crescimento , investimento, capital humano, ambiente … · 2017-07-15 · o termo capacidade de...

20
1 CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DO INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM O CRESCIMENTO ECONÔMICO DO PAÍS Geraldo Moreira Bittencourt (Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus Governador Valadares UFJF/GV). Leonardo Bornacki de Mattos (Professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa UFV). Resumo: O investimento direto estrangeiro (IDE) é considerado um dos principais canais de transferência de tecnologia para países em desenvolvimento, o que pode gerar importantes contribuições para o crescimento econômico destas nações. Diante deste aspecto, o presente estudo se propôs a averiguar de que forma as condições iniciais e a capacidade de absorção do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento externo sobre o crescimento econômico do país, entre 1996 e 2014. Para tanto, foram feitas estimações com base no modelo VAR estrutural. Os principais resultados obtidos indicam que, para o ingresso de IDE alcançar um efeito positivo sobre o crescimento do produto interno bruto (PIB) brasileiro, é necessário que sejam atingidos níveis adequados das condições locais de infraestrutura, qualidade do ambiente institucional e desenvolvimento do capital humano. Palavras-chave: crescimento econômico, investimento, capital humano, ambiente institucional, infraestrutura. FOREIGN DIRECT INVESTMENT ABSORPTION CAPACITY IN BRAZIL AND ITS RELATIONSHIP WITH ECONOMIC GROWTH OF THE COUNTRY Abstract: The foreign direct investment (FDI) is considered one of the leading technology transfer channels for developing countries, which can generate important contributions to the economic growth of these nations. Given this aspect, the present study aimed to evaluate how the initial conditions and the FDI absorption capacity by the Brazilian economy influenced the effects of this foreign investment on economic growth, in the period from 1996 to 2014. Therefore, estimates were made based on structural VAR model. The main results indicate that for the FDI inflow reach a positive effect on gross domestic product growth (GDP) is necessary to achieve appropriate levels of the local conditions of infrastructure, quality of the institutional environment and developing human capital. Keywords: economic growth, investment, human capital, institutional environment, infrastructure. Área ANPEC 6 - Crescimento, Desenvolvimento Econômico e Instituições Código JEL: E22, F43, O16, O40 1. INTRODUÇÃO O fluxo de investimento direto estrangeiro (IDE) aumentou de forma expressiva para os países em desenvolvimento ao longo das últimas duas décadas. Esta elevação significativa tem recebido atenção especial em descobrir a relação entre o ingresso de IDE e o crescimento econômico no país receptor. Alfaro et al. (2004), Girma (2005) e Elboiashi (2015) destacam a importância de averiguar não só os fatores que impactam o volume ingressante de IDE em determinada economia, mas quais os efeitos desse capital sobre o crescimento econômico da nação receptora, uma vez que estes impactos podem estar condicionados à capacidade de absorção 1 deste mercado hospedeiro. A literatura prevê uma série de canais através dos quais o IDE afeta positivamente o crescimento econômico. O IDE pode afetar diretamente a taxa de crescimento do produto ao aumentar a taxa de poupança e, indiretamente, ao afetar a produção e a renda, ao elevar o estoque de capital físico, ao aumentar a força de trabalho pela criação de emprego, ao fomentar o capital humano pela transferência de tecnologia, conhecimento, novas práticas de gestão e arranjos organizacionais, entre outros aspectos caracterizados na literatura como externalidades e spillovers (ROMER, 1990; BARRO; SALA-I- 1 Conforme Elboiashi (2015), a geração de externalidade com o ingresso de IDE depende da capacidade de absorção do país hospedeiro. O termo capacidade de absorção leva em conta fatores como o nível de desenvolvimento do capital humano, infraestrutura, qualidade institucional, grau de abertura comercial, entre outros. Para que um país de acolhimento do IDE possa explorá-lo de forma eficiente, é preciso que o mesmo apresente níveis adequados desses fatores.

