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PT Comité Económico e Social Europeu Bruxelas, 8 de maio de 2018 REUNIÃO PLENÁRIA DE 18 E 19 DE ABRIL DE 2018 SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço: http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/ plenary-session-summaries Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do Comité: http://dm.eesc.europa.eu/EESCDocumentSearch/Pages/ opinionssearch.aspx EESC-2018-01201-00-01-TCD-TRA (FR/EN) 1/33

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PT

Comité Económico e Social Europeu

Bruxelas, 8 de maio de 2018

REUNIÃO PLENÁRIA

DE 18 E 19 DE ABRIL DE 2018

SÍNTESE DOS PARECERES ADOTADOS

O presente documento pode ser consultado nas línguas oficiais no sítio Web do CESE, no seguinte endereço:

http://www.eesc.europa.eu/pt/our-work/opinions-information-reports/plenary-session-summaries

Os pareceres mencionados podem ser consultados em linha através do motor de busca do Comité:

http://dm.eesc.europa.eu/EESCDocumentSearch/Pages/opinionssearch.aspx

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Índice

1. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL................3

2. SECÇÃO ESPECIALIZADA DO MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO.......7

3. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE RELAÇÕES EXTERNAS.................................................8

4. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA...11

5. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO..........................................................................................14

6. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS........................................23

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Os pareceres adotados na plenária foram os seguintes:

1. UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA, COESÃO ECONÓMICA E SOCIAL

Pacote União Económica e Monetária

Relator: Mihai Ivașcu (Europa da Diversidade – RO)Correlator: Stefano Palmieri (Trabalhadores – IT)

Referência:COM(2017) 821 finalCOM(2017) 822 finalCOM(2017) 823 finalCOM(2017) 824 final – 2017/0335 (CNS)COM(2017) 827 final – 2017/0333 (APP)EESC-2017-05489-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE:

acolhe com agrado o roteiro proposto para concluir a UEM, mas o seu apoio não é pleno nem entusiástico por se terem ignorado algumas questões sociais, políticas e económicas que o Comité teve oportunidade de destacar nos seus pareceres anteriores;

sublinha que os princípios da responsabilidade e da solidariedade a nível da UE devem ser concomitantes;

lamenta que o CESE e o Comité das Regiões não constem da comunicação e que o papel do Parlamento Europeu permaneça bastante limitado;

destaca a necessidade de desenvolver novos instrumentos financeiros para prevenir as crises e contrariar medidas pró-cíclicas;

sublinha que a realização da União Bancária e da União dos Mercados de Capitais e a abordagem do problema do crédito malparado devem continuar a ser prioridades centrais da ordem do dia;

apoia plenamente a função proposta do novo Fundo Monetário Europeu (FME) – proporcionar um mecanismo de apoio comum para o Fundo Único de Resolução –, mas salienta que esta medida não deve funcionar como paraquedas dourado, incentivando os bancos a assumirem riscos desnecessários;

considera que o FME deve desempenhar um papel mais ativo no contexto da UE, à semelhança do Fundo Monetário Internacional a nível internacional, apoiando o desenvolvimento económico e absorvendo choques, em vez de se limitar apenas à prevenção de crises bancárias;

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entende que o Tratado sobre Estabilidade, Coordenação e Governação (TECG) deve ser integrado no direito da UE, em conjunto com a transformação do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) no FME, não permitindo aos Estados-Membros a realização de escolhas seletivas;

considera que a interpretação flexível dada ao Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) não é suficiente e recomenda a realização de debates ao nível da UE sobre a exclusão dos investimentos públicos estratégicos com valor acrescentado do âmbito de aplicação do PEC;

apoia plenamente a proposta de introdução de um mecanismo de convergência específico para os Estados-Membros em vias de adesão à área do euro;

entende que, a fim de reduzir as atuais disparidades entre as economias da UE, a função de estabilização macroeconómica é tanto mais importante quanto os Estados-Membros têm uma margem cada vez menor para atuar autonomamente devido às restrições da UEM;

apoia a criação de um ministro da Economia e das Finanças para a UEM como um primeiro passo para reforçar a coerência das políticas que estão atualmente fragmentadas, mas apela para uma maior reflexão sobre o reforço da responsabilização democrática do cargo ministerial proposto.

Contacto: Alexander Alexandrov(Tel.: 00 32 2 546 9805 – correio eletrónico: [email protected])

Revisão dos requisitos prudenciais aplicáveis às empresas de investimento

Relator: Jarosław Mulewicz (Empregadores – PL)

Referência:COM(2017) 790 final – 2017/0359 (COD)COM(2017) 791 final – 2017/0358 (COD)EESC-2017-05601-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE:

acolhe favoravelmente as propostas da Comissão, dado que podem contribuir para alcançar vários objetivos da Comissão, nomeadamente:

o criar um quadro regulamentar integrado único para as empresas de investimento;o reforçar os mercados de capitais a fim de promover o investimento;o desbloquear as fontes de financiamento existentes e criar novas fontes de

financiamento para as empresas e as famílias;

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o atrair empresas de investimento para a UE após o Brexit;o reforçar a União Económica e Monetária;

observa que – apesar de este ser um efeito não intencional – a atividade das empresas de investimento sediadas no Reino Unido seria relocalizada para Estados-Membros que participam na União Bancária ou pertencem à área do euro, e existe o risco de que os Estados-Membros que não integram a área do euro não sejam tidos em conta a este respeito;

congratula-se com o facto de se prever que as PME estejam entre os principais beneficiários da diretiva e do regulamento. Um regime prudencial mais proporcionado e adequado para estas empresas contribuiria para melhorar as condições do exercício das suas atividades, diminuir as barreiras à entrada no mercado e facilitar o seu acesso ao financiamento;

congratula-se com o facto de as propostas de diretiva e de regulamento estabelecerem as normas e os requisitos necessários em matéria de capital inicial e capital existente, poderes de supervisão, publicação e remuneração. Estas propostas poderão, assim, contribuir para a redução dos riscos na UE;

destaca a importância de garantir a flexibilidade do quadro jurídico para as empresas de investimento.

