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10 direitos que passam despercebidos pelos consumidoresÉ possível até exigir restituição em dobro na cobrança ilegalSalvar • 3 comentários • Imprimir • Reportar
Publicado por Solana Moraes - 7 horas atrás
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Conhecendo melhor seus direitos, é possível evitar muita dor de cabeça. Mas para
muitas pessoas, infelizmente, não é assim que funciona na prática. Pior: tem
consumidor que não reivindica por vergonha.
Para se ter uma ideia, no Procon Estadual (ES) cerca de 70% a 80% das pessoas
atendidas desconhecem totalmente seus direitos na relação de compra. O restante
até sabe, mas se sente constrangido em "legislar em causa própria".
É claro que, muitas vezes, a culpa é do fornecedor do produto ou serviço, que não
faz questão nenhuma em deixar claro as condições de venda. Nesse caso, o
consumidor tímido, por exemplo, sente-se na defensiva e não pleiteia nada. E o que
não conhece seus direitos nem sabe que está sendo ludibriado.
Falta educação
Segundo a assessora jurídica do Procon Estadual do Espírito Santo, Elba Luchi, a
falta de conhecimento na relação de consumo provém de fatores educacionais,
principalmente.
"Esta relação é tão importante para a criança e o adolescente, mas não é disciplina
obrigatória no ensino médio. Nem nas faculdades de Direito. Em algumas, essa
matéria é oferecida em grades opcionais. Ou seja, o consumidor não tem seu direito
enraizado na educação", assinalou.
No Procon Estadual, os casos mais comuns de falta de conhecimento se refletem
nas vendas casadas - quando o consumidor deseja comprar um produto ou serviço,
mas é obrigado a adquirir outro atrelado.
Por exemplo, o consumidor compra um plano de telefonia, fixa ou móvel, e adquire
uma série de bônus, achando que não vai pagar nada por isso. Não é bem assim
que funciona.
"As pessoas aceitam como se fosse uma coisa normal. Mas é um crime contra a
relação de consumo", afirmou o advogado da Associação de Consumidores, Thiago
Azevedo.
Fica o alerta da assessoria jurídica do Procon: "O consumidor bem informado tem
menos chance de sair lesado em uma relação de consumo", frisou.
Ou seja, antes de efetuar a compra (seja qual for o produto ou serviço) pesquise as
características, o preço, as condições de pagamento, as taxas de juros e leia o
contrato atentamente.
Se tiver dúvidas, leve o documento a qualquer órgão de defesa do consumidor,
onde é possível saber se é o contrato tem cláusulas abusivas. Afinal, quem não fica
com "cara de paisagem", ao ver um contrato para a abertura de uma conta-
corrente, por exemplo?
Abra o olho!
1) Amostra grátis: Empresas não podem fornecer e cobrar por um produto ou
serviço, sem que o consumidor tenha solicitado. Se isso ocorrer, ele será
considerado amostra grátis. Contudo, se o consumidor pagar pelo que não pediu,
ele tem direito à restituição.
2) Orçamento prévio: Quando um produto quebra, como um eletroeletrônico, o
fornecedor é obrigado a elaborar um orçamento prévio, no qual devem constar o
valor da mão de obra, os materiais usados na manutenção, condições de
pagamento e data de início e término da manutenção. O fornecedor só pode fazer
manutenção se tiver autorização expressa do cliente.
3) Direito de arrependimento: Em compra fora da loja (internet, telefone ou
catálogo), o consumidor tem direito ao arrependimento. A partir da data de
recebimento do produto, ele tem sete dias para desistir da aquisição.
4) Produtos com defeito: Ao comprar um produto com defeito, o consumidor
deve levá-lo para o fornecedor, que tem um prazo máximo de 30 dias para reparar
o defeito. A assessora técnica do Procon-SP, Patricia Alvares Dias, lembra que o
produto pode ser entregue para a loja onde foi comprado, para o fabricante ou, em
alguns casos, para importador. Isso é chamado de solidariedade entre
fornecedores. Ou seja, qualquer um deles poderá ser responsável pelo conserto do
produto. Caso o problema não seja resolvido em 30 dias, pode-se pedir um novo
produto ou solicitar restituição imediata da quantia paga.
5) Descumprimento de oferta: Quando uma empresa ou funcionário faz uma
oferta ao consumidor, ele deve cumpri-la. Um exemplo disso é quando uma loja
anuncia a promoção de um produto, mas, quando o consumidor vai comprá-lo, o
local não tem o produto. Caso a empresa não queira disponibilizar o que foi
ofertado, o consumidor pode exigir o cumprimento forçado do que foi oferecido,
aceitar outro produto ou serviço equivalente ou rescindir contrato e ter de volta a
quantia paga, com atualização monetária.
6) Restituição em dobro: Quando há cobrança indevida, o consumidor tem
direito à restituição em dobro, acrescida de juros e correção monetária. É
recomendável que o consumidor pague a dívida, e depois peça a devolução.
7) Venda casada: Essa é uma prática comum. A venda casada é quando um
consumidor deseja comprar um produto ou serviço, mas é obrigado a adquirir outro
atrelado. "As pessoas aceitam como se fosse uma coisa normal. É um crime contra
a relação de consumo", afirmou o advogado da Proteste.
8) Motivação de recusa: Ter o crédito negado não é agradável, pior ainda quando
não é informado o porquê. "Os bancos podem recusar empréstimos, mas o
consumidor tem direito de saber por que foi recusado", assinalou o advogado. De
acordo com ele, se informado, o consumidor tem como tomar providências. Por
exemplo: se o crédito for negado por falta de documento, ele saberá como resolver
isso.
9) Direito à gravação do SAC: O consumidor tem direito à gravação quando liga
para o Serviço de Atendimento ao Consumidor. É por meio de gravações que o
consumidor pode provar contratos verbais, explicou o advogado da Associação de
Consumidores (Proteste), Thiago Vargas Escobar Azevedo. No entanto, alertou, para
ter acesso a elas, é necessário anotar o número de protocolo do atendimento.
10) Conta-corrente básica: Outra situação que por muitos não é conhecida é o
direito de uma conta-corrente básica, sem que sejam cobradas tarifas. Entre os
serviços essenciais e que não podem ser cobrados pelos bancos, está o
fornecimento de cartão de débito e de 10 folhas de cheques por mês.
Fonte: A Gazeta
Solana MoraesAdvogada
Advogada l Eterna estudante de Direito l Graduada em Direito e Pós-Graduada em Direito
Processual Civil, Penal e do Trabalho pela Faculdade Comunitária de Vitória (REDE DOCTUM) l
E-mail: [email protected].