cultura do milho - introdução

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Introdução a cultura do Milho (Zea mayz)

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  • SISTEMAS DE CRIAODocente: Msc. Joo Ricardo Pompermaier RamellaEng. Agrnomo CREA: PR102204/D

  • Sistema de Produo de Milho(Zea mays)Curso: Agronegcios - TAG 604 5 perodoCarga Horria: 36 horas

  • OrigemO milho uma espcie da famlia das gramneas, sendo o nico cereal nativo do Novo Mundo. o terceiro cereal mais cultivado no planeta. A cultura est espalhada numa vasta regio do globo, em altitudes que vo desde o nvel do mar at 3 mil metros.

  • Este cereal no nativo do Brasil e, assim, importante ressaltar que no somos o centro de origem dessa cultura, como, equivocadamente, muitos podem imaginar. Apenas o Mxico e a Guatemala so considerados pases que deram origem ao milho que conhecemos hoje.

  • A mais antiga espiga de milho foi encontrada no vale do Tehucan, na regio onde hoje se localiza o Mxico, datada de 7.000 a.C. O Teosinte ou alimento dos deuses, como era chamado pelos maias, deu origem ao milho por meio de um processo de seleo artificial (feito pelo homem). O Teosinte ainda encontrado na Amrica Central.

  • Ao longo do tempo, o homem promoveu uma crescente domesticao do milho por meio da seleo visual no campo, considerando importantes caractersticas, tais como produtividade, resistncia a doenas e capacidade de adaptao, dentre outras, dando origem s variedades hoje conhecidas.

  • Importncia Scio Econmica O milho a terceira cultura mais cultivada no mundo. No Brasil, so colhidos em mdia 12 milhes de hectares a cada safra, o que coloca o pas como o terceiro no ranking mundial de rea colhida.

  • Alm da sua importncia econmica como principal componente na alimentao de aves, sunos e bovinos, o milho cumpre papel tcnico importante para a viabilidade de outras culturas, como a soja e o algodo, por meio da rotao de culturas, minimizando possveis problemas como nematides de galha, nematide de cisto e doenas como o mofo branco e outras, dando sustentabilidade para diferentes sistemas de produo em muitas regies agrcolas do Brasil e do mundo.

  • Classificao BotnicaA famlia Poaceae ( Graminaceae) possui cerca de 727 gneros e 19.325 espcies, com ampla distribuio mundial (cosmopolitas).

    Reino: PlantaeDiviso: MagnoliophytaClasse: MagnoliopsidaOrdem: GramineaeFamlia: PoaceaeGnero: ZeaEspcie: mays

  • Descrio BotnicaSementeA semente lanada ao solo, havendo condies de umidade e temperatura favorveis, germina aps 5 ou 6 dias.A semente um tipo especial de fruto botanicamente classificado como cariopse. A mesma apresenta basicamente 3 partes:Pericarpo: camada mais externa, fina e resistente constituindo a parede externa da semente.Endosperma: parte mais volumosa da semente, envolvida pelo pericarpo e constituda por substncias de reserva principalmente o amido.

  • Embrio: a planta em miniatura com os primrdios de todos os rgos da planta desenvolvida.

  • Sistema Radicular No incio da germinao, a parte do embrio (radcula) desenvolve se em uma raz, rompendo as camadas da semente, aprofunda se no solo em sentido vertical. Logo em seguida surgem as razes secundrias que se ramificam intensamente e a raiz primria se desintegra. H o aparecimento das razes adventcias que partindo dos primeiros ns de colmo orienta se no sentido de atingir o solo.

  • As razes secundrias e adventcias ramificadas num sistema radicular fasciculado, o qual raramente penetra mais que 40 cm no solo e quando desenvolvido atingem um raio de cerca de 50 cm em torno da planta.

  • Parte AreaA planta de milho quando apresenta cerca de 15 cm de altura, o caule j se encontra completamente formado. Desse ponto em diante, o crescimento da planta resultante do aumento dasclulas em nmero e volume.

  • A parte area da planta atinge a altura em torno de 2 metros, podendo variar em funo da variedade ou hbrido, condies climticas, fertilidade do solo...

  • constituda pelo colmo que ereto, no ramificado, apresentando ns e entrens, de natureza esponjosa, relativamente ricos em acares o que lhes confere sabor adocicado.

  • As folhas dispem-se alternadamente e inserem-se nos ns. So constitudas de uma bainha invaginante, pilosa de cor verde clara e limbo verde escuro, possuindo bordos serrilhados com uma nervura central vigorosa e em forma de canaleta. Entre a bainha e o limbo existe a lgula que estreita e de natureza membranosa.

  • A planta do milho Monica, isto , possui os dois sexos na mesma planta, separados em inflorescncias diferentes.

  • As flores masculinas numa pancula terminal, conhecida pelo nome de flecha ou pendo e as femininas em espigas axilares. Inflorescncia pode ter de 50 a 60cm de comprimento possuindo colorao varivel podendo ser esverdeada, marrom ou vermelho escuro. As flores masculinas dispem-se ao longo do ramo principal e das ramificaes.

  • Cada flor constituda de 3 estames protegidos por duas formaes membranosas chamadas lema e palea. Flores amadurecem seus gros de plen em perodos diferentes, a produo de plen dura cerca de 8 dias e cada pancula pode produzir at 50 milhes de gros de plen.

