
sucedidos com outras pessoas devem
tocá-lo, de forma a questionar-se qual
a sua relação com o evento, como pode
ajudar os envolvidos e como poderia
ter evitado danos. Por outro lado, deve
ter consciência de que seus atos, bons
ou ruins, afetam o mundo inteiro.
Neste sentido, a afirmação de
Moshê, “apaga-me do Teu livro...”, veio
em consequência da enorme responsa-
bilidade que sentia frente ao povo.
O Rav Meir traz alguns ditos de
nossos sábios que demonstram a res-
ponsabilidade que devemos ter, cada
um de nós, perante a comunidade.
No “Midrash Cohêlet Rabá” (7:28)
está escrito que quando D’us criou o
homem, mostrou-lhe todas as árvores
do Paraíso e disse-lhe: “Olhe como a
Minha criação é bela e louvável! Tudo
o que criei, criei para você! Cuidado
para não estragar o Meu mundo, pois
se você estragá-lo, não haverá quem o
conserte em seu lugar!”
À primeira vista, esta passagem
parece estranha. Como pode uma
pessoa estragar toda a Criação Divina?
A intenção do Todo-Poderoso ao
expressar-se desta forma era trans-
mitir a Adam, e a todos os homens
que viriam posteriormente, que os
atos de cada pessoa influenciam toda
a Criação; para que os indivíduos não
pensem que são responsáveis apenas
por seus atos e que suas decisões afe-
tam somente a si.
No Talmud (San’hedrin 37) consta
que todas as pessoas têm a obrigação
de dizer: “Para mim foi criado o mun-
do”. Esta afirmação não significa, ab-
solutamente, que o homem deve ser
vaidoso, mas transmite este conceito
de que seus atos repercutem em todo
o mundo.
O Talmud (Yomá 20b) cita também
que existiam três “vozes” que eram ou-
vidas no mundo inteiro – por todas as
pessoas. Uma delas era o som do desli-
gamento da alma do corpo das pessoas
quando morrem. Os sábios pediram a
D’us que tivesse piedade dos homens,
cancelando este efeito, e D’us atendeu
à solicitação. Sobre isso, o “Côvets Si-
chot” questiona o motivo da ocorrência
original, uma vez que o desligamento
da alma do corpo parece algo que diz
respeito unicamente a cada indivíduo.
A resposta trazida é a seguinte: “Como
as pessoas são responsáveis por todo
o mundo, cada alma que se desprende
de um corpo é algo que interessa a
todos os outros, e por isso deveriam
senti-lo.”
Na “Petichtá Deicá Rabati” consta
que, na época da destruição do Tem-
plo, o Todo-Poderoso disse ao Profeta
Yirmeyáhu: “Eu Me pareço a um ho-
mem que perdeu seu filho único no
dia do casamento, embaixo da chupá,
e você não se importa Comigo e nem
com o Meu filho! Vá chamar Avraham,
Yitschac, Yaacov e Moshê em seus
Dr. Shmuel Chouraqui foi enviado pelo Grão-Rabino Gaon Rav Aharon Leib Steinman shelita a São Paulo para resgatar o “Dêrech Emet”, uma instituição educacional de Afula, que inclui creches e o único talmud Torá e Bêt Yaakov (escola para meninas) na cidade e arredores.
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Visão Judaica I
28 Shevat / Adar 5775
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túmulos, pois eles sabem se lamentar.”
Yirmeyáhu respondeu que não
sabia onde estava enterrado Moshê
Rabênu e D’us explicou-lhe como fazer
para encontrá-lo. Depois disso, Yir-
meyáhu seguiu as instruções do Todo-
Poderoso e foi até a Mearat Hama-
chpelá convocar os patriarcas. Quando
lhe perguntaram, tanto os patriarcas
quanto Moshê Rabênu, por que D’us os
estava chamando, Yirmeyáhu respon-
deu que não sabia, pois temeu que eles
o acusassem dizendo: “Em teus dias
isto aconteceu aos nossos filhos!”.
Sobre este midrash, surge logo a
pergunta: “O que realmente temia o
profeta, se as desgraças vieram em
decorrência dos pecados do povo?” Sa-
bemos que Yirmeyáhu constantemente
advertia o povo para que retornasse ao
caminho correto.
A resposta está justamente no prin-
cípio citado acima. Provavelmente Yir-
meyáhu, levando-se em consideração
o seu elevado nível espiritual, sentia-
se responsável pelo povo e, de certa
forma, culpado pelas calamidades que
assolaram o Povo de Israel. Caso os
patriarcas o acusassem de ter ocorrido
em seu tempo a destruição do Tem-
plo, que não conseguiu cumprir a sua
obrigação de corrigir o povo, não adi-
antaria ele alegar que “fez de tudo”
para evitar o acontecido, já que é bá-
sico o conceito de que todos são res-
ponsáveis pelos incidentes que recaem
sobre o povo e o mundo. E, de fato,
Yirmeyáhu se sentia responsável pelos
pecados do povo e pela destruição do
Templo.
Também a obrigação que cada
judeu possui de advertir o próximo,
caso constate uma falta, provém deste
princípio de que “Yisrael arevim zê
lazê” – cada yehudi é responsável pelo
próximo.
Em “Shemot” (5 :1) consta
que Moshê e Aharon, seguindo as
instruções de D’us, foram falar com o
Faraó: “Veachar báu Moshê Veaharon
vayomeru el Par’ô – E depois vieram
Moshê e Aharon e falaram ao Faraó”.
Sobre isso, Rashi comenta que os zek-
enim – os 70 anciões – deveriam estar
junto com eles frente ao Faraó, mas no
caminho foram se “esquivando” um a
um, por temerem enfrentar o ditador.
Por terem fugido da responsabilidade
coletiva de enfrentar o Faraó, posteri-
ormente não tiveram o mérito de apro-
ximar-se da Presença Divina junto com
Moshê no Monte Sinai na Outorga da
Torá.
Vejamos outro exemplo sobre
a responsabilidade coletiva. Quan-
do a Torá relata sobre o nascimento
de Moshê, consta o seguinte (Shemot
2:4): “Vatetatsav achotô merachoc le-
deá má yeassê lô – E ficou de longe
Visão Judaica IAguardamos sua visita!!!
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Shevat / Adar 5775 29
sua irmã para ver o que lhe aconte-
ceria”. Miryam, irmã de Moshê, ficou
acompanhando o que aconteceria a
seu irmão depois de terem-no colo-
cado numa cesta sobre o rio. Miryam
não fez isto por simples curiosidade,
mas sim para saber como seria sua
salvação, pois disso também dependia
a salvação de todo o povo. Ela também
se sentia responsável pelo povo. Graças
a seus atos, Miryam teve o mérito de
participar posteriormente da salvação
de Moshê, como está escrito (2:7): “E
diz sua irmã à filha do Faraó: ‘Queres
que eu vá chamar para ti uma mulher,
ama das hebreias, e que amamente o
menino para ti?’”.
Moshê Rabênu tinha um enorme
senso de responsabilidade, como ex-
plica o Midrash Shemot Rabá sobre o
que está escrito (2:11): “...e viu suas
pesadas tarefas...”. O Midrash per-
gunta o que significa o termo “e viu”
nesta passagem. Responde, então,
que Moshê via as árduas tarefas do
povo, chorava e dizia: “Que pena sin-
to por eles! Antes eu morresse e eles
ficassem livres, pois não há trabalho
mais duro do que o do cimento”. Não
apenas isto, mas Moshê também se
unia ao povo no trabalho e ajudava a
cada um. O Midrash continua relatan-
do qual foi a sua recompensa: “D’us
lhe disse: ‘Você abandonou todos os
seus afazeres, preocupou-se com o
sofrimento de Israel e se compor-
tou como se comportam verdadeiros
irmãos. Agora, Eu abandono os mun-
dos superiores e inferiores para falar
exclusivamente com você.’” Por isso,
D’us o chamou “mitoch hassenê” – no
episódio da sarça ardente.
Quando alguém recebe com boa
vontade qualquer responsabilidade
para executar tarefas que se espera
que ele realize, outorgam-lhe, dos
Céus, forças para cumpri-las. É isso
que nossos sábios dizem no “Talmud
Yerushálmi”: “Hamatchil bamitsvá
omerim lô guemor – Àquele que co-
meça uma mitsvá, dizem-lhe: ‘Conclua
a mitsvá!’”. Este dito não significa
apenas que alguém que começa uma
mitsvá deve terminá-la, mas também,
que receberá uma ajuda dos Céus para
fazê-lo.