Contacto: Krisztina Perlaky-Tóth(Tel.: 00 32 2 546 9740 – Correio eletrónico: [email protected])

Financiamento do Pilar Europeu dos Direitos Sociais

Relatora: Anne Demelenne (Trabalhadores – BE)

Referência: Parecer de iniciativa – EESC-2017-00927-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

Os princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais (a seguir «Pilar Social») e a necessidade de o executar devem constituir uma das linhas-mestras das negociações do próximo Quadro Financeiro Plurianual da UE.

A concretização do Pilar Social requer melhoramentos nos Estados-Membros e uma base orçamental robusta, para o investimento e as despesas correntes.

A necessidade de realizar despesas é particularmente grande nos países de baixo rendimento e naqueles que sofreram quebras de rendimento nos últimos anos. Todos estão sujeitos, em maior ou menor grau, a constrangimentos decorrentes das regras orçamentais da UE e do nível de endividamento.

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A margem para a contração de mais despesa pode ser criada nos Estados-Membros com recurso a diversos programas da UE.

O investimento do setor privado pode dar um contributo em alguns domínios, mas não é suficiente nem constitui uma garantia contra a exclusão dos grupos sociais mais fracos.

A realização de mais investimento público nos Estados-Membros pode ser facilitada com o recurso a uma regra de ouro de investimento público com um objetivo social, que conferiria maior flexibilidade às regras orçamentais, a fim de concretizar os objetivos do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

A realização de mais investimento público pode também beneficiar do apoio dos instrumentos da UE, mormente os Fundos Europeus Estruturais e de Investimento e do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos.

Políticas tributárias apropriadas, incluindo um combate efetivo à fraude e à elisão fiscais e ao planeamento fiscal agressivo, devem habilitar os Estados-Membros e a UE a angariar recursos adicionais para financiamento do Pilar Social.

A execução do Pilar Social exige a apropriação ativa, a responsabilização e a participação das partes interessadas pertinentes nos diferentes níveis: instituições europeias, Estados-Membros e órgãos de poder local e regional, bem como parceiros sociais e outros agentes da sociedade civil.

Contacto: Gerald Klec(Tel.: 00 32 2 546 9909 – Correio eletrónico: [email protected])

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2. SECÇÃO ESPECIALIZADA DO MERCADO ÚNICO, PRODUÇÃO E CONSUMO

Completar o Programa Legislar Melhor: melhores soluções para melhores resultados

Relator: Bernd Dittmann (Empregadores – DE)

Referência: COM(2017) 651 finalEESC-2017-06085-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE considera que:

o Programa Legislar Melhor deve tornar-se um programa permanente destinado a dotar a União de legislação de elevada qualidade sem prejudicar os principais objetivos políticos nem exercer pressão no sentido da desregulamentação. Deve ser mantido, desenvolvido e melhorado pela nova Comissão após 2019;

para garantir a confiança dos cidadãos na UE e nas suas instituições, o Programa Legislar Melhor deve contribuir para criar processos de elaboração de políticas responsáveis, participativos e transparentes, que resultem em regras simples, claras, coerentes, adequadas e fáceis de aplicar;

o Programa Legislar Melhor não deve resultar numa burocratização excessiva do processo de elaboração de políticas da UE. Deve ser em primeiro lugar um instrumento capaz de garantir que os objetivos políticos são atingidos, numa base fundamentada e orientada pelos valores da União, a saber, a proteção social e ambiental e os direitos fundamentais;

o Programa Legislar Melhor deve continuar aberto e acessível a todas as organizações e partes interessadas, independentemente da sua dimensão e dos seus recursos financeiros e humanos.

Contacto: Jean-Pierre Faure(Tel.: 00 32 2 546 9615 – correio eletrónico: [email protected])

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3. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE RELAÇÕES EXTERNAS

A coesão económica e social e a integração europeia dos Balcãs Ocidentais – desafios e prioridades

Relator: Andrej Zorko (Trabalhadores – SI)Correlator: Dimitris Dimitriadis (Empregadores – EL)

Referência: Parecer exploratório – EESC-2017-04948-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE congratula-se com o facto de a integração dos países dos Balcãs Ocidentais na UE e a sua coesão económica e social constituírem uma das prioridades da Presidência búlgara. Propõe que a integração dos países dos Balcãs Ocidentais seja uma das principais prioridades da UE no futuro, desde que estes países continuem a envidar esforços no sentido de preencher as condições necessárias para a adesão à UE. O Comité está convicto de que o alargamento da UE, e em particular a difusão dos seus valores democráticos e normas jurídicas na região dos Balcãs Ocidentais, é do interesse dos respetivos países e da UE.

