O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2008

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

MARIA DE LOURDES MARQUEZINI GUELSIN

ALIMENTOS E NECESSIDADES NUTRICIONAIS

MARINGÁ

2008

MARIA DE LOURDES MARQUEZINI GUELSIN

ALIMENTOS E NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Trabalho de conclusão da Produção Didática Pedagógica na Escola apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, como parte dos requisitos de conclusão do curso.

Orientadora: Profª. Drª MARIA RAQUEL MARÇAL NATALI

MARINGÁ

2008

1. IDENTIFICAÇÃO

1.1. Professor PDE: Maria de Lourdes Marquezini Guelsin

1.2. Área: Ciências

1.3. NRE: Maringá

1.4. Professora Orientadora IES: Profª. Drª. Maria Raquel Marçal Natali

1.5. IES: Universidade Estadual de Maringá - UEM.

1.6. Escola de Implementação:Colégio Estadual Monteiro Lobato–EFM, Colorado.

1.7. Publico alvo da intervenção: Alunos da 7ª série do Ensino Fundamental

2. TÍTULO:

ALIMENTOS E NECESSIDADES NUTRICIONAIS

ALIMENTOS E NECESSIDADES NUTRICIONAIS Combustíveis da vida

Você já viu algum carro andar sem combustível? Ou uma máquina funcionar

sem estar ligada a uma tomada ou a outra fonte de energia?

O nosso corpo também não funciona sem energia. O nosso corpo tem

capacidade de: Transformar a energia a partir de “combustíveis” fornecidos pela

digestão de alimentos, como arroz, feijão, carnes, saladas, frutas, etc. Com esses

combustíveis fabrica materiais necessários ao crescimento e ao reparo de partes

danificadas.

Você nunca viu uma planta fazendo uma refeição, isto porque as plantas,

assim como as algas e certas bactérias são organismos que fazem fotossíntese,

conseguem utilizar a energia luminosa (proveniente do Sol) e produzir oxigênio e

compostos orgânicos, entre eles a glicose. Ao passar para a matéria orgânica, a energia

luminosa do Sol é transformada em outra forma, a energia química, que fica

armazenada nos alimentos orgânicos formados. Esses organismos são seres autótrofos,

isto é, produzem a matéria orgânica pelo processo da fotossíntese e são chamados

produtores.

O ser humano, como todos os outros animais, é um organismo heterótrofo, aquele

que não consegue produzir seus alimentos orgânicos, a partir de substâncias

inorgânicas, como a água e o gás carbônico. Assim os heterótrofos, têm a vida na

dependência dos seres autótrofos e são chamados consumidores.

Por meio da seqüência da cadeia alimentar um ser vivo se alimenta do outro

ocorrendo assim a transferência de matéria e energia de que precisa para viver.

Alimentos e nutrientes

Quanto à origem, os alimentos podem ser orgânicos ou minerais

(inorgânicos).

Os alimentos orgânicos são os que se originam de organismos, especialmente

animais, plantas e fungos.

Atividade nº1: Dê um exemplo de alimento do reino animal, um do reino

das plantas e um do reino dos fungos.

Os alimentos minerais são representados pela água e pelos sais minerais.

Os alimentos orgânicos ingeridos passam por um processo chamado

digestão, no qual são transformados em pequenas moléculas, os nutrientes orgânicos.

Esses nutrientes servem para a célula construir seus vários componentes ou para obter

energia que usamos para o desempenho das diversas funções orgânicas: manutenção da

temperatura corporal em níveis adequados, movimento, circulação do sangue,

respiração e vários outros usos.

Alimentamos-nos diariamente e cada refeição é composta por uma variedade

de alimentos que são importantes para nossa sobrevivência. Entende-se por alimento

todo material nutritivo, ou seja, aquele que fornece substâncias para manter o organismo

com vida.

Conhecer a composição dos alimentos nos ajuda na escolha do que devemos

comer para nos mantermos ativos: além disso, uma alimentação equilibrada colabora

para a conservação de uma saúde perfeita.

A dieta adequada é aquela que fornece todos os elementos necessários ao

crescimento e à manutenção do corpo. Esses elementos são carboidratos, lipídios,

proteínas, sais minerais e vitaminas, além de água. A dieta deve ser variada para ser

completa, pois não existe um alimento que possua sozinho, a quantidade adequada de

todos os nutrientes.

