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UFMT coopera com municípios: desenvolvimento de novos saberes e práticas na gestão do Sistema Único de Saúde em Mato Grosso UFMT cooperates with municipalities: development of new knowledge and practices in the management of the National Health System in Mato Grosso Júlio Strubing Müller Neto 1 Fátima Ticianel Schrader 2 Aline Paula Motta 3 1 Professor do Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso (ISC/UFMT); doutorando em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ). [email protected] 2 Enfermeira do Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS/UFMT); Mestre em saúde coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (ISC/UFMT). [email protected] 3 Estagiaria no Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS/UFMT); Discente em Direito do Centro Universitário da Várzea Grande (UNIVAG). [email protected].

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  • UFMT coopera com municípios: desenvolvimento de novos saberes e práticas na

    gestão do Sistema Único de Saúde em Mato Grosso

    UFMT cooperates with municipalities: development of new knowledge and practices in

    the management of the National Health System in Mato Grosso

    Júlio Strubing Müller Neto 1

    Fátima Ticianel Schrader 2

    Aline Paula Motta 3

    1 Professor do Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso

    (ISC/UFMT); doutorando em saúde pública pela Escola Nacional de Saúde Pública

    Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/FIOCRUZ).

    [email protected]

    2 Enfermeira do Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS/UFMT); Mestre em saúde

    coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso

    (ISC/UFMT).

    [email protected]

    3 Estagiaria no Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS/UFMT); Discente em

    Direito do Centro Universitário da Várzea Grande (UNIVAG).

    [email protected].

  • 2

    RESUMO Este artigo apresenta a experiência do Curso de Desenvolvimento

    Gerencial do Sistema Único de Saúde realizado em oito municípios de Mato Grosso

    com objetivo de capacitar gerentes e profissionais das Secretarias de Saúde, numa

    iniciativa de ensino e serviço. Coordenada pelo Núcleo de Desenvolvimento em Saúde

    do Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal de Mato Grosso (ISC/UFMT) em

    parceria com o COSEMS/MT, a proposta fundamenta-se no quadro teórico sobre

    processos de trabalho e na teoria do agir comunicativo. Foram certificados 221 alunos,

    cujos perfis evidenciaram o predomínio de uma força de trabalho jovem, com nível

    superior e do sexo feminino, com tempo recente de vinculação às instituições. O curso

    cumpriu o objetivo de despertar os profissionais para o potencial de cada um no

    processo de construção do SUS com qualidade, integralidade, trabalho em equipe a

    favor do usuário e da comunidade.

    PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento gerencial do SUS; Trabalho em equipe;

    Prática de gestão e do cuidado em saúde.

  • 3

    ABSTRACT This article presents the experience of the Management Development

    Course of the National Health System (SUS in Brazil), performed in eight municipalities

    of Mato Grosso, in order to train managers and professionals from Health

    Departments, an initiative related to teaching and to service. Coordinated by the Center

    for Health Development (ISC/UFMT) in association with COSEMS/MT, the proposal is

    based on theoretical framework on work processes and the theory of communicative

    action. Two hundred and twenty one students were certified, whose profiles showed the

    predominance of a young labor force, with academic graduation, and female

    predominance with a recent time of attachment to the institutions. The course was

    performed with the purpose of awakening the professionals to the potential of each one

    of them in the construction of SUS with quality and completeness, teamwork for the

    user, favoring the community.

    KEYWORDS: Development management of SUS; Teamwork; Practice management

    and health care.

  • 4

    INTRODUÇÃO

    Este trabalho apresenta a experiência do Curso de Desenvolvimento Gerencial

    do Sistema Único de Saúde (CDG-SUS) realizado em oito municípios de Mato Grosso e

    que capacitou 221 gerentes e profissionais das Secretarias de Saúde, contribuindo para o

    fortalecimento do SUS, em uma iniciativa inovadora de ensino e serviço. É uma

    iniciativa do Núcleo de Desenvolvimento em Saúde (NDS) que integra o Instituto de

    Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em parceria

    com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS/MT) e as Secretarias

    Municipais de Saúde beneficiadas.

