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CONDICIONANTE IV LS PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO EMPREENDIMENTO LINHA DE TRANSMISSÃO PARQUE EÓLICO DESENVIX CAMPANHA 1 Dezembro 2010

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CONDICIONANTE IV LS

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA DA ÁREA

DE INFLUÊNCIA DIRETA DO EMPREENDIMENTO

LINHA DE TRANSMISSÃO

PARQUE EÓLICO DESENVIX

CAMPANHA 1

Dezembro 2010

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APRESENTAÇÃO

A Papyrus Soluções está implementando o Programa de Monitoramento da Fauna

na área de influência da Linha de Transmissão do Parque Eólico da Desenvix

(Macaúbas, Seabra e Novo Horizonte), localizado no município de Brotas de

Macaúbas, Bahia, que se encontra em fase de implantação, seguindo o escopo

apresentado ao IMA – Instituto do Meio Ambiente da Bahia no âmbito do

licenciamento ambiental do empreendimento.

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REALIZAÇÃO

DESENVIX S/A

Alameda Araguaia, 3571, Conj. 2014 – Barueri – São Paulo Tel: (48) 3031-2500

EXECUÇÃO

PAPYRUS SOLUÇÕES Consultoria e Treinamento em Meio Ambiente, Qualida de e Saúde e Segurança do Trabalho Av. Amarílio Thiago dos Santos, 21-D, Centro – Lauro de Freitas – Bahia Tel: (71) 3288-3821/ 9125-2850/ 8794-1011 – E-mail: [email protected] Coordenação Geral

Charlene Neves Luz

Mestre em Engenharia Ambiental Urbana. MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Bacharel em Urbanismo. Técnica em Meio Ambiente.

Coordenação Técnica

Ricardo Hortélio Cruz Rios

MBA em Auditoria e Gestão Ambiental. Biólogo.

Equipe Técnica

Angelo Giusepe Rodrigues Brasileiro

Bacharel em Ciências Biológicas com ênfase em biologia animal.

Renata Suellen J. Santos

Bacharel em Ciências Biológicas.

Thiago Filadelfo Miranda

Bacharel em Ciências Biológicas.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 5

2. METODOLOGIA ........................................ ................................................................... 7

2.1 MASTOFAUNA...................................................................................................... 7 2.1.1 LIVE TRAP ............................................................................................................... 8 2.1.2 CÂMERA TRAP........................................................................................................11 2.1.3 PROCURA VISUAL ATIVA (PVA) POR VESTÍGIOS EM TRANSECTOS ..............................11 2.2 AVIFAUNA............................................................................................................11 2.2.1 CAPTURA COM REDE DE NEBLINA .............................................................................12 2.2.2 LISTAS DE 10..........................................................................................................14 2.2.3 PADRÕES DE COMPORTAMENTO DE VÔO, RISCOS DE MORTE E MORTALIDADE DE AVES16 2.3 MORCEGOS (QUIROPTEROFAUNA)..................................................................17

3. RESULTADOS......................................... ....................................................................20

3.1 MASTOFAUNA.....................................................................................................20 3.1.1 LIVE TRAP ..............................................................................................................21 3.1.2 CÂMERA TRAP........................................................................................................23 3.1.3 PROCURA VISUAL ATIVA (PVA) POR VESTÍGIOS EM TRANSECTOS ..............................24 ESPÉCIES NÃO AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO ...............................................................29 ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO........................................................................33 3.2 AVIFAUNA............................................................................................................36 3.2.1 RIQUEZA E COMPOSIÇÃO ESPECÍFICA DA AVIFAUNA...................................................36 3.2.2 ANILHAMENTO ........................................................................................................44 3.2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ESPÉCIES AMEAÇADAS.......................................................48 3.3 MORCEGOS (QUIROPTEROFAUNA)..................................................................48

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................... ..........................................................56

5. REFERÊNCIAS............................................................................................................59

6. ANEXOS ......................................................................................................................70

6.1 ANEXO I: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAIS..........................70 6.2 ANEXO II: DADOS BRUTOS DOS MAMÍFEROS REGISTRADOS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO PARQUE EÓLICO DA DESENVIX - NOVEMBRO/2010..........72 6.3 ANEXO III: PRANCHA DE FOTOS – MONITORAMENTO DA AVIFAUNA ............73

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1. INTRODUÇÃO

O local em estudo está localizado no centro-sul da Bahia, inserido nas depressões

interplanálticas semiáridas do nordeste no domínio morfoclimático da caatinga (Ab’

Sáber, 1981), seu relevo é levemente ondulado, o solo é raso e pedregoso sobre o

embasamento cristalino. Ocorrem chuvas geralmente torrenciais com pouca

retenção de água pelo solo, favorecendo a ocorrência de enxurradas. O clima é seco

e com estação chuvosa no verão.

A vegetação característica é a caatinga arbustiva aberta com baixa riqueza de

espécies, com o predomínio entre as associações de Mimosa, Caesalpinia e

Aristida, com a presença de áreas de pasto em campo aberto.

O Programa de Monitoramento da Fauna é condicionante da Licença simplificada do

empreendimento. O desenvolvimento do referido Programa é de suma importância

visto que pode garantir uma benéfica interação entre empreendimento e o

ecossistema que pertence, além de potencializar impactos positivos e minimizar os

efeitos dos negativos.

Os pontos amostrais para o monitoramento da Linha de Transmissão e do Parque

Eólico da Desenvix foram os mesmos, já que suas áreas de influência se sobrepõem

quase que na totalidade, otimizando assim o esforço amostral e melhorando as

respostas ao monitoramento.

O Programa de Monitoramento da Fauna segue às recomendações de mitigação

dos impactos à fauna silvestre apresentada nos estudos ambientais do referido

empreendimento. A coleta de dados foi realizada conforme metodologia proposta no

Programa de Monitoramento da Fauna da área de influência direta do

empreendimento.

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O presente relatório contém a apresentação, metodologia e discussão dos

resultados obtidos na execução da Primeira Campanha de Monitoramento da Fauna,

realizada no período de 14 a 20 de novembro de 2010.

As campanhas de Monitoramento da Fauna são realizadas com frequência bimestral

(Quadro 1 ) e são tratadas de uma forma especial, avaliando as populações com a

finalidade de minimizar os impactos causados pela Linha de Transmissão do Parque

Eólico DESENVIX.

Quadro 1: Cronograma do Monitoramento das Espécies Ameaçadas e Vulneráveis a Extinção

Campanha 1 2 3 4 Fauna Novembro 2010 Janeiro 2011 Março 2011 Maio 2011

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2. METODOLOGIA

A área de estudo da coleta dos dados para Monitoramento da Fauna está inserida

na Área Diretamente Afetada (ADA) da Linha de Transmissão do Parque Eólico

DESENVIX. De acordo com o método de levantamento de dados foram utilizadas

diferentes áreas, o mapa com a localização destas encontra-se no Anexo I .

2.1 MASTOFAUNA

A execução da campanha de monitoramento demanda um dia de implantação das

armadilhas e cinco dias de coleta de dados efetivo.

Foram utilizadas três metodologias para levantamento de dados, sendo a malha

amostral citada no Quadro 2 .

Quadro 2: Malha amostral

Área Amostral Coordenadas

A01 0789541E 8634836N

A02 0788862E 8639960N

A03 0789682E 8637056N

A04 0787321E 8639694N

A05 0791314E 8637034N

C01 0787321E 8639694N

C02 0788738E 8639904N

C03 0789516E 8637042N

C04 0791314E 8637034N

C05 0788995E 8634430N

V01 0789541E 8634836N

V02 0788862E 8639960N

V03 0789682E 8637056N

V04 0787321E 8639694N

V05 0787321E 8639694N

V06 0788995E 8634430N

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2.1.1 Live Trap

Foram distribuídas 10 armadilhas Live trap, sendo oito Tomahawk e duas Sherman,

em cada uma das cinco áreas amostrais, totalizando 50 armadilhas por campanha

durante cinco dias, resultando um esforço amostral de 6.000 horas.

Em cada área amostral as armadilhas foram dispostas equidistantemente 20m uma

da outra. As armadilhas foram posicionadas no solo, a fim de capturar exemplares

de pequenos e médios mamíferos, especialmente roedores e marsupiais.

Área Amostral 1 (0789541E/8634836N): fitofisionomia de Grosseiro, as armadilhas

ficaram dispostas ao longo de uma trilha abandonada, aproximadamente, a 100m da

faixa dos aerogeradores.

Área Amostral 2 (0788862E/8639960N) (Figura 1 ): fitofisionomia de Capoeira, as

armadilhas ficaram dispersas aleatoriamente, aproximadamente, a 100m da faixa de

servidão da linha de transmissão (LT) que sai da futura subestação do

empreendimento.

Figura 1: Área amostral 2 (A02), local de instalaçã o de

armadilhas Live Trap, 0788862E/8639960N

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Área Amostral 3 (0789682E/8637056N) (Figura 2 ): fitofisionomia de Capoeira, as

armadilhas ficaram dispersas aleatoriamente, aproximadamente, a 1.000m do

canteiro de obras do empreendimento.

Figura 2: Área amostral 3 (A03), local de instalaçã o de

armadilhas Live Trap, 0789682E/8637056N

Área Amostral 4 (0787321E/8639694N) (Figura 3 ): fitofisionomia de Carrasco, as

armadilhas ficaram distribuídas ao longo de uma trilha secundária,

aproximadamente, a 100m do acesso III à faixa de servidão dos aerogeradores.

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Figura 3: Área amostral 4 (A04), local de instalaçã o de

armadilhas Live Trap, 0787321E/8639694N

Área Amostral 5 (0791314E/8637034N) (Figura 4 ): fitofisionomia borda de Carrasco

com Capoeira, as armadilhas ficaram dispostas na borda da mata.

Figura 4: Área amostral 5 (A05), local de instalaçã o de

armadilhas Live Trap, 0791314E/8637034N

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2.1.2 Câmera Trap

As Câmeras Trap são armadilhas fotográficas automáticas sensíveis a movimento

para registro e monitoramento de médios e grandes mamíferos, funcionando durante

24h.

