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    CONTROLE DE GESTO EM ORGANIZAES HOSPITALARES

    ARTIGOADMINISTRAO GERAL

    Revista de Gesto USP, So Paulo, v. 16, n. 3, p. 15-29, julho-setembro 2009

    Antnio Artur de Souza

    Graduao em Cincias Contbeis e Mestrado em Engenharia de Produo pelaUniversidade Federal de Santa CatarinaDoutorado (Ph.D.) emManagement Science pela University of Lancaster/UKProfessor Adjunto III da Universidade Federal de Minas GeraisE-mail: [email protected]

    Recebido em: 19/5/2009

    Aprovado em: 3/7/2009

    Mariana GuerraMestranda em Cincias Contbeis na Universidade Federal de Minas GeraisIntegrante do Ncleo de Estudos Gerenciais e Contbeis (NEGEC)E-mail: [email protected]

    Cynthia Oliveira LaraGraduao em Cincias Atuariais pela Universidade Federal de Minas Gerais

    Graduanda em Cincias Contbeis na Universidade Federal de Minas GeraisIntegrante do Ncleo de Estudos Gerenciais e Contbeis (NEGEC)E-mail: [email protected]

    Pedro Lcio Rodrigues GomideGraduando em Cincias Contbeis na Universidade Federal de Minas GeraisGraduando em Administrao Pblica na Fundao Joo PinheiroIntegrante do Ncleo de Estudos Gerenciais e Contbeis (NEGEC)E-mail: [email protected]

    Carolina Moreira PereiraGraduanda em Cincias Contbeis na Universidade Federal de Minas GeraisIntegrante do Ncleo de Estudos Gerenciais e Contbeis (NEGEC)E-mail: [email protected]

    Deyse Aguilar FreitasGraduanda em Cincias Contbeis na Universidade Federal de Minas GeraisIntegrante do Ncleo de Estudos Gerenciais e Contbeis (NEGEC)E-mail: [email protected]

    RESUMO

    Quando se trata de qualidade em servios de sade, o controle de gesto em hospitais um fatorfundamental para a eficincia de uma organizao hospitalar. Nesse sentido, necessrio que os gestores

    hospitalares realizem avaliao do desempenho organizacional, a fim de mensurar a eficincia da gesto.Este trabalho apresenta uma reviso de duas alternativas que possibilitam a mensurao do controle dagesto em organizaes hospitalares: o processo de avaliao para Acreditao Hospitalar e o monitoramentode indicadores definidos no Programa de Fortalecimento e Melhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS/MG(Pro-Hosp). Com o objetivo de analisar se so apresentadas informaes que possibilitam avaliar odesempenho da gesto nos hospitais brasileiros, foram realizados estudos de caso em trs hospitais do Estadode Minas Gerais, Brasil: um de natureza filantrpica, um privado e um universitrio. A anlise de variveis ede critrios de gesto baseados nas definies do Pro-Hosp (MINAS GERAIS, 2007) e de Lima et al. (2004)concluiu que, com relao s variveis analisadas, os hospitais estudados so considerados incipientes.

    Palavras-chave:Avaliao da Gesto, Organizaes Hospitalares, Indicadores.

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    MANAGEMENT CONTROL IN HOSPITALS

    ABSTRACT

    In the quest for quality in health services, management control is a critical factor for hospitals to beefficient. In this sense, it is necessary that hospital managers carry out performance evaluation in order tomeasure the management efficiency. This paper presents a discussion about two models for evaluating themanagement control function in hospitals: Hospital Certification and Reinforcement and ImprovementProgram for Quality in Hospitals (Pro-Hosp). The main objective was to analyze if hospitals discloseenough information to allow the evaluation of their management performance. This research was based oncase studies carried out in three hospitals located in the State of Minas Gerais/Brazil. The first one is profitoriented, the second is charitable, and the third is a university hospital. The data analysis was performedaccording to three dimensions, each encompassing several variables as defined by Pro-Hosp (FJP, 2007)and LIMA, BARBOSA, PORTELA et al. (2004). It can be concluded that all studied hospitals are incipient interms of management control.

    Key words: Management Control, Hospitals, Indicators.

    CONTROL DE GESTIN EN ORGANIZACIONES HOSPITALARIAS

    RESUMEN

    Cuando se trata de la calidad en servicios de salud, el control de gestin en hospitales es uno de losfactores fundamentales para la eficiencia de una organizacin hospitalaria. En ese sentido, se verifica lanecesidad de que los gestores hospitalarios efecten evaluaciones del desempeo organizacional, con el finde medir la eficiencia de la gestin. Este trabajo presenta una revisin de dos alternativas que permiten

    medir el control de la gestin en organizaciones hospitalarias: el proceso de evaluacin para AcreditacinHospitalaria y el monitoreo de indicadores definidos por el Programa de Fortalecimiento y Mejora de laCalidad de los Hospitales del Sistema nico de Salud del Estado de Minas Gerais, Brasil (Pro-Hosp.). Conel objetivo de analizar si se presentan informaciones que permiten evaluar el desempeo de gestin en loshospitales brasileos, se realizaron estudios de caso en tres hospitales del Estado de Minas Gerais, siendouno de ellos de naturaleza filantrpica, otro privado y el tercero un hospital universitario. Por medio delanlisis de variables y de criterios de gestin basados en las definiciones del Pro-Hosp (MINAS GERAIS,2007) y de Lima et al. (2004), se concluye que en relacin a las variables analizadas, los hospitalesexaminados son incipientes.

    Palabras-clave: Evaluacin de Gestin, Organizaciones Hospitalarias, Indicadores.

    .

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    1. INTRODUOO governo brasileiro vem realizando aes no

    sentido de oferecer servios de sade de qualidadepara toda a populao. Entretanto, apesar dosesforos, ainda h diversos problemas nessa rea.Alm disso, a complexidade do ambiente no qual seinserem as organizaes em geral provoca umademanda crescente por informaes cada vez maisacuradas para a tomada de deciso. Para que asorganizaes hospitalares possam atuar nesseambiente, necessrio que seus gestores busquemferramentas de gesto que tenham comprovadaeficcia no meio empresarial (ALEMI;SULLIVAN, 2007).

    Dentre essas ferramentas, destacam-se as

    relacionadas ao controle da gesto e avaliao dedesempenho, que demandam o desenvolvimento deuma gesto eficiente e o monitoramento deindicadores de desempenho (GUPTILL, 2005).Nesse sentido, observa-se que a avaliao deindicadores hospitalares contribuisignificativamente para a eficincia da gesto, poispossibilita a associao estratgica entre recursoshumanos, equipamentos e matria-prima para aprestao de servios de sade de qualidade(SILVA, 2005).

