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  • COMUNICAO DE RISCO N O 001/2013 - GVIMS/GGTES-ANVISA

    Circulao de micro-organismos com mecanismo de resistncia denominado "New Delhi Metalobetalactamase" ou NDM no Brasil.

    3 de abril de 2013

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

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    Diretor-Presidente Dirceu Brs Aparecido Barbano Diretores Jaime Csar de Moura Oliveira Jos Agenor lvares da Silva Adjuntos de Diretor Luiz Roberto da Silva Klassmann Luciana Shimizu Takara Neilton Arajo de Oliveira Chefe de Gabinete Vera Maria Borralho Bacelar Gerncia Geral de Tecnologia em Servios de Sade - GGTES Diana Carmem Almeida Nunes de Oliveira Gerncia de Vigilncia e Monitoramento em Servios de Sade - GVIMS/GGTES Magda Machado de Miranda Costa Equipe tcnica: Andr Anderson Carvalho Ana Clara Bello Fabiana Cristina Sousa Heiko Thereza Santana Helen Norat Siqueira Suzie Marie Gomes

    AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA

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    Comunicao de Risco n 001/2013

    Circulao de micro-organismos com mecanismo de resistncia denominado " New Delhi Metalobetalactamase" ou NDM no Brasil.

    A metalobetalactamase um mecanismo de resistncia de micro-organismos aos antibiticos carbapenmicos que, at ento vinha sendo identificado em pacientes que tiveram alguma relao com a regio geogrfica da ndia e Paquisto.

    A resistncia microbiana caracterizada pela comprovao laboratorial do perfil de sensibilidade do agente, in vitro, por meio de testes microbiolgicos padronizados, s diversas classes de antimicrobianos.

    Na Nota Tcnica no 01 de 25 de outubro de 2010 que estabelecia as "Medidas para a identificao, preveno e controle das infeces relacionadas assistncia sade por microrganismos multirresistentes", a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria alertava sobre a circulao de micro-organismos multirresistentes pelo mecanismo denominado "New Delhi Metalobetalactamase" ou NDM, quando alguns casos foram identificados no Canad e Estados Unidos (ANVISA, 2010 a).

    Em 2011, o Alerta no 01/2011-Anvisa - "Deteco de metalobetalactames do tipo NDM em dois isolados de Klebsiella pneumoniae na Guatemala", informava que a investigao no estabeleceu uma relao entre os casos de infeco s viagens ou viajantes ao exterior (ANVISA, 2011).

    No ano de 2012, novos casos de infeces por micro-organismos portadores da carbapenemase do tipo NDM foram identificados no Uruguai, Colmbia e, mais recentemente, em pacientes hospitalizados no Paraguai. Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), nenhum dos pacientes afetados, ou seus familiares, teve relao com viagens recentes ao exterior (PAHO/OMS, 2012).

    A Anvisa emitiu o Comunicado de Risco no 002, em 26 de dezembro de 2012, que alertava as instncias governamentais sobre a possvel identificao do micro-organismo no Brasil, tendo em vista a presena do agente nos pases fronteirios (Anvisa, 2012).

    Em 28 de maro de 2013 foram identificados dois casos no estado do Rio Grande do Sul, com confirmao laboratorial pela Fundao Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), sendo um paciente colonizado e outro infectado.

    As investigaes, coordenadas pela Secretaria de Sade do Rio Grande do Sul, indicam que ambos os pacientes entraram no servio de sade a partir do setor de "Emergncia". As internaes ocorreram em 16 e 18 de janeiro de 2013. O paciente infectado j recebeu alta hospitalar e est sob o monitoramento da vigilncia epidemiolgica do municpio de origem, enquanto o paciente colonizado continua em isolamento e, entre outras medidas, foram institudas as precaues padro e de contato.

    Diante desses achados, a Anvisa refora a ateno das Coordenaes de Controle de Infeco para as medidas de vigilncia e de investigao, junto aos profissionais que atuam em servios de sade e aos laboratrios. Tambm destaca a importncia da

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    deteco laboratorial precoce, o correto tratamento e a adoo de medidas de preveno e controle.

    Orientaes gerais A participao do laboratrio fundamental para a deteco oportuna de surtos infecciosos, de modo que oriente a adoo de medidas de preveno e controle da disseminao.

    Uma vez identificada cepa por agente multirresistente, a comunicao dever ser realizada imediatamente aos responsveis pela tomada de deciso no mbito do servio de sade, em geral ao profissional assistente e Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH) que dever adotar as medidas de preveno e controle e s Coordenaes de Controle de Infeco Hospitalar do Estado (CECIH), Municpio (CMCIH), Distrito Federal e Anvisa.

    Para a notificao dever ser utilizada a ferramenta eletrnica, disponvel no portal eletrnico da Anvisa pelo endereo http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=8934

    O acesso s informaes da notificao est permitido somente s CECIH, que efetivaram o Cadastramento Nacional junto a Anvisa. As CECIH tambm so responsveis pela guarda e confidencialidade dos dados comunicados.

