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Condominio e Soluções

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CONDOMÍNIO & SOLUÇÕES

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O NASCIMENTO DE UM CONDOMÍNIO

Por Márcio Rachkorsky

Autor do livro : “ Tudo o que você precisa sabersobre condomínios.E.Saraiva, 2009.

Um condomínio advém da realização de um empre-endimento imobiliário, normalmente executado porincorporadores e construtores. Para comercializar asfuturas unidades autônomas, a Lei 4.591/64, impõe aoempreendedor a necessidade de registro da incor-poração imobiliária perante o Oficial de Registro deImóveis. Isso é feito por meio do arquivamento dememorial descritivo do imóvel, certidões, plantas,minuta da convenção de condomínio, quadros de árease demais documentos.

Em seguida, após o término das obras e obtençãodo ‘habite-se’, documento que atesta que o imóvel foiconstruído de acordo com as exigências da prefeitura,a mesma Lei 4.951/64, determina que seja efetuado oregistro da especificação e instituição de condomínio,oportunidade em que são expedidas as matrículas decada unidade autônoma.

Depois disso, ocorre a assembleia de instalaçãooficial do condomínio, com a eleição do primeiro síndicoe aprovação da primeira previsão orçamentária, mo-mento em que o condomínio está formal e legalmenteinstalado.

A palavra condomínio significa ‘propriedade comum’ou propriedade com mais de um titular. Na Idade Médiajá existia um sistema de propriedade muito semelhanteao condomínio atual. Há relatos de um grande incêndionessa época que destruiu muitas casas, deixandomilhares de famílias sem residência. Obrigados aconstruir suas novas casas em espaços menores e,diante da necessidade de economizar tempo e dinheiro,as famílias se agruparam em pequenas comunidades,

levantando edifícios por pisos. Os resultados forammagníficos e comemorados pelos chamados ‘arquitetosreais’.

O condomínio em edifício, hoje denominadocondomínio edilício, esta previsto em lei e o novo CódigoCivil dedicou um capítulo especial sobre esse tema,valendo citar:

Artigo 1.331: Pode haver, em edificações, partes quesão de propriedade exclusiva, e partes que são depropriedade comum dos condomínios.

§ 1° As partes suscetíveis de utilização independente,tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas,sobrelojas ou abrigos para veículos, com as respectivasfrações ideais no solo e nas outras partes comuns,sujeitam-se à propriedade exclusiva, podendo seralienadas e gravadas livremente por seus proprietários.

§ 2° O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a redegeral de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade,a calefação e refrigeração centrais, as demais partescomuns, inclusive o acesso ao logradouro público, sãoutilizados em comum pelos condôminos, não podendoser alienados separadamente, ou divididos.

§ 3° A cada unidade imobiliária caberá, como parteinseparável, uma fração ideal no solo e nas outraspartes comuns, que será identificada em forma decimalou ordinária no instrumento de instituição docondomínio.

Diante do que acabamos de destacar, é possível dizerque a legislação brasileira para condomínios éextremamente avançada, servindo inclusive de modeloe inspiração para outros países em desenvolvimento.

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NOVOSOFTWARE NA

GESTÃOCONDOMINIAL

Por Rafael Rios

CURTAS

- O uso da tecnologia revolucionou a gestãocondominial.Seja na área da administração ou dasegurança.Muitas ferramentas utilizam a internet comoveículo que diminui as distâncias.

Antenada às necessidades e exigências do mercado,e para facilitar a vida dos síndicos, a Petra SoluçõesCondominiais desenvolveu o primeiro sistematotalmente voltado à gestão condominial – O SistemaIntegra, ferramenta construída especialmente paraauxiliar no controle das atividades executadas peloscolaboradores dos condomínios (profissionais deportaria, agentes de limpeza, zeladores, garagistas,etc.), disponibilizando e armazenando informações dodia a dia, manutenções preventivas, manutençõesnecessárias quando equipamentos entram em colapsoou pane, reserva das áreas comuns, pesquisas desatisfação, empréstimos de objetos do condomínio,controle das chaves, controle de quem acessa ocondomínio tais como: visitantes e prestadores deserviços.O sistema disponibiliza também procedimentosde rotina que orienta como as atividades devem serexecutadas pelos colaboradores, entre outras. Asinformações constantes no sistema, sustentam açõesque poderão ser executadas pelos síndicos oucolaboradores em geral, de forma proativa, se anteci-pando as adversidades da comunidade condominial.