O CESE acolhe com agrado a cimeira de chefes de Estado e de Governo dos países da UE e dos Balcãs Ocidentais, a realizar em 17 de maio em Sófia, e está empenhado em organizar, antes de cada cimeira deste tipo, um evento conjunto com representantes das organizações da sociedade civil dos Balcãs Ocidentais e da UE. O CESE insta os chefes de Estado que participarão na cimeira da UE em Sófia a manifestarem claramente o seu empenho em prol de um apoio mais coerente e direto às organizações da sociedade civil a todos os níveis.

O CESE recomenda que a coesão social, económica e territorial seja tida em conta na avaliação do cumprimento dos critérios de adesão à UE. Considera que o respeito pelo Estado de direito e pelos direitos das minorias se reveste de extrema importância para o desenvolvimento democrático, económico e social dos países dos Balcãs Ocidentais. O Comité considera ainda que o papel da educação e de meios de comunicação social livres e independentes é muito importante para superar os diferendos do passado e reforçar os valores democráticos.

O CESE congratula-se com a nova estratégia da Comissão para os Balcãs Ocidentais intitulada «Uma perspetiva de alargamento credível e um maior empenhamento da UE nos Balcãs Ocidentais»1 e com as suas seis iniciativas emblemáticas. O CESE manifesta-se disponível para cooperar com a sociedade civil dos Balcãs Ocidentais a fim de contribuir para a adoção de medidas concretas nos domínios do Estado de direito, da segurança e da migração, do desenvolvimento socioeconómico, da conectividade, da agenda digital, da reconciliação e de relações de boa vizinhança, tal como estipulado no Plano de Ação de apoio à transformação dos Balcãs Ocidentais para 2018-2020.

1 COM(2018) 65 final, de 6.2.2018 .

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Os parceiros sociais e outras organizações da sociedade civil, tanto a nível da UE como a nível nacional, devem estar envolvidos de forma significativa em todo o processo de integração dos países dos Balcãs Ocidentais na UE. O CESE propõe que as instituições da UE ponderem incluir nos critérios de adesão à UE a existência de um diálogo social e civil eficaz a nível nacional.

Contacto: David Hoić(Tel.: 00 32 2 546 9069 – Correio eletrónico: [email protected])

Análise dos investimentos diretos estrangeiros na União Europeia

Relator: Christian Bäumler (Trabalhadores - DE)Correlator: Gintaras Morkis (Empregadores – LT)

Referência: EESC-2017-05490-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE salienta que o investimento direto estrangeiro é uma importante fonte de crescimento, emprego e inovação e tem sido desde sempre um fator determinante de um desenvolvimento económico e social positivo da União Europeia. O CESE apoia um ambiente de investimento aberto e é inteiramente favorável ao investimento direto estrangeiro.

O CESE observa que o investimento estrangeiro, embora útil, também pode acarretar riscos e constituir um perigo para a segurança nacional e a ordem pública em um ou mais Estados-Membros e apela para que a posição de abertura da UE ao investimento direto estrangeiro seja acompanhada de medidas políticas sólidas e eficazes.

O CESE saúda a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho que estabelece um quadro para a análise dos investimentos diretos estrangeiros na União Europeia, mas salienta que a dimensão do problema não é ainda amplamente conhecida, uma vez que a Comissão não analisou os fluxos de investimento nem o seu impacto ao iniciar o processo legislativo.

A análise dos investimentos em empresas e setores de importância estratégica para a segurança nacional e a ordem pública da UE é parcelar e descoordenada: alguns países dispõem de um processo de análise, outros não, pelo que nestes últimos, os investimentos não são alvo de qualquer análise. Um sistema ao nível da UE deverá colmatar esta lacuna, eliminar as diferenças entre os Estados-Membros e preservar os interesses nacionais e europeus. O CESE sublinha que a UE dispõe de competência exclusiva no que respeita ao investimento direto estrangeiro. Na medida em que existem nos Estados-Membros sistemas de análise nacionais, terá de ser criada uma base jurídica para os mesmos, de modo a evitar a insegurança jurídica.

O CESE considera preocupante que a Comissão da UE se limite a exercer o seu direito de

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análise dos investimentos relacionados com atividades de investimento que possam ter repercussões em projetos ou programas no interesse da União. Na medida em que o investimento direto estrangeiro tenha impactos transfronteiriços em toda a UE ou em parte desta, a UE deve exercer a sua competência de análise do investimento.

O CESE recomenda que os parceiros sociais e a sociedade civil sejam associados a este processo de forma adequada.

O CESE propõe que a análise do investimento seja alargada a áreas sensíveis das infraestruturas e das instalações que asseguram a manutenção de funções vitais da sociedade, nomeadamente o abastecimento de energia e de água, os transportes, a infraestrutura digital, os serviços financeiros, os mercados financeiros e o setor da saúde.

O CESE apoia o alargamento da análise do investimento a tecnologias-chave quando os investidores forem controlados pelo governo de um país terceiro ou com eles tenham ligações próximas. O CESE propõe que o regulamento preveja um processo de análise distinto para o investimento direto estrangeiro realizado por governos de países terceiros ou investidores próximos desses governos.

Embora a questão da reciprocidade não seja abordada na proposta de regulamento, o CESE insta a Comissão a aplicar o princípio da reciprocidade a todas as negociações entre a UE e países terceiros sobre os investimentos diretos estrangeiros, dado que cada vez mais investidores de países terceiros adquirem empresas e entidades da UE, ao passo que os investidores da UE enfrentam frequentemente obstáculos ao investimento em outros países.