    A qualificação dos gerentes e profissionais da saúde é uma demanda crescente

    do SUS, em função da complexidade crescente do sistema, da diversidade de atores e de

    processos de trabalho em espaços da gestão e da prestação dos serviços, o que requer a

    superação do modelo de planejamento e gestão normativo e pouco participativo, ainda

    predominante nas instituições. Nesse sentido, o CDG-SUS traz como proposta teórica

    metodológica o desenvolvimento das pessoas e das práticas de gestão e do cuidado em

    saúde, numa perspectiva ética e da integralidade da atenção, na construção do perfil e

    das competências desejadas para os gerentes dos serviços municipais de saúde, tendo

    como eixo o direito à saúde e às necessidades de saúde da população e dos cidadãos.

    Essa proposta é fundamentada no quadro teórico adotado por Peduzzi (2007, p.

    161), com base nos estudos de processos de trabalho em saúde e na teoria do agir

    comunicativo, desenvolvida por Habermas, que contribuem para o entendimento do

    trabalho em equipe de saúde e para a compreensão e intervenção na realidade, com

    vistas às mudanças das práticas, respeitadas as diferenças culturais e a vontade e opinião

    política dos trabalhadores e usuários do sistema público de saúde. Conhecer e atuar

  • 5

    sobre o mundo não são mais atividades individuais de um ator ou sujeito, mas uma

    relação intersubjetiva linguisticamente mediada onde o sujeito, além de ter interesse em

    atuar sobre o mundo, está interessado em entender-se com outros sujeitos sobre o

    significado das questões (HABERMAS, 1987; 2003). É o paradigma da comunicação a

    promover a ruptura com a velha moldura da relação sujeito versus objeto, substituindo-a

    por uma relação intersubjetiva, onde se resgatam pretensões de validade. De acordo com

    Siebeneichler (1989), para a razão centrada no sujeito, vale o critério de verdade no

    conhecimento dos objetos e de domínio sobre as coisas, enquanto a razão centrada na

    comunicação procura sua validade na argumentação. Nessa perspectiva, a intervenção

    sobre a realidade social e sanitária dessa comunidade, ou seja, a implementação de uma

    determinada política pública de saúde no âmbito local, por exemplo, também deve

    obedecer às mesmas premissas. É importante ressaltar que as práticas correntes,

    hegemônicas, de formulação e implementação de políticas de saúde no SUS partem do

    universo cultural dos gestores e técnicos de saúde, sobretudo da área de planejamento

    em direção ao universo cultural dos grupos demandantes, esquecendo-se, com

    freqüência, que quando dois ou mais grupos pertencentes a diferentes mundos da vida

    interagem para pensar uma ação conjunta, a decisão não pode ser tomada a partir dos

    valores e normas de um só grupo. Os atores sociais e os trabalhadores de saúde devem

    ser reconhecidos como sujeitos portadores de valores, crenças, direitos e competências

    para agir comunicativamente e participar de um discurso racional (ARTMANN, 2001;

    RIVERA; ARTMANN, 2006).

    Para a teoria do agir comunicativo, os sujeitos partilham uma tradição cultural na

    medida em que se entendem mutuamente e concordam sobre sua condição; quando

    coordenam suas ações por meio de normas intersubjetivamente reconhecidas, os sujeitos

    agem como membros de um grupo social solidário; os indivíduos que crescem no

  • 6

    interior de uma tradição cultural e participam da vida de um grupo social, além de

    desenvolverem identidades individuais e coletivas, processos esses mediados pela

    interação intersubjetiva propiciada pela linguagem. Os sujeitos em relação intersubjetiva

    são, ao mesmo tempo, produto e produtores do contexto em que estão inseridos, pois a

    ação comunicativa tem a função de realizar a reprodução cultural, garantir integração

    social e solidariedade e promover processos de socialização.

    Na leitura habermasiana da realidade social, há uma relação dialética entre o

    mundo da vida, mediado pela linguagem e pela cultura e representado pela razão

    comunicativa, e o sistema, mediado pelo poder e pelo dinheiro e representado pela razão

    instrumental. O mundo da vida não esgota todos os aspectos da vida social e a

    reprodução material da sociedade é desempenhada pelo sistema, no qual as ações são

    orientadas para o êxito. O sistema é resultante da diferenciação dentro do mundo da

    vida, dos subsistemas de ação especializados, sistema econômico e sistema

    administrativo (SIEBENEICHLER,1989).