    A organizao hospitalar foi definida pelaOrganizao Mundial de Sade (OMS) como parteintegrante de um sistema coordenado de sade, cujafuno prestar sociedade completa assistncia noque se refere sade (OMS, 2008). No Brasil, asorganizaes desse setor vm promovendo asmudanas necessrias para o desenvolvimento dafuno de prestao de servios sociedade e parapromover a implementao das polticas de sadedefinidas na Constituio Federal (CF) de 1988(ARRETCHE, 2003).

    Nesse sentido, Souza et al. (2008) defendem que,para atingir o objetivo de prestao de servios desade sociedade, necessrio que os gestoreshospitalares realizem a avaliao do desempenhoorganizacional, a fim de mensurar a eficincia dagesto. Assim, para a avaliao e o controleeficientes, os gestores das organizaes, de formageral, necessitam de conhecimentos avanados eespecficos sobre a gesto e o custeamento dasatividades operacionais e sobre as operaes deinvestimento e de financiamento (SHAW, 2003).Alm disso, necessrio definir um conjunto de

    indicadores que possibilitem aos gestores avaliar odesempenho da organizao.

    Segundo Schiesari e Kisil (2003), a avaliao dedesempenho de hospitais no Brasil foi iniciada a

    partir da definio do processo de AcreditaoHospitalar (AH). Nesse contexto, programas comoos desenvolvidos pela Secretaria de Estado deSade do Governo de Minas Gerais (SES/MG),especificamente o Programa de Fortalecimento eMelhoria da Qualidade dos Hospitais do SUS/MG(Pro-Hosp), financiam aes de melhoria daqualidade em hospitais, tm grande significncia efacilitam o processo para a AH. Assim, comoprocesso complementar avaliao para a AH, pormeio do Pro-Hosp, so monitorados indicadores dedesempenho da gesto das organizaes

    hospitalares (QUINTO NETO; GASTAL, 1997).Este trabalho tem como foco o controle da gesto

    de hospitais e apresenta os resultados de umapesquisa que teve como objetivo principal analisarse os hospitais estudados apresentam informaesque possibilitam avaliar o desempenho de suagesto. Por meio dessa anlise, foi possvelcaracterizar o processo de gesto dos trs hospitaisestudados.

    O texto est estruturado em 7 sees, incluindoesta introduo. Em seguida, apresenta-se a revisoda literatura sobre a gesto de organizaeshospitalares (seo 2), sobre a eficincia e eficciana gesto hospitalar (seo 3) e sobre o controle nagesto de hospitais (seo 4), especificamente noque diz respeito ao processo de AH e ao Pro-Hosp.A metodologia da pesquisa descrita na seo 5; aanlise dos resultados dos estudos de caso, na seo6; e as concluses, na seo 7, seguidas dasreferncias bibliogrficas.

    2. A GESTO DE ORGANIZAESHOSPITALARES

    Nos hospitais, a estrutura organizacionalevidencia a maneira pela qual a organizao definee divide as funes e as atribuies, alm dedemonstrar como essas atribuies so agrupadas ecoordenadas (SOUZA et al., 2008). Nesse sentido,segundo Mintzberg (1996), pode-se dimensionar aestrutura organizacional em: (i) especializao dotrabalho, (ii) departamentalizao, (iii) cadeia decontrole e (iv) centralizao ou descentralizao datomada de deciso. Segundo esse autor, essa

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    estrutura define a hierarquia da organizao, asresponsabilidades e a autoridade dos indivduos, edemonstra como ocorre a comunicao e adisponibilizao de informaes internas organizao.

    De acordo com relatrio da OMS apud Borba(2006), um hospital um elemento de organizaode carter mdico-social, cuja funo consiste emassegurar uma assistncia mdica completa,curativa e preventiva a determinada populao.Segundo Shaw (2003), as organizaes hospitalarestm as funes de: (a) prevenir doenas, oferecendoassistncia e vigilncia populao, e contribuirpara a educao sanitria e a higiene no trabalho;(b) restaurar a sade, realizando diagnstico etratamento curativo de enfermidades em geral; e (c)

    promover a pesquisa e o ensino de graduao, ps-graduao e educao continuada.

    Nesse contexto, observa-se que o alcance de umdesempenho eficiente nas organizaes hospitalaresrequer um controle de custos e a anlise deindicadores de desempenho. Segundo Heitger,Logan e Matulich (1992), no possvel realizaruma avaliao de desempenho adequada sem disporde informaes sobre custos. Nesse sentido, osistema de custeio baseado em atividades (Activity-

    Based Costing ABC) destaca-se como uma das

    ferramentas comumente utilizadas para a gesto decustos. Esse sistema visa alocar os custos dosrecursos s atividades e, destas, aosprodutos/servios, de modo a diminuir/eliminar asinformaes distorcidas apresentadas pelos sistemasde custeio tradicionais (MOHAN; PATIL, 2003). Amaneira pela qual a organizao utiliza os recursosdisponveis para gerar receitas tambm demonstrada pelo ABC, uma vez que asinformaes geradas no so apenas informaesoperacionais, mas tambm financeiras. Essasinformaes, operacionais e financeiras, facilitam o

    controle do oramento, ao mesmo tempo em quepossibilitam a gesto baseada em atividades(Activity-Based Management ABM).

    Por sua vez, a ABM possibilita avaliar o papel(valor) de cada atividade, o que pode levar implementao de mudanas na forma de realizar ostrabalhos (procedimentos) operacionais eadministrativos. Alm disso, tais informaespermitem integrar o sistema de custeio aos demaissistemas da organizao, como o sistema deproduo, tornando o processo de gesto

    empresarial dinmico e voltado para a eficinciados resultados (COKINS, 1998; MISHRA;VAYSMAN, 2001). A ABM segue algunsprincpios, tambm contemplados pelo ABC, taiscomo: (a) foco na realizao das atividades para asquais so consumidos recursos, e no namensurao dos custos de recursos utilizados nodesenvolvimento das atividades; (b) deve-se buscara reduo de desperdcios, eliminando-se atividadesque no agregam valor ao servio; (c) as atividadesdevem ser realizadas com contnua melhoria dedesempenho; e (d) o servio deve atender sexpectativas do cliente para que a satisfao destegere os resultados esperados pela administrao(HORNGREN; DATAR; FOSTER, 2004).