Para isso, basta que o condomínio ou síndicodisponibilize um computador com acesso à Internet emediante a um pequeno contrato mensal, síndicos,membros da administração, colaboradores emoradores, poderão compartilhar informações sobre :

- se a troca de turno foi realizada de maneira responsável;- se houve algum tipo de problema causado por atividadesrealizadas por terceiros no condomínio;- se houve algum tipo de ocorrência que os colaboradorespossam atuar, de maneira proativa, para resolução doproblema;- se houve acréscimo no consumo de água, gás ou energiaelétrica, causado por algum tipo de descontrole;- que atividades de limpeza foram realizadas nocondomínio em determinado dia, na semana, no mês, ouem qualquer período desejado, por quem e quanto tempofoi necessário para realizar as atividades registradas;- quanto tempo e que empresa realizou atividadesterceirizadas pelo condomínio;- se o morador está satisfeito com os colaboradores, comos serviços prestados pelas empresas terceirizadas ou coma própria administração do condomínio.

[email protected]

Mudanças

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QUASE PRONTO!O Mané

Garrincha está83% concluído

Maqueteeletrônica do

Estádio Nacionalde Brasília Mané

Garrincha

Neste começo de ano, Brasília tem mais um motivopara comemorar: 83% da construção do EstádioNacional de Brasília Mané Garrincha está finalizada eo restante segue em ritmo acelerado. Agora, a obracaminha para mais uma etapa: a montagem dacobertura. No anel de compressão já estão sendo

instaladas as placas-base que permitirão fixar aestrutura. Ao todo, são 48 peças, pesando 2,4t cadauma.

Cobertura - A cobertura do Estádio Nacional deBrasília Mané Garrincha é uma das inovaçõestecnológicas que a obra exibirá. Funcionando como

PARA EX-TERCEIRIZADOEm depoimento à revista Condomínios e Soluções,

Wanderley, funcionário de uma empresa do ramo,acredita que, pelo contrário, a tendência da terceiri-zação em Brasília é crescer e muito.

Com bastante conhecimento de causa, ele acreditaque mesmo fora da área específica de condomínios,uma boa parte da mão de obra da Esplanada dosMinistérios, que movimenta a máquina federal emBrasília, é terceirizada e não cobram o equivalente aosconcursados.

Para Wanderley, este setor da economia só tende acrescer. Ele que durante muitos anos trabalhou naempresa Dinâmica, de uma deputada distrital, comoterceirizado no setor judiciário, especificamente noSupremo Tribunal Federal.

EMPRESÁRIO A FAVOR DA PROIBIÇÃOEu, Érico Felipe Cotrim, como fornecedor de equi-

pamentos e soluções técnicas de limpeza profissional,através da Dometec-DF, acredito que cabe a nós,administradores sem fins lucrativos, defender sempre aposição que socialmente é menos danosa aos fun-cionários. Acho extremamente oportuna essa decisãojudicial em Limeira-SP, que seja o gatilho para umadecisão a nível nacional. Nossa sociedade sofre asconsequências de uma velocidade de mudanças, queacabam por marginalizar aquele trabalhador, que pornão ter tido condições de se autopreparar, se vê cada

vez mais recusado a qualquer vaga de emprego porfalta de qualificação. Quantos empregos forameliminados, após o disparo cibernético? Não sou contraa evolução, mas contra a velocidade de evolução,incompatível com os mais pobres e de menos recursos.Parabéns à Limeira, pois está dando uma chancehumanitária, para o desenvolvimento gradual da suaclasse mais pobre, de zeladores, faxineiros, vigias, agoracabe a nós síndicos melhor prepará-los como profissio-nais e brasileiros!

1Jurisprudência é um conjunto de decisões judiciais num mesmosentido, indicando uma tendência a ser seguida por outrasdecisões futuras.

Donos de lotes vazios em condomínios ou moradoresque não terminaram de construir suas casas até 31 dedezembro de 2006, vão usar decisões da justiçatomadas em 2012 para lutar contra licitação dos “seus”terrenos. Sentenças mandaram a Terracap vender osimóveis diretamente aos ocupantes e não oferecê-losem concorrência pública, como prevê o Termo deAjustamento de Conduta-TAC, firmado entre o GDF e oMinistério Público.