    Apoiando-se nessas referências teórico-metodológicas, o curso foi desenvolvido

    à luz da política nacional de educação permanente e incorporou a participação dos

    gestores e técnicos municipais de saúde na sua formulação, execução e avaliação, como

    forma de fortalecer as parcerias entre as instituições de ensino e pesquisa e os serviços

    de saúde locais. Nesse sentido, responde a antiga demanda dos gestores municipais de

    saúde ao estreitar os laços de cooperação entre as instituições formadoras e os serviços,

    fortalecendo a gestão municipal e os processos de mudança das práticas de trabalho no

    cuidado e na docência (BRASIL, 2005).

    O CDG-SUS teve como objetivo geral contribuir para a qualificação das práticas

    de gestão e do cuidado em saúde no município, além de fortalecer a relação entre as

    instituições de ensino e pesquisa e a gestão municipal do SUS na implementação da

  • 7

    educação permanente em saúde. Foram desenvolvidos instrumentais teóricos e

    metodológicos com foco na realidade do município, incluindo um conjunto de textos e

    informações que possibilitam reflexão, avaliação e construção coletiva do

    conhecimento.

    Desenvolvimento do projeto do curso

    O NDS foi responsável pela formulação e implantação do projeto e contou com

    a assessoria especial da Doutora Roseni Pinheiro e com a equipe do Centro de Estudos e

    Pesquisa em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Rio de Janeiro

    (CEPESC/UERJ/LAPPIS) e docentes da UFMT. A coordenação contou, também, com a

    cooperação do Colegiado de Gestão do Curso, constituída por profissionais das

    instituições parceiras. O financiamento ocorreu com recursos do Ministério da Saúde,

    Organização Pan-Americana da Saúde, cabendo a administração financeira à Fundação

    UNISELVA de apoio à UFMT. O certificado do aluno foi expedido pela Pró-Reitoria de

    Vivência Acadêmica e Estudantil da UFMT (PROVIVAS).

    O CDG-SUS foi realizado nos seguintes municípios de Mato Grosso: Alta

    Floresta, Barra do Garças, Campo Verde, Diamantino, Jaciara, Lucas do Rio Verde,

    Nossa Senhora do Livramento e Sinop. Para adesão ao curso, o gestor municipal

    assinou um termo de parceria com o NDS, que foi homologado pelo Conselho

    Municipal de Saúde, definindo-se as responsabilidades das instituições envolvidas,

    sendo contrapartida do município a logística para a realização das atividades

    presenciais, incluindo salas de aula, acesso à internet, lanches, cópias dos documentos

    do município para subsidiar o trabalho dos grupos e disponibilidade do monitor local.

  • 8

    A clientela foi constituída por servidor com cargo de gerente ou responsável

    técnico em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e especializada, assim como gerente ou

    responsável em unidade administrativa/apoio nas áreas de recursos humanos,

    orçamento, financiamento, material, almoxarifado, farmácia, serviços gerais etc. A

    seleção dos alunos foi realizada sob responsabilidade do Secretário Municipal de Saúde

    e da equipe gestora de saúde do município, sendo que duas vagas foram destinadas a

    representantes dos usuários no Conselho Municipal de Saúde.

    Os pré-requisitos para seleção e participação do aluno no curso foram: fazer

    parte do sistema municipal, ter, preferencialmente, curso superior completo e contar

    com ficha de inscrição autorizada pelo gestor local. Para obter certificado, o aluno

    deveria teve frequência obrigatória de 70% do total da carga horária presencial, além de

    realizar trabalho individual ou em grupo e o trabalho de campo programado a partir da

    primeira unidade.

    Para sua realização, selecionaram-se docentes universitários do ISC/UFMT,

    assessores do COSEMS/MT, integrantes da Rede de Apoio ao SUS1 e monitores do

    próprio município, esses últimos responsáveis pela organização local e apoio às

    atividades acadêmicas e de dispersão. A capacitação dos monitores ocorreu em três

    oficinas de trabalho, totalizando 76 horas, sendo que na primeira houve a participação

    de 34 profissionais de todo o estado com potencial para assumir a monitoria do curso.

