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81 ISSN 1678-1953 Dezembro, 2005 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura no Estado do Maranhão entre 1990 e 2003

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81ISSN 1678-1953Dezembro, 2005

Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura no Estado do Maranhão entre 1990 e 2003

República Federativa do Brasil

Luiz Inácio Lula da SilvaPresidente

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa

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Documentos 81

Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa MandarinoMaria Geovania Lima Manos

Aracaju, SE2005

ISSN 1678-1953

Dezembro, 2005Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária dos Tabuleiros CosteirosMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Aspectos da Cultura do Milho:Características e Evolução daCultura no Estado do Maranhãoentre 1990 e 2003

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Tabuleiros CosteirosAv. Beira Mar, 3250, Aracaju, SE, CEP 49025-040Caixa Postal 44Fone: (79) 4009-1300Fax: (79) [email protected]

Comitê Local de Publicações

Presidente: Edson Diogo TavaresSecretária-Executiva: Maria Ester Gonçalves MouraMembros: Emanuel Richard Carvalho Donald, Amaury Apoloniode Oliveira, João Bosco Vasconcellos Gomes, Onaldo Souza,Walane Maria Pereira de Mello Ivo

Supervisor editorial: Maria Ester Gonçalves MouraRevisor de texto: Jiciára Sales DamásioNormalização bibliográfica: Josete Cunha MeloTratamento de ilustrações: Maria Ester Gonçalves MouraFoto(s) da capa: José de Gouveia FigueiroaEditoração eletrônica: Fábio Brito Pinheiro

1a edição1a impressão (2005): 200 exemplares

Todos os direitos reservados.A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou emparte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Embrapa Tabuleiros Costeiros

Cuenca, Manuel Alberto GutiérrezAspectos da cultura do milho: características e evolução da cultura

no Estado do Maranhão entre 1990 e 2003 / Manuel Alberto GutiérrezCuenca, Cristiano Campos Nazário, Diego Costa mandarino, MariaGeovania Lima Manos. - Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2005.

32 p. : il. color. - (Documentos / Embrapa Tabuleiros Costeiros, ISSN1517-1329, 81)

Disponível em http://<www.cpatc.embrapa.br>ISSN 1678-1953

1. Milho - Economia. 2. Milho - Maranhão. I. Cuenca, Manuel AlbertoGutiérrez. II. Nazário, Cristiano, Campos. III. Mandarino, Diego Costa.IV. Manos, Maria Geovania Lima. V. Título. VI. Série.

CDD 633.15© Embrapa 2005

Manuel Alberto Gutiérrez CuencaEng. Agrôn., M.Sc., Pesquisador da Embrapa TabuleirosCosteiros, Av. Beira Mar, 3250, CEP 49025-040,Aracaju, SE, e-mail: [email protected]

Cristiano Campos NazárioEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros Costeiros,e-mail: [email protected]

Diego Costa MandarinoEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros Costeiros,Aracaju, SE, e-Mail: [email protected] [email protected]

Maria Geovania Lima ManosEconomista, Asistente de Operações, EmbrapaTabuleiros Costeiros, Av. Beira Mar, 3250, CEP49025-040, Aracaju, SE, e-mail:[email protected]

Autores

Sumário

Introdução ........................................................................................ 7

Aspectos conjunturais da cultura do milho ............................. 8

Aspectos da cultura do milho no Brasil .................................. 10

Situação da cultura no Maranhão ........................................... 16

Evolução da produção de milho no Estado do Maranhão de1990 a 2003............................................................. 17

Evolução da área colhida com milho no Estado doMaranhão de 1990 a 2003 ....................................................... 20

Evolução do redimento om milho no Estado do Maranhãode 1990 a 2003 ........................................................................... 22

Considerações finais ................................................................... 23

Referências Bibliográficas ......................................................... 25

Anexos ........................................................................................... 27

Aspectos da Cultura doMilho: Características eEvolução da Cultura noEstado do Maranhão entre1990 e 2003Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa MandarinoMaria Geovania Lima Manos

Introdução

A cultura do milho (Zea mays L.) é plantada em consórcio com outras culturasno Estado do Maranhão, sendo o feijão a cultura predominantemente utilizadapara esse fim (IBGE, 2004a). O seu cultivo é pouco tecnificado, devido ao fatoda cultura ser utilizada basicamente para subsistência da maioria dos gruposfamiliares, com utilização apenas de mão-de-obra própria. A sua descapitalizaçãonão lhes permite contratar trabalhadores fora da propriedade, assim como a faltade garantias reais exigidas pelos bancos, lhes dificulta o aceso às linhas decrédito agrícola (CUENCA, 1997, 1998, 2000).

No Maranhão, é indiscutível a importância do milho como produto de consumoalimentar e também como alternativa de exploração econômica das pequenaspropriedades e como atividade de ocupação da mão-de-obra agrícola familiar. NoEstado, 61% da área colhida de milho está localizada em propriedades menoresque 20 hectares, gerando emprego e renda em todas as regiões maranhenses, jáque se trata de uma cultura que se adapta facilmente ao tipo de solo e climadeste Estado.

Diante dessa importância, elaborou-se este trabalho que visa a: 1) analisar ascaracterísticas conjunturais da cultura do milho; 2) analisar a evolução da área

8 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

colhida, da quantidade produzida e do rendimento por hectare da cultura noEstado do Maranhão; 3) avaliar as diferentes contribuições de cada município emrelação ao Estado, entre 1990 e 2003.

Aspectos conjunturais da culturado milho

O milho ocupa o primeiro lugar no volume de produção de grãos no mundo. Em2003 foram produzidas aproximadamente 638 milhões de toneladas, sendomovimentados no mercado internacional mais de 70 milhões de toneladasanuais.

A América lidera a produção de milho, sendo responsável por mais de 56% daprodução mundial. A Ásia produziu 26%, a Europa 11% e a África respondeupelos 7% restantes (FAO, 2004).

Entre os anos de 1990 e 2003, a produção mundial do milho apresentouevolução de 32%, sendo que foi na América do Sul onde houve maior aumentode produção no período citado, chegando a 122%.

A contribuição dos principais países na produção mundial, entre 1990 e 2003,também apresentou oscilações no que se refere à participação na composição dototal mundial.

Em 1990, o maior produtor eram os Estados Unidos com 43%, seguidos daChina, que respondia por 21%. O Brasil ocupava o terceiro lugar entre osprincipais produtores, contribuindo com apenas 4% da produção mundial (FAO,2004).

