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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Publicação Bimestral CRISES NÃO PAGAM DÍVIDAS O PAÍS EM AUDITORIA CIDADÃ, POR ANA BENAVENTE À MESA BOLO DE ABÓBORA COM ESPECIARIAS AUSTERIDADE, SOLUÇÃO OU PROBLEMA? ECONOMIA EM TROCOS, POR RENATO J. CAMPOS 42 2013 fevereiro março MONTRAS PRIMAVERA SUGESTÕES DIA DOS NAMORADOS

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Em destaque – O país, a crise e a dívida em auditoria cidadã, por Ana Benavente. Montras – Nova coleção Primavera, sugestões para o dia dos namorados. Viver Bem – 7 antibióticos naturais, alimentos e plantas com qualidades medicinais.

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crises não pagam dívidasO país em auditOria cidadã, pOr ana Benavente

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422013

fevereiro março

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Rua 5 de Outubro, 5 - bloco C r/c esq. Cartaxo | Tel. 243 770 979 | 966 618 367 | 910 370 [email protected] | www.labcartaxo.pt

Direct. Técnica: Maria Adélia Machado Lic. em Ciências Farmacêuticas

Ana Filipa Machado Mest. Integrado em Ciências Farmacêuticas

Filipa Gaspar Lic. em Análises Clínicas

Acordos com:

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2ª a 5ª 8h00/18h30, 6ª 8h00/18h00 sábado 9h00/11h00

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3ª 8h00/10h00Rua 25 de Abril, 200

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trabalhamos em benefício da sua saúde

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ário

dada Revista de lazer e divulgação cultural

distribuição gRatuita

propriedade Potenciais publisher Fátima Machado Rebelo

diretora Joana Leal coordenadora de edição Rosa Belda

colaboradores alves Jana, ana Benavente, aníbal F. Ferreira,

isabel Z. Rafael, Margarida Serrão, Renato J. Campos, Rogério

Coito, Sónia Parente, Vera alves periodicidade bimestral

redação e sede Rua Nova da Boa Vista, 1 2070 - 105 Cartaxo

contribuinte 510148123 projeto gráfico e paginação Potenciais

tiragem 5 000 exemplares impressão SoaRteS, artes gráficas, Lda

número de registo 125185 depósito legal 262622/07

www.revistadada.com | [email protected] | 918 717 072

4 o NoSSo MuNdo Já Não exiSte Um olhar sobre o mundo global 7 jornal de parede 8 e nós... A crise e nós 9 viver bem 7 antibióticos naturais 10 montras Nova coleção primavera 15 mudar de vida Saber confiar 16 o cartaxo e a sua história A aventura cartaxense no sertão no contributo à civilização brasileira 18 opinião CRiSeS Não PagaM díVidaS O país, a crise e a dívida em auditoria cidadã 23 e 33 agenda 24 economia, em trocos! Austeridade, solução ou problema? 27 dicas Aproveite os benefícios fiscais disponíveis para o ano 2012 para efeitos do seu IRS 29 envelho(ser) Institucionalizar… um mal necessário? 30 à mesa Bolo de abóbora com especiarias 34 a esfera Falar dos outros

dadanesta edição

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Rua 5 de Outubro, 5 - bloco C r/c esq. Cartaxo | Tel. 243 770 979 | 966 618 367 | 910 370 [email protected] | www.labcartaxo.pt

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JÁ AB

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916 045 480 CARTAXO R. Mª de Lurdes Infante da Câmara, Lote 2

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4 • revista dada

Vamos pensar o mundo de um ponto de vista

global, como se Portugal não existisse

1 O planeta é habitado por 7.000 mi-lhões de pessoas. Dois terços dessas

pessoas, mais de 2.000 milhões, têm um rendimento de até 2 dólares por dia. Estão, por isso, disponíveis para trabalhar por 100 euros por mês, o que já é uma subida de cerca de 100 por cento.

Além disso, o salário médio é de 3.263 dó-lares nos EUA, de 2.886 na França, (1.290 em Portugal), mas de 778 no Brasil, 656 na China, 295 na Índia e 279 nas Filipinas. Es-tes factos globais são uma das forças a atuar de facto no mundo.

o nosso mundo já não existe

|alves jana

mestre

doutorado

em filosofia

2 Prevê-se que em 2027, portanto den-tro de 15 anos, a China será a maior

economia do mundo e, em 2050, será já o dobro da dos EUA. A Europa será então uma zona periférica, num eixo China-EUA, com os países emergentes a afirmarem-se como força dominante em várias dimen-sões. Em 2032, dentro de 20 anos, o PIB global dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e Chi-na) já excede o do G7 (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão). É a esta transição que estamos a assistir atual-mente. Estes são processos que estão a dar forma ao mundo.

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revista dada • 5

Directora Técnica: Drª Paula Almeida e Silva Farmc. Adj. Drª Isabel Pena

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3 Até meados do século passado, o mundo estava dividido em países e a

competição económica era organizada por países. Mas em 1947 foram assinados os acordos do GATT que optaram pela concor-rência universal e, em 2001, dá-se a adesão da China à OMC (Organização Mundial do Comércio). Ou seja, instaurou-se o princí-pio dos vasos comunicantes. E negoceia-se para que a Rússia possa aderir. Esta é a for-ma que foi escolhida para o mundo.

4 China significa “centro do mundo” e a cultura chinesa tem uma identidade

forte de cerca de 5.000 anos. E tanto os ci-dadãos como o Poder da China sabem disso. Durante séculos, a China manteve-se fechada sobre si mesma e perdeu a rota da moderni-dade. Mas no final do século XX acordou e está hoje a procurar criar no mundo o lugar e o papel a que se acha com direito.

5 A Europa alimentou o seu enri-quecimento com as colónias, mas a

descolonização já foi. Criou para si uma fi-losofia de vida, uma cultura e um estilo de vida que não lhe permitem fazer frente ao processo global. Até já Eduardo Lourenço, que ganhou um grande prémio da Europa, reconhece o “crepúsculo europeu”. Basta ver como o declínio demográfico europeu exige um fluxo permanente de imigrantes que dão nova configuração social, talvez islâmica, à Europa. E os EUA, ainda com grande poder, estão perdê-lo em termos relativos.