Foram distribuídas duas unidades em cada uma das cinco áreas amostrais: C01

(0787321E/8639694N), C02 (0788738E/8639904N), C03 (0789516E/8637042N),

C04 (0791314E/8637034N) e C05 (0788995E/8634430N), próximas as trilhas de

mamíferos silvestres (carreirão), totalizando 10 armadilhas por campanha durante

cinco dias, resultando um esforço amostral de 1.200 horas.

Em cada área amostral as armadilhas foram dispostas uma perpendicular a outra

com distância média de 4m e fixadas em arvoredos a, aproximadamente, 50cm do

solo. Foram utilizadas iscas atrativas de bacon e sardinha a fim de facilitar o registro

das espécies de mamíferos.

2.1.3 Procura Visual Ativa (PVA) por vestígios em t ransectos

Foram percorridos diariamente durante quatro dias, transectos de 200m a procura

de vestígios (fezes, pegadas e/ou pêlos), próximo às Áreas Amostrais escolhidas

para instalação das Live Traps e das Câmeras Trap 04 (V06). O esforço amostral foi

igual a 800m linear por área amostral.

2.2 AVIFAUNA

Para avaliar a dinâmica de estrutura da comunidade de aves durante a fase de

implantação do Parque Eólico e ao longo da fase de funcionamento dos parques

foram utilizadas metodologias de amostragem quantitativa e qualitativa.

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A primeira campanha na área do empreendimento ocorreu em período de chuva na

região. Os trabalhos foram realizados durante os períodos de maior atividade das

aves, da aurora até as 10h30min e das 15h até cerca de duas horas após o

crepúsculo – neste caso, objetivando capturar e/ou registrar as espécies de hábitos

crepusculares e noturnos, como bacuraus e corujas.

Os trabalhos de campo desta expedição totalizam 60h, tendo sido realizados por

dois observadores, ambos experientes com o grupo das aves.

As espécies de aves foram registradas por visualização direta, a olho nu ou com

auxílio de binóculos 10 x 42, ou por reconhecimento das vocalizações específicas.

Para tanto, foram utilizadas gravações de vocalizações de diferentes espécies

emitidas com uso de caixas acústicas portáteis para atrair os espécimes por

“playback” (BUDNEY; GROTKE, 1997; MARION, et al., 1981). Essa técnica é

particularmente indicada para a detecção de aves noturnas, espécies com baixas

densidades, com grandes territórios ou que emitem vocalizações normalmente

pouco audíveis (JOHNSON, et al., 1981). As gravações das vocalizações utilizadas

foram cantos obtidos através de site especializado XENO-CANTO (2010). Estas

também foram utilizadas para identificar, por comparação, cantos ouvidos em

campo.

A identificação das aves foi feita com uso de guias de campo (GRANTSAU, 1988;

RIDGELY; TUDOR, 1994, 2001; DEL HOYO, et al., 1994; SICK, 2001; SIGRIST,

2007; SOUZA, 2004) e por comparação com os registros de vocalizações.

2.2.1 Captura com rede de neblina

As aves foram capturadas com redes de neblina (mist nets) e marcadas com anilhas

coloridas de forma a individualizar os espécimes. Esta marcação permite um

acompanhamento visual dos movimentos territoriais e de área de vida das espécies,

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sendo possível estabelecer se determinados indivíduos se mantiveram em seu

território original ou não, após determinada interferência antrópica no ambiente.

Seis dias foram dedicados à amostragem com redes mist-net. As redes foram

distribuídas por 3 ambientes (G1, G2 e G3) em um total de 9 pontos amostrais

(G1P1, G1P2, G1P3, G2P1, G2P2, G2P3, G3P1, G3P2 e G3P3), cada ambiente

possuía três pontos diferentes que eram amostrados por dois dias consecutivos,

perfazendo nove pontos amostrados ao final da campanha. Cada ponto de

amostragem está eqüidistante mais de 50 m entre si (Quadro 3 ).

Quadro 3: Malha amostral

Entrada para Grupo 1 Entrada para Grupo 2 Entrada p ara Grupo 3

23L 0789660 23L 0792689 23L 0788904

UTM 8634628 UTM 8636626 UTM 8640130

G1P1 G2P1 G3P1

23L 0789615 23L 0792727 23L 0788787

UTM 8634714 UTM 8636792 UTM 8640150

G1P2 G2P2 G3P2

23L 0789552 23L 0792773 23L 0788747

UTM 8634856 UTM 8636808 UTM 8640232

G1P3 G2P3 G3P3

23L 0789501 23L 0792560 23L 0788826

UTM 8634968 UTM 8636786 UTM 8640276

Cada rede possui 12 m de comprimento e foram instaladas em número de três,

formando linhas contínuas de 36 m em cada ponto. Cada linha de redes

permaneceu aberta durante seis horas em cada dia. Com três redes armadas em

três pontos diferentes, durante seis horas por dia, esta campanha produziu 336

horas de rede armada.

Das aves capturadas foram coletados dados biológicos e morfométricos e quando

possível a idade e o sexo. Dados morfométricos de comprimento da cabeça, bico,

tarso, diâmetro do tarso, asa e comprimento total foram aferidos conforme descrito

em Sick (1997). Dados sobre mudas nas penas de contorno, rêmiges e retrizes,

também seguiram o proposto em Sick (1997). A presença de placa de incubação foi

registrada de acordo com a escala de desenvolvimento proposta pelo IBAMA (1994).

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Para as futuras comparações quantitativas, a partir das capturas e entre as

campanhas, seguiremos o procedimento adotado por Roos et al., (2006), que

estabeleceu o número de indivíduos capturados em 100 horas-redes como índice de

abundância, a partir da formula: TC = n x 100 / HR, onde n é o número de indivíduos

capturados na rede; HR é o número de horas-rede da amostra; e TC é a taxa de

captura. A HR será calculada multiplicando-se o número de redes pelo tempo de

operação das mesmas (1 hora-rede significa uma rede de 12 m aberta por uma

hora).

2.2.2 Listas de 10

Os dados qualitativos foram coletados através do método de Mackinnon List

(adaptado de MacKinnon; Phillips 1993; Poulsen, et al., 1997) e foram utilizados

para verificar a riqueza total da área do empreendimento e a suficiência de esforço

amostral pelo método.

A metodologia adotada consistiu na elaboração do maior número de listas, de forma

que, para cada lista fossem registradas as 10 primeiras diferentes espécies

observadas, sendo uma mesma espécie possível de ser registrada em mais de uma

lista, porém nunca na mesma lista.

Quando contatado um registro indireto de uma espécie, este era computado como

integrante da lista que estava sendo elaborada naquele momento (MACKINNON, et

al., 1991; MACKINNON; PHILLIPPS, 1993; HERZOG, et al., 2002). Foram

considerados como registros de presença das espécies de aves os indícios

indiretos, como ninhos, pelotas, penas, carcaças, etc., desde que resultassem em

identificação específica fidedigna.

A elaboração das listas foi feita ao longo de estradas e trilhas próximas às redes de

captura, de maneira que ao término de uma lista fazia-se um distanciamento de 50

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metros para o começo da próxima lista, a fim de se evitar o registro de um mesmo

indivíduo na lista subseqüente.

Registros em literatura especializada também foram utilizados, como livros,

periódicos, citações na internet, além do relatório técnico sobre a avifauna da área

de estudo elaborado em julho de 2009. Isso permitiu registrar a possível ocorrência

das diferentes espécies na região, bem como dados de sua biologia, preferência por

habitat, status, dieta e distribuição, considerando a presença, na área de estudo, dos

tipos vegetacionais em que estas espécies estão associadas. As principais fontes

bibliográficas utilizadas foram: Lima, 2005; Lobão, 2005; Olmos et al., 2005;

Pacheco; Bauer, 2000; Silva et al., 2003, 2005; Santos; Fonseca-Neto, 2009.

Para a categorização quanto ao nível de ameaça de extinção das espécies

registradas, foi utilizada a lista oficial do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2008) e

da União Mundial para Conservação da Natureza (IUCN, 2010). As espécies de

aves residentes, visitantes sazonais do Brasil e endêmicas do bioma Caatinga foram

identificadas através da Lista Primária de Aves do Brasil, do Comitê Brasileiro de

Registros Ornitológicos (CBRO, 2010). A classificação taxonômica das aves também

seguiu a proposta deste Comitê.

A dieta predominante das espécies de aves foi determinada por observações em

campo e por registros em literatura (SIGRIST, 2009; SICK, 2001, SOUZA, 1998),

sendo adotados os grupos tróficos: insetívora, carnívora, necrófaga, vermívora,

frugívora, nectarívora, granívora, onívora, piscívora e malacófaga.

A categorização de espécies de interesse econômico foi baseada em dados de

literatura (SICK 1997; MMA 2009), sendo também consideradas as entrevistas

realizadas, uma vez que uma determinada espécie pode ter interesse econômico em

dada região e não em outra.

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2.2.3 Padrões de comportamento de vôo, riscos de mo rte e mortalidade de

aves

Uma vez que as torres da linha de transmissão estejam instaladas, os padrões de

comportamento de vôo serão avaliados a partir de parâmetros descritos por Percival

(2003), que incluem o número de vôos por ano através do traçado da LT, a

velocidade de vôo da ave e o seu tamanho (comprimento e envergadura da asa),

além de dados sobre o tamanho das torres.

Serão coletadas informações sobre altitude e freqüência de vôo para avaliar o

número potencial de colisões casuais e, dessa maneira analisar os riscos de morte.

Os dados serão correlacionados com variáveis meteorológicas de acordo com Janss

(1998). Para a coleta de dados serão percorridos cinco transectos de 500m de

extensão cada, eqüidistantes 200m. Serão considerados os comportamentos

observados dentro de um raio de 100m.

Os dados sobre mortalidade serão coletados por um monitor (pessoa da

comunidade que será contratada e treinada para esta finalidade). Frequentemente,

ele percorrerá as pistas de acesso ao empreendimento e visitará todas as torres em

busca de aves mortas. A inspeção das torres deverá cobrir uma área

correspondente ao perímetro sob influência da LT. Os indivíduos encontrados

mortos serão acondicionados em sacos plásticos e depositados em freezer com

registro de dados sobre ponto, dia e hora da coleta.