    Nos hospitais, as habilidades e a formao da

    fora de trabalho, a estrutura organizacionalcomplexa e a especificidade dos servios prestadostornam efetivamente difcil o gerenciamento e ocontrole das atividades. Conforme Castelar,Mordelet e Grabois (2003), a combinao tima dosrecursos humanos, tecnolgicos e financeiros deveser um dos objetivos da organizao, a fim depossibilitar o alcance de uma gesto eficiente e aprestao de servios de qualidade. necessriatambm a profissionalizao da gesto hospitalar,qualificando-se os gestores dessas organizaescomo articuladores dos diferentes fatores queinfluenciam as atividades desenvolvidas, sejamestes internos (mdicos, pessoal de enfermagem,pessoal administrativo, etc.), sejam externos (acomunidade, outras unidades de sade, polticos,etc.) (GUPTILL, 2005).

    Nesse sentido, observa-se que, atualmente, aavaliao do desempenho dessas organizaes uma das principais preocupaes do setor(SCHIESARI; KISIL, 2003). Ressalta-se que aanlise dos resultados uma das principaisferramentas que possibilitam a avaliao da gesto

    hospitalar. As comparaes entre organizaestambm integram os processos avaliativos, uma vezque planos de melhoria podem ser desenvolvidos apartir de contribuies advindas de parcerias entreorganizaes e do estabelecimento debenchmarking (SILVA, 2005). Assim, um gestorhospitalar deve monitorar diversos indicadores, taiscomo: taxa de ocupao, relao enfermeiro-leito,leitos disponveis na enfermaria, leitos disponveisna Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).Entretanto, deve-se observar que esses indicadoresso volteis e modificam-se de acordo com variadas

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    circunstncias endmicas, epidmicas, climticas,de poder aquisitivo, etc.

    Moraes (1994) defende que os indicadoreshospitalares devem ser monitorados em conjunto,

    para possibilitar que as informaesdisponibilizadas sejam contextualizadas noambiente organizacional. Dessa forma, observa-seque a anlise de indicadores hospitalares fundamental tomada de deciso eficiente pelogestor hospitalar. Ainda segundo o autorsupracitado, os resultados do processo de avaliaopor meio de indicadores so informaes utilizadaspara o planejamento e controle da gestoorganizacional. Assim, a avaliao dessasinformaes destaca-se como a finalidade central dautilizao dos indicadores.

    3. EFICINCIA E EFICCIA NA GESTOHOSPITALAR

    Situados no nvel econmico tercirio, oshospitais operam por meio de processos internosque apresentam grande complexidade einterdependncia. Devido a esse fato, asorganizaes hospitalares dependem deprofissionais altamente especializados (SOUZA etal., 2008). A fim de garantir a qualidade dos

    servios de sade prestados pelos hospitais, necessrio estabelecer padres e critrios dequalidade, alm de indicadores de desempenho,para cada um dos processos internos (ROONEY;OSTENBERG, 1999).

    Segundo Bittar (2000), os padres e os critriosde qualidade podem estar baseados em normas decertificao ISO 9000, aplicveis a organizaes dequalquer rea de negcios, ou em normas de AH,aplicveis especificamente a organizaeshospitalares. Por meio do processo de certificao

    ISO 9000, possibilita-se o reconhecimento dosistema de qualidade da organizao sem que hajaobrigatoriedade de estabelecimento de padres e decritrios de qualidade para todos os processosinternos da organizao. A AH, por sua vez, paraconferir uma certificao, exige que todas as reasabrangidas na atividade do hospital estejam nomesmo nvel de qualidade (SCHIESARI; KISIL,2003).

    Criada pelo Ministrio da Sade em maio de1999, a Organizao Nacional de Acreditao(ONA) tem o objetivo de coordenar e promover a

    Acreditao na rea de sade no Brasil. A AHconsidera um conceito especfico de qualidade, oqual integra as temticas de segurana, ticaprofissional, responsabilidade e qualidade doatendimento (SILVA, 2005). No processo deAcreditao, uma organizao credenciada pelaONA certifica a qualidade de uma agncia, servioou grupo operacional no fornecimento de serviosespecficos, avaliando os seguintes quesitos:instalaes, objetividade, integridade, capacitao ecompetncia. Nestes dois ltimos quesitos, a ONAavalia tanto os profissionais quanto a organizao.O processo de Acreditao sistmico e avalia todaa organizao, de acordo com normas aplicadasigualmente a todos os hospitais de mesma categoria(ANVISA, 2004).

    Para a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria(ANVISA, 2004), a metodologia de Acreditao noBrasil apresenta vantagens tais como melhoria dogerenciamento da unidade e melhoria da qualidadeda assistncia ao paciente. O processo de AH voluntrio e pode ser desenvolvido pelo prpriohospital, depois de realizado um diagnsticopreliminar desenvolvido por uma organizaoindependente a organizao acreditadora,credenciada pela ONA. Ao final do processo,devem ser atendidos os padres de qualidadedefinidos para cada rea de trabalho.

    Nesse contexto, observa-se que a avaliao dedesempenho dos hospitais atualmente umaexigncia para a continuidade das atividades daorganizao (ROONEY; OSTENBERG, 1999).Segundo Azevedo (1993), a importncia dosindicadores hospitalares pode ser atribuda ao fatode que a avaliao de resultados possibilita definir aeficincia de uma gesto organizacional, assimcomo a aplicao adequada de recursos. Almdisso, sabe-se que informaes sobre o desempenhoda organizao podem gerar vantagem competitiva

    e produtiva aos hospitais.Shaw (2003) defende que os conhecimentos

    decorrentes da utilizao de indicadoreshospitalares podem influenciar os diversos nveis ereas organizacionais, tais como: atendimento,finanas, recursos humanos, tratamento, etc. Almdisso, segundo Mohan e Patil (2003), oconhecimento sobre o desempenho da organizao,de forma geral, pode disponibilizar informaespara um desenvolvimento gerencial eficiente pormeio da utilizao de sistemas de informaes.

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    Nesse sentido, observa-se que o objetivo principaldos indicadores hospitalares disponibilizarinformaes teis de diversas reas e de nveisorganizacionais, a fim de auxiliar os gestores noprocesso decisrio.

    4. CONTROLE NA GESTO HOSPITALARSegundo Mishra e Vaysman (2001), informaes

    sobre a gesto de organizaes so um fator crticopara a avaliao do planejamento e para o controleoperacional, alm de subsidiar o processo decisrio.Entretanto, a utilizao de ferramentas para a gestoem hospitais requer cuidados adicionais e algumasadaptaes, em razo da especificidade da prestaode servios relacionados promoo da sade e do

    bem-estar dos pacientes (EVANS III; HWANG;NAGARAJAN, 2001).