    As demais oficinas priorizaram a preparação do curso, sendo que a terceira ocorreu após

    o curso piloto no município de Sinop, onde se validou a metodologia e o conteúdo. Ao

    término dos cursos, foram realizadas duas reuniões com os monitores centrais para

    1 A Rede de Apoio ao SUS é coordenada pelo COSEMS/MT com apoio de instituições parceiras. Tem

    abrangência estadual com pontos de conexão e integração de gestores, profissionais e conselheiros em todas as

    16 regiões do Estado, favorecendo a articulação nas principais áreas de atuação do Conselho e o fortalecimento

    do papel do município na regionalização e implementação do Pacto pela Saúde.

  • 9

    elaboração dos relatórios por município. A execução do curso foi feita por treze desses

    monitores, sendo oito ligados a gestão municipal.

    O projeto do CDG-SUS foi coordenado pelo Professor Júlio Müller e pela

    Enfermeira Mestre Fátima Ticianel Schrader, com apoio da técnica e estagiária Aline

    Paula Motta. A coordenação do projeto foi responsável pela formulação do conteúdo, da

    metodologia, da grade curricular do curso e pela elaboração do material pedagógico

    para capacitação dos monitores e do material instrucional distribuído aos alunos,

    incluindo: um caderno de informações sobre a situação de saúde de cada município, o

    programa do curso, textos e aulas em CD, reprodução de DVD de filme sobre o SUS e

    sobre o Pacto pela Saúde.

    Estrutura e metodologia do curso

    A estrutura do curso foi organizada em duas unidades que totalizaram 80 horas.

    O conteúdo baseou-se em noções / conceitos de política, planejamento e gestão da saúde

    e no processo de trabalho das equipes, tendo a integralidade, o direito à saúde e à

    educação permanente como eixos que permearam todas as etapas do processo de

    ensino-aprendizagem (PINHEIRO; MATTOS, 2006).

    A primeira unidade, com 30 horas presenciais, enfatiza a área de política,

    planejamento e gestão da saúde no município e é concluída com 20 horas de atividades

    de campo, durante as quais o aluno realiza leitura e fichamento de textos, entrevistas

    com usuários e trabalhadores e observação das unidades de saúde, com ênfase na

    organização/gerenciamento dos serviços e satisfação do usuário. Após 30 dias da

    Unidade I, é realizada a segunda unidade, com 30 horas de aula presencial, enfocando a

  • 10

    área de organização da atenção e do cuidado, os serviços, o processo de trabalho, a

    relação em equipe e a participação do usuário.

    A metodologia utiliza técnicas participativas como estudo dirigido, pequenos

    grupos e plenárias, mosaico, memória viva, estudo de casos, construção de agenda, etc.

    Enfatiza a relação entre o conteúdo temático na constituição de novos sujeitos no

    sistema municipal, a formação de coletivos como estratégia de educação permanente, e

    corresponsabilidade na condução do SUS (BRASIL, 2005).

    Para o estudo da realidade do município, foi elaborado o Caderno de Informação

    do Município, com dados sobre a situação social, econômica, sanitária e de saúde local

    (MATO GROSSO, 2008). Utilizou-se, também, o resultado da pesquisa produzido pelo

    Grupo de Saúde Popular e NDS sobre a incorporação das demandas populares à política

    de saúde nesses municípios (MÜLLER NETO et al., 2006; GRUPO DE SAÚDE POPULAR,

    2007).