  • A inflorescncia feminina (espiga), constituda por um eixo ou rquis (sabugo) ao longo do qual dispem-se os alvolos. Nesses alvolos, desenvolvem-se as espiguetas aos pares como na inflorescncia masculina. Cada espigueta formada por duas flores, sendo uma frtil e outra estril. Cada flor coberta por duas glumelas e o conjunto de duas flores recoberto por um par de glumas.

  • Cada flor feminina constituda de um ovrio unilocular, ou seja, com uma nica loja no interior da qual existe um nico vulo. Saindo do ovrio desenvolve-se o estilo estigma bfido, dividido em dois na sua extremidade livre. O conjunto de estilo estigma que vem a constituir o cabelo, barba ou boneca do milho. A espiga externamente protegida pelas palhas.

  • Polinizao no Milho A polinizao consiste na transferncia do gro de plen da antera da flor masculina ao estigma das flores femininas. A planta de milho, pela sua organizao morfolgica, impede que haja autofecundao, ou seja, a polinizao de uma espiga por gros de plen da mesma planta.

  • O gro de plen de uma planta, normalmente atravs de agentes naturais, principalmente correntes areas, atinge a barba da espiga de outras plantas. Ocorre normalmente apenas cerca de 2% de autofecundao, razo pela qual se diz que o milho tipicamente uma planta de polinizao cruzada.

  • Para que haja polinizao, os pendes devem estar soltando plen e a receptividade das barbas seja coincidente com essa soltura de plen. Normalmente as barbas ficam receptivas por vrios dias, assim como a flecha tambm solta plen por vrios dias.

  • Uma vez processada a polinizao, ocorre a fecundao propriamente dita, que resulta na formao do fruto comumente denominado gro.

  • HBRIDOS

  • Histrico Em 1909, o botnico e geneticista norte-americano George Harrison Shull criou o primeiro esquema para a produo de sementes hbridas de milho. Mostrou que, ao fecundar a planta com o prprio plen (autofecundao), eram produzidos descendentes menos vigorosos. Repetindo o processo nas seis ou oito geraes seguintes, os descendentes fixavam caractersticas agronmicas e econmicas importantes.

  • As plantas que geravam filhos geneticamente semelhantes, e tambm iguais s mes, passaram a ser chamadas de linha pura. Shull notou que duas linhas puras diferentes ao serem cruzadas entre si produziam descendentes com grande vigor, chamado de vigor hbrido ou heterose, dando origem ao Milho Hbrido.

  • Os diferentes tipos de hbridos1. O cruzamento de uma linha pura A com linha pura B d origem semente de um hbrido simples AxB.2. Um hbrido simples AxB cruzado com uma linha pura C d origem a um hbrido triplo (AxB)xC.3. O cruzamento de 2 hbridos simples, AxB e CxD, produz 1 hbrido duplo (AxB)x(CxD).

  • Ciclo de Desenvolvimento do MilhoA durao do perodo de desenvolvimento para um determinado hibrido altamente dependente do ambiente. A taxa de desenvolvimento pode ser modificada por diversos fatores, tais como: temperatura, contedo de gua e fertilidade do solo, radiao solar e fotoperodo.

  • Embora todo o complexo climtico exera influncia sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas, a TEMPERATURA o fator dominante.

  • No desenvolvimento do milho, a durao do ciclo em dias tem demonstrado inconsistncia (Figura 1). Isso se deve ao fato de que a durao de sub-perodos de desenvolvimento da planta esto associados s variaes das condies ambientais e no ao nmero de dias.

  • A temperatura do ar influencia os processos fisiolgicos das plantas, interferindo em cada sub-perodo do ciclo dos vegetais. As plantas apresentam uma temperatura mnima abaixo da qual interrompem as suas atividades fisiolgicas; uma faixa satisfatria de temperatura para o seu desenvolvimento adequado; e uma temperatura mxima efetiva acima da qual a taxa respiratria supera a produo de fotoassimilados.

  • Em vez do nmero de dias, a soma de graus-dia (acmulo trmico) que a planta necessita para completar parte ou todo o ciclo tem-se demonstrado mais precisa para caracterizar o ciclo de vida das plantas. Um dos mtodos utilizados para relacionar a temperatura ao desenvolvimento das plantas o da soma de temperaturas, .....

  • ......unidades trmicas ou graus-dia, definida como a soma das temperaturas, acima de uma temperatura base, necessria para que a planta atinja um determinado estdio fenolgico de desenvolvimento. O mtodo dos graus-dia baseia-se na premissa de que uma planta necessita de certa quantidade de energia, representada pela soma de graus trmicos necessrios, para completar determinada fase fenolgica ou mesmo o seu ciclo total.

  • Estima-se a soma das unidades dirias de calor, a partir da semeadura para o material gentico atingir um determinado estdio, pela diferena entre a temperatura mdia diria do ar e as temperaturas base mnima ou mxima exigidas pela espcie vegetal.

    Tabela 1 - Estdios fenolgicos da cultura do milho. Autor: Jos Luis da Silva Nunes.

  • O conhecimento das exigncias trmicas, desde a semeadura ao ponto de maturidade fisiolgica, so fundamentais para a previso do surgimento e durao dos estdios de desenvolvimento das plantas. Essas informaes, associadas ao conhecimento da fenologia da cultura, podem ser utilizadas no planejamento e definio da poca de semeadura, da utilizao de insumos (fertilizantes, inseticidas, fungicidas e herbicidas, entre outros) e da poca de colheita.