Em 2003, os países com maior contribuição na produção mundial foram:Estados Unidos, China, Brasil e México. A Argentina, Índia e África do Sulcontribuíram com percentuais próximos dos 2% cada. Esses sete países respon-deram naquele ano por aproximadamente 75% da produção mundial de milho,uma cultura praticada em aproximadamente 135 países (FAO, 2004).

A contribuição desses e dos países mais expressivos na produção mundial, em2003, está apresentada na Figura 1.

9Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

E.U.A.40%

Itália1%

Outros Países17%

Brasil7%

China18%

Romênia2%

Canadá2%

África do Sul2%

Indonésia2%

França2%

Índia2%

Argentina2%

México3%

Fig. 1. Participação dos principais países na produção mundial de milho em 2003Fonte: FAO - 2004.

Em nível mundial, em 2003 foram colhidas, aproximadamente, 142,7 milhõesde hectares, sendo a maior parte localizada no continente americano (41%). AÁsia concentrava 30%, a América do Norte 21%, a África 19%, a América doSul 13% e a Europa 10%.

Entre 1990 e 2003, a área colhida com milho no mundo apresentou evoluçãode 9%, na América do Sul houve aumento de 16%. Na África e na América doNorte a área colhida com milho se expandiu 7% e 5%, na América Central.

Em relação ao rendimento (Kg/ha), a liderança, em 2003, coube à América doNorte, onde a cultura chegou a produzir 8.773kg/ha. A Oceania e Europa foramos outros continentes que, com 6.141kg/ha e 4.659kg/ha, respectivamente,também conseguiram ficar acima da média mundial, que naquele ano foi de4.472kg/ha. Os demais continentes conseguiram rendimentos menores: Américado Sul (3.901kg/ha), Ásia (3.857kg/ha), América Central (2.391kg/ha) e África(1.605kg/ha) (FAO, 2004).

10 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

O rendimento mundial da cultura entre 1990 e 2003, evoluiu 22%. A Américado Sul apresentou o maior aumento de rendimento naquele período, chegando a91%, vindo em seguida o Caribe, onde a quantidade colhida por hectaresaumentou 55%. Na América Central houve uma evolução de 22%, na Américado Norte o aumento foi de 19% e foi no continente Africano onde a culturaregistrou menor evolução por área colhida (8%) (FAO, 2004).

Aspectos gerais da cultura demilho no Brasil

No Brasil, em 2003, existiam em torno de 38 milhões de hectares plantadoscom lavouras de diversas culturas, das quais, aproximadamente 13 milhões dehectares são ocupados com milho. Ao lado da soja, o milho é um dos cultivosanuais com maior área cultivada no país. A milhocultura é praticada em todo oterritório nacional, com a utilização das mais variadas tecnologias e estima-seque, aproximadamente, 20% da produção seja destinada ao autoconsumo nasunidades produtoras. Além disso, o milho participa, em média, com 64% e 66%na composição da ração destinada à avicultura e suinocultura, respectivamente(AGRIANUAL, 2003).

Analisando os dados presentes na Tabela 1, verifica-se que, entre 1990 e2003, o Brasil registrou um aumento de 124% na quantidade produzida demilho enquanto registrou uma expansão de apenas 14% na área colhida. Essespercentuais indicam que o aumento na quantidade produzida deveu-se principal-mente à elevação da produtividade (Kg/hectare). De fato, a produtividade teveum aumento de 97% no mesmo período. Este aumento deveu-se, em grandeparte, à aplicação de novas tecnologias desenvolvidas pela pesquisaagropecuária na área de melhoramento e manejo da cultura.

Em 1990, 55% da produção brasileira de milho originavam-se na Região Sul,25% no Sudeste, 15% no Centro-Oeste e apenas 3% no Norte e no Nordeste,cada. Já em 2003, as participações na produção nacional das Regiões Sul,Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte foram de 50%, 21%, 21%, 6% e 2%,respectivamente. Manteve-se, portanto, a supremacia da Região Sul na geraçãoda produção de milho, registrando-se somente uma pequena troca de participa-ção entre as regiões Sudeste e Centro-Oeste, que registraram queda e aumentode 5%, respectivamente, em relação à produção nacional, sendo que a RegiãoNordeste duplicou a participação de 3% para 6% (IBGE, 2004).

11Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Tabela 1. Produção, área e produtividade do milho no Brasil, 1990 a 2003.

Ano

19901991199219931994199519961997199819992000200120022003

Produção(ton)

21.347.77423.624.34030.506.12730.055.63332.487.62536.266.95129.589.79132.948.04429.601.75332.239.47932.321.00041.962.47535.932.96247.809.300

Área (ha)

11.394.30013.063.70013.363.60011.869.70013.748.80013.946.30011.933.80012.562.10010.585.50011.611.48311.614.71712.330.30011.750.90012.935.200

Produtividade(kg/ha)

1.8741.8082.2832.5322.3632.6002.4792.6232.7962.7772.7833.4033.0583.696

Fonte: FAO, 2004.

A distribuição regional da área cultivada com milho no Brasil em 1990, era daseguinte maneira: 42% localizavam-se na Região Sul, 24% ficavam no Sudeste,o Centro-Oeste concentrava 19%, o Norte e Nordeste respondiam por 12% e3%, respectivamente. Em 2002, houve pequenas diminuições nas participaçõesdas duas principais regiões produtoras, assim como inexpressivos aumentos nasparticipações das outras três regiões, como pode ser observado na Figura 2,onde são apresentadas as participações regionais na produção, área e valor daprodução de milho no Brasil, nos anos de 1990 e 2003.

5 5 %

2 5 %

15 %3 %3 %

5 0 %

2 1%

2 1%

6 %2 %

4 2 %

2 4 %

19 %

12 %3 %

3 9 %

19 %

18 %

2 0 %

4 %

5 0 %

3 0 %

12 %

6 %3 %

4 7 %

2 2 %

2 0 %

8 %3 %

prod 1990 prod 2003 área 1990 área 2003 valor 1990 valor 2003

Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte

Fig. 2. Participação regional na produção, área colhida e valor da produção brasileira

de milho em 1990 e 2003.Fonte: IBGE,2004.

12 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Em nível estadual, o Paraná, em 1990, produziu a maior parte do milho brasilei-ro (23%), vindo a seguir os Estados do Rio Grande do Sul (18%), SantaCatarina (13%), São Paulo (12%), Minas Gerais (11%), Goiás (9%), MatoGrosso e Mato Grosso do Sul (3%, ambos).