6 O Ocidente criou uma civilização que, em termos globais, se tornou prepon-

derante. Sobretudo nos séculos XIX e XX.

Mas esse “reinado” mundial está a terminar. Aquilo a que estamos a assistir é o fim de uma época e o início de outra.

A China e todo o Sudoeste Asiático vão dominar economicamente, isto é, políti-ca, militar e culturalmente. Ou seja, vão configurar o novo mundo à sua maneira e segundo os seus interesses e padrões. Os ocidentais ainda pensam que o modelo de-les (o nosso) é a única matriz, mas já estão a ser desmentidos na realidade. Dentro em pouco, o modelo ocidental será exótico e impotente, face à matriz oriental.

7 Entretanto, temos andado a discutir e a fazer o quê?

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1. Que elixir procuravam os alquimistas chineses, no século IX, quando descobriram a pólvora?

3. Quantos quilómetros tem a muralha da China, único monumento visível da lua?

11.Que significa a palavra Shaolin, traduzida do chinês?

1.imortalidade 2.Bruce Lee 3.21,196km 4.1949 5.10 fevereiro 6.logogramas 7.Bernardo Bertolucci 8.acupunctura 9.1974 10.Teatro de sombras chinesas 11.Floresta Jovem 12.Yangtze

quiz china2. Qual o nome artístico do icónico ator e mestre de artes marciais Lee Jun-Fan?

imortalidade juventude sabedoria

Floresta Jovem

Sabedoria de Buda

Artes Marciais

11,196km 21,196km 31,196km

6. Os caracteres chineses são?

pictogramas

ideogramas

logogramas

5. Em que dia começa o ano novo chinês, que será o ano da cobra d’água?

10 fevereiro

10 março

10 abril

12. Em que rio foi construida a Barragem das Três Gargantas, a maior central hidroeléctrica do mundo?

Zhu Jiang Huang He Yangtze

4. Mao Tsé-Tung fundou a República Popular da China, em que ano?

1945 1949 1950

10. Que arte chinesa se apresenta com marionetes manipuladas por trás de um pano branco?

Ópera chinesa

Teatro de marionetes

Teatro de sombras chinesas

Bruce Lee Jackie Chan Jet Li

8. Que ramo da medicina tradicional chinesa foi declarado Património Cultural da Humanidade em 2010?

acupunctura homeopatia herbalismo

7.Quem realizou o filme ‘O ultimo imperador’?

Bernardo Bertolucci

Martin Scorsese

Oliver Stone

9. Em que ano foram encontrados os guerreiros de terracota do primeiro imperador da China?

1974 1984 1994

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Esplanadas ao sábado de manhã.

A Liberdade. O podermos falar, opinar, manifes-tar. Ir e vir. Gostar e não gostar.

O acesso global à internet e redes Wifi grátis. Que os pais de agora es-tejam mais perto dos filhos. Nem que seja para lhes dar umas palmadas quando as merecem; ou para lhes dar abraços e carinhos.

Que as pessoas sejam ho-nestas e que não receiem assumir a sua condição humana de errar, e que não se esqueçam do que fizeram, do que sentiram, do que aconteceu. É aí que reside a sabedoria.

jornal de paredeAchO bEm AchO mAL

O tempo em fuga. Razão pela qual nada é discutido e tudo se sacrifica em prol de decisões rá-pidas, para aparecer no jornal das 20h.

O estado de degradação a que chegou a nossa terra. Os bura-cos nas ruas, os jardins feios e sem cor e o abandono da coisa pública. E como causa as pre-potências dos incompetentes que têm lugares de responsabilidade, onde nós os deixámos chegar.

O Acordo Ortográfico e o Sporting estar na posição em que está.

E acho mal os jovens com a ma-nia que sabem tudo.

rafael teixeira Nascido em 1965, no Cartaxo, onde vive. Casado com a Cristina e pai da Filipa e da Maria. informático, especia-lista em Segurança da informação.

quiz china

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8 • revista dada

a crise e nós

e nós...

Estamos a viver numa época em que palavras como ‘crise’ e ‘dinheiro’ estão sempre pre-sentes. Inevitavelmente o dinheiro é um dos motes que traz conflito ao casal. É um dos principais motivos de desentendimento do casal e das famílias. A gestão e a relação que o casal tem com o dinheiro é extremamente importante para uma relação saudável.

As pessoas necessitam de coisas diferentes, mas por vezes não entendem que o cônjuge gaste em coisas que para essa mesma pessoa eram desnecessárias. A importância que ca-da um dá àquilo que não precisa. Recordo

um casal que discutia com frequência. En-quanto ela gastava cem euros em produtos de cosmética, ele não aceitava porque não era prioritário, por outro lado ele gastava mil euros na compra de material de informáti-ca que para ela também não era prioritário. Como não entendiam, discutiam sobre quem gastou mais ou menos.

Na gestão dos gastos deve haver controlo de ambos, não se deve retirar ao que perten-ce à gestão da casa e da família. Quando se passa para além daquilo que é possível gas-tar, e se gasta mesmo assim, então falamos de descontrolo e o conflito aumenta. Sur-ge a mentira, no princípio só para evitar o conflito, depois passa a ser uma prática e a desconfiança instala-se. A relação começa aproximar-se do caos.

Pode haver desequilíbrio na relação devido a quem gasta mais e quem gasta menos. Quem ganha mais e quem ganha menos. Quem controla mais e quem controla menos. As pessoas contabilizam o que o outro faz ou não. São estas “contas” que levam a acusa-ções como: “Tu estás sempre a gastar”, “eu poupo mas tu não consegues deixar de com-prar coisas que não prestam para nada”. Em alguns casais é muito fácil passar desta troca de acusações para agressões.

Mais uma vez a empatia e a comunicação en-tre o casal são de extrema importância para reencontrar o equilíbrio dentro do desequilí-brio que a nossa sociedade atualmente vive.

