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  • 8/7/2019 Controle de Doenas

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    PS-GRADUAO LATO SENSU POR TUTORIA A DISTNCIA

    Especializao em Proteo de Plantas

    Mdulo 7 Controle de Doenas de Plantas

    7.4 Fungicidas Sistmicos, Modo de Ao, Translocao e Uso

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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso2

    DIRETORIA DA ABEAS

    PresidenteJos Geraldo de Vasconcelos Baracuhy

    Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

    1 Vice-Presidente

    Ricardo Antonio de Arruda VeigaUniversidade Estadual Paulista - UNESP/Botucatu

    2 Vice-PresidenteHelmut Forte Daltro

    Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT

    1 TesoureiroPedro Roberto Azambuja Madruga

    Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

    2 TesoureiroRaimundo Pinheiro Neto

    Universidade Estadual de Maring - UEM/PR

    1 SecretrioGeraldo Andrade de Arajo

    Universidade Federal de Viosa - UFV

    2 SecretrioMoacir Cerqueira da Silva

    Universidade Federal Rural da Amaznia UFRA

    COORDENAO DE CURSOS DA ABEAS

    Coordenao GeralEng. Agr. Ronaldo Pereira de Sousa

    Coordenao PedaggicaProf. Thelma Rosane de SouzaEsp. em Educao a Distncia

    APOIO AO CURSO

    Universidade Federal de Viosa - UFVUniversidade Federal de Campina Grande - UFCG

    Universidade Federal de Pelotas - UFPelEscola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP/Piracicaba

    Universidade de Braslia - UnBPontficia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul - PUC/RS

    Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CONFEA

    Caixa de Assistncia dos Profissionais do Sistema CONFEA/CREAs - MTUAAssociao Nacional de Defesa Vegetal - ANDEF

    _____________________________________________________________________________________________

    FONTE: IMAGENS DA CAPA

    www.coffeshop.com.br/xicaras.html - graos_cafe.gif 190x218 pixels 41Kwww.jfservice.com.br nuts.jpg 150x151 pixels 11K

    www.clicmercado.com.br gros.jpg 250x156 pixels 21Kwww.planetaorganico.com.br sojablur.gif 300x155 pixels 36Kwww.diariodecuiaba.com.br 214182.jpg - 243 x 195 pixels - 24k

    http://www.diariodecuiaba.com.br/http://www.planetaorganico.com.br/http://www.clicmercado.com.br/http://www.jfservice.com.br/http://www.coffeshop.com.br/xicaras.html
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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 3

    PROTEO DE PLANTAS

    Mdulo 7Controle de Doenas de Plantas7.4 - Fungicidas Sistmicos, Modo de Ao,Translocao e Uso

    Tutor:Prof. Larcio Zambolim (UFV)

    Associao Brasileira de Educao Agrcola Superior - ABEASUniversidade Federal de Viosa - UFV

    Centro de Cincias AgrriasDepartamento de Fitopatologia

    Braslia - DF2006

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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso4

    Ficha Catalogrfica

    proibida a reproduo total ou parcial deste mduloDireitos reservados a ABEAS e ao autor

    Associao Brasileira de Educao Agrcola Superior - ABEASFungicidas Sistmicos, Modo de Ao, Translocao e Uso. Tutor: LarcioZambolim. Braslia, DF: ABEAS; Viosa, MG: UFV; 2006.

    28.: il (ABEAS. Curso Proteo de Plantas. Mdulo 7 7.4).

    Inclui bibliografia. Tabelas.

    1. Fungicidas Sistmicos. 2. Modo de Ao, Translocao e Uso. I.Zambolim, Larcio. II. Universidade Federal de Viosa.

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 5

    Sumrio

    Introduo, 06

    Significado de um composto sistmico, 06

    Penetrao, 09

    Movimento dentro da Planta, 09

    Toxicidade Seletiva, 12

    Estabilidade metablica, 13

    Vantagens do uso de fungicidas sistmicos, 13

    Comparao entre os fungicidas sistmicos e os protetores, 14

    Vias de penetrao de fungicidas sistmicos, 15Folhas, 15

    Caule, 17

    Raiz, 18

    Semente, 20

    Conseqncia do uso de fungicidas sistmicos, 21

    Mecanismos de resistncia, 22

    Como resistncia surge em condies de campo, 23

    Literatura consultada, 25

    Questes para discusso, 28

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso6

    Introduo

    Muitos esforos foram feitos com o objetivo de desenvolver compostos qumicos que, aps

    serem aplicados nas razes, nas folhas e nas sementes, possussem a capacidade de serem

    absorvidos, translocados na planta, erradicarem os patgenos j estabelecidos, e por fim proteger as

    plantas contra novas infeces. Os compostos que acumulam estas caractersticas so denominados

    de fungicidas sistmicos, cuja era foi iniciada em 1964 com a publicao das propriedades

    sistmicas do Thiabendazol e de alguns antibiticos. Mas o grande impulso no uso de fungicidas

    sistmicos teve incio com a descoberta do Carboxin e do Benomyl, no fim da dcada de 1960.

    Desde ento, grande nmero de compostos sistmicos aparecem no mercado. Atualmente, mais de

    50 fungicidas sistmicos e mais de 100 fungicidas protetores so usados no mundo inteiro, no

    controle de doenas de plantas.

    Os fungicidas sistmicos pertencem a uma classe de produtos diferentes, pois, geralmente,

    so muito especficos quanto ao modo de ao, e fungitxicos em baixas concentraes, quando

    comparados com os produtos de contato. Quando foram descobertos, a dose recomendada era de

    aproximadamente 1 a 2 kilogramas ou litros por hectare. Hoje, cerca de trinta anos aps a

    descoberta desses produtos, comum encontrar fungicidas sistmicos recomendados na dose de 250

    ml por ha, ou seja, dose de 4 a 8 vezes menor.