Upload: vuongtuyen

Post on 23-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1

CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DO INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO BRASIL

E SUA RELACcedilAtildeO COM O CRESCIMENTO ECONOcircMICO DO PAIacuteS

Geraldo Moreira Bittencourt (Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de

Juiz de ForaCampus Governador Valadares ndash UFJFGV)

Leonardo Bornacki de Mattos (Professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal

de Viccedilosa ndash UFV)

Resumo O investimento direto estrangeiro (IDE) eacute considerado um dos principais canais de transferecircncia

de tecnologia para paiacuteses em desenvolvimento o que pode gerar importantes contribuiccedilotildees para o

crescimento econocircmico destas naccedilotildees Diante deste aspecto o presente estudo se propocircs a averiguar de

que forma as condiccedilotildees iniciais e a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira

influenciaram os efeitos deste investimento externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes entre 1996 e

2014 Para tanto foram feitas estimaccedilotildees com base no modelo VAR estrutural Os principais resultados

obtidos indicam que para o ingresso de IDE alcanccedilar um efeito positivo sobre o crescimento do produto

interno bruto (PIB) brasileiro eacute necessaacuterio que sejam atingidos niacuteveis adequados das condiccedilotildees locais de

infraestrutura qualidade do ambiente institucional e desenvolvimento do capital humano

Palavras-chave crescimento econocircmico investimento capital humano ambiente institucional infraestrutura

FOREIGN DIRECT INVESTMENT ABSORPTION CAPACITY IN BRAZIL AND ITS

RELATIONSHIP WITH ECONOMIC GROWTH OF THE COUNTRY

Abstract The foreign direct investment (FDI) is considered one of the leading technology transfer

channels for developing countries which can generate important contributions to the economic growth of

these nations Given this aspect the present study aimed to evaluate how the initial conditions and the

FDI absorption capacity by the Brazilian economy influenced the effects of this foreign investment on

economic growth in the period from 1996 to 2014 Therefore estimates were made based on structural

VAR model The main results indicate that for the FDI inflow reach a positive effect on gross domestic

product growth (GDP) is necessary to achieve appropriate levels of the local conditions of infrastructure

quality of the institutional environment and developing human capital

Keywords economic growth investment human capital institutional environment infrastructure

Aacuterea ANPEC 6 - Crescimento Desenvolvimento Econocircmico e Instituiccedilotildees

Coacutedigo JEL E22 F43 O16 O40

1 INTRODUCcedilAtildeO

O fluxo de investimento direto estrangeiro (IDE) aumentou de forma expressiva para os paiacuteses em

desenvolvimento ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas Esta elevaccedilatildeo significativa tem recebido atenccedilatildeo

especial em descobrir a relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o crescimento econocircmico no paiacutes receptor

Alfaro et al (2004) Girma (2005) e Elboiashi (2015) destacam a importacircncia de averiguar natildeo soacute os

fatores que impactam o volume ingressante de IDE em determinada economia mas quais os efeitos desse

capital sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo receptora uma vez que estes impactos podem estar

condicionados agrave capacidade de absorccedilatildeo1 deste mercado hospedeiro

A literatura prevecirc uma seacuterie de canais atraveacutes dos quais o IDE afeta positivamente o crescimento

econocircmico O IDE pode afetar diretamente a taxa de crescimento do produto ao aumentar a taxa de

poupanccedila e indiretamente ao afetar a produccedilatildeo e a renda ao elevar o estoque de capital fiacutesico ao

aumentar a forccedila de trabalho pela criaccedilatildeo de emprego ao fomentar o capital humano pela transferecircncia de

tecnologia conhecimento novas praacuteticas de gestatildeo e arranjos organizacionais entre outros aspectos

caracterizados na literatura como externalidades e spillovers (ROMER 1990 BARRO SALA-I-

1 Conforme Elboiashi (2015) a geraccedilatildeo de externalidade com o ingresso de IDE depende da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes

hospedeiro O termo capacidade de absorccedilatildeo leva em conta fatores como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura qualidade institucional grau de abertura comercial entre outros Para que um paiacutes de acolhimento do IDE possa

exploraacute-lo de forma eficiente eacute preciso que o mesmo apresente niacuteveis adequados desses fatores

2

MARTIN 1995 DE JAGER 2004) No entanto em estudos empiacutericos o efeito do IDE sobre o

crescimento econocircmico tem apresentado resultados ambiacuteguos sugerindo que os efeitos deste

investimento estrangeiro sobre o crescimento estatildeo relacionados com as caracteriacutesticas preacutevias de

infraestrutura e conjuntura dos paiacuteses de destino (BORENSZTEIN et al 1998 DE MELLO 1999

ALFARO et al 2004 LI LIU 2005 HOANG et al 2010)

No caso do Brasil conforme Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de

1990 a concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e

aquisiccedilotildees seja pela privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal

fato levou agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que

grande parte dos investimentos natildeo foram feitos para construccedilatildeo de novas plantas industriais