    Conteúdo

    Os conteúdos da unidade I, Política, Planejamento e Gestão do SUS, foram

    organizados em quatro módulos:

    1. Contextualização e análise da saúde pública no Brasil e em Mato Grosso

    (CUNHA; CUNHA, 2001);

    2. Contextualização e análise da saúde pública no Município: história e

    aspectos político-institucionais, estrutura e organização da Secretaria de

    Saúde e a gestão do sistema, planejamento, financiamento, recursos humanos

    e controle social (BRASIL, 2007; GRUPO DE SAÚDE POPULAR, 2007);

  • 11

    3. Informação e planejamento em saúde: a importância e o papel da informação

    em saúde, diagnóstico sociodemográfico e de saúde do município,

    gerenciamento de informações, Planeja SUS, papel da gestão e do controle

    social no planejamento, principais instrumentos de planejamento e gestão do

    SUS (ANDRADE; SOARES, 2001; BRASIL, 2007; DE’SETA, 2002);

    4. Trabalho de campo: orientações sobre leitura dos textos selecionados;

    entrevista com usuários e trabalhadores de unidades de saúde, com enfoque

    na organização da rede e dos serviços, fluxo dos usuários,

    acesso/acessibilidade, vínculo, acolhimento, trabalho das equipes e

    gerenciamento de materiais.

    A Unidade II abordou Gerenciamento e a organização do sistema e serviços de

    saúde: integralidade e direito à saúde, enfatizando o trabalho em equipe na saúde e o

    processo de trabalho, e o agir comunicativo (PEDUZZI, 2007).

    1. Modelos assistenciais em saúde e a estratégia da saúde da família: rede

    de serviços e organização do cuidado em saúde (SILVA JUNIOR;

    MASCARENHAS, 2005);

    2. Integralidade do cuidado, trabalho em equipe, educação permanente e

    participação do usuário: análise do trabalho em equipe na saúde,

    processo de trabalho em saúde e papel da equipe (BONALDI et al., 2007;

    PEDUZZI, 2007);

    3. Gerência de recursos na unidade (MANDELLI, 1997);

    4. Pactuação da agenda mínima de educação permanente para

    fortalecimento gerencial: informações necessárias para construção dessa

    agenda no Município.

  • 12

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Perfil dos alunos do CDG-SUS

    O perfil descrito a seguir foi elaborado com base nos dados contidos na ficha de

    inscrição dos 280 alunos do curso. Do total, 221 concluíram com a frequência exigida

    (70% de presença), 41 tiveram frequência insuficiente e 18 não terminaram o curso. O

    Gráfico 1 indica que 40,55% dos alunos inscritos apresentavam idade entre 30 e 39

    anos, 31,1% entre 20 e 29 anos e 20,08% entre 40 e 49 anos, sendo 78,82% do total de

    alunos do sexo feminino.

    GRÁFICO 1 – Percentual dos alunos inscritos no CDG-SUS, segundo faixa etária, Cuiabá (2008)

    Fonte: CDG-SUS/NDS/ISC/UFMT (2008).

  • 13

    No item escolaridade dos alunos, 73,23% possuíam ensino superior completo e

    destes 63,98% eram pós-graduados. Em relação ao tempo de serviço dos profissionais

    na Secretaria Municipal de Saúde, 51,37% dos alunos referiram trabalhar há um a cinco

    anos na instituição, 16,08% entre seis a dez anos e 13,73% há mais de 11 anos. Quanto

    ao vínculo empregatício, 69,41% eram estatutários, 14,12% contratos temporários,

    1,18% celetistas e 15,29% não informaram.

    O perfil dos alunos inscritos no curso evidenciou o predomínio de uma força de

    trabalho jovem, com menos de 40 anos, com nível superior e do sexo feminino, sendo

    que o tempo de vinculação às instituições era recente, inferior a dez anos. Destaca-se,

    também, a alta proporção de trabalhadores estatutários, contrariando a noção muito

    difundida da precariedade de vínculos da força de trabalho da saúde municipal. Esses

    dados sinalizam a importância do investimento em processos de educação permanente

    nos municípios como estratégia para o fortalecimento gerencial e qualificação do SUS.

    Avaliação do CDG-SUS pelos alunos

    A avaliação a seguir refere-se ao consolidado do instrumento aplicado junto aos

    alunos presentes no final da segunda unidade, totalizando 193 fichas de avaliação. O

    conteúdo do curso foi avaliado como muito bom por 82,90% dos alunos quanto à sua

    adequação aos objetivos propostos. Para 79,79% dos alunos, a metodologia foi muito

    boa, favorecendo a discussão sobre os temas propostos e para 74,87% a metodologia

    estimulou a participação das pessoas no curso. O material didático foi disponibilizado

    em quantidade suficiente e ofereceu subsídio para discussão dos temas, segundo 73,96%

    dos alunos.