Vera alves Psicoterapeuta e terapeuta de Casal [email protected]

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revista dada • 9

7 antibióticos naturais

Alimentos e plantas com qualidades medicinais naturais, que pode incluir na sua alimentação

alho Rico em fósforo e enxofre, o alho é um alimento espe-cial. Para prevenir o envelhecimento rápido das células deve comer regularmente alho cru.O alho e seu sumo são um dos melhores meios naturais para combater: bronquite, diarreia, calcificação das artérias, hemorroidas, varizes, perturbações dos rins, da bexiga e da vista, do-res de cabeça, enxaqueca, obesidade, herpes, melancolia, reumatismo, prisão de ventre, tosse, rouquidão e mesmo o nervosismo.

equinácea Ajuda a combater bactérias, vírus, fungos e outros micróbios causadores de doenças, esti-mula o sistema imunológico que é indispensável na luta contra infeções.

gengibre Utilizado na produção de xa-ropes para curar dores de gargan-

ta, tem uma ação antisséptica e anti-inflamatória. Possui também propriedades anestésicas.

mel O mel pode ser usado tanto na prevenção como no tratamento da gripe, asma, bronquite e constipações. O seu uso já é consagrado no tratamento de sinusites, amigdalites e rinites. O mel ajuda a eliminar as toxinas favo-recendo a digestão, é bactericida, anti-séptico, anti-reumático, vasodilatador e diurético. Na sua utilização externa, o mel acelera a cicatriza-ção de feridas e queimaduras leves, é um ótimo hidratante e tonificante para a pele.

açafrão Tem propriedades antiespasmódicas e sedativas. Como infusão, usa-se no tratamento da asma, tosse con-vulsa, cálculos dos rins, fígado e bexiga. No combate às hemorroidas é usado como cataplasma quente.

azeitonas São antioxi-dantes, dão ao corpo vitamina E e A, são ricas em cálcio, potássio, ferro e

fósforo. Previnem a arteriosclerose, melhoram o funcionamento do estômago

e do pâncreas, aceleram as funções metabó-licas. A gordura predominante da azeitona é quase toda monoinsaturada, o que contribui para a redução dos níveis de colesterol.

cebolinho É uma boa fonte de vitamina A e C, sendo bom no comba-te à gripe e às doenças respiratórias em geral.

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tendências

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A confiança é o crédito que se dá a uma pes-soa ou situação, com base em experiências prévias (normalmente com partilha de valo-res) que nos permitem antecipar ou prever um determinado comportamento. Muitas vezes a confiança surge através de provas dadas ao longo do tempo, sejam elas através de palavras ou atos, por isso, a confiança é a base de qualquer relacionamento, seja ele amoroso, familiar, amizade ou negocial.

Contudo, é extremamente importante lem-brarmo-nos que, para que um relacionamento perdure, essa confiança deve ser mútua, ou seja, se esperamos que a outra parte tenha determi-nado comportamento que nos permita confiar nela, também devemos fazer o mesmo.

mudar de vida

saber confiar

Margarida Serrão Formadora de desenvolvimento Pessoal [email protected] | 961 778 950

No entanto, num relacionamento podem surgir desconfianças mas isso nem sempre quer dizer que achemos que o outro está a ser desonesto. Pode simplesmente resultar de uma incapacidade de prever o compor-tamento da outra parte. Se isso acontecer, e para evitar mágoas, a melhor forma de sanar quaisquer dúvidas é através de uma conver-sa franca e aberta.

Afinal, “A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a inspira-ção espiritual que vem quando se descobre que alguém acredita e confia em si”

ralph waldo émerson

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tendências

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16 • revista dada

a aventura cartaxense no sertão no contributo à civilização brasileira

o cartaxo e a sua história

Depois da descoberta do Brasil em 1500, houve várias etapas para o desbravamen-to e colonização daquele imenso território, para onde seguiram algumas gentes da região do Cartaxo. Se em relação ao Sul sabemos hoje da saga dos Ozorios no Rio Grande, em relação ao Norte está muita história por contar. Mas sabem-se algumas curiosidades interessantes porque vários emigrantes, sem terem qualquer grau de parentesco entre si, juntaram ao nome próprio o toponímico Cartaxo e hoje em muitas partes do Brasil o nome está disse-minado. Manuel de Oliveira Cartaxo que foi proprietário de uma afamada alfaiata-ria na Baía em finais do século XIX, nada tinha a ver com o ramo dos Cartaxo do Nordeste que deixaram inúmera geração e que os descendentes agora procuram nas raízes dos seus antepassados a nascente da sua árvore genealógica. E a odisseia destes avoengos pode resumir-se desta forma:

Joaquim António do Couto com familiares em Rio Maior e Be-navente era natural do Cartaxo onde nasceu por volta de 1815 e no Brasil juntou ao nome o apelido Cartaxo dan-do origem a um novo

ramo familiar. Quando já só era conheci-

do pelo apelido, fixou-se no agreste sertão de Rio do Peixe, primeiro como vendedor ambulante de fazendas e depois trabalhan-do a agropecuária na Fazenda Veneza (que ainda hoje está na posse da família). Casou duas vezes e foi pai de 14 filhos. Andaram pelo sertão, desbravaram terras, ajudaram a fundar vilas e cidades, uma delas a vila Mauriti que ainda hoje prospera. Ao findar o século XIX um seu descendente Antó-nio Joaquim do Couto Cartaxo nascido em 1842, formado em ciências jurídicas torna-se no primeiro juiz de Cajazeiras (1864), deputado à Constituinte republicana de 1891 e deputado federal na 1ª legislatu-ra pelo Partido Liberal, mas os inimigos políticos não lhe perdoam a crescente in-fluência social que vem agenciando e 300 sicários invadem a vila com o propósito de o intimidar e assassinam-lhe o irmão na presença da mãe, o que martirizou a pobre senhora até ao final dos seus dias. Desgos-toso, muda-se para o Ceará onde exerce o cargo de Juiz Municipal. Mas o drama que o tinha atingido foi ultrapassado, a terra prosperou e a família cresceu em vários ramos.

O juiz Otacílio Dantas Cartaxo, recen-temente falecido, que foi presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fis-cais do Ministério da Fazenda, descendia de António Joaquim do Couto e procurou

Rogé

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Rogério Coito Historiador

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Rogé

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documentos para saber mais sobre os seus antepassados. Pertencia ao ramo Dantas Cartaxo, mas há também os Rolim, os Albuquerque e os Ayres, etc… Há pouco tempo o poeta e escritor Armando Gomes da Silva reuniu em livro uma pesquisa de 20 anos para homenagear a esposa des-cendente de um ramo Cartaxo a que deu o título “Cartaxos: Origens e Ramificações” onde esmiúça sobre uma das mais antigas e importantes famílias de Paraíba, sendo a capa do livro a igreja paroquial do Cartaxo. Será que algum parente deste elo cente-nário que levou a civilização europeia ao sertão brasileiro ainda mora por aqui?

