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CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DO SEXO MASCULINO SOB A ÓTICA DA ABORDAGEM SINDRÔMICA 1 Dirlei Domingues dos Santos*; 2 Cosme Sueli de Faria Pereira; 3 Ann Mary Machado Tinoco Feitosa Rosas; 4 Ana Beatriz Azevedo Queiroz; 5 Ana Maria Neves Carvalho; 6 Gabriela Silva dos Santos. Introdução: a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) continua crescendo em todo o mundo, com estimativa de que ocorram no mundo, a cada ano, 448 milhões de novos casos e, desses, 10 a 12 milhões somente no Brasil (ARAÚJO, et al., 2015). Quando o indivíduo não recebe o acompanhamento e o tratamento adequado, podem surgir inúmeras complicações, sendo elas: a transmissão sexual da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida causada pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida, infertilidade, abortamento espontâneo, malformações congênitas e até a morte. No Brasil, o Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Controle de DST/AIDS, desde 1993, recomenda a abordagem sindrômica para tratamento das DST’s. No entanto, para a utilização da referida metodologia os enfermeiros devem receber capacitação sobre a temática para diagnosticar e tratar os pacientes (ZAMBIANCO, et al., 2014). Objetivo: descrever o passo a passo de uma rotina de atendimento de primeira vez, elaborada por um enfermeiro assistencial de um hospital de ensino, para o paciente com demanda espontânea, encaminhado interna ou externamente com suspeita ou sem diagnóstico para DST. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto do cotidiano de trabalho de um enfermeiro na realização da consulta de enfermagem com enfoque na abordagem sindrômica para o atendimento ao paciente do sexo masculino com queixas, sinais e sintomas de DST. Resultados: foram estabelecidos seis passos de condutas. O primeiro passo: acolhimento- nesse momento identifica-se as queixas, o itinerário terapêutico e faz-se o encaminhamento para abertura de prontuário. Segundo passo: consulta clínica- onde se segue o desenvolvimento de uma consulta preconizada, porém, identificando as diferentes vulnerabilidades e valorizando o exame físico por serem estes os principais elementos diagnósticos das DST’s. Terceiro passo: inspeção- céfalo- caudal, com olhar atento a cavidade oral, regiões ganglionares (pescoço, região axilar e inguinal) e o exame da genitália (órgão genitais externos), região ano-retal e por último o toque retal em busca de tumorações, alterações da próstata e saliências. Quarto passo: diagnóstico sindrômico através do uso do fluxograma baseado nas queixas e nos achados. Quinto passo: tratamento. Sexto passo: agendamento para avaliação. Conclusão: é necessário estabelecer uma relação de confiança entre o profissional de saúde e o indivíduo para garantir a qualidade do processo de aconselhamento e adesão ao tratamento e ao serviço, sendo necessário assegurar um ambiente de privacidade para consulta, tempo e disponibilidade interna do profissional para o diálogo, assegurando para o cliente a confidencialidade das informações. Contribuições para a Enfermagem: o enfermeiro deve estar preparado com conhecimento técnico científico para utilizar a abordagem sindrômica das DST’s durante a consulta de enfermagem, bem como para realizar a busca ativa e as ações educativas para prevenção de novos casos. Doenças Sexualmente Transmissíveis, Perfil de Saúde e Aconselhamento, Enfermagem. ________________________ 1 Enfermeiro. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

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Page 1: DA ABORDAGEM SINDRÔMICA - abenpb.com.br · DA ABORDAGEM SINDRÔMICA 1 Dirlei Domingues ... 6 Gabriela Silva dos Santos. Introdução: a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis

CONSULTA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DO SEXO MASCULINO SOB A ÓTICA

DA ABORDAGEM SINDRÔMICA

1 Dirlei Domingues dos Santos*; 2 Cosme Sueli de Faria Pereira;

3 Ann Mary Machado Tinoco Feitosa Rosas; 4 Ana Beatriz Azevedo Queiroz;

5 Ana Maria Neves Carvalho; 6 Gabriela Silva dos Santos.

Introdução: a prevalência de doenças sexualmente transmissíveis (DST) continua crescendo em todo o mundo, com estimativa de que ocorram no mundo, a cada ano, 448 milhões de novos casos e, desses, 10 a 12 milhões somente no Brasil (ARAÚJO, et al., 2015). Quando o indivíduo não recebe o acompanhamento e o tratamento adequado, podem surgir inúmeras complicações, sendo elas: a transmissão sexual da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida causada pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida, infertilidade, abortamento espontâneo, malformações congênitas e até a morte. No Brasil, o Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Controle de DST/AIDS, desde 1993, recomenda a abordagem sindrômica para tratamento das DST’s. No entanto, para a utilização da referida metodologia os enfermeiros devem receber capacitação sobre a temática para diagnosticar e tratar os pacientes (ZAMBIANCO, et al., 2014). Objetivo: descrever o passo a passo de uma rotina de atendimento de primeira vez, elaborada por um enfermeiro assistencial de um hospital de ensino, para o paciente com demanda espontânea, encaminhado interna ou externamente com suspeita ou sem diagnóstico para DST. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, elaborado no contexto do cotidiano de trabalho de um enfermeiro na realização da consulta de enfermagem com enfoque na abordagem sindrômica para o atendimento ao paciente do sexo masculino com queixas, sinais e sintomas de DST. Resultados: foram estabelecidos seis passos de condutas. O primeiro passo: acolhimento- nesse momento identifica-se as queixas, o itinerário terapêutico e faz-se o encaminhamento para abertura de prontuário. Segundo passo: consulta clínica- onde se segue o desenvolvimento de uma consulta preconizada, porém, identificando as diferentes vulnerabilidades e valorizando o exame físico por serem estes os principais elementos diagnósticos das DST’s. Terceiro passo: inspeção- céfalo-caudal, com olhar atento a cavidade oral, regiões ganglionares (pescoço, região axilar e inguinal) e o exame da genitália (órgão genitais externos), região ano-retal e por último o toque retal em busca de tumorações, alterações da próstata e saliências. Quarto passo: diagnóstico sindrômico através do uso do fluxograma baseado nas queixas e nos achados. Quinto passo: tratamento. Sexto passo: agendamento para avaliação. Conclusão: é necessário estabelecer uma relação de confiança entre o profissional de saúde e o indivíduo para garantir a qualidade do processo de aconselhamento e adesão ao tratamento e ao serviço, sendo necessário assegurar um ambiente de privacidade para consulta, tempo e disponibilidade interna do profissional para o diálogo, assegurando para o cliente a confidencialidade das informações. Contribuições para a Enfermagem: o enfermeiro deve estar preparado com conhecimento técnico científico para utilizar a abordagem sindrômica das DST’s durante a consulta de enfermagem, bem como para realizar a busca ativa e as ações educativas para prevenção de novos casos. Doenças Sexualmente Transmissíveis, Perfil de Saúde e Aconselhamento, Enfermagem. ________________________

1Enfermeiro. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]

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2 Enfermeira.Mestra. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tutora e Vice- coordenadora da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher; 3 Enfermeira. Doutora. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenadora da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher; 4 Enfermeira. Doutora. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diretora do DDAC da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher; 5 Enfermeira. Instituto de Atenção à Saúde São Franscisco de Assis (HESFA). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vice-Diretora do DDAC da Residência Multiprofissional em Saúde da Mulher 6 Enfermeira. Doutoranda. Escola de Enfermagem Anna Nery. Universidade Federal do Rio de Janeiro;