    Nesse contexto, destacam-se dois modelos quepossibilitam a avaliao do controle da gesto emorganizaes hospitalares: o processo de avaliaopara a AH e o monitoramento de indicadoresdefinidos no Pro-Hosp. Apesar da tendncia atualde valorizao da melhoria da qualidade nosservios de sade (SOUZA et al., 2008), observa-seque os hospitais brasileiros enfrentam pressesfinanceiras que dificultam o investimento de

    recursos no processo de melhoria geral para AH. Deacordo com o Ministrio da Sade (RIPSA, 2002), ototal dos gastos pblicos federais na rea de sadetem sido reduzido. Dessa forma, programas como oPro-Hosp, que financiam aes de melhoria daqualidade em hospitais, tm grande significncia efacilitam o processo para a AH (BITTAR, 2000).

    O processo de AH foi iniciado no Brasil no finaldos anos 80, quando a Organizao Pan-americanada Sade (OPAS) estabeleceu uma srie de padrespara os servios hospitalares da Amrica Latina

    (ANVISA, 2004). Posteriormente, em 1990, a OMSrealizou um convnio com a OPAS, com aFederao Latino-Americana de Hospitais e com oMinistrio da Sade, para elaborao doManual dePadres de Acreditao para Amrica Latina(FELDMAN; GATTO; CUNHA, 2005). Nesseperodo, observou-se que a Acreditao passou a serconsiderada um elemento estratgico paradesencadear e apoiar iniciativas de qualidade nosservios de sade.

    Em 1997, o Ministrio da Sade decidiudesenvolver o modelo brasileiro de Acreditao.

    Para isso, formou-se uma comisso nacional deespecialistas, que elaborou a primeira edio do

    Manual Brasileiro de Acreditao Hospitalar,publicada em 1998 (ANVISA, 2004). No ano de1999 foi constituda juridicamente a ONA, cujaatribuio coordenar e promover a Acreditao narea de sade no Brasil (SILVA, 2005).

    Assim, o Sistema Brasileiro de Acreditao foireconhecido oficialmente pela ANVISA em 2002,por meio da Resoluo n 921/02, e passou aintegrar a sua programao (SCHIESARI; KISIL,2003; ANVISA, 2004). Segundo Quinto Neto eGastal (1997), no processo de acreditao exige-sedos hospitais que as avaliaes integrem todas asreas da organizao, o que impossibilita aimplementao do processo por subreas. As

    avaliaes so baseadas em aes controlveis, quedevem ser obrigatoriamente documentadas empapel, em instrumentos como: regulamentos,regimentos, rotinas, atas e relatrios operacionais(ROONEY; OSTENBERG, 1999; ANVISA, 2004).

    Segundo a ANVISA (2004), o certificado deAcreditao est escalonado em trs nveis: simples(nvel 1), pleno (nvel 2) e de excelncia (nvel 3).O nvel desejado deve ser alcanado por todas asreas da organizao em conjunto, para que estaobtenha o certificado de AH. Dessa forma, observa-

    se que, se uma rea classificada no nvel 1 e asdemais no nvel 3, a organizao ser categorizadano nvel 1. Os padres estabelecidos paraAcreditao so correlacionados e de complexidadecrescente. Sendo assim, para se alcanar um nvelde qualidade superior, os nveis anteriores devemser atendidos (SCHIESARI; KISIL, 2003).

    Cumpre salientar que, considerando-se aslimitaes dos hospitais brasileiros conveniadoscom o Sistema nico de Sade (SUS),especialmente no que diz respeito a recursos

    financeiros e de pessoal tecnicamente qualificadoem gesto, principalmente em hospitais pblicos efilantrpicos, torna-se necessria a anlise deindicadores especficos para verificar o desempenhodas organizaes de sade (SOUZA et al., 2008).Por meio da anlise desses indicadores possvelapresentar os quesitos necessrios para o alcance dequalidade, requeridos no processo de AH e no Pro-Hosp.

    Coordenado pela Secretaria de Estado de Sadedo Governo de Minas Gerais (SES/MG) e iniciadoem 2003, o Pro-Hosp tem como objetivos fortalecer

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    a gesto das organizaes prestadoras de serviosde sade e melhorar a qualidade da assistnciahospitalar nos polos macro e microrregionais doEstado de Minas Gerais. Por meio do Pro-Hosp somonitorados indicadores de desempenho da gestodas organizaes hospitalares (BITTAR, 2000;QUINTO NETO; GASTAL, 1997).

    Segundo o Manual do Pro-Hosp (MINASGERAIS, 2007), os indicadores de desempenho aserem monitorados pelas organizaes participantesdo Pro-Hosp foram classificados em cinco reastemticas: gesto, processos, resultados, relaocom os usurios e a comunidade, e estrutura. Essasreas apresentam uma lgica, estabelecida naliteratura especializada, que prope avaliar aqualidade do cuidado hospitalar segundo a

    estrutura, o processo e o resultado. Ressalta-se que aseleo das reas temticas e os indicadoresdefinidos no pretendem ser exaustivos em relao complexidade do cuidado hospitalar e s vriasdimenses da qualidade da assistncia (MINASGERAIS, 2008).

    Especificamente, os indicadores de estruturaincluem os recursos ou insumos utilizados naprestao dos servios de sade, que podem serclassificados em humanos, materiais e financeiros(MINAS GERAIS, 2007). Os indicadores de

    processo, por sua vez, mensuram as atividades e osprocedimentos envolvidos nessa prestao deservios. Por fim, os indicadores de resultadosincluem as respostas da populao beneficiada pelasintervenes. Segundo Santos Filho (2007), esteltimo grupo de indicadores de resultados, efeitosou impactos utilizado tradicionalmente emestudos epidemiolgicos, que avaliam as mudanasna sade da populao relacionadas mortalidade e morbidade.

    Ressalta-se que, na avaliao de impactos, h

    dificuldades em demonstrar os resultados doprocesso de avaliao, uma vez que estes estorelacionados a diversos aspectos, como ainterveno poltica na rea da sade (MORAES,1994). Dessa forma, observa-se que algunsindicadores so mais sensveis s mudanas nocontexto da prestao de servios especficos(SHAW, 2003). Segundo Santos Filho (2007), essefato deve servir de critrio orientador para a seleode indicadores mais adequados realidade de cadaorganizao.

    Lenz e Kuhn (2004) afirmam que os indicadorespossibilitam a obteno de informaes sobre asmedidas relacionadas a um produto, um processo ouum sistema, ao longo do tempo. Os indicadoresapresentam uma concepo de quantificao deinformaes, e foram desenvolvidos com essafinalidade. Dessa forma, critrios de confiabilidadee de validade devem ser considerados tambm naseleo de indicadores. Nesse sentido, observa-seque a aplicao prtica de indicadores adequados realidade da organizao e ao objeto especfico a sermensurado gera informaes confiveis quepossibilitam anlises mais acuradas.