Outro dos nomes na epopeia de desbravar o ser-tão brasileiro foi José Francisco de Figueiredo que enviou ao pai, residente no Cartaxo, a foto família obtida em Manaus, capital da Amazónia e enviada de Pernambuco por volta de 1877.

(colecção particular de Telmo Monteiro)R. Batalhoz,14ATel. 243 770 070CARTAXO

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18 • revista dada

A dívida pública e privada do país e a crise têm sido as justificações para o

actual governo cortar ordenados e pensões, aumentar o desemprego e o

custo de vida. |ana benavente socióloga

Para empobrecer o país, dizem-nos que “vi-vemos acima das nossas possibilidades” e por isso nos endividámos.

É absolutamente mentira, não acreditem. Querem culpar-nos e a culpa leva ao medo, à aceitação e à desistência. Encolhemo-nos, “culpados” e tudo aceitamos: viver muito pior, cortar nas despesas essenciais, vermos os nossos filhos emigrar, partilhar as angústias de quem fica desempregado, termos medo do futuro. Perdermos a esperança.

Em Dezembro de 2011, um grupo de cidadãos, de várias origens políticas e independentes, mais novos e mais velhos, organizaram/or-ganizámos – porque dela faço parte - a IAC: Iniciativa por Uma Auditoria Cidadã à Dívi-da Pública (para quem tem acesso à internet, consultem o site www.auditoriacidada.info). No seu art.37, a Constituição da República Portuguesa assegura o direito à informação a todos os cidadãos.

crises não pagam dívidas

opin

ião

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revista dada • 19

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É essa a designação (Associação Art.º 37, de que sou presidente da direcção) da estrutura que, devidamente legalizada, dá apoio ao tra-balho da IAC.

Quisemos saber que dívida é esta que nos as-fixia. Que foi feito do dinheiro? Quem deve e porquê? Dissemos então que “Queremos ver a factura detalhada”. No cinema S.Jorge realizou-se uma Convenção, com cerca de 700 pessoas, onde se aprovou a Declaração de Lisboa e co-meçámos a trabalhar, todos voluntários. Esta Iniciativa também existe, em ca-da país da Europa e da América Latina que se confronta com o fantasma da “dívida soberana”.

Neste primeiro ano da IAC constituímos grupos de traba-lho bem como núcleos locais e regionais. No Algarve co-meçou-se a estudar a situação da Via do Infante, por exem-plo. No site da IAC criámos o Wikidívida, traduzindo para

linguagem que todos compreendemos o voca-bulário económico. Participámos em debates em escolas secundárias e em associações cívi-cas.

No passado sábado, dia 19 de Janeiro, sob imenso temporal, realizámos o 1º Encontro Nacional, em Lisboa, para prestarmos contas do que fizemos, para apresentarmos o que aprendemos e para propor como continuar.

Aprendemos – e isto interessa-nos a todos – que a dívida resulta muito mais da arquitectura bancária (os ban-cos continuam a ter lucros e o Banco de Portugal pouco ou nada regula), das Parce-rias Publico-Privadas (PPP) que se estabeleceram entre o Estado e sociedades privadas para gerir pontes – caso da Lusoponte – e auto-estradas, assim como hospitais. Ficá-mos a saber que os lucros são sempre dos privados e

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20 • revista dada

os gastos sempre do Estado, ou seja, de todos nós. Ficámos a saber que há auto-estradas a mais. Vimos como o BPN (e agora o BANIF) são poços sem fundo em que os mais ricos não pagam os empréstimos que fizeram e nos cobram, a nós, todos os custos. Ficámos a sa-ber que as dívidas das famílias foram, na sua esmagadora maioria, para comprar casa – um bem essencial – e que os mais modestos gas-taram sempre muito menos do que os mais ricos.

Dos nossos convidados de outros países, An-tonio Sanabria, de Espanha, traçou um quadro em quase tudo idêntico ao nosso: famílias que perdem as casas, desemprego e desespero e a dívida sempre a crescer.

Ao contrário do que nos dizem, esta dívida não é nossa, mas sim do capital que cobra juros muito acima do razoável e daquelas agências de notação, sabem, aquelas que na TV ouvi-

mos que classificaram Portugal (tal como já fizeram com outros países) como lixo. Quan-do assim nos classificam, aumentam os juros do dinheiro que nos emprestam. É um jogo financeiro em que pagamos tudo, nós, sempre os mesmos, até o lixo que outros fabricam.

A “crise” só pode ser resolvida na e com a Eu-ropa e estamos a ser vítimas de chantagem. A crise é uma armadilha para vencer os cidadãos e para nos manipularem através do MEDO e da CULPA. Não queremos voltar a ser o país po-bre e iletrado, o país donde se emigra porque não há trabalho para os seus cidadãos. Não queremos perder direitos duramente constru-ídos – à saúde e à educação, ao trabalho e a uma vida digna para todos – que ainda são di-reitos frágeis. Não queremos pôr a democracia num prato da balança. Pela democracia muitos deram a vida.

Debatemos, durante este ano, com especia-listas de várias posições e crenças, se a dívida PODE ser paga e se DEVE ser paga. Conclu-ímos que a parte a pagar não pode, em caso algum, prejudicar os credores internos – que somos nós – em nome dos credores externos – a troika.

Propusemos então, numa Resolução final, que os órgãos de soberania e os eleitos – que, bem ou mal nos representam – se ocupem, com participação cidadã, de saber mais, muito mais sobre a dívida portuguesa. É um processo que tem que ser forte e participado. Temos que fa-zer pressão sobre a Assembleia da República e sobre o governo. Se os elegemos, têm que nos prestar contas. As conferências do governo com convidados escolhidos e à porta fecha-da não são debates com a “sociedade”, como pretendem. A sociedade somos nós e as nos-sas instituições democráticas.