De acordo com estudo do IEDI (2006) passadas as privatizaccedilotildees e o periacuteodo de forte investimento

no setor de intermediaccedilatildeo financeira a induacutestria ganhou proeminecircncia na diversificaccedilatildeo setorial do IDE

destinado agrave economia brasileira principalmente a partir do ano 2001 A meacutedia de participaccedilatildeo da

induacutestria na entrada do IDE subiu de 18 na segunda metade da deacutecada de 1990 para 38 na primeira

deacutecada dos anos 2000 (BCB 2015)

Lacerda e Oliveira (2009) salientam que o IDE direcionado agraves operaccedilotildees greenfield possibilita

expandir a capacidade instalada da produccedilatildeo industrial atendendo a demanda aquecida do paiacutes e assim

arrefecendo pressotildees inflacionaacuterias Neste contexto conforme dados do World Investment Report 2015

publicado pela UNCTAD (2015) e de acordo com Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013) destaca-se

que os projetos de IDE do tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro aumentaram

consideravelmente no periacuteodo entre 2005 e 2011 Tal resultado pode ser considerado um importante

indicador da contribuiccedilatildeo do IDE para o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo mencionado uma

vez que os investimentos greenfield principalmente no setor industrial possibilitam a expansatildeo da

capacidade instalada das empresas geram empregos aleacutem de uma possiacutevel reduccedilatildeo da importaccedilatildeo e

elevaccedilatildeo da exportaccedilatildeo de produtos manufaturados Vale ressaltar segundo dados do BCB (2015) que o

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o volume ingressante de IDE como porcentagem do PIB

apresentaram uma ascensatildeo meacutedia nas uacuteltimas deacutecadas2

Contudo diante das particularidades da trajetoacuteria do IDE no Brasil natildeo eacute possiacutevel afirmar com

certeza que exista uma relaccedilatildeo direta entre a entrada de IDE e o crescimento da economia nacional visto

que estes efeitos podem depender tanto do modo de estabelecimento e direcionamento deste investimento

como principalmente da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor onde fatores como infraestrutura

disponibilidade de recursos (inclusive capital humano) e qualidade do ambiente institucional satildeo

apontados como decisivos para a atraccedilatildeo e retorno do IDE (ALFARO et al 2004 ELBOIASHI 2015)

Considerando o cenaacuterio de evoluccedilatildeo do IDE na economia brasileira e os potenciais efeitos que

este investimento externo causa no paiacutes de destino o objetivo deste estudo eacute averiguar de que forma os

ingressos de IDE associados agraves condiccedilotildees iniciais (locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo pela

economia brasileira impactaram o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 20143

Por hipoacutetese assume-se que o IDE tenha efeito direto sobre o crescimento da atividade econocircmica

no Brasil desde que condicionado ao adequado desenvolvimento dos fatores locacionais que compotildeem a

capacidade de absorccedilatildeo da economia brasileira tais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano

infraestrutura e qualidade do ambiente institucional brasileiro

Na literatura internacional a exemplo dos trabalhos de Durham (2004) Alfaro et al (2004) e

Elboiashi (2015) os resultados encontrados evidenciaram que o IDE desempenha papel importante na

contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do conjunto de paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento

investigados Contudo os autores destes estudos destacam a necessidade de que outros fatores locais

ligados a aspectos institucionais de infraestrutura e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aconteccedilam para que a

interaccedilatildeo com o IDE garanta a eficiecircncia das externalidades geradas e o impacto positivo seja concretizado

2 De acordo com dados do BCB (2015) a taxa real meacutedia de crescimento do PIB brasileiro foi de 16 na deacutecada de 1980

elevou-se para 18 nos anos de 1990 e avanccedilou para 33 entre 2001 e 2014 Em relaccedilatildeo agrave razatildeo do ingresso de IDE sobre o

PIB esta subiu de uma meacutedia de 06 na deacutecada de 1980 para 19 nos anos de 1990 e atingiu 255 entre 2001 e 2014 3 A escolha do periacuteodo levou em consideraccedilatildeo a elevada entrada de IDE no mercado brasileiro principalmente a partir do

programa de privatizaccedilotildees do governo brasileiro em 1996 aleacutem da disponibilidade de dados

3

Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios

outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a

relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram

evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado

Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-

Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)

estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados

encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e

crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti

(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para

avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o

primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito

negativo poreacutem pouco significativo

Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar

que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees

locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para

os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o

assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no

crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse

sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas

preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar

a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram

grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

Econocircmico (OZTURK 2007)

O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais

precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos

impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia

dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis

de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura

que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo

apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas

a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do

modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a

fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima

seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO

Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et

al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do

IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver

rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse

modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal

motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em

importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al

1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)