    Segundo Santos Filho (2007), o monitoramentode indicadores deve contribuir para umaprimoramento da qualidade dos servios prestados.

    Para Escrivo Jr. e Carro (2002), desejveltambm que os indicadores possam ser facilmenteanalisados e interpretados, e que sejamcompreensveis pelos usurios da informao. Essesfatores tambm so considerados na apresentaodos indicadores do Pro-Hosp (MINAS GERAIS,2007). Segundo Shaw (2003), no que se refere construo/definio de um indicador, sobressai aimportncia das propriedades de seus componentes,muitas vezes restritos a numeradores edenominadores.

    Por fim, assinala-se que, considerando-se essasdimenses, que visam assegurar a qualidade daanlise e possibilitar uma avaliao objetiva dosresultados, o indicador pode ser visto como uminstrumento fundamental para a gestoorganizacional e para a avaliao de desempenho(LENZ; KUHN, 2004; BERNET; ROSKO;VALDMANIS, 2008).

    5. METODOLOGIAO mtodo de pesquisa adotado foi o estudo decaso mltiplo. De acordo com Yin (2005), o estudo

    de caso uma estratgia de pesquisa que contribuipara a compreenso dos fenmenos individuais,organizacionais, sociais e polticos complexos,mediante uma investigao ex post facto de eventosreais. A pesquisa qualitativa, de acordo com Denzine Lincoln (2005), enfatiza a verificao de teorias jexistentes, com a vantagem de possibilitar ainvestigao em profundidade do evento em estudopor meio de entrevistas e de observaes in loco.Alm disso, essa modalidade de pesquisa permite

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    identificar variveis que se complementam,confirmam ou contrastam. A pesquisa descrita nesteartigo caracteriza-se como sendo de naturezaqualitativa, tendo o estudo de caso como estratgiade pesquisa. Foram estudados trs hospitais situadosna cidade de Belo Horizonte MG: Hospital I (comfins lucrativos), Hospital II (filantrpico eparticipante do Pro-Hosp) e Hospital III(universitrio).

    Os dados primrios foram obtidos de visitas inloco, realizadas ao longo do ano de 2008, deentrevistas e de observao no participante. Dadossecundrios foram coletados por meio de consulta aarquivos e a documentos dos hospitais, bem comode pesquisa bibliogrfica em livros, artigos,dissertaes, teses e materiais disponveis em stios.

    As entrevistas, principal fonte de dados da pesquisaemprica, foram complementadas e/ou confirmadaspela pesquisa documental e pela observao diretano participante. Como sugerido por Yin (2005),tambm foi utilizado o protocolo de pesquisa, que um instrumento importante para facilitar a conduodo estudo de caso e aumentar a sua confiabilidade,principalmente quando se trata de dois ou maiscasos.

    Em relao s variveis para a anlise da gestodos hospitais, foram considerados os indicadores

    propostos no item Sistema de Monitoramento doPro-Hosp, do Manual do Pro-Hosp (MINASGERAIS, 2007). Aps estudos realizados, o Pro-Hosp definiu o conjunto de indicadores hospitalaresque podem ser utilizados tambm para o processode AH. A fim de facilitar a coleta e a anlise dedados, o Pro-Hosp estabeleceu reas e subreas paragrupos de indicadores especficos (SILVA, 2005).Para a realizao do presente estudo, foram

    selecionadas algumas dessas reas e subreas,conforme os objetivos da pesquisa.

    Alm disso, a pesquisa baseou-se em resultadosde um trabalho desenvolvido por Lima et al. (2004).

    Esses autores desenvolveram um estudoquantitativo descritivo sobre hospitais filantrpicos,que resultou na categorizao do nvel dedesenvolvimento gerencial desse tipo deorganizao. Foram identificados nveis gerenciaisdistintos, e uma parcela de 83% desses hospitaisprestadores de servios ao SUS com menos de 599leitos foi classificada como incipiente. Os autoresutilizaram, especificamente, indicadoresrelacionados s informaes de custos, decontabilidade e de oramento. A presente pesquisatambm utiliza alguns indicadores citados no

    trabalho desses autores para avaliao.De forma geral, o Quadro 1 apresenta os

    indicadores escolhidos para a realizao dos estudosde caso, os quais foram selecionados a partir devariveis definidas no Pro-Hosp e no trabalhodesenvolvido por Lima et al. (2004). Para cadadimenso avaliada, os hospitais foram classificadosem trs categoriais, de acordo com as informaesdisponibilizadas e com o nvel de desenvolvimentoobservado. As categoriais de classificao foram: (i)incipiente, para as variveis desenvolvidas de forma

    no satisfatria, ou seja, nos casos em que asatividades e o controle dos processos sodeficientemente realizados; (ii) emdesenvolvimento, quando se observa a utilizao deferramentas e demais recursos para desenvolver osprocessos e as atividades de forma mais eficiente;(iii) avanado, quando se desenvolve o controle dosprocessos realizados e h informaes suficientespara classificar a varivel como eficiente.

    Quadro 1: Dimenses e variveis utilizadas no estudo de caso

    Dimenses Variveis

    Estruturaeconmico-financeira

    Sistema de apropriao de custos implantadoGesto de materiais e de suprimentosBalano patrimonial fechadoBalancete apresentado em at 60 dias, aps encerramento do perodoBalancete peridico dos itens patrimoniaisPlano de contas prprioDespesa por paciente ou por procedimentoOramento anualAvaliao da realizao do oramento

    Estrutura logsticaCadastro de fornecedoresControle de estoque por meio da tcnica Curva ABCMaterial mdico-cirrgico padronizado

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    Dimenses VariveisManuteno (separao de rea predial, de equipamento, etc.)

    Estrutura detecnologia de

    informaes

    Registro eletrnico na admisso de pacientesRegistro eletrnico para o controle dos materiais do setor FarmciaMetas e indicadores especficos para os servios assistenciais, administrativos e

    logsticos (sistemas integrados ou isolados)

    Fonte: Baseado em MINAS GERAIS, 2007 e em LIMA et al., 2004.

    6. ANLISE DOS RESULTADOS6.1. Hospital I

    O Hospital I uma organizao com finslucrativos. Em relao sua estrutura econmico-financeira, ressalta-se a utilizao de planilhas dosoftware Microsoft Excel como ferramenta de

    controle de gesto em alguns setores. Por meiodessas planilhas, o hospital elabora um Oramentoanual, a fim de estimar e controlar os gastos e asreceitas da organizao. Os conceitos paraelaborao e monitoramento desse Oramento,porm, foram recentemente padronizados, e esteinstrumento passou a ser utilizado h pouco tempo.Dessa forma, observa-se que o controleoramentrio ainda est em desenvolvimento.