Moshê Rabênu estava disposto a
sacrificar-se pelo Povo de Israel e de-
terminado a declarar “apaga-me do
Teu livro...”. Mesmo antes de ser o
líder do povo, já participava de seus
sofrimentos e ajudava-os, quanto mais
depois de ter sido escolhido como o
guia, intermediário entre o povo e o
Todo-Poderoso, e depois de D’us lhe
ter transmitido a Torá. Sempre esteve
disposto a fazer qualquer coisa pelo
bem do povo.
Disso tudo vemos a importância
da responsabilidade de cada um de
nós perante o mundo e perante o nosso
povo!
Visão Judaica I
Nossa GenteNascimentos• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: R. Chaim Vital Passy, R. Elie Bahbout, Alon Hamoui, Arno Schwarz, Ishay Sassoun, Jacques Dayan e Tedy Mann.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para as famílias: Fábio Flaksberg, Israel Mandelbaum e Jack Hallak.
No berit milá do filho de Alon Hamoui
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Nossa Gente
No berit milá do filho de Isaac Esses
No pidyon haben do filho de Yossi Alfassi
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32 Shevat / Adar 5775
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Alberto Hamoui, Daniel Turnowski, David Laniado, Edgar Chalom, Eduardo Safdie, Eitan Israel Michaan, Ozer David Yaffe, Rafael Meir Picciotto, Rafael Mizrahi, Raphael Chammah e Shneur Zalman Eskinazi.
Bar Mitsvá
No bar mitsvá de Eduardo Safdie
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33
• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Gotlieb e Goldman (Michel e Nicole) e Besser e Firer (Aharon e Rachel). • Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Iliovits e Brandwein (Shimon e Sara), Begun e Brook (Mendy e Mussie), Somerstein e Hanono (Yossi e Miriam), Chayo e Cohen (Jaques e Danielle), Szuster e Hakim (Mauricio e Tania), Korik e Gluschtein (Shmuly e Cintia), Vasserman e Chammah (Marcelo e Stela), Klein e Elimelek (Arthur e Jacqueline), Kassab e Srour (Victor e Sarah), Roimicher e Zylberstejn (Samuel e Tamara), Berkowitz e Berger (Mendy e Sivky), Wolk e Benzaquen (Simon Jonathan e Soli), Blutner, Petzenbaum e Salomon (Daniel e Anat).
Nossa Gente
No casamento de Jaques e Danielle Chayo
Casamentos
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Shevat / Adar 577534
Na comemoração do final do estudo do livro Siftê Chayim, ministrado pelo Rabino Isaac Dichi
Na comemoração do final do estudo do Sêder Zeraim de mishnayot, ministrado pelo Rabino Daniel Faour
Nossa Gente
Veja 9 fotos e 4 vídeos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Rav Chayim Soloveitchik Halevi, também conhecido como Reb
Chayim Brisker (1853 – 1918), foi um dos maiores sábios do século passado. Ele nas-ceu em Volodjin, mas ficou conhecido por ser o rabino da cidade de Brest – ou “Brisk” em yidish – na Bielorrússia. Ele era filho do famoso “Bêt Halevi”, o Rav Yossef Dov Halevi Soloveitchik, e pai do Rav Yitschac Zeev Halevi Soloveitchik – o “Griz”.
A pedido de muitas pessoas da cidade,
Rav Chayim convidou determinado rapaz para
uma conversa em particular.
Muitas pessoas acusavam aquele indivíduo
de ter praticado furtos em suas casas.
O rapaz atendeu o pedido do rabino logo
que recebeu o recado.
Chegando na casa do sábio, foi muito bem
recebido.
– Muito obrigado por ter vindo! – disse
o rav.
– Como eu poderia deixar de atender o pe-
dido de uma pessoa tão bondosa e sábia como
o senhor? – respondeu o rapaz amavelmente.
Profissão LadrãoCerta vez, o Rav Chayim de Brisk pediu que chamassem um rapaz para uma conversa. Ele tinha fama de ladrão na cidade.
Pensando Bem I
Então o sábio começou a fazer al-
gumas perguntas para o visitante:
– Desculpe-me a franqueza – disse
com cuidado o rabino – mas eu tenho
ouvido algumas reclamações quanto
a sua conduta... Será que poderíamos
tratar disso?
– Claro! O que o rabino deseja sa-
ber? – disse o homem prontamente.
– Muitas pessoas estão se queixan-
do para mim, alegando furtos em suas
casas. E várias delas presumem que
você seja o culpado. Você sabe do que
eu estou falando?
Alguns segundos de silêncio se
passaram.
– Veja bem, rabino – disse então
o rapaz serenamente coçando a testa.
– Eu não mentiria para o maior sábio
que conheço. Sim, eu sei do que o se-
nhor está falando. Muito do que falam
por aí é verdade. Eu venho praticando
vários furtos na cidade.
– Então você é um ladrão de fato?!
– perguntou o rabino, incrédulo com a
calma do interlocutor.
– Sim. É como eu ganho dinheiro.
Mais alguns segundos de silêncio.
– E você rouba no Shabat também?
– Sim. Se houver uma boa opor-
tunidade...
– E você acende velas no Shabat
para roubar?
– Quando é necessário, sim.
Pensativo, o rabino continuou com
as perguntas.
– Você também rouba não judeus?
– Claro! Não há diferença no di-
nheiro deles!
– E você só leva dinheiro?
– Não, não! – disse o ladrão já en-
tusiasmado com o interesse do sábio. –
Eu também levo jóias, objetos de valor
e até comida.
– Mas quando você encontra carne
de porco na casa de um não judeu você
certamente não a leva...
– Levo também!
– E o que você faz com a carne de
porco?
– Simples! Eu vendo para alguém.
– Você não a come?!
– Claro que não, rabino! – respon-
deu o homem ofendido. – Só porque eu
decidi ganhar a vida como ladrão, não
significa que deixei de ser judeu!
* * *
Esta história ilustra, de maneira
extrema, uma lição importante para
todos nós. De uma forma geral, no in-
terior das pessoas convive simultane-
amente a luz e a escuridão. O mais
curioso é que isso acontece “pacifica-
mente”, sem que se torne impossível
a sobrevivência do ser humano. Nosso
trabalho nesse mundo, então, é afastar
ao máximo esta escuridão de dentro
de nós!
Pensando Bem I
Shevat / Adar 577538
Shevat / Adar 5775 37
Meguilat EsterO perigo físico vem em decorrência da decadência espiritual. Não são os tiranos os causadores de desgraças contra nosso povo.
Rabino I. Dichi
O Talmud nos ensina a se-guinte regra: As
profecias que serão necessárias para as gera-ções futuras foram escritas, e as que não serão necessárias não foram escritas. Isto significa que, de todas as profecias e acontecimentos com nossos antepassados, somente foram registrados no Tanach os acontecimentos que têm algo a nos ensinar.
A Meguilat Ester faz parte do Tanach e, portanto,
contém ensinamentos para todas as gerações.
O Talmud (Meguilá 12) levanta a seguinte questão:
Qual o motivo do decreto de extermínio do Povo de
Israel naquela geração? E responde que o motivo é que
os yehudim aproveitaram do banquete oferecido pelo
rei Achashverosh (Artaxerxes). A Guemará pergunta,
então, por que o castigo não veio somente sobre os ju-
deus de Shushan (Susa, a capital do Império Persa, onde
havia sido oferecido o banquete) poupando os do resto
do mundo? E responde que o castigo veio sobre todos
porque se prostraram ao ídolo da Babilônia na época de
Nevuchadnetsar (o Imperador Nabucodonosor).
O Midrash Rabá, justificando o castigo, cita apenas
o primeiro motivo (terem aproveitado do banquete).
O comentarista do Midrash, Ets Yossef, explica que
as duas causas uniram-se. O aproveitamento do ban-
quete fez despertar a promotoria antiga pelo fato de te-
rem se prostrado ao ídolo na época de Nevuchadnetsar.
Consta no Midrash Rabá Ester (parashá 7) que o
perverso ministro Haman disse para o Rei Achashve-
rosh que o D’us deste povo odeia a prostituição, e acon-
selhou Achashverosh para, durante o banquete, fazer
com que os judeus presentes pecassem neste sentido.
Quando Mordechay tomou conhecimento dos pla-
nos de Haman e de Achashverosh, advertiu aos yehu-
dim que não participassem do banquete preparado,
porém eles não lhe deram ouvidos e foram. Consta no
Targum sobre a Meguilá (1:5) que, de fato, Mordechay
e os que o cercavam não participaram.