Composição dos alimentos

Carboidratos e fibras

Os carboidratos também são conhecidos como glicídios ou açúcares. As

unidades formadoras dos carboidratos são os açúcares simples e são denominados

monossacarídeos, como exemplos nós temos a glicose (encontrado nos vegetais), a

galactose (nos vegetais e leite) e a frutose (nos frutos). A união de dois monossacarídeos

forma um carboidrato denominado dissacarídeo, como é o caso da lactose (encontrado

no leite) e da sacarose (na cana-de-açúcar e na beterraba). A união de muitos

monossacarídeos forma um carboidrato denominado polissacarídeo como a celulose dos

vegetais e o glicogênio dos animais e fungos.

Geralmente, é dos carboidratos que retiramos a maior parte da energia que o

nosso organismo necessita. São exemplos de alimentos ricos em carboidratos:

mandioca, batatas; as leguminosas como feijão, ervilhas e lentilhas; e os alimentos

feitos com farinha de trigo, como pães, biscoitos e massas.

As fibras são basicamente compostas de carboidratos, mas não são digeridas

pelo nosso organismo. Têm um papel fundamental no funcionamento do intestino, onde

o acúmulo de resíduos estimula o movimento do bolo alimentar, ao longo desse órgão.

Para garantir a ingestão da quantidade adequada de fibras, basta comer todos os dias

alimentos ricos nessas substâncias, como cereais e pães integrais, frutas, verduras e

legumes.

Atividade nº2: Verificando a presença de amido nos alimentos

Materiais: Pão, tomate, batata crua, salsicha, açúcar, maçã, recipiente de plástico

ou vidro, tintura de iodo.

Procedimento:

1- Coloque os alimentos no recipiente.

2- Pingue algumas gotas de tintura de iodo em cima dos alimentos e

aguarde.

Situações-problema:

1- Compare a coloração dos alimentos antes e depois da aplicação da tintura

de iodo:

a) Após a aplicação da tintura de iodo, houve alteração na coloração de

todos os alimentos?

b) A solução de iodo possui cor marrom-ferrugem e age como um indicador

da presença do amido. A solução de iodo, quando interage com o amido, sofre

transformação química apresentando cor roxa. Em quais alimentos foi observada a

alteração na coloração, após a aplicação da tintura de iodo?

2) Por que a vaca engorda comendo apenas capim e nós, seres humanos, não?

3) Observando os rótulos dos alimentos que vocês mais consomem, quais

possuem, em sua constituição, mais carboidratos?

Lipídios

Os lipídios são alimentos mais energéticos que os carboidratos e exercem,

entre outras, a função de ajudar as células a absorver algumas vitaminas. Nas aves e nos

mamíferos, eles se acumulam sob a pele, formando uma camada que dificulta a perda de

calor pelo corpo, contribuindo para manter constante a temperatura corporal.

O nosso corpo armazena lipídios em células especiais, formando o tecido

adiposo, essa gordura é uma reserva energética muito importante, quando ocorre a falta

de alimentos ou em situações de jejum, a gordura das células adiposas fornece energia

necessária para as atividades vitais do organismo.

Os lipídios ou gorduras são encontrados em grande quantidade nos óleos

vegetais e na gordura animal, no leite integral e em seus derivados (manteiga, queijos)

nas carnes em geral, na margarina, amendoins e outros.

Durante o processo de digestão, os lipídios são transformados em

componentes mais simples, chamados ácidos graxos e glicerol e desta forma podem ser

absorvidos pela parede do intestino e transportados até às células.

Não é bom exagerar no consumo de alimentos que contêm muita gordura,

como manteiga, bacon, sorvetes. Quando ingeridas em excesso, as gorduras,

principalmente de origem animal, podem favorecer o aparecimento de doenças graves

como a hipertensão arterial. Devemos dar preferência às gorduras de origem vegetal,

como os óleos (de soja e milho, por exemplo).

Atividade nº3: Verificando a presença de lipídios nos alimentos

Materiais: Papel manteiga e alimentos: pão, bacon, maionese, queijo, batata,

tomate, alface.

Procedimento: Amassar cada alimento separadamente contra o papel. “O que são

estas marcas? Quais alimentos que mais deixaram marcas no papel? Quais não deixaram

marcas?”

