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CONTROLE INTERNO E EXTERNO CONTROLE INTERNO E EXTERNO DA DA DA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Palestrante: João Batista Diniz Capanema

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CONTROLE INTERNO E EXTERNO CONTROLE INTERNO E EXTERNO

DADADADA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Palestrante: João Batista Diniz Capanema

Page 2: CONTROLE INTERNO E EXTERNO DDAA …O controle externo, graças ao aparato jurídico que o cerca, émais contundente que ointerno .Por exemplo, os Tribunais de Contas podem condenar

Considerações IniciaisConsiderações IniciaisConsiderações IniciaisConsiderações Iniciais

A presente exposição está dividida em duas partes:

� na primeira, serão tecidas considerações a respeito do

sistema de controle estatal, em especial sobre controle

da Administração Pública, explicitando as formas e os

momentos em que se exerce a atividade controladora;momentos em que se exerce a atividade controladora;

� na segunda, será enfatizado o controle parlamentar

indireto, levado a cabo pelo Poder Legislativo, com o

auxílio do Tribunal de Contas da União.

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Primeira PartePrimeira PartePrimeira PartePrimeira Parte

1111.... ControleControleControleControle2222.... ControleControleControleControle EstatalEstatalEstatalEstatal3333.... ControleControleControleControle dadadada AdministraçãoAdministraçãoAdministraçãoAdministração PúblicaPúblicaPúblicaPública

3333....1111.... AutotutelaAutotutelaAutotutelaAutotutela3333....2222.... SistemaSistemaSistemaSistema dededede ControleControleControleControle3333....3333.... ControleControleControleControle InternoInternoInternoInterno

3333....3333....1111.... SistemaSistemaSistemaSistema dededede ControleControleControleControle InternoInternoInternoInterno3333....3333....1111.... SistemaSistemaSistemaSistema dededede ControleControleControleControle InternoInternoInternoInterno3333....3333....2222.... ControleControleControleControle JurídicoJurídicoJurídicoJurídico pelaspelaspelaspelas ProcuradoriasProcuradoriasProcuradoriasProcuradorias EstaduaisEstaduaisEstaduaisEstaduais

3333....4444.... ControleControleControleControle AdministrativoAdministrativoAdministrativoAdministrativo ExternoExternoExternoExterno3333....5555.... ControleControleControleControle JudicialJudicialJudicialJudicial3333....6666.... ControleControleControleControle pelopelopelopelo MinistérioMinistérioMinistérioMinistério PúblicoPúblicoPúblicoPúblico3333....7777.... ControleControleControleControle pelapelapelapela SociedadeSociedadeSociedadeSociedade CivilCivilCivilCivil3333....8888.... ControleControleControleControle ExternoExternoExternoExterno ExercidoExercidoExercidoExercido pelopelopelopelo LegislativoLegislativoLegislativoLegislativo3333....9999.... ControleControleControleControle ParlamentarParlamentarParlamentarParlamentar DiretoDiretoDiretoDireto

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1. Controle 1. Controle 1. Controle 1. Controle

O controle é inerente a qualquer forma de organização.

O Controle interno é controle administrativo também

chamado de autocontrole.

Administrar compreende: planejar, organizar, dirigir eAdministrar compreende: planejar, organizar, dirigir e

controlar.

A atividade controladora pressupõe o monitoramento de

determinada variável com o intuito de compará-la a um

dado padrão e, a partir dos resultados, implementar as

ações devidas.

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1. Controle 1. Controle 1. Controle 1. Controle

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2. Controle Estatal2. Controle Estatal2. Controle Estatal2. Controle Estatal

O controle estatal é um direito fundamental do cidadão e

está consagrado na Carta Magna em diversas passagens:

direito de petição (art. 5º, XXXIV); direito de receber dos

órgãos públicos informações de interesse geral (art. 5º,

XXXIII); ação popular (art. 5º, LXXIII) e direito de denunciar

aos Tribunais de Contas (art. 74, § 2º).aos Tribunais de Contas (art. 74, § 2º).

O controle das atividades desenvolvidas pelo Estado

consiste no acompanhamento da evolução dessas

atividades e no confronto do desempenho observado com

padrões anteriormente definidos.

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2. Controle Estatal 2. Controle Estatal 2. Controle Estatal 2. Controle Estatal

A atividade estatal está sujeita a dois tipos básicos de

controle: o políticopolíticopolíticopolítico e o administrativoadministrativoadministrativoadministrativo.