    Significado de um composto sistmico

    Os fungicidas protetores so, geralmente, fitotxicos s clulas das plantas; por este motivo

    so seletivos e devem permanecer na superfcie da planta. Quando penetram na cutcula, podem

    causar injrias s plantas. Os fungicidas sistmicos devem coexistir com as clulas da planta

    hospedeira viva, requerendo, portanto, um tipo diferente de seletividade, que deve discriminar entre

    as clulas do hospedeiro e do patgeno. Os fungicidas sistmicos, portanto, penetram na planta e

    so txicos, seletivamente, aos processos vitais pertencentes dos fungos. O processo da seletividade

    , geralmente, to especfico que, entre centenas de diferentes fungos que atacam as plantas,

    somente certos grupos taxonmicos so afetados particularmente por cada fungicida sistmico. O

    composto qumico sistmico deve ser prontamente assimilado pela planta, translocado, e inibir

    infeces no local e distncia do local de aplicao, sem afetar os tecidos do hospedeiro; deve

    matar o patgeno no interior dos tecidos, resistir rpida degradao e, se for decomposto nos

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    tecidos da planta, seus subprodutos devem ser txicos ao patgeno. Nas plantas, os fungicidas

    sistmicos podem ser metabolizados sofrendo oxidaes, redues, hidrlises, demetilao,

    deacetilao ou formao de compostos conjugados, podendo ser inativados na molcula, ou

    mesmo na degradao total a compostos simples tais como: CO2, H2O, nitrognio orgnico, etc.

    Em certos casos, a aplicao de fungicidas sistmicos induz a produo de compostos qumicos na

    planta, que atuam como defesa invaso do patgeno.

    Em sntese, o que se requer de um produto sistmico ao distncia do local da aplicao

    e persistncia no interior da planta. Os produtos que possuem ao sistmica local no apresentam

    esta propriedade.

    O stio de ao biolgica varia, portanto, entre os fungicidas sistmicos e protetores e entre

    os diferentes grupos de fungicidas sistmicos (Figura 1). O stio de ao biolgica das fenilamidas

    no ciclo de infeco de vrios Oomicetos, tem sido estudado. No caso da Plasmopara viticola, o

    Metalaxyl no inibe a germinao do esporo e a penetrao inicial do fungo nas folhas da parreira.

    Por outro lado, ele apresenta grande efeito inibidor a qualquer crescimento fngico dentro da folha,

    aps a formao do haustrio. Os fungicidas protetores atuam apenas sobre a germinao dos

    esporos e sobre o tubo germinativo (Figura 1).

    Outra caracterstica dos compostos sistmicos a translocao ao longo da rota de

    transpirao das plantas. As folhas so os rgos primrios de transpirao e o movimento dentro

    da planta no sentido do sistema radicular para as folhas em expanso. Folhas muito jovens, flores

    e frutos, por no transpirarem quantidades significantes de gua, recebem pequena quantidade de

    fungicidas aplicados ao solo ou s sementes. de se esperar tambm que os frutos no recebam

    resduos desses produtos.

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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

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    Figura 1. Stio de ao de diferentes grupos de fungicidas Antioomicetos no ciclo de vida de Phytophthora infestans.

    (Schwinn e Staub, 1995)

    Os fungicidas sistmicos so, portanto, produtos qumicos orgnicos absorvidos e

    transportados dentro da planta. Poucos so os produtos considerados sistmicos no sentido estrito

    da palavra, isto , aqueles cujo ingrediente ativo move-se intacto dentro da planta. No interior da

    planta, esses produtos podem mover-se para stios metablicos ou translocar-se para os rgos de

    transpirao da planta. As folhas expandidas so o principal rgo de transpirao da planta; folhas

    novas, flores e frutos no transpiram quantidades significantes de gua; por isto mesmo recebem

    somente pequenas quantidades de fungicidas.

    Muitos dos fungicidas sistmicos atuam como fungistticos. Alguns podem atuar

    diretamente, alterando o metabolismo do hospedeiro. As caractersticas ou propriedades doscompostos sistmicos com propriedades fungicidas ou fungisttica, em termos gerais, so:

    penetrao, movimento dentro da planta, toxicidade seletiva e estabilidade metablica.

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 9

    Penetrao

    No primeiro passo da translocao, o fungicida deve penetrar dentro da planta, seja por via

    foliar, radicular, atravs do caule ou da semente. A cutcula foliar obviamente atua impedindo que

    muitos fungicidas penetrem na planta, como ocorre no caso dos fungicidas protetores. O sucesso da

    penetrao do fungicida depende de sua solubilidade relativa em lipdios. O fungicida deve, ainda

    assim, ser dissolvido num solvente, sendo o mais comumente usado a gua. Portanto, alterando a

    solubilidade em lipdios, obtm-se maior penetrao do produto atravs da cutcula. Mas deve-se ter

    em mente que a adio de grupos alquil ou grupos lipofbeos ao composto pode alterar sua

    fungitoxicidade. Em alguns casos, como o Tiofanato Metlico, que na superfcie foliar se degrada

    em Metil Benzimidazole Carbamato, pela ao de luz ultravioleta e pH acima de 7,0, o fungicida

    pode atuar como protetor e sistmico.

    Por outro lado, o uso de formulaes em concentrado emulsionvel e disperso em leo, ao

    invs de alterar a estrutura qumica dos compostos, tem sido muito efetivo no aumento da absoro

    e translocao.

    Sementes e frutos de plantas herbceas possuem cutcula semelhante das folhas, por isto

    apresentam os mesmos problemas de penetrao de fungicidas.

    A penetrao pelas razes muito eficiente devido ao fato destas no apresentarem barreiras

    como as existentes nas folhas. Obviamente, a penetrao via razes vai depender das caractersticas

    de cada fungicida sistmico considerado.

    Movimento dentro da Planta

    Uma barreira importante no apoplasto das razes a faixa de Caspary da endoderme.

    Contudo, os fungicidas sistmicos podem passivamente difundir-se atravs da membrana celular.

    O movimento dentro da planta envolve transporte no xilema e no floema. A translocao

    pode ser de uma face para a outra em uma folha (translaminar), ascendente em direo o

    crescimento da planta (apoplstica) ou descendente (simplstica), em raros casos.

    Aps a penetrao na planta, os fungicidas obrigatoriamente penetram no xilema ou floema

    do sistema vascular, para serem transportados a longas distncias.

    Tanto por via foliar como na radicular, dependendo de suas propriedades, o fungicida pode

    translocar-se pelo floema. O movimento dos fungicidas dentro da planta depende tambm de seu

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    fluxo livre dentro dos vasos. H produtos que se aderem parede do xilema, enquanto outros

    parecem permanecer livres. As rotas percorridas pelos fungicidas, que penetram ou pelas folhas ou

    pelas razes das plantas, esto esquematizadas na Figura 2.