A mancha translúcida deixada no papel manteiga por alguns alimentos indica

a presença de qual nutriente?

Se na sua escola tiver reagente de Sudan IV pingue algumas gotas sobre os

alimentos e observe: na presença de quais alimentos houve alteração da cor do

reagente?

Proteínas

As proteínas participam da composição de muitas estruturas do nosso corpo,

fazem parte da pele, dos músculos, dos ossos, do sangue, dos cabelos, enfim, de todos

os nossos órgãos e de substâncias fundamentais para o funcionamento do organismo,

como os hormônios e os anticorpos.

Nosso organismo também possui proteínas capazes de modificar a velocidade

das reações químicas no interior das células e fora delas, essas proteínas são

denominadas enzimas.

Podemos encontrar proteínas nas carnes (boi, porco, frango, peixe, etc.), ovos

e derivados do leite (queijo, manteiga, etc.) e em vários alimentos de origem vegetal

como a soja, o feijão, o grão-de-bico, as ervilhas, a lentilha e a maioria dos cereais,

desde que integrais.

Para serem absorvidas, as proteínas devem ser quebradas no sistema

digestório até originarem pequenas unidades chamadas aminoácidos.

Atividade nº4: Verificando a presença de proteínas nos alimentos

Materiais: Reagente de biureto ou reagente NaOH + Sulfato de cobre e os

alimentos clara de ovo, leite, gelatina e outros alimentos de interesse da turma.

Procedimento: Pingue algumas gotas do reagente sobre os alimentos.

O reagente alterou sua cor na presença de quais alimentos? Quais nutrientes

contêm esses alimentos?

Conhecimentos necessários: O reagente de biureto, de cor azulada, adquire uma

cor avermelhada na presença de proteínas.

Vitaminas

As vitaminas não fornecem energia nem constroem o corpo. Mas, são

indispensáveis ao bom funcionamento do organismo. São, por isso, consideradas

substâncias reguladoras. As vitaminas, a água e os sais minerais são formados por

moléculas pequenas e são absorvidos diretamente, não sofrendo transformação no tubo

digestório.

A falta de vitaminas em nossa alimentação e mesmo sua ingestão em

quantidade insuficiente podem acarretar doenças denominadas avitaminoses. Uma

alimentação variada e equilibrada garante ao organismo o fornecimento necessário das

diversas vitaminas que evitam as avitaminoses. As necessidades diárias são mínimas, e

o excesso pode causar também várias doenças.

É melhor obter as vitaminas diretamente dos alimentos do que ingerir na

forma de medicamentos. Vegetais como frutas e verduras são ótimas fontes de

vitaminas e sempre que possível devem ser consumidos crus, pois, a maior parte das

vitaminas é sensível ao calor e acaba sendo destruída durante o cozimento.

Na tabela a seguir estão as principais vitaminas, em que alimentos ocorrem e

algumas conseqüências de avitaminose.

Vitamina Principais fontes Avitaminose

A Laticínios e cenoura Problemas de visão, como a cegueira noturna e problemas de pele escamosa e seca.

Complexo B Carnes, leite, ovos, cereais integrais, legumes e verduras.

Alterações no sistema nervoso, lesões na pele, anemia, fadiga.

C Nas frutas, principalmente cítricas (laranja, limão), algumas verduras e legumes.

Causa o escorbuto, doença que provoca inflamação e sangramento das gengivas, lesão na mucosa intestinal e fraqueza.

D Laticínios, gema de ovo e vegetais ricos em óleo.

Causa o raquitismo, que torna os ossos fracos e defeituosos.

K Folhas de vegetais. É produzida por bactérias que vivem em nosso intestino.

Dificuldade em coagular o sangue.

Importância da água e dos sais minerais

A água e os sais minerais constituem os compostos inorgânicos e são

elementos muito importantes na constituição e na regulação das atividades orgânicas.

A água é obtida ingerida ou por meio de alimentos, entre as diversas funções

que exerce, participa na composição das células e líquidos do corpo como o sangue e a

linfa, atuam como veículo de transporte dos nutrientes e gases para dentro e para fora da

célula e auxilia a regulação da nossa temperatura interna.

Os minerais não são fabricados pelo nosso organismo e devem ser ingeridos

diariamente.

