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A Cercosporiose na Cultura do Milho Sete Lagoas, MG Outubro, 2003 24 ISSN 1518-4269 Autores Carlos Roberto Casela Pesquisador, PhD. Fitopatologia Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151. 35701-970 Sete Lagoas, MG. E-mail: [email protected] Alexandre da Silva Ferreira Pesquisador, MsC. Embrapa Milho e Sorgo. Caixa Postal 151. 35701-970 Sete Lagoas,MG. E-mail: [email protected] Introdução A ocorrência de severas epidemias de cercosporiose na safra de verão de 1999/2000 e na safrinha de 2000, na região Sudoeste do estado de Goiás, mobilizou todos os segmentos ligados direta e indiretamente à cultura do milho no Brasil. A doença causou severas perdas na produção de milho naquela região, tendo sido constatada posteriormente nas regiões de Paracatu, em Minas Gerais, e de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Essa doença tem sido também uma das mais importantes na cultura do milho nos Estados Unidos e em vários países da África. A doença foi identificada pela primeira vez em Illinois, EUA, em 1924, e a sua incidência e severidade têm aumentado a partir da década de 1970, nas principais áreas de produção de milho, causando perdas significativas à produção na parte leste e na região do “cornbelt” daquele país. Esse fato está associado à monocultura e à expansão da área cultivada em sistema de plantio direto, que contribuiu para aumentar o potencial de inóculo, através da preservação do patógeno em restos culturais infectados. A doença já havia sido relatada no Brasil e também no Peru, Colômbia, Trinidad, Costa Rica, México e Venezuela. Na África, a cercosporiose foi observada pela primeira vez no Sul, Centro e Oeste do continente, no início da década de 1990. O patógeno disseminou-se rapidamente no continente africano e está presente em Camarões, Quênia, Malawi, Moçambique, Nigéria, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Uganda, Zaire, Zâmbia e Zimbabwe. Na África, o milho constitui o principal alimento para pequenos produtores e para a população urbana e há uma grande preocupação com as perdas que podem ser causadas pela doença, que podem contribuir para o aumento da fome e desnutrição naquele continente. No Brasil, há uma grande preocupação com o potencial destrutivo dessa doença e com as perdas que ela pode vir a causar à cultura do milho no país. A adoção de estratégias adequadas de manejo e o desenvolvimento de pesquisas que visem o manejo da doença de forma sustentável são de suma importância. Sintomas As lesões de cercosporiose apresentam formato retangular e são delimitadas, na largura, pelas nervuras principais da folha (Figura 1). Essa é uma característica de lesões causadas pelo gênero Cercospora em gramíneas e que distingue a cercosporiose das outras doenças foliares do milho. As lesões apresentam coloração marrom, até que, sob condições de alta umidade relativa, há a formação de densa esporulação, que dá às lesões a coloração acinzentada, característica da Circ24Casela.p65 11/12/03, 14:27 1

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A Cercosporiose na Cultura do Milho

Sete Lagoas, MGOutubro, 2003

24

ISSN 1518-4269

Autores

Carlos Roberto CaselaPesquisador, PhD.

FitopatologiaEmbrapa Milho e Sorgo.

Caixa Postal 151.35701-970 Sete Lagoas,

MG. E-mail:[email protected]

Alexandre da Silva FerreiraPesquisador, MsC.

Embrapa Milho e Sorgo.Caixa Postal 151. 35701-970 Sete

Lagoas,MG. E-mail:[email protected]

Introdução

A ocorrência de severas epidemias de cercosporiose na safra de verãode 1999/2000 e na safrinha de 2000, na região Sudoeste do estado deGoiás, mobilizou todos os segmentos ligados direta e indiretamente àcultura do milho no Brasil. A doença causou severas perdas naprodução de milho naquela região, tendo sido constatadaposteriormente nas regiões de Paracatu, em Minas Gerais, e deDourados, em Mato Grosso do Sul. Essa doença tem sido também umadas mais importantes na cultura do milho nos Estados Unidos e emvários países da África. A doença foi identificada pela primeira vez emIllinois, EUA, em 1924, e a sua incidência e severidade têm aumentadoa partir da década de 1970, nas principais áreas de produção de milho,causando perdas significativas à produção na parte leste e na região do“cornbelt” daquele país. Esse fato está associado à monocultura e àexpansão da área cultivada em sistema de plantio direto, que contribuiupara aumentar o potencial de inóculo, através da preservação dopatógeno em restos culturais infectados.

A doença já havia sido relatada no Brasil e também no Peru, Colômbia,Trinidad, Costa Rica, México e Venezuela. Na África, a cercosporiosefoi observada pela primeira vez no Sul, Centro e Oeste do continente,no início da década de 1990. O patógeno disseminou-se rapidamenteno continente africano e está presente em Camarões, Quênia, Malawi,Moçambique, Nigéria, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Uganda,Zaire, Zâmbia e Zimbabwe. Na África, o milho constitui o principalalimento para pequenos produtores e para a população urbana e háuma grande preocupação com as perdas que podem ser causadas peladoença, que podem contribuir para o aumento da fome e desnutriçãonaquele continente.