Para uma análise de mortalidade em decorrência de colisões com os torres da LT

serão considerados o número total de aves mortas e freqüência por espécie ao

longo de 30 dias. Esses dados serão correlacionados com as informações de

comportamento de vôo e abundância de cada espécie, além de dados

meteorológicos. O anilhamento previsto será muito útil às analises de movimentação

e mortalidade ao longo da área de estudo.

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Todo material coletado será analisado para a compreensão das variáveis envolvidas

no óbito. Os espécimes coletados deverão ser depositados e tombados na coleção

do Museu de Zoologia da Universidade Federal da Bahia - UFBA.

2.3 MORCEGOS (QUIROPTEROFAUNA)

Os morcegos foram amostrados por meio do uso de redes de neblina, armadas no

sub-bosque (até 3 m de altura), ao longo de trilhas previamente abertas no interior

da área de estudo. Foram utilizadas 9 redes Mist net (Redes-de-neblina), 6 redes

com especificações de 12 metros de comprimento por 3 metros de altura com 15mm

a sua Malha, portando 4 Bolsas, mais 3 redes com especificações de 9 metros de

comprimento por 3 metros de altura com 15mm a sua Malha, portando 4 Bolsas.

As redes foram distribuídas por 3 ambientes (G1, G2 e G3) em um total de 9 pontos

amostrais (G1P1, G1P2, G1P3, G2P1, G2P2, G2P3, G3P1, G3P2 e G3P3), cada

ambiente possuía três pontos diferentes, perfazendo nove pontos amostrados ao

final da campanha. Cada ponto de amostragem está eqüidistante mais de 50 m

entre si (Quadro 4 ).

Quadro 4: Malha amostral

Entrada para Grupo 1 Entrada para Grupo 2 Entrada p ara Grupo 3

23L 0789660 23L 0792689 23L 0788904

UTM 8634628 UTM 8636626 UTM 8640130

G1P1 G2P1 G3P1

23L 0789615 23L 0792727 23L 0788787

UTM 8634714 UTM 8636792 UTM 8640150

G1P2 G2P2 G3P2

23L 0789552 23L 0792773 23L 0788747

UTM 8634856 UTM 8636808 UTM 8640232

G1P3 G2P3 G3P3

23L 0789501 23L 0792560 23L 0788826

UTM 8634968 UTM 8636786 UTM 8640276

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O inicio do trabalho (período amostral) deu-se desde a abertura das redes durante o

crepúsculo as 17:30 horas (Figura 5 ) até as 01:30, quando as redes eram fechadas,

totalizando oito horas (8h) de período amostral a cada noite.

Figura 5: Rede de neblina aberta no momento do crep úsculo. A – Ponto G1P1, B – Ponto

G2P1 (próximo a espécies vegetais em período de flo ração)

A rede era vistoriada a cada quinze minutos e os animais eram retirados

rapidamente para evitar possíveis machucados. Tais animais foram acondicionados

em sacos de algodão para posterior triagem. Após o procedimento de triagem os

animais foram anilhados e soltos.

Os indivíduos eram identificados em campo, com auxílio da chave sistemática de

Vizzoto e Taddei (1973), de cada individuo foram registrados dados sobre

comprimento do antebraço, metacarpo, tíbia, 1ª 2ª e 3ª falanges, peso, sexo, idade e

estágios reprodutivos.

Os dados de comprimento foram obtidos com auxilio do paquímetro e o peso com o

uso do dinamômetro portátil (Pesola ®).

O esforço de coleta foi calculado de acordo com a equação proposta por Straube &

Bianconi (2002): E = ∑A . ∆T . R, na qual ∑A corresponde ao somatório das áreas

A B

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de todas as redes utilizadas na amostragem, ∆T é o intervalo de tempo utilizado nas

coletas e R quantidade de repetições de coletas.

Além da metodologia noturna, como complementação foram feitas procuras de

abrigos diurnos com duração de 2 horas de andada em quadrantes de possíveis

localizações de comunidades (Figura 6 ).

Figura 6: Mina abandonada local muito utilizado

como abrigo diurno pela comunidade de morcegos

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20

3. RESULTADOS

3.1 MASTOFAUNA

Durante a primeira campanha do Monitoramento de Mastofauna foram registradas

oito espécies de mamíferos, sendo que a curva coletora de espécies (Gráfico 1 )

começou a se estabilizar a partir do terceiro dia quando as chuvas se tornaram mais

fortes e constantes. Consequência deste fato foi a baixa frequência das espécies: a

Raposa (Cerdocyon thous) obteve maior frequência 6,67%, em seguida o Gato-do-

mato (Lepardus tigrinus) e o Veado (Mazama sp.), ambos com 2,67%, e as demais

espécies, Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), Tatu-peba (Eupractus sexcinctus),

Gambá (Conepatus semistriatus), Rato-cachorro (Micoureus demerarae) e a

Jaguatirica (Leopardus pardalis), com 1,33% (Gráfico 2 ).

Gráfico 1: Curva coletora de espécies durante a pri meira

campanha de Monitoramento de Mastofauna

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Gráfico 2: Frequência das espécies registradas dura nte a primeira campanha de Monitoramento de Mastofauna

Apresenta-se a seguir os resultados por metodologia.

3.1.1 Live Trap

Durante o período foram realizadas duas capturas, um tatu-bola (Tolypeutes

tricinctus) TAG001 (Figura 7 ) na Área Amostral 1 (A01) e um Rato-cachorro

(Micoureus cf. demerarae) TAG328 (Figura 8 ) na Área amostral 4 (A04).

Figura 7: Tatu-bola ( Tolypeutes tricintus ) capturado em

armadilha Live Trap 01 na ADA

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Figura 8: Rato-cachorro ( Micoureus cf. demerarae )

capturado na armadilha Livre Trap 04 na ADA

Em relação ao sucesso de captura, registraram-se percentuais de 2%, 0%, 0%, 2%

e 0% para as unidades amostrais A01, A02, A03, A04 e A05, respectivamente

(Gráfico 3 ).

Gráfico 3: Sucesso de Captura Relativa (%) à Primei ra

Campanha do Monitoramento de Mastofauna das Unidades Amostrais

Em termos de riqueza, foi obtida uma espécie para a Área Amostral 1 (A01) e uma

espécie para Área Amostral 4 (A04), totalizando número total de indivíduos igual a

dois (Gráfico 4 ).

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Gráfico 4: Número total de indíviduo e Riqueza de

espécies por Área Amostral de Live Trap

3.1.2 Câmera Trap

Câmera Trap 04 (C04): Foi registrada raposa (Cerdocyon thous) (Figura 9 ).

Figura 9: Raposa ( Cerdocyon thous ) registrada na

Câmera Trap 04 na ADA

A metodologia por Câmera Trap por área obteve o sucesso de captura de 0%, 0%,

0%, 10% e 0% para as unidades amostrais C01, C02, C03, C04 e C05,

respectivamente (Gráfico 5 ).

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Gráfico 5: Sucesso de captura por área amostral da

Câmera Trap

O número total de indivíduos e riqueza de espécies para a metodologia de Câmera

Trap obtiveram iguais valores de zero para as áreas C01, C02, C03 e C05 e igual a

um para C04 (Gráfico 6 ).

Gráfico 6: Número total de indivíduos e riqueza de

espécies por área de amostral de Câmera Trap

3.1.3 Procura Visual Ativa (PVA) por vestígios em t ransectos

Foram encontrados três tipos de vestígios de mamíferos: pegada, cama (local que o

espécime costuma a dormir) e fezes. As fezes e a cama de veado (Mazama sp.)

foram registradas na V04 (Figura 10 ).

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Figura 10: Vestígios de Veado ( Mazama sp. ), cama e

fezes, na ADA

Foram registradas nove pegadas de mamíferos distribuídas em seis espécies: uma

de Tatu-peba (Euphractus sexcinctus) (Figura 11 ) na área amostral V03, uma de

Gambá (Conepatus semistriata) (Figura 12 ) na área amostral V05, três de Raposa

(Cerdocyon thous) (Figura 13 ) nas áreas amostrais V02, V04 e V05, um de Veado

(Mazama sp.) (Figura 14 ) na área amostral V04, duas de Gato-do-mato (Leopardus

tigrinus) (Figura 15 ) nas áreas amostrais V03 e V05 e uma de Jaguatirica

(Leopardus pardalis) (Figura 16 ) na área amostral V06.

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Figura 11: Pegada de Tatu-peba ( Euphractus

sexcinctus )registrada na área amostral 03 (V03) na ADA

Figura 12: Pegada de Gambá ( Conepatus semistriata ) na

área amostral 05 (V05) na ADA

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Figura 13: Pegada de Raposa ( Cerdocyon thous )

registrado na área amostral 04 (V04) na ADA

Figura 14: Pegada de Veado ( Mazama sp. )na área

amostral 04 (V04) na ADA

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Figura 15: Pegada de gato-do-mato ( Leopardus tigrinus )

registrada na área amostral 05 (V05) na ADA

Figura 16: Pegada de Jaguatirica ( Leopardus pardalis )

na área amostral 06 (V06) na ADA

O número total de indivíduos por área amostral registrada foi de 0, 1, 2, 2, 3, 1,

respectivamente, para áreas amostrais V01, V02, V03, V04, V05, V06 (Gráfico 7 ). A

riqueza de espécies obtida foi de 0, 1, 2, 2, 3, 1, respectivamente, para áreas

amostrais V01, V02, V03, V04, V05, V06 (Gráfico 7 ).

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Gráfico 7: Número total de indivíduos e Riqueza de espécies por área amostral do método de PVA por

vestígios de mamíferos

DESCRIÇÃO DAS ESPÉCIES

ESPÉCIES NÃO AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Tatu-peba ( Euphractus sexcinctus )

O Tatu-peba (Euphractus sexcinctus) é a única espécie do gênero e possui ampla

distribuição geográfica, ocorrendo principalmente na parte leste da América do Sul

(EISENBERG; REDFORD, 1999).

Os adultos podem medir mais de 40cm de comprimento cabeça-corpo, sua cauda

pode atingir de 11,9 a 24,1cm, e a massa corporal varia de 3,2 a 6,5kg (Redford;

WETZEL, 1985). O Tatu-peba apresenta a carapaça de coloração pardo-amarelada

a marrom clara, esparsamente coberta com pêlos esbranquiçados e longos, e possui

de seis a oito cintas móveis. Na região dorsal da cintura pélvica, há de dois a quatro

glândulas odoríferas na carapaça de machos e fêmeas desta espécie (REDFORD;

WETZEL, 1985).