  • 14

    Já a linguagem do material didático foi considerada acessível e de muito boa

    compreensão dos temas estudados por 55,79% dos alunos e avaliada como boa por

    40,53%. Para a maioria dos alunos (92,75%) os monitores tinham domínio do conteúdo

    abordado e da metodologia adotada (89,58%). A estrutura física para realização do

    curso foi avaliada como muito boa (adequada e confortável) para a realização do curso,

    segundo 56,25% dos alunos e como boa para 39,06%.

    A participação ativa do grupo nas atividades e discussões propostas durante o

    curso foi avaliada como muito boa, segundo 66,32% dos alunos. A participação

    individual de forma ativa nas atividades e discussões propostas foi avaliada como muito

    boa por 51,83% e boa por 41,88% dos alunos. A contribuição do curso para ampliar os

    conhecimentos sobre o SUS foi avaliada como muito boa por 89,12% dos alunos

    (Gráfico 2).

    GRÁFICO 2 – Avaliação dos alunos do CDG-SUS quanto à contribuição do curso para ampliar o

    conhecimento sobre o SUS, Mato Grosso, 2008

    Fonte: CDG-SUS/NDS/ISC/UFMT (2008)

  • 15

    No Gráfico 3 foram destacados os aspectos significativos considerados passíveis

    de modificação nas práticas de trabalho e no gerenciamento do SUS municipal a partir

    do curso: a educação permanente, o planejamento e o cuidado com o usuário, além de

    outros temas.

    GRÁFICO 3 – Avaliação dos alunos do CDG-SUS quanto às possibilidades do curso de

    contribuir para mudanças das práticas de trabalho do SUS municipal, Mato Grosso, 2008

    Fonte: CDG-SUS/NDS/ISC/UFMT (2008).

    Desenvolvimento das pessoas e das práticas de gestão e do cuidado em saúde

    Na avaliação final, os alunos responderam a duas questões abertas relacionadas

    ao trabalho em equipe: 1) Mudanças no modo de trabalhar e se relacionar com a equipe;

    2) Como trabalhar as novas práticas do cuidado à saúde e as práticas gerenciais na

    unidade.

  • 16

    As respostas dadas pelos participantes foram analisadas com base nas teorias já

    citada aqui (HABERMAS, 1987, 2003; PINHEIRO; MATTOS, 2006; PEDUZZI, 2007),

    procurando identificar e relacionar a apropriação dos conceitos-chaves de integralidade,

    interdisciplinaridade e trabalho em equipe, educação permanente, participação social na

    saúde e gestão comunicativa ou participativa.

    A maioria das respostas foi afirmativa no sentido de apontar a vontade

    individual para implementação de novas medidas a serem incorporadas no trabalho

    gerencial a partir do curso, que iam desde o melhor conhecimento acerca do

    funcionamento e as atividades desenvolvidas pelas equipes e os setores da saúde; o

    fomento da discussão entre as equipes de trabalho utilizando-se os subsídios do curso

    (trocar e multiplicar conhecimento); iniciativas de realizar encontros mensais para a

    abordagem de temas importantes para o desenvolvimento do trabalho e motivação dos

    profissionais, visando à integração da equipe e a compreensão das limitações das

    abordagens disciplinares tradicionais; gerenciar melhor os recursos da unidade e fazer o

    planejamento local.

    Na avaliação de um aluno pudemos observar o desenvolvimento da percepção

    que o curso proporciona quanto à responsabilidade de cada um no processo de mudança

    das práticas:

    [...] Sim, porque a partir dessas discussões nós podemos melhorar as ações

    em saúde na nossa unidade. Entendi que a mudança pode começar em

    mim, então devo fazer minha parte (A1, CDG-SUS).