O Estado do Maranhão, segundo dados estatísticos do IBGE, produziu em tornode 135 mil toneladas de milho, no início dos anos 90, aumentando para 381,7mil toneladas no final de 2003, concentrando, em ambos os anos, em torno de1% da produção nacional.

A participação dos principais Estados produtores de milho, em 1990, é apresen-tada na Figura 3.

Paraná23%

Ceará1%

Outros Estados3%

Bahia1%

Maranhão1%

Espírito Santo1%

Pará1%

Goiás9%

Mato Grosso3%

Mato Grosso do Sul3%

Minas Gerais11%

Santa Catarina13%

São Paulo12%

Rio Grande do Sul18%

Fig. 3. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 1990.Fonte: IBGE,2004.

Em 2003, o Paraná continuou sendo o Estado no qual se produziu a maior partedo milho brasileiro (30%), vindo a seguir os Estados do Rio Grande do Sul(11%), Santa Catarina (9%), São Paulo (10%), Minas Gerais (11%), Goiás(8%), Mato Grosso (7%) e Mato Grosso do Sul (6%,cada).

A participação dos principais Estados produtores no total brasileiro é apresentadana Figura 4.

13Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Minas Gerais11%

São Paulo10%

Rio Grande do Sul

11%Goiás8%

Mato Grosso do Sul6%

Mato Grosso7%

Santa Catarina9%

Bahia3%Ceará

2%

Pará1%

Maranhão1%

OUTROS ESTADOS

1%

Paraná30%

Fig. 4. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 2003.Fonte: IBGE,2004.

A maior parte dos cultivos de milho utilizando cultivo isolado e sistemas deirrigação geralmente automatizados está situada nas regiões Sul, Sudeste eCentro-Oeste; o milho também pode ser desenvolvido em cultivo intercalado,principalmente com feijão, podendo ser associado, também, com várias culturasde ciclo curto, tais como fumo, amendoim, inhame, mandioca, etc. Este métodoprocura maximizar o uso da área por hectare e, naturalmente, eleva aspossibilidades de adquirir maior renda por unidade produtiva, principalmentena Região Nordeste, onde o milho é explorado geralmente em áreas menoresque os módulos correntemente usados no Sul, Sudeste e Centro-Oeste (IBGE,1996).

É interessante observar que na safra de 1999/2000, por exemplo, o customédio por saco nas propriedades de até 150ha resultou em US$ 5,40/saco eem US$ 4,94/saco para propriedades com área de até 450ha (AGRIANUAL,2000). Ou seja, quanto maior o tamanho da propriedade, menor o custo médiodo produto. Isto se justifica pelo fato de a diluição dos custos fixos e o peso doinvestimento líquido colocar em desvantagem a pequena propriedade. Umexemplo prático disto é o impacto do custo da mecanização numa pequenapropriedade. Como muitas vezes não é viável adquirir uma colheitadeira motriz,o pequeno produtor opta pelo aluguel da máquina, gerando um custo adicional.

14 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Um outro aspecto relevante a ser observado é a rentabilidade gerada pela

milhocultura no Brasil, considerando a forma de exploração e os níveis de

tecnologia aplicados, uma vez que estes são os determinantes da geração de

receita por unidade de área explorada. Em 2001, a média da rentabilidade da

cultura no país foi de R$ 512,16/ha. Já na Região Nordeste esta média foi de

R$ 185,08/ha, enquanto no Sudeste o valor gerado por hectare foi de R$

562,71 e na Região Sul este valor chegou a R$ 628,40/ha (IBGE, 2003).

Apesar da média de rentabilidade no Nordeste ficar muito abaixo da média

brasileira, alguns Estados conseguiram médias acima da regional, como é o caso

da Bahia, que atingiu os R$ 342,60 por hectare. O Estado de Sergipe, com R$

206,66 por hectare, conseguiu superar os Estados do Maranhão, Piauí, Paraíba,

Rio Grande do Norte e Pernambuco, que apenas conseguiram R$ 196,51, R$

113,22, R$ 105,55, R$ 52,62 e R$ 48,88 por hectare, respectivamente, em

2001.

Além dessa diferença de rentabilidade, os produtores brasileiros de milho sofrem

a cada ano, em função de aumentos significativos dos custos de produção. Têm

ainda a desvantagem de o preço de venda de seu produto não ser baseado em

dólar, como é o caso da soja, enquanto os insumos utilizados são regidos pela

variação cambial.

Por outro lado, a desvalorização cambial do real, frente ao dólar, ocorrida no final

de 1998, beneficiou indiretamente os produtores de milho, já que em curto

prazo, devido à mudança do cenário econômico, os setores da produção animal,

grandes consumidores de rações preparadas à base do milho, aumentaram a

demanda de rações para aumentar as exportações de carne.

Os preços pagos aos produtores de milho, no período entre 1993 e 2001,

apresentaram quedas constantes. Assim, a auto-sustentabilidade do produtor de

milho tornou-se muito delicada neste período, pois os preços, em algumas

regiões, chegaram a cair em quase 50%, em comparação aos preços correntes

em 1993. Foi o caso da Região Sudeste (São Paulo), onde se registrou queda

de 47%, enquanto no Paraná os preços caíram 42%, em Goiás declinaram 42%

e, no Rio Grande do Sul, a redução foi de 41% (Tabela 2).

15Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Tabela 2. Média** dos preços pagos ao produtor de milho nas principaisregiões produtoras do país 1990 a 1999– US$/saca de 60 kg