    Figura 2. Caminhos percorridos pelos fungicidas que penetram pelas folhas (a) ou pela superfcie das radicelas (b). 1.

    absoro pelas clulas externas; 2. transporte via simplasto; 3. transporte via apoplasto; 4a. absoro pelos

    tubos do floema; 4b. transferncia para os vasos; 5. absoro pelas camadas cuticulares. (Lyr, 1995)

    Por questes prticas, importante que seja conhecida a extenso com que um determinado

    produto pode ser translocado em ambos caminhos, e se ele capaz de atingir o rgo desejado, por

    exemplo, um fungicida aplicado com o objetivo de proteger folhas ou frutos jovens, deve ser capaz

    de ser translocado pelo floema aps a aplicao em folhas completamente expandidas.

    As evidncias de movimento de fungicidas no simplasto no tm sido muito convincentes,

    embora vrios trabalhos j tenham sido publicados tentando provar este fato. A primeira condio

    para movimento no simplasto que o produto qumico seja capaz de atravessar a plasmalema e

    entrar no protoplasma. Nos ltimos 30 anos, vrios estudos tm sido feitos sobre a absoro e

    translocao de substncias qumicas pelas plantas superiores. Um interesse especial, contudo, foi

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 11

    dispensado aos herbicidas, pois sua distribuio nas plantas se processa no somente pelo xilema,

    como tambm pelo floema.

    O transporte por meio do simplasto acompanha as relaes fonte e dreno da planta. As

    folhas verdes e totalmente expandidas produzem e exportam assimilados, sendo conseqentemente

    consideradas como fonte; enquanto rgos em crescimento ou de armazenamento, com demanda

    por fotoassimilados, so os drenos. O movimento dos fungicidas no simplasto inevitavelmente

    conectado com o transporte de fotoassimilados. Logo, dependente da relao fonte-dreno presente

    em determinado estdio de desenvolvimento da planta. Assim, no existe exportao de fungicidas

    a partir de folhas muito jovens. Quando o transporte de assimilados cessa, o transporte de

    fungicidas interrompido tambm.

    Os trabalhos tentando provar movimento de fungicidas tanto no simplasto como apoplasto

    em sua grande maioria envolvem estudos de controle de doenas. O transporte no apoplasto

    raramente especfico de uma planta em particular; em geral, o sucesso no tratamento de uma

    planta herbcea indica que se pode ter o mesmo efeito no tratamento de outras plantas herbceas.

    Poucos so os trabalhos que mostram translocao do produto qumico ativo da folha tratada

    para outras partes da planta, incluindo folhas, gemas terminais, frutos etc. Embora isto possa

    ocorrer em alguns casos, o movimento no simplasto no foi ainda claramente demonstrado, devido

    talvez dificuldade da realizao destes testes.

    O modelo de distribuio e a extenso do movimento no xilema determinado pelo

    gradiente do potencial hdrico entre a gua e o solo. Ento, o transporte se processa usualmente

    direto das razes para as reas em que ocorre a transpirao, principalmente para as folhas. Os

    fungicidas transportados pelo xilema no apresentam movimento descendente a partir das folhas

    expandidas. Se eles so aplicados na base de uma folha, so preferencialmente transportados para o

    topo. O transporte na direo oposta extremamente raro.

    O uso de produtos qumicos com baixa fitotoxidez abre a possibilidade para o controle de

    patgenos no solo e para tratamento de infeces internas j estabelecidas, como as murchas

    vasculares. Como os fungicidas movem-se no apoplasto, o tratamento de enfermidades pode ser

    feito via aplicao do produto no solo; mas caso os produtos qumicos sejam distribudos pelo

    simplasto, esses poderiam ser usados no controle de doenas vasculares e de raiz com aplicao do

    fungicidas nas folhas. Os produtos qumicos que se movessem no simplasto poderiam abrir novo

    campo de controle de doenas, uma vez que seriam translocados das folhas tratadas para os tecidos

    jovens em crescimento, com possibilidade de reduo do nmero de aplicaes de fungicidas e de

    atingir locais inacessveis aos fungicidas aplicados por via foliar.

    Tem-se observado tambm que o produto ativo dos fungicidas apresenta a tendncia de

    acumular-se nas leses de parasitas obrigatrios, nos tecidos afetados e no miclio fngico.

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso12

    Toxicidade seletiva

    A toxicidade seletiva condio requerida aos fungicidas sistmicos, pois estes devem

    coexistir em ntimo contato com as organelas e os sistemas bioqumicos das plantas. Essa

    propriedade varia tambm com a espcie de planta envolvida. Carboxin, por exemplo, muito mais

    txico desidrogenase do cido succnico de Ustilago maydis do que a do cultivar de feijo Pinto

    111 (Phaseolus vulgaris). Outro produto anlogo ao Carboxin, o 2,4-dimetilthiazole-5-

    carboxanilide, mais txico a Pinto 111 do que ao U. maydis. Na prtica este produto no usado

    devido sua alta fitotoxidez.

    A seletividade entre os sistemas do patgeno e da planta devida a vrios fatores, entre os

    quais destacam-se a sensibilidade diferencial das organelas dos dois sistemas, diferenas na

    permeabilidade das organelas etc. Mas alm de os fungicidas apresentarem seletividade entre a

    planta e o fungo, podem ser seletivos tambm para fungos (Quadro 1). Esta propriedade no

    evidente entre os fungicidas protetores, mas marcante entre os sistmicos. Os fungicidas

    sistmicos podem ser especficos para determinados grupos de fungos e/ou doenas, como

    ferrugens, carves, mldios pulverulentos etc.

    Quadro 1. Comparao entre o espectro de atividade (DE50 em mg/l) de alguns fungicidas

    modernosPatgeno Fungicidas

    Carboxin Tiofanatometlico

    Benomyl TalcloPhosmetil

    Etridiazole Tridiazole Triforine

    Phytophthora

    cactorum

    100 100 100 50 0,5 200 20

    P. infestans 500 - - - 1 - -Pythium ultimum 100 100 100 100 0,5 200 15

    Mucor mucedo 50 100 100 - 8 200 20Erysiphe graminis 20 100 7 - 20 0,006 1Penicillium

    chrysogenum

    2 50 2 1,6 90 5 200

    Botrytis cinerea 10 3 0,4 1,9 20 40 20Fusariumoxysporum

    200 70 2 100 70 50 20

    Gloesporium

    frutigenum

    300 0,2 0,2 - 80 200 50

    Verticillium albo-

    atrum

    5 3 3 100 40 3 80

    Rhizoctonia solani 5 200 200 0,1 70 100 60

    Lyr (1995).