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A atividade do Tatu-peba é principalmente diurna, mas, ocasionalmente, pode estar

ativo à noite (REDFORD; WETZEL, 1985). A espécie apresenta hábito solitário, com

exceção da época reprodutiva e da mãe com seu(s) filhote(s). Algumas outras

situações também podem levar ao agrupamento ocasional desta espécie. Escavam

tocas, e ao contrário de muitas espécies de tatus, reutilizam, freqüentemente, as

tocas antigas (REDFORD; WETZEL, 1985). As tocas do Tatu-peba têm de um a dois

metros de profundidade na terra (NOWAK, 1999). As escavações para a procura de

alimento, com o fundo terminal visível, são chamadas de “fossados” (ANACLETO,

2006), e as escavações para refúgio e/ou abrigo dos filhotes são denominadas

“tocas”.

O Tatu-peba é onívoro e alimenta-se de uma grande variedade de itens, possui

visão pobre, entretanto, o sentido do olfato é bem desenvolvido para localizar o

alimento e perceber os predadores (REDFORD; WETZEL, 1985). Sua dieta inclui

desde material vegetal, invertebrados, carniça, até pequenos vertebrados como

anuros, serpentes, aves e roedores (DALPONTE; TAVARES-FILHO, 2004).

Raposa ( Cerdocyon thous )

A Raposa (Cerdocyon thous) é um mamífero da família dos canídeos que possui

distribuição do Uruguai ao norte da Argentina até as terras baixas da Bolívia,

ocorrendo também na Colômbia, Guianas, Suriname e Brasil (REIS et al., 2006).

As raposas adultas possuem corpo e cabeça com comprimento de 60 a 80cm e a

cauda de 35 a 40cm, pesando de cinco a oito quilos.

A raposa habita vários ambientes, sendo encontrados em cerrados ou florestas de

galeria (RAMOS JR. et al., 2003). Possui hábito noturno e crepuscular, desloca-se

solitário ou aos pares por bordas de mata e estradas (REIS et al., 2006). Alimenta-se

de pequenos vertebrados e invertebrados, além de frutos, tendo preferência por

pequenos roedores, podendo ainda apresentar o hábito de necrofagia alimentando-

se de animais mortos em decomposição (RAMOS JR. et al., 2003; TURCI, 2009).

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A raposa está inclusa no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional

das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção - CITES, que

contém as espécies passíveis de se tornarem ameaçadas de extinção devido ao

comércio de animais silvestres.

Veado (Mazama sp .)

O Veado (Mazama sp.) é identificado pelas pegadas e fezes. Apenas foi possível

identificar o gênero de veado. As duas espécies habitantes da área de influência do

empreendimento são M. americana e M. gouazubira.

Morfologicamente, apresenta um aspecto robusto com 30 a 40Kg de peso, dorso

arqueado com altura entre 58 a 80cm e comprimento de 90 a 145cm, com chifres

simples que não ultrapassam 12cm (EISENBERG; REDFORD, 1999).

As duas espécies estão presentes tanto em áreas florestais como em formações

abertas de campo, cerrado e caatingas, e devido a essa plasticidade no uso de

habitats pode ocorrer até mesmo em áreas degradadas.

Vive solitariamente ou aos pares. Prefere lugares de vegetação densa, o que torna

difícil a sua observação. Possui hábito diurno e noturno. Quando inativo descansa

em local protegido. Se alimenta de frutos, fungos, folhas, brotos verdes e macios e

flores caídas (REIS et al., 2006).

São bons nadadores, ágeis, muito ariscos e cautelosos. Parece não existir

periodicidade na época do cio e da reprodução deste tipo de veado. As fêmeas, em

geral, dão à luz um só filhote por vez.

Rato-cachorro ( Micoureus cf. demerarae )

O Rato-cachorro (Micoureus cf. demerarae) é a espécie deste gênero de marsupial

que possui maior distribuição geográfica, ocorrendo na maior parte da América do

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Sul e que possui o maior porte. No Brasil, se distribui ao longo da Amazônia, Mata

Atlântica, Cerrado, Pantanal (FONSECA et al., 1996) e Caatinga (OLIVEIRA et al.,

2004).

Das características peculiares desta espécie destacam-se o hábito arborícola e a

variabilidade de itens na sua dieta, chegando a ser classificada como uma espécie

insetívora-onívora (LEITE et al., 1994; NOWAK, 1999). Sua alimentação é bastante

variada, podendo incluir insetos e frutos, itens já encontrados no conteúdo

estomacal de espécimes capturados na Venezuela e na Mata Atlântica no Brasil

(O’CONNELL, 1979; LEITE et al., 1996). Néctar e flores também já foram registrados

como parte da dieta de espécimes estudados na Guiana Francesa (LEITE et al.,

1996).

Gambá (Conepatus semistriata )

O Gambá (Conepatus semistriata) é um mamífero de pequeno porte, com cerca de

40cm de corpo e 20cm de cauda, pesando cerca de 1600g. Tem a coloração preta

ou marrom-escuro, com duas listas brancas que correm por cima do dorso da

cabeça à cauda. São onívoros, alimentando-se principalmente de insetos, pequenos

vertebrados e frutos. São animais solitários, unindo-se ao sexo oposto apenas

durante o período de reprodução. A gestação dura cerca de 60 dias, podendo

nascer de 4 a 5 filhotes.

Tem como arma de defesa a secreção de um líquido de odor bastante desagradável

que sai de duas glândulas próximas ao ânus.

É bastante comum no Brasil, habita cerrados, campos e caatinga. Durante a estação

seca, a seleção de habitat feita pela espécie é mais diversificada e inclui savana,

florestas secas, florestas, arbustos e áreas abertas, com a maioria do tempo gasto

em florestas decíduas e matas arbustivas. Já durante a estação chuvosa, a seleção

de habitat torna-se mais seletiva e tende a ser limitada a áreas de altitudes mais

elevadas, principalmente, em florestas deciduais (SUNQUIST et al., 1989).

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A dieta dos gambás é bastante variada, mas que incide, principalmente, sobre os

insetos, lagartos e aves. Outros itens foram identificados a partir de amostras de

fezes, como as sementes (OLMOS, 1993).

ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO

Tatu-bola ( Tolypeutes tricinctus )

O Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) é considerado raro e endêmico do semi-árido

brasileiro, ocorrendo nos biomas Caatinga e Cerrado (MARINHO-FILHO et al., 1997;

BRUNO, 2008; CHIARELLO et al., 2008). É diferenciado dos outros tatus pela

presença de três cintas móveis em seu dorso e pelo comportamento de se fechar

em formato de bola quando molestado, originando o seu nome vulgar. Sua dieta é

formada de cupins, formigas, pequenos invertebrados e alguns frutos.

Diferentemente dos demais tatus, esta espécie não cava as suas tocas, ela utiliza

tocas e galerias abandonadas por outras espécies, podendo também utilizar

depressões do terreno ou cobrir-se de folhas para se abrigar, o que os torna

vulneráveis aos seus predadores e caçadores (FREITAS; SILVA, 2005; REIS et al.,

2006; CHIARELLO et al., 2008).

Esta espécie encontra-se na categoria de vulnerável (IUCN, 2003). No Brasil, o tatu-

bola encontra-se na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de

Extinção na categoria Vulnerável (IBAMA, 2008). No CITES a espécie se encontra

no Anexo II, que representa as espécies que são passíveis de tornarem-se

ameaçadas de extinção pela ação comercial do homem.

Gato-do-mato ( Leopardus tigrinus )

O gato-do-mato é a menor espécie de felino encontrada no Brasil com o corpo

medindo entre 40 e 51 cm e a cauda de 20 a 32 cm de comprimento (FREITAS;

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SILVA, 2005; CHIARELLO et al., 2008). Seus filhotes nascem após uma gestação

de 73 a 78 dias, normalmente um, podendo chegar a até três e raramente quatro

(CHIARELLO et al.,2008).

O gato-do-mato ocorre em uma grande variedade de habitats, desde florestas

tropicais úmidas a áreas secas como a Caatinga brasileira, tanto em áreas

alteradas, como plantações de cana, café, soja e alguns fragmentos isolados de

mata, quanto em áreas conservadas, porém não aparenta ser abundante em lugar

algum (CHIARELLO et al., 2008).

Sua dieta é variada, incluindo, predominantemente, pequenos mamíferos (51% da

dieta), 25% de lagartos e 23% de aves, porém, ocasionalmente pode incluir animais

de maior porte, com mais de 500g de peso corporal, como o tapiti (Sylvilagus

brasiliensis), no entanto, o peso medio das presas, é inferior a 90g (Chiarello et al.,

2008).

O padrão de atividades do gato-do-mato é essencialmente crepuscular-noturno,

porém esta espécie apresenta considerável nível de atividade diurna (~30%)

(CHIARELLO et al., 2008).

Pertence à categoria de vulnerabilidade, segundo a International Union for

Conservation of Nature - IUCN, que considera ainda esta espécie como sofredora de

grande pressão de captura intencional, sendo a segunda espécie mais vulnerável

dentre os felinos nas Américas, empatado com a onça (Panthera onca). No Brasil, o

gato-do-mato-pequeno encontra-se na Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira

Ameaçada de Extinção na categoria Vulnerável (IBAMA, 2003; BRUNO, 2008;

CHIARELLO et al., 2008). No CITES a espécie se encontra no Apêndice I, ou seja,

espécies ameaçadas de extinção proibidas no comércio internacional, exceto em

circunstâncias excepcionais de conservação.

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Jaguatirica ( Leopardus pardalis )

A jaguatirica é um felino de porte médio, medindo entre 67 e 101,5 cm de

comprimento total e peso até 16kg, apresentando patas grandes e cauda

relativamente curta, possui estampas em rosetas abertas que coalescem formando

bandas longitudinais, numa pelagem de fundo amarelo-ocráceo (ZOFIO; VEGA,

2000; FREITAS; SILVA, 2005; BRUNO, 2008; CHIARELLO et al., 2008).