«a “crise”

só pode ser

resolvida

na e com a europa e estamos

a ser vítimas de chantagem.

a crise é uma armadilha para

vencer os cidadãos e para nos

manipularem através do medo

e da culpa»

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Não aceitamos ficar reféns dos cenários do Fundo Monetário Internacional (FMI) que constantemente se engana nas suas previsões e que já destruiu, com maus resultados, outras economias. Quem pode acreditar que mais pobres, com as empresas destruídas e mais desemprego seremos mais “competitivos”? Quem pode aceitar que, com muito menos, teremos que pagar muito mais? Querem pôr-nos de joelhos e de cabeça baixa mas esses tempos acabaram.

Propusemos que se suspenda o pagamento da dívida (a isso chama-se moratória) enquan-to não sabemos como é constituída, a quem devemos e porque devemos, para onde foi o

«quem pode acreditar que mais

pobres, com as empresas des-

truídas e mais desemprego se-

remos mais “competitivos”?»

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22 • revista dada

dinheiro e para onde vai o que actualmente re-sulta da produção interna e dos empréstimos externos.

Mostrámos que os países que se organiza-ram, tal como nós, em autênticas Auditorias cidadãs, pagaram apenas parcialmente as su-as dívidas, porque há parte dessa dívida que é “roubo” (dita dívida ilegítima ou dívida odio-sa). Temos nós que pagar a corrupção de que alguns aproveitaram? Temos nós que pagar os milhares de milhões que os banqueiros e os mais ricos transferiram para paraísos fiscais?

Somos o país da Europa com o salário míni-mo mais baixo e com as maiores desigualdades na distribuição dos rendimentos. Para 2013, o governo aprovou um orçamento que provoca o desespero dos mais pobres, dos desempre-gados, dos funcionários públicos e privados, dos pensionistas. Nunca se assistiu a uma tal rapina de impostos. Para quê? Para pagar a quem? Porquê?

Muitas são as perguntas ainda sem resposta. Este ano, aprendemos que, todos juntos, po-demos bater-nos por um país melhor e não aceitar a destruição das pequenas e médias empresas, pararmos este triste espectáculo de lojas que fecham, de pessoas individuais e co-lectivas que abrem falência.

«somos o país da europa com

o salário mínimo mais baixo

e com as maiores desigual-

dades na distribuição dos

rendimentos»

Quem quer criar um núcleo da IAC para ana-lisar o endividamento local ou regional? Terão todo o nosso apoio.

O caminho é duro, como disse, emocio-nada, Eugénia Pires, nas palavras finais do Encontro. Lembrou Nelson Mandela e os longos anos que passou na prisão, para concluir que, “mesmo quando tudo parece muito difícil, é muito importante que não desistamos”. Todos juntos.d

relatório preliminar do grupo técnico da iniciativa para uma auditoria cidadã à dívida. Para mais informação sobre o tema consulte o site www.auditoriacidada.info, aqui encontra o Relatório da IAC

Ana Benavente escreve de acordo com a antiga ortografia

luxemburgo

bélgica

irlanda

holanda

frança

reino unido

espanha

portugal

1.801€

1.472€

1.461€

1.456€

1.425€

1.244€

748€

485€

salários mínimos na europafonte: eurostat |julho2012

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revista dada • 23

2

31 LAR DOCE LARcom maria rueff e joaquim monchique, 22 fevereiro, 21h30, centro cultural cartaxo (CCC) Juntos pela primeira vez em palco, Maria Rueff e Joaquim Monchique dão corpo a diferentes personagens que partilham memórias e confidências e, sobretudo, hilariantes atribulações nesta surpreendente comédia!

agenda

1

2 CICLO DE CINEMA ASIáTICO sextas de fevereiro e março, entrada livre, 22h o CCC está a exibir alguma da ficção que tem escrito a letras de ouro a história recente do cine-ma do leste asiático. Obras que ganharam prémios nos melhores festivais europeus.

Fevereiro é o mês da China, a 8 de fevereiro será exibido o filme ‘Disponível para Amar’, um me-lodrama romântico passado em Hong Kong na década de 60. Um homem e uma mulher vivem os fantasmas de uma história de amor. O realizador Wong Kar-wai ganhou, em Cannes, o César de melhor filme estrangeiro de 2001. O filme foi também o grande vencedor do festival de cinema de Hong Kong de 2001.

3 E TUDO O CASAMENTO LEVOU com maria joão abreu e almeno gonçalves, 9 março, 21h30, ccc Uma comédia que nos fala das particularidades de um casal: da condução dela, das saídas dele, da maneira como planeiam as suas férias, de como falam dos seus pais, dos seus amigos. Das suas pequenas discussões por tudo e das suas grandes discussões por nada. Eles não podem viver um sem o outro mas não podem viver um com o outro. Eles têm dias, mas também têm horas, minu-tos, segundos... Eles discutem muito, eles divertem-se muito. Eles são marido e mulher. Rimo-nos a bom rir. Porque eles amam-se. E porque nós os amamos!

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24 • revista dada

economia, em trocos!Renato J. Campos

[email protected]

É inequívoco que Portugal vive uma gra-ve crise. Possui uma dívida soberana muito superior ao seu PIB e tem vindo a acumu-lar excessivos défices. Em função disso, é imperativo encontrar soluções para estes de-sequilíbrios que condicionam negativamente a vida de todos.

Porém, se os problemas são inquestionáveis, as soluções não podem deixar também de ser questionáveis. O país vive, atualmente, subor-dinado ao predomínio das finanças públicas em detrimento do primado da economia, em particular, das estratégias de desenvolvimen-to. Na prática, tem existido uma preocupação quase exclusiva com o défice orçamental e com a dívida soberana. Mas o défice e a dí-vida são vetores de finanças públicas que devem estar ao serviço da economia e só com o dinamismo desta, se poderá gerar a riqueza produtiva necessária para que seja possível o equilíbrio estrutural das nossas contas.

Com efeito, na essência deste processo, tem-se optado por uma política de austeridade baseada no assumido aumento da receita

austeridade, solução ou problema?fiscal e no corte da despesa pública (em es-pecial, corte de salários, pensões e prestações sociais). Ou seja, no seu conjunto, uma opção pela compressão do rendimento disponível das famílias.

Obviamente, não deixa de ser claro que, pa-ra fazer face a problemas de endividamento, somos obrigados pelos nossos credores a im-plementar medidas de contenção, reduzindo o nível de despesa e como tal, o nível de vi-da. E atuar só do lado da despesa não basta, também é indispensável não baixar o nível de rendimentos (riqueza) auferido.