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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 13

    Estabilidade metablica

    Quando o fungicida penetra nas clulas da planta, est sujeito degradao por muitas

    enzimas. Para que seja efetivo, o fungicida deve resistir degradao.

    Em resumo, para que um fungicida sistmico tenha sucesso no controle de uma dada

    doena, deve possuir uma estrutura qumica que permita sua entrada e translocao na planta, sua

    penetrao nas clulas da planta, onde dever seletivamente inibir ou matar o patgeno, sem afetar

    a planta. Por fim, seu efeito na planta deve ser duradouro, sem se degradar, para manter a planta

    sadia.

    Vantagens do uso de fungicidas sistmicos

    Atingir locais inacessveis aos fungicidas protetores. Certos fungos transmitidos pela semente,

    comoDiaporthephaseolorum em soja, podem ser controlados pelo tratamento das sementes com

    produtos sistmicos como o Benomyl, porque o ingrediente ativo do produto penetra no interior

    dos tecidos das sementes, o que no acontece aos protetores.

    Certos fungicidas sistmicos, como o Proconazole, Triadimenol, controlam eficientemente aferrugem do cafeeiro pelo fato de, entre outros fatores, translocar-se para a face inferior (local de

    penetrao do fungo), quando o produto aplicado na face superior das folhas. A face inferior

    das folhas do cafeeiro quase sempre no atingida em aplicaes normais de fungicidas.

    Matar o patgeno no interior dos tecidos da planta aps o processo infeccioso j ter sido iniciado

    (efeito curativo-erradicante). Por exemplo, o agente causal da ferrugem do feijoeiro (Uromyces

    phaseolivar. typica) pode ser erradicado at 3 dias aps a penetrao nos tecidos da planta, pela

    aplicao de Oxycarboxin.

    Conferir proteo de partes dos tecidos da planta por perodo de tempo maior que os protetores.

    Quando sementes de determinadas plantas so tratadas com produtos sistmicos, o fungicida

    absorvido e translocado para a regio do hipoctilo, aps a germinao, dando proteo s

    mudinhas, nos primeiros dias de vida, contra fungos que causam o tombamento como, por

    exemplo, Rhizoctonia solani. H certos produtos que, quando so aplicados s sementes,

    protegem as plantas por um perodo de at 30 dias aps a germinao, o que pode proporcionar a

    economia de uma pulverizao.

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    ESPECIALIZAO POR TUTORIA A DISTNCIA ABEAS/UFVCurso: Proteo de Plantas

    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso14

    Possibilita o emprego de menor dose do produto. Devido os produtos sistmicos serem txicos

    em baixas concentraes, possibilitam reduo de 50 a 75% na dose, em relao aos fungicidas

    protetores.

    Translocao do produto na planta. A translocao dos compostos qumicos denominados de

    sistmicos, na planta, influenciada por uma srie de fatores. As vias normais de movimentaodesses produtos ou de seus subprodutos formados podem processar-se no sentido ascendente,

    translaminar, dentro da folha (base para o pice) e entre folhas.

    A translocao ascendente aquela que se processa quando o produto aplicado no solo,

    absorvido pelas razes e se movimenta para a parte area das plantas. considerada tambm

    translocao ascendente quando o produto aplicado nas folhas inferiores ou basais da planta e

    se movimenta para as outras folhas situadas num plano superior. Na translocao translaminar, a

    mais comum, o produto move-se da face superior para a inferior, ou vice-versa. importante

    ressaltar que nem todo fungicida sistmico movimenta-se na planta em todos os sentidos

    descritos anteriormente. Outro ponto comum entre os produtos sistmicos que dificilmentetranslocam no sentido descendente (folhas superiores para as inferiores ou razes), muito embora

    alguns pesquisadores j tenham encontrado evidncias que comprovam este fato, em pelo menos

    um grupo de fungicidas, o Efosite-Al.

    A translocao do produto na planta ou nas folhas possibilita a proteo de locais no

    atingidos pela pulverizao, redistribuindo o ingrediente ativo dentro da planta.

    Comparao entre os fungicidas sistmicos e os protetores

    O conhecimento comparativo entre os fungicidas sistmicos e protetores pode proporcionar

    a melhor utilizao dos produtos. A seguir ser colocado, lada a lado, o comportamento de cada

    tipo de produto em relao a algumas caractersticas escolhidas (Quadro 1).

    Quadro 1. Comparao entre os fungicidas sistmicos e protetoresCaracterstica Fungicida

    Sistmico ProtetorSolubilidade Alta BaixaTranslocao Sim NoEspectro de Ao Estreito AmploEspecificidade Alta BaixaDose Menor MaiorResistncia Comumente RaramenteNecessidade de Adjuvantes Raramente ComumenteCusto Maior MenorModo de ao Especfico Generalizado

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    Caracterstica FungicidaSistmico Protetor

    Efeito erradicante Sim NoFitotoxidez Alta BaixaPenetrao no tecido da planta Rpida No penetraDepsito - Facilmente removido por chuva e gua de

    irrigao

    Persistncia na superfcie das plantas Menor Maior, mas funo da formulao e dasuperfcie da plantaPersistncia interna Sim NoIntervalo de aplicao Maior MenorNmero de aplicaes Menor MaiorResduos Comum RaroAgente de decomposio Luz, umidade, temperatura,

    microrganismos, pH, misturasUsos Atomizao ou pulverizao, tratamento de sementes, solo, ps-colheitaFormulao PM, CE, Flowable (Susp. concentrada), PS, Granulada

    Vias de penetrao de fungicidas sistmicos

    As principais partes da planta envolvidas na absoro de fungicidas sistmicos so: folhas,

    caule, razes e sementes.

    Folhas

    A maioria dos fungicidas sistmicos foi desenvolvida para uso em pulverizao na

    folhagem. Da o movimento translaminar ou transcuticular constituir o fato vital para o sucesso dos

    compostos sistmicos. Se aceitamos que uma das funes da cutcula reduzir a perda de gua da

    superfcie da planta, compreenderemos que os pesticidas, quando so pulverizados em soluo

    aquosa, possuem baixa eficincia de penetrao.