A gestação da jaguatirica é de 70 a 85 dias, após o qual nascem até quatro filhotes

(ZOFIO; VEGA, 2000; CHIARELLO et al., 2008).

A jaguatirica possui uma ampla flexibilidade ecológica ocorrendo em uma grande

variedade de ambientes, desde florestas tropicais úmidas a áreas secas como a

Caatinga brasileira, tanto em áreas alteradas quanto em áreas conservadas

(CHIARELLO et al., 2008).

A dieta da jaguatirica é composta 53% por roedores do porte de ratazanas, 22,5 %

por outros pequenos e médios mamíferos, como cutias (Dasyprocta sp.), tatus

(Dasypus spp.) e bugios (Alouatta spp.), 12,7% por répteis e anfíbios, incluído os

jabutis (Geochelone sp.) e outros quelônios, 9,13% por aves, e em menor escala

mamíferos de grande porte (1,4%), crustáceos (1,5%) e peixes (0,24%) (ZOFIO;

VEGA, 2000; CHIARELLO et al., 2008). O consumo médio de presas na natureza é

de aproximadamente 700g (CHIARELLO et al., 2008).

É uma espécie de hábitos solitários, geralmente, noturna (72 a 92%), porém pode

apresentar níveis consideráveis de atividade diurna (21 a 36%) (CHIARELLO et al.,

2008).

É a espécie de felino mais bem estudada em determinados parâmetros ecológicos

como o tamanho de área e os padrões de atividade, dieta, uso do habitat e

abundância populacional em quase toda a sua área de ocorrência, porém no Brasil

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ainda existe carência de informações, especialmente sobre o seu status

populacional em diversas áreas dentro da sua distribuição natural (COSTA, 2007).

A Jaguatirica se encontra na categoria vulnerável (IUCN, 2010). Na Lista Oficial de

Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção também está na categoria

Vulnerável (IBAMA, 2008). No CITES a espécie se encontra no Apêndice I, ou seja,

espécies ameaçadas de extinção proibidas no comércio internacional, exceto em

circunstâncias excepcionais de conservação.

3.2 AVIFAUNA

3.2.1 Riqueza e composição específica da avifauna

Por meio da elaboração das “listas de 10” foi registrada uma riqueza de 152

espécies com ocorrência confirmada para a área de influência direta do Parque

Eólico DESENVIX, em Brotas de Macaúbas, Seabra-BA. O Quadro 5 apresenta a

relação de espécies encontradas na área estudada, identificando sua classificação

taxonômica, dieta, status, grau de ameaça e o tipo de registro empregado que

assegura sua presença na lista.

Quadro 5: Espécies de aves registradas e de potenci al ocorrência nas áreas de

influência direta e indireta do Parque Eólico DESEN VIX

TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Struthioniformes

Rheidae Rhea americana ema R NT2 ON E

Tinamiformes Tinamidae

Crypturellus tataupa nhambú R - GR L Crypturellus

parvirostris nhambú R - GR L

Crypturellus noctivagus nhambú R VU1, NT2 GR L

Nothura boraquira codorna-do-nordeste R - GR C Nothura maculosa codorna-amarela R - GR C Rhynchotus

rufescens perdiz R - GR L

Galliformes

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Cracidae

Ortalis motmot aracuã R - GR, FG L Penelope jacucaca jacucaca R, E VU1, 2 GR, FG L

Cathartiformes Cathartidae

Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha R - NC C Cathartes

burrovianus urubu-de-cabeça-amarela R - NC C

Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta R - NC C Sarcoramphus papa urubu-rei R - NC L

Accipitriformes Accipitridae

Elanus leucurus gavião-peneira R - CR, IN C Geranospiza

caerulescens gavião-pernilongo R - CR C

Rupornis magnirostris gavião-carijó R - CR C

Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco R - CR C

Falconiformes Falconidae

Caracara plancus caracará R - CR, NC C Milvago

chimachima carrapateiro R - CR, IN C

Herpetotheres cachinnans acauã R - CR L

Falco sparverius quiriquiri R - CR, IN C Falco femoralis falcão-de-coleira R - CR, IN C

Cariamiformes Cariamidae

Cariama cristata seriema R - ON C Charadriiformes

Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero R - ON C

Columbiformes Columbidae

Columbina talpacoti rolinha-roxa R - GR C Columbina

squammata fogo-apagou R - GR C

Columbina picui rolinha-picui R - GR C Columba livia pombo-doméstico R - GR C Patagioenas sp pombão R - GR C Zenaida auriculata pomba-de-bando R - GR C Leptotila sp juriti R - GR L

Psittaciformes Psittacidae

Primolius maracana maracanã-verdadeira R - GR, FG C Aratinga cactorum periquito-da-caatinga R - GR, FG C Forpus

xanthopterygius cuiubinha R - GR, FG L

Cuculiformes Cuculidae

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Piaya cayana alma-de-gato R - IN C Coccyzus

melacoryphus papa-lagarta-acanelado R - IN C

Crotophaginae Crotophaga ani anu-preto R - ON C Guira guira anu-branco R - ON C

Taperinae Tapera naevia saci R - IN

Strigiformes C Tytonidae

Tyto alba coruja-da-igreja R - CR C Strigidae

Megascops choliba corujinha-do-mato R - CR C Glaucidium

brasilianum caburé R - CR, IN C

Athene cunicularia coruja-buraqueira R - CR, IN C Caprimulgiformes

Caprimulgidae Hydropsalis

parvulus bacurau-chintã R - IN C

Hydropsalis torquata bacurau-tesoura R - IN C

Nyctidromus albicollis bacurau R - IN L

Nyctibiidae Nyctibius griseus urutau R - IN L

Apodiformes Apodidae

Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca R - IN C

Trochilidae Anopetia gounellei rabo-branco-de-cauda-larga R, E - NT L Eupetomena

macroura beija-flor-tesoura R - NT C

Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho R - NT C

Chlorostilbon lucidus besourinho R - NT C

Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca R - NT L Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde R - NT C

Galbuliformes Bucconidae

Nystalus maculatus rapazinho-dos-velhos R - ON C Piciformes

Picidae Picumnus

pygmaeus pica-pau-anão-pintado R, E - IN C

Veliniornis passerinus pica-pauzinho-anão R - IN L

Piculus chrysochloros pica-pau-dourado-escuro R - IN C

Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado R - IN C

Colaptes campestris pica-pau-do-campo R - IN L

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Campephilus

melanoleucus pica-pau-de-topete-vermelho R - IN L

Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela R - IN C Passeriformes

Thamnophilidae Taraba major choró-boi R - IN L Sakesphorus

cristatus choca-do-nordeste R, E - IN C

Thamnophilus doliatus choca-barrada R - IN C

Thamnophilus pelzelni choca-do-planalto R - IN L

Thamnophilus torquatus choca-de-asa-vermelha R - IN C

Herpsilochmus sellowi chorozinho-da-caatinga R NT2 IN L

Myrmorchilus strigilatus piu-piu R - IN C

Formicivora melanogaster formigueiro-de-barriga-preta R - IN C

Gallaridae Hylopezus

ochroleucus torom-do-nordeste R, E NT2 IN L

Dendrocolaptidae Sittasomus

griseicapillus arapaçu-verde R - IN L

Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado R - IN C

Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado R - IN C

Furnariidae Furnarius sp joão-de-barro R - IN C Furnarius rufus joão-de-barro R - IN C Synallaxis frontalis petrim R - IN C Synallaxis

albescens uí-pi R - IN C

Gyalophylax hellmayri joão-chique-chique R, E NT2 IN C

Phacellodomus rufifrons joão-de-pau R - IN C

Pseudoseisura cristata casaca-de-couro R - IN C

Megaxenops parnaguae bico-virado-da-caatinga R, E - IN L

Rhynchocyclidae Todirostrum

cinereum ferreirinho-relógio R - IN C

Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-de-olho-de-ouro R - IN C

Tyrannidae Elaenia flavogaster maria-é-dia R - IN L Elaenia cristata guaracava-de-topete R - IN C Camptostoma

obsoletum risadinha R - IN C

Phaeomyias murina bagageiro R - IN L Euscarthmus

meloryphus barulhento R - IN C

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Stigmatura

napensis papa-moscas-do-sertão R - IN C

Phyllomyias fasciatus piolhinho R - IN L

Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo R - IN L

Sublegatus modestus guaracava-modesta R - IN C

Hirundinea ferruginea gibão-de-couro R - IN L

Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu R - IN L

Colonia colonus viuvinha R - IN L Xolmis irupero noivinha R - IN C Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada R - IN C Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro R - IN C Myiozetetes similis bentevizinho R - IN C Pitangus

sulphuratus bem-te-vi R - ON C

Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado R - IN C

Megarynchus pitangua neinei R - IN C

Tyrannus melancholicus suiriri R - IN C

Myiarchus swainsoni maria-cavaleira R - IN L

Myiarchus tyrannulus maria-de-rabo-enferrujado R - IN C

Tytiridae Pachyramphus

polychopterus caneleiro-preto R - IN, FG L

Vireonidae Cyclarhis

gujanensis pitiguari R - IN C

Vireo olivaceus juruviara R - IN, FG C Hylophilus

amaurocephalus vite-vite-de-olho-cinza R - IN C

Corvidae Cyanocorax

cyanopogon gralha-cancã R - ON C

Hirundinidae Progne tapera andorinha-do-campo R - IN L Stelgidopteryx

ruficollis andorinha-serradora R - IN C

Troglodytidae Troglodytes

musculus corruíra R - IN C

Cantorchilus longirostris garrinchão R - IN L

Polioptilidae Polioptila plumbea balança-rabo R - IN C

Turdidae Turdus leucomelas sabiá-poca R - IN, FG L Turdus rufiventris sabiá-laranjeira R - IN, FG C Turdus

amaurochalinus sabiá-poca R - IN, FG C

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Mimidae

Mimus saturninus sabiá-do-campo R - IN, FG C Motacillidae

Anthus lutescens caminheiro-zumbidor R - IN C Coerebidae

Coereba flaveola cambacica R - NT C Thraupidae

Piranga flava sanhaço-de-fogo R - IN, FG L Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro R - IN, FG C Saltatricula atricollis bico-de-pimenta R - IN, FG C Compsothraupis

loricata carretão R - IN, FG C

Lanio pileatus tico-tico-rei-cinza R - IN, FG C Thlypopsis sordida saí-canário R - IN, FG C Tangara sayaca sanhaçu-cinzento R - IN, FG C Tangara cayana saíra-amarela R - IN, FG C Tachyphonus rufus pipira-preta R - IN, FG L Schistochlamys

ruficapillus bico-de-veludo R - IN, FG C

Paroaria dominicana cardeal-do-nordeste R, E - IN, FG C

Conirostrum bicolor figuinha-do-mangue R - IN, FG C Emberizidae

Arremon franciscanus tico-tico-do-são-francisco R, E NT2 GR L

Zonotrichia capensis tico-tico R - GR C

Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo R - GR C

Volatinia jacarina tiziu R - GR C Sporophila

albogularis golinho R - GR C

Sporophila bouvreuil caboclinho R - GR C

Cardinalidae Cyanoloxia brissonii azulão R - GR C

Parulidae Basileuterus

flaveolus canário-do-mato R - IN C

Basileuterus culicivorus pula-pula R - IN L

Icteridae Chrysomus

ruficapillus garibaldi R - IN, GR L

Icterus cayanensis encontro R - IN, FG C Icterus jamacaii corrupião R, E - IN, FG C Gnorimopsar chopi graúna R - ON C Agelaioides badius asa-de-telha R - IN, GR C Molothrus

bonariensis vira-bosta R - IN, GR C

Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul R - IN, GR C

Fringillidae Euphonia chlorotica fim-fim R - FG C

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TÁXON NOME POPULAR STATUS AMEAÇA DIETA REGISTRO Passeridae

Passer domesticus pardal R - ON C Fonte : Ameaça segundo a Lista Vermelha de Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (MMA, 2008) e a União Mundial para Conservação da Natureza (IUCN, 2010). Legenda: S TATUS - R: espécie residente; VS: espécie visitante sazonal; E: espécie endêmica do bioma Caatinga. DIETA - IN: insetívora; CR: carnívora; NC: necrófaga; FG: frugívora; NT: nectarívora; GR: granívora; ON: onívora. REGISTRO - L: literatura especializada; E: entrevistas; C: observado em campo. AMEAÇA - VU: espécie vulnerável; CR: espécie criticamente ameaçada de extinção; NT: espécie em perigo; (-): Sem registro. Segundo as listas do (1): MMA (2008) e (2): IUCN (2010),

As espécies listadas para a Área de Influência Direta (AID) do empreendimento

estão classificadas dentro de 17 Ordens e distribuídas em 44 Famílias. A ordem

taxonômica mais bem representada foi a dos Passeriformes, com 59,21% (N=90

espécies), que agrupa os popularmente conhecidos passarinhos; esta é a Ordem

mais numerosa e diversificada da Classe Aves, sendo por isso mais facilmente

observada em qualquer ambiente.

As famílias com maior número de espécies na área foram Tyrannidae, com 22

espécies; Thraupidae, com 12 espécies; seguidas por Furnariidae e Thamnophilidae,

com 08 espécies cada (Figura 17 ). As famílias Tyrannidae e Thraupidae têm sido

reportadas como as que mais contribuem em espécies nas comunidades de

diversas localidades, uma vez que figuram entre as famílias mais ricas em espécies

na Região Neotropical e com maior diversidade de ocupação de habitats

(FITZPATRICK, 1980; SICK, 2001).

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Figura 17: Relação das Famílias de Aves mais repres entativas listadas para a área do

empreendimento

Das 152 espécies de aves aqui registradas, 111 foram avistadas e 40 foram listadas

por revisão de literatura especializada. Apenas uma espécie foi registrada por meio

de entrevista.

Do total de aves levantadas, doze espécies (7,89%) são endêmicas do bioma

Caatinga, são elas: o periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum), o beija-flor-de-rabo-

branco (Anopetia gounellei), o joão-chique-chique (Gyalophylax hellmayri), o pica-

pau-anão-pintado (Picumnus pygmaeus), a jacucaca (Penelope jacucaca), a choca-

do-nordeste (Sakesphorus cristatus), o chorozinho-da-caatinga (Herpsilochmus

sellowi), o bico-virado-da-caatinga (Megaxenops parnaguae), o cardeal (Paroaria

dominicana), o sofrê (Icterus jamacaii), o torom-do-nordeste (Hylopezus

ochroleucus) e o tico-tico-do-são-francisco (Arremon franciscanus) (Figura 18 ).

Destes, apenas o tico-tico-do-são-francisco (Arremon franciscanus), a jacucaca

(Penelope jacucaca), o bico-virado-da-caatinga (Megaxenops parnaguae), o torom-

do-nordeste (Hylopezus ochroleucus) e o chorozinho-da-caatinga (Herpsilochmus

sellowi) não foram observados nesta campanha.

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Figura 18: Aves endêmicas do bioma Caatinga encontr adas na AID do empreendimento do Parque Eólico DESENVIX. A – periquito-da-caatinga ( Aratinga cactorum ), B – joão-chique-

chique ( Gyalophylax hellmayri ).

De acordo com o CBRO (2010), nenhuma das espécies de aves registradas no

presente estudo é migratória. Deve ser levado em consideração que diversas

espécies apresentam deslocamentos geográficos populacionais sazonais, porém a

curta distância e sem apresentar alterações fisiológicas e comportamentais

características das espécies que empreendem jornadas migratórias. Estes

deslocamentos sazonais, não migratórios, são chamados nomadismos e ocorrem

quando populações locais se deslocam para áreas próximas em busca de recursos

quando estes se tornam escassos.

Tais nomadismos são relativamente comuns, por exemplo, em espécies paludícolas,

frugívoras e nectarívoras (SICK, 2001; MACHADO, 2005). Áreas naturais contínuas

ou conectadas por corredores de vegetação são indispensáveis para muitas

espécies de aves realizarem estes deslocamentos populacionais. Embora ainda

tenha sido possível observar na AID espécies nômades, como o beija-flor-vermelho

(Chrysolampis mosquitus) e a pomba-de-bando (Zenaida auriculata).

3.2.2 Anilhamento

Foram capturados 104 exemplares distribuídos em 40 espécies. A grande maioria

das espécies listadas ocorre, preferencialmente, em ambientes abertos, que incluem

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na região, áreas de Caatinga arbórea e arbustiva e campos sujos. As 10 espécies

mais abundantes e capturadas com redes mist-net nos nove pontos amostrados são

apresentadas abaixo (Figura 19 ). A Caatinga arbóreo-arbustiva foi a fitofisionomia

mais comum na AID, com espécies típicas como: o tico-tico-rei-cinza (Lanius

pileatus), a rolinha-picuí (Columbina picui), o periquito-da-caatinga (Aratinga

cactorum), a seriema (Cariama cristata) e o formigueiro-de-barriga-preta

(Formicivora melanogaster) (Figura 20 ).

Algumas espécies capturadas foram soltas sem serem marcadas pelas anilhas

coloridas por se tratarem de grupos em que há dificuldade na produção de anilhas

próprias. Os Psitacídeos (periquitos) possuem fortes bicos que destroem facilmente

as anilhas de plástico, e os Trochilideos (beija-flores) são muito diminutos para a

marcação em seus tarsos. Tais indivíduos foram apenas computados como

capturados para determinar sua abundância relativa ao fim da estação e soltos sem

marcações.

Os pontos G1P1, G1P2 e G1P3 estavam em um ambiente de Caatinga arbóreo-

arbustiva, este grupo de 3 pontos amostrais registrou o segundo maior número de

capturas de aves em redes (50 indivíduos).

Os pontos G2P1, G2P2 e G2P3 estavam em um ambiente de Caatinga arbustiva

bem rala e espassa, e registrou 52 capturas. Os pontos G3P1, G3P2 e G3P3 se

encontravam em um ambiente de Caatinga arbustiva próxima da área onde passará

a futura linha de transmissão, tendo sido capturados apenas 2 indivíduos nas redes

mist-net. Esta baixa taxa de captura pode ser creditada à constante chuva que

ocorreu nos dois últimos dias da campanha de campo que estavam destinados à

amostragem destes pontos.

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46

Figura 19: Relação das espécies com maior freqüênci a de captura em redes

mist-net , no período de novembro de 2010

Embora fosse esperado um maior número de capturas de espécies com hábitos

mais oportunistas e dieta generalista, como o bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), que,

por explorar uma grande gama de nichos, logo se estabelece tanto em áreas

conservadas quanto muito alteradas pelo homem, essa espécie teve apenas um

indivíduo capturado no ponto G3P3.

Figura 20: Aves encontradas na AID do empreendiment o.

A – rolinha-picuí ( Columbina picui ), B – tico-tico-rei-cinza ( Lanius pileatus )

Apenas uma espécie exótica foi registrada (Passer domesticus - pardal). Apesar de

não ser originária do Brasil, tampouco do continente americano, esta espécie já é

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considerada de ocorrência natural no Brasil (CBRO, 2010) devido a seus históricos

de ocorrência e capacidades de ocupar ambientes alterados (SICK, 2001).

Foram observados eventos reprodutivos na AID do empreendimento. Como o

período reprodutivo das aves brasileiras ocorre de setembro a fevereiro (SICK,

2001), esta primeira campanha foi realizada exatamente no pico da estação

reprodutiva (Figura 21 ). Os ninhos ativos estavam dispostos heterogeneamente e

em baixa freqüência por toda a área amostrada. Nenhuma colônia reprodutiva (ativa

ou inativa) de aves aquáticas foi avistada na área.

Figura 21: Alguns ninhos de aves encontrados abando nados na AID do empreendimento.

A – guriatã (Euphonia chlorotica), B – encontro (Ic terus cayannensis), C – guaracava (Sublegatus modestus), D – pica-pau-anão (Picumnus pygmaeus)

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3.2.3 Considerações sobre espécies ameaçadas

Sete espécies de aves de ocorrência provável e/ou confirmada para a área do

empreendimento são listadas como ameaçadas de extinção globalmente (IUCN,

2010) ou em território nacional (MMA, 2008). A jacucaca (Penelope jacucaca), um

frugívoro especialista, consta como quase ameaçada (MMA) e vulnerável (IUCN),

embora sua distribuição estimada cubra quase todo o território semi-árido da

Caatinga Nordestina (SIGRIST, 2009). É possível que a espécie ocorra na área de

influência indireta do empreendimento, possivelmente nas proximidades da serra.

Entre as aves de valor cinegético, destaca-se a codorna-do-nordeste (Nothura

boraquira), que teve sua ocorrência confirmada por visualização em campo na AID

do empreendimento. O aracuã (Ortalis motmot), a jacucaca (Penelope jacucaca) e a

perdiz (Rhynchotus rufescens), foram registradas como de ocorrência potencial,

sendo todas as espécies de ampla distribuição. A caça predatória dessas espécies,

que se encontram em geral, associadas aos ambientes abertos/campos sujo, é

considerada como sendo, principalmente, para meios de subsistência. Embora seja

um hábito bem difundido na população da Bahia, nenhum evento foi registrado.

Outro fator de ameaça às populações de aves é a captura ilegal para criação em

cativeiro, onde os psitacídeos, por sua habilidade de imitação, e os passeriformes,

aves canoras, são os mais visados.

3.3 MORCEGOS (QUIROPTEROFAUNA)

Após um esforço amostral de 11880 m2.h/rede foram registradas três espécies de

quirópteros, pertencente à família Phyllostomidae. Foram capturados morcegos

representantes de três Subfamílias: Desmodontinae (Figura 22 ), Carollinae (Figura

23) e Glossophaginae (Figura 24 ). A composição da quiropterofauna mostra um

padrão típico de fauna tropical a família dos filostomídeos revela, em comparação

com as outras famílias dos quirópteros, uma maior diversidade para a região tropical

(WETTERER et al., 2000).

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O bioma caatinga tem registros bibliográficos contendo ocorrência de 76 espécies

(BACELLAR-SCHITTINI, 2007), os morcegos com maior número de capturas e

citado na maioria dos trabalhos são: Glossophaga soricina, Artibeus lituratus,

Carollia perspicillata, Desmodus rotundus. Destes apenas dois foram capturados

neste campanha: Carollia perspicillata, Desmodus rotundus e a espécie Anoura

caudifer que não é, frequentemente, amostrada na maioria dos levantamentos no

Bioma caatinga.

O número reduzido de espécies e de capturas em geral, já que existem membros da

família Emballonoridae (principalmente Peropteryx e Rhynchonycteris), que são

grupos muitos registrados na região nordestina especialmente em ambientes

cársticos sendo comumente capturados em metodologia de rede de neblina, pode

estar associado a fatores climáticos, já que durante a campanha de campo, choveu

torrencialmente. Também não foram amostradas espécies ameaçadas de extinção

como: Loncophylla bokermanni, Platyrrhinus recifinus e Myotis ruber, e o único

morcego endêmico do bioma Xeronycteris vieirai (BACELLAR-SCHITTINI, 2007).

Das espécies encontradas, todas já foram registradas ocorrências para o bioma e

podem inclusive ser consideradas, as mais comuns nos inventários.

Dos três indivíduos capturados houve apenas capturas de fêmeas, sendo 2 grávidas

e uma no estágio reprodutivo não lactante. Destes três indivíduos, duas eram

adultas e uma jovem. (Tabela 1 ).

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Tabela 1: Dados Biométricos dos espécimes capturado s durante a primeira amostragem

Cód. Espécie Sexo Idade Est. Rep. Ant. Met. 1ª/2ª/3ª F Tíbia Calc. Peso

1 C. Perspicillata Fêmea Adulto Grávida 42,75 36,29

17,92/22,65/ 12,84

14,16 8,72 18gr

2 A. caudifer Fêmea Adulto Não lact. 33,51 35,70 13,85/18,52/7,

70 15,51 4,20 13gr

3 D. rotundus Fêmea Jovem Grávida 60,07 54,60 9,59/17

,05/ 13,39

28,81 2,02 48gr

Legenda : Cód.= Número da anilha; Est. Rep.= Estágio reprodutivo; Ant.= Antebraço; Met. = Metacarpo; 1ª/2ª/3ª F. = 1ª, 2ª e 3ª Falange; Calc. = Calcâneo; Não Lact. = Não Lactante; Gr = Grama.

A captura de 100% dos indivíduos fêmeas (Gráfico 8 ) pode ter sido influenciada

diretamente pelo período ao qual foram realizadas as coletas (final da estação seca),

período de gestação da maioria das espécies registradas para caatinga, onde estes

morcegos estão mais pesados e tem dificuldade de desviar dos obstáculos (redes).

.

Gráfico 8: Proporção sexual dos morcegos capturados

Neste estudo foram representadas apenas três guildas alimentares: Frugívoro

(Carollia perspicillata), Nectarívoro (Anoura caudifer), Hematófago (Desmodus

rotundus). As guildas de morcegos encontradas são as mais abundantes com

exceção dos hematófagos que, geralmente, representam menor número de espécie

inclusive por que somente são conhecidas três espécies destes morcegos (Diaemus

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youngi, Desmodus rotundus e Diphylla ecaudata), sendo Desmodus rotundus e

Diphylla ecaudata as espécies mais comuns em inventários.

O número baixo de capturas pode revelar um número reduzido da população das

espécies de morcegos no local. As observações (visualização ou escuta) de

morcegos durante o decorrer da noite também foram baixas. As capturas das

espécies encontradas podem ainda ser correlacionadas com os ambientes aos quais

foram encontradas. Fato ligado com os seus hábitos de alimentação, como por

exemplo, o morcego hematófago encontrado somente no Ponto G3P2, localizado

próximo a uma área de criação de bovinos, ou a espécie de nectarívoro (Anoura

Caudifer) encontrada numa área próxima a um poço de água, local onde foram

verificadas várias espécies vegetais em floração (Quadro 6 ).

Quadro 6: Lista das espécies por ponto de captura

Ponto (UTM) Subfamília Espécie

G1P1 - 8634732 Carollinae Carollia perspicillata

G2P2 – 8636636 Glossophaginae Anoura caudifer

G3P2 - 8640148 Desmodontinae Desmodus rotundus

Durante o esforço amostral diurno não foram encontrados abrigos diurnos sendo

habitados por populações de morcegos, somente rastros antigos como fezes e

ninhos nas paredes dos abrigos.

O baixo número de capturas também pode estar relacionado ao período que foi

realizada a coleta, já que durante 4 dias foi observada a ocorrência de chuva

durante a noite e/ou madrugada, fato que inibe ou retarda a saída dos morcegos dos

abrigos, igualmente, à luminosidade causada pela lua que interfere na captura

destes animais.

Das espécies encontradas, nenhuma se encontra em alto risco de extinção.

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Caracterização das espécies capturadas

Desmodus rotundus

Classe Mammalia

Infraclasse Placentária

Ordem Chiroptera

Sub-Ordem Microchiroptera

Família Phyllostomidae

Subfamília Desmodontinae

Gênero Desmodus Wied-Neuwied, 1826

Desmodus rotundus (E. Geoffroy,1810)

Considerada como espécie mais comum e abundante de morcego vampiro, já que

se trata de um animal pertencente à guilda dos hematófagos, é distribuída,

amplamente, no território brasileiro foi registrada em todas as regiões. Com grande

relevância econômica, devido à transmissão de raiva, trata-se de uma espécie

bastante estudada e conhecida em todo o mundo (BERNARD, 2005).

Habitualmente, convivem em colônias pequenas com poucos indivíduos contendo de

10 a 50 indivíduos (GREENHALL et al, 1983), no entanto colônias com mais de 100

indivíduos podem ocorrer nas localidade onde o controle regular da população não é

realizado (UIEDA et al., 1996).

A espécie é considerada como poliéstrica (sem um período definido de reprodução),

tal espécie costuma ser encontrada em áreas com presença de animais de criação.

Esses morcegos tem cerca de 35cm de envergadura (distância entre as pontas das

asas abertas), pesam entre 25 e 40 gramas e podem ser considerados de médio

porte em relação a outras espécies (GREENHALL et al., 1983). Apresenta pelagem

macia, em geral de coloração cinza brilhante, mas pode apresentar também tons

avermelhados, dourados ou até mesmo alaranjados (BERNARD, 2005).

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De acordo com os dados do MMA (2003) e a lista da IUCN (2006), para o território

brasileiro esta espécie não está ameaçada de extinção.

Figura 22: Exemplar de morcego da Subfamília Desmodontinae espécie Desmodus rotundus

Carollia perspicillata

Classe Mammalia

Infraclasse Placentária

Ordem Chiroptera

Sub-Ordem Microchiroptera

Família Phyllostomidae

Sub-família Carolliinae

Gênero Carollia Gray, 1838

Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758)

Relatada em quase toda totalidade do território brasileiro, pode ser considerada uma

espécie generalista por causa da sua ampla dieta, podendo se alimentar de

vegetais, insetos e néctar. Esta espécie possui preferências por plantas da família

Piperaceae (PERACCHI et al., 2006), especialmente o gênero Piper, que ocorrem

na maioria das vezes em áreas abertas, como clareiras, bordas de mata e capoeira.

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Em relação a outros morcegos neotropicais, possui tamanho médio, com antebraço

variando de 38,0 a 44,0mm, envergadura aproximadamente de 25cm, massa média

de 18,5g. Apresenta uma coloração marrom quase negra a um marrom ferruginoso

ou cinza.

A espécie apresenta um padrão de reprodução poliestria estacional (FLEMING,

1988), possui um pico reprodutivo durante a transição da estação seca para

chuvosa. O estado de conservação desta espécie é de baixo risco (IUCN, 2006)

Figura 23: Exemplar de morcego da Subfamília Carollinae espécie Carollia perspicillata

Anoura Caudifer

Classe Mammalia

Infraclasse Placentária

Ordem Chiroptera

Sub-Ordem Microchiroptera

Família Phyllostomidae

Sub-família Glossophaginae

Gênero Anoura Bonaparte,1845

Anoura Caudifer (E. Geoffroy, 1818)

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Essa espécie é encontrada em quase a totalidade do território baiano, e com

ocorrência em todos os biomas brasileiros. Considerado morcego relativamente

pequeno com comprimento cabeça-corpo em 47 e 70 mm, cauda entre 3 e 6 mm,

antebraço entre 34 e 39 mm e peso entre 8,5 e 13g. O morcego possui focinho

longo, a pelagem varia de marrom para marrom-acinzentada, sendo mais clara no

ventre. Na região dorsal os pelos são bicoloridos, com a base mais clara (TADDEI,

1975). Como nas demais espécies do gênero, não há incisivos inferiores e os

superiores são reduzidos e deslocados lateralmente, a dieta destes indivíduos é a

base de néctar, podendo incluir pólen, frutos e insetos.

A espécie possui um padrão reprodutivo poliéstrico sazonal com nascimento,

ocorrendo durante a época chuvosa (TADDEI, 1976). Encontra-se em baixo risco de

extinção (IUCN, 2006), trata-se de uma espécie comum em inventários realizados

em áreas cársticas (ESBÉRARD et al., 2005).

Figura 24: Exemplar de morcego da Subfamília Glossophaginae espécie Anoura caudifer

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na ADA da LT do Parque Eólico DESENVIX foram capturadas oito espécies de

mamíferos: um marsupial – didelphidae (Rato-cachorro), quatro carnívoros, sendo

um canídeo (Raposa), dois felideos (Gato-do-mato e Jaguatirica), um mephitidae

(Gambá), um artiodactyla - cervídeo (Veado) e dois xenarthra - dasypodidae (Tatu-

bola e Tatu-peba).

• A A01 apresentou uma espécie ameaçada de extinção, o Tatu-bola

(Tolypeutes tricinctus).

• A A04 apresentou uma espécie de pequeno mamífero, o Rato-cachorro

(Micoureus cf. demerarae).

• A C04 registrou uma espécie, a Raposa (Cerdocyon thous).

• A V02 apresentou uma espécie, a Raposa (Cerdocyon thous) sob forma de

pegada.

• A V03 apresentou duas espécies sob forma de pegada, o Tatu-peba

(Euphractus sexcinctus) e o Gato-do-mato (Leopardus tigrinus), esta última

ameaçada de extinção.

• A V04 apresentou duas espécies, a Raposa (Cerdocyon thous) sob forma de

pegada e o Veado (Mazama sp.) sob forma de pegada, fezes e cama (local

de dormida do animal).

• A V05 apresentou três espécies sob forma de pegada, o Gambá (Conepatus

semistriata), a Raposa (Cerdocyon thous) e o Gato-do-mato (Leopardus

tigrinus), esta última ameaçada de extinção.

• A V06 apresentou uma espécie ameaçada de extinção, a Jaguatirica

(Leopardus pardalis).

• As A02, A03, A05, C01, C02, C03, C05 e V01 não registraram espécies de

mamíferos.

• A V05 obteve o maior número de espécimes registrados, apresentando a

maior riqueza (3) e maior número de indivíduos (3).

• A Raposa foi a espécie mais registrada, ocorrendo nas C04, V02, V04 e V05.

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57

Foram encontradas três espécies ameaçadas de extinção, o Tatu-bola (Tolypeutes

tricinctus), o Gato-do-mato (Leopardus tigrinus) e a Jaguatirica (Leopardus pardalis).

De forma geral, a metodologia de captura empregada foi suficiente para marcar

(com anilhas coloridas) parte significativa das espécies de aves (79 indivíduos de 34

espécies diferentes) que ocorrem na área estudada. Entretanto, futuras

comparações quantitativas só poderão ser feitas com a coleta de dados das

próximas campanhas de campo. Muitas espécies anilhadas e soltas já puderam ser

observadas após a soltura com suas marcações bem visíveis (Figura 25 ).

Figura 25: Aves marcadas que já puderam ser monitor adas após a soltura na área de influência do empreendimento. A – sabiá-da-praia (M imus saturninus), B – corujinha-

orelhuda (Megascops choliba)

A avaliação dos riscos de morte e os dados de mortalidade de aves também só

poderão ser verificados a partir do da fase operação da LT que ainda se encontram

em processo de instalação.

Sabendo que áreas importantes para a conservação de aves são aquelas que

normalmente apresentam populações significativas de uma ou mais espécies

ameaçadas de extinção, que apresentam um grande número de espécies de

distribuição restrita ou de ocorrência limitada a um bioma específico, pode-se afirmar

que as áreas aqui estudadas seriam, por conseguinte, de grande importância do

ponto de vista da conservação das aves.

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58

Todos os grupos indicadores de qualidade ambiental foram registrados, tanto nos

estudos em campo quanto na análise bibliográfica. Dentre eles, pode-se mencionar:

espécies ameaçadas (Penelope jacucaca), frugívoros (Ortalis guttata) e insetívoros

especialistas (Pseudoseisura cristata), grandes predadores (Geranospiza

caerulescens), endemismos da Caatinga (Aratinga cactorum), etc.

Conforme visto na listagem final, as áreas de influência do empreendimento

apresentaram grande parte de sua avifauna formada por espécies típicas da

Caatinga, com poucas espécies de hábitos generalistas. Isso demonstra o baixo

grau de alteração antrópica deste ambiente, o que se reflete na riqueza e

composição das espécies de aves.

Na ADA do empreendimento foram registradas três exemplares fêmeas de

morcegos, das espécies Desmodus rotundus, Carollia perspicillata e Anoura

Caudifer.

Os morcegos não são apenas influenciados pela alta sazonalidade da caatinga,

estes animais são sensíveis a modificação da paisagem os tornando bons

indicadores da degradação ambiental.

Contudo, os dados de apenas uma campanha são insuficientes para entender a

dinâmica das comunidades. Com o decorrer do monitoramento vai ser possível

entender a interferência da implantação do empreendimento nesse grupo animal.

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70

6. ANEXOS

6.1 ANEXO I: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS AMOSTRAI S

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72

6.2 ANEXO II: DADOS BRUTOS DOS MAMÍFEROS REGISTRADO S NA ÁREA DE

INFLUÊNCIA DIRETA DO PARQUE EÓLICO DA DESENVIX -

NOVEMBRO/2010.

Área Amostral Coordenadas Data Taxon Nome Vulgar TAG Registro

A01 0789541E 8634836N

15/11/10 Tolypeutes tricinctus Tatu-bola 001 Armadilha

V04 0787321E 8639694N

15/11/10 Cerdocyon

thous Raposa Pegada

V03 0789682E 8637056N 15/11/10 Mazama sp. Veado

Pegada, fezes e cama

V04 0787321E 8639694N

16/11/10 Mazama sp. Veado Pegada

A04 0787321E 8639694N

16/11/10 Micoureus

cf. demerarae

Rato-cachorro 328 Armadilha

V02 0788862E 8639960N 16/11/10

Cerdocyon thous Raposa Pegada

V03 0789682E 8637056N

16/11/10 Leopadus

tigrinus Gato-do-mato Pegada

V03 0789682E 8637056N

16/11/10 Euphractus sexcinctus Tatu-peba Pegada

V05 0787321E 8639694N

16/11/10 Cerdocyon

thous Raposa Pegada

V05 0787321E 8639694N

16/11/10 Leopadus

tigrinus Gato-do-mato Pegada

V05 0787321E 8639694N

16/11/10 Conepatus semistriata Gambá Pegada

V06 0788995E 8634430N 16/11/10

Leopadus pardalis Jaguatirica Pegada

C04 0788738E 8639904N

16/11/10 Cerdocyon

thous Raposa Foto

V05 0787321E 8639694N

17/11/10 Cerdocyon

thous Raposa Pegada

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73

6.3 ANEXO III: PRANCHA DE FOTOS – MONITORAMENTO DA AVIFAUNA

Prancha com fotos feitas durante a 1ª Campanha de Monitoramento de Avifauna, em

Brotas de Macaúbas-BA; realizada entre os dias 14-20/11/2010.

beija-flor-de-garganta-verde

(Amazilia fimbriata ) beija-flor-vermelho

(Chrysolampis mosquitus )

beija-flor-rabo-de-tesoura (Eupetomena macroura )

periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum )

pica-pau-de-cabeça-amarela

(Celeus flavescens ) arapaçu-do-cerrado

(Lepidocolaptes angustirostris )

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cambacica

(Coereba flaveola ) pitiguari

(Cyclarhis gujanensis )

tico-tico-rei-cinza (Lanius pileatus )

rolinha-fogo-apagou (Columbina squammata )

formigueiro-de-barriga-preta (Formicivora melanogaster )

caburé (Glaucidium brasilianum )

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joão-chique-chique

(Gyalophylax hellmayri ) vite-vite-de-olho-cinza

(Hylophilus amaurocephalus )

maria-cavaleira-de-rabo-enferrujado

(Myiarchus tyrannulus ) balança-rabo-de-chapéu-preto

(Polioptila plumbea )

joão-de-pau

(Phacellodomus rufifrons ) bem-te-vi

(Pitangus sulphuratus )

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uí-pi

(Synallaxis frontalis ) papa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis )

trinca-ferro

(Saltator similis ) teque-teque

(Todirostrum cinereum )

garrincha

(Troglodytes musculus ) saíra-canário

(Thlypopsis sordida )

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77

sabiá-bico-de-osso

(Turdus amaurochalinus ) saíra-amarela

(Tangara cayana )

tiziu

(Volatinia jacarina ) juruviara

(Vireo olivaceus )

tico-tico

(Zonotrichia capensis ) canário-do-mato

(Basileuterus flaveolus )

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corujinha-orelhuda

(Megascops choliba ) sabiá-do-campo

(Mimus saturninus )

rolinha-picuí

(Columbina picui ) guriatã

(Euphonia chlorotica )

joão-bobô

(Nystalus maculatus ) bico-de-pimenta

(Saltatricula atricollis )

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Ninho de guriatã ( Euphonia chlorotica ) Ninho de encontro ( Icterus cayanensis )

Ninho de pica-pau-anão-pintado

(Picumnus pygmaeus ) Ninho de guaracava-modesta ( Sublegatus

modestus )

Checagem de redes de neblina no Ponto Amostral G1P1.

Ave capturada por rede de neblina sendo retirada por pesquisadora no Ponto G1P3.

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Redes de neblina armadas continuamente

no Ponto Amostral G2P2. Ave capturada por rede de neblina sendo retirada por pesquisadora no Ponto G2P2.

Ambiente onde foram armadas as redes de

neblina dos Pontos G3P1, G3P2 e G3P3. Área sendo preparada para passagem da

Linha de Transmissão.