Os principais minerais necessário ao nosso organismo são:

O cálcio e o fósforo estão relacionados principalmente com a formação dos

ossos e dos dentes. São encontrados no leite e seus derivados, na batata-doce, na alface,

nos brócolis e na laranja.

O ferro participa da construção da hemoglobina, pigmento vermelho do

sangue, responsável pelo transporte de gases respiratórios. O ferro é encontrado no

fígado e nas carnes vermelhas, no espinafre, no feijão e na ervilha.

O iodo é indispensável ao bom funcionamento da glândula tireóide que

produz o hormônio tiroxina, que controla a atividade celular, influindo na quantidade de

energia produzida no organismo. A falta de iodo faz com que ocorra o aumento de

tamanho desta glândula, constituindo o bócio. Peixes e mariscos contêm grandes

quantidades de iodo. Em vários países do mundo, é obrigatório por lei o acréscimo de

iodo ao sal de cozinha para assegurar que a população obtenha a dose diária desse

mineral.

O cloro, o sódio e o potássio atuam no bom funcionamento das células

nervosas, também regulam a quantidade de água que existe nas células e fora delas. O

cloreto de sódio (sal de cozinha) é boa fonte de cloro e sódio. O potássio é encontrado

nas bananas e nas frutas cítricas, como laranjas e limões.

Mantendo o organismo funcionando.

Entre outras funções que o nosso organismo desempenha estão as funções de

nutrição, destinadas à manutenção do nosso corpo, permitindo que ele cresça e se

mantenha vivo.

Para um organismo funcionar, é necessária energia, que é obtida de

alimentos e oxigênio, e a integração dos diferentes sistemas do corpo. Para que os

alimentos que ingerimos possam chegar até nossas células e fornecer energia, devem

sofrer transformações, reduzindo-os a substâncias mais simples, os nutrientes. Este

processo de transformação é denominado digestão e é realizado pelo sistema

digestório.

Mas, não basta apenas a quebra dos alimentos em moléculas menores, é

também necessário que esses nutrientes cheguem até às células, é, portanto, necessário

um sistema de transporte que é feito pelo sistema cardiovascular.

Para que estes nutrientes possam liberar a energia contida é preciso que

ocorra uma reação de combustão no interior das células e esta reação só ocorre na

presença do oxigênio. O oxigênio é retirado da atmosfera através do sistema

respiratório , posteriormente passa para o sangue e então será levado até as células. Ao

final da reação, são produzidos gás carbônico e água que lançados no sangue chegam

aos pulmões para serem eliminados. Substâncias tóxicas resultantes do metabolismo

celular, que são os resíduos nitrogenados, são também eliminadas, através do sistema

urinário .

Estas funções ocorrem de forma integrada para nos manter em atividade, ou

seja, vivos.

Medindo a energia dos alimentos: Calorias

A energia dos alimentos como carboidratos, lipídios e proteínas pode ser

medida. A unidade de medida da energia contida nos alimentos é a caloria (Cal). Uma

caloria é a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1g de água

destilada de 15ºC (Celsius) para 16ºC.

A caloria é uma unidade muito pequena, na prática usa-se medir a energia dos

alimentos em quilocalorias (Kcal) a qual corresponde a mil calorias (1000 Cal).

A quantidade de calorias necessária a uma pessoa depende de sua idade, de

seu sexo, e a prática ou não de atividade física.

Calorias diárias necessárias de acordo com a idade e sexo.

Sexo e idade Calorias

Meninos de 12 a 14 anos 2.700

Meninos de 14 a 18 nos 3.000

Meninas de 12 a 14 anos 2.400

Meninas de 14 a 18 anos 2.400

Homens adultos 3.200

Mulheres adultas 2.300

Idade avançada 2.200

Mulheres grávidas 2.600

Na amamentação 3.100

Fonte: adaptado de Bortolozzo & Maluhy, 2005.

A idade escolar abrange crianças de 7 a 14 anos em fase de crescimento, onde

as necessidades nutricionais são muito grandes. A carência nutricional pode ser um dos

fatores responsáveis pelo baixo rendimento escolar do aluno. Quanto mais grave a

desnutrição, maior será sua interferência negativa sobre o desenvolvimento mental e a

aprendizagem.