    A cutcula consiste de uma camada de lipdios que reveste a superfcie da planta.

    Diferentemente da rizoderme, a epiderme das folhas no est adaptada para a absoro de

    substncias dissolvidas. A camada mais externa da cutcula consiste de certos compostos de

    hidrocarbonetos de cadeia longa (21-35 carbonos), em vrios estdios de oxidao, enquanto que a

    camada interna ou cutina constituda de uma mistura de cadeias C16

    a C18

    interconectada por ster,

    perxidos e ligaes de teres formando os polmeros. As ceras so tidas como a mais importante

    barreira limitando o movimento de pesticidas atravs da cutcula. A penetrao ou movimento

    transcuticular no , aparentemente, dependente da espessura da cutcula, mas de diferenas

    qualitativas entre as espcies de plantas.

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    Experimentos com a grande maioria dos compostos sistmicos demonstram que a

    penetrao mais rpida atravs da cutcula da face inferior do que atravs da cutcula localizada na

    face superior. Isto indica que suas propriedades polares favorecem a penetrao na face inferior.

    Esta diferena em absoro pelas duas faces explicada pela presena de maior quantidade

    de estmatos na face inferior. Mas possvel que haja outros fatores influenciando a taxa de

    penetrao. Por exemplo, a cutcula da face inferior do gnero Malus contm menor quantidade de

    cera embebida do que a da face superior. Outra diferena que poderia ser citada seria a baixa

    intensidade luminosa incidida durante a formao da cutcula da face inferior, a qual poderia afetar

    a oxidao e, da, a polaridade.

    H evidncias tambm que a penetrao nos tecidos da folha, via estmatos influenciada

    pela tenso superficial do lquido, do ngulo de contato e de qualquer fator que influencie a abertura

    dos estmatos (luz, umidade relativa, temperatura, acmulo de produtos fotossintetizados).

    Tem sido observado que a penetrao aumentada pela adio de certos surfactantes calda

    fungicida, pela reduo da tenso superficial da suspenso. Tambm h evidncias de que, em dias

    quentes do vero, os estmatos podem fechar-se ao meio dia, impedindo a penetrao de fungicidas

    atravs deles. Nas horas mais frescas do dia, tarde, os estmatos poderiam reabrir -se, mas as gotas

    da pulverizao na folha provavelmente j estaro secas, e conseqentemente, a absoro ser

    muito baixa. A alta umidade na cmara estomtica e outros fatores do ambiente que promovem a

    abertura dos estmatos favorecem a absoro. Uma vez que as partculas do pesticida tenham

    secado na superfcie foliar, apenas reduzida quantidade do produto qumico ir ser absorvida.

    A penetrao de fungicidas sistmicos atravs da cutcula , geralmente, reduzida. Estima-se

    que, somente 5% de Benomyl penetre na face superior de folhas de pepino. Pequenas modificaes

    na estrutura molecular dos compostos qumicos podem influenciar grandemente a eficincia do

    movimento transcuticular de fungicidas.

    A solubilidade dos fungicidas na calda de pulverizao parece ser de grande importncia na

    penetrao; se a concentrao do fungicida excede a solubilidade em gua, a concentrao do

    fungicida que penetra decresce. Entretanto, a quantidade que penetra aumenta com o aumento na

    concentrao. Freqentemente observa-se aumento ou reduo na penetrao, quando se alteram o

    pH e a solubilidade. A penetrao dos fungicidas sistmicos tambm influenciada pelo tipo de

    formulao.

    As formulaes de fungicidas sistmicos em concentrado emulsionvel (CE) ou disperso

    em leo (DO) podem aumentar a penetrao atravs da cutcula. Os CE so provavelmente mais

    eficientes porque permitem a participao rpida, lquido a lquido, entre as fases orgnicas e

    aquosa na gota de pulverizao. As formulaes DO operam de modo diferente. Os fungicidas

    podem no ser muito solveis em leo ou gua. O leo parece que difunde para dentro ou atravs da

    cutcula e aumenta rapidamente a penetrao do fungicida e outros produtos qumicos. Acredita-se

    que as formulaes lquidas CE e DO podem proporcionar economia de 2 a 3 vezes na quantidade

    de fungicida requerida por hectare.

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    Caule

    A penetrao de fungicidas sistmicos em caule de plantas herbceas dificultada pelas

    camadas epidrmicas e cuticulares, semelhantes s das folhas descritas anteriormente. O processo

    de penetrao no caule anlogo ao da penetrao nas folhas.

    Em plantas lenhosas, a camada externa do caule, a periderme, composta de clulas do

    sber, felognio e feloderma. Na maturidade a parede celular do felum contm suberina e lamela de

    cera, que so repelentes a gua. As clulas do sber e do feloderma originam-se do felognio. O

    felognio pode-se formar em diferentes nveis dentro do caule nas vrias espcies de plantas.

    Acredita-se que o sucesso relativo da aplicao de fungicidas pela casca do caule, nas vrias

    espcies de plantas, est parcialmente relacionado ao stio de desenvolvimento do novo feloderma.

    No gnero Pinus, originado logo abaixo da epiderme; neste caso, somente pequena poro morta

    da casca est presente. No gnero Prunus, o feloderma inicia-se mais profundamente nos tecidos do

    caule, resultando numa grande espessura de periderme e floema mortos, presentes neste tipo de

    planta.

    As clulas do felum so compactadas, no tendo espaos para arejamento; mas as lenticelas

    na casca so compostas de clulas que permitem circulao de ar. A parede celular das lenticelas

    pode ou no ser suberizada. Variao considervel no arejamento e suberizao das clulas da

    lenticela existe entre as espcies. H evidncias de que fungicidas sistmicos penetram na casca de

    ramos jovens de determinadas espcies de plantas, atravs das lenticelas.

    De um modo geral, h variao entre as espcies de plantas na resposta pelo tratamento da

    casca. Tambm tem sido mais difcil no tratamento de cascas de rvores maduras, muito espessas.