Contacto: Georges-Henry Carrard(Tel.: 00 32 2 546 9593 – correio eletrónico: [email protected])

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4. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE EMPREGO, ASSUNTOS SOCIAIS E CIDADANIA

Quadro Europeu para a Qualidade e a Eficácia da Aprendizagem

Relatora: Imse Spragg Nilsson (Europa da Diversidade – SE)Correlatora: Vladimíra Drbalová (Empregadores – CZ)

Referência: EESC-2017-05796-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

A Comissão Europeia adotou uma proposta de um Quadro Europeu para a Qualidade e a Eficácia da Aprendizagem como parte da Nova Agenda de Competências para a Europa, de junho de 2016, tomando em consideração contributos fundamentais dos parceiros sociais. A iniciativa está em consonância com o Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que prevê um direito a uma educação inclusiva e de qualidade, formação e aprendizagem ao longo da vida, com base no importante contributo dos parceiros sociais.

A Comissão identificou 14 critérios fundamentais que os Estados-Membros e as partes interessadas devem utilizar para desenvolver programas de aprendizagem eficazes e de qualidade. Esta iniciativa deverá ajudar a reforçar a empregabilidade e a realização pessoal dos aprendizes e contribuir para o desenvolvimento de uma mão de obra altamente qualificada e competente, capaz de dar resposta às necessidades do mercado de trabalho.

No seu parecer, o CESE reconhece o papel positivo que os programas de aprendizagem podem desempenhar no reforço das competências e da empregabilidade, sobretudo dos jovens, mas realça que o desemprego constitui um fenómeno complexo, sendo necessária uma abordagem holística para combater as suas principais causas para além da questão da inadequação das competências.

O Comité concorda com a escolha da recomendação como instrumento jurídico, pois tal incentiva a coordenação entre Estados-Membros, permitindo ao mesmo tempo flexibilidade a nível nacional. A definição e os critérios estabelecidos pela Comissão Europeia na proposta de recomendação do Conselho respeitam a diversidade dos programas nacionais no domínio da aprendizagem.

O CESE congratula-se com o facto de os Estados-Membros serem convidados a promover a participação ativa dos parceiros sociais na conceção, gestão e execução de programas de aprendizagem, em conformidade com os sistemas nacionais de relações laborais e as práticas de ensino e formação.

Também considera que os aprendizes e outras partes interessadas pertinentes, tais como as organizações de jovens e de pais e as associações de estudantes, devem participar ativamente na conceção, gestão e execução dos programas de aprendizagem.

É necessária uma maior ênfase ao modo como os aprendizes se podem apropriar dos seus

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percursos de aprendizagem. Dar aos aprendizes a capacidade de influenciar a sua experiência de aprendizagem poderia tornar a experiência mais produtiva, o que seria igualmente benéfico para a entidade que proporciona a aprendizagem.

O CESE insta à realização de iniciativas que explorem o potencial da mobilidade transnacional dos aprendizes na UE

Congratula-se com a intenção de acompanhar a aplicação da recomendação com o apoio do Comité Consultivo Tripartido da Formação Profissional (CCFP), bem como através do Semestre Europeu, e sugere a criação de indicadores para avaliar o impacto ao nível nacional.

Por último, o CESE manifesta a sua disponibilidade para avaliar a aplicação da recomendação nos Estados-Membros, na perspetiva da sociedade civil organizada.

Contacto: Ana Dumitrache(Tel.: 00 32 2 546 8131 – correio eletrónico: [email protected])

Plano de ação da UE para 2017-2019 – Colmatar as disparidades salariais entre homens e mulheres

Relatora: Anne Demelenne (Trabalhadores – BE)

Correlatora: Vladimíra Drbalová (Empregadores – CZ)

Referência: EESC-2018-00304-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE:

saúda os esforços envidados pela Comissão Europeia para eliminar as persistentes disparidades salariais entre homens e mulheres, nomeadamente propondo um conjunto de atividades amplo e coerente no plano de ação em apreço. No entanto, considera que cada uma das oito vertentes de ação merece ser aprofundada;

recomenda que os sistemas de ensino e de aprendizagem se concentrem nas raízes culturais e nos estereótipos existentes que afetam as opções de carreira;

recomenda que sejam aprofundados os motivos da segregação nos mercados de trabalho e que se imponham medidas mais firmes para a combater;

subscreve a proposta da Comissão relativa à transparência salarial e às auditorias às remunerações a nível setorial e das empresas, a fim de facilitar a recolha de dados

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(estatísticos) individualizados e a elaboração de planos de ação adequados;

recomenda que se prossigam os esforços da Estratégia Europa 2020 para alcançar o objetivo de uma taxa de emprego de 75% para mulheres e homens, de preferência a tempo inteiro;

congratula-se com o facto de a Comissão reconhecer o papel essencial dos parceiros sociais no processo enquanto intervenientes fundamentais no mercado de trabalho e destaca igualmente o contributo das organizações da sociedade civil;

insiste na necessidade de disponibilizar recursos adicionais, no Quadro Financeiro Plurianual, para a concretização do plano de ação no seu conjunto, nomeadamente no que se refere ao financiamento de estruturas de acolhimento e de prestação de cuidados, sem que tal prejudique os Estados-Membros (respeitando, por conseguinte, a «regra de ouro»);

ponderará aconselhar a Comissão a propor medidas legislativas e não legislativas, nomeadamente em matéria de sanções e/ou de incentivos, se o plano de ação proposto não se revelar verdadeiramente eficaz até ao final de 2019.