A merenda escolar constitui-se muitas vezes, na única refeição de muitas

crianças, é importante dar atenção ao valor nutritivo da merenda e cuidar para que a

criança receba uma alimentação equilibrada.

Outro aspecto importante é conhecer os hábitos alimentares da comunidade,

dessa forma, a merenda complementará a alimentação familiar. É também importante o

auxílio de nutricionistas para a confecção dos cardápios e sempre que possível

acompanhar a preparação e a distribuição da merenda. Seu trabalho será mais eficaz se

ele conhecer a comunidade e seus hábitos alimentares.

Cada povo tem seus hábitos alimentares característicos. Esses hábitos passam

de uma geração a outra, são herdados culturalmente e se deve a diversos fatores como

diferentes paladares, crendices, ingredientes regionais e até mesmo condições

climáticas.

A culinária brasileira sofreu influências da culinária dos colonizadores, dos

índios, dos negros e dos imigrantes de várias nacionalidades. A feijoada é um prato que

a maioria dos brasileiros aprecia, foi inicialmente preparada pelos escravos, a partir das

sobras de carnes e feijão-preto. O churrasco, também muito apreciado, surgiu na beira

da estrada, com os tropeiros de gado. Os pratos típicos de muitas regiões do Brasil

resultaram da mistura de várias culturas.

Atividade nº5: Entreviste três pessoas de sua região, perguntando-lhes qual

o prato típico mais saboreado no local, depois se reúna aos colegas da classe para

verificar quais foram os pratos típicos mais citados pelas diferentes pessoas

entrevistadas.

Temos hábitos alimentares que aprendemos com nossos pais, nossos avós,

etc, porém o incentivo das propagandas ao consumo de refeições rápidas (lanches ou

produtos industrializados) pode modificar o hábito alimentar do adolescente. A

necessidade de aceitação grupal é muito importante para os jovens que

consequentemente adequarão seus hábitos alimentares de acordo com as expectativas do

grupo, influenciando-se muitas vezes por modismo, etc.

O consumo exagerado de açúcares e gorduras pode levar ao aparecimento de

doenças crônicas e cardiovasculares. Segundo a POF (Pesquisa de Orçamento das

Famílias), organizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o

brasileiro está consumindo açúcares e gorduras em excesso e a ingestão de frutas e

verduras está abaixo do recomendável.

Conhecendo as funções dos nutrientes no organismo, você poderá escolher

melhor os alimentos de sua dieta alimentar. A alimentação deve ser variada e dosada

com as necessidades de cada indivíduo. Ingerir calorias além das necessidades e a falta

de atividades físicas faz com que este excesso se transforme em gordura acumulando-se

sob a pele. A pessoa ganha massa corpórea e poderá tornar-se obesa.

Com o quadro de crescimento de obesos na última década, o Brasil começou

a se preocupar com esta questão. Segundo o IBGE um em cada dez adultos é

considerado obeso e a tendência é de aumentar esta proporção.

Existe uma forte associação entre a obesidade e o desenvolvimento de

algumas patologias tais como diabetes mellitus, disfunções pulmonares, doenças

cardiovasculares, problemas biliares e alguns tipos de câncer. Quanto ao aspecto

psicológico, a obesidade tem sido apontada como um dos fatores contribuintes para a

baixa-estima, o isolamento social, a depressão, etc.

Engordar ou emagrecer depende principalmente dos hábitos alimentares e

dois aspectos devem ser considerados: a quantidade de quilocalorias ingerida

diariamente e a quantidade de quilocalorias consumida diariamente pela atividade do

corpo.

Equação do equilíbrio energético

Quando uma pessoa gasta o mesmo número de calorias que ele ingere, sua

massa corpórea se mantém estável. A massa corpórea aumenta quando o número de

calorias ingeridas é superior ao número de calorias gastas e reduz quando o número de

calorias ingeridas é inferior ao número de calorias consumidas.

Uma maneira de verificar se uma pessoa está normal ou com excesso de peso

é calcular o seu Índice de Massa Corpórea (IMC). O Índice de Massa Corpórea é

determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura.

IMC = massa (kg)

altura (m) x altura (m)

Por exemplo: vamos calcular o IMC de um homem com 70Kg de massa e

1,60m de altura.