    H vrios exemplos, na literatura, de aplicao de fungicidas sistmicos atravs do caule, no

    controle de doenas. Tambm tem sido relatado que a adio de leo s formulaes aumenta a

    efetividade do fungicida. A razo do aumento da penetrao dos fungicidas pela adio de leo no

    est bem esclarecida; contudo, postula-se que o leo pode causar mudana na estrutura da suberina

    e da camada de cera, que representam as principais barreiras entrada dos pesticidas. Acredita-se

    tambm que o leo se dissolve atravs dessas camadas, servindo de veculo do fungicida e no

    permitindo a secagem dos depsitos do fungicida na superfcie tratada. A aplicao de fungicidas

    no caule pode processar-se por pulverizao, principalmente durante o perodo de repouso

    vegetativo de determinadas espcies de plantas, por pincelamento ou por injeo. A tcnica de

    injeo do caule tem sido pouco eficiente no controle de algumas doenas, alm de demandar

    aplicaes constantes.

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    Raiz

    Outro stio de absoro de fungicidas sistmicos atravs das razes. As razes funcionam

    como rgos de absoro de gua e de nutrientes minerais do solo. Grande quantidade de gua e

    substncias dissolvidas so absorvidas pelas razes e transportadas para as partes superiores da

    planta.

    No campo, os fungicidas podem ser aplicados s razes das plantas atravs do tratamento no

    sulco de plantio, durante o semeio, ou em cobertura, porm em sulcos, durante o crescimento das

    plantas. Eles so absorvidos junto com a gua, principalmente na regio capilar das razes, regio

    esta, localizada entre 5 e 50 mm do pice da raiz. Em contraposio s folhas, a rizoderme no

    coberta por um cutcula bem desenvolvida.

    As razes de diferentes espcies de plantas variam em sua estrutura e permeabilidade gua

    e aos solutos. Uma raiz individual tambm mostra variao em permeabilidade ao longo de sua

    extenso. A regio de maior absoro ocorre nas reas mais jovens das razes. Nas regies mais

    velhas das razes de muitas plantas, a epiderme torna-se suberizada ou forma-se a casca. Ambos

    eventos conduzem a uma progressiva perda da permeabilidade. As razes das monocotiledneas,

    que no apresentam ramificaes secundrias e suberizao, so mais uniformemente permeveis

    gua ao longo de sua extenso.

    A epiderme de razes jovens, ao contrrio das partes areas das plantas, no coberta com

    cutcula bem desenvolvida. Portanto, os fungicidas em soluo possuem relativamente fcil acesso

    ao apoplasto das razes. Muitos ons inorgnicos so absorvidos ativamente pelas razes, num

    processo requerendo energia metablica. Mas as evidncias indicam que os fungicidas so

    absorvidos pelas razes num processo passivo. H tambm a possibilidade de um produto qumico

    penetrar nas razes passivamente, decompor-se posteriormente, ou ligar-se a outros produtos dentro

    das razes.

    Diferentes espcies de plantas absorvem quantidades variveis de fungicidas. As razes de

    plantas lenhosas, como macieira e videira, tendem a concentrar os fungicidas, enquanto que as

    razes de plantas herbceas, como o trigo e cucurbitceas, no apresentam esta tendncia. O

    aumento da absoro de fungicidas em razes de plantas lenhosas pode ser parcialmente explicado

    por reaes de ligao do ingrediente ativo dos fungicidas dentro das razes das plantas.

    A penetrao nas razes pode ocorrer via apoplasto, acima da endoderme. A, a faixa de

    Caspary e a deposio de suberina e de lignina na parede das clulas da endoderme (assim como na

    lamela mdia conectando as clulas) podem impedir o movimento de substncias no apoplasto. Em

    alguns casos, a absoro de certos produtos qumicos (Metil Benzimidazole Carbamato) processa-se

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    por difuso atravs da faixa de Caspary ou penetram a plasmalema das clulas da endoderme,

    movendo-se atravs do simplasto para alcanar o xilema das razes.

    Outro fator que pode interferir na absoro de fungicidas pelas razes a sua solubilizao

    em lipdios. A fim de que um produto qumico seja transportado para o resto da planta, aps o

    tratamento das razes, esse deve atravessar a barreira de lipdios, atravs da plasmalema das clulas

    da endoderme ou pela prpria faixa de Caspary. Por outro lado, os produtos qumicos que so muito

    solveis em lipdios no so prontamente liberados na rota de transpirao, mas so retidos pelos

    lipdios das razes.

    A quantidade de fungicidas translocada pelas razes funo da concentrao aplicada.

    medida que a concentrao aumenta, obtm-se, proporcionalmente, maior quantidade de

    substncias transportadas.

    As pesquisas tm mostrado atualmente que determinados fungicidas sistmicos

    comprovadamente na parte area das plantas, comporta-se como tal quando so aplicados tambm

    no solo, na regio da rizosfera. Dentre esses, destacam-se as formulaes em p-molhvel e

    granulada do Cyproconazol, e do Triadimenol quando aplicados em sulcos de cerca de 3-5 cm de

    profundidade na regio de projeo da "saia" do cafeeiro. A aplicao destes produtos no solo, no

    incio do perodo das chuvas em plantas de caf, tem mostrado ser eficiente no controle da ferrugem

    do cafeeiro (Hemileia vastatrix Berk. et Br.). Isto demonstra que os produtos penetram nas razes,

    atingem a regio do apoplasto e seguem a rota da transpirao, acumulando-se nas folhas. Pesquisas

    no Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viosa revelaram que, se as

    condies de precipitao pluviomtrica so adequadas, os produtos citados, resduos ou

    metablitos destes podem ser encontrados nas folhas, trinta dias aps a aplicao no solo.

    possvel que outros produtos sistmicos sejam translocados do solo para parte area das plantas;

    entretanto, dados de pesquisas neste campo ainda so escassos, at mesmo em outras culturas.

    Vrios inconvenientes surgem quando compostos qumicos so aplicados ao solo; h

    problemas de distribuio, absoro e decomposio dos fungicidas no solo, que influenciam a sua

    efetividade. Sempre que o produto aplicado ao solo, somente pequena poro do ingrediente ativo

    absorvida pelas razes, para ser transportada para as partes superiores da planta.

    A absoro dos fungicidas independente da concentrao do produto na soluo externa do

    solo, j que a entrada do produto efetuada por difuso. Por outro lado, ela dependente do pH.