4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al

(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que

pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE

4

A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles

procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso

tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute

necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores

como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos

para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os

arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a

assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse

sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos

modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida

com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a

produccedilatildeo no tempo t eacute dada por

(1)

em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o

capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma

populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal

fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo

dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade

Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de

crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das

externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses

efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre

outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor

do investimento externo

A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos

principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo

Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)

desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara

Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital

na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em

conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da

obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo

com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo

(2)

em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees

referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de

produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos

outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada

para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de

capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades

Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por

sum

frasl ou int

frasl (3)

sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de

capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser

expressa por exemplo como sum

5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento

financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo

5

Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas

como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na

economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais

assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa

de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de

escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do

bem final

(4)

Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da

tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um

processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo

de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas

estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento

- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de

progresso tecnoloacutegico

Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute

mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto

pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de

variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de

bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm

grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se

a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo

fraslfrasl onde

frasl e

frasl (5)

A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma

melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de

melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e

os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o

custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade

Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito

do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da

economia (g)

[ frasl frasl frasl ] (6)

Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas

estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de

bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de

novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores

variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de

menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do

IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel

de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do

IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como

aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de

difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE

Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode

ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees

inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e

de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da

eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo

receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

2

MARTIN 1995 DE JAGER 2004) No entanto em estudos empiacutericos o efeito do IDE sobre o

crescimento econocircmico tem apresentado resultados ambiacuteguos sugerindo que os efeitos deste

investimento estrangeiro sobre o crescimento estatildeo relacionados com as caracteriacutesticas preacutevias de

infraestrutura e conjuntura dos paiacuteses de destino (BORENSZTEIN et al 1998 DE MELLO 1999

ALFARO et al 2004 LI LIU 2005 HOANG et al 2010)

No caso do Brasil conforme Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de

1990 a concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e

aquisiccedilotildees seja pela privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal

fato levou agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que

grande parte dos investimentos natildeo foram feitos para construccedilatildeo de novas plantas industriais

De acordo com estudo do IEDI (2006) passadas as privatizaccedilotildees e o periacuteodo de forte investimento

no setor de intermediaccedilatildeo financeira a induacutestria ganhou proeminecircncia na diversificaccedilatildeo setorial do IDE

destinado agrave economia brasileira principalmente a partir do ano 2001 A meacutedia de participaccedilatildeo da

induacutestria na entrada do IDE subiu de 18 na segunda metade da deacutecada de 1990 para 38 na primeira

deacutecada dos anos 2000 (BCB 2015)

Lacerda e Oliveira (2009) salientam que o IDE direcionado agraves operaccedilotildees greenfield possibilita

expandir a capacidade instalada da produccedilatildeo industrial atendendo a demanda aquecida do paiacutes e assim

arrefecendo pressotildees inflacionaacuterias Neste contexto conforme dados do World Investment Report 2015

publicado pela UNCTAD (2015) e de acordo com Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013) destaca-se

que os projetos de IDE do tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro aumentaram

consideravelmente no periacuteodo entre 2005 e 2011 Tal resultado pode ser considerado um importante

indicador da contribuiccedilatildeo do IDE para o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo mencionado uma

vez que os investimentos greenfield principalmente no setor industrial possibilitam a expansatildeo da

capacidade instalada das empresas geram empregos aleacutem de uma possiacutevel reduccedilatildeo da importaccedilatildeo e

elevaccedilatildeo da exportaccedilatildeo de produtos manufaturados Vale ressaltar segundo dados do BCB (2015) que o

Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o volume ingressante de IDE como porcentagem do PIB

apresentaram uma ascensatildeo meacutedia nas uacuteltimas deacutecadas2

Contudo diante das particularidades da trajetoacuteria do IDE no Brasil natildeo eacute possiacutevel afirmar com

certeza que exista uma relaccedilatildeo direta entre a entrada de IDE e o crescimento da economia nacional visto

que estes efeitos podem depender tanto do modo de estabelecimento e direcionamento deste investimento

como principalmente da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor onde fatores como infraestrutura

disponibilidade de recursos (inclusive capital humano) e qualidade do ambiente institucional satildeo

apontados como decisivos para a atraccedilatildeo e retorno do IDE (ALFARO et al 2004 ELBOIASHI 2015)