IMC = 70kg

1,60m x1,60m

IMC = 27,3

Índice de Massa Corporal (IMC)* Classificação

< 18,5 entre 18,5 e 25 entre 25 e 30 >30 >40

abaixo do normal normal acima do normal (excesso de peso) obeso (a) obesidade mórbida

* O IMC não é medida adequada para pessoas muito musculosas, crianças, mulheres grávidas e de idosos frágeis.

Fonte: Bortolozzo & Maluhy, 2005.

Atividade nº6: Juntamente com seu professor vocês poderão calcular o IMC

dos alunos desta turma e aplicar os resultados na construção de um gráfico de

barras.

Ter uma dieta alimentar equilibrada significa escolher e consumir os

alimentos conforme seus valores nutricionais por toda a vida. Deve conter todos os

nutrientes de que uma pessoa necessita para conservar sua saúde.

Para que o nosso organismo seja saudável é necessário fazer uma combinação

de alimentos que garantam o fornecimento de energia, alimentos que participam de sua

constituição e de alimentos que proporcionam bom funcionamento e desenvolvimento

do corpo.

Para que uma dieta seja balanceada, esta deve ser composta de nutrientes nas

proporções certas. Nossa alimentação diária deve conter: 53% de carboidratos; 20% de

proteínas; 16% de gorduras e pequenas doses de vitaminas diversas e sais minerais.

Os alimentos contêm diferentes tipos de nutrientes, alguns possuem mais

outros possuem menos, mas numa dieta equilibrada, a falta de um nutriente deve ser

suprido pela presença de outro.

Numa pirâmide alimentar, os alimentos são distribuídos em níveis, da base ao

ápice, em função da necessidade do organismo. Os alimentos são agrupados de acordo

com o valor nutritivo e a função de cada um, com a finalidade de ajudar na escolha dos

alimentos que devem fazer parte das refeições diárias.

A pirâmide alimentar abaixo é uma adaptação da versão americana de um estudo

voltado à alimentação nas condições brasileiras.

PIRÂMIDE ALIMENTAR

Açúcares e doces (1 porção) Óleos e Gorduras (1 porção)

Carnes e Ovos ( 1 a 2 porções) Leguminosas ( 1 porção)

Hortaliças (4 a 5 porções) Frutas (3 a 5 porções)

Tubérculos, pães, raízes Cereais, massas (5 a 9 porções)

Atividade nº7:

1 - Construa uma maquete de pirâmide alimentar.

2 - Entreviste uma pessoa que receba cesta básica de alimentos e elabore

uma lista com os alimentos que a compõem. Classifique os alimentos desta cesta na

pirâmide alimentar e verifique se estão bem distribuídos. Apresente sugestões para

uma pessoa que receba cesta básica complementar sua dieta.

Ensinar às crianças e aos jovens a importância de uma alimentação equilibrada é

o caminho para que elas aprendam fazer boas escolhas alimentares. Dentre as escolhas

que farão poucas tão importantes quanto uma alimentação correta e equilibrada.

Portanto, também faz parte da responsabilidade dos pais e da escola ensinar a

escolherem bem a sua própria alimentação ou, pelo menos, alertar para certos abusos.

Agora que você conhece as funções e a importância dos alimentos para o seu

organismo, você saberia reconhecer uma dieta alimentar equilibrada e evitar a

obesidade decorrente da má nutrição? O que você gostaria de saber mais sobre

este assunto?

REFERÊNCIAS

BORTOLOZZO, S.; MALUHY, S. Projeto Educação para o século XXI – Série Link

da Ciência, São Paulo: Ed. Escala Educacional, 2005.

GOWDAK, D.; MARTINS, E. Ciências: Novo Pensar , 2º ed. São Paulo: Ed. FTD,

2006.

JÚNIOR, C. S.; SASSON, S.; SANCHES, P. S. Ciências: Entendendo a Natureza: O

Homem no Ambiente, São Paulo: Ed. Saraiva, 2001.

SANTOS, M. A. Biologia Educacional, São Paulo: Ed. Ática, 1984.

TRIVELLATO, J.; TRIVELLATO, S.; MOTOKANE, M.; LISBOA, J. F.; KANTOR,

C. Ciências, Natureza & Cotidiano, São Paulo: Ed. FTD, 2006.

VALLE, C. Ciências – Ser Humano e Saúde, Curitiba, Ed. Positivo 2005.