    No Hospital I, para cada servio prestado adespesa individualizada e informada por paciente.

    Alm disso, para o controle de materiaisconsumidos utiliza-se um leitor de cdigo de barras,o que caracteriza a varivel de gesto de materiais esuprimentos como avanada. Realizam-se tambm ocontrole dos custos e a avaliao da gesto porcentros de custos definidos. H critrios de rateiopadronizados, e os custos dos servios prestados soalocados por centros de custos, mensalmente,inclusive para os setores terceirizados. Dessa forma,observa-se que a varivel sistema de apropriao decustos no Hospital I tambm pode ser caracterizadacomo avanada.

    A fim de avaliar o desempenho da organizao,os gestores do Hospital I realizam o monitoramentode alguns indicadores, tais como: (a) os setores maisprodutivos; (b) os setores em que mais ocorremproblemas; (c) o setor com maior despesa e receita;(d) o nmero de cirurgias por ms; e (e) aprodutividade de cada funcionrio. Essesindicadores disponibilizam informaes que podemser utilizadas para o planejamento das atividades epara a avaliao do Oramento. Salienta-se aindaque o Hospital I conta com Plano de Contas prprio

    e que a apurao e a divulgao deBalancetes/Balanos so realizadas de forma eficaze em tempo hbil. Assim, de maneira geral,observa-se que as variveis Balano fechado,Balancete em at 60 dias e Balancete peridico dopatrimnio podem ser classificadas comoavanadas.

    Em relao estrutura logstica, observa-se que o

    Hospital I utiliza a tcnica de controle de estoquedenominada Curva ABC. Entretanto, apenas a partirdo ano de 2008, com a implantao de um novosistema de informaes, foi possvel a utilizaodessa tcnica. Alm disso, para o controle dosfornecedores, o Hospital I apresenta um cadastroespecfico de aproximadamente 2.000 empresas.Por meio do sistema de informaes utilizadorealiza-se a reviso desse cadastro, a partir deregistros de informaes sobre as condies eformas de pagamento e sobre a relao hospital-fornecedor, o que caracteriza esse cadastro como

    avanado.Quanto ao material mdico-cirrgico, verifica-se

    que a organizao no exige a padronizao dosinstrumentos a serem utilizados nos procedimentoscirrgicos. Dessa forma, observa-se que a gernciado hospital realiza um controle incipiente desseinstrumental, pois permite que os mdicos utilizemmaterial prprio para a realizao de cirurgias.

    Para o setor de Manuteno, que realizaatividades nas diversas unidades da organizao,no h separao dos servios em predial e em

    equipamentos. Entretanto, em razo dasespecificidades de determinados equipamentos, hsetores em que os servios prestados so efetuadospor funcionrios especializados. Dessa forma, osistema de controle dos servios de manutenoapresenta-se em desenvolvimento.

    No que se refere estrutura de tecnologia dainformao do Hospital I, a varivel metas eindicadores especficos pode ser classificada comoavanada. Como mencionado anteriormente, ohospital realiza o monitoramento de alguns

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    indicadores, a fim de avaliar o planejamento e odesempenho da organizao. Alm disso, no setorFarmcia, as compras so controladas via sistema eas informaes so integradas, excetuando-se ascompras de gneros alimentcios. Dessa forma, osistema de registro eletrnico da Farmcia pode sercaracterizado como avanado. Destaca-se aindaque, por meio desse sistema, possvel realizar ocontrole das metas e dos indicadores especficos dosservios prestados por esse setor.

    Em relao aos sistemas de informaoimplantados, o hospital utiliza um sistema quepossibilita a integrao das informaes entre osdiversos setores da organizao. Entretanto, emrazo da ausncia de pessoal administrativoqualificado, as informaes disponibilizadas no

    so eficientemente utilizadas. Destaca-se que,quando o paciente admitido no hospital, realiza-seum cadastro via sistema integrado, paradisponibilizao de informaes teis ao controle eao planejamento das atividades de prestao deservios.

    6.2. Hospital IIO Hospital II um hospital-maternidade

    prestador de servios ao SUS. Essa organizaorecebe auxlio do Pro-Hosp e, portanto, deve

    procurar atingir algumas metas estabelecidas poresse Programa. Em relao estrutura econmico-financeira, destaca-se que o setor Oramento eContabilidade desse hospital desenvolve atividadesde controle e de divulgao de informaes sobre asreceitas e as despesas realizadas (balancetes ebalano). Entretanto, essas atividades sodesenvolvidas de forma incipiente. Alm disso, essesetor desenvolve um controle incipiente dos itenspatrimoniais, uma vez que no h registro e controlede todos os equipamentos e mquinas pertencentes organizao.

    Ressalta-se que esse setor normalmentedisponibiliza relatrio de receita e de despesa todosos meses. Entretanto, as informaesdisponibilizadas pelas demonstraes contbeis epelos relatrios de gesto so apresentadas de formaincipiente, em decorrncia das limitaes nocontrole e no planejamento do setor Oramento eContabilidade. Em virtude desse fato, o Hospital IIcontratou recentemente uma empresa que prestaservios de consultoria de custos. No entanto, ainda

    desenvolve de forma incipiente o controle dosrecursos por centro de custos.

    Observa-se que o Hospital II, a fim de realizar ocontrole dos servios prestados, faz o planejamento

    financeiro por meio de um Oramento anual.Entretanto, no h uma avaliao dos resultadosoramentrios, ou seja, o Hospital II no analisa osvalores orados e os realizados em cada perodo.Dessa forma, a varivel de avaliao de desviooramentrio dessa organizao caracteriza-se comoincipiente. Apesar disso, o Hospital II utilizarelatrios para subsidiar o processo de deciso.Solicitados periodicamente pela Diretoria, essesrelatrios so desenvolvidos por meio de planilhasdo software Microsof Excel. Essa ferramenta temsido utilizada para a gesto de materiais e de

    suprimentos, e para o controle dos custos dosservios prestados. Dessa forma, no Hospital II osistema de gesto de materiais e suprimentosencontra-se em desenvolvimento. Cumpre salientarque no foram disponibilizadas informaes sobre oPlano de Contas da organizao, o queimpossibilitou classificar o Hospital II em relao aessa varivel.