Contacto: Judite Berkemeier(Tel.: 00 32 2 546 9897 – Correio eletrónico: [email protected])

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5. SECÇÃO ESPECIALIZADA DE TRANSPORTES, ENERGIA, INFRAESTRUTURAS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Acesso ao mercado internacional dos serviços de transporte em autocarro

Relator: Raymond Hencks (Empregadores – LU)

Referência: COM(2017) 647 finalEESC-2017-05166-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE subscreve os objetivos de melhorar a mobilidade dos cidadãos que viajam de autocarro ou de camioneta por longas distâncias, aumentar a utilização de modos de transporte sustentáveis e propor serviços que respondam melhor às necessidades dos cidadãos, em especial os de menores rendimentos.

Todavia, a proposta de alargamento do âmbito de aplicação das regras comuns para o acesso ao mercado internacional dos serviços de transporte em autocarro e camioneta a todos os serviços regulares por conta de outrem, incluindo os serviços nacionais, efetuados por transportadores não residentes, é considerada problemática em alguns Estados-Membros.

A aplicação aos serviços de transporte urbanos e suburbanos das novas regras relativas ao acesso ao mercado de um serviço de transporte regular internacional e nacional em autocarro e camioneta numa distância inferior a 100 ou 120 quilómetros em linha reta pode, segundo esses Estados-Membros, prejudicar gravemente o cumprimento da missão e das obrigações de serviço público de um serviço de interesse económico geral (SIEG).

A proposta de regulamento não tem em conta as diferenças significativas existentes entre Estados-Membros no que respeita à organização dos serviços de transporte em autocarro e camioneta e à tarifação, nomeadamente dos serviços urbanos ou suburbanos.

Prevê-se na disposição proposta que o acesso ao mercado, no caso dos serviços de transporte internacionais e nacionais (incluindo o transporte urbano e suburbano) numa distância inferior a 100 quilómetros em linha reta, só pode ser recusado se o serviço proposto comprometer o equilíbrio económico de um contrato público de serviços, o que pode, em alguns casos, ser difícil de conciliar com um serviço de interesse geral, que deve ser prestado a preços acessíveis e com qualidade adequada a todos os utentes.

O CESE salienta que se for dado aos Estados-Membros, em conformidade com uma tal aplicação do princípio da subsidiariedade, o amplo poder de apreciação que o Tratado lhes confere para organizar os seus serviços de interesse geral em função das necessidades dos cidadãos, tal significará, naturalmente, que os Estados-Membros que dispõem de mercados de serviços de transporte em autocarro e camioneta desregulamentados podem prosseguir nesta

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via, e que o objetivo da Comissão de estabelecer um mercado único mais coerente para esses serviços não será atingido.

Por último, o CESE salienta que a abertura de novas carreiras de autocarros e camionetas pode prejudicar os serviços públicos fornecidos por modos de transporte mais sustentáveis.

Contacto: António Ribeiro Pereira(Tel.: 00 32 2 546 9363 – correio eletrónico: [email protected])

Transportes combinados de mercadorias

Relator:Stefan Back (Trabalhadores – SE)Referência:COM(2017) 648 final

EESC-2017-05168-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE apoia a iniciativa de tornar o modelo de transporte combinado mais eficiente e atrativo e reforçar a sustentabilidade dos transportes, em conformidade com os objetivos estabelecidos no Livro Branco de 2011 sobre os transportes e os compromissos assumidos ao abrigo do Acordo de Paris.

O Comité acolhe com agrado os esforços para simplificar a diretiva a fim de melhorar a segurança jurídica. O CESE considera especialmente útil a simplificação da delimitação dos trajetos de transporte rodoviário, nomeadamente a opção de flexibilidade concedida aos Estados-Membros, que permite a adaptação às condições locais.

Para facilitar o acesso à informação sobre a execução da diretiva em cada Estado-Membro e facilitar o planeamento das operações de transporte combinado, o CESE propõe que se preveja a obrigação de que todos os Estados-Membros disponibilizem todas as informações pertinentes sobre a execução da diretiva num sítio Web específico.

O CESE apoia a clarificação e simplificação da documentação que deve estar disponível para efeitos de controlo da conformidade, bem como pela disposição que prevê a possibilidade de esses documentos serem apresentados em formato eletrónico.

O CESE acolhe com agrado a obrigação proposta para os Estados-Membros em matéria de investimento em terminais de transbordo, e em especial a obrigação de coordenar os investimentos com os Estados-Membros vizinhos. Não obstante, o CESE pergunta-se se o objetivo estabelecido de uma distância máxima de 150 km entre qualquer local na UE e o terminal mais próximo é realista. O CESE questiona ainda a utilidade da disposição que visa

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excluir a tomada em consideração de certos trajetos de transporte por vias navegáveis interiores e marítimas para efeitos de operações de transporte combinado.

O CESE tem dificuldade em compreender por que motivo a denominada «isenção de cabotagem» permanece inalterada. O CESE chama igualmente atenção para o princípio geral segundo o qual a prestação de serviços num país diferente daquele onde o prestador de serviços está estabelecido deve ter caráter temporário.