    A construção de técnicas para melhorar o acolhimento ao usuário por parte dos

    profissionais da rede foi abordado como um desafio, no sentido de aumentar o

    comprometimento de cada um e a resolutividade das ações. Nesse caso, o cidadão teve

    destaque como o centro do trabalho da equipe e a razão de ser do próprio trabalhador de

  • 17

    saúde. A confiança, o interesse, a corresponsabilidade e a determinação na prática do

    agir e conquistar as ações, promover a ação comunicativa (diálogo, escuta), colaboração

    e interação entre equipes das unidades foram outros tópicos significativos que

    emergiram na avaliação. Assim, comentou um aluno:

    [...] Sendo mais flexível na minha conduta, dando mais chance à

    comunicação tanto com a equipe como com usuários. Ter mais

    espírito de coletividade e iniciar um processo para atuar visando ao

    acolhimento, à responsabilização / vínculo, à qualidade da assistência,

    ou seja, à integralidade (A2,CDG-SUS).

    Destacou-se também a importância de valorizar o SUS no contexto do

    município, a necessidade de participação na elaboração das leis, de construir redes em

    que cada indivíduo se responsabilizasse por suas tarefas, atribuições e competências,

    visando a um sistema mais humano, ético e acessível. Em relação às práticas de

    integralidade que seriam implantadas nos serviços, destacaram-se: o vínculo, o

    acolhimento, acesso e acessibilidade, responsabilidade e instersetorialidade. Alguns

    comentários gerais dos alunos revelaram a importância do curso no contexto desses

    municípios, no caso de Mato Grosso, de pequeno e médio porte:

    [...] Recebemos esse curso como um presente muito esperado e então

    a responsabilidade é nossa de sermos multiplicadores, para que nossa

    equipe também tenha essas informações atualizadas a respeito da

    reformulação das ações de saúde no SUS e da necessidade de adequá-

    la à nossa realidade, às normas de organização da atenção básica de

    saúde, levando em conta os princípios de humanização, acolhimento e

    integralidade, que nada mais é do que a qualidade da atenção. (A3,

    CDG-SUS).

    [...] O curso foi muito bom, consegui ter uma visão mais ampla de

    todos os setores e seus problemas e também que irei levar isso em

    prática através do grupo (efetivação) da educação permanente. (A4,

    CDG-SUS).

  • 18

    [...] Este curso contribui em muito para meu aprendizado. Em relação

    ao SUS, ampliou meus conhecimentos. O meu desejo é que todos

    coloquem em prática o que aprendemos aqui e estaremos contribuindo

    para que nossa sociedade melhore através de gestores comprometidos.

    (A5, CDG-SUS).

    [...] Antes de começar o curso não imaginava que fosse possível

    aprender tanto em tão pouco tempo. A forma de aprendizado dinâmica

    permitiu uma melhor memorização, estimulou-nos a realizar ações e

    tentar resolver os problemas existentes. (A6, CDG-SUS).

    [...] Sinto nossos servidores mal aproveitados; temos excelentes na

    rede; pena que por questões políticas ou outras não são convocadas ou

    solicitadas a colocar em prática sua experiência profissional. Às vezes

    ele vem de locais onde tudo é destaque na área e ele já viveu isso.

    Pena que por falta de investimento de recursos, de dar condições de

    trabalho vamos embora; pois a sensação é que paramos no tempo.

    (A7, CDG-SUS).

    [...] O curso foi de extrema valia para o conhecimento, participação.

    Foi realizado com uma didática muitíssimo boa. Fez enxergar

    problemas que estão ao nosso lado e fez a gente saber que temos

    subsídios para resolvê-los em planejamento, integração da equipe e

    capacitação. (A 8, CDG-SUS).

    [...] O curso atingiu seus objetivos nos seguintes aspectos: ampliar

    nossa visão quanto aos problemas enfrentados no dia-a-dia e criou

    nossa corresponsabilidade frente a soluções de problemas. (A1 9,

    CDG-SUS).