Estados

São PauloParanáGoiásRio Grande do Sul

1993

8,717,757,328,2

1994

8,587,587,118,07

1995

7,956,637,057,52

1996

7,957,966,938,72

1997

6,436,065,816,46

1998

7,386,525,987,15

1999

5,124,714,195,43

2000

7,006,085,896,23

2001

3,973,673,503,90

2002

4,584,514,284,87

**Média anual em dólares deflacionados segundo o Índice de Preços no Varejo(CPI-U)

Fonte: Agrianual, 2003

Em 2001, com as mudanças na moeda argentina, as importações de milhoficaram mais acessíveis e mais baratas, provocando queda nos preços internos.Já no último biênio (2001/2002), houve uma recuperação nos preços pagos aoprodutor. Isto ocorreu por conta da contração da oferta ocasionada pela reduçãode área das safras de verão a partir de 2001 e pela quebra da safrinha de 2001/2002, devido a problemas climáticos nos principais Estados produtores. Outrofator que provocou melhoria nos preços pagos ao produtor, nesse biênio, foi oaumento da demanda de grãos por parte da avicultura e da suinocultura que, em2002, responderam por 52% e 32% do total do consumo animal de milho,respectivamente (AGRIANUAL, 2003). Por outro lado, as mudanças cambiaisinfluenciaram duplamente o mercado do milho. Em primeiro lugar, dificultando aimportação, principalmente da Argentina, de onde vieram 1.516.325 t em 2000e apenas 24.931 t em 2002. Em segundo lugar, o alto valor do dólar estimulouas exportações, chegando a 5,63 milhões de toneladas em 2001. Para 2002,previa-se exportações insignificantes, devido ao pouco saldo da safra 2001,mas o total de 1,53 milhões de toneladas, exportadas nos primeiros sete mesesde 2002, contrariou totalmente as previsões iniciais.

A grande quantidade das exportações, somada à redução de área plantada (1a

Safra) a partir da safra 2000/2001, devido à ampliação do plantio de soja,seguramente trará problemas de abastecimento em 2003, consequentementeelevando os preços do produto no início desse ano. Isto pode propiciar oportuni-dade de melhores ganhos aos produtores da segunda safra, assim como aosprodutores nordestinos, que fazem seus plantios coincidindo com a segundasafra do Sul e Sudeste (AGRIANUAL, 2003).

16 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

¹Valores calculados a partir da tabela 3, em anexo.

Em situações de desequilíbrio, no qual a oferta seja menor que a demanda, como

foi o caso da safra 2000/2001, os preços internos do milho ficam acima dos

preços internacionais, o que não acontece com outros produtos destinados ao

mercado externo, como a soja. Como as despesas de importação são altas

(fretes, taxas, câmbio, etc.) o produto importado, posto na indústria, custa

aproximadamente US$7,00/saca, ou seja, muito acima do preço pago ao

produtor brasileiro. Assim, os produtores de milho terão uma espécie de reserva

de mercado, já que existe demanda não abastecida, podendo elevar seus preços

até o limite do mencionado preço de importação.

Além disso, em médio e longo prazos, a preocupação mundial em produzir

bioenergia, como o caso do estímulo dado nos Estados Unidos para a fabricação

de álcool de milho, a ser utilizado como aditivo natural nos combustíveis para

veículos, trará, com certeza, modificações no mercado internacional de milho,

favorecendo as exportações brasileiras nos próximos anos.

Situação da cultura no Maranhão

A milhocultura no Estado do Maranhão, de forma geral, não se concentra em

grandes propriedades, pois, segundo o Censo Agropecuário de 1996, cerca de

62% da área estadual com milho concentravam-se em propriedades com área

menor de 200ha. Entre os municípios que mais participam na produção estadual

observa-se que, em alguns deles, tais como Balsas, Riachão, São Raimundo das

Mangabeiras e Tasso Fragoso, a concentração de área colhida com milho em

propriedades menores de 200ha, cai muito, chegando a apenas 20%, como no

caso do município de Tasso Fragoso. Já nos municípios onde a cultura é de

maior domínio entre os produtores familiares, o percentual das propriedades com

área inferior a 200ha sobe para acima dos 60%, como acontece nos municípios

de: São Domingos do Maranhão (62%), Lagoa da Pedra (77%) e Tuntum

(78%).3

A concentração de área por grupo de área cultivada com milho no Maranhão e

nos principais municípios produtores é mostrada na Figura 5.

17Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

65%

26%

5%3%1%

33%

37%

18%

9%4%

72%

5%

0%1%

44%

36%

11%1%

22%

51%

40%

3%6%

0%

62%

35%

3%0% 0%

47%

25%

15%2%

11%

20%

61%

17%

70%

22%

6%1%0%

> de 5000 há

1000 a < 5000

200 a < 1000 há

50 a < 200 há

< de 50 ha

Fig. 5. Concentração de área colhida com milho por grupo de área no Maranhão e nos

principais municípios produtores em 1996.Fonte: Censo Agropecuário do Brasil, 1996-IBGEa.

Evolução da produção de milho noEstado do Maranhão de 1990 a2003

O Estado do Maranhão, segundo dados estatísticos do IBGE, produziu cerca de

135.856t de milho em 1990, aumentando sua produção em 1996 (175.485t),

e subindo ainda mais em 2003 (381.679t). A milhocultura demonstrou ser de

fundamental importância na sobrevivência da agricultura familiar maranhense,

encontrando-se presente em quase todos os municípios do Estado, ainda que,

em alguns municípios, sua presença seja inexpressiva, em outros tem apresenta-

do significativos aumentos absolutos e relativos na produção. É o caso do

município de Santa Luzia, que aparece em 2003 como principal produtor

estadual, produzindo por volta de 26.543t de milho. Em seguida, vem o

município de Tasso Fragoso, que apresentava uma irrelevante produção de milho

em 1990(142t), para em 2003 ser o segundo maior produtor estadual, com

uma quantidade produzida de 21.480t. Em terceiro lugar, aparece o município

de Balsas (13.685t) que, em 1990, produzia apenas 239t de milho.

18 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Em termos relativos, é importante observar o desempenho de municípios como

o de Santa Luzia que, em 1990, participava em 8% da produção estadual. O

município de Tuntum vinha em seguida com 5% deste total, seguido de Lago

da Pedra com 4%; os demais porcentuais estão expressos na Figura 6. O

município de Santa Luzia, principal produtor do Estado em 2003, foi responsá-

vel nesse ano por 7% da produção de milho do Estado do Maranhão. Em

1990 esse município também tinha uma importante participação, pois já

contribuía com 8% da produção estadual. O município de Tasso Fragoso, em

1990, tinha uma participação quase nula, no entanto, em 2003, passou a

contribuir com 7% do total de milho produzido no Estado. O município de

Balsas concentrava cerca de 4% da produção, no ano 2003, aumentando sua

participação no decorrer do período, visto que, em 1990, esse município

apresentava contribuição abaixo de 1% na produção estadual. Esses

porcentuais, apresentados no decorrer do trabalho, estão mais bem ilustrados

nas Figuras 6 e 7.