O controlecontrolecontrolecontrole políticopolíticopolíticopolítico visa manter o equilíbrio entre os poderes

e se baseia no sistema de freios e contrapesos, cujas origens

remontam à Constituição dos Estados Unidos da América.remontam à Constituição dos Estados Unidos da América.

São exemplos desse controle: o veto de leis aprovadas no

Congresso Nacional pelo Chefe do Poder Executivo (art. 66,

§ 1º, da Constituição Federal) e o controle de

constitucionalidade das leis pelo Poder Judiciário.

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3. Controle da Administração Pública3. Controle da Administração Pública3. Controle da Administração Pública3. Controle da Administração Pública

Já o controlecontrolecontrolecontrole administrativoadministrativoadministrativoadministrativo visa assegurar a legalidade, a

legitimidade e a economicidade das atividades

administrativas desenvolvidas por todos os Poderes. É a

fiscalização que incide sobre as atividades desenvolvidas

pela Administração Pública.

Esse controle pode ser interno (é o poder-dever), quando

exercido pelo próprio Poder que pratica o ato fiscalizado, ou

externo, quando executado pelos Poderes Legislativo e

Judiciário ou pela própria sociedade.

Tanto o controle externo quanto o interno podem ser

exercidos por iniciativa própria ou mediante provocação.

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3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela

O controlecontrolecontrolecontrole administrativoadministrativoadministrativoadministrativo internointernointernointerno decorredecorredecorredecorre dodododo poderpoderpoderpoder dededede

autotutelaautotutelaautotutelaautotutela, o qual permite à Administração Pública rever os

próprios atos quando ilegais, inoportunos ou

inconvenientes, com fulcro nos princípios da legalidade,

supremacia do interesse público, eficiência esupremacia do interesse público, eficiência e

economicidade. Assim, é examinado o mérito do ato

administrativo (boa gestão da coisa pública).

A Administração Pública deve anular seus atos ilegais e

pode revogá-los, se inconvenientes ou inoportunos, sempre

respeitados os direitos adquiridos - Súmulas 346 e 473 do

STF.

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3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela

No caso das entidades, o controle administrativo,

denominado tutelatutelatutelatutela, está adstrito aos limites legalmente

estabelecidos, sob pena de ofender a autonomia dessas

entidades.

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3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela 3.1. Autotutela

Após a aferição da legalidade, os atos, contratos e

procedimentos considerados legais serão submetidos ao

controle de mérito, que consiste na verificação das

respectivas conveniência e oportunidade. Afinal, pararespectivas conveniência e oportunidade. Afinal, para

permanecer hígido, não basta que um ato seja legal, ele

deve ser adequado à consecução dos fins para ele

legalmente estabelecidos, sob pena de revogação.

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3.2. Sistema de Controle 3.2. Sistema de Controle 3.2. Sistema de Controle 3.2. Sistema de Controle

O artartartart.... 70707070 da Constituição Federal dispõe que a fiscalizaçãocontábil, financeira, orçamentária, operacional epatrimonial da União e das entidades da AdministraçãoIndireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,aplicação das subvenções e renúncia de receitas, seráexercido pelo Congresso Nacional, mediante controleexterno, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

O artartartart.... 71717171 de nossa Lei Maior acrescenta que o controleexterno, a cargo do Congresso Nacional, será exercido como auxílio do Tribunal de Contas da União.

Observa-se que o denominado controle financeiro daAdministração pode ser internointernointernointerno (quando executado pelaprópria administração) ou externoexternoexternoexterno (a cargo do CongressoNacional, auxiliado pelo TCU).

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3.2. Sistema de Controle3.2. Sistema de Controle3.2. Sistema de Controle3.2. Sistema de Controle

Não há hierarquia entre os sistemas de controle externo

e interno. Há complementariedade.

O controle externo, graças ao aparato jurídico que o

cerca, é mais contundente que o interno. Por exemplo, oscerca, é mais contundente que o interno. Por exemplo, os

Tribunais de Contas podem condenar os responsáveis e

aplicar sanções.

Já o controle interno possui a vantagem de ter um

contato mais próximo com o objeto controlado.