CURTAS

OS LOTES VAZIOS

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O PAPEL DA ADASAEntrevista com o Presidente da Adasa

Muita gente já viu ou ouviu falar da Sigla Adasa,masnem todo mundo sabe o seu significado , e qual o seupapel. A Adasa é a Agência Reguladora de Águas, Energiae Saneamento Básico do Distrito Federal. É dotada deautonomia patrimonial, administrativa e financeira.Acompanha, regula e fiscaliza o ciclo completo do uso daágua em todo DF e simultaneamente, define regras econdições para os serviços de abastecimento e doesgotamento sanitário, inclusive tarifas. Regula tambéma energia, como por exemplo: o gás canalizado e osprodutos derivados do petróleo. Criada em 2004 ela épresidida pelo engenheiro Vinicius de Sá Benevides, quenos recebeu para uma breve entrevista.

1. Presidente, a Adasa garante, que até 2015, osmananciais do DF conseguem atender a demandalocal de água, e depois?

Estudos recentes, feitos no âmbito do Plano deGerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do DistritoFederal (PGIRH), concluído e aprovado junto ao Conselhode Recursos Hídricos (CRH-DF), dentro do processo decenarização, indicam valores favoráveis que possibilitamvislumbrar ambientes possíveis ou mesmo prováveis defuturo com vistas à implementação de políticas públicasde longo prazo que garantem o crescimento econômicode forma sustentável, para os horizontes de 2020, 2030 e2040.

É importante destacar que a cenarização considerada- cenário tendencial –pressupõe que a economia no âmbitodistrital evolui no mesmo ritmo das taxas de crescimentoatual, refletindo principalmente, o crescimento domercado interno.

Um importante elemento deste cenário corresponde,precisamente, à qualidade da gestão que é feita dosrecursos hídricos, isto é, o grau de efetividade e fiscalizaçãodas restrições que visam proteger os recursos hídricos, bemcomo o grau de eficiência dos sistemas de extração eabastecimento de água e dos manejos produtivosagropecuários e industriais que utilizam recursos hídricos,entre outros.

Os principais itens de melhoria de gestão que podemresultar em modificação da demanda, foram assim

identificados: (i) redução das perdas físicas dos sistemasde distribuição de água urbana; (ii) introdução de novosmanejos mais eficientes nos sistemas de irrigação; e(iii) incorporação de três novas captações da Compa-hia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal(Caesb) – sistemas Bananal, Lago Paranoá e Corumbá.

Embora a bacia do Rio São Marcos apresente déficit,indicando que as medidas de gestão não serão suficientespara sanar a indisponibilidade hídrica na bacia, o focodeverá estar dirigido para o uso da irrigação, querepresenta valor em torno de 99% das vazões máximastotais de retirada superficial, pois é a irrigação o principalsegmento usuário de água responsável pelo crescimentodo consumo.

As boas práticas do reuso da água constituem outroaspecto que destacamos no contexto da gestão de recursoshídricos. A água é um bem natural que está se tornandocada vez mais raro e caro. Reutilizá-la é de fundamentalimportância para a economia das empresas, para o bolsodos cidadãos, dos governos e para o meio ambiente.

Muitas empresas já reutilizam a água usada emprocessos industriais no mesmo ciclo de produção apósseu tratamento, em suas próprias dependências.

Numa residência, por exemplo, a água de banho

Engenheiro Vinicius de Sá Benevides

Engenheiro Vinicius de Sá Benevides

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Água tratada: a prioridade é o consumo humano

A segunda parte desta matériaserá publicada na próxima edição.

poroso e no sistema fraturado).O uso para abastecimento humano é responsável

pela maioria das outorgas subterrâneas concedidas,representando mais de 52% do total outorgado.

Alguns dados interessantes valem ser citados: nasbacias hidrográficas do rio Maranhão, do rio SãoBartolomeu e do rio São Marcos, o abastecimentohumano, por poços artesianos, chega corresponder acerca de 73%, 90% e 100%, respectivamente.

4. Pode chegar o momento em que haverá controlede uso de água potável nas piscinas e nas lavagensde automóveis?

Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursoshídricos é para o consumo humano e a dessedentação deanimais, conforme previsto na Lei Federal 9.433/97 ena Lei Distrital 2.725/2001. Nesse sentido, sempre quea disponibilidade hídrica dos mananciais alcançar níveisde restrições, a vazão inicialmente outorgada poderáser reduzida na quantidade suficiente para atendimentoa essas finalidades.

Poderá ser solicitado ao órgão responsável pelo serviçode distribuição de água potável, no caso a Caesb, quedetermine as reais necessidades de vazão, para atenderos usos prioritários nos meses de estiagem, e que exerça afiscalização, junto ao usuário, no sentido de coibir usosmenos nobres da água tratada, como irrigação de jardins,lavagem de carros e calçadas, entre outros.

5. No período de estiagem a Adasa restringe o usodas águas nas irrigações das chácaras. Há pos-sibilidade de o fato ser revertido?

Já está acontecendo isto, mas com a participação econsenso dos usuários. Os usuários repartem emcomum acordo a quantidade de água a ser consumidanos períodos mais críticos de estiagem, sendo a Adasamediadora do processo de gestão descentralizada.Exemplo desse processo é o realizado pela Adasa nabacia hidrográfica do ribeirão Pipiripau. Ele tem porbase o Marco Regulatório definido pela Resolução ANAnº 127, de abril de 2006, que estabeleceu procedimentose critérios de outorga de direito de uso de recursos hídricosa serem observados pelos usuários já outorgados, bemcomo para os novos atos de outorga de direito de uso derecursos hídricos.

A regra básica é que os atos de outorga na bacia doribeirão Pipiripau observarão as restrições decorrentes dobalanço entre disponibilidade hídrica e demanda, emtermos quantitativos, realizados de forma integrada noâmbito da bacia, e a necessidade de manutenção devazões mínimas remanescentes nos pontos de controleao final de cada um de seus trechos.

Toda vez que o monitoramento verificar que as vazõesatingem valores iguais ou inferiores ao estabelecido emqualquer ponto de controle, a realocação de uso énegociada e acordada pelos usuários, redimensionando-se os quantitativos, em meses determinados, em cadatrecho da bacia, visando ao atendimento dos usosestabelecidos.

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Regularização de condomínios no DF,um sonho cada vez mais distantePor Júnia Bittencourt

Júnia Bittencourt - Advogada e Presidente daUnião dos Condomínios e Associações de

Moradores no Distrito Federal (Única)

Quem no DF não ouviu falar da regularização decondomínios? O assunto é recorrente em todas asmídias, um sério problema que se arrasta há mais de25 anos. Milhares de pessoas, independente de classessociais, aguardam pacientemente a entrega dasescrituras dos lotes que ocupam. Uma solução queaconteceu. A história se repete de quatro em quatroanos sem nenhum planejamento ou estratégia queponha fim ao problema. A confusão fundiária do DF, sóagrava a situação, além da postura intransigente doMinistério Público quando se trata de regularização demoradia ocupada de maneira irregular no DF.

O Governo do Distrito Federal (GDF) e o MinistérioPúblico do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nãose entendem, questionamentos surgem a toda hora epor mais que sejam resolvidos, logo aparecem outros.Um vai e vem sem objetivo e compromisso. Um exemploé a execução do famoso Termo de Ajustamento deConduta (TAC) dos Condomínios, um tipo de contratocheio de obrigações para todos os envolvidos,principalmente o morador. Ocorre que, aquele quemora, não foi sequer convidado a discutir os termos dodocumento, só sofre as sanções.

Situações peculiares acontecem nos chamadoscondomínios irregulares no DF. Primeiramente, todo equalquer parcelamento irregular ou clandestino deterras, tem nome de condomínio. Grandes áreasocupadas por população de baixa renda, sem qualquerinfraestrutura pública, têm nome de condomínio.Cidades inteiras na ilegalidade também recebem nomede condomínio.

Apesar da legislação hoje em vigor flexibilizar aregularização para estas áreas, questões ambientais efundiárias são impeditivas para que elas saiam dopapel, deixando prevalecer somente o discurso político.Em todo Brasil, o processo de regularização de áreasinformais vem avançando. Infelizmente, no DistritoFederal os procedimentos patinam e não saem do lugar.A descontinuidade nas ações governamentais aliadasà burocracia e aos diversos interesses envolvidos,prejudicam o andamento do processo, além de deixara população descrente de que a regularizaçãoefetivamente aconteça.

Por outro lado, existem também os verdadeiroscondomínios, constituídos como tal, em um momentoque não existiam programas habitacionais para

população de média renda. São aqueles ocupadosgeralmente por funcionários públicos assalariados, quemuitos insistem em chamar de “ricos”.