Presidente Dutra 4%

Imperatriz 4%

Governador Eugênio Barros

2%

Grajaú3% Porto Franco

4%

Lago da Pedra 4%

Santa Luzia9%

Tuntum5%

Açailândia2%

Codó 2%

Outros Mun 61%

Fig. 6. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho no

Maranhão, 1990.Fonte: IBGE – 2004

19Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Outros Mun69%

Riachão 1%

Formosa da Serra Negra2%

Tasso Fragoso6%

Santa Luzia 7%

Balsas4%

Buriticupu 3%

Itinga do Maranhão 2%

Lago da Pedra 1%

São Raimundo das Mangabeiras

3%

São Domingos do Maranhão

2%

Fig. 7. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho no

Maranhão, 2003.Fonte: IBGE – 2004

Em relação à evolução da produção total de milho no Estado do Maranhão,

pode-se perceber que o Estado sofreu uma evolução de 181%, no período

compreendido entre 1990 e 2003. Já a produção dos municípios sofreu

variações positivas e negativas no decorrer do período em estudo. O município

de Tasso Fragoso foi o que apresentou a maior evolução da produção

(15.027%) no período de 1990 a 2003. Em seguida aparecem os municípios

de São Raimundo das Mangabeiras (9.726%), Alto do Parnaíba (6.215%) e

Balsas (5.626%).

Fazendo um corte temporal na análise dos dados de evolução, observando

períodos de seis e sete anos (1990/1996 e 1996/2003), verifica-se que, no

primeiro período, o Estado do Maranhão apresentou evolução de 29%. O

município de Pinheiro, com incremento de 2.354%, foi o destaque do primeiro

período, seguido de Bequimão com 1.983%, Santa Helena (1.189%) e

Chapadinha (935%).

No período compreendido entre 1996 e 2003, o Estado do Maranhão apresen-

tou aumento de 117% na produção. Em nível municipal, Tasso Fragoso, com

20 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

31.960%, obteve a maior evolução, seguido do município de Loreto, com

1.869%, Alto Parnaíba, com 1.823%, São Raimundo das Mangabeiras, com

1.226%, Anapurus, com 1.141%, Balsas, com 1.074% e Mata Roma, com

861%.

Evolução da área colhida commilho no Estado do Maranhão de1990 a 2003

O Estado do Maranhão apresentou queda na área colhida com milho, passando

de 483.345ha, em 1990, para 352.676ha, em 2003, representando um

decréscimo de (27%) na área colhida estadual com a cultura.

O município de Santa Luzia possuía uma área de 15.000ha, destinada ao

plantio de milho no inicio da década, passando a ser o principal produtor de

milho no Estado do Maranhão em 2003, com uma área de 17.015ha. Já o

município de Codó apresentou queda de área colhida, visto que, em 1990,

esse município possuía 15.000ha com a cultura, chegando a 8.815ha em

2003. O município de São Domingos do Maranhão apresentou decréscimo na

área colhida estadual, passando de 9.790ha em 1990, para 6.070ha em

2003.

Analisando-se os municípios principais produtores no Estado do Maranhão em

1990, percebe-se que o município de Imperatriz concentrava o maior

percentual de participação na área colhida estadual (5%). Os municípios de

Barra do Corda e Grajaú ficaram com 5% e 4%, respectivamente.

As concentrações de área cultivada com milho nos demais municípios

maranhenses em 1990 são apresentadas na Figura 8.

21Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Codó3%

Lago da Pedra3%

Açailândia2%

Santa Luzia3%

Tuntum3%

Grajaú4%

Imperatriz5%

Barra do Corda5%

Presidente Dutra3%

Altamira do Maranhão

2%

Outros Mun 67%

Fig. 8. Participação percentual dos principais municípios do Maranhão na área colhida

com milho, em 1990.Fonte: IBGE – 2004

Em 2003, a área destinada ao cultivo do milho sofreu alterações na maior partedos municípios. O município de Santa Luzia passou a ser o principalconcentrador de área colhida com milho (5%), seguido de Codó e Buriticupucom 2%, cada. A concentração de área dos demais municípios maranhensesestão expressos na Figura

Barra do Corda2%

São Domingos 2%

M atões1%

São Luis Gonzaga

1%

Parnarama2% Buriticupu

2%

Santa Luzia5%

Codó2%

Lago da Pedra1%

Grajaú1% Outros M un

81%

Fig. 9. Participação percentual dos principais municípios maranhenses na área colhida

com milho, em 2003.Fonte: IBGE – 2004

22 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Analisando-se a evolução da área colhida com milho no Maranhão, pode-se

perceber que o Estado apresentou uma involução de 27%, entre 1990 e 2003.

Em nível municipal houve, nesse período, uma realocação espacial da cultura do

milho, registrando oscilações em quase todos os municípios. As evoluções no

grupo dos municípios principais produtores foram assim: O município de Loreto

apresentou a maior evolução do período (132%), vindo a seguir Alto Parnaíba

(90%), Parnarama (66%), Balsas (46%), Mata Roma e Santa Luzia, com

evoluções de 16% e 13%, respectivamente.

Dividindo-se a série histórica em estudo em dois períodos distintos, 1990/1996

e 1996/2003, observa-se que, entre 1990 e 1996, o Estado do Maranhão

registrou queda de 40%, sendo que o município de Arame foi o mais representa-

tivo em termos de evolução (393%), seguido de Santa Inês (196%), Bequimao

(188%), Icatu (173%), Bom Jardim e Amarante do Maranhão, com 165% e

149%, respectivamente.

No segundo período, compreendido entre 1996/2003, o Estado do Maranhão

demonstrou uma elevação de 22%. O município que apresentou a maior evolu-

ção foi Tasso Fragoso com 3.878%, seguido de Anapurus (607%), Mata Roma

(379%), Afonso Cunha (333%), Santa Elena (240%), Sucupira do Norte

(235%), São Raimundo das Mangabeiras (205%), Loreto (193%), Alto

Parnaíba e São Mateus do Maranhão, com 185% e 178%, respectivamente.

Evolução do rendimento com milhono Estado do Maranhão de 1990 a2003

O rendimento da milhocultura no Estado do Maranhão, no período analisado,

apresentou um expressivo crescimento, passando de 281kg/ha em 1990 para

1.082kg/ha em 2003. Os municípios que apresentaram os maiores rendimentos,

em 1990, foram: Arame e Santa Luzia, que apresentaram os melhores rendimen-

tos naquele ano, com 720kg/ha, cada, seguidos por Palmeirândia, com 711kg/

ha, Axixá, com 650kg/ha, Luis Domingues, com 600 kg/ha, Santa Luzia do

Paruá, com 600kg/ha e Carutapera, com 600kg/ha. Em 2003, os destaques

passaram a ser os municípios de São Luis, com 1.350 kg/ha, Buritirana, com

23Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

1.336kg/ha, Anapurus, 1.333kg/ha, Pirapemas, 1.308kg/ha e São Luis

Gonzaga, com 1.198kg/ha.

