crise e desagregação do bloco socialista · 2020. 11. 5. · burocratização do estado e das...
TRANSCRIPT
Crise e desagregação do Bloco Socialista
Os sete “chefes” do império soviético:
Lênin 1917 – 1924: implantação do socialismo de corte bolchevique;
formação da URSS; Nova Política Econômica (NPE).
1924 – 1929: vácuo de poder gerado pela disputa entre Stalin e Trotsky.
Stalin 1929 – 1953: Planos Quinquenais; stalinismo.
Nikita Kruschev 1954 – 1964: desestalinização; coexistência pacífica.
Leonid Brejnev 1964 – 1982: reformismo moderado; déténte; invasão do
Afeganistão.
Iuri Andropov 1982 – 1984.
Mikhail Gorbachev 1985 – 1991: Perestoika (reestruturação da economia) e
Glasnost (transparência).
Causas para o colapso soviético
Burocratização do Estado e das empresas estatais e desmotivação para o trabalho.
Aumento dos gastos militares com a Guerra do Afeganistão e a retomada da Guerra Fria (Projeto Guerra nas Estrelas – militarização do espaço pelos EUA – blefe de Ronald Reagan). A manutenção dos gastos com os países satélites do Bloco Socialista.
Não desenvolveu o mercado consumidor interno de bens de consumo para a população; não acompanhou o desenvolvimento das novas tecnologias (exceto na área espacial e militar); não implantou o toyotismo.
Perestroika e Glasnost.
Reagan e o Projeto “Guerra nas Estrelas”
Gorbachev e o fim de uma Era
Gorbachev assumiu o cargo de secretário-geral do Partido Comunista no contexto da reativação da Guerra Fria e da Guerra do Afeganistão. A Ideia de Gorbatchev era revitalizar o socialismo, baseando-o na justiça, na democracia e no bem estar social.
Propôs a redução de 50% dos arsenais nucleares estratégicos e seu fim até o ano 2000.
Perestroika: descentralização do sistema produtivo; atender às necessidades da população; desenvolvimento dos bens de consumo; implantar padrões de qualidade; permitir a busca por lucros em pequenos e médios empreendimentos; abertura econômica moderada e controlada.
O grande problema era como fazer isso sem acabar com o sistema soviético.
Chernobyl 1986 (Ucrânia)
Glasnost
Fim da censura, das perseguições políticas e reabilitação dos dissidentes (ou seja, fim do terror de Estado).
Democratização do PCUS, permitindo a participação das bases.
Retirada das tropas soviéticas do Afeganistão (1988).
Liberalização da produção cultural, intelectual e abertura para o Ocidente.
Extinção da Doutrina de Soberania Limitada: a URSS não interviria mais nos países satélites da Cortina de Ferro.
Enquanto a Perestroika não deslanchava, a Glasnost avançou além do previsto: a sociedade, tanto soviética quanto dos países satélites, passou a criticar abertamente o regime socialista,
denunciando as péssimas condições de vida;
a falta de liberdade civil e participação política;
a devastação do ambiente em prol de interesses estratégicos;
a grande burocracia;
o autoritarismo dos dirigentes políticos e das empresas estatais;
a péssima qualidade dos produtos;
a dupla jornada feminina;
os privilégios da elite burocrática.
O colapso do comunismo na Cortina de Ferro
A partir de 1989, o comunismo no Leste Europeu entrou em colapso: até então, qualquer iniciativa de luta contra o regime comunista encontrava um entrave na intervenção soviética – como na Hungria em 1956 e na Tchecoslováquia em 1968. Porém, com a fragilidade da URSS e a não-intervenção oriunda da Glasnost, os regimes comunistas da Europa oriental desmoronaram.
Em 1989, a Hungria pôs fim ao regime e realizou eleições gerais para o exercício da democracia representativa e entrada na futura União Europeia.
No mesmo ano, a Polônia fez sua transição democrática.
A queda do Muro de Berlim – 1989
Com a democratização da Hungria, muitos alemães orientais entravam no país e, após passarem pela Áustria, chegavam à Alemanha Ocidental. Ao mesmo tempo, várias manifestações na Berlim Oriental reivindicavam o direito de passagem para o lado ocidental.
Em 9 de novembro a passagem foi liberada. O chanceler da Alemanha Ocidental, Helmut Kohl, apresentou um plano de reunificação, que foi aceito pelos dirigentes da Alemanha Oriental.
Após a queda do Muro, caiu o governo da Bulgária.
Na Romênia, o ditador Nicolau Ceaucescu tentou resistir e reprimir as manifestações, mas foi preso e fuzilado.
Na Tchecoslováquia, negociações políticas levaram à “Revolução de Veludo, que pôs fim ao regime comunista. Em 1993, de comum acordo, dois países foram formados: a República Tcheca e a Eslováquia.
Na Iugoslávia, o fim do comunismo levou à guerra civil, que dilacerou o país entre 1991 e 1992, principalmente devido as rivalidades étnicas entre sérvios e croatas. Após intervenção da ONU e OTAN, a Iugoslávia se desmembrou em Sérvia, Croácia, Eslovênia, Macedônia, Bósnia-Hezergovina e Montenegro.
Kosovo e Voivodina se tornaram províncias autônomas da Sérvia.
O fim da “utopia” – 1991
A dissolução do comunismo no Leste Europeu desprestigiou Gorbachev nos círculos de poder do PCUS. Além disso, teve de enfrentar a crise econômica, já que a Perestroika não funcionava, e a explosão dos nacionalismos nas Repúblicas Soviéticas.
Com a abertura promovida pela Glasnost, revoltas e manifestações nacionalistas eclodiram no Cazaquistão, Bielo-Rússia, Ucrânia, Letônia, Estônia e Lituânia, além de outras regiões de maioria muçulmana.
No início de 1990, a Lituânia declarou independência, seguida por Ucrânia, Bielo-Rússia e Geórgia.
A URSS se desagregava.
Em 1991, o liberal Boris Yeltsin é eleito presidente da Rússia, iniciando uma articulação para o fim do comunismo.
Gorbachev é deposto por um golpe articulado por membros da KGB descontentes com o colapso do comunismo. O golpe fracassa devido a mobilização popular liderada por Yeltsin. A URSS é extinta.