Decrescendo as duas variáveis (despesa e rendimento), ficando mais pobres, torna in-viável pagar uma dívida que, todos os dias, vai crescer com os juros. Daí que, se por um lado, o país não pode dispensar uma determi-nada política de contenção racional de gastos, por outro lado, não pode também deixar de procurar uma estratégia de crescimento eco-nómico que permita, o acréscimo de riqueza necessária para poder amortizar, progressi-vamente, o seu endividamento. Se o nosso

«decrescendo as duas variáveis (despesa

e rendimento), ficando mais pobres, tor-

na inviável pagar uma dívida que, todos

os dias, vai crescer com os juros»

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Gestão e Assessoria

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A contabilidade adequada à sua actividade

Drª Lurdes Gonçalves Fiscalista (ISCAL) TOC 8651

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limite de divida é uma relação percentual do produto (por ex. o teto da divida é 60 por cento do PIB), temos que aumentar o deno-minador (PIB).

É nesta dualidade, da intensidade do equilí-brio entre austeridade e crescimento, que se tem gerado uma grande controvérsia políti-ca. Contudo, convém não esquecer que nem sempre tudo na vida é preto ou branco, na maioria dos casos pode ser cinzento e tam-bém na ciência económica tal acontece. É necessário, urgentemente, ajustar o “mix” de “calibração” entre austeridade e cresci-mento que consiga responder de forma mais eficiente aos problemas que temos. Uma atenção obsessiva ao défice orçamental, ba-seada quase exclusivamente em medidas de austeridade, sem se atender, em simultâneo, à dinamização da economia é prolongar ‘si-ne die’ o ciclo recessivo produtivo do país e regredir nos aspetos sociais do desenvolvi-mento. Gastos desmedidos em investimento não reprodutivo também, da mesma forma, é proibitivo.

Deste modo, é preciso mudarmos o nosso

«se por um lado, o país não

pode dispensar uma determi-

nada política de contenção

racional de gastos, por ou-

tro lado, não pode também

deixar de procurar uma es-

tratégia de crescimento»

paradigma face à atual situação de desequi-líbrio, pois o grande problema estrutural da economia portuguesa é, sem dúvida, o fraco crescimento económico na fase pós adesão ao euro. Hoje, já poucas dúvidas subsistem a este respeito e os números falam por si; de 2000 a 2007 conseguimos apenas um cresci-mento médio de 1,5 por cento ao ano e uma contração acumulada do PIB de 2008 a 2012 de mais de 5,5 por cento.

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26 • revista dada

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O nosso problema “pós euro”, deriva de graves desequilíbrios da nossa matriz produ-tiva face a novas realidades e mercados, ao mesmo tempo que perdemos uma importan-te “arma” de equilíbrio macroeconómico, a política cambial e monetária. Foi, aliás, es-sencialmente, por via de políticas cambiais de desvalorização competitiva, que consegui-mos reequilibrar as nossas contas na crise dos anos 80.

Por fim, outra das causas que poderão justi-ficar a nossa “década perdida” poderá estar, também, na própria arquitetura da zona euro, que não é mais do que “um fato feito à medi-da” para a Alemanha e para a sua economia, baseada em bens de alta intensidade tecnoló-gica (onde o fator preço não é determinante na mesma medida), tendo o Euro um valor cambial proibitivo para a competitividade de grande parte dos outros parceiros europeus da zona euro, em especial, a europa do sul.

Ora, perante tais problemas, estruturais, surge agora outro grande problema: o ciclo depressi-vo que a própria austeridade despoleta. Como tal, surge naturalmente uma pergunta; como sair desta espiral recessiva? A resposta são medidas contra cíclicas, fazendo o oposto do que temos feito na última década; menos austeridade, “turbinando” os gastos públicos em investimento reprodutivo e políticas fis-cais agressivas, elevando a procura agregada (interna e externa). Esta variável “ativaria” os restantes estabilizadores automáticos. Os economistas keynesianos chamam a isto “li-gar o motor” da economia e é baseado no “famoso” efeito multiplicador.

Em suma, ao invés de tentarmos perceber como poderemos cortar quatro mil milhões de Euros de despesa, deveríamos questio-narmo-nos com sublinhada acuidade, como conseguiremos também crescer acima de quatro mil milhões de Euros!

«o euro tem um valor cam-

bial proibitivo para a com-

petitividade de grande parte

dos parceiros europeus da

zona euro, em especial, da

europa do sul»

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revista dada • 27

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benefícios fiscais para o seu irs 2012 |lurdes

gonçalves

fiscalista

prazos de entrega A primeira fase para os contribuintes que entregam a declaração em pa-pel decorre durante o mês de março. A segunda fase é durante o mês de abril. Quem entrega a declaração via internet deve fazê-lo durante o mês de abril, se só tem rendimentos da categoria A e/ou H, ou em maio, caso receba rendimen-tos de outras categorias (B, F, G, E).

saúde Pode deduzir até 10 por cento das despesas de saúde isentas de IVA ou sujeitas à taxa de 6 por cento bem como os juros de dívidas contraídas para as pagar, desde que relativas ao contribuinte ou aos membros do agregado familiar com o limite de 838,44€. Os pais divorciados com responsabilidades parentais partilhadas podem repartir as des-pesas de saúde e educação a partir de 2012.

educação Pode deduzir até 30 por cen-to das despesas de educação e de formação profissional do contribuinte e dos seus de-pendentes até 760,00€. Nas famílias com três ou mais filhos, este valor sobe para 142,50€ por cada um.

habitação Pode deduzir até 15 por cento dos juros dos empréstimos contraídos para habitação própria permanente com o limite de 591,00€, o valor poderá ir até 886,50€ con-forme a percentagem do imposto aplicado ao casal. Encargos com vidros duplos e isola-mento de habitações já não são dedutíveis no IRS 2012. A majoração de 10 por cento para

imóveis com certificação energética das clas-ses A ou A+ desapareceu. Do mesmo modo também já não são dedutíveis as despesas com equipamentos que usam energias reno-váveis, com obras de melhoramento térmico da habitação ou com veículos exclusivamente elétricos.

seguros de saúde Pode deduzir até 10 por cento dos seguros de saúde com o limite de 100,00€, acresce 25,00€ por cada depen-dente (os seguros de vida e acidentes pessoais só são dedutíveis para deficientes).

encargos com lares Pode deduzir até 25 por cento das despesas com lares com o limi-te de 403,75€.

dicas

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Queridos amigos e clientes hoje vou-vos falar de um tema muito complexo, um tema pelo qual tenho muito respeito e amor. Está na altura de certas coisas serem faladas com respeito, mas também com naturalidade.