Sobre o versículo “Umordechay yadá et col asher
naassá – E Mordechay soube de tudo o que se pas-
sou” – nossos sábios explicam que Mordechay sabia
o motivo (os dois pecados citados anteriormente) pelo
qual D’us estava enviando esta tragédia ao povo. Sen-
do assim, Mordechay fortaleceu-se e incumbiu-se de
responsabilidade – como Moshê em sua geração. Ele
despertou os yehudim para a teshuvá sobre o pecado
que haviam cometido, a fim de merecerem a miseri-
córdia do Criador sobre nosso povo.
Também Ester pediu que fossem instituídos três
dias de jejum, dias de teshuvá, em recuperação da
participação do povo no banquete infeliz.
Além disso, pelo mérito de agrupar centenas de
crianças do povo para estudar com eles a Torá e orar,
Mordechay conseguiu despertar a misericórdia do
Todo-Poderoso e a anulação do mau decreto.
Através desta teshuvá, o povo elevou-se espiritual-
mente ao ponto de “Kiyemu vekibelu hayehudim – os
yehudim cumpriram e receberam” – ou seja, retificaram
o recebimento da Torá do Monte Sinay, e desta vez em
um nível superior, pois fizeram-no de forma espontânea,
sem imposições, por amor ao Todo-Poderoso. Por este
motivo foi delineada esta data de Purim como “yom tov”.
Aprendemos, como conclusão de tudo isso, que o
maior perigo físico vem em decorrência do pecado, da
falha espiritual. Não é Haman – e nem outros indivídu-
os – que são os causadores de desgraças. Nós devemos
procurar em nossos próprios atos eventuais deslizes
e esforçarmo-nos por consertar as falhas realizadas.
A maior proteção contra o perigo é a teshuvá e o
ensinamento da Torá às crianças do Povo de Israel!
Baseado no livro “Hamussar Vehadáat”
Visão Judaica II
38 Shevat / Adar 5775
Os Lugares mais
Perigososda Terra
A Ilha Aogashima é uma das crateras
vulcânicas ativas das Ilhas Izu.
Lá vivem cerca de 200 pessoas, dentre elas, pouco mais de
25 crianças.Essa é a ilha mais
remota do conjunto, e uma das mais
bonitas.
Variedades II
Shevat / Adar 5775 39
Ilhas Izu, Japão
O governo japonês autorizou a volta da
população em 2005, no entanto, por medida de segurança todos possuem
máscaras de gás.
Variedades II
As ilhas Izu são um grupo formado por mais de vinte ilhas e ilhotas vulcânicas, sendo que nove delas são habitadas. Elas são bonitas e possuem praias belíssimas, mas o que faz delas um destino turístico no mínimo estranho está
“no fundo da terra”, literalmente falando.As ilhas e os seus habitantes sofreram ao longo de sua história
com várias das mais terríveis forças da natureza, entre elas terremotos, tsunamis, tufões e erupções vulcânicas. Apesar de todos esses golpes, o povo insistiu em continuar morando nas ilhas Izu; isso até 1953, quando a atividade vulcânica do monte Miyake-Jima destruiu uma embarcação de pesquisa e matou 31 pessoas.
O vulcão, um dos mais ativos do planeta, passou a expelir gases venenosos que forçaram os habitantes a iniciar uma evacuação em massa para salvar suas vidas. A cena de milhares de pessoas fugindo com máscaras de gás foi sem dúvida uma das mais amedrontadoras que alguém poderia presenciar.
No ano de 2000, alguns habitantes começaram a voltar para sua terra natal, mas novamente foram obrigados a deixar suas casas, após outra atividade do vulcão. Somente em 2005 o governo autorizou o retorno da população para as ilhas, mas todos receberam ordens de carregar as máscaras consigo 24 horas por dia como medida de segurança.
A população de Izu leva uma vida desconfiada, porque lá, respirar pode ser uma sentença de morte.
O vulcão Miyake-Jima
40 Shevat / Adar 5775
Também conhecida com “Ilha das Cobras”, está localizada a cerca de 32 quilômetros do litoral do estado de São Paulo,
na altura de Itanhaém. É desabitada e tem acesso proibido e restrito a analistas ambientais.
A ilha é considerada no meio científico como o maior serpentário natural do mundo. Em alguns lugares da ilha, onde a mata é mais densa, podem ser encontradas cinco serpentes por metro quadrado. A espécie predominante é a Jararaca-Ilhoa, uma espécie que não existe em nenhum outro lugar do planeta, famosa por sua poderosa peçonha, que pode causar a morte de um adulto em duas a seis horas após a inoculação. Como a ilha não possui mamíferos nem roedores, as serpentes aprenderam a subir em árvores e a caçar pássaros.
A última família que morou na ilha, e
que cuidava do Farol da Praia, morreu, atacada pelas cobras.
A denominação “Queimada Grande” teve origem no passado, quando pescadores ateavam fogo na vegetação para afugentar as serpentes.
João Marcos Rosa, fotógrafo da “National Geographic” no Brasil desde 2004, já fez inúmeras reportagens sobre os mais diversos locais e animais. Ele afirmou que, certamente, a reportagem na Ilha da Queimada Grande foi a mais desafiadora e amedrontadora das que já participou.
Em 2010, o site Listverse, especializado em listas de “melhores e piores”, elegeu a ilha como o lugar mais assustador do mundo para se visitar, à frente da zona contaminada de Chernobyl e dos vulcões de lama do Azerbaijão.
Esse é realmente um lugar que poucos gostariam de conhecer!
Ilha da Queimada
Grande, São Paulo
Variedades
A “Ilha das Cobras”, é o maior serpentário do mundo.
A Jararaca Ilhoa sobe em árvores e allimenta-se de aves.
Shevat / Adar 5775 41
Vulcão Kilauea, Havaí
Variedades
O
Kilauea é um vulcão ativo localizado no arquipélago havaiano, nos Estados Unidos. É um dos cinco vulcões-escudo
que constituem a ilha do Havaí – a maior ilha do arquipélago havaiano – cada um em um canto da ilha.
Em havaiano, a palavra “kilauea” significa “cuspindo” ou então “espalhando” – em referência às recorrentes descargas de lava do vulcão. Aliás, desde janeiro de 1983 há um fluxo contínuo de emissão de lava proveniente de um dos cones do Kilauea, chamado “Puu Oo” – uma das erupções mais longas do mundo.
Além deste fluxo, outros 33 ocorreram no arquipélago desde 1952. Em 1998, o Kilauea foi noticiado como sendo o vulcão de maior atividade no mundo e também o mais visitado. Hoje, ele é visitado por cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano e é uma fonte inestimável de estudo para
os vulcanólogos.O volume de material que já foi
expelido pelo Kilauea seria suficiente para construir três rodovias amplas com comprimento capaz de contornar o globo terrestre.
A última erupção forte se deu em 5 de agosto de 2011, produziu 3,5km³ de lava e fez reaparecer 123,2km² de terra.
No dia 5 de setembro de 2014 o Havaí declarou estado de emergência pelo avanço das lavas do Kilauea, quando o governo federal enviou 80 integrantes da Guarda Nacional para a ilha. Moradores de cerca de 50 casas no caminho projetado para a lava foram alertados a se prepararem para deixar suas casas a qualquer instante. Até o mês de janeiro de 2015, apenas uma casa fora incendiada pelas lavas, que se encontravam a cerca de 3km da estrada nº 130 e do centro comercial do município de Pahoa.
O Kilauea durante uma forte erupção no Havaí, formando um enorme rio de lavas ferventes.
42 Shevat / Adar 5775
A
Cratera de Darvaz, também chamada de “Porta Para o Inferno”, é um campo de gás natural localizado em Darvaz
(também escrito Darvaza, que significa “portão” em turcomano), na província de Ahal, no deserto do Turcomenistão – um país situado na Ásia Central, que faz fronteira com o Cazaquistão e com o Irã.
O nome “Porta Para o Inferno” foi dado pela população local, referindo-se ao fogo, à lama fervente e às chamas alaranjadas na cratera, propiciadoras de um cenário que faz lembrar a entrada do Inferno para qualquer espectador.
Famosa por suas chamas que ardem constantemente desde 1971, a Cratera de Darvaz tem uma aparência realmente assustadora. É um enorme buraco com mais de 70 metros de diâmetro, que exala um forte cheiro de enxofre, sentido a quilômetros de distância.