    Fungicidas catinicos como Carbendazim, Tiabendazol e Ethirimol tm sua absoro dependente

    do pH, que pode ser inibida pela adio de ctions bivalentes (Ca+2 e Mg+2)

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    Semente

    Em relao penetrao de fungicidas nas sementes, h inmeras indicaes de que os

    protetores so absorvidos parcialmente. Contudo, tem-se observado que esta absoro ineficiente,

    devido a falhas que estes produtos ocasionam no controle de fungos que apodrecem as sementes. O

    valor dos fungicidas sistmicos no tratamento de sementes iniciou-se com "Von Schmeling e

    Kulka" em 1966, que controlou eficientemente o carvo de centeio (que transmitido pelas

    sementes internamente) pelo tratamento com Carboxin.

    Uma questo que poderia surgir quanto de fungicida penetra diretamente atravs da casca,

    comparado com a penetrao nas radculas emergentes. Trabalhos neste sentido foram feitos com

    Benomyl, Oxicarboxin, Chloroneb e outros produtos, concluindo-se que os fungicidas atravessam

    diretamente a casca das sementes, acumulando-se no seu interior em diferentes perodos de tempo.

    Tem-se observado tambm, em certos casos, que o ingrediente ativo do fungicida ou de metablitos

    translocam para a radcula e o hipoctilo, dando proteo a estas partes da planta. H casos em que

    o tratamento de sementes protege as plantas at 30 dias aps a germinao, reduzindo, portanto, o

    nmero de pulverizaes na parte area.

    O uso de solventes orgnicos como veculo de fungicidas, embora uma tcnica promissora,

    ainda no recomendada. Por este mtodo, os fungicidas sistmicos so dissolvidos em solventes

    orgnicos como por exemplo o diclorometano, clorofrmio ou acetona. As sementes imersas nesta

    mistura (solvente + fungicida) absorvem os pesticidas em escala linear, com o tempo. Pela remoo

    das sementes da mistura, o solvente evapora, deixando o fungicida dentro da semente. Este mtodo

    embora aumente a eficincia de absoro de fungicidas pelas sementes, apresenta alguns

    inconvenientes, como fitotoxidez dos solventes s sementes, custos dos solventes, tempo gasto no

    tratamento, e o risco envolvido no manuseio dos solventes que so inflamveis.

    Em geral, se um fungicida comportar-se como sistmico quando aplicado em razes ou

    folhas, comportar-se- tambm como sistmico quando aplicado s sementes. Muitos fungicidas so

    fitotxicos, quando aplicados s sementes, devido serem empregados em altas concentraes; as

    mudinhas em germinao no toleram alta concentrao do fungicida. Da tornar-se difcil ou

    impossvel aplicar-se quantidade de fungicida suficiente s sementes, para controle de doenas na

    parte area das plantas, durante o ciclo de crescimento da cultura. H casos em que a aplicao de

    fungicida sistmico s sementes d proteo s plantas at 30 dias de idade, contra certas doenas.

    Isto, se conseguido, resultaria em grande economia, pois reduzir-se- o nmero de aplicaes para

    controle de determinadas doenas.

    Quando as sementes so tratadas com fungicida sistmico, parte do produto absorvida e

    ser diluda pelo crescimento da planta, e parte submetida decomposio e, mesmo que o

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    produto permanea intacto, poder perder sua efetividade, devido ser transportado para a margem

    das folhas. A poro do fungicida que permanecer no solo, ao redor das sementes, est tambm

    sujeita degradao e absoro. Portanto, o tratamento de sementes visa o controle dos organismos

    transmitidos pelo solo e sementes, erradicando os fitopatgenos e protegendo contra o tombamento

    de mudinhas, apodrecimento de sementes, razes e hipoctilo e proteo s plantas nos primeiros

    dias de vida.

    Conseqncia do uso de fungicidas sistmicos

    O uso indiscriminado de produtos sistmicos no controle de uma determinada doena, com o

    tempo, causa o aparecimento de novas raas na populao do patgeno que se tornam resistentes ao

    fungicida empregado. O fenmeno da resistncia ocorre comumente com os fungicidas sistmicos,

    tanto em condies de laboratrio como no campo; ou em cultivos sob telados de plstico. Embora

    haja alguns relatos de resistncia envolvendo os fungicidas protetores (por exemplo Dodine e

    Dyrene), na prtica, so considerados de pouca importncia. Um organismo adquire resistncia,

    quando mostra reduo na sensibilidade ou mesmo quando se torna insensvel a um determinado

    pesticida nas concentraes nas quais outras raas do mesmo organismo se mostram sensveis.

    O surgimento de raas resistentes aos fungicidas sistmicos ocorreu logo aps seu uso em

    escala comercial. Entre os grupos da fungicidas onde se tem registrado maior nmero de formas

    resistentes, destaca-se o grupo dos Benzimidazoles, sendo o Benomyl um dos produtos onde h

    maior nmero de relatos. Mas, em todos os grupos de produtos sistmicos, h casos de aquisio de

    resistncia, embora sejam mais comuns a certos fungicidas do que a outros.

    A resistncia adquirida pelos organismos na populao explicada, em parte, como

    conseqncia de mudanas no genoma do fungo; fatores no genticos tambm tm sido

    observados. As mudanas genticas na clula fngica, que se originam de mutaes, podem ser

    distribudas na populao. Em alguns casos, a resistncia governada por genes recessivos e, em

    outros, por genes dominantes.

    Uma das razes do aparecimento de formas resistentes na populao de organismos

    sensveis aos fungicidas sistmicos diz respeito ao modo de ao destes compostos.

    Os produtos protetores atuam de maneira generalizada, interferindo em vrios pontos no

    metabolismo dos fungos; da a resistncia ser mais difcil de se processar, pois isto implica em

    mudanas ou mutaes em vrios stios. Os produtos sistmicos possuem modo de ao especfico,

    isto , atuam em somente um stio do metabolismo dos organismos; da no seriam necessrias

    mutaes em vrios pontos, como teria que ocorrer aos protetores, para que ocorresse resistncia na

    populao. Devido a este fato, facilmente os organismos adquirem resistncia aos fungicidas

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    sistmicos. comum denominar os fungicidas protetores de inibidores de stios mltiplos e os

    sistmicos, de inibidores especficos.

    O mecanismo de resistncia dos fungos aos fungicidas pode ser explicado, em parte, devido

    a trocas nas clulas fngicas, de tal modo que o fungicida no atinja o stio de ao. Isto pode

    acontecer devido a decrscimos na permeabilidade da membrana do protoplasma, ou ao aumento da

    capacidade do fungo de detoxificar o fungicida (converso em compostos no txicos). Quando o

    produto qumico atinge o stio de ao, a resistncia pode surgir devido ao decrscimo da afinidade

    pelo local de ao ao fungicida, ou a outros tipos de mudana no metabolismo dos fungos,

    resultando numa compensao do efeito inibido do stio bloqueado.