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3.3. Controle Interno3.3. Controle Interno3.3. Controle Interno3.3. Controle Interno3.3.1. Sistema de Controle Interno3.3.1. Sistema de Controle Interno3.3.1. Sistema de Controle Interno3.3.1. Sistema de Controle Interno

Nos termos do art. 74 da Constituição Federal, compete aosistema de controle interno:

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no planoplurianual e a execução dos programas de governo e dosorçamentos da União;

b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto àb) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto àeficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira epatrimonial dos órgãos e entidades da administraçãofederal, bem como da aplicação de recursos públicos porentidades de direito privado;

c) exercer o controle das operações de crédito, avais egarantias, bem como dos direitos e haveres da União;

d) apoiar o controle externo no exercício de sua missãoinstitucional.

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No exercício de suas funções institucionais, a advocaciapública desempenha importante papel no controle jurídicoda atividade administrativa.

Em Mato Grosso, a Lei Complementar nº 111/2002 atribuiuà sua procuradoria competência para, entre outras: exerceras funções de consultoria e assessoramento jurídico do

3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelasProcuradorias EstaduaisProcuradorias EstaduaisProcuradorias EstaduaisProcuradorias Estaduais

as funções de consultoria e assessoramento jurídico doEstado; fixar orientação jurídico-normativa para aAdministração estadual; opinar em todos os processos queimpliquem alienação de bens; supervisionar os serviços deassessoria jurídica da Administração.

Vislumbra-se, no cumprimento dessas atribuições, naturalvocação da advocacia pública estadual para a atividade decontrole interno.

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De mencionar que a Lei de Licitações e ContratosAdministrativos expressamente estabelece a necessidadede as minutas de editais, contratos, acordos, convênios ouajustes serem previamente examinadas e aprovadas pelaassessoria jurídica da Administração.:

Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993

3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelas3.3.2. Controle Jurídico pelasProcuradorias EstaduaisProcuradorias EstaduaisProcuradorias EstaduaisProcuradorias Estaduais

Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993Lei nº 8.666/1993

Art. 38. (...)

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bemcomo as dos contratos, acordos, convênios ou ajustesdevem ser previamente examinadas e aprovadas porassessoria jurídica da Administração.

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A Administração Pública, a qual compreende os órgãos

e entidades que desempenham função administrativa

nos três Poderes da República, sujeita-se ao controle do

3.4. Controle Administrativo Externo3.4. Controle Administrativo Externo3.4. Controle Administrativo Externo3.4. Controle Administrativo Externo

nos três Poderes da República, sujeita-se ao controle do

Judiciário, Ministério Público, Legislativo e da sociedade

civil.

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3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial

Em conformidade com o disposto no art. 5º, inciso XXXV, da

Constituição Federal, a lei não excluirá da apreciação do

Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Assim sendo, caso provocado, o Judiciário apreciará a

legalidade dos atos administrativos, invalidando-os se

entender conveniente.

Registre-se que, no Brasil, vigora o Princípio da Jurisdição

Única. Assim, apenas o Poder Judiciário é competente para

dirimir em definitivo conflitos envolvendo a Administração

Pública. Em vários países, esse Princípio não vigora, a

exemplo da França, onde há o contencioso administrativo.

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3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial3.5. Controle Judicial

Características:

�o particular pode recorrer ao Poder Judiciário sem teresgotado as instâncias administrativas;

�esse Poder aprecia os atos administrativos sob osaspectos da legalidade, moralidade, eficiência,razoabilidade, publicidade e impessoalidade;

�o Poder Judiciário respeita a esfera de�o Poder Judiciário respeita a esfera dediscricionariedade do administrador. Assim, via deregra, não são examinadas questões relativas aescolhas discricionárias;

�o controle judicial dos atos administrativos não éexercido de ofício. A prestação jurisdicional dependede provocação prévia por parte do Ministério Públicoou de pessoa física ou jurídica interessada.

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3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público

O Ministério Público é um agente importante do controle,

pois, muitas vezes, é ele quem provoca a intervenção do

Poder Judiciário.

Nos temos do art. 127 da Carta Magna, o Ministério PúblicoNos temos do art. 127 da Carta Magna, o Ministério Público

“é instituição permanente, essencial à função jurisdicional

do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do

regime democrático e dos interesses sociais e individuais

indisponíveis”.

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3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público

Para exercer o controle, o Ministério Público dispõe do

inquérito civil e da ação civil pública, os quais podem ser

utilizados visando defender o patrimônio público e social, o

meio ambiente e outros interesses difusos ou coletivos.