A cratera é de fato uma grande
reserva de gás natural, antes explorada para extração, mas posteriormente abandonada devido a um acidente que engoliu escavadeiras e ferramentas usadas na extração. Nenhuma vida foi perdida no incidente, mas grandes quantidades de gás metano foram lançadas na atmosfera, criando enormes problemas ambientais e imenso dano ao povo das aldeias, resultando em algumas mortes.
Temendo a liberação de mais gases nocivos da cratera, os exploradores decidiram, em vez de extraí-los, queimá-los. Essa era supostamente a medida mais segura e responsável. A expectativa naquela época, era de que o gás queimaria por alguns dias. Mas, 44 anos depois de incendiada, as labaredas ainda ardem – e sem previsão de cessar – com uma quantidade de gás armazenado totalmente desconhecida.
Craterade Darvaz, Turcomenistão
Variedades
Fogo e lama fervente na “Porta Para o Inferno”.
Shevat / Adar 5775 43
À
primeira vista, este córrego localizado em Yorkshire, na Inglaterra, parece inofensivo. Entretanto, o lugar esconde segredos. Antes de apresentar esse aspecto amigável, o
riacho é, na verdade, um grande rio chamado Wharfe.Mas, para onde vai toda a água do grande rio
Wharfe?Apesar de estreito e com visual calmo e
relativamente tranquilo, o lugar conta com águas muito profundas. E essa distância “para baixo” nunca foi medida, uma vez que a correnteza também é muito mais forte do que parece. Além disso, há uma infinidade de cavernas subaquáticas que funcionam como tanques, armazenando toda a água vinda daquele imenso rio.
Talvez por tudo isso, esse pequeno córrego, que parece fácil de ser transpassado, apresenta uma taxa de mortalidade de 100% – não há notícias de ninguém que tenha sobrevivido a uma queda em suas águas!
Mesmo se for exagero dos pessimistas, quem se arriscará provar o contrário?
Bolton Strip, Inglaterra
Variedades
As ocultas cavernas subaquáticas fazem do
Bolton Strip um incrível perigo dissimulado.
44 Shevat / Adar 5775
Pensamentos
Pensando Bem II
Não se preocupe tanto com a reputação a ponto de se esquecer sobre o caráter!
É mais importante se preocupar com o que é certo do que com quem está certo!
Preocupe-se em corrigir e não em encobrir.
Preocupe-se em fazer e não com o que será feito.
Na maioria das vezes a preocupação é sinônimo de falta de fé.
Preocupe-se em estar preocupado!
E-mail: [email protected] Site: www.projetokerenchai.wix.com/karen-chai Telefone: 3660-0400 ramal 121 / 99405-9980 Keren Chai
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Shevat / Adar 5775 45
“Shamai disse: ‘receba todas as pessoas com
um semblante sorridente’ (Pirkê Avot 1:15)”.
O maior presente que uma pessoa pode dar
à outra é “um semblante alegre”. Uma expressão
facial agradável é um bálsamo curativo e restau-
rador! Como os diversos benefícios do Sol – que
brilha sua luz esplendorosa e nos brinda com um
calor confortante, também um semblante alegre
é um “astro radiante” que transmite uma luz
brilhante de amor e um calor cordial e caloroso
de amizade.
Um semblante alegre é uma força vivifican-
te. Portanto, esta passagem nos ensina a rece-
bermos todas as pessoas com um semblante
sorridente – independentemente das circuns-
tâncias. Mesmo que a pessoa esteja passan-
do por dificuldades, ela deve fazer um esforço
para cumprimentar os outros com uma face
sorridente.
Por exemplo, considere a seguinte história
verdadeira: um tsadic estava sofrendo de uma
dor de cabeça muito forte e não conseguia se
concentrar em nada. Naquele momento, alguém
da comunidade passou e não tinha conhecimen-
to da sua condição. O tsadic levantou a cabeça e
cumprimentou-o com um belo sorriso amigável.
Conhecendo a realidade, seus alunos fica-
ram surpresos. Perguntaram-lhe por que ele
forçou um sorriso em vez de explicar a sua ver-
dadeira situação. O Sábio explicou aos alunos
que toda pessoa tem a capacidade de incentivar
e trazer alegria aos demais. Se demonstrarmos
que estamos em perigo ou de mau humor, iremos
afetá-los negativamente. Pior ainda, poderíamos
até causar-lhes dor ao perceberem a nossa dor.
Portanto, temos a responsabilidade de cumpri-
mentar todos os nossos companheiros com ale-
gria e “puxá-los para cima” – independente de
como nos sentimos.
Não há nada mais vital para o bem-estar
das pessoas que o nosso esforço sincero em
cumprimentá-las com um semblante sorridente
– independente do nosso humor – e mesmo que
não gostemos, particularmente, de determinada
pessoa. Se assim fizermos, conseguiremos forta-
lecer os demais em seu coração, alma e espírito.
Por sua vez, o Todo-Poderoso nos abençoará
com paz, confiança e alegrias!
Semblante SorridenteSeu crescimento pessoal depende dos maravilhosos ensinamentos do mussar
Rabino Zvi Miller
Mussar
PurimPurimSameach!
46 Shevat / Adar 5775
Rabino Isaac Dichi
Horários Judaicos
Introdução
Os horários judaicos baseiam-se nos movi-
mentos relativos entre a Terra e o Sol (e entre a
Terra e a Lua para Bircat Halevaná – a bênção
da Lua), variando assim com os dias do ano e
conforme a localidade.
É sabido que o movimento do Sol em rela-
ção a um ponto fixo da Terra se dá de uma for-
ma praticamente constante no período de 365
dias e seis horas. Assim, por exemplo, em 20 de
fevereiro de 2011 e em 20 de fevereiro de 2015
o nascer e o pôr do Sol se darão praticamente
nos mesmos horários.
Conhecendo quando o Sol nasce e quando
se põe, podemos calcular praticamente todos os
outros horários.
Definições
Shaá zemanit (hora natural – shaot zema-
niyot no plural) - é definida como sendo 1/12
(um doze avos) do intervalo de tempo da parte
iluminada do dia.
A shaá zemanit não é obrigatoriamente
igual a uma hora convencional (de sessenta mi-
nutos). Ela pode ser menor, maior ou igual aos
sessenta minutos convencionais, dependendo
da época do ano.
São duas as possibilidades para o cálculo da
shaá zemanit:
a) O Terumat Hadêshen e o Maguen
Avraham definem que a parte iluminada do
dia vai desde a aurora (alot hasháchar) até o
nascer das estrelas (tset hacochavim). Este é
o costume seguido pelos sefaradim e por parte
dos ashkenazim.
b) O Gaon de Vilna e o Báal Hatánya de-
finem a parte iluminada do dia como sendo o
intervalo do nascer ao pôr do Sol. Este é o cos-
tume da maioria dos ashkenazim.
Na prática, esta diferença de opiniões im-
plica numa diferença nos limites dos horários
referentes às leis com intervalos de tempo bem
definidos, como o período para recitar o Shemá,
Amidá, Mussaf, etc. (vide Mishná Berurá cap.
58 par. 4).
Os horários definidos nos próximos pará-
grafos (4 a 14) podem ser consultados nas tabe-
las de horários da Seção Datas e Dados.
Alot hasháchar (aurora) - Uma hora e um
quinto da shaá zemanit (hora natural) antes
do nascer do Sol. Há outras opiniões a respeito
(vide esclarescimentos do Rabino S. Develiski
Shelita no Sidur Minchat Yerushaláyim e Or
Meir pág. 306).
Nets hachamá (nascer do Sol) - Este horá-
rio é informado diariamente pelos jornais (os
que rezam tefilat vatikim devem acrescentar
de 2 a 3 minutos para iniciar a Amidá – nets
hanir’ê) (vide regras e esclaresci mentos do Ra-
bino S. Develitski Shelita no Sidur Minchat Ye-
rushaláyim).
Shekiat Hachamá (pôr do Sol) - Informado
diariamente pelos jornais. O início do Shabat,
yom tov e Yom Kipur dá-se alguns minutos an-
tes do pôr do Sol.
Este horário (pôr do Sol) é também neces-
sário para a revisão do hefsec tahará, que deve
ser feito antes do pôr do Sol e só então dar iní-
Leis e Costumes
Shevat / Adar 5775 47
cio aos shivá nekiyim. No término dos
shivá nekiyim, depois do nascer das
estrelas, as mulheres casadas fazem a
imersão no micve.
Os dois horários citados acima
(nascer e pôr do Sol) são também en-
contrados no Anuário Astronômico
publicado pela USP para várias cida-
des do Brasil.