No Brasil, há uma grande preocupação com o potencial destrutivodessa doença e com as perdas que ela pode vir a causar à cultura domilho no país. A adoção de estratégias adequadas de manejo e odesenvolvimento de pesquisas que visem o manejo da doença de formasustentável são de suma importância.

Sintomas

As lesões de cercosporiose apresentam formato retangular e sãodelimitadas, na largura, pelas nervuras principais da folha (Figura 1).Essa é uma característica de lesões causadas pelo gênero Cercosporaem gramíneas e que distingue a cercosporiose das outras doençasfoliares do milho. As lesões apresentam coloração marrom, até que, sobcondições de alta umidade relativa, há a formação de densaesporulação, que dá às lesões a coloração acinzentada, característica da

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doença (Figuras 2 e 3). As lesões apresentamdesenvolvimento mais lento, quandocomparadas àquelas produzidas por outrospatógenos causadores de doenças foliares emmilho, requerendo de duas a três semanaspara atingirem o seu total desenvolvimento.Lesões plenamente desenvolvidas apresentamcomprimento de 1 a 6 cm, com 2 a 4 mm delargura. Se áreas adjacentes são infectadas,duas ou mais lesões isoladas podemcoalescer, dando a aparência de uma únicalesão (Figura 2). As lesões mais jovensapresentam um halo amarelado característico,quando observadas através da luz. Dentro deum período de duas a três semanas, essaslesões se alongam, formando estrias, antesde atingirem a sua forma retangularcaracterística. Quando as lesões cobrem amaior parte da área fotossintética, a perda deágua resultante determina também adeterioração do colmo e o acamamento. Issopode ocorrer quando a infecção ocorre muitocedo e há formação de grande quantidade delesões foliares.

var. maydis, no Brasil. O patógeno infectaapenas o milho e não há relatos de que sejatransmitido pela semente, sendo um fracocompetidor no solo e, na ausência dohospedeiro, sobrevive melhor em restos decultura presentes na superfície do solo.Seguindo-se um período de alta umidade, ofungo, presente nos restos culturais, produzconídios que são disseminados pelo vento,indo infectar novas plantas de milho, sendoas folhas inferiores os sítios primários deinfecção. Sob condições ambientais

Figura 1. Lesões desenvolvidas de cercosporiose em folhas de

milho de uma cultivar suscetível.

Ciclo da Doença e Epidemiologia

Figura 3. Lesão de cercosporiose em folha de milho de uma

cultivar suscetível com a presença de esporulação.

Figura 2. Lesões desenvolvidas de cercosporiose em folhas de

milho de uma cultivar suscetível com a presença de

esporulação.

A doença á causada pelo patógenoCercospora zeae-maydis, havendo indicaçãoda ocorrência também da espécie C. sorghi

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favoráveis, caracterizadas pro alta umidaderelativa e presença de orvalho, as lesõesresultantes da infecção inicial produzemesporos que são transportados pelo vento oupor respingos de chuva para as folhassuperiores (Figura 4). Esporos de C. zeae-maydis germinam em 24 horas, em plantasinoculadas mantidas a temperatura ambiente(entre 22 e 300C). O crescimento do tubogerminativo é reduzido pela presença de águalivre na superfície da folha, podendo sertotalmente inibido quando a umidade relativaestiver abaixo de 95%. O microclima que seforma a 1-2 mm acima da lâmina foliar podepermanecer saturado de umidade por umlongo período de tempo, ainda que aumidade relativa esteja abaixo de 95%. Essacondição é favorável à infecção e aodesenvolvimento da lesão. Não hánecessidade de períodos contínuos de altaumidade relativa para a ocorrência deinfecção, uma vez que o patógeno pode

permanecer latente até o retorno decondições ambientais favoráveis.

O patógeno tem alto potencial deesporulação e o número de lesões podeaumentar rapidamente, indo atingir as folhasmais jovens na parte superior da planta. Operíodo latente da cercosporiose varia de 14dias, para híbridos mais suscetíveis, a 21dias, para híbridos moderadamenteresistentes. A taxa de desenvolvimento dacercosporiose é determinada por três fatoresque interagem no tempo e no espaço: 1) aquantidade inicial de inóculo ou de doença;2) a taxa de reprodução do patógeno em ummesmo ciclo da cultura; 3) a proporção detecido sadio a ser infectado. Verifica-seclaramente, por esses parâmetros, que oaumento na área de plantio direto, aocontribuir para a sobrevivência do patógenonos restos culturais sobre a superfície dosolo, durante o período da ausência dacultura, contribui para o aumento na

Figura 4. Ciclo da cercosporiose em milho.

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severidade da doença em uma mesma área.