Considerando o cenaacuterio de evoluccedilatildeo do IDE na economia brasileira e os potenciais efeitos que

este investimento externo causa no paiacutes de destino o objetivo deste estudo eacute averiguar de que forma os

ingressos de IDE associados agraves condiccedilotildees iniciais (locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo pela

economia brasileira impactaram o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 20143

Por hipoacutetese assume-se que o IDE tenha efeito direto sobre o crescimento da atividade econocircmica

no Brasil desde que condicionado ao adequado desenvolvimento dos fatores locacionais que compotildeem a

capacidade de absorccedilatildeo da economia brasileira tais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano

infraestrutura e qualidade do ambiente institucional brasileiro

Na literatura internacional a exemplo dos trabalhos de Durham (2004) Alfaro et al (2004) e

Elboiashi (2015) os resultados encontrados evidenciaram que o IDE desempenha papel importante na

contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do conjunto de paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento

investigados Contudo os autores destes estudos destacam a necessidade de que outros fatores locais

ligados a aspectos institucionais de infraestrutura e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aconteccedilam para que a

interaccedilatildeo com o IDE garanta a eficiecircncia das externalidades geradas e o impacto positivo seja concretizado

2 De acordo com dados do BCB (2015) a taxa real meacutedia de crescimento do PIB brasileiro foi de 16 na deacutecada de 1980

elevou-se para 18 nos anos de 1990 e avanccedilou para 33 entre 2001 e 2014 Em relaccedilatildeo agrave razatildeo do ingresso de IDE sobre o

PIB esta subiu de uma meacutedia de 06 na deacutecada de 1980 para 19 nos anos de 1990 e atingiu 255 entre 2001 e 2014 3 A escolha do periacuteodo levou em consideraccedilatildeo a elevada entrada de IDE no mercado brasileiro principalmente a partir do

programa de privatizaccedilotildees do governo brasileiro em 1996 aleacutem da disponibilidade de dados

3

Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios

outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a

relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram

evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado

Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-

Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)

estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados

encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e

crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti

(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para

avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o

primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito

negativo poreacutem pouco significativo

Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar

que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees

locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para

os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o

assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no

crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse

sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas

preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar

a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram

grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

Econocircmico (OZTURK 2007)

O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais

precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos

impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia

dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis

de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura

que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo

apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas

a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do

modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a

fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima

seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO

Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et

al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do

IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver

rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse

modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal

motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em

importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al

1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)

4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al

(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que

pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE

4

A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles

procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso

tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute

necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores

como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos

para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os

arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a

assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse

sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos

modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida

com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a

produccedilatildeo no tempo t eacute dada por

(1)

em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o

capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma

populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal

fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo

dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade

Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de

crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das

externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses

efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre

outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor

do investimento externo

A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos

principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo

Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)

desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara

Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital

na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em

conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da

obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo

com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo

(2)

em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees

referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de

produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos

outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada

para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de

capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades

Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por

sum

frasl ou int

frasl (3)

sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de

capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser

expressa por exemplo como sum

5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento

financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo

5

Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas

como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na

economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais

assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa

de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de

escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do

bem final

(4)

Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da

tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um

processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo

de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas

estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento

- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de

progresso tecnoloacutegico

Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute

mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto

pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de

variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de

bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm

grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se

a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo

fraslfrasl onde

frasl e

frasl (5)

A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma

melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de

melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e

os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o

custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade

Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito

do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da

economia (g)

[ frasl frasl frasl ] (6)

Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas

estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de

bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de

novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores

variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de

menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do

IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel

de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do

IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como

aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de

difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE

Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode

ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees

inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e

de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da

eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo

receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

3

Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios

outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a

relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram

evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado

Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-

Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)

estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados

encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e

crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti

(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para

avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o

primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito

negativo poreacutem pouco significativo

Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar

que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees

locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para

os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o

assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no

crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse

sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas

preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar

a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram

grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento

Econocircmico (OZTURK 2007)

O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais

precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos

impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia

dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis

de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura

que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo

apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas

a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do

modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a

fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima

seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho

2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO

Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et

al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do

IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver

rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse

modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal

motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em

importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva

transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al

1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)

