consumidor-10 direitos que passam despercebidos pelos consumidores

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10 direitos que passam despercebidos pelos consumidores É possível até exigir restituição em dobro na cobrança ilegal Salvar 3 comentários Imprimir Reportar Publicado por Solana Moraes - 7 horas atrás 46 Conhecendo melhor seus direitos, é possível evitar muita dor de cabeça. Mas para muitas pessoas, infelizmente, não é assim que funciona na prática. Pior: tem consumidor que não reivindica por vergonha. Para se ter uma ideia, no Procon Estadual (ES) cerca de 70% a 80% das pessoas atendidas desconhecem totalmente seus direitos na relação de compra. O restante até sabe, mas se sente constrangido em "legislar em causa própria". É claro que, muitas vezes, a culpa é do fornecedor do produto ou serviço, que não faz questão nenhuma em deixar claro as condições de venda. Nesse caso, o consumidor tímido, por exemplo, sente-se na defensiva e não pleiteia nada. E o que não conhece seus direitos nem sabe que está sendo ludibriado. Falta educação

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Page 1: CONSUMIDOR-10 Direitos Que Passam Despercebidos Pelos Consumidores

10 direitos que passam despercebidos pelos consumidoresÉ possível até exigir restituição em dobro na cobrança ilegalSalvar • 3 comentários • Imprimir • Reportar

Publicado por Solana Moraes - 7 horas atrás

46

Conhecendo melhor seus direitos, é possível evitar muita dor de cabeça. Mas para

muitas pessoas, infelizmente, não é assim que funciona na prática. Pior: tem

consumidor que não reivindica por vergonha.

Para se ter uma ideia, no Procon Estadual (ES) cerca de 70% a 80% das pessoas

atendidas desconhecem totalmente seus direitos na relação de compra. O restante

até sabe, mas se sente constrangido em "legislar em causa própria".

É claro que, muitas vezes, a culpa é do fornecedor do produto ou serviço, que não

faz questão nenhuma em deixar claro as condições de venda. Nesse caso, o

consumidor tímido, por exemplo, sente-se na defensiva e não pleiteia nada. E o que

não conhece seus direitos nem sabe que está sendo ludibriado.

Falta educação

Segundo a assessora jurídica do Procon Estadual do Espírito Santo, Elba Luchi, a

falta de conhecimento na relação de consumo provém de fatores educacionais,

principalmente.

"Esta relação é tão importante para a criança e o adolescente, mas não é disciplina

obrigatória no ensino médio. Nem nas faculdades de Direito. Em algumas, essa

matéria é oferecida em grades opcionais. Ou seja, o consumidor não tem seu direito

enraizado na educação", assinalou.

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No Procon Estadual, os casos mais comuns de falta de conhecimento se refletem

nas vendas casadas - quando o consumidor deseja comprar um produto ou serviço,

mas é obrigado a adquirir outro atrelado.

Por exemplo, o consumidor compra um plano de telefonia, fixa ou móvel, e adquire

uma série de bônus, achando que não vai pagar nada por isso. Não é bem assim

que funciona.

"As pessoas aceitam como se fosse uma coisa normal. Mas é um crime contra a

relação de consumo", afirmou o advogado da Associação de Consumidores, Thiago

Azevedo.

Fica o alerta da assessoria jurídica do Procon: "O consumidor bem informado tem

menos chance de sair lesado em uma relação de consumo", frisou.

Ou seja, antes de efetuar a compra (seja qual for o produto ou serviço) pesquise as

características, o preço, as condições de pagamento, as taxas de juros e leia o

contrato atentamente.

Se tiver dúvidas, leve o documento a qualquer órgão de defesa do consumidor,

onde é possível saber se é o contrato tem cláusulas abusivas. Afinal, quem não fica

com "cara de paisagem", ao ver um contrato para a abertura de uma conta-

corrente, por exemplo?

Abra o olho!

1) Amostra grátis: Empresas não podem fornecer e cobrar por um produto ou

serviço, sem que o consumidor tenha solicitado. Se isso ocorrer, ele será

considerado amostra grátis. Contudo, se o consumidor pagar pelo que não pediu,

ele tem direito à restituição.

2) Orçamento prévio: Quando um produto quebra, como um eletroeletrônico, o

fornecedor é obrigado a elaborar um orçamento prévio, no qual devem constar o

valor da mão de obra, os materiais usados na manutenção, condições de

pagamento e data de início e término da manutenção. O fornecedor só pode fazer

manutenção se tiver autorização expressa do cliente.

3) Direito de arrependimento: Em compra fora da loja (internet, telefone ou

catálogo), o consumidor tem direito ao arrependimento. A partir da data de

recebimento do produto, ele tem sete dias para desistir da aquisição.

4) Produtos com defeito: Ao comprar um produto com defeito, o consumidor

deve levá-lo para o fornecedor, que tem um prazo máximo de 30 dias para reparar

o defeito. A assessora técnica do Procon-SP, Patricia Alvares Dias, lembra que o

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produto pode ser entregue para a loja onde foi comprado, para o fabricante ou, em

alguns casos, para importador. Isso é chamado de solidariedade entre

fornecedores. Ou seja, qualquer um deles poderá ser responsável pelo conserto do

produto. Caso o problema não seja resolvido em 30 dias, pode-se pedir um novo

produto ou solicitar restituição imediata da quantia paga.

5) Descumprimento de oferta: Quando uma empresa ou funcionário faz uma

oferta ao consumidor, ele deve cumpri-la. Um exemplo disso é quando uma loja

anuncia a promoção de um produto, mas, quando o consumidor vai comprá-lo, o

local não tem o produto. Caso a empresa não queira disponibilizar o que foi

ofertado, o consumidor pode exigir o cumprimento forçado do que foi oferecido,

aceitar outro produto ou serviço equivalente ou rescindir contrato e ter de volta a

quantia paga, com atualização monetária.

6) Restituição em dobro: Quando há cobrança indevida, o consumidor tem

direito à restituição em dobro, acrescida de juros e correção monetária. É

recomendável que o consumidor pague a dívida, e depois peça a devolução.

7) Venda casada: Essa é uma prática comum. A venda casada é quando um

consumidor deseja comprar um produto ou serviço, mas é obrigado a adquirir outro

atrelado. "As pessoas aceitam como se fosse uma coisa normal. É um crime contra

a relação de consumo", afirmou o advogado da Proteste.

8) Motivação de recusa: Ter o crédito negado não é agradável, pior ainda quando

não é informado o porquê. "Os bancos podem recusar empréstimos, mas o

consumidor tem direito de saber por que foi recusado", assinalou o advogado. De

acordo com ele, se informado, o consumidor tem como tomar providências. Por

exemplo: se o crédito for negado por falta de documento, ele saberá como resolver

isso.

9) Direito à gravação do SAC: O consumidor tem direito à gravação quando liga

para o Serviço de Atendimento ao Consumidor. É por meio de gravações que o

consumidor pode provar contratos verbais, explicou o advogado da Associação de

Consumidores (Proteste), Thiago Vargas Escobar Azevedo. No entanto, alertou, para

ter acesso a elas, é necessário anotar o número de protocolo do atendimento.

10) Conta-corrente básica: Outra situação que por muitos não é conhecida é o

direito de uma conta-corrente básica, sem que sejam cobradas tarifas. Entre os

serviços essenciais e que não podem ser cobrados pelos bancos, está o

fornecimento de cartão de débito e de 10 folhas de cheques por mês.

Page 4: CONSUMIDOR-10 Direitos Que Passam Despercebidos Pelos Consumidores

Fonte: A Gazeta

Solana MoraesAdvogada

Advogada l Eterna estudante de Direito l Graduada em Direito e Pós-Graduada em Direito

Processual Civil, Penal e do Trabalho pela Faculdade Comunitária de Vitória (REDE DOCTUM) l

E-mail: [email protected].