Leis ligadas aos horários
Horário inicial para tefilin e ta-
let - O mesmo do que o primeiro ho-
rário permitido para a recitação do
Keriat Shemá, definido no parágrafo
a seguir.
Horário para início do Keriat
Shemá - Definido por “misheyakir
et chaverô” – a partir do instante em
que há uma luminosidade natural su-
ficiente para que se possa reconhecer
um amigo a uma distância de 4 amot
(aproximadamente 1,92m). Como é
uma definiçao complexa, este horário
foi fixado como 50 minutos antes do
nascer do Sol (nets hachamá) (vide re-
gras e esclarescimentos do Rabino S.
Develitski Shelita no Sidur Minchat
Yerushaláyim).
Sof zeman Keriat Shemá (limi-
te máximo de leitura do Shemá como
mitsvá) - final da terceira hora ze-
manit do dia. Conforme a opinião
do Terumat Hadêshen e do Maguen
Avraham, toma-se por referência a
aurora. Conforme o Gaon de Vilna e
o Báal Hatánya, conta-se a partir do
nascer do Sol.
Sof zeman tefilá (limite máximo
para rezar a Amidá de Shachrit “em
seu tempo” – bizmanáh) - final da
quarta hora zemanit do dia (para cada
opinião citada no parágrafo anterior
calcula-se a partir do seu ponto de re-
ferência e com a sua definição de shaá
zemanit). Este também é o horário li-
mite para as bênçãos do Shemá.
Chatsot hayom (meio do dia) - cal-
cula-se a metade do intervalo de tem-
po da parte iluminada do dia (vide Or
Meir pág. 250).
Minchá - Os horários para se reci-
tar a prece de Minchá são dois – Min-
chá Guedolá e Minchá Ketaná:
Minchá Guedolá - Trinta minutos
depois de chatsot hayom até nove ho-
ras e meia (zemaniyot) a partir do nas-
cer do Sol (vide Mishná Berurá cap.
233 par. 4 e Ben Ish Chay Parashat
Vayac’hel par. 8).
Minchá Ketaná - de nove horas
zemaniyot e meia até o pôr do Sol.
Hadlacat Nerot (acendimento das
velas de Shabat e primeiro dia de yom
tov) - vinte minutos antes do pôr do
Sol. O tempo máximo para cessar todo
e qualquer labor proibido no Shabat,
yom tov e Yom Kipur é de 5 minutos
antes do pôr do Sol, e este é o último
prazo para acender as velas.
O Mishná Berurá (cap. 261, par.
23) recomenda, entretanto, parar todo
o trabalho proibido no Shabat trinta
minutos antes do pôr do Sol, ou pelo
menos vinte minutos (vide Shomer
Shabat cap. 2 par 12).
Pêleg Haminchá - uma hora e um
quarto zemaniyot (naturais) antes do
fim da parte iluminada do dia.
Para aqueles legisladores que
sustentam que a parte iluminada vai
da aurora até o nascer das estrelas,
calcula-se uma hora e um quarto ze-
maniyot antes do nascer das estrelas.
Para aqueles que sustentam que vai do
nascer do Sol ao pôr do Sol, calcula-se
uma hora e um quarto zemaniyot an-
tes do pôr do Sol (vide Mishná Berurá
cap. 233 par. 4).
Este horário marca o início do pe-
ríodo permitido para o acendimento
das velas de Shabat (na sexta feira)
quando se necessita fazê-lo com an-
tecedência. Pêleg Haminchá marca
também o início do período permitido
em caso de necessidade para o acen-
dimento das velas de Chanucá e para
a oração de Arvit (para os que rezam
com o público com antecedência).
Tset Hacochavim (nascer das es-
trelas) - É definido como o instante
em que a olho nu avista-se três estre-
las de grandeza média (como a defi-
nição de grandeza média nos é difícil,
os rabanim definiram como sendo de
três estrelas de pequena grandeza –
o que ocorre um pouco mais tarde)
(vide Shulchan Aruch cap. 293 par. 2 e
Mishná Berurá par. 3).
Para Motsaê Shabat (o término do
Shabat) não se deverá fazer nenhum
trabalho – aqueles proibidos duran-
te o Shabat – antes de passarem pelo
menos 36 minutos (no inverno de São
Paulo) ou 40 minutos (no verão de São
Paulo) do pôr do Sol. Vale relembrar
que antes de realizar um trabalho des-
ses, deverá recitar a Amidá com Atá
Chonantánu, ouvir a Havdalá ou dizer
Baruch hamavdil ben côdesh lechol.
Há outros que acrescentam 72 minu-
tos após o pôr do Sol, sendo esta con-
duta conhecida como Shitat Rabênu
Tam.
Astronomicamente, pelas defini-
ções dos nossos chachamim, a equiva-
lência do tempo acrescentado depois
do pôr do Sol para o término do Sha-
bat é a de um movimento de rotação
adicional do Sol em torno da Terra
(relativamente) de 8,5 graus (vide re-
gras e esclarescimentos do Rabino S.
Develitski Shelita no Sidur Minchat
Yerushaláyim e Or Meir pág. 311).
Chatsot layla (meio da noite) - a
mesma hora de chatsot hayom do dia
anterior.
Do livro “Vaani Tefilá”.Todas as fontes pesquisadas são
citadas na referida obra.Os interessados podem adquirir
gratuitamente um exemplar na secretaria da Congregação.
Leis e Costumes
48 Shevat / Adar 5775
Alameda Barros, 735www.sefer.com.br
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Shevat 21 de Janeiro de 2015 a 19 de Fevereiro de 2015
5775
ROSH CHÔDESHQuarta-feira, 21 de janeiro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit. Acrescenta-se a oração de Mussaf.
TU BISHVATAno novo das árvores.
Quarta-feira, 4 de fevereiro.Não se recita Tachanun no dia e em Minchá da véspera.
No dia quinze do mês de shevat comemora-se o ano novo agrícola. Costuma-se fazer uma refeição com diversos tipos de frutas neste dia,
principalmente com aquelas sobre as quais a Terra de Israel é louvada.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUAInício (conforme costume sefaradi): Terça-feira, 27 de janeiro, às 20h27m (em São Paulo, no horário de verão).Final: Noite de terça-feira e madrugada de quarta, 4 de fevereiro, até 1h37m (em São Paulo, no horário de verão).
Datas & Dados
Shevat / Adar 5775 49
Adar 20 de Fevereiro de 2015 a 20 de Março de 2015
5775
ROSH CHÔDESHQuinta e sexta-feira, dias 19 e 20 de fevereiro.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se o Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): quarta-feira, dia 25 de fevereiro, a partir das 19h09m
(em São Paulo).Final: toda a noite de quarta e madrugada de quinta-feira,
5 de março, até as 06h04m (em São Paulo). SHABAT ZACHORDia 28 de fevereiro.Faz-se uma leitura especial, “Parashat Zachor” (Devarim 25:17-19), no maftir da leitura da Torá.
TAANIT ESTER JEJUM DE ESTER
Quarta-feira, 4 de março.Início: 4h51m. Término: 19h03m (em São Paulo).
Esta data lembra os dias de jejum e orações solicitados pela Rainha Ester ao povo, quando foi pedir ao
Rei Achashverosh que salvasse Benê Yisrael do extermínio, conforme ordenado por Haman, o Perverso.
PURIM
Quinta-feira, 5 de março – não se diz Tachanun.Nossos sábios determinaram que a Meguilat Ester seja lida de um rolo de pergaminho no qual o texto é escrito à mão, para lembrar-mos do milagre de Purim, quando D’us nos salvou do extermínio
planejado por Haman durante o Império Medo-Persa. A leitura deve ser efetuada duas vezes: na noite (anterior ao dia) de Purim e de ma-nhã. Além da mitsvá de escutar a leitura da Meguilá, deve-se enviar matanot laevyonim: presentes para pelo menos dois carentes. Outro
preceito é o de enviar pelo menos duas espécies de alimentos prontos para o consumo a um amigo, denominados de mishlôach manot. A refeição festiva de Purim, na qual não deve faltar carne e vinho,
é outro preceito.Os interessados podem adquirir gratuitamente um exemplar
do livro publicado pela Congregação, “Purim – Leis, Comentários e Meguilat Ester”, na secretaria em horário comercial.
SHUSHAN PURIMSexta-feira, 6 de março. Não se recita Tachanun.
Datas e Dados
KignelFamília
50 Shevat / Adar 5775
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT EM SÃO PAULO
Já considerando o horário de verão
23 de janeiro - 19h38m30 de janeiro - 19h35m06 de fevereiro - 19h32m13 de fevereiro - 19h28m20 de fevereiro - 19h23m
27 de fevereiro - 18h18m06 de março - 18h11m13 de março - 18h05m20 de março - 17h58m27 de março - 17h51m
PARASHAT HASHAVUA 24 de janeiro - Parashat: Bô Haftará: Hadavar Asher Diber Hashem31 de janeiro - Parashat: Beshalach Haftará: Vatáshar Devorá (sefaradim)07 de fevereiro - Parashat: Yitrô Haftará: Bishnat Mot Hamêlech14 de fevereiro - Parashat: Mishpatim (Shecalim) Haftará: Vayichrot Yehoyadá (sefaradim)21 de fevereiro - Parashat: Terumá Haftará: Vashem Natan Chochmá Lishlomô28 de fevereiro - Parashat: Tetsavê (Zachor) Haftará: Vayômer Shemuel el Shaul (sefaradim)07 de março - Parashat: Ki Tissá Haftará: Vayishlach Ach´av (sefaradim)14 de março - Parashat: Vayak´hel/Pecudê (Pará) Haftará: Ben Adam Bêt Yisrael21 de março - Parashat: Vayicrá (Hachôdesh) Haftará: Barishon Beechad Lachôdesh (sefar.)28 de março - Parashat: Tsav (Shabat Hagadol) Haftará: Vearevá Lashem (sefaradim)
HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira-20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê).Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil) e 08h45m (ashkenazim).Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m.Minchá - De domingo a quinta - 18h35m e 19h00m durante o horário de verão. Ou 15min. antes do pôr do sol no horário normalArvit - De domingo a quinta - 19h15m (durante o horário de verão), 10min. após o pôr do sol (durante o horário normal) e 20h00m.
Próximas Comemorações JudaicasJejum Taanit Ester (11/adar /5775)
Purim (14/adar /5775)
Shushan Purim (15/adar /5775)
5/mar/15
2/mar/15
6/abr/15
4/abr/15
5/abr/15
10/abr/15
11/abr/15
24/mai/15
25/mai/15
4/jul/15
25/jul/15
14/set/15
15/set/15
17/set/15
23/set/15
28/set/15
29/set/15
4/out/15
5/out/15
6/out/15
7/dez/15
22/dez/15
25/jan/16
1ª noite de Pêssach (15/nissan/5775)
2ª noite de Pêssach (16/nissan/5774)
7º dia de Pêssach (21/nissan/5774)
8º dia de Pêssach (22/nissan/5774)
1º dia de Shavuot (6/sivan/5774)
2º dia de Shavuot (7/sivan/5774)
Jejum 17 de Tamuz (17/tamuz/5774)
Jejum Tish’á Beav (9/av/5774)
1º dia de Rosh Hashaná (1/tishri/5776)
2º dia de Rosh Hashaná (2/tishri/5776)
Jejum Tsom Guedalyá (4/tishri/5776)
Yom Kipur (10/tishri/5776)
1º dia de Sucot (15/tishri/5776)
2º dia de Sucot (16/tishri/5776)
Hoshaná Rabá (21/tishri/5776)
Shemini Atsêret (22/tishri/5776)
Simchat Torá (23/tishri/5776)
1º dia de Chanucá (25/kislev/5776)
Jejum Assará Betevet (10/tevet/5776)
Tu Bishvat (15/shevat/5776)
Segunda
Quinta
Sexta
Sábado
Segunda
Sexta
Sábado
Domingo
Segunda
Segunda
Quarta
Domingo
Segunda
Terça
Terça
Segunda
Terça
Segunda
Segunda
Quinta
Terça
Sábado
Sábado
Datas e Dados
MINCHÁ DE ÊREV SHABATJá considerado o horário de verão
Shir Hashirim será recitado 15 minutos antes de Minchá durante o horário de verão
23 de janeiro - 19h38m30 de janeiro - 19h35m06 de fevereiro - 19h32m13 de fevereiro - 19h28m20 de fevereiro - 19h23m27 de fevereiro - 18h18m06 de março - 18h11m13 de março - 18h05m20 de março - 17h58m27 de março - 17h51m
MINCHÁ DE SHABATJá considerado o horário de verão
24 de janeiro - 19h05m31 de janeiro - 19h05m07 de fevereiro - 19h00m14 de fevereiro - 19h00m21 de fevereiro - 18h50m28 de fevereiro - 17h50m07 de março - 17h45m14 de março - 17h40m21 de março - 17h30m28 de março - 17h25m
Shevat / Adar 5775 51
TABELA DE HORÁRIOS • SHEVAT / ADAR 5775Acrescentar 1 hora na vigência do horário de verão
São Paulo
DiaNets
Hachamá (nasc. Sol)
Zeman Tefilin
Alot Hashá-
charChatsot
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-
do-sol)
Minchá Guedolá de alot
a tset4:474:484:494:494:504:514:514:524:534:544:544:554:564:564:574:584:584:595:005:005:015:02 5:02 5:03 5:03 5:04 5:05 5:05 5:06 5:06 5:07 5:07 5:08 5:09 5:095:105:105:115:115:125:125:135:135:145:145:145:155:155:165:165:175:175:185:185:185:195:195:205:20
do nets à shekiá
de alot a tset
do nets à shekiá
de alot a tset (72m)
de alot a tset
do nets à shekiá
do nets à shekiá
de alot a tset
4:224:234:244:254:254:264:274:284:294:304:314:324:334:344:344:354:364:374:384:394:404:40 4:41 4:42 4:43 4:44 4:44 4:45 4:46 4:47 4:47 4:48 4:49 4:50 4:504:514:524:524:534:544:554:554:564:574:574:584:584:594:595:005:005:015:015:025:025:035:035:035:04
5:375:385:395:395:405:415:415:425:435:445:445:455:465:465:475:485:485:495:505:505:515:52 5:52 5:53 5:53 5:53 5:54 5:55 5:56 5:56 5:57 5:57 5:58 5:59 5:596:006:006:016:016:026:026:036:036:046:046:046:056:056:066:066:076:076:086:086:086:096:096:106:10
8:078:088:098:108:108:108:118:118:128:138:138:148:148:158:158:168:168:178:188:188:198:198:198:208:208:218:218:218:228:228:228:238:248:24 8:24 8:24 8:25 8:25 8:25 8:26 8:26 8:26 8:27 8:27 8:27 8:27 8:278:288:288:288:288:288:288:288:288:298:288:288:29
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Datas e Dados
52 Shevat / Adar 5775
Meu nome é David.Tenho oito anos e estudo na quarta série.Gostaria de contar a vocês sobre o meu problema, embora seja muito desagradá-
vel falar sobre ele.É um problema que normalmente se ignora, mas eu decidi que não tem jeito –
preciso falar sobre ele e tirá-lo de meu coração.Meu problema acontece principalmente de noite. Eu durmo muito profundamente;
nem mesmo tratores são capazes de me acordar!Vocês podem estar se perguntando: “Que problema há no fato de você dormir bem?”.O problema é que eu acordo totalmente molhado...Quando eu era pequeno, minha mãe tratava isso como algo natural. Mas quando
cheguei à primeira e segunda séries, ela perguntou-me delicadamente se não chegara a hora de eu cuidar de mim mesmo.
Pouco a pouco ela compreendeu, e eu também, que eu tinha um problema que devia ser tratado.
“Probleminha Noturno”Chayim Walder
De Criança Para Criança
Shevat / Adar 5775 53
No início, mamãe me acordava no meio da noite para eu ir ao banheiro. Mas não adiantou muito.
Depois minha mãe me levou para conversar com uma pessoa que deveria ajudar no assunto. Não ajudou nada.
Além da sensação desagradável de acordar assim de manhã, também tenho um problema social. Não sei como, mas meus amigos conhecem meu problema. Sinto que eles gozam um pouco de mim. Um garoto até mesmo me ofendeu.
Além disso, eu sempre preciso dormir em casa. Não posso viajar de férias para visitar os meus tios, que moram em outra cidade. Meus irmãos e irmãs viajam. Eles não molham a cama. Ao voltarem, eles contam suas aventuras e meu coração se parte de sofrimento.
Sinto que estou perdendo minha infância.Tentei superar este problema, mas a solução não é tão fácil! Tentamos uma série de
“técnicas”, visitamos vários “especialistas”, mas toda manhã eu acordava totalmente molhado.Quando a coisa tornou-se insuportável, compreendi que eu precisava simplesmente
superar aquilo sozinho. Caso contrário, teria um problema para a vida toda, um proble-ma nada simples.