4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al

(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que

pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE

4

A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles

procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso

tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute

necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores

como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos

para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os

arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a

assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse

sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos

modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida

com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a

produccedilatildeo no tempo t eacute dada por

(1)

em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o

capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma

populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal

fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo

dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade

Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de

crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das

externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses

efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre

outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor

do investimento externo

A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos

principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo

Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)

desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara

Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital

na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em

conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da

obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo

com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo

(2)

em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees

referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de

produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos

outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada

para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de

capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades

Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por

sum

frasl ou int

frasl (3)

sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de

capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser

expressa por exemplo como sum

5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento

financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo

5

Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas

como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na

economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais

assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa

de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de

escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do

bem final

(4)

Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da

tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um

processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo

de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas

estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento

- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de

progresso tecnoloacutegico

Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute

mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto

pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de

variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de

bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm

grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se

a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo

fraslfrasl onde

frasl e

frasl (5)

A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma

melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de

melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e

os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o

custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade

Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito

do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da

economia (g)

[ frasl frasl frasl ] (6)

Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas

estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de

bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de

novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores

variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de

menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do

IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel

de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do

IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como

aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de

difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE

Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode

ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees

inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e

de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da

eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo

receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

4

A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles

procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso

tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute

necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores

como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos

para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os

arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a

assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse

sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos

modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida

com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a

produccedilatildeo no tempo t eacute dada por

(1)

em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o

capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma

populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal

fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo

dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade

Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de

crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das

externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses

efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre

outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor

do investimento externo

A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos

principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo

Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)

desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara

Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital

na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em

conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da

obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo

com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo

(2)

em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees

referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de

produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos

outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada

para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de

capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades

Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por

sum

frasl ou int

frasl (3)

sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de

capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser

expressa por exemplo como sum

5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento

financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo

5

Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas

como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na

economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais

assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa

de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de

escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do

bem final

(4)

Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da

tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um

processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo

de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas

estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento

- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de

progresso tecnoloacutegico

Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute

mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto

pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de

variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de

bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm

grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se

a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo

fraslfrasl onde

frasl e

frasl (5)

A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma

melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de

melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e

os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o

custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade

Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito

do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da

economia (g)

[ frasl frasl frasl ] (6)

Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas

estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de

bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de

novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores

variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de

menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do

IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel

de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do

IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como

aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de

difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE

Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode

ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees

inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e

de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da

eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo

receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

5

Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas

como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na

economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais

assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa

de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de

escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do

bem final

(4)

Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da

tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um

processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo

de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas

estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento

- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de

progresso tecnoloacutegico

Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute

mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto

pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de

variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de

bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm

grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se

a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo

fraslfrasl onde

frasl e

frasl (5)

A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma

melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de

melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e

os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o

custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade

Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito

do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da

economia (g)

[ frasl frasl frasl ] (6)

Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas

estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de

bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de

novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores

variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de

menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do

IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel

de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do

IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como

aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de

difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE

Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode

ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees

inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e

de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da

eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo

receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

6

subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos

(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que

determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento

sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo

3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS

Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no

crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com

mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas

considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE

no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um

impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)

Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses

desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente

uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das

naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo

as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os

fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996

DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA

SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI

2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura

indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o

IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais

desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia

de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia

(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)

De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-

geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na

produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e

externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as

mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os

trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo

(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos

difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras

apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas

com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos

Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos

contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que

acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de

eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados

retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de

fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG

2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)

Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos

mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em

diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo

o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na

absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo

6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos

negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

7

Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos

ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo

do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais

(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do

capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)

4 METODOLOGIA

41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil

A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo

usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas

ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam

vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de

autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7

surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute

que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao

longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas

Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas

eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)

Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura

recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)

desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a

teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida

para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de

acordo com a teoria

Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar

o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro

trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os

aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o

crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao

capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da

forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers

gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela

inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por

variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos

representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)

Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram

feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo

apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos

apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada

adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst

e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH

e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele

Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser

estimado assumiu a seguinte forma

(7)

7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre

outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

8

em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de

termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques

(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma

matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que

compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente

eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como

nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)

eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no

mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti

(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)

representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo

brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o

capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento

econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et

al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e

Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)

eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira

definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na

classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por

Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)

representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do

PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang

(2001b) e Hoang et al (2010)

IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na

economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou

capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser

estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a

variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para

foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10

(GWh) nos trecircs setores da economia

nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da

interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a

proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11

institucionais propostos

por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial

e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil

Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12

A

restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que

segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo

(8)

em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave

identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser

estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees

9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)

Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas

com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de

energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas

governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que

valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

9

Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo

VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo

que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a

taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o

procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1

Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural

Efeito de rarr

Sobre darr

IDEX

IDE Lab CH ID CPIB

IDEX

1 0 0 0 0 0

IDE 1 0 0 0 0

Lab 1 0 0 0

CH 1 0 0

ID 1 0

CPIB 1

Fonte Resultados da pesquisa

Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X

pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs

especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH

Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees

contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)

capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que

estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o

crescimento econocircmico do paiacutes

No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura13

natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o

crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre

o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no

caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61

sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB

As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas

estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso

de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e

capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon

(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel

desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da

averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no

crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE

apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for

negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo

isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel

superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade

institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos

absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes

Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos

usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por

13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

10

meio de testes de raiz unitaacuteria14

avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de

autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes

defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees

necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-

ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas

42 Fonte dos dados

Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis

endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre

de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares

(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central

do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares

(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia

eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave

escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de

dados disponibilizado no site do IPEADATA

Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto

Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo

na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou

mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco

de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale

ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15

para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro

Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite

satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR

estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do

PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste

investimento externo

O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do

teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural

baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o

criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos

nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries

Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da

hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas

da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como

natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-

as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto

estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital

humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo

precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)

Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2

do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software

economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a

14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado

(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes

procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

11

hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as

variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo

estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram

estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e

em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo

O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas

mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas

quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente

agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa

para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como

efeito do estouro da bolha especulativa16

no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir

esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o

periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o

segundo trimestre do ano 2000

Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir

o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que

estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs

especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs

variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o

detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo

teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a

mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra

e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de

defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para

cada modelo

Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que

minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de

Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo

Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um

VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado

No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio

do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um

dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese

nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a

autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o

Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para

sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o

VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos

que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica

defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas

A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da

anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se

dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados

Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e

estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado

anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17

e a anaacutelise dos resultados os sinais dos

coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2

16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de

capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio

daqueles obtidos na estimaccedilatildeo

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

12

Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees

do modelo VAR estrutural

Relaccedilotildees

Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Efeito de Sobre Coeficiente Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo Coeficiente

Erro

Padratildeo

ID CPIB

0100

0018

0110

0017

0150

0014

CH CPIB

2380

0598

2051

0395

3352

0351

Lab CPIB

0992

0595

1057

0658

1632

0414

IDE CPIB

-0004

0002

-0062

0019

-0065

0013

IDEQInst CPIB

0028

0012

- -

- -

IDEInfra CPIB

- -

0057

0019

- -

IDECH CPIB

- -

- -

0010

0002

Fonte Resultados da pesquisa

Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro

= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre

o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano

( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam

significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica

Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas

expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18

sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de

interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os

resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando

significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis

observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural

A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB

brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e

estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o

preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al

(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral

os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo

entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em

bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e

melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o

resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia

brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores

condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil

No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas

apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de

probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o

estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de

conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o

efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da

populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que

contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale

dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos

18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por

fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

13

O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos

estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)

Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou

da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica

comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da

escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais

importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)

No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia

brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo

esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e

ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a

relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado

brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento

econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)

avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e

China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho

em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os

fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta

entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos

nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos

mercados observados

Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou

negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o

crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes

Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute

importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso

deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel

IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra

para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3

Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE

no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE

e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo

modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o

crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for

positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste

mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este

efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia

brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator

em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE

apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro

Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente

significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de

probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo

1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves

variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de

1 de probabilidade

Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do

coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de

absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash

Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

14

estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando

considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta

relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via

criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade

institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento

do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na

infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis

adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE

sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao

impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes

Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o

coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com

sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como

consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos

anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na

sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o

ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram

sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes

por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes

De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a

concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja

por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou

agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte

dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso

tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos

como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades

de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena

contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes

Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da

deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e

crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em

grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que

aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da

vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave

internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos

fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses

Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves

privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais

especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro

lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave

busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a

determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria

quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na

construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por

recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos

naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua

quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)

Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na

capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas

filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do

tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO

SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

15

uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor

importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento

externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios

Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da

capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos

e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na

qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes

avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou

amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de

difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos

Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento

do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco

significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de

relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram

evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito

foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da

influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil

Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as

caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o

presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave

capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional

evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB

brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos

Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias

desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo

Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento

estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do

ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses

de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e

privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores

considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria

modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos

interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes

qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a

setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica

efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos

Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela

UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo

estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas

e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial

elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros

fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano

Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a

inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do

governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho

de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute

(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi

capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro

natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a

valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de

eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria

conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

16

patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo

prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes

Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira

acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de

absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o

potencial de crescimento econocircmico do paiacutes

6 CONCLUSOtildeES

Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e

importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses

investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta

maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de

crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos

fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais

Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e

a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento

externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse

objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das

relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de

capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos

termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE

Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital

humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto

maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes

No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE

quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional

tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento

da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital

humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade

do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em

que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior

produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o

crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o

ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado

desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e

ambiente institucional brasileiro

Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por

vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores

internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os

resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de

IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso

eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo

(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou

deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento

educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos

fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de

poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente

Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a

melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees

para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo

dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada

Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de

trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

17

e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta

de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de

medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema

relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os

impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro

Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de

atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves

induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais

empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo

REFEREcircNCIAS

ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic

Development v 39 n 1 p 111-135 2014

AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2

p 323-351 1992

AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of

Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004

ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of

local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004

AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997

BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of

growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996

BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995

BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em

lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015

BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new

evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003

BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester

Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986

BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER

Working Paper n 4132 1992

BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic

Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998

BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect

economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998

BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008

BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do

estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de

desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011

CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel

evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002

CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In

MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote

Development Washington Institute for International Economics 2005

CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-

cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013

CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX

Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002

CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o

periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de

Viccedilosa Viccedilosa 2012

COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

18

DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir

da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016

DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento

Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013

DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004

DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey

Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997

DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data

Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999

DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign

Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004

ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country

characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015

ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995

FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros

efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA

REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013

GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression

Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005

GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence

from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005

HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment

Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010

IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento

Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em

lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013

JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization

how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012

JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional

Quality Banque de France Working Paper n 559 2015

KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009

KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of

Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007

KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth

in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics

Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010

KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The

Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003

KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo

Rio de Janeiro Campus 1997

LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise

da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia

Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009

LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with

level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002

LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In

CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires

Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001

LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence

Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

19

LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous

Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005

LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005

LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n

1 p 3-42 1988

LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge

University Press 323p 2004

MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The

Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992

MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4

p 491 ndash 508 2003

MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds

analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006

MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo

empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e

Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011

NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em

paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005

OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign

direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002

ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis

European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013

OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International

Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007

RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash

2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006

RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012

aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013

RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico

Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012

ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986

ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990

ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series

Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006

SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research

Observer v 17 p 191ndash236 2002

SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China

Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010

SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia

brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002

SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de

Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro

Elsevier Cap 14 2007

SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem

Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008

SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento

direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional

(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013

SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980

SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries

International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente

20

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015

UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World

Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva

2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016

VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas

Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009

VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy

Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005

VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n

9 p 1165-1173 2008

ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and

Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a

ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of

Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b

ANEXO

Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Termos

determiniacutesticos

Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5

CPIB - 0 -7920

-2596 -1945 IDE ct 0 -5776

-4085 -3470

IDEQInst c 4 -4343

-3525 -2902

IDEInfra c 0 -5828

-3520 -2900

IDECH ct 0 -5940

-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471

∆Lab - 0 -4544

-2596 -1945

CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725

-3521 -2901

ID ct 4 -2268 -4092 -3474

∆ID - 3 -4408

-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente

Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries

de tempo das variaacuteveis selecionadas

Seacuterie Nuacutemero de

defasagens

Estatiacutestica do

teste

Valor criacutetico

1 5 10

CPIB 0 -7002

-348 -288 -258 IDE 0 -5638

-348 -288 -258

IDEQInst 0 -4660

-348 -288 -258

IDEInfra 0 -6514

-348 -288 -258 IDECH 0 -4357

-348 -288 -258

Lab 2 -1620 -348 -288 -258

∆Lab 0 -5328

-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258

∆CH 2 -4858

-348 -288 -258

ID 4 -1752 -348 -288 -258

∆ID 3 -3560

-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa

Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente