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Projeto Construindo CidadaniaPromoção de Autonomia e Protagonismo Social de Pessoas em Situação de Vulnerabilidade em Brumadinho (MG) “Constructing Citizenship” - Promoting Autonomy and Social Protagonism of Persons in Situations of Vulnerability in Brumadinho (MG) Título resumido: Construindo Cidadania com Pessoas em Situação de Vulnerabilidade em Brumadinho Cristiane Luisa Renger Debora Alves Elias Cássio Vilela Prado Vivianne Cristina Borges PREFEITURA MUNICIPAL DE BRUMADINHO Palavras Chave: Políticas Públicas, Vulnerabilidade Social, Autonomia, Saúde Mental, Saúde Pública Ressumo: Este trabalho propõe uma mudança na forma de atuação tanto de profissionais da área da saúde quanto da assistência social no município de Brumadinho (MG), em especial em relação às pessoas em situação de vulnerabilidade. Proposto por profissionais de diferentes formações acadêmicas e atuantes em diversos setores da rede municipal de assistência social e à saúde, objetiva que sejam efetivadas parcerias mais eficazes entre as diferentes secretarias municipais e seus respectivos setores, possibilitando uma maior circulação social das pessoas em situação de vulnerabilidade. Visa, ainda, que as ações ofertadas sejam promotoras de inclusão social, autonomia e acesso ao pleno exercício da cidadania, fazendo com que os

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Projeto “Construindo Cidadania” – Promoção de Autonomia e Protagonismo Social de

Pessoas em Situação de Vulnerabilidade em Brumadinho (MG)

“Constructing Citizenship” - Promoting Autonomy and Social Protagonism of Persons

in Situations of Vulnerability in Brumadinho (MG)

Título resumido: Construindo Cidadania com Pessoas em Situação de Vulnerabilidade em

Brumadinho

Cristiane Luisa Renger

Debora Alves Elias

Cássio Vilela Prado

Vivianne Cristina Borges

PREFEITURA MUNICIPAL DE BRUMADINHO

Palavras Chave: Políticas Públicas, Vulnerabilidade Social, Autonomia, Saúde Mental, Saúde

Pública

Ressumo:

Este trabalho propõe uma mudança na forma de atuação tanto de profissionais da área da

saúde quanto da assistência social no município de Brumadinho (MG), em especial em

relação às pessoas em situação de vulnerabilidade. Proposto por profissionais de diferentes

formações acadêmicas e atuantes em diversos setores da rede municipal de assistência social e

à saúde, objetiva que sejam efetivadas parcerias mais eficazes entre as diferentes secretarias

municipais e seus respectivos setores, possibilitando uma maior circulação social das pessoas

em situação de vulnerabilidade. Visa, ainda, que as ações ofertadas sejam promotoras de

inclusão social, autonomia e acesso ao pleno exercício da cidadania, fazendo com que os

indivíduos envolvidos no projeto sejam mais protagonistas e menos dependentes do

assistencialismo governamental.

Introdução

“Se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir!”

Com essa frase, de autoria desconhecida, o bloco “Liberdade ainda que Tan Tan”, que reúne

usuários, familiares e funcionários de serviços de Saúde Mental de diversos municípios de

Minas Gerais foi às ruas para reafirmar sua resistência e re-existência em prol dos Serviços

Substitutivos em Saúde Mental, em maio do ano de 2013.

O sonho que permeia este ato político-artístico é o da sociedade sem manicômios e com uma

efetiva inclusão e aceitação social da diferença. Mais do que desinstituir a soberania e poderio

do manicômio no que tange a reabilitação em Saúde Mental, a luta antimanicomial se refere à

busca de uma sociedade mais tolerante em relação às diferenças, que amplie as possibilidades

e o direito ao exercício da cidadania daqueles que, por muito tempo, estiveram (e ainda estão)

à margem da sociedade.

O propósito é fazer com que os indivíduos acometidos por transtornos mentais passem a ser

protagonistas de suas próprias histórias, ao invés de coadjuvantes ou expectadores. Os

serviços substitutivos não devem e não podem se tornar “minicômios”. Não deveriam, de

forma alguma, reproduzir a lógica que permeia a instituição asilar, e favorecem a exclusão e o

antagonismo social.

Neste sentido, o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) de Brumadinho tem a proposta, a

partir de 2013, de modificar o cenário do tratamento em Saúde Mental no município. Inicia o

ano com uma programação intensa de eventos intersetoriais e que buscam favorecer o

protagonismo de cada usuário, individual e coletivamente. Dentro desta proposta, nasce o

projeto “Construindo Cidadania”, interdisciplinar e intersetorial, que busca viabilizar uma

efetiva inclusão social, diminuindo o preconceito existente e favorecendo a construção de uma

sociedade mais tolerante e justa em relação às diferenças individuais. Entretanto, entendendo

que a efetivação da inclusão social só se dará quando não houverem mais discriminações em

relação ao tratamento dado às pessoas que apresentam-se diferentes do padrão considerado

normal. No momento em que houver isonomia de tratamento e equidade de oportunidades,

podemos considerar que há, efetivamente, inclusão social.

O CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) e o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde

da Família) são parceiros dessa iniciativa do CAPS e acreditam que é por meio de trabalhos

integrados que se pode efetivamente construir dispositivos de transformação do real. Além

disso, os três serviços diretamente envolvidos neste projeto atendem, principalmente, à uma

população em situação de vulnerabilidade, seja pelo risco social, econômico ou de condições

de saúde/doença. Os autores do projeto não acreditam que ações isoladas e que não

promovam a integração e diálogo entre os serviços e seus usuários não promovem a efetiva

inclusão social e não incentivam o exercício da cidadania, o protagonismo social e a

autonomia.

Justificativa

Inclusão social é um conceito que está relacionado a valores, engloba e traz implicações para

toda a sociedade e seu sistema cultural. É um ideal que guia a elaboração de políticas e leis de

criação de programas destinados a pessoas com deficiências nos últimos anos, de forma a

buscar mecanismos que possibilitem a participação ativa e eficaz de todos na vida em

sociedade.

De acordo com Wilson (2006), este conceito surge no final da década de 1980, com o debate

de políticas sociais na Europa. Isso ocorre no momento em que a partição européia em Europa

Capitalista e Europa Comunista é abolida e os europeus se vêem às voltas com a pobreza e a

exclusão social decorrentes do fim da guerra fria. Collins (2003) afirma que a exclusão social

impede a participação nos benefícios da cidadania. O paradigma da inclusão preconiza

mudanças comportamentais na sociedade, uma vez que trabalha com quebra de conceitos e

pré-conceitos (ou melhor, preconceitos), valorização da diversidade e oferta de oportunidades

iguais a todos (BARTALOTTI, 2006). Busca a participação ativa de todos os indivíduos na

sociedade a qual pertencem, de forma que o preconceito e a discriminação sejam reduzidas. A

sociedade inclusiva, então, é um objetivo que qualquer e todo cidadão pode e deve ajudar a

ser alcançado (GUIMARÃES, 2000). Os indivíduos se esforçam para participar ativamente e

com dignidade dos processos sociais e, por outro lado, a sociedade se ajusta para acolher

todas as diferenças em alto grau de tolerância. Em suma, trata-se da busca pela igualdade de

oportunidades e de recursos para assegurar o bem estar, a qualidade de vida e a saúde de

todos.

Embora a inclusão não seja um fato recente, é a partir de 1994, com a publicação pela ONU

da Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e práticas em educação especial é que

o termo inclusão ganha destaque e coloca-se como meta dos países signatários desta

declaração, inclusive o Brasil. Porém, grande parte das ações voltada a essa prática é

alicerçada em atitudes segregativas e assistencialistas.

É sabido, entretanto, que a inclusão traz benefícios para todos, uma vez que permite a

convivência com a diferença, nos mais diversos locais; as famílias passam a ver seus filhos

como cidadãos com direito de partilhar os recursos de sua comunidade. Por fim, esta

beneficia-se com a formação de um espaço mais democrático.

A resistência aos modelos inclusivos é resultado de todo um processo histórico de construção

da ideia de exclusão. Mena (2000) cita que Darwin, Sêneca e Platão são exemplos de que a

exclusão social é observada desde tempos remotos. Pode-se dizer que, para que ocorra o

processo de inclusão social, é necessária a superação de concepções históricas que constituem

a origem dos preconceitos observados hoje. Assumir a diferença – livre de quaisquer

qualificações, se superior ou inferior, mas ser diferente apenas – é o primeiro passo para o fim

de preconceitos, para posterior construção de uma sociedade realmente inclusiva.

Neste sentido, profissionais que trabalham em oficinas “protegidas” acumulam duas funções:

professor de um ofício, cuja meta é a profissionalização através do treino de habilidades; e

terapeuta com a meta de possibilitar o desenvolvimento biopsicossocial através do treino de

hábitos e aspectos sociais relacionados à situação de trabalho. Ou seja, o profissional é

treinador e terapeuta e pode intervir ora com o aprendiz, ora com o vulnerável, de acordo com

o objetivo do momento. Como consequência, não há uma nítida separação entre o espaço de

(re)habilitação e o espaço clínico terapêutico e pode ocorrer a perda dos objetivos propostos.

O contato social reduzido em Oficinas Abrigadas pode gerar consequências ao

desenvolvimento global do indivíduo, pois o contato com a sociedade, a cultura e seus

elementos constitutivos é imprescindível para a construção do sujeito. Dentre esses

elementos, podem ser citados dois de grande importância para nossa cultura: a escola, alicerce

da identidade infantil e o trabalho, na identidade adulta.

Como se pode perceber, o reconhecimento do homem como sujeito se dá via trabalho,

considerado uma necessidade, pois garante liberdade e independência. Vários autores

descrevem o trabalho segundo diferentes óticas. Hegel define o trabalho como agente

transformador da natureza e do próprio homem. Marx denuncia a relação de exploração

envolvida no trabalho e descreve-a como um sintoma social. Essa relação decorre de um

processo no qual o homem vende sua força de trabalho e perde sua autonomia, passando a

executar um trabalho alienado. Já para a psicanálise, o trabalho é um dos modos de realização

do sujeito. A construção da identidade se dá através do reconhecimento do outro como sujeito

e o trabalho é uma forma de garantir este reconhecimento social. (ABRANCHES, 2000)

Abranches (2000) pontua que “são cidadãos aqueles membros da comunidade que se

encontram localizados em qualquer uma das ocupações reconhecidas e definidas por leis”

(p. 15), ou seja, a cidadania passa, obrigatoriamente, pelo trabalho. A partir disso, infere-se

que a inclusão social só ocorre de fato se houver inclusão no trabalho, pois apenas a inclusão

na comunidade ou na escola não garante o sentimento de pertencimento O processo de

inclusão do vulnerável é relativamente novo, e pode ser pensado como luta e conquista

individual – onde o sujeito é quem se adequa às exigências da sociedade – ou como uma

questão de direitos – onde a sociedade é quem se prepara e modifica para acolher este sujeito.

O contexto sócio-econômico atual é o de um mundo globalizado, onde as relações mundiais

estão intensificadas de tal maneira que acontecimentos locais são influenciados por eventos

que ocorrem a muitos milhares de quilômetros. Isso implica em uma nova forma de pensar,

agir e negociar. Muitos acreditam que a inclusão é conseqüência da globalização, enquanto

outros pensam ser uma evolução natural da humanidade. Independente da visão, é no mundo

globalizado que a inclusão social surge e ganha forças.

Dos anos 20 até, aproximadamente, os anos 80, o sistema produtivo caracterizava-se pela

produção para consumo em massa, com gestão vertical e autoritária, divisão de trabalho bem

definida, onde o operário é apenas “parte integrante” do processo padronizado. É o que se

chama de fordismo. No âmbito das políticas públicas, tem-se o modelo Keinesiano, que

objetivava a garantia de empregos para viabilizar os crescentes níveis de consumo,

desenvolvendo, para isso, políticas de crescimento econômico e legitimando negociações

sindicais. A partir da década de 80, há uma substituição gradual desses modelos por outros

que investem na produção em menor escala e na maior liberdade para o trabalhador. A

produção é organizada de forma a responder a demanda. Neste novo contexto, aumenta a

inter-relação “fornecedor x cliente” e as empresas se estruturam de forma mais

descentralizada. Isso gera alterações nas relações de trabalho e emprego, criando formas

alternativas de geração de renda, abrindo espaço para o chamado mercado informal de

trabalho.

Apesar de a globalização abrir caminhos para movimento de inclusão, ela apresenta fortes

aspectos excludentes, pois o contexto econômico atual favorece o desemprego e a segregação.

A tendência é que a exclusão seja mantida ou intensificada. No entanto, alguns aspectos

inclusivos podem ser apontados, como o avanço da tecnologia. Apesar de restrito a uma

minoria privilegiada, o avanço tecnológico favorece o processo de inclusão por possibilitar

uma melhor reabilitação. Somado ao processo de globalização, a descentralização

administrativa que ocorre concomitantemente facilita a inclusão por permitir uma maior

democratização das instituições e políticas mais igualitárias.

A educação profissional tem papel fundamental para que seja viável a inclusão de

vulneráveis, tanto para preparar trabalhadores qualificados quanto para preparar cidadãos. A

inclusão não está garantida apenas por leis ou por vagas no mercado. São ainda necessários

um “sujeito desejante” e um cidadão participativo, esses surgidos a partir de ações voltadas

para a construção do sujeito e não de um tratamento por “sintoma”.

Em uma prática voltada para a inclusão, quem detém o saber não é somente o técnico ou

professor, é também o vulnerável, sendo permitido que fale, deseje e que construa seu saber.

Esta não se preocupa pelos erros a serem consertados, mas sim em como começar uma

construção conjunta. Desta maneira, a conduta com o vulnerável não é voltada para correções

ou adaptações e sim para a construção do saber e da maneira que a pessoa lida com sua

vulnerabilidade. (ABRANCHES, 2000).

Assim sendo, propõe-se a implantação do Projeto Construindo Cidadania, como forma de

promover a construção da identidade social, saúde e reconhecimento de habilidades para os

indivíduos com transtorno mental e em situação de risco social através da inclusão social via

trabalho em atividades que lhes proporcionem, direta ou indiretamente, uma renda. Além

disto, o projeto tem ainda o objetivo de ampliação da circulação social e do protagonismo

individual contando com a participação da população local, independente de gênero, raça,

idade e presença ou não de patologias diversas no município de Brumadinho, e todos os seus

distritos, região metropolitana de Belo Horizonte.

Objetivos

São objetivos deste projeto:

Favorecer o protagonismo e a autonomia das pessoas em situação de vulnerabilidade,

atendidas na rede pública de Brumadinho, em especial CAPS, CRAS e NASF;

Ampliar o pleno exercício da cidadania desta mesma população;

Possibilitar geração de renda para a população usuária destes serviços;

Favorecer a circulação social e o estreitamento de laços da população atendida pelo

projeto Construindo Cidadania com suas famílias e a comunidade na qual estão inseridos;

Divulgar os trabalhos e oficinas que são realizados na rede de serviços do Município,

favorecendo a participação de novos atores sociais;

Esclarecer e informar a comunidade sobre como funciona os serviços do CAPS,

CRAS e NASF do município de Brumadinho;

Construir ações que possibilitem diminuir o assistencialismo e favoreçam a autonomia

e o protagonismo individual;

Construir uma rede e uma práxis interdisciplinar e intersetorial nos serviços da rede

municipal

Referencial Teórico

Inclusão social é um assunto bastante debatido nos dias atuais; é foco de atenção de diversas

áreas de conhecimento, entre as quais podem ser citadas as ciências humanas (incluindo as

políticas, sociais, sociais aplicadas) e da saúde. Trata-se de um conceito relacionado a valores

e seu sistema cultural, que engloba e traz implicações para toda a sociedade. É um ideal que

guia a elaboração de políticas e leis, além da criação de programas destinados a pessoas

marginalizadas, de forma a possibilitar a participação social ativa e eficaz.

Observa-se, no entanto, que o processo de inclusão social esbarra em barreiras de diversas

ordens, tais como barreiras físicas, atitudinais (OLIVEIRA, 2001) e políticas, restringindo a

participação e o exercício da cidadania. As barreiras físicas referem-se a obstáculos

arquitetônicos ou referentes à falta de manutenção nos espaços públicos, dificultando,

restringindo ou impossibilitando o uso dos mesmos por toda a população.

As barreiras atitudinais, de acordo com Oliveira (2001), referem-se às atitudes que a

sociedade apresenta frente ao indivíduo marginalizado. Dentre elas, podem ser citadas a

invisibilidade, o estigma, o isolamento, entre outros. A invisibilidade pode ser exemplificada

como o não reconhecimento de necessidades especiais de indivíduos cuja diferença não esteja

visivelmente marcada. Como exemplo, podem ser citados casos de crianças com distúrbios

leves, tais como distúrbios de coordenação motora ou de atenção, que necessitam de uma

atenção diferenciada em sala de aula, mas são taxados apenas como indisciplinados, enquanto

crianças com distúrbios mais visíveis, tais como síndrome de Down ou Paralisia Cerebral

dispõem de legislação que garanta sua inclusão na sala de aula regular, com atendimento

diferenciado. Ainda nestes casos, visualiza-se a questão do estigma e do isolamento, quando

pessoas com distúrbios mais graves são marginalizadas e impedidas de exercer quaisquer

atividades, visto que a sociedade as imagina incapazes de desempenhar qualquer função. São

rotuladas, estigmatizadas como incapazes, sem que lhes seja dada oportunidade de mostrar

quais seus potenciais.

Nas últimas décadas, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003) tem trabalhado de forma

a modificar conceitos, de forma a enfocar habilidades dos indivíduos e não sua deficiência.

De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF,

2003) e com o conceito de saúde preconizado pela OMS (2003), para se considerar que um

indivíduo se encontra “saudável” é necessário que esse seja capaz de interagir adequadamente

com o meio no qual está inserido, incluindo transporte, habitação, rede sanitária, lazer, entre

outros. Isto significa que a adequação do ambiente de modo a promover a funcionalidade e

autonomia de um ou mais indivíduos, independente do fator que o torna menos habilitado, é

essencial para o estado de saúde e para a qualidade de vida do mesmo.

De acordo com a CIF (2003),

“(...) incapacidade é um termo genérico para deficiências, limitações de atividade e

restrições na participação. Ele indica os aspectos negativos da interação entre um indivíduo

(com uma condição de saúde) e seus fatores contextuais (ambientais e pessoais); e

funcionalidade é um termo genérico para as funções do corpo, estruturas do corpo,

atividades e participação. Ele indica os aspectos positivos da interação entre um indivíduo

(com uma condição de saúde) e os seus fatores contextuais (ambientais e pessoais).” [grifos

da autora]

Em outras palavras, deficiências e incapacidades podem ou não estar ligadas à doença, da

forma como é compreendida pela OMS, a depender de sua habilidade para interagir com o

ambiente e de sua capacidade de desempenhar atividades e tarefas significativas e socialmente

relevantes.

O processo de inclusão social busca minimizar o impedimento de participação, de pessoas

excluídas por condições econômicas, sociais, físicas, nos benefícios da cidadania em função

de uma combinação de barreiras, físicas e/ou atitudinais. Collins (2003) e Arstein (1969)

afirmam que a inclusão social se relaciona à idéia de formação de uma sociedade mais justa,

igualitária e que estimule o exercício da cidadania, assim como assegurar o bem estar,

qualidade de vida e saúde por meio da equidade de oportunidades e recursos.

Amaral Jr. & Burity (2006: 9) afirmam que os discursos que versam sobre a inclusão/exclusão

apresentam

o mérito de reinscrever as responsabilidades estatais no enfrentamento

das desigualdades e da pobreza, incorporaram os imperativos da

eficiência, eficácia, efetividade e competitividade à ação

governamental e às ações sociais de organizações da sociedade civil.

Também assumiram uma ênfase na colaboração entre sociedade civil

que em muito contribuiu para deslegitimar discursos críticos e

oposicionistas.

A discussão sobre inclusão/exclusão social ocorre, em um primeiro momento, em relação à

desigualdade de classes, sendo estendida em seguida para as desigualdades geradas por

preconceitos raciais e diferenças físicas. De acordo com Wilson (2006), este conceito surge no

final da década de 1980, com o debate de políticas sociais na Europa. Isso ocorre no momento

em que a partição européia em Europa Capitalista e Europa Comunista é abolida e os

europeus se vêem às voltas com a pobreza e a exclusão social decorrentes do fim da guerra

fria. Collins (2003) afirma que a exclusão social impede a participação nos benefícios da

cidadania.

O paradigma da inclusão preconiza mudanças comportamentais na sociedade, uma vez que

trabalha com quebra de conceitos e pré-conceitos (ou melhor, preconceitos), valorização da

diversidade e oferta de oportunidades iguais a todos (BARTALOTTI, 2006). Busca a

participação ativa de todos os indivíduos na sociedade a qual pertencem, de forma que o

preconceito e a discriminação sejam reduzidas. A sociedade inclusiva, então, é um objetivo

que qualquer e todo cidadão pode e deve ajudar a ser alcançado (GUIMARÃES, 2000). Os

indivíduos se esforçam para participar ativamente e com dignidade dos processos sociais e,

por outro lado, a sociedade se ajusta para acolher todas as diferenças em alto grau de

tolerância.

De acordo com Forest e Pearpoint, apud Lodi (2003),

inclusão significa convidar aqueles que (de alguma forma) têm

esperado para entrar e pedir-lhes para ajudar a desenhar o nosso

sistema e que encorajem todas as pessoas a participar da completude

de suas capacidades – como companheiros e como membros (p. 37).

A inclusão está relacionada com valores, ética e moral; é um “problema” com o qual não

apenas o indivíduo excluído deve lidar, mas sim todo o sistema no qual visa-se a inserção. É

um ideal que guia a elaboração de políticas e leis de criação de programas destinados a

pessoas com deficiências, de forma a buscar mecanismos que possibilitem que estes estejam

aptos a participar ativamente da vida em sociedade.

A vivência do processo de inclusão estimula a manutenção do estado de saúde, da forma

como é entendido atualmente. Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde tem trabalhado

de forma a modificar conceitos e a enfocar habilidades dos indivíduos ao invés da sua

deficiência ou patologia. Para a OMS (2003), saúde implica,

entre outros, na possibilidade de adequada interação com o meio no

qual se está inserido; é o processo de capacitação do indivíduo para

que ele venha a ter o controle geral e melhora sobre o seu estado de

saúde global e implica em estado de bem estar físico, social,

emocional.

Ou seja, atualmente, o estado de saúde implica em poder exercer cidadania, em um estado de

funcionalidade, de adaptação do indivíduo com a sociedade e o meio onde está inserido,

independente de classe econômica, condição física, entre outros.

De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF)

e com o conceito de saúde preconizado pela Organização Mundial de Saúde, é necessário que

o indivíduo seja capaz de interagir adequadamente com o meio no qual está inserido,

incluindo transporte, habitação, rede sanitária, lazer, entre outros, para se considerar que o

mesmo encontra-se saudável. Isto significa que a adequação do ambiente de modo a promover

a funcionalidade e autonomia de um ou mais indivíduos, independente do fator que o torna

menos habilitado é essencial para o estado de saúde e para a qualidade de vida do mesmo.

Este é um dos primeiros passos para que algumas barreiras possam começar a ser rompidas.

Observa-se que o processo de inclusão social é permeado por barreiras, sejam elas físicas (ou

arquitetônicas) ou atitudinais, restringindo a participação e colocando o indivíduo em

desvantagem. Como barreiras físicas ou arquitetônicas, podemos identificar obstáculos

concretos decorrentes de falta de manutenção de espaços e equipamentos urbanos, bem como

de um planejamento que não prevê o uso por indivíduos com diferentes conformações

anatômicas, formas de se movimentar ou locomover, enxergar, escutar ou perceber os

espaços, observando apenas o indivíduo “padrão”. Oliveira (2001) coloca que as principais

barreiras atitudinais são a falta de solidariedade, a invisibilidade, o estigma, o isolamento, a

frieza e a restrição à participação e à cidadania. Cidadania, de acordo com o dicionário

Houaiss (2009), é a qualidade ou condição de cidadão, que se define como o “indivíduo que,

como membro de um Estado, usufrui de direitos civis e políticos garantidos pelo mesmo

Estado e desempenha os deveres que, nesta condição, lhe são atribuídos; aquele que goza de

direitos constitucionais e respeita as liberdades democráticas”. Participação refere-se à

capacidade de agir integradamente, reivindicando direitos e exercendo deveres compatíveis à

condição de cidadão. Frieza refere-se à incapacidade de colocar-se no lugar do outro,

desprezando seus problemas e dificuldades; isolamento, ao afastamento do convívio social, de

forma que os indivíduos não sejam reconhecidos como sujeitos de direitos. O estigma é a

rotulação; refere-se a uma marca que o sujeito que apresenta variações em relação ao padrão

considerado normo-típico recebe e que o coloca em uma posição embaraçosa, incapacitante.

A invisibilidade está relacionada ao fato de se desconhecer o valor do que ou quem está fora

do padrão habitual e a solidariedade, com uma constatação ética de que existe uma

dependência mútua entre os indivíduos, sem a qual não se podem ser desenvolvidas

plenamente as habilidades de cada sujeito (OLIVEIRA, 2001).

A sociedade, ao agir de forma a ignorar a diferença, restringe a participação social, excluindo

todo e qualquer indivíduo que se apresente diferente do padrão. No entanto, se a sociedade se

mobiliza – através de eliminação de barreiras físicas, movimentos em prol da defesa dos

direitos das minorias marginalizadas, mudanças de atitudes frente às minorias marginalizadas,

entre outras – de forma a garantir o respeito à pluralidade, igualdade de direitos e à liberdade,

o processo de inclusão pode ser facilitado. Pode-se dizer que, se a sociedade ou comunidade

observa o respeito aos direitos fundamentais também aos indivíduos com desvantagem, esta

pode ser minimizada e o indivíduo se torna membro ativo e integrante da mesma.

É importante ressaltar que um cidadão exerce algum poder na comunidade quando

diretamente relacionado à sua participação efetiva na mesma. Isso significa, de acordo com

Arstein (1969), que é através de uma redistribuição de poder que os cidadãos excluídos

estarão habilitados a participar ativamente dos processos de cidadania, sendo, de fato,

incluídos na sociedade. De acordo com este autor, de forma a facilitar o entendimento do

processo, é possível enumerar três formas de possibilidades em que indivíduos em

desvantagem passem a participar nos processos decisórios: passivas; passivo-assistidas

(menos passivas, mas ainda não diretamente ativas) ou ativas de interação.

Dentre as formas passivas, tem-se a manipulação, processo no qual a decisão é tomada sem

consulta prévia à comunidade interessada, mas utiliza-se como pretexto para a mesma o bem

estar da comunidade; a terapia, onde a falta de poder decisório é patologizada, ou seja, ao

invés de buscar modificar de forma prática uma situação excludente, o indivíduo nela

envolvido passa a ser rotulado de doente, e é convidado a participar de processos terapêuticos.