Normalmente, os danos causados pelacercosporiose são pequenos, quando adoença é introduzida pela primeira vez emuma determinada área. Contudo, as perdaspodem ser significativas mesmo no primeiroano, se a quantidade de restos culturaisinfectados transportada pelo vento de áreasvizinhas for muito grande e se as condiçõesambientais forem altamente favoráveis aodesenvolvimento da doença. Ainda que asperdas na produção sejam pequenas noprimeiro ano, os restos culturais infectadosque permanecem na superfície do solopropiciam uma fonte de inóculo de grandeimportância para a geração de epidemiasseveras na cultura subseqüente. Oscomponentes de produção mais afetados peladoença são o número de grãos por espiga eo tamanho do grão. As oito ou nove folhassuperiores da planta de milho contribuemcom 75 a 90% dos nutrientes requeridos pelaespiga durante o período de enchimento dosgrãos e, em cultivares suscetíveis, podem serseveramente afetadas pela doença cerca de30 dias antes da maturação fisiológica dogrão.

Manejo da Doença

A resistência genética é o meio mais eficientede se controlar a cercosporiose. A obtençãode materiais geneticamente resistentes àcercosporiose tem sido difícil mesmo para osEstados Unidos, onde se convive com adoença desde o início dos anos 1980. Omesmo ocorre em relação à África do Sul,onde a doença foi constatada em 1990;apesar dessas dificuldades, foram jáidentificados alguns híbridos comerciais combons níveis de resistência à doença no Brasil.A resistência a C. zeae-maydis é regulada porum pequeno número de loci quantitativos,com cinco ou mais genes envolvidos, osquais são herdados de forma aditiva.Trabalhos realizados nos Estados Unidos e naÁfrica do Sul têm demonstrado que essaresistência apresenta alta estabilidade. A

resistência oligogênica dominante, apesar depoder ser rapidamente incorporada emlinhagens-elites, em programas demelhoramento, através de retrocruzamentos,não tem apresentado grande estabilidadefrente à população do patógeno. Na AméricaCentral e na América do Sul, o número defontes de resistência à cercosporiose pode sermaior do aquele existente nos EstadosUnidos, devido à possibilidade de ogermoplasma subtropical possuir maiornúmero de genótipos resistentes do que ogermoplasma de clima temperado. Algunsdesses germoplasmas poderão ter utilizaçãoimediata em híbridos, o que pode contribuirpara, a médio prazo, reduzir o impacto dessadoença nos países tropicais, como o Brasil.

Informações sobre a epidemiologia dopatógeno e os fatores que afetam odesenvolvimento da doença são importantespara que medidas de controle eficientessejam aplicadas nos estádios mais vulneráveisdo ciclo do patógeno e do desenvolvimentoda doença. Um sistema de manejo integradoinclui as práticas que podem ser úteis nocontrole de determinada doença, através daprevenção e da redução de sua taxa dedesenvolvimento. Tais práticas podem incluiralternativas que contribuam para a reduçãoda quantidade de inóculo inicial, como arotação de culturas, ou para a redução dataxa de desenvolvimento da doença, como ouso de híbridos resistentes e a aplicação defungicidas. Para o manejo adequado dacercosporiose a curto prazo, sugere-se autilização da rotação de culturas comespécies como soja, sorgo, algodão, girassol,etc. Esta é uma prática de alta eficiência naredução da quantidade inicial de inóculo erelativamente fácil de ser implementada,considerando-se que o milho é o únicohospedeiro de C. zeae-maydis. É tambémimportante que o produtor diversifique a sualavoura, plantando cultivares diferentes e, sepossível, de empresas diferentes. Essadiversificação deve ser feita tanto no espaço,ou seja, em uma mesma área, quanto no

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Exemplares desta edição podem ser adquiridos na:Embrapa Milho e SorgoEndereço: Rod. MG 424 km 45 - Caixa Postal 151Fone: (31) 3779-1000Fax: (31) 3779-1088E-mail: [email protected]

1a edição1a impressão (2003): 200 exemplares

Presidente: Ivan CruzSecretário-Executivo : Frederico Ozanan M. DurãesMembros: Antônio Carlos de Oliveira, Arnaldo Ferreirada Silva, Carlos Roberto Casela, Fernando TavaresFernandes e Paulo Afonso Viana

Supervisor editorial: José Heitor VasconcellosRevisão de texto: Dilermando Lúcio de OliveiraTratamento das ilustrações: Tânia Mara A. BarbosaEditoração eletrônica: Tânia Mara A. Barbosa

Comitê depublicações

Expediente

CircularTécnica, 24

tempo, ou seja, em épocas diferentes deplantio. A adoção dessa prática irá dificultara adaptação do patógeno, pois o produtorestará utilizando genes de resistênciadiferentes. Com relação ao plantio decultivares resistentes, cabe a cada empresaprodutora de sementes a indicação dascultivares com maior nível de resistência àdoença e ao produtor, com base na suaexperiência do ano anterior, evitar o plantiodaqueles híbridos reconhecidamentesuscetíveis à doença. É importante frisar queessas práticas de manejo devem ser usadasde forma conjunta, de acordo com ascircunstâncias e condições de cada região. Épouco provável que práticas de manejoadotadas de forma isolada sejam eficientesno controle da doença.

Literatura Consultada

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