No bojo da ação civil pública, o MP pode requerer ao Poder

Judiciário o ressarcimento de eventuais danos sofridos pelo

Erário, a perda de mandatos dos agentes públicos

envolvidos, a suspensão dos respectivos direitos políticos e a

aplicação de multas, com espeque no que dispõem o § 4º do

art. 37 da Constituição Federal e o art. 12 da Lei nº

8.429/1992.

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3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público3.6. Controle pelo Ministério Público

Além disso, o MP pode celebrar com os agentes públicos

termos de ajustamento de conduta às exigências legais, os

quais possuem eficácia de títulos executivos extrajudiciais

(art. 5º da Lei nº 7.347/1985).(art. 5º da Lei nº 7.347/1985).

Referidos termos serão executados judicialmente se os

agentes públicos não adotarem as providências neles

avençadas.

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3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil

A Constituição Federal dotou os cidadãos de vários

remédios contra atos ilegais ou arbitrários da Administração

Pública. Dentre esses instrumentos, destacam-se:

a) Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII) => utilizado contra

ameaça ou restrição à liberdade de locomoção decorrente

de ilegalidade ou abuso de poder;de ilegalidade ou abuso de poder;

b) Mandado de Segurança (art. 5º, LXIX e LXX, da

Constituição e Lei nº 1.533/1951) => protege direito líquido

e certo, não amparado por habeas corpus, contra ato ilegal,

quando o responsável pela ilegalidade for autoridade

pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de

atribuições do poder público;

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3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil3.7. Controle pela Sociedade Civil

c) Habeas Data (art. 5º, LXXII, da Constituição e Lei nº9.507/1997) => permite o conhecimento de informaçõesrelativas ao impetrante contidas em bancos de dados deentidades governamentais ou de caráter público;

d) Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI) => utilizado quando afalta de norma regulamentadora tornar inviável o exercíciodos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativasdos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativasinerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

e) Ação Popular (art. 5º, LXXIII, da Constituição e Lei nº4.717/1965) => visa anular ato lesivo ao patrimônio públicoou de entidade de que o Estado participe, à moralidadeadministrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio históricoe cultural.

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3.8. Controle Externo Exercido3.8. Controle Externo Exercido3.8. Controle Externo Exercido3.8. Controle Externo Exercidopelo Legislativo pelo Legislativo pelo Legislativo pelo Legislativo

O Poder Legislativo Federal exerce dois tipos de controle em

relação à Administração Pública:

- Controle Parlamentar Direto;

- Controle Parlamentar exercido com auxílio do Tribunal

de Contas da União (indireto).

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3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto

O controlecontrolecontrolecontrole parlamentarparlamentarparlamentarparlamentar diretodiretodiretodireto se dá por meio do exercício

dos poderes controladores do Congresso Nacional.

São exemplos desse controle:

� a convocação de ministros ou subordinados para prestar

esclarecimentos ou informações;esclarecimentos ou informações;

� o encaminhamento de pedidos de informação;

� as Comissões Parlamentares de Inquérito;

� as Comissões Técnicas Permanentes ou Temporárias; e

� as autorizações ou aprovações de atos do Poder

Executivo.

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3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto 3.9. Controle Parlamentar Direto

O art. 49, X, da Constituição Federal conferiu ao

Congresso Nacional competência exclusiva para fiscalizar

e controlar, diretamente ou por meio de qualquer de suase controlar, diretamente ou por meio de qualquer de suas

Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os praticados

pela Administração Indireta.

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3.9. Controle Parlamentar Direto3.9. Controle Parlamentar Direto3.9. Controle Parlamentar Direto3.9. Controle Parlamentar Direto

Não se pode esquecer das comissõescomissõescomissõescomissões parlamentaresparlamentaresparlamentaresparlamentares dededede

inquéritoinquéritoinquéritoinquérito (CPI)(CPI)(CPI)(CPI). De acordo com o § 3º do art. 58 da

Constituição Federal, essas comissões têm poderes de

investigação próprios das autoridades judiciais e são

criadas mediante requerimento de 1/3 da casa legislativa

correspondente, visando apurar fato determinado durantecorrespondente, visando apurar fato determinado durante

um prazo certo.

As conclusões de seus trabalhos serão, se for o caso,

encaminhadas ao Ministério Público para a adoção das

providências cabíveis.