    No que se refere estrutura logstica, o cadastrode fornecedores encontra-se em desenvolvimento,disponibilizando informaes de cerca de 100

    empresas. Alm disso, ressalta-se que o controle doestoque realizado por meio de um sistema deinformaes, sem uso, entretanto, da tcnica CurvaABC. Relativamente aos servios de manuteno, oHospital II conta com funcionrios especficos paraa manuteno geral e de emergncia. A manutenode equipamentos e a manuteno preventiva, noentanto, so terceirizadas. Dessa forma, em relao varivel de separao da manuteno em predial eem equipamentos, o Hospital II encontra-se emdesenvolvimento.

    A respeito do controle das despesas, olanamento e o registro de contas/faturamento noso individualizados por paciente. A despesa controlada apenas por unidade de prestao deservios e no so disponibilizadas informaessobre o custo por paciente e/ou procedimento.Cumpre salientar, por fim, que no foramdisponibilizadas informaes sobre a padronizaodo material mdico utilizado nos procedimentoscirrgicos. Para fins de anlise, considera-se queessas informaes devem ser disponibilizadas deforma clara para os funcionrios da organizao.

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    Em razo da ausncia de informaes a respeitodessa padronizao, o Hospital II foi classificadocomo incipiente nessa varivel.

    Em relao estrutura de tecnologia da

    informao, destaca-se que os sistemas deinformao utilizados, apesar de ainda no teremsido implantados em todos os setores do hospital,encontram-se integrados s diversas unidades e soutilizados para o controle das atividadesdesenvolvidas pelo setor Financeiro. Alm disso, ohospital utiliza um sistema disponibilizado peloSUS, em que so registradas as informaesrelacionadas aos atendimentos realizados.Entretanto, as solicitaes de produtos/insumospelos setores operacionais do hospital so realizadasnormalmente por meio de formulrios manuais. No

    caso do setor Farmcia, por exemplo, as prescriesde medicamentos no so solicitadas via sistema.Ademais, realiza-se o controle de sada de materiaisapenas pelo nome do produto e pelo setorsolicitante, e o sistema de cdigo de barras estimplantado atualmente somente para o controle demedicamentos fracionados. Dessa forma, o sistemade registro eletrnico para o setor Farmcia e osistema de gesto de materiais e de suprimentos daorganizao encontram-se em desenvolvimento.

    Apesar das limitaes e das falhas durante o

    processo de sua utilizao, o software utilizado pelaorganizao apresenta um baixo custo deimplantao e de manuteno. Alm desse software,o Hospital II utiliza os sistemas SPData eSGHWindows. Esses sistemas possibilitam oregistro e o cadastro de pacientes (o que classifica avarivel admisso de pacientes como avanada), ocontrole de estoque, a emisso e a baixa de notasfiscais e o registro de entrada de materiais e de sadade pacientes. Esses sistemas tambm possibilitam ocontrole de faturamento e de caixa, e o registro decontas a pagar e a receber. Destaca-se ainda que o

    Hospital II no possui indicador individual dosrecursos consumidos por paciente e do tempo totaldos procedimentos realizados. Alm disso, apesarde o Hospital II estar vinculado ao Pro-Hosp, no possvel observar se os indicadores definidos estosendo analisados e monitorados de forma efetiva.Dessa forma, houve certa limitao na verificaodas melhorias decorrentes dos auxlios oferecidospelo Pro-Hosp.

    6.3. Hospital IIIO Hospital III uma organizao hospitalar

    universitria, administrada por uma fundaoeducacional. Em relao estrutura econmico-

    financeira, especialmente aos instrumentos deplanejamento, observa-se que elaborado umOramento anual. Entretanto, no se realiza aavaliao dos resultados desse planejamento, o quecaracteriza o controle das variaes oramentriascomo incipiente. Para a elaborao e a divulgaode balancetes mensais, de relatrios de gesto e deinformaes sobre a movimentao de caixa, oHospital III utiliza o software Microsoft Excel.Por meio desse software, so disponibilizadastambm informaes que possibilitam o clculo deindicadores financeiros. Contudo, no so

    disponibilizadas informaes sobre o controle dosativos do hospital nesses relatrios de gesto. Dessaforma, no possvel observar se o hospital realizao controle peridico dos itens patrimoniaispertencentes organizao.

    Ainda sobre a estrutura econmico-financeira, oscustos dos procedimentos mdicos realizados pelohospital so controlados por meio de um Plano deContas prprio e de direcionadores de custosestabelecidos. Essas ferramentas possibilitam aalocao dos custos por centro de custos. Apesar

    disso, observa-se a dificuldade em alocar algunscustos, como os valores de depreciaes, que soalocados a um nico centro de custos, o quecaracteriza o sistema de apropriao de custos dohospital como em desenvolvimento. Em relao sdespesas realizadas, so disponibilizadasinformaes sobre os valores dos servios prestadospor paciente ou por procedimento de formaindividualizada. Entretanto, para o controle dosrecursos consumidos nos procedimentos realizados,no utilizado o sistema de cdigo de barras,enquanto para o registro dos materiais mdicos

    utilizados registra-se apenas o nome de cada itemno sistema. Dessa forma, observa-se que a gesto demateriais e suprimentos do hospital pode serclassificada como incipiente.

    Em relao s variveis para avaliao daestrutura logstica, identificou-se que o estoque doHospital III dividido entre alguns setores daorganizao. Estes realizam o controle do estoqueespecfico da unidade, que independente dosdemais setores. Observa-se que essa divisodificulta o controle dos produtos e dos materiais, e,

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    portanto, ocorrem problemas decorrentes detransferncia de produtos sem registro entre osestoques. Ressalta-se ainda que a tcnica decontrole de estoque denominada Curva ABC no utilizada neste hospital.

    Para o setor Manuteno do Hospital III, hseparao entre manuteno predial, realizada pelosetor de Manutenes Gerais, e manuteno deequipamentos biomdicos, realizada pelo setor deEngenharia Clnica. Essas duas unidades realizammanuteno emergencial, preventiva e preditiva, oque possibilita a classificao dessa varivel comoavanada. Entretanto, em relao padronizaodos materiais mdicos cirrgicos, o hospital classificado como incipiente, pois permite que osmdicos utilizem instrumental prprio.

    Observa-se que as requisies de compra demateriais do hospital so centralizadas no setorCompras. Para tanto, essa unidade possui umcadastro de 86 fornecedores. Por meio dasinformaes disponibilizadas nesse banco de dados,so cotados no mnimo trs preos para a realizaodas compras, com exceo dos produtosalimentcios perecveis. Neste caso, as compras sode responsabilidade de outro setor, portanto osprocedimentos no so os mesmos. Devido a essadiviso de responsabilidades, a varivel cadastro de

    fornecedores para o Hospital III pode serclassificada como em desenvolvimento.