O medo tomou conta do ser humano. Porém nunca como agora tantos, estão despertos! Este é o tempo da consciência, do libertar das amarras que nos prendem e nos condicionam. Descobrir como fomos enganados através dos séculos. O maior terror que nos incutiram foi sobre a mor-te. Nascemos, vivemos e criamos, o tempo todo, dentro de nós, imagens de terror sobre o que é morrer e temos medo do que vem a seguir. Um novo paradigma surge nesta nova Terra que te-mos vindo ajudar a construir. A Nova Era.

Inúmeros livros nestas áreas têm sido escritos com relatos de mensagens de pessoas partidas.Milhares de regressões feitas por esse mundo fora, e inúmeros testemunhos de pessoas dadas clinicamente como mortas e que depois voltam à vida, demonstram que depois da morte algu-ma coisa permanece, a chamada consciência da alma…O que acontece aos que morrem? Como eles continuam a influenciar as nossas vidas!? E como eles por vezes nos ajudam!?

Está na altura de olharmos para as coisas com consciência e sabedoria e percebermos que nada é separado de nada, somos todos um, estamos nesta vida o tempo que for necessário para a evolução do nosso ser nesta encarnação. A mor-te é uma mudança de nível energético mas a vida continua. Deixo-vos aqui algumas formas da maneira como os nossos entes queridos podem comunicar connosco: Por vezes manipulam a

a morte

electricidade, luzes a piscar. As crianças são mui-tas vezes mensageiras deles. Nunca desvalorize as mensagens dos seus filhos e os seus medos, aju-de-os a ultrapassar esses medos, as mensagens deles são verdadeiras. Zumbidos nos ouvidos, estes resultam de uma alteração da pressão do ar e pode indicar a energia deles a “bater” com a sua. Mobílias em casa, eles por vezes dão sinal nas mobílias através de estalos, e dão a sensação que andam em casa, não há que ficar assustado eles não fazem mal. Deixem a vossa intuição fluir e peçam ajuda quando não sabem lidar com as situações, não finjam que não se passa nada, isso é inconsciência, estamos na era da consciência. Deixei-vos aqui um tema sigiloso pelo qual te-nho muito respeito e amor, baseado nos meus testemunhos de consultório, também nos meus estudos dos últimos 13 anos.

Quero deixar aqui um agradecimento especial à minha família, aos leitores da revista dada ao fim de três anos que lêem os meus diversos artigos que me manifestam tanto carinho. Um agradeci-mento especial às pessoas do Cartaxo que tanto tem contribuído para a evolução do meu Ser, tanto na minha actividade de laboratório como também a confiança, a credibilidade e respeito que me têm dado no desenvolvimento do Espaço Viver. Agradeço aos meus clientes do Espaço Vi-ver que têm estado comigo. Todos juntos temos evoluído nestes últimos três anos.

Por último à revista dada que me tem dado oportunidade de escrever temas tão importantes como este, para o desenvolvimento do Ser Hu-mano. Bem Hajam

Rua 5 de Outubro, nº5, Bloco B, 1º, sala 4 • CARTAXOT. 962 431 098/ 914 949 936 • [email protected]

gina henriques Mestre de Reiki, Facilitadora

de Cura Reconectiva/Reconexão, Numeróloga e Psicoterapeuta

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revista dada • 29

99/2011, de 28 de setembro, reforçado pela Portaria nº 67/2012 de 21 de março, eviden-ciam-se alguns dos propósitos a atingir como por exemplo:

Proporcionar serviços adequados à proble-mática biopsicossocial dos idosos, estimular o processo de envelhecimento ativo, criar con-dições para reforçar a relação intrafamiliar e potenciar a integração social.

Pensamos que poucas instituições (até pelo que temos constatado no terreno) cumprem estas normas ou têm como objetivo qual-quer um destes pontos, mesmo as que têm um caráter mais social e que dependem dos apoios do Estado.

Infelizmente, as ações de fiscalização focalizam-se predominantemente nos aspetos físicos das instituições, descu-rando os aspetos humanos das mesmas e as condições de que os utentes usu-fruem. Resta-nos a nós, remar contra a maré e ir fomentando a mudança, mais que não seja, por uma questão empáti-ca, pois amanhã seremos nós a utilizar aquelas mesmas instituições.

Como nota final, gostaríamos de realçar o facto de existirem em Por-tugal inúmeros congressos, ações de formação e workshops sobre o te-

ma do envelhecimento, mas que deixam de fazer sentido quando os participantes não colocam no terreno os ensinamentos adquiridos.

institucionalizar… um mal necessário?

envelho(ser)perspectiva gerontológica

Após o términos de 2012, denominado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, parece-nos per-tinente refletir sobre o que se vai passando no nosso país em geral e na nossa região em parti-cular, na ótica da institucionalização do idoso.

Que a institucionalização é o denominador co-mum da maior parte das famílias portuguesas não existe margem para dúvida.

Na atual estrutura familiar que assenta nas variáveis do emprego e dinamismo a que as profissões obrigam, o apoio ao idoso passou a ser feito por terceiros em espaços específicos, independentemente dos estudos sobre o te-ma dizerem claramente que descontextualizar o indivíduo do seu “habitat natural” não favorece um enve-lhecimento saudável e ativo.

Será que estes espa-ços (lares, casas de repouso e similares) cumprem os ob-jetivos propostos? Pensamos que esta é uma matéria delicada.