Então, decidi enfiar em minha cabeça milhares de vezes que precisava me cuidar. Que não podia, não podia perder o controle.
Além disso, comecei a ir ao banheiro sempre antes de ir dormir e, uma hora an-tes, já não bebia nada. O principal é que não molhasse a cama.
Não quero me estender em minha história. Não é agradável escrever sobre isso. Só queria lhes contar que eu não desisti e, finalmente, encontrei a solução para o meu problema. Hoje não molho mais a cama.
Foi preciso muita força de vontade para vencer este problema, e eu tive esta força.Só queria adverti-los de uma coisa: se vocês têm um problema igual ao meu, não
percam as esperanças. Não se acostumem ao seu problema, porque assim ele poderá continuar indefinidamente, por muito tempo. Se vocês decidirem tomar atitudes para resolver o problema o quanto antes e lutarem contra ele com todas as suas forças, vocês terão sucesso no final.
Eu acho que o melhor modo é aquele que deu certo comigo – a força de vontade. Decidir com convicção e repetir mais uma vez, mais uma vez e mais uma vez! Haverá algumas decepções mas, se vocês forem perseverantes, terão sucesso!
Assim como eu.Tradução de Guila Koschland Wajnryt
Permissões exclusivas para a Nascente.
54 Shevat / Adar 5775
Hassaba Cadisha MishpolaUma impressionante história de quando o Báal Shem Tov ainda era desconhecido de todos.
O grande sábio Yisrael ben Eliêzer,
Rabi Yisrael Báal Shem Tov (1698–1760) nasceu na cidade de Okop, na Ucrânia, no dia 18 de elul de 5458. Ele ficou órfão muito cedo em sua infância, com apenas 5 anos de idade.
Desde criança ele precisava conseguir seu
próprio sustento. A sinagoga se tornou seu lar.
Ele buscava os meninos menores para as aulas
do chêder todas as manhãs e levava-os para suas
casas à tarde. Também ajudava o gabay da sina-
goga e fazia outros pequenos serviços.
Mais tarde, casou-se com a irmã de um re-
nomado estudioso da Torá, Rabi Guershon Ku-
tover, mas ainda não era conhecido como um
Infantil
Shevat / Adar 5775 55
tsadic. Junto com ela, mudou-se para
as montanhas, onde trabalhou como
escavador de cal para cimento. Com
trinta e seis anos de idade mudou-se
para a cidade de Mezibush, começou a
lecionar publicamente e tornou-se am-
plamente conhecido como um grande
sábio e líder do povo.
Quando morava nas montanhas e
ainda ocultava sua grande sabedoria e
sua tsidcut, Rabi Yisrael vivia em gran-
de pobreza. Para sobreviver, vendia
areia e cal na cidade, com a ajuda de
uma carroça e um cavalo. Sua esposa,
apesar de ser de constituição frágil e
de uma família rica, sabia da grande-
za de seu marido e da sua intenção de
ocultar-se de todas as pessoas. Assim,
ela também percorria os campos com
ele e ajudava-o em seu árduo trabalho.
Muitas vezes, o casal viajava semanas
seguidas por campos e cidades, para
conseguir seu sustento.
Certa vez, numa dessas viagens,
o cavalo do Báal Shem Tov adoeceu e
não conseguia mais suportar a carga
que lhe era imposta. O rabi ficou numa
situação difícil, pois não tinha dinhei-
ro para comprar outro cavalo e, sem
o animal, não teria como ganhar seu
parco sustento. Quando contou seu pro-
blema para outros pobres que encon-
trou no caminho, eles o aconselharam a
procurar um rico fazendeiro judeu que
poderia ajudá-lo.
– Esse homem – disseram-lhe os
pobres – é um homem muito bom e
justo. Seu nome é Sr. Baruch e ele re-
cebe a todos em sua casa de braços
abertos. Ele possui muitos cavalos e
utiliza-os para trabalhar a terra. Quan-
do algum pobre passa por lá com um
cavalo muito velho ou cansado para
puxar uma carroça, ele o troca por um
dos seus cavalos. Ele oferece algum ca-
valo que já não possa mais trabalhar
a terra, mas que ainda seja bastante
bom para puxar carroças e fazer tra-
balhos mais leves. Essa é apenas uma
das bondades que este homem faz com
os necessitados.
O Báal Shem Tov aceitou o conselho
dos homens e pôs-se a caminho da fa-
zenda do Sr. Baruch. A fazenda ficava
em um local distante, perto da aldeia
de Uman. Após uma longa e cansativa
viagem, Rabi Yisrael e sua esposa final-
mente chegaram na fazenda.
O Sr. Baruch, de quem os pobres
tinham falado, era realmente um ho-
mem muito bom. Não era um grande
sábio, mas um judeu simples e temente
a D’us, assim como sua esposa Rachel.
Os dois se esforçavam ao máximo para
ajudar o próximo – fazer tsedacá e gue-
milut chassadim com quem quer que
fosse. Acima de tudo, destacavam-se na
mitsvá de receber visitas. Para isso, o
Sr. Baruch construíra uma casa ao lado
da sua, com muitos quartos dedicados
especialmente aos seus hóspedes.
Cada quarto possuía duas camas
arrumadas à espera de hóspedes. Qual-
quer pessoa que desejasse, podia ficar
lá por uma semana. O Sr. Baruch cui-
dava também para que seus convida-
dos recebessem duas refeições diárias.
No Shabat, todos comiam juntos à sua
mesa. Dessa forma, muitos pobres que
viajavam de cidade em cidade em bus-
ca de sustento, encontravam na casa
do Sr. Baruch, por uma semana, um
lugar de descanso aconchegante e se-
guro. Quando, depois de uma semana,
o hóspede seguia viagem, o Sr. Baruch
ainda lhe dava alguns presentes e cui-
dava para que ele levasse comida para
o caminho.
Logo que o Báal Shem Tov chegou
na fazenda, os empregados do Sr. Baru-
ch conduziram-no e à sua esposa para
dentro da casa, para que descansas-
sem um pouco. Em seguida, eles lhes
ofereceram uma farta refeição. Logo
depois da refeição, Rabi Yisrael pro-
curou o dono da casa e contou-lhe so-
Infantil
56 Shevat / Adar 5775
bre seu problema com o cavalo. O Sr.
Baruch imediatamente se apiedou do
pobre judeu à sua frente e pediu para
que seus empregados providenciassem
um cavalo para ele. O Báal Shem Tov,
vendo seu problema ser resolvido com
tanta bondade e presteza, ficou muito
contente e agradeceu ao Sr. Baruch de
todo o coração.
Como a viagem até a fazenda havia
sido bastante dura e longa, Rabi Yisrael
e sua esposa resolveram aproveitar a
hospitalidade do fazendeiro por alguns
dias e, somente depois, seguir viagem.
Humildemente, o Báal Shem Tov per-
guntou para o Sr. Baruch se ele poderia
conceder um quarto para ele e para sua
esposa por alguns dias.
– Certamente! – respondeu o fazen-
deiro. – Ficarei contente em hospedá-
-los. Infelizmente, porém, você e sua
esposa deverão ficar em quartos sepa-
rados.
O Báal Shem Tov aceitou a propos-
ta do homem sem fazer perguntas. As-
sim, Rabi Yisrael foi conduzido a uma
ala de hóspedes restrita aos homens,
e sua esposa, a uma exclusiva para
mulheres.
Mais tarde, os empregados do Sr.
Baruch explicaram ao novo visitante o
costume do dono da casa: ele somente
oferecia quartos de casais se o casal
de hóspedes possuísse filhos. Quando
um casal que se hospedava em sua
casa não tinha filhos, ele os colocava
em quartos separados. Isso porque ele
temia que o homem e a mulher não fos-
sem realmente casados. Nesse caso, se
ele oferecesse um quarto para os dois,
estaria participando de um pecado, já
que somente pessoas casadas podem
dormir no mesmo quarto. A preocupa-
ção com os detalhes no cumprimento
das mitsvot, que indicava o nível de te-
mor a D’us do dono da casa, impressio-
nou o Báal Shem Tov. Agora, o grande
sábio considerava aquele homem ainda
mais digno.