O Estado do Maranhão apresentou uma evolução de 285% no rendimento dos

milharais, no período analisado. Os municípios principais produtores de milho no

Estado evoluíram seu rendimento, entre 1990 e 2003, nos seguintes

porcentuais: Tasso Fragoso (5.617%), São Raimundo das Mangabeiras

(4.683%), Balsas (3.824%), Alto Parnaíba (3.222%) e Loreto (2.292%).

Analisando-se o período compreendido entre 1990 e 1996, pode-se perceber

que o Estado do Maranhão demonstrou aumento de 117%, sendo que os

municípios mais representativos foram: São Raimundo das Mangabeiras, com

evolução de 775%, seguido de Balsas, com 628%, Tasso Fragoso (609%),

Alto Parnaíba (392%), São Domingos do Maranhão (383%), Loreto (257%) e

Mata Roma (174%).

Quando se observa o período de 1996 a 2003, o Estado do Maranhão apresen-

ta um aumento de apenas 78%%, tendo como destaque o município de Tasso

Fragoso, com evolução de 706%, Alto Parnaíba (575%), Loreto (571%),

Balsas (439%) e São Raimundo das Mangabeiras (335%).

Considerações finais

Com 53% da produção total e 40% da área colhida mundial, o continente

americano é o líder na produção da cultura do milho.

O produto é cultivado em todo o Brasil e sua área cultivada vem aumentando

nos últimos anos, ficando em torno dos 13 milhões de hectares em 2003, ou

seja, 25% do total da área cultivada com culturas temporárias.

Entre as regiões produtoras, a Região Sul é a de maior destaque, produzindo

quase a metade do total produzido no país (47%).

Na Região Nordeste, a produtividade da cultura é muito baixa, devido, em

grande parte, à baixa tecnologia utilizada, principalmente pelos pequenos

24 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

agricultores familiares e à deficiência e/ou irregularidade das chuvas na Região. A

produtividade média no Nordeste vem melhorando nos últimos anos, haja vista

que, em 1990 era de 303kg/ha, chegando aos 1.154kg/ha em 2003, pode-se

observar que mesmo melhorando o rendimento do milho na Região, não conse-

guiu acompanhar a evolução média no Brasil, que saiu de 1.873kg/ha, em

1990, para 3.727kg/ha em 2003.

No Estado do Maranhão a cultura é praticada em pequenos módulos agrícolas

familiares, geralmente em consórcio com o feijão e outras culturas de subsistên-

cia, predominando os estratos de área menores que 20ha.

É importante observar que no Estado houve uma evolução notável da produção,

apesar de ter diminuído a área colhida, entre 1990 e 2003, pois, enquanto a

quantidade produzida passava de 135.856t para 381.679t a área diminuía de

483.345ha para 352.676ha.

25Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

AGRIANUAL. Agrianual 2000 – Anuário da Agricultura brasileira. São Paulo:FNP Consultoria & Comércio ed. Argos.

AGRIANUAL. Agrianual 2004 – Anuário da Agricultura brasileira. São Paulo:FNP Consultoria & Comércio ed. Argos.

CUENCA, M.A.G. Perfil Caracterização agrossocioeconômica dos produtores decoco do município de Pacatuba-SE. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros,1997. 6p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Pesquisa em Andamento 50).

CUENCA, M.A.G. Diagnóstico agrossocioeconômico da agropecuária no municí-pio de Barra dos Coqueiros. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 1998. 9p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Comunicado Técnico 20).

CUENCA, M.A.G. Perfil agrossocioeconômico dos produtores de coco domunicípio de Conde-BA. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2000. 14p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos 25).

FAO. Fundation Agricultural Organization, Roma :FAOSTAT Database Gateway– FAO. Disponível: http://apps.fao.org – consultado no mês de outubro de2004.

Referências Bibliográficas

26 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

IBGE - Censo Agropecuário do Brasil-1996. IBGE Rio de Janeiro: IBGE - SistemaIBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br –consultado em novembro de 2004a.

IBGE - PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL IBGE- Rio de Janeiro: IBGE -Sistema IBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br – consultado no mês de outubro de 2004.

27Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Anexos

28 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

MaranhãoAçailândiaAfonso CunhaÁgua Doce do MaranhãoAlcântaraAldeias AltasAltamira do MaranhãoAlto Alegre do MaranhãoAlto Alegre do PindaréAlto ParnaíbaAmapá do MaranhãoAmarante do MaranhãoAnajatubaAnapurusApicum-AçuAraguanãAraiosesArameArariAxixáBacabalBacabeiraBacuriBacuritubaBalsasBarão de GrajaúBarra do CordaBarreirinhasBeláguaBela Vista do MaranhãoBenedito LeiteBequimãoBernardo do MearimBoa Vista do GurupiBom JardimBom Jesus das SelvasBom LugarBrejoBrejo de AreiaBuritiBuriti BravoBuriticupuBuritiranaCachoeira GrandeCajapióCajariCampestre do MaranhãoCândido MendesCantanhedeCapinzal do NorteCarolina

Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)

Tabela 3. Produção de milho e área colhida com o milho nos municipiosmaranhenses 1990, 1996 e 2003.

135.8563.366

79-

100293

1.077--

127-

396666170

--

491864

1.081130

1.325-

126-

23980

2.340540

--

3623

--

1.225--

336-

240585

---

306741

-1.367

942-

765

175.4855.817

96-

123741

1.371--

417-

2.349483158

--

1.4097.906

41124

1.279-

95-

1.166229

4.818448

--

84479

--

2.460--

706-

5731.047

---

19320

-1.988

857-

528

381.6796.000

316278117

1.1441.136

7852.4068.020

1834.718

4321.960

25519794

3.41643096

2.77230012314

13.685385

5.12175548075

390496160185

2.2833.5481.1342.9702.3801.3301.630

13.0641.188

5456

2751.544

871523510

483.3459.350

357-

2001.500

10.259--

1.210-

2.2002.0811.350

--

3.1501.2003.004

2003.600

-1.500

-2.2801.000

23.4001.800

--

450376

--

3.500--

2.800-

2.0005.200

---

6382.118

-2.2792.945

-1.700

288.3107.439

121-

1231.4933.086

--

807-

5.471585396

--

2.2505.918

44694

2.351-

284-

1.528328

7.6171.464

--

1801.082

--

9.284--

1.418-

1.6872.399

---

39440

-2.6782.056

-776

352.6762.500

524580130

1.9071.2461.5704.0102.300

3082.775

6002.800

71894

1.6204.379

489160

2.08660055421

3.327450

5.8001.510

800137405

1.102341319

3.5132.4971.5752.7003.6611.9002.5517.258

6999085

415858

1.5841.1501.500

525

1990 1996 2003 1990 1996 2003

Continua...

29Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)1990 1996 2003 1990 1996 2003

Continua...

CarutaperaCaxiasCedralCentro do GuilhermeCentro Novo do MaranhãoChapadinhaCodóCoelho NetoColinasConceição do Lago-AçuCoroatáCururupuDavinópolisDom PedroDuque BacelarEsperantinópolisEstreitoFeira Nova do MaranhãoFernando FalcãoFormosa da Serra NegraFortaleza dos NogueirasFortunaGodofredo VianaGonçalves DiasGovernador ArcherGovernador Edison LobãoGovernador Eugênio BarrosGovernador Luiz RochaGovernador Newton BelloGovernador Nunes FreireGraça AranhaGrajaúGuimarãesHumberto de CamposIcatuIgarapé GrandeImperatrizItaipava do GrajaúItapecuru MirimItinga do MaranhãoJatobáJenipapo dos VieirasJoão LisboaJoselândiaJunco do MaranhãoLago da PedraLago do JuncoLago VerdeLagoa do MatoLago dos RodriguesLagoa Grande do Maranhão

1.7717.629

86--

3.0725.907

9575.375

-4.155

333-

324629

4.4182.800

---

2.3573.5452.5501.826

927-

4.350---

8427.794

200711287912

3.474-

2.339---

6.1512.737

-6.567

975857

---

774.696

611.0781.5023.6008.8151.1084.140

6714.532

31810380844

2.3003.2301.010

9801.9761.0604.480

1411.8501.000

2792.4501.5001.049

4951.0104.840

257750400972282

3.7002.6104.3732.4102.560

7202.890

1715.012

8721.737

9601.3843.536

2.0421.304

40--

1133.150

1801.688

-1.080

588-

585186

1.736750

---

284874915

1.512475

-3.038

---

3504.530

421.152

59429

5.672-

912---

1.8621.188

-6.007

821333

---

1.2452.673

46--

1.1701.990

3664.519

-1.561

206-

222206

3.1903.780

---

2.7382.2231.351

772527

-1.958

---

3506.112

60449115515

1.662-

1.433---

3.1881.601

-5.904

487334

---

462.902

30700871

2.1608.048

6677.642

3362.719

202.834

274508900

7.7521.614

4166.8842.3384.947

821.776

900446

1.9111.665

642286833

8.47589

600240403423

2.7121.1487.8712.8921.2111.1521.243

1033.047

370695945581

2.496

3.4038.470

630--

3.15015.000

8008.750

-6.0003.500

-1.6701.0325.7881.500

---

2.7045.1101.5256.3001.980

-10.125

---

1.34720.300

6241.920

1051.430

25.660-

3.000---

8.8103.960

-16.3683.4201.110

---

Tabela 3. Continuação.

30 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Tabela 3. Continuação.

Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)

1990 1996 2003 1990 1996 2003

Continua...

Lajeado NovoLima CamposLoretoLuís DominguesMagalhães de AlmeidaMaracaçuméMarajá do SenaMaranhãozinhoMata RomaMatinhaMatõesMatões do NorteMilagres do MaranhãoMiradorMiranda do NorteMirinzalMonçãoMontes AltosMorrosNina RodriguesNova ColinasNova IorqueNova Olinda do MaranhãoOlho d'Água das CunhãsOlinda Nova do MaranhãoPaço do LumiarPalmeirândiaParaibanoParnaramaPassagem FrancaPastos BonsPaulino NevesPaulo RamosPedreirasPedro do RosárioPenalvaPeri MirimPeritoróPindaré-MirimPinheiroPio XIIPirapemasPoção de PedrasPorto FrancoPorto Rico do MaranhãoPresidente DutraPresidente JuscelinoPresidente MédiciPresidente SarneyPresidente VargasPrimeira CruzRaposaRiachãoRibamar Fiquene

-698115548347

---

230429506

--

1.06840651

3601.171

588612

-40

-198

-12

1.55698

809280158

-571158

-1.147

18-

11874

750670

1.9116.000

-5.040

50--

4091.680

-1.650

-

-343324488411

---

1537951.594

--

5611001176551.760103222

-338

-176

-17

7014311.874651630

-2.506385

-1.157134

-1061.8163887891.9513.145

-2.588

46--

35218

-1.877

-

905157

6.37837

581327

2.832440

1.470716

1.434565825

1.59094

130859362114160949540818529688

-716

1.5942.0901.0152.190

4004.067

264692

1.338169791115

1.0861.379

8881.9402.393

242.873

6013069453

150-

3.336510

-2.3251.100

9131.400

---

1.8051.3402.250

--

5.1851.123

588800

2.800980

1.700-

500-

988-

202.1901.2304.1514.0001.980

-6.795

630-

3.585292

-420

1.1563.1232.0956.370

10.000-

12.600100

--

1.2792.800

-3.000

-

-896869531935

---

4381.5904.313

--

1.368158226

1.5692.179

172546

-358

-418

-13

8291.2005.5761.200

659-

3.802866

-2.681

299-

1872.232

9701.8523.0672.626

-3.577

99--

67375

-3.480

-

464445

2.55061

1.210545

3.470715

2.1001.0854.7821.3451.1001.410

195260

1.431250190615530450

1.298882

1.043-

8951.2756.8751.0901.335

8904.067

600865

2.027338

1.318215

1.2071.3632.0854.497

99748

3.14012022086798

250-

1.570340

31Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Tabela 3. Continuação.

Quantidade produzida (Tonelada) Área colhida (Hectare)

1990 1996 2003 1990 1996 2003

Fonte: Produção Agricola Municipal - IBGE, 2005b.