    A(s) cepa(s) envolvida(s) no caso ou agregado de casos ou surto, em que haja suspeita de produo de carbapenemase, dever(o) ser enviada(s) ao Laboratrio Central de Sade Pblica do estado para confirmao e anlise molecular.

    A OMS orienta que, frente s limitadas opes teraputicas, as combinaes de antimicrobianos apresentam resultados melhores que a monoterapia, mas adverte sobre a ausncia de evidncias cientficas consistentes sobre a efetividade dessas combinaes. Portanto, no possvel emitir uma recomendao geral em funo da complexidade do tratamento. O esquema teraputico dever ser definido por infectologista com o apoio da CCIH, CMCIH e CECIH.

    Os gestores do servio de sade e do laboratrio possuem papeis determinantes sobre as medidas tcnicas e administrativas de preveno e controle das infeces no ambiente hospitalar, devendo direcionar os esforos, juntamente aos demais trabalhadores de sade, para garantir a identificao precoce, a correta precauo padro e a limpeza do ambiente.

    Outras medidas especficas de preveno e controle Para a preveno e o controle da disseminao/propagao do agente infeccioso recomendado:

    Enfatizar a importncia da higienizao das mos para todos os profissionais de sade, visitantes e acompanhantes (Segurana do paciente em servios de sade: Higienizao das Mos: http://bit.ly/10w5XDF);

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    Disponibilizar continuamente insumos para a correta higienizao das mos, conforme a RDC no 42/2010;

    Disponibilizar continuamente Equipamento de Proteo Individual (luvas e aventais) para o manejo do paciente e suas secrees, alm da correta paramentao para lidar com o ambiente em torno do paciente, colonizado ou infectado (ANVISA, 2010);

    A dedicao ao cuidado com o paciente (colonizado ou infectado) portador de agente produtor de carbapenemase deve, preferencialmente, ser por um corpo profissional exclusivo;

    Disponibilizar equipamentos e utenslios para o uso individual do paciente (estetoscpio, esfignomanmetro, termmetro, talheres, copos e outros);

    Reforar a aplicao de precaues de contato, em adio s precaues-padro para profissionais de sade, visitantes e acompanhantes, quando do isolamento de micro-organismos de importncia epidemiolgica definida, ou, de forma emprica, para pacientes sob risco de colonizao pelos mesmos, at obteno de resultados de testes de vigilncia microbiolgica;

    Estabelecer uma rea de isolamento do paciente ou coorte exclusiva para paciente colonizados/infectados pelo mesmo patgeno, bem como a identificar a condio de isolamento, inclusive no pronturio e portas de acesso;

    Avaliar a necessidade de implementar medidas de coorte em relao a profissionais de sade e pacientes;

    Avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilncia, de acordo com o perfil epidemiolgico da instituio;

    Considerar, de acordo com o momento epidemiolgico da instituio e de sua capacidade, a adoo de poltica de descolonizao para pacientes portadores de enterobactrias produtoras de carbapenemases. Esta medida auxiliar inclui a administrao tpica e oral de agentes no absorvveis com potencial ao in vitro contra isolados de enterobactrias resistentes ao carbapenmicos;

    Enfatizar as medidas gerais de preveno de IRAS no manuseio de dispositivos invasivos (Manual de Orientaes para Preveno de Infeco Primria de Corrente Sangunea: http://bit.ly/16wOFtF e do Trato Respiratrio: http://bit.ly/x5O9f7);

    Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente (Segurana do paciente em servios de sade: Limpeza e Desinfeco de Superfcies: http://bit.ly/XdVE7U);

    Aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precaues de contato, em adio s precaues-padro, para os profissionais que entram em contato direto com o paciente, incluindo o reforo nas medidas de higiene do ambiente;

    Comunicar, no caso de transferncia intra-institucional e inter-institucional, se o paciente infectado ou colonizado por microrganismos multirresistentes;

    No se recomenda a interrupo da assistncia em servios de sade como medida a ser adotada de forma sistemtica no controle de microrganismos multirresistentes. As medidas sanitrias que conduzam interrupo da assistncia em servios de sade devem ser avaliadas criteriosamente, em

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    conjunto com as autoridades locais e entre os nveis de gesto do sistema de sade;

    Manter o sistema de vigilncia epidemiolgica das infeces relacionadas assistncia sade (IRAS) que permita o monitoramento adequado de patgenos multirresistentes, em parceria com o laboratrio de microbiologia;

    Fortalecer a poltica institucional de uso racional de antimicrobianos. Para este fim, poderia se lanar mo de algumas prticas recomendadas na literatura, tais como:

    - Quando possvel, restrio preferencial de uso de certas classes de antimicrobianos potencialmente associadas maior risco seleo de resistncia, como as fluroquinolonas, as cefalosporinas de terceira gerao e os carbapenmi