Exteriormente, Rabi Yisrael não
diferia em nada dos outros viajantes e
pobres que se hospedavam na casa do
Sr. Baruch. Secretamente, no entanto,
o Báal Shem Tov já possuía todos os
elementos que o tornariam mais tarde
um dos maiores sábios líderes do povo
judeu. Como sua intenção era perma-
necer desconhecido, o Báal Shem Tov
escondia o fato de que passava a maior
parte do seu tempo estudando Torá e
que, durante várias horas da noite, sua
face resplandecia seu interior de Torá.
Na noite de sábado, porém, o Sr.
Baruch se demorou em ir para a cama.
Já passava da meia-noite, quando fi-
nalmente foi se deitar. Antes que pu-
desse adormecer, o dono da fazenda
percebeu que uma estranha luz pene-
trava pela janela de seu quarto. Olhan-
do pela janela, verificou intrigado que
a luz vinha de um dos quartos de hós-
pedes da casa ao lado. O primeiro pen-
samento que passou por sua cabeça
foi que alguma vela acesa havia caído
e que aquela luz anunciava o princípio
de um incêndio. Assim, correu o mais
rápido que pôde em direção à luz, para
avisar seus hóspedes e tentar apagar o
incêndio.
Quando o Sr. Baruch se aproxi-
mou da casa, entretanto, percebeu que
aquela estranha luz não parecia vir de
nenhum incêndio. Um pouco assusta-
do, mas confiante, o homem aproxi-
mou-se do quarto de onde vinha a luz e
olhou através do buraco da fechadura.
O que viu fez todo o seu corpo tremer:
o hóspede pobre, que estava em sua
casa já há alguns dias, estava sentado
no chão recitando o Ticun Chatsot – as
preces da madrugada. Sua aparência
denotava uma profunda concentração e
uma luminosidade ofuscante emanava
de seu rosto. Ao seu lado estava ou-
tro homem, um senhor alto, de barbas
compridas, vestido com uma túnica
branca. De seu rosto também saía a
mesma luz extraordinária. Aquela vi-
são foi tão intensa que o Sr. Baruch não
pôde suportar e caiu desmaiado.
O Báal Shem Tov, que recitava o
Ticun Chatsot, ouviu o barulho do lado
de fora da porta de seu quarto e correu
para ver o que tinha acontecido. Per-
cebendo seu anfitrião desfalecido, pôs-
-se a socorrê-lo. Rabi Yisrael levou-o
para dentro do quarto, deitou-o sobre
a cama e tentou reanimá-lo com um
pouco de água fria. Quando o Sr. Baru-
ch finalmente voltou a si e viu o rosto
preocupado do Báal Shem Tov curva-
do sobre ele, pulou imediatamente da
cama e caiu aos seus pés.
– Rabi, desculpe-me! – implorou ele
chorando. – Eu não sabia quem o se-
nhor era!... Por isso não o tratei com o
devido respeito!
O homem continuou chorando e
pedindo desculpas, enquanto Rabi Yis-
rael tentava acalmá-lo. O Báal Shem
Tov disse ao homem que ele não tinha
feito nada de errado. Muito pelo con-
trário, que suas atitudes foram muito
louváveis. Explicou ao anfitrião, tam-
bém, que sua intenção era justamen-
te a de permanecer oculto e proibiu-o
de tratá-lo como se fosse um tsadic.
Quando o Sr. Baruch se acalmou, Rabi
Yisrael o abençoou dizendo que, gra-
ças à sua bondade e retidão, logo ele
teria um filho homem que iluminaria
o mundo com sua bondade e sua Torá.
A berachá fez com que os olhos do Sr.
Baruch brilhassem de alegria e emo-
ção, pois ele ainda não tinha nenhum
filho homem.
– Rabi – disse o homem após al-
guns instantes – desculpe minha ousa-
dia, mas quem era o outro senhor que
estava aqui há poucos instantes?
O Báal Shem Tov olhou profunda-
mente nos olhos do Sr. Baruch por al-
guns segundos e depois disse:
– Já que você teve o mérito de vê-
Infantil
Shevat / Adar 5775 57
-lo, eu revelarei para você este segredo
também. Aquele homem que você viu
em meu quarto é, na verdade, a nesha-
má do grande sábio e tsadic o Maharal
de Praga, Rabi Yehuda Leib ben Betsa-
lel, de quem você é descendente. Che-
gou a hora desta alma santa voltar para
este mundo para fazer grandes e incrí-
veis ticunim – reparações e aprimora-
mentos no mundo. Você terá o mérito
de que seu filho será o possuidor de tal
neshamá. Por isso, você deve colocar o
nome deste grande tsadic em seu filho:
Leib.
O Sr. Baruch tentou convencer o
Báal Shem Tov a permanecer na sua
casa. Ele se responsabilizaria por to-
das as despesas do sábio pelo tempo
que fosse necessário. O sábio agrade-
ceu, mas negou a ajuda, dizendo que
deveria permanecer mais algum tem-
po oculto de todas as pessoas. O sábio
também recomendou ao homem que
ele o tratasse igual a todos os seus ou-
tros hóspedes pobres. Finalmente, o
Rabi prometeu que, no dia do berit milá
do menino, voltaria para abençoá-lo.
No dia seguinte, o Báal Shem Tov foi
embora e ninguém, além do Sr. Baruch,
ficou sabendo do que havia se passado
naquela noite. A berachá do Báal Shem
Tov se cumpriu e, exatamente um ano
depois, a mulher do Sr. Baruch deu à
luz um lindo menino.
No dia do berit milá, o Sr. Baru-
ch convidou todas as pessoas das re-
dondezas para uma grande refeição
e avisou que todos os pobres também
seriam bem recebidos para participar
do banquete. Centenas de pessoas se
reuniram para comemorar com o Sr.
Baruch sua alegria.
Todos estavam muito felizes, pois
o Sr. Baruch era uma pessoa muito
querida. Somente ele mesmo parecia
um pouco preocupado. Ele ainda não
tinha visto, entre a multidão, o homem
que lhe proporcionara, com sua bên-
ção, tamanha alegria. O Báal Shem
Tov tinha que aparecer, pois prome-
tera abençoar seu filho no dia do berit
milá. Finalmente, os olhos do Sr. Ba-
ruch encontraram, misturado com os
pobres que tinham vindo para a festa,
o rosto do sábio. Naquele instante, a
preocupação desapareceu completa-
mente de seu rosto, dando lugar a uma
enorme alegria.
O berit milá foi realizado e o meni-
no foi chamado de Aryê Leib. Depois,
o Sr. Baruch pediu ao homem que
carregava o bebê, que passasse pelos
convidados para que todos pudessem
abençoar a criança. Assim, quando o
homem passou na frente do Báal Shem
Tov, este colocou as mãos sobre o me-
nino e disse em voz alta:
– Eu sou uma pessoa simples e ain-
da não tenho muitos conhecimentos
da Torá. Porém, eu lembro que quan-
do meu pai ensinou-me o Chumash,
quando eu era criança, ele me explicou
as palavras “Veavraham zaken”. Ele
me disse que “av” significa pai e que
“zaken” também significa avô. Sendo
assim, nosso patriarca Avraham se tor-
nou um “avô” para todo o nosso povo.
Hoje é o dia em que este bebê entra no
pacto que D’us fez com Avraham Avínu.
Assim, eu também abençôo este me-
nino para que, da mesma forma que
Avraham, ele seja um avô para todo o
Povo de Israel.
Todos os presentes riram da estra-
nha bênção daquele pobre, mas pas-
saram a chamar o menino, carinho-
samente, de zeide – avô – o pequeno
zeide. E este título acompanhou-o por
toda a sua vida. Muitos anos depois,
quando o menino Aryê Leib cresceu e
tornou-se um dos maiores sábios de
sua geração, ele realmente se tornou
um avô para todo o seu povo. Ele foi
ninguém menos que o grande Shpo-
ler “Zeide” – o Saba Cadisha Mishpola
(1724-1811) zêcher tsadic livrachá.
Infantil
A Família SterenfeldA Família Sterenfeld
Por ocasião da passagemde Chanucá, deseja muita
paz e alegrias paratoda a kehilá
Por ocasião da passagemde Chanucá, deseja muita
paz e alegrias paratoda a kehilá
Infantil
58 Shevat / Adar 5775
Leiluy Nishmat
Ester bat Sofi Shafia z ’’l
Israel Iossef ben Isser z ’’l
Nissim ben Emilie z’’l
Shmuel Mizan ben Olga z’’l
Victor Haim ben Ester z’’l
Shevat / Adar 5775 59
Exija o selo de supervisão rabínica
60 Shevat / Adar 5775
Sr. Charles Cohab e Famíliadesejam Purim Sameach para toda a comunidade!