O CESE sublinha ainda o enorme potencial da digitalização para a facilitação e a promoção do transporte combinado. O potencial de desenvolvimento neste domínio é considerável no que respeita aos transportes no seu conjunto, incluindo o transporte combinado.

Contacto: António Ribeiro Pereira(Tel.: 00 32 2 546 9363 – correio eletrónico: [email protected])

Veículos não poluentes e energeticamente eficientes

Relator: Ulrich Samm (Empregadores – DE)

Referência: COM(2017) 653 finalEESC-2017-05324-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE subscreve a lógica da Diretiva Veículos Não Poluentes, mas considera que o seu impacto será reduzido face aos esforços globais necessários para alcançar os objetivos da UE em matéria de clima e, em particular, a descarbonização do setor dos transportes. Com efeito, o âmbito da diretiva abrange apenas o domínio da contratação pública.

O Comité critica, em particular, a dispersão da informação, a coexistência de definições diferentes e a complexidade da metodologia de contabilização aplicável aos «veículos não poluentes» ao longo de dois períodos de tempo distintos, durante os quais é muito provável que as definições para os limiares de emissões tornem a mudar.

O CESE duvida que o período de transição até 2025 ajude verdadeiramente a colmatar o fosso tecnológico rumo à disponibilização generalizada dos veículos com emissões de escape nulas. Em consequência, os contratos públicos tanto se poderão atrasar como inclusive acelerar consideravelmente, mas com a tecnologia antiga, bloqueando eventuais investimentos futuros em novas tecnologias de zero emissões.

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No que concerne aos veículos pesados, não há normas de emissão disponíveis para o período de transição e a tecnologia de emissões de escape nulas está menos desenvolvida do que a utilizada nos veículos ligeiros. O CESE considera que a diretiva é prematura no atinente aos veículos pesados e recomenda que se separe esta parte da proposta em apreço, abordando-a numa fase posterior.

O CESE faz notar que há outras tecnologias de propulsão para além da dos veículos elétricos a bateria que também apresentam grande potencial em matéria de mobilidade limpa e lamenta que a diretiva não o reconheça devidamente.

Face à evolução em curso das tecnologias de transporte modernas, o CESE recomenda, pois, para os próximos anos, a adoção de uma abordagem mais flexível em vez de se fixarem limiares de emissões e objetivos em matéria de contratação.

Uma parcela significativa dos contratos públicos está relacionada com os órgãos responsáveis pelo transporte público a nível local, a cargo dos municípios e das autarquias, cujo escopo financeiro é bastante limitado. Não é, pois, evidente que impor em particular aos municípios e autarquias encargos adicionais em matéria de contratação pública seja o modo mais eficiente de estimular a atividade industrial e o desenvolvimento do mercado.

O CESE salienta que todos os custos adicionais podem comportar um ónus significativo para os cidadãos através do aumento do preço dos bilhetes e dos impostos locais ou mesmo da redução da oferta de transportes públicos.

O CESE conclui que o principal obstáculo à modernização dos transportes públicos e à contratação pública de veículos não poluentes é a falta de apoio financeiro e exorta a Comissão a repensar a proposta de molde a ter em atenção o financiamento, considerando em particular os instrumentos existentes.

Contacto: António Ribeiro Pereira(Tel.: 00 32 2 546 9363 – correio eletrónico: [email protected])

Alteração da Diretiva Gás

Relatora: Baiba Miltoviča (Europa da Diversidade – LV)

Referência: COM(2017) 660 finalEESC-2018-00170-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu (CESE) acolhe favoravelmente e apoia a intenção que preside à proposta da Comissão Europeia de alteração da Diretiva Gás (2009/73/CE) de colmatar o vazio

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jurídico deixado pela diretiva original, nomeadamente de aplicar as regras comuns para o mercado interno do gás também às interligações de gasodutos de e para países terceiros. A presente alteração visa melhorar a integração do mercado e a segurança do abastecimento de gás. O CESE salientou frequentemente no passado a importância de uma governação clara, coerente e eficaz para a União da Energia. No entanto, é de assinalar que o Comité gostaria de alertar para as sensibilidades políticas relacionadas com a proposta em apreço e contesta igualmente alguns dos aspetos substantivos e processuais da mesma. As sensibilidades políticas estão ligadas ao compromisso entre a capacidade dos Estados-Membros de prosseguirem os seus próprios interesses nacionais no contexto da segurança e do abastecimento de energia, por um lado, e a necessidade de aplicar ao mercado único princípios regulamentares claros e coerentes, por outro. Esse compromisso é atenuado através da possibilidade concedida aos Estados-Membros de concederem derrogações a regulamentos. Por conseguinte, o CESE teme que a proposta possa não criar a segurança jurídica necessária aos investidores. Tendo em conta as sensibilidades políticas e os potenciais desafios jurídicos, o Comité lamenta que a Comissão não tenha realizado uma avaliação de impacto exaustiva. É igualmente conveniente notar que uma consequência importante da proposta em apreço poderá ser a de considerar seriamente, em primeiro lugar, a dependência crescente da UE de gás russo e a utilização desta fonte de energia como uma alavanca de ação em questões de política externa, e, em segundo lugar, o risco de dependência de combustível fóssil devido à necessidade de rentabilizar as infraestruturas de custo elevado.