    Em relao estrutura de tecnologia dainformao, observa-se que o sistema deinformaes utilizado pelo hospital no contmferramentas que possibilitam o clculo deindicadores especficos. Dessa forma, a varivelavaliao de metas para os servios assistenciais,administrativos e logsticos pode ser classificadacomo incipiente. Observa-se ainda que o HospitalIII no utiliza um sistema integrado s diversas

    unidades da organizao. Devido a esse fato, hcasos em que o mesmo paciente apresenta umcadastro no sistema utilizado pelo setor Recepo eoutro cadastro no sistema do setor Faturamento.Portanto, pode-se caracterizar o sistema de registroeletrnico na admisso de pacientes comoincipiente.

    Por fim, cumpre salientar que o sistema deinformaes utilizado no Hospital III possibilita oregistro eletrnico dos medicamentos e dosmateriais das farmcias. Entretanto, esse registro realizado apenas pelo nome do produto. Alm disso,

    em relao ao estoque da Farmcia, o sistemautilizado possibilita que apenas os setores Diretoria,Almoxarifado e Farmcia Central visualizem todosos itens em estoque. H unidades que no possueminformaes integradas sobre a disponibilidade detodos os produtos, o que caracteriza o sistema deregistro eletrnico da Farmcia como emdesenvolvimento.

    7. CONCLUSESUm hospital uma organizao que presta

    servios especializados e que apresenta funesdiferenciadas, caracterizando-se, portanto, comouma organizao bastante complexa. Ademais, emrazo do desenvolvimento de aes que ofeream

    servios de qualidade para a populao, os gestoresdessas organizaes necessitam de ferramentasgerenciais que possibilitem a avaliao dessasaes. Por meio dessas ferramentas as organizaesdevem analisar tambm o desempenho da gestodos recursos utilizados na consecuo dasatividades de prestao de servios.

    Conforme apresentado no estudo de Lima et al.(2004), quando se relaciona o nvel decomplexidade assistencial com o nmero de leitos eo porte financeiro das organizaes, observa-se que

    a quase totalidade dos hospitais filantrpicosbrasileiros de baixa e mdia complexidade (no quese refere aos servios prestados) apresenta umdesenvolvimento gerencial incipiente. Dessa forma,parece que alguns aspectos, tais como controle eeficincia na gesto, sistemas de informaes,acompanhamento e avaliao do desempenho, entreoutros, que compreendem a gesto contbil-financeira, no so observados pelas organizaeshospitalares brasileiras de forma geral.Especificamente sobre o controle da gesto, hevidncias de que essas organizaes necessitam de

    ferramentas que disponibilizem, no mnimo,sistemas e modelos de monitoramento e deavaliao dos resultados, informaes sobre ocusteamento e a precificao dos servios prestados,e informaes gerenciais que subsidiem o processode tomada de deciso.

    Desse modo, sistemas de controle de gesto e deavaliao de desempenho parecem ser ferramentasadequadas para auxiliar as organizaeshospitalares. Este trabalho buscou avaliar, por meiode estudos de casos, variveis referentes s

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    dimenses estrutura econmico-financeira, estruturalogstica e estrutura de tecnologia de informao deorganizaes hospitalares. Conforme apresentadona anlise dos resultados, os trs hospitaisapresentam pelo menos uma varivel avaliada comoincipiente em pelo menos uma das trs dimensesconsideradas. Assim, de maneira geral, a gesto doshospitais pesquisados pode ser avaliada comoincipiente.

    Analisando-se os indicadores financeiros e dedesempenho de gesto dos hospitais estudados,observa-se que o Hospital II, especificamente,apresenta o maior nmero de variveis de estruturaeconmico-financeira avaliadas como incipientes. OHospital III, por sua vez, apresenta a maioria dasvariveis avaliadas para a estrutura econmico-

    financeira classificadas como avanadas. Nessaorganizao, entretanto, h algumas variveisrelevantes para a anlise da gesto que foramclassificadas como incipientes. Alm disso, no foipossvel observar se no Hospital II realiza-se ocontrole peridico dos itens patrimoniais.Diferentemente, o Hospital I apresenta, em geral,nvel satisfatrio de desempenho de sua gestoorganizacional. A maioria das variveis de estruturaeconmico-financeira avaliadas para esse hospitalfoi classificada como avanada, enquanto apenas asvariveis relacionadas ao controle oramentrioforam classificadas como em desenvolvimento.

    Dessa forma, por meio dos estudos de casorealizados, observa-se que a avaliao da gestohospitalar revela-se uma exigncia para asorganizaes hospitalares brasileiras. Verifica-seque o conhecimento e o controle dos procedimentosrealizados so necessrios continuidade e aodesenvolvimento dessas organizaes. Analisar ocusto dos processos necessrios prestao deservios mdico-hospitalares de qualidade, ou seja,controlar o sistema de gesto hospitalar, essencial

    competitividade de qualquer organizaohospitalar (CARTER; MASSA; POWER, 1997).

    A adoo de ferramentas adequadas de gesto ede avaliao de desempenho pode representar, paraos hospitais privados, filantrpicos e universitrios,uma significativa racionalizao nos processos deprestao de servios, com economia de recursos jreconhecidamente escassos. Para os hospitaisprivados, em particular, pode proporcionar ummelhor resultado financeiro, traduzido no aumentoda capacidade de investimento de capital e em

    qualificao (qualidade) do atendimento aospacientes.

    A certificao da avaliao hospitalar peloprocesso de Acreditao aponta para uma melhoria

    da assistncia aos pacientes, bem como estabelecenveis crescentes de qualidade. Alm disso, comoprocesso complementar, ressalta-se que, por meiodo Pro-Hosp, so monitorados indicadores dedesempenho da gesto das organizaeshospitalares. Entretanto, no foi possvel observarno estudo de caso do Hospital II, que umaorganizao participante do Pro-Hosp, se osindicadores definidos nesse Programa de assistnciaa organizaes hospitalares esto sendo analisados eacompanhados de forma efetiva. Dessa forma,destaca-se como limitao deste estudo a

    dificuldade de verificar se houve melhoriasdecorrentes dos auxlios oferecidos pelo Programa.

    Nesse sentido, como sugesto para pesquisasfuturas, ressalta-se a possibilidade de realizao deestudos sobre o desempenho da gesto deorganizaes hospitalares vinculadas ao Pro-Hosp eque pretendam ser certificadas pelo processo deAcreditao. Um estudo comparativo deorganizaes participantes desse Programa e queesto sendo avaliadas para a Acreditao podedisponibilizar informaes mais acuradas sobre o

    processo de gesto de hospitais brasileiros. Destaca-se ainda que um dos fatores limitantes do presenteestudo refere-se coleta de dados e de informaesespecficas para responder s variveis avaliadas.

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