Page 29: CONTROLE INTERNO E EXTERNO DDAA …O controle externo, graças ao aparato jurídico que o cerca, émais contundente que ointerno .Por exemplo, os Tribunais de Contas podem condenar

Segunda Parte Segunda Parte Segunda Parte Segunda Parte

CONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETOCONTROLE PARLAMENTAR INDIRETO

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2. Controle Parlamentar Indireto2. Controle Parlamentar Indireto2. Controle Parlamentar Indireto2. Controle Parlamentar Indireto

2222....1111.... NoçõesNoçõesNoçõesNoções GeraisGeraisGeraisGerais

2222....2222.... FunçõesFunçõesFunçõesFunções dodododo TCUTCUTCUTCU

2222....3333.... ControleControleControleControle operacionaloperacionaloperacionaloperacional eeee dededede legalidadelegalidadelegalidadelegalidade

2222....4444.... ControleControleControleControle objetivoobjetivoobjetivoobjetivo eeee subjetivosubjetivosubjetivosubjetivo

2222....5555.... ControleControleControleControle dededede atosatosatosatos eeee contratoscontratoscontratoscontratos

2222....6666.... ControleControleControleControle prévioprévioprévioprévio

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2.1. Noções Gerais2.1. Noções Gerais2.1. Noções Gerais2.1. Noções Gerais

Por força do disposto no art. 71 da Constituição Federal, o

controle parlamentar indireto é exercido pelo Congresso

Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

A Carta Magna não situou o TCU em nenhum dos trêsA Carta Magna não situou o TCU em nenhum dos três

Poderes da República. Assim sendo, entende-se que ele é

um órgão autônomo. Além disso, ele é um órgão de

soberania, por desempenhar uma função essencial à

caracterização da forma de governo adotada no Brasil.

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2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU

O Tribunal de Contas da União desempenha as seguintesatividades:

� fiscalizadorafiscalizadorafiscalizadorafiscalizadora - realiza auditorias e inspeções;

� consultivaconsultivaconsultivaconsultiva - emite parecer prévio sobre as contas doPresidente da República e de Governadores deTerritórios (se houver), além de responder a consultas;Territórios (se houver), além de responder a consultas;

� informativainformativainformativainformativa - envia informações ao CongressoNacional e divulga na Internet dados sobre aAdministração Pública;

� judicantejudicantejudicantejudicante - julga as contas dos administradores derecursos públicos federais;

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2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU2.2. Funções do TCU

� sancionadorasancionadorasancionadorasancionadora - pune aqueles que praticaram atos

irregulares e adota as medidas necessárias ao

ressarcimento aos cofres públicos;

� corretivacorretivacorretivacorretiva - fixa prazo para que órgãos e entidades� corretivacorretivacorretivacorretiva - fixa prazo para que órgãos e entidades

corrijam eventuais falhas e irregularidades ou sustem a

prática de atos impugnados;

�normativanormativanormativanormativa - edita normas relativas a suas atribuições;

�ouvidoriaouvidoriaouvidoriaouvidoria - recebe e apura denúncias.

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2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade

OOOO controlecontrolecontrolecontrole operacionaloperacionaloperacionaloperacional possuipossuipossuipossui arrimoarrimoarrimoarrimo constitucionalconstitucionalconstitucionalconstitucional

Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,operacional e patrimonial da União e das entidades daoperacional e patrimonial da União e das entidades daadministração direta e indireta, quanto à legalidade,legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções erenúncia de receitas, será exercida pelo CongressoNacional, mediante controle externo, e pelo sistema decontrole interno de cada Poder.

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2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade

Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988

Art. 71. O controle externo, a cargo do CongressoNacional, será exercido com o auxílio do Tribunal deContas da União, ao qual compete: (...)IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dosDeputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou deinquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil,financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nasunidades administrativas dos Poderes Legislativo,Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas noinciso II;

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2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade

O controle operacional é realizado por meio de auditorias

operacionais, por meio das quais as entidades são

fiscalizadas à luz de padrões ótimosótimosótimosótimos de qualidade e não sob

a perspectiva estrita da legalidade.

Esse controle não visa detectar irregularidades. Assim

sendo, em regra, as auditorias operacionais geram

recomendações aos órgãos, não determinações.