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Como observado na avaliação dos alunos, o CDG-SUS cumpriu com seus

    objetivos propostos, principalmente o de despertar os profissionais para o potencial de

    cada um no processo de construção do SUS com qualidade e integralidade, indicando a

    existência de excelentes profissionais no sistema e a falta de oportunidade para o

    desenvolvimento da percepção em relação a si mesmo, do potencial do trabalho em

    equipe a favor do usuário, da comunidade. O CDG-SUS foi uma pequena iniciativa que

  • 19

    potencializou a apropriação das estratégias da educação permanente pelos atores que

    fizeram as mudanças.

    A experiência exitosa realizada em Mato Grosso foi apresentada em diversos

    fóruns do COSEMS/MT e nos Colegiados de Gestão Regional (CGR) que apoiaram a

    iniciativa e decidiram considerá-la uma das prioridades da política de educação

    permanente no SUS estadual.

    O papel da universidade no trabalho de extensão e docência voltada para as

    necessidades de saúde da população e ao desenvolvimento de novas competências dos

    gerentes do SUS foi amplamente reconhecido, não só pelos trabalhadores e gestores

    municipais da saúde que aprovaram o projeto de continuidade, em CIB/Estadual, como

    pelo Ministério da Saúde que assegurou o financiamento para execução desse novo

    projeto dos cursos de desenvolvimento gerencial a serem realizados pela UFMT e seus

    parceiros, em 2009 e 2010, em 45 municípios de Mato Grosso.

    O efeito multiplicador do CDG-SUS, a integração UFMT, COSEMS/MT e

    Secretariais de Saúde na formulação, execução e avaliação do curso, o foco na realidade

    do município e nos problemas de saúde prioritários para a população, o enfoque na

    integralidade da atenção e na interdisciplinaridade do trabalho em equipe, assim como a

    construção da proposta de educação permanente para o fortalecimento gerencial do

    SUS, contribuiu para a mobilização dos trabalhadores de saúde e o empoderamento dos

    sujeitos coletivos nos municípios, na luta pela integralidade da atenção e na gestão do

    cuidado como essenciais à garantia do direito à saúde.

  • 20

    REFERÊNCIAS

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  • 23

    EQUIPE DE TRABALHO CDG-SUS

    Coordenação e supervisão ISC/UFMT

    Júlio Strubing Müller Neto

    Maria Angélica dos Santos Spinelli

    Fátima Ticianel Schrader

    Aline Paula Motta

    Monitores Centrais

    Alba Regina Medeiros ISC/UFMT– Campo Verde e Barra do Garças

    Geny Catarina (SES/MT/COSEMS/MT) Alta Floresta e Nossa Senhora do Livramento

    Marina Atanaka dos Santos (ISC/UFMT) Diamantino

    Miriam Tereza Vali Sole Rocha (SES/MT) Lucas do Rio Verde

    Nereide Martinelli (SES/MT/COSEMS/MT) Sinop, Diamantino e Lucas do Rio Verde

    (UI) Simone C. Charbel (SES/MT/NDS/ISC/UFMT) Jaciara e Alta Floresta

    Monitores SMS

    Alberto Kazunori Kinoshita – Sinop

    Alice Dorothy Ligeiro Medeiros – Barra do Graças

    Cristhiane Candido Duarte – Diamantino

    Francisca Andréia Duarte – Jaciara

    Geisa Alexandra de Proença – Nossa Senhora do Livramento

    Marilei Fátima Simionato – Campo Verde

    Colaboradores

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    Alice Harumi Matsumoto – SMS de Cuiabá

    Ana Paula Louzada dos Anjos – COSEMS/MT

    Caroline Vilela Nascimento – Bolsista Medicina UFMT

    Eliana Maria Siqueira Carvalho – SMS de Cuiabá

    Ilva Félix do Nascimento – NDS/ISC

    Isa Félix Adôrno – Bolsista Medicina UFMT

    Joilson Santana de Campos – NDS/ISC

    Larissa Miranda Xavier Vieira – Bolsista Medicina UFMT

    Maria Salete Ribeiro – COSEMS/MT

    Marília da Silva Garrote – Bolsista Medicina UFMT

    Nina Rosa Ferreira Soares – NDS/ISC

    Patrícia dos Santos Arruda – NDS/ISC

    Rodolfo Bezerra Benevides – NDS/ISC

    Vanja J. Bonna – SMS de Cuiabá