O perfil equivocado dificulta a regularização doslotes nessas localidades. O rigor para legalizar terrenode “rico” é bem maior que o do pobre. Quem dera setodos fossem realmente ricos, na realidade sãotrabalhadores que construíram sozinhos, dentro dacapacidade de cada um, a sua moradia e de sua família,sem nenhum investimento público. Alguns com maispoder econômico, outros com menos. Tanto é que sevê, em um condomínio, todo tipo de construção, paratodos os bolsos. Também é fato que o tempo passa e asvidas das pessoas melhoram, refletindo na própriaqualidade de vida. As boas casas são fruto de muitosanos de trabalho e não de enriquecimento sem causa.

Outra situação peculiar é a forma como se discute aregularização. Em alguns momentos tentam compararo morador com grileiros, parceladores irregulares deterras, verdadeiros párias da sociedade. Esquecem quesão apenas pessoas buscando moradia, segurança equalidade de vida em cidades que o imóvel legal é umdos mais caros do país. Já em outros, reconhecem asocupações, lançam impostos como nas áreas formais.No entanto, não garantem a contrapartida dainfraestrutura pública.

Certo é que os condomínios são uma realidade noDF. Existem, as pessoas moram, estudam e trabalhamnessas localidades. Se houve danos ao meio ambientee ao urbanismo planejado das cidades, precisam sermitigados. A população que mora em condomíniosreconhece suas responsabilidades, mas espera bomsenso por parte dos que comandam a regularização. Omorador não é o único culpado da ocupação irregulardo DF. A necessidade de morar é omissão dos órgãospúblicos para com o problema, e devem ser levadosem conta no momento da regularização. De nada vaiadiantar atrasar o fim da história, sob qualquerargumento, seja ele jurídico, ambiental ou urbanístico.O que realmente precisa ser encarado é a realidade.Independente de ser de baixa, média ou alta renda, oscondomínios precisam ser legalizados. O morador, ascidades e o meio ambiente agradecem!

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A história dos puxadinhos no comércio em Brasíliase arrasta por anos. Os moradores invasores dosterrenos das quadras 700 norte e sul, nem se fala.Muitos defendem as invasões do espaço público porquestão de segurança. Porém, há casos que ultra-passam o bom senso, o respeito às leis e passa a seruma manobra para valorização imobiliária. Depois dadecisão judicial que derrubou a expansão de duas lojasna quadra 105 da Asa Norte, os comerciantes pedemuma lei que regulamente a expansão, como aconteceuna Asa Sul. Por terem arquitetura e construções dife-rentes, a lei que se aplica na Asa Sul não pode ser

aplicada na Asa Norte. Portanto, será absorvido maistempo na Assembleia Legislativa e na Justiça. AFederação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Distrito Federal até que tentou estender os efeitosda lei complementar 766/2008, mais conhecida comoLei dos Puxadinhos, também ao comércio da Asa Norte.Em vão. No final de Abril a Câmara Legislativa aprovouprojeto de lei complementar que amplia o prazo paraque os comerciantes da Asa Sul regularizem a situaçãodas áreas ocupadas irregularmente. O prazo foi prorro-gado até 30 de Abril de 2013. No mesmo mês de Abrildeste ano o Tribunal de Justiça decidiu manter asnotificações para demolições de puxadinhos na AsaNorte.

puxadinhosOs velhos

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O Papa e o Deputado por Domingos Sabino Diniz

O deputado estadual Saulo Diniz procurava se reelegerpela quarta vez para ocupar uma cadeira na AssembleiaLegislativa do Estado de Minas Gerais, na década de 60. Emque pese sempre obter uma votação representativa quepoderia levá-lo à Câmara Federal, o deputado acreditavaque estar perto do eleitorado, escutando as suasreivindicações era uma das fórmulas que poderia levá-lo,um dia, ao Governo do Estado de Minas Gerais. Além disso,por ser amigo de Juscelino Kubitschek e líder da bancada, econsiderando que as conjunções políticas na época lhe eramfavoráveis, julgava importante manter-se ocupando umacadeira na Assembleia Legislativa.

Entretanto, o deputado começava a encontrar certaresistência para se reeleger, já que a mídia o apontava comodeputado de esquerda, o que sabiamente nunca confessou,por razões óbvias, tendo em vista a origem política da suafamília: o seu pai Henrique Diniz e irmãos Bráulio, Dimitrieffe Henrique Diniz Filho, eram participantes ativos de célulasdo execrado e perseguido Partido Comunista, em Moscou,Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

A criatividade, inteligência, coragem, ousadia e abagagem cultural levaram posteriormente o deputado SauloDiniz a alçar voos inimagináveis na política: foi deputadoem quatro legislaturas, ministro do TCDF, delegado do Brasilna Organização Internacional do Trabalho (OIT), emGenebra, e Embaixador Plenipotenciário.

A sua reconhecida capacidade de realização possibilitou-lhe ser o criador do Instituto Histórico e Geográfico de Brasília,da Associação Brasileira de Amparo aos Leprosos (ABAL)–MGe do Instituto de Medicina Nuclear – MG, quando o tema noprimeiro mundo ainda era considerado, mesmo no setor demedicina, uma possibilidade esdrúxula.

Mas as realizações não pararam por aí. O deputado tam-bém criou organizações e promoveu encontros internacio-nais tendo como tema a história universal, além de outrosprojetos sociais que beneficiaram as camadas mais pobresdo estado de Minas Gerais.

Mas o coroamento das realizações do deputado SauloDiniz deu-se com a criação da Usiminas, história extra-ordinária, caracterizada pela ousadia, inteligência eprincipalmente criatividade, que foram alvos de matériasna revista Veja, no jornal Folha de São Paulo e no Jornal deBrasília, quando do aniversário da Siderúrgica. Mas esta éuma história para outra ocasião.

O deputado Saulo Diniz, percebendo que sua reeleiçãocorria sérios riscos por estar sendo apontado comosimpatizante do Partido Comunista, convidou a sua esposa,

Maria da Conceição Sabino Diniz (irmã do escritor FernandoSabino) para uma viagem à cidade de Roma, com oargumento de que iria obter do Papa uma benção pelacriação da Associação Brasileira de Amparo aos Leprosos(ABAL). A esposa do deputado, conhecedora da efervescenteimaginação do marido, procurou não questioná-lo, para nãolhe criar ansiedade, mas previa que poderia acontecer algoinusitado. Entretanto, como católica fervorosa, ela viu naatitude do marido uma possibilidade ímpar de estar com oPapa e aceitou.

Percebendo que precisava de mais argumentos quejustificassem a solicitação da audiência, o deputadolembrou que algumas condecorações poderiam dar um aspectooficial ao encontro e que as normas e liturgias que sãonecessárias para agraciar o personagem são tão criteriosas quemuitas das vezes o agraciado se sente constrangido emnão recebê-las. Entretanto, havia um problema: ele não estavaem missão oficial.

Depois de muito pensar numa solução para a questão,lembrou-se da Rua da Alfândega no Rio de Janeiro, que secaracteriza por ser um comércio que vende todo tipo debugigangas. E foi lá que, algumas horas antes do embarqueno aeroporto Santos Dumont, o deputado conseguiu umafaixa com as cores da bandeira nacional e um brasão dedifícil interpretação. E assim nascia a “Associação Brasileirade Amparo aos Leprosos” (ABAL) pela qual o Papa Pio XIIseria o primeiro a ser agraciado.

Chegando a Roma, Saulo Diniz dirigiu-se ao Vaticano,onde foi recebido pelo bispo que era o “I Maestro di Câmeradi S. S.”, e lá ele fez a seguinte explanação:

”Venho a Roma solicitar a Sua Santidade, o Papa Pio XII,uma benção para a Associação Brasileira de Amparo aosLeprosos (ABAL) que estou criando. Gostaria de lembrar queo estado de Minas Gerais tem o maior número de possui-dores de hanseníase do Brasil e este fato é muito importantee simbólico, porque lembra uma passagem bíblica. Em razãodisto, trouxe uma comenda da Associação para agraciar oPapa Pio Xll, pela benção que iremos receber. A comendarepresenta a nossa gratidão, como se fosse o retorno doúnico leproso que voltou para agradecer a Jesus.”

”Honorável deputado Saulo Diniz, que aqui está com asua digníssima esposa, a quem saúdo com a benção de Deus,me permita a franqueza: o que Vossa Excelência estápleiteando, eu não tenho nenhum óbice. Mas devo lembrara Vossa Excelência que uma audiência com o Papa é solicitadano mínimo com 2 anos de antecedência, a não ser que seja umChefe de Estado. No entanto, Vossa Excelência chegou ontem

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