Contacto: Kristian Krieger(Tel.: 00 32 2 546 8921 – Correio eletrónico: [email protected])

Plano de ação relativo à infraestrutura para combustíveis alternativos

Relator: Séamus Boland (Europa da Diversidade – IE)

Referência: COM(2017) 652 finalEESC-2017-06021-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE acolhe com muito agrado as iniciativas da Comissão Europeia que visam a descarbonização do setor dos transportes, em particular a sua determinação em acelerar o fornecimento da infraestrutura para combustíveis alternativos, de modo a eliminar as emissões e gases com efeito de estufa e de poluentes atmosféricos até 2050.

O CESE recomenda vivamente que a implementação do Plano de ação relativo à infraestrutura para combustíveis alternativos seja considerada uma prioridade pela UE e por todas as partes interessadas. Contudo, manifesta preocupação com o facto de, atualmente, os quadros de ação nacionais acordados por cada Estado-Membro enquanto instrumentos para alcançar a descarbonização estarem muito aquém das metas e dos objetivos estabelecidos. Por conseguinte, recomenda que a Comissão reveja urgentemente os quadros de ação nacionais, a fim de garantir a consecução dos objetivos estabelecidos.

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Simultaneamente, o CESE recomenda que os Estados-Membros identifiquem e eliminem todos os obstáculos existentes, nomeadamente a perda de receitas fiscais provenientes dos combustíveis fósseis. Além disso, manifesta profunda preocupação com o baixo nível de participação dos consumidores e de interação com as partes interessadas pertinentes. Por conseguinte, recomenda vivamente que os consumidores desempenhem um papel muito mais significativo em todos os aspetos da implantação dos combustíveis alternativos.

O CESE assinala o compromisso financeiro importante assumido pela UE relativamente ao fornecimento da infraestrutura para combustíveis alternativos. No entanto, receia que as estimativas relativas ao financiamento necessário sejam demasiado baixas e que a mobilização de fundos do setor privado esteja a ficar para trás.

Embora o CESE se congratule com a prioridade conferida à adoção de medidas nas zonas urbanas, considera que é necessário elaborar programas que sejam também adequados para os transportes rurais. Por conseguinte, recomenda que estes programas incluam a criação de infraestruturas com base na utilização de biocombustíveis, provenientes essencialmente de resíduos agrícolas, mas também de outras fontes, e na utilização de tecnologias que comportem biodigestores.

Contacto: Erika Paulinova(Tel.: 00 32 2 546 8457 – correio eletrónico: [email protected])

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Realizar o objetivo de uma mobilidade hipocarbónica

Relator: Ulrich Samm (Empregadores – DE)

Referência: COM(2017) 675 finalEESC-2017-05986-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE entende que a posição sólida da indústria europeia deve ser mantida e utilizada para acelerar, transformar e consolidar a transição da economia da UE para as energias limpas, com o importante objetivo de alcançar a liderança do mercado mundial no domínio das novas tecnologias.

O CESE congratula-se com a abordagem geral tecnologicamente neutra, assinalando, porém, que não é líquido que no futuro a nossa mobilidade seja totalmente elétrica; outras tecnologias de propulsão, como é o caso do hidrogénio ou dos combustíveis líquidos não fósseis, também têm um grande potencial em matéria de mobilidade limpa.

O CESE regozija-se com as iniciativas que visam restabelecer a confiança dos consumidores na indústria automóvel e no sistema regulamentar através de normas de emissão realistas e de novos procedimentos de ensaio.

O CESE adverte que a obtenção de uma proporção significativa de veículos hipocarbónicos exige um período de transição, cuja duração depende dos progressos realizados pela indústria automóvel, da rapidez com que os clientes aderem à nova tecnologia e dos custos associados, bem como de outros fatores, como a infraestrutura de carregamento.

O CESE solicita à Comissão Europeia que distinga melhor e de forma mais clara a proteção do clima da melhoria da qualidade do ar. Certos tipos de combustíveis podem ajudar a melhorar a qualidade do ar nas cidades, mas não são benéficos para o clima – como, por exemplo, a eletricidade ou o hidrogénio destinados a veículos elétricos produzidos em centrais a carvão. Por outro lado, apesar de serem respeitadores do clima, os veículos com baixos níveis de emissões movidos a gás natural2 de biometano podem contribuir para a poluição atmosférica local.

O CESE insta a Comissão a ser mais rigorosa no que toca a facilitar o acesso dos consumidores a novas formas mais limpas de mobilidade a preços comportáveis, bem como a garantir que os benefícios desses novos serviços de mobilidade estão ao alcance de todos e são distribuídos de forma equitativa em toda a União.

Por último, o CESE saúda o papel importante da Comissão na formação de uma aliança de indústrias pan-europeia, com vista a criar uma cadeia de valor completa para o

2 Trata-se, antes de mais, de metano de quaisquer fontes, quer sejam processos químicos subterrâneos, orgânicos ou sintéticos quer uma mistura destes.

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desenvolvimento e a produção de baterias avançadas na UE. É fundamental para o emprego que se assegure uma maior quota de produção ao longo da cadeia de valor na UE.

