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Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

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Page 1: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas

contábeis

Karem Jureidini Dias

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Compensação dos Prejuízos Fiscais

Cidadão tem o dever fundamental de contribuir para que o Estado possa realizar os seus finsProteção aos direitos dos cidadãos, evitando-se o confisco.

Constituição Federal: outorga de

COMPETÊNCIAS e LIMITAÇÕES AO PODER DE

TRIBUTAR

Qual a justa medida desse confronto?

STF: RE 117.887-6/SP

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Histórico das Limitações

1.ª Limitação: Artigo 10 da Lei 154/47

2.ª Limitação: Decreto-Lei 1.493/76

3.ª Limitação: Decreto 2.341/87 (norma antielisiva

específica)

Limites:

Fator alteração substancial – controle e ramo da

atividade

Fator origem – não operacional / exterior / renda

variável

4.ª Limitação: Lei 8.981/95 cumulada com a Lei

9.065/95

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Legalidade da Trava: STJ Recurso Especial n.° 993.975

Ministra Eliana Calmon: “limitada a dedução de

prejuízos ao exercício de 1995, não existia empecilho

de que os 70% restantes fossem abatidos nos anos

seguintes, até o seu limite total, sendo integral a

dedução. A prática do abatimento total dos prejuízos

afasta o sustentado antagonismo da lei limitadora

com o CTN, porque permaneceu incólume o conceito

de renda, com o reconhecimento do prejuízo, cuja

dedução apenas restou diferida (...)” (Recurso Especial

n.° 993.975)

Page 6: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Constitucionalidade da Trava: STF Posição do STF sobre a Trava

RE 344.994-0/PR (mar/2009)

Princípio da anterioridade (publicação da MP 812 em

31.12.1994)

Direito adquirido (aplicar a norma vigente na formação

do prejuízo)

Decisões NÃO proferidas na sistemática do 543-B do

Código de Processo Civil (efeitos das decisões apenas

inter partes )

Tais decisões limitaram-se ao contexto de continuidade da

Pessoa Jurídica, não abordando:

Casos de extinção da pessoa jurídica detentora de

prejuízo fiscal;

A questão da INTERTEMPORALIDADE dos exercícios.

Page 7: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Constitucionalidade da Trava: STF Reconhecimento da Repercussão Geral (art. 543-A do CPC)

acerca da constitucionalidade da trava: RE n.° 591.340

(ainda aguarda julgamento).

Regimento Interno Conselho Administrativo de Recursos

Fiscais:

Artigo 62-A § 1.°“As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo

Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.”§ 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre

que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543-B

Page 8: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

STF STJ TRF

• Decisões que se

limitaram ao

contexto de

continuidade da

pessoa jurídica, não

abordando os casos

de reestruturação

societária.

• Não analisou a

capacidade

contributiva –

conceito de renda.

(RE 591.340; RE

344.994; RE

545.308)

Embora não tenha

analisado a aplicação

da trava na hipótese de

incorporação,

pressupõe que a sua

legalidade reside na

garantia do direito ao

aproveitamento integral

dos prejuízos, ainda que

de forma

escalonada/diferida.

(REsp 993.975/SP; AgRg

no REsp 944.427/SP;

REsp 997.425/SP)

No caso de incorporação,

afastou a aplicação da trava,

sem, no entanto,

desconsiderar a sua

constitucionalidade nos

casos em que se observa a

continuidade da Pessoa

Jurídica

(Processo 0039536 -

31.