RosárioSambaíbaSanta Filomena do MaranhãoSanta HelenaSanta InêsSanta LuziaSanta Luzia do ParuáSanta Quitéria do MaranhãoSanta RitaSantana do MaranhãoSanto Antônio dos LopesSão Benedito do Rio PretoSão BentoSão BernardoSão Domingos do AzeitãoSão Domingos do MaranhãoSão Félix de BalsasSão Francisco do BrejãoSão Francisco do MaranhãoSão João BatistaSão João do CarúSão João do ParaísoSão João do SoterSão João dos PatosSão José dos BasíliosSão Luís Gonzaga do MaranhãoSão Mateus do MaranhãoSão Pedro da Água BrancaSão Pedro dos CrentesSão Raimundo das MangabeirasSão Raimundo do Doca BezerraSão RobertoSão Vicente FerrerSatubinhaSenador Alexandre CostaSenador La RocqueSerrano do MaranhãoSítio NovoSucupira do NorteSucupira do RiachãoTasso FragosoTimbirasTimonTuntumTuriaçuTurilândiaTutóiaUrbano SantosVargem GrandeVianaVila Nova dos MartíriosVitória do MearimVitorino FreireZé Doca

415115

-1955

10.8001.567

396679

-889945975230

-1.646

56-

148534

---

132-

1.293137

--

115--

528----

1.410407

-142270507

6.1881.464

-450450

1.2002.075

-1.9491.0392.145

432910

-245204

17.6621.963

378207

-947285549894

-5.413

270-

665212

---

495-

1.236814

--

852--

651----

1.328298

-67

623472

3.8876.277

-820573734

1.219-

608772

1.576

415672

2.496451210

26.543891265203407708665500431

1.3908.498

537781

1.155233

2.8456.2772.0581.2801.8023.1171.497

3211.405

11.300900436654522

1.9281.590

2982.2501.172

65521.4801.752

8726.6983.596

945815840

1.1521.638

699191

2.4471.246

1.2401.100

-319198

15.0002.6111.6001.476

-2.9643.5002.0001.700

-9.790

700-

1.8501.112

---

1.650-

4.860840

--

1.100--

1.101----

4.7002.788

-1.3531.8002.470

16.5004.880

-3.2161.5005.0005.460

-4.1305.1964.875

1.168943

-296587

21.4613.068

730332

-2.344

592829

1.813-

6.672436

-950425

---

801-

3.5021.130

--

742--

1.378----

2.304325

-90

2.6221.5725.4376.328

-2.4421.6142.1512.352

-848

2.3114.789

830560

2.6001.005

35017.0151.295

530406830

1.550950

1.000880480

6.070545488

1.100353

4.7422.6712.450

8252.3105.1953.145

214810

2.2601.9251.250

921870

2.410994458

1.5001.090

4503.5802.7812.7253.9403.9961.0501.9401.2002.5602.068

466208

3.9942.010

32 Aspectos da Cultura do Milho: Características e Evolução da Cultura noEstado do Maranhão entre 1990 e 2003

Tabela 4. Área Colhida por estratos de área nos principais municípiosmaranhenseprodutores de milho, 1996.produtores de milho, 1996

Fonte: Produção Agricola Municipal - IBGE, 2005a.

Menos de50 ha

50 a menosde 200 ha

200 a menosde 1.000 ha

1.000 a menosde 5.000 ha

Maior que5.000 ha

BrasilMaranhãoAçailândiaAldeias AltasAlto ParnaíbaAmarante do MaranhãoAnapurusArameBacabalBalsasBarra do CordaBom JardimBrejoBuritiBuriti BravoCaxiasChapadinhaCodóColinasCoroatáEsperantinópolisEstreitoFortunaGonçalves DiasGovernador Eugênio BarrosGrajaúItapecuru MirimJoselândiaLago da PedraLoretoMata RomaMatõesParnaramaPaulo RamosPenalvaPirapemasPoção de PedrasPresidente DutraSanta LuziaSão Domingos do MaranhãoSão Luís Gonzaga do MaranhãoSão Mateus do MaranhãoSão Raimundo das MangabeirasTasso FragosoTimbirasTimonTuntumTuriaçuTutóiaVargem GrandeVianaVitorino FreireZé Doca

4.936.257,13213.893,44

3.194,251.274,64

381,243.763,41

365,623.807,471.922,21

565,954.378,015.683,011.198,711.444,842.070,546.674,072.829,094.943,854.255,463.617,803.508,68

457,973.186,931.500,823.823,844.222,401.916,332.253,135.068,96

537,54418,47

3.618,515.065,052.374,552.403,881.681,202.685,622.910,36

14.399,225.129,623.076,95

899,85387,0920,42

2.301,081.403,524.166,725.998,752.231,442.105,232.230,011.866,233.196,53

2.146.526,9544.289,28

901,3790,55

191,80967,3632,30

1.844,91221,69447,85

2.586,413.094,51

96,22167,53167,30576,38176,26405,32649,29288,16681,70640,45157,14263,89456,28

1.960,6947,47

451,791.036,51

112,4316,15

284,63296,70821,23191,0086,00

354,84412,96

4.660,171.284,24

349,9947,24

128,8249,79

221,48143,29802,36221,86

4,1224,0197,54

379,791.349,22

2.131.010,6017.661,321.554,18

122,37161,30494,88

6,66161,78168,19299,05563,08351,09122,7585,72

121,31285,9556,78

375,29267,33242,85227,13605,3651,4159,3863,16

599,2775,0031,63

334,6827,5010,20

183,28166,48521,5486,2157,1226,63

253,51787,73258,1761,58

100,59122,1818,0172,24

133,34368,98106,01

0,5012,8824,8265,47

231,99

1.131.802,229.778,481.212,02

5,5428,00

245,360,00

103,5036,83

149,6989,35

153,000,006,100,00

92,808,20

150,60202,50

6,100,00

1.002,490,001,827,00

708,74300,00

0,0026,4242,000,00

136,1020,5085,000,00

20,890,000,00

1.597,680,00

13,0082,6014,401,50

27,502,00

88,501,600,008,420,000,00

11,08

257.253,202.170,38

160,200,00

45,000,000,000,001,87

65,000,002,180,000,00

40,000,001,66

32,000,000,000,00

80,00150,00

0,000,00

303,000,000,00

100,70150,00

0,0090,0027,000,000,005,000,000,00

16,000,000,000,00

90,000,000,000,00

10,000,000,000,000,000,000,00

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