Menos passivas do que as formas anteriores são a informação e a consulta. A primeira implica

em simplesmente informar à comunidade o que está sendo proposto de modificação em

termos inclusivos, sem necessariamente dar a oportunidade de manifestação ou maiores

esclarecimentos a respeito da mesma; já na segunda, a população passa a ser consultada a

respeito de seus desejos e demandas, mas a informação fornecida não é suficientemente

esclarecedora. Estes processos estão incluídos em uma categoria que o autor denomina de

“política do menor esforço”. Na categoria da atuação ativa, encontramos a conciliação,

parceria, poder delegado e controle do cidadão. A conciliação é o início do processo de

atuação ativa, onde a comunidade ou o indivíduo passa a ter alguma influência no processo de

decisão de melhorias; a maior parte das comunidades e sociedades se encontra neste estágio

atualmente. Na parceria, o poder começa a ser, de fato, redistribuído e existe a possibilidade

de negociação entre a comunidade e os detentores do poder, ou seja, os governantes. Esta

forma de atuação tem sua eficácia diretamente ligada à organização da comunidade. O poder

delegado implica no controle e na luta pelos direitos diretamente pelos cidadãos, ocorrendo de

forma organizada e legitimizada, enquanto o controle do cidadão permite que as demandas da

comunidade sejam elaboradas e solucionadas pela mesma, com a possibilidade de negociação

de pessoas que não estão diretamente vinculadas a esta.

Sabe-se que estes passos não seguem obrigatoriamente uma ordem e que o processo de

inclusão e luta por equivalência de direitos é muito mais ampla e complexa do que os degraus

apontados acima. Para que haja, de fato, inclusão é necessário que haja, antes, mudanças

sociais. Estas são entendidas como alterações em fenômenos sociais ocorridas em diferentes

níveis da vida humana, seja na esfera individual como na esfera social. A mudança social

deve ser permanente, ocorre de forma contínua e gradativa, em várias direções, escalas e em

múltiplos níveis sociais, segundo um padrão próprio.

Neste sentido, a interdisciplinaridade é uma alternativa na busca pela promoção da

funcionalidade, autonomia e independência dos indivíduos em relação à interação com o

ambiente. Oferece um poderoso meio racional para que uma ampla gama de usuários possa

interagir com o ambiente; uma de suas possibilidades é a construção de “políticas de inclusão

e do todo”, implicando valorizar a participação do indivíduo no seu contexto significativo e

buscar diminuir a marca do estigma.

É importante ressaltar que, uma vez que o contexto limita a participação do indivíduo, a

deficiência deve ser sempre considerada em um contexto. A OMS preconiza que o indivíduo

deve ser capaz de exercer autonomia e independência, sendo esses conceitos entendidos,

segundo Guimarães (1993) como:

1. Independência é a condição de domínio no ambiente físico e

social, preservando ao máximo a privacidade e a dignidade da

pessoa que a exerce sem a participação de outras pessoas, como

familiares ou profissionais especializados; rampas suaves podem

facilitar a independência no espaço físico, por exemplo pois não é

necessária a intervenção de outras pessoas para que o indivíduo

alcance seus objetivos.

2. Autonomia é a faculdade de um indivíduo efetuar decisões

sobre o que melhor lhe convém, assumindo responsabilidades e

exercendo direitos.

Observa-se que o reconhecimento do homem como sujeito se dá através do trabalho,

considerado uma necessidade, pois garante liberdade e independência. O trabalho, seja ele

formal ou informal, constitui-se em um dos modos de realização do sujeito e da construção de

sua identidade. Esta se dá através do reconhecimento do outro como sujeito e o trabalho é

uma das formas de se garantir este reconhecimento. Independentemente de riscos sociais ou

presença de adoecimento mental, é o trabalho que garante a construção de identidade social,

reconhecimento de capacidades e o exercício pleno da cidadania de forma mais eficiente.

A população atendida não só pelo CAPS e pelo CRAS, mas também pelo NASF, constitui-se,

em grande parte, por indivíduos vulneráveis, seja em função de baixa renda, escolaridade,

desemprego ou condições de adoecimento psíquico. Tendo em vista a importância do

trabalho, formal ou informal, para a construção da identidade social e do indivíduo enquanto

cidadão protagonista de suas ações, é de fundamental importância proporcionar a estes a

oportunidade de vivenciar o processo de implicação ativa no processo de mudança necessário

para melhoria da sua qualidade de vida.

Finalmente, conclui-se que a inclusão não nega a existência da desigualdade. Ao contrário,

prega a convivência, de forma pacífica e respeitosa, das diferenças. É importante que se tenha

bem claro isso, pois é impossível que haja uma sociedade de iguais, uma vez que a diferença é

constitutiva do indivíduo. É ela que faz com que cada ser humano seja único. É também

importante ressaltar que a sociedade inclusiva não é idealizada como harmoniosa, mas

marcada pela aceitação e pelo respeito às diferenças. A inclusão só ocorre de fato quando as

pessoas aceitam as suas próprias diferenças. Por fim, como ressalta Ghirardi (2000), é função

dos profissionais da saúde e assistência social descobrir novas possibilidades de inclusão.