    Mecanismos de resistncia

    Decrscimo na Permeabilidade

    Fenmeno que ocorre em certos grupos de compostos como os antibiticos, onde o produto

    qumico no atinge o local de ao, devido ao decrscimo na permeabilidade da membrana do

    protoplasma do organismo resistente.

    Aumento na Detoxificao

    A detoxificao pode ocorrer por modificaes na molcula com concomitante perda da

    ao fungicida aps a entrada na clula fngica.

    Em alguns casos pode ocorrer o inverso da desintoxicao. O organismo pode converter um

    composto inativo num produto ativo (com ao fungicida), que se denomina sntese letal. Este tipo

    de converso tem sido observado "in vitro".

    Decrscimo da Afinidade no Stio de Ao

    Quando o fungicida alcana o local de ao sem ser metabolizado pelo organismo, a

    resistncia pode ser explicada baseando-se na falta de afinidade do inibidor no stio reativo. Por

    exemplo, quando um fungicida atua primariamente sobre uma enzima em particular, pequena

    mudana nessa enzima como resultado de mutao gentica pode causar perda de afinidade ao

    fungicida e, conseqentemente, surgir a resistncia.

    Adaptao por Evitamento

    Este fenmeno ocorre quando um fungicida bloqueia a reao num determinado stio de

    ao do metabolismo e o fungo se adapta a esta situao, mudando seu metabolismo de tal modo

    que o local bloqueado no seja utilizado. H vrios exemplos na literatura explicando este

    fenmeno.

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    Em determinados organismos, a resistncia adquirida pelo fenmeno da compensao.

    Este mecanismo ocorre quando, por exemplo, uma enzima (stio primrio de ao de um fungicida)

    essencial ao metabolismo de um organismo bloqueada por um fungicida; pelo mecanismo da

    compensao os organismos aumentariam a quantidade da enzima inibida.

    Em sntese, a aquisio de resistncia de um organismo a um produto qumico um fato

    comprovado, que varia grandemente com os diferentes grupos de fungicidas, com o mecanismo de

    resistncia e o tipo de organismo.

    Como resistncia surge em condies de campo

    O uso contnuo de fungicidas sistmicos tende a aumentar a presso de seleo, contribuindo

    ainda mais para surgimento de raas resistentes na populao dos organismos na natureza. A

    presso de seleo aumentada nos seguintes casos:

    Se um fungicida sistmico ou fungicidas sistmicos relacionados quimicamente so aplicados

    repetidamente, por exemplo Benomyl, Tiofanato Metlico, Metalaxyl, etc.

    Se o fungicida aplicado em concentraes letais ou subletais nas diferentes partes da planta,

    continuamente. Este o caso quando um fungicida aplicado freqentemente ou quando o

    suprimento contnuo do fungicida mantido atravs de aplicao no solo, nas sementes e nas

    partes areas;Se o fungicida usado numa rea isolada, em casa-de-vegetao, em telados de plstico ou em

    grandes extenses, onde no haja competio das diferentes raas dos organismos.

    Para que haja reduo da possibilidade da emergncia de raas resistentes em condies de

    campo, mais de um fungicida com diferentes mecanismos de ao devem ser aplicados, de

    preferncia alternadamente. Por exemplo, aplicao de fungicidas protetores alternados com

    fungicidas sistmicos, se o produto sistmico for necessrio. O uso de fungicidas sistmicos deve

    ser restrito no tempo e no espao, de maneira a se obter controle econmico da doena, adotando-se

    mtodo de aplicao racional para que a presso de seleo no aumente desnecessariamente. Vale

    ressaltar que, num programa de controle de doenas de plantas, nem sempre necessria a incluso

    de um fungicida com modo de ao especfico, como os sistmicos. A recomendao final

    depender de uma srie de fatores tais como disponibilidade dos fungicidas, tipo de patgeno, preo

    do produto, tipo de cultura, mtodo de aplicao, nmero de aplicao e condies do ambiente

    favorveis como alta umidade relativa, presena de nevoeiro, chuva, etc.

    Outro motivo que recomenda a limitao de aplicao de fungicidas sistmicos diz respeito

    sua influncia no equilbrio dos microrganismos no solo ou na superfcie da planta: a atividade

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso24

    dos fitopatgenos pode ser influenciada pela presena de outros microrganismos que competem por

    espao, nutrientes ou que produzem antibiticos.

    Quando tais organismos so eliminados, os fitopatgenos que so relativamente insensveis

    ao fungicida podem ser favorecidos e causar novos problemas para a planta. Os desequilbrios

    podem acontecer tambm quando dois organismos fitopatognicos, sendo um sensvel e outro

    insensvel a um determinado fungicida sistmico, esto envolvidos. Uma pergunta que surge se as

    raas resistentes desapareceriam da populao, quando a aplicao do produto suspensa e se o

    mesmo fungicida poderia ser novamente usado? Acredita-se que as raas resistentes podem persistir

    na populao por determinado tempo, sendo muito difcil de se prever com exatido; mas,

    eventualmente, a populao das raas resistentes tender a decrescer, to logo a presso de seleo

    seja eliminada. Por esta razo no deve ser excluda a possibilidade da reutilizao do fungicida,

    mas, neste caso, tambm se sugere que um produto que tenha mltiplo stio de ao seja includo no

    programa de controle.

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    Mdulo 7: 7.4 - Fungicidas sistmicos, modo de ao, translocao e uso 25

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    Questes para discusso

    1-Quando que um fungicida considerado sistmico?

    2-Quais as vias de translocao dos fungicidas sistmicos na planta?

    3-Como que os fungicidas sistmicos so absorvidos e translocados do solo para a parte area da

    planta? Cite as partes da planta (vias) pelas quais a molcula qumica deve ser translocada

    na planta.

    4-Como surge resistncia na populao de fungos, pela aplicao de fungicidas sistmicos?

    5-Como evitar que ocorra resistncia na populao de fungos pela aplicao de fungicidas

    sistmicos?

    6-Por qu se deve respeitar a dose de um fungicida sistmico (registrada no ministrio da

    agricultura) no controle de uma determinada doena de planta?