Urge pensar o que queremos e o que devem ser na realidade, es-tas instituições…

Olhando para o artigo 3º do Decreto-Lei nº

aníbal Felício Ferreira gerontólogo, mestrando em Cuidados Continuados integrados (paliativos)

consultas e terapias diariamente por marcação

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30 • revista dada

Com o início do ano vem a vontade de recomeçar. E todos os recomeços obri-gam à reflexão, a gerir pensamentos, von-tades e quereres. Obrigam a procurar pa-lavras, a dar-lhes sentidos, a pronunciar muito bem os verbos acreditar, continuar e persistir. Faz-nos olhar para o céu azul luminoso e pensar que sim, que é possível acrescentar poesia à nossa vida. Traz-nos de novo vontades e desejos. Traz-nos, embrulhados nos dias frios, papéis de es-perança e agasalhos de felicidade.

bolo de abóbora com especiarias

à MESA

|isabel zibaia rafael autora do blogue

Cinco Quartos de Laranja

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confeção 1. Bater os ovos, um a um, com o açúcar com a batedeira. 2. Esmagar a abóbora com um garfo. Juntar a abóbora ao preparado com a manteiga. Bater. 3. Adicionar os restante ingredientes. Bater muito bem. 4. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC, numa forma forra-da com papel vegetal, ligeiramente untado com manteiga, durante 35 minutos. 5. Desenformar depois de frio e servir polvilhado com açúcar em pó.

ingredientes 300 g de abóbora cozida e escorrida, 275 g de açúcar amarelo, 200 g de manteiga sem sal à temperatura ambiente, 4 ovos, 300 g de farinha com fermento, 2 g de gengibre em pó, 1 pitada de cravinho em pó, 1 g de noz moscada, 2 g de canela em pó, 3 g de erva-doce em grão, uma pitada de sal, 100 g de melaço de cana, açúcar em pó para polvilhar

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E a cada novo ano é importante refletir-mos sobre as coisas boas da vida e sobre o que queremos fazer. É importante definir objetivos, pensar em concretizar desejos e principalmente, arriscar sonhar. Como dizia o poeta, o sonho comanda a vida. E sem sonhos, sem ideias que nos movam, a vida não tem a mesma graça.

Esta época do ano sabe a mudança e a coisas novas. Sabe a projetos e a desejos. Sabe a sonhos. E para começar o ano, nada melhor do que uma receita doce, para nos ajudar a continuar a pensar que a vida sabe bem quando é vivida.

encontrarão esta e outras receitas no meu livro cozinha para dias felizes.

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32 • revista dada

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32

1 THE LUCID DREAM cartaxo recebe nova coqueluche do psych rock, 15 fe-vereiro, 23h30, centro cultural cartaxo Quem gosta de Jesus & Mary Chain e de Suicide, e da mistura do indie pop do final dos anos 80 e da psicadelia dos anos 60, então vai adorar os The Lucid Dream. Vêm de Carlisle, Inglaterra, e estão a dar que falar na cena psych britânica. Atualmente estão a fazer uma tournée europeia com os Singapore Sling e os Wall Of Death, enquanto parte do Fuzz Club / Austin Psych Fest Reverb Conspiracy.

agenda

1

2 BALLA concerto no ccc, sábado, 02 março, 23h30 O projeto de Armando Teixeira lançou em setembro passado o seu quinto álbum de originais. Canções é, vocalmente, o álbum mais ambicioso de um Armando Teixeira que continua atento às novas tendências da produção, sobretudo as descendentes da gera-ção de 80. Este é um dos primeiros discos em que a ‘chillwave’ é traduzida para português.

3 AQUA NEBULA OSCILLATOR + VELGENATURLIG regresso dos franceses ‘ano’ a portugal, 22 março, 23h30, ccc Os franceses Aqua Nebula

Oscillator formaram-se em 2002 e lançaram recen-temente o seu terceiro álbum. O som da banda é uma mistura única de psych rock inspirado no voodoo, nos filmes de terror de 1920, em pintores como Bosch Hieronymous, alienígenas e OVNIs. A banda tem muitos fãs em Portugal e tocou no Porto em 2010. A abrir o concerto, o krautrock am-biental do multi-instrumentista VelgeNaturlig, de Lisboa, que também se irá juntar aos Aqua Nebula Oscillator no palco, para fornecer oscilações extra.

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34 • revista dada

falar dos outros

a esferaSónia Parente Psicóloga Clínica Mestre em Psicologia [email protected]

dizem…– temos tendência para não nos centrarmos em nós – no que fazemos, dizemos e sentimos… Denota uma baixa auto-estima e uma falta de relação consigo próprio. Frequentemente, quem muito fala dos outros é quem tem dificuldade em estar consigo próprio, em estar sozinho, e também de alguma forma essas pes-soas sentem-se inferiores aos outros pois necessitam de, inconscientemente, verificar e comparar-se com os outros, isto é, só se é bom considerando que ninguém é melhor.

Em acompanhamento psicológico é comum, as pessoas que têm essa tendência a centrar-se nos outros, desvia-rem constantemente os assuntos para os outros e não para si próprios. Por exemplo, quando contam uma si-tuação que lhes aconteceu focam-se essencialmente no que o outro fez e disse, evitando assim uma reflexão sobre a sua própria atitude nessa situação. Ou a reflexão mais profunda é feita acerca dos outros envolvidos na situação e não no próprio. O papel do psicólogo é dirigir a conversa para uma reflexão acerca das suas próprias atitudes, o que não implica que seja negativo, muitas vezes é o contrário, pois existe uma maior compreensão e reflexão acerca de determinada situação.

Quando tal se torna num modo típico de funcionamen-to, as defesas psicológicas instalam-se como formas inconscientes de evitar um confronto consigo mesmo bem como de afirmação perante os outros. Torna-se um hábito e a vida dos outros é o seu indispensável assunto de vida.

Quanto mais nos sentimos bem connosco, menos te-remos necessidade de falar dos outros. Quanto mais inseguros ou insatisfeitos nos sentimos, mais teremos essa tendência. Uma pessoa que gosta de si mesma e se respeita não tem essa necessidade.

Por que é que as pessoas gostam tanto de falar dos outros?

É uma prática comum entre todos, falar dos outros, em con-versa com amigos, conhecidos ou familiares. Alguns em maior grau, outros em menor. Alguns com maior tendência a depre-ciar e a julgar, outros com maior tendência a elogiar. No entanto, todos conhecemos pessoas que já sabemos que numa conversa o principal assunto irão ser os outros.

Do ponto de vista psicológico, fa-lar muito dos outros é visto como uma forma inconsciente de evitar pensar e de falar de si mesmo. Quando nos centramos essencial-mente nos outros – no que fazem,

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falar dos outros

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