Citando Bartalotti (2001), conclui-se que “uma sociedade democrática é uma sociedade para

todos; uma escola democrática é uma escola para todos. Inclusão é, antes de tudo, uma

questão de ética”.

Materiais e métodos

A proposta de implantação do projeto é de início imediato, com a oferta de diferentes oficinas

e atividades a cada dia. Serão realizadas oficinas diariamente, em ambos os turnos (manhã e

tarde), com a possibilidade de, após estudo de viabilidade, estender a oferta também para o

período noturno. Serão realizadas atividades nos espaços do CAPS, CRAS, Unidades de

Saúde da Família e demais instituições que se disponibilizem a realizar parceria para a

implantação do projeto (Casa de Cultura, Instituto Inhotim, etc). Além da oferta de oficinas,

são propostas do projeto a realização de eventos culturais e de promoção de cidadania,

conforme detalhamento a seguir:

Rodas de discussão/Assembléias de usuários, onde serão discutidos assuntos

pertinentes, tais como direitos e deveres do cidadão, inclusão x exclusão social, ocupação

como meio de construção de cidadania e identidade social, administração de renda, entre

outros;

Participação em eventos como conferências municipais, debates, audiências públicas,

entre outros;

Venda de rifas, cujo valor arrecadado será revertido em compra de materiais para

implantação de oficinas geradoras de renda;

Organização e participação (trabalho e lazer) em festas de caráter cultural e recreativo,

tais como: Carnaval, Festa Junina, Festa de Natal;

Realização de atividades diversas (oficinas, palestras, grupos de discussão, entre

outras) com a participação de familiares da população usuária dos serviços, de forma a

reforçar os vínculos familiares;

Implantação de oficinas geradoras de renda, através da confecção de produtos

artesanais (porta-trecos, bijouterias, caixas de presente, entre outros);

Implantação de oficinas profissionalizantes (marcenaria, culinária, pequenos reparos,

lavação de carros, jardinagem, entre outras);

Confecção e venda de camisetas, agendas, calendários e outros itens que forem

sugeridos pelos usuários do projeto.

O projeto não tem duração definida, sendo idealizado para uma duração mínima de 3 anos,

com início de resultados ao longo do primeiro ano do projeto. Em função de haver a

possibilidade de participação de indivíduos com grave comprometimento psíquico e social,

bem como da cognição, é de se esperar que os indivíduos apresentem resultados bastante

diversos entre si e em épocas distintas.

Resultados esperados

Espera-se que, como fruto das atividades realizadas, os indivíduos usuários dos serviços

CAPS, CRAS e NASF de Brumadinho possam atuar de forma mais ativa frente às questões

que se impõem cotidianamente. Além disso, espera-se que tenham maior consciência de

cidadania, direitos e deveres, e que alcancem um reconhecimento social que não os diferencie

do restante da população de forma marginalizadora. É esperado, ainda, que os usuários deste

projeto tenham capacidade de gerar e gerir sua renda, de forma independente.

Infelizmente, tem havido dificuldades na efetivação das ações do projeto proposto por parte

de gestores locais, apesar da aprovação deste pela Secretaria de Governo do município.

Entretanto, observa-se que muitos usuários dos serviços mais diretamente envolvidos pelo

projeto já apresentam mudança de postura em relação ao exercício da cidadania e da política

assistencialista ainda marcadamente presente nas políticas públicas atuais.

Discussão

Apesar de não podermos trabalhar, no momento, com dados concretos em função do projeto

não estar efetivamente em andamento, é possível constatar algumas pequenas modificações na

atuação dos usuários dos serviços envolvidos em virtude de uma mudança de postura de

alguns profissionais dos mesmos. Acreditamos que a efetivação do projeto Construindo

Cidadania poderá trazer muitos benefícios para os cidadãos do município, diminuindo o poder

da política assistencialista e coronelista presente, em especial, nas cidades interioranas.

É possível inferir que o fato de possibilitar aos cidadãos maior conhecimento dos seus direitos

e deveres e favorecer a autonomia e pleno exercício da cidadania é um dos obstáculos que

dificulta a efetivação do projeto, uma vez que altera a relação de poder e diminui a

vulnerabilidade de indivíduos, a princípio, marginalizados.

Entretanto, é necessário cautela nas afirmações, pois ainda não foi possível mensurar nenhum

dado/resultado de forma objetiva e concreta. Além disso, não foram localizados, na literatura

atual, protocolos de mensuração dos impactos do projeto na população atendida. Após a

implantação e efetivação das ações, faz-se necessário investimentos de pesquisa em

métodos/protocolos de avaliação dos impactos das ações do projeto na autonomia e exercício

da cidadania dos indivíduos atendidos pelo projeto.

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