Contacto: António Ribeiro Pereira(Tel.: 00 32 2 546 9363 – correio eletrónico: [email protected])

Reforço das redes de energia da Europa

Relatores: Andrés Barceló Delgado (Empregadores – ES)

Referência: COM(2017) 718 finalEESC-2017-05985-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

Em resposta à Comunicação sobre o reforço das redes de energia da Europa (COM(2017)718 final), publicada pela Comissão, o Comité Económico e Social Europeu: concorda com a ideia de que uma rede de energia europeia devidamente interligada é indispensável para alcançar o objetivo da União da Energia garantir uma energia económica, segura e sustentável, que possibilite, de forma competitiva, o processo de transição energética para uma economia hipocarbónica; considera que os investimentos nas infraestruturas de rede devem desenvolver-se com a mesma intensidade que os demais investimentos em energia e, especialmente, de forma coordenada com a expansão das energias renováveis; exorta a Comissão e os Estados-Membros a elaborar relatórios de acompanhamento bienais sobre o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento das energias renováveis e das redes nacionais e transnacionais; estima que uma participação ativa da sociedade civil organizada na fase de conceção dos projetos de interligação pode contribuir para reduzir a rejeição social de alguns projetos; recomenda acrescentar o indicador de percentagem de interligação por país, o acompanhamento de rácios por zonas geográficas (exemplo: Península Ibérica), bem como incorporar indicadores de acompanhamento das diferenças de preço nos mercados grossistas, a fim de conferir prioridade à concretização dos projetos de interesse comum (PIC) nas zonas que apresentem maiores diferenças; e insta à revisão do orçamento disponível para apoiar projetos de interligação, uma vez que as atuais dotações podem ser insuficientes para cumprir os objetivos fixados.

Contacto: Kristian Krieger(Tel.: 00 32 2 546 8921 – Correio eletrónico: [email protected])

Terceiro relatório sobre o estado da União da Energia

Relator: Toni Vidan (Europa da Diversidade – HU)Correlator: Christophe Quarez (Trabalhadores – FR)

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Referência: COM(2017) 688 finalEESC-2017-06069-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O Comité Económico e Social Europeu acolhe com agrado esta oportunidade de emitir parecer sobre o terceiro relatório sobre o estado da União da Energia, apresentado pela Comissão Europeia, tal como o fez sobre o primeiro e o segundo relatórios. Como salientou em anteriores pareceres, o CESE apoia fortemente a ideia de uma União da Energia europeia e frisa que esta não só é importante para as políticas em setores como a energia, o transporte e o clima como proporciona oportunidades de tornar a Europa mais democrática, mais coesa, mais competitiva e mais justa.

Para concretizar esta visão, o CESE considera importante definir metas mais ambiciosas, mormente tendo em conta o Acordo de Paris, para incluir uma perspetiva de longo prazo para a União da Energia até 2050, assegurar a participação efetiva da sociedade social à elaboração de planos de transição energética a diferentes níveis e avaliar e combater os entraves não só técnicos mas também de mercado e institucionais que impedem o público em geral, os consumidores, as comunidades e as PME de participar e beneficiar plenamente da transição para as energias não poluentes.

O Comité propõe, por isso, uma série de inovações institucionais, desde um «pacto social para uma transição energética liderada pelos cidadãos e um serviço europeu de informação energética até um fundo europeu de ajustamento à transição energética e um programa «ErasmusPro Verde».

Contacto: Kristian Krieger(Tel.: 00 32 2 546 8921 – Correio eletrónico: [email protected])

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6. COMISSÃO CONSULTIVA DAS MUTAÇÕES INDUSTRIAIS

Estratégia LeaderSHIP

Relator: Marian Krzaklewski (Trabalhadores – PL)Correlator: Patrizio Pesci (IT – Cat. 1)

Referência: EESC-2017-02892-00-00-AC-TRA

Pontos principais:

O CESE recomenda que todos os serviços da Comissão redobrem de esforços no sentido de assumir a responsabilidade pela conclusão da estratégia LeaderSHIP 2020 (LS 2020) e pela preparação e execução da nova estratégia para o setor – LeaderSHIP 2030 –, em colaboração com as partes interessadas.

O CESE observa que os progressos na execução de todas as recomendações são desiguais, ficando-se, em média, pelos 25%.

O CESE recomenda à Comissão Europeia que adote uma política industrial e de produção robusta, baseada na reciprocidade, que permita à indústria europeia da tecnologia marítima superar a concorrência dos estaleiros asiáticos.

As indústrias marítimas estão atualmente sujeitas a pressões de natureza regulamentar e social. Ao mesmo tempo, estes desafios geram oportunidades interessantes para o setor europeu das tecnologias marítimas. Por conseguinte, o CESE recomenda à Comissão Europeia que fomente os investimentos do setor europeu das tecnologias marítimas no campo da investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), que é fundamental na manutenção da liderança deste setor europeu em relação aos concorrentes mundiais.

Contrariamente aos seus concorrentes asiáticos, os estaleiros europeus e os fabricantes europeus de equipamento marítimo enfrentam um sério problema de acesso a financiamento. Por conseguinte, o CESE solicita à Comissão Europeia que lance um instrumento financeiro específico destinado a reforçar o investimento num setor de alta intensidade de capital de risco como o da indústria europeia das tecnologias marítimas.

Para continuar a ser competitivo e inovador, o setor europeu das tecnologias marítimas deve aplicar novas tecnologias e dispor de pessoal com a devida formação e competências. O CESE aconselha a Comissão a proporcionar um forte apoio aos parceiros sociais do setor da construção naval para que prossigam os seus trabalhos no conselho europeu de competências no domínio das tecnologias marítimas.

Contacto: Aleksandra Wieczorek(Tel.: 00 32 2 546 9389 – correio eletrónico: [email protected])

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