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2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade2.3. Controle Operacional e de Legalidade

Em termos jurídicos, não há fundamento para que o TCUefetue determinações oriundas de auditoria estritamenteoperacional:

Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988

Art. 71. O controle externo, a cargo do CongressoNacional, será exercido com o auxílio do Tribunal deNacional, será exercido com o auxílio do Tribunal deContas da União, ao qual compete:

(...)IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote asprovidências necessárias ao exato cumprimento da lei, severificada ilegalidade;

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Os artigos 43 e 45 da Lei nº 8.443/1992 retratam,

respectivamente, o controlecontrolecontrolecontrole subjetivosubjetivosubjetivosubjetivo e objetivoobjetivoobjetivoobjetivo

2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo

realizado pelo Tribunal de Contas da União.

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O controlecontrolecontrolecontrole subjetivosubjetivosubjetivosubjetivo pressupõe a aferição da conduta dogestor de recursos federais, a qual será comparada compadrões médiosmédiosmédiosmédios. Caso essa conduta seja consideradareprovável, haverá a aplicação de sanções.

Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992

2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo

Art. 43. Ao proceder à fiscalização de que trata esteCapítulo, o Relator ou o Tribunal: (...)

II - se verificar a ocorrência de irregularidade quanto àlegitimidade ou economicidade, determinará a audiênciado responsável para, no prazo estabelecido noRegimento Interno, apresentar razões de justificativa.

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Já o controlecontrolecontrolecontrole objetivoobjetivoobjetivoobjetivo pressupõe a aferição da legalidadedo ato. Caso o ato seja considerado ilegal, o TCUdeterminará a adoção das providências necessárias aocumprimento da lei.

Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992Lei nº 8.443/1992

2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo

Art. 45. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato, oTribunal, na forma estabelecida no regimento interno,assinará prazo para que o responsável adote asprovidências necessárias ao exato cumprimento da lei,fazendo indicação expressa dos dispositivos a seremobservados.

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É imprescindível que tanto o controle objetivo quanto o

subjetivo sejam céleres. Afinal, o inciso LXXVIII do art. 5º

da Constituição Federal, incluído pela Emenda

Constitucional nº 45/2004, estabelece que:

2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo2.4. Controle Objetivo e Subjetivo

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são

assegurados a razoável duração do processo e os meios

que garantam a celeridade de sua tramitação.

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Terceira Parte2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

O controle objetivo abrange a análise tanto de atos

quanto de contratos.

Verificada a existência de ilegalidade, o TCU tem o dever-

poder de assinar prazo para que o órgão ou entidade

fiscalizado amolde o ato ou contrato viciado aos

mandamentos legais.

Caso a decisão não seja cumprida, pode o TCU sustar a

execução do ato controlado.

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Terceira Parte2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

Quando a decisão não cumprida tiver por objeto um

contrato, a sustação da avença deverá ser determinada

pelo Congresso Nacional, o qual solicitará ao Poder

Executivo a realização das medidas cabíveis.Executivo a realização das medidas cabíveis.

Somente no caso de o Congresso ou o Poder Executivo

permanecerem inertes poderá o TCU adotar as

providências que a Corte de Contas entender

pertinentes.

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Terceira Parte2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

Vê-se, pois, que o constituinte originário, ao disciplinar o

exercício do controle externo, criou uma distinção entre a

atuação do TCU voltada para o controle de atos e aquela

verificada no controle de contratos.

O controle dos contratos torna-se mais árduo pelo fato deO controle dos contratos torna-se mais árduo pelo fato de

envolver, inevitavelmente, direito subjetivo do

contratado.

Além disso, o interesse público primário impõe, em regra,

a consecução célere do objeto do contrato, o que

dificulta a anulação ou a rescisão das avenças

administrativas.

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Terceira Parte2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Constituição Federal de 1988Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,ao qual compete: (...)IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote asprovidências necessárias ao exato cumprimento da lei, severificada ilegalidade;X – sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado,X – sustar, se não atendido, a execução de ato impugnado,comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e aoSenado Federal;§ 1º. No caso de contrato, o ato de sustação será adotadodiretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, deimediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.§ 2º. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, noprazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas noparágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

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2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

Contudo, a ausência de competência do TCU paradeterminar a sustação de contrato não impossibilita quea Corte de Contas determine à autoridade administrativaque promova a anulação de contrato celebrado.

MS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF ---- Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal

I. Tribunal de Contas: competência: contratosI. Tribunal de Contas: competência: contratosadministrativos (CF, art. 71, IX e §§ 1º e 2º). O Tribunal deContas da União - embora não tenha poder para anularou sustar contratos administrativos - tem competência,conforme o art. 71, IX, para determinar à autoridadeadministrativa que promova a anulação do contrato e, sefor o caso, da licitação de que se originou.

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2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos2.5. Controle de Atos e Contratos

O controle dos contratos administrativos envolve direitossubjetivos do contratado. Assim sendo, ao analisar aregularidade de determinado contrato, o TCU devepossibilitar ao gestor público e ao particular contratado oexercício do direito à ampla defesa e ao contraditório.

MS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF ---- Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalMS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF MS 23550/DF ---- Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal

II. Tribunal de Contas: processo de representaçãofundado em invalidade de contrato administrativo:incidência das garantias do devido processo legal e docontraditório e ampla defesa, que impõem assegurar aosinteressados, a começar do particular contratante, aciência de sua instauração e as intervenções cabíveis.

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2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio

As medidas cautelares são o que há de mais próximo em

relação ao controle prévio.

Aproximam-se do controle prévio pelo fato de

consubstanciarem medida anterior à análise final daconsubstanciarem medida anterior à análise final da

irregularidade.

Afastam-se, no entanto, por já pressuporem alguma

desconformidade com o Direito (fumus boni juris).

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2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio

Regimento Interno do TCURegimento Interno do TCURegimento Interno do TCURegimento Interno do TCU

Art. 276. O Plenário, o relator, ou, na hipótese do art. 28,inciso XVI, o Presidente, em caso de urgência, defundado receio de grave lesão ao erário ou a direitoalheio ou de risco de ineficácia da decisão de mérito,alheio ou de risco de ineficácia da decisão de mérito,poderá, de ofício ou mediante provocação, adotarmedida cautelar, com ou sem a prévia oitiva da parte,determinando, entre outras providências, a suspensão doato ou do procedimento impugnado, até que o Tribunaldecida sobre o mérito da questão suscitada, nos termosdo art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992.

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2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio

O exercício do PoderPoderPoderPoder GeralGeralGeralGeral dededede CautelaCautelaCautelaCautela, consubstanciado

na edição de medidas cautelares, visa resguardar a

efetividade das deliberações finais do Tribunal e

neutralizar situações de lesividade ao erário.

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2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio2.6. Controle Prévio

Poder geral de cautela do TCU Poder geral de cautela do TCU Poder geral de cautela do TCU Poder geral de cautela do TCU ----entendimento do STF sobre o assuntoentendimento do STF sobre o assuntoentendimento do STF sobre o assuntoentendimento do STF sobre o assunto

Os participantes de licitação têm direito à fiel observânciado procedimento estabelecido na lei e podem impugná-lo administrativa ou judicialmente.

O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos deO TCU tem competência para fiscalizar procedimentos delicitação, determinar suspensão cautelar (arts. 4º e 113,§§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93), examinar editais delicitação publicados e, nos termos do artigo 276 doRegimento Interno, possui legitimidade para a expediçãode medidas cautelares para prevenir lesão ao erário egarantir a efetividade de suas decisões (MS nº 24.510-7STF - Relatora Ministra Ellen Gracie).

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3. Conclusões3. Conclusões3. Conclusões3. Conclusões

Conquanto exista uma imposição constitucional,há mais de 15 anos, o controle interno ainda não foidevidamente implantado na grande maioria dosMunicípios, notadamente naqueles que possuem menosde 50.000 habitantes (do total de 5.566, temos 5.031 querepresentam 90,39%, apenas 24,11% destes, ou seja,representam 90,39%, apenas 24,11% destes, ou seja,apenas 788 municípios possuem estrutura própria de C. I.devidamente implantada);

Há elevados níveis de rejeição à implantação deControle Interno por parte dos administradores;

Há enorme proximidade entre as autoridades e ossubordinados;

Existe uma enorme carência de profissionaisespecializados e qualificados par atuar nesta área.

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3. Conclusões3. Conclusões3. Conclusões3. Conclusões

O sistema de controle é fundamental paraqualquer organização e deve ser entendido de formaampla, isto é, não está limitado apenas aos aspectosfinanceiros e administrativos, pois compreende todo oconjunto de métodos e ações implementados dentro deconjunto de métodos e ações implementados dentro dedeterminado órgão administrativo, criando uma culturade transparência, efetuando comparação entre osresultados previstos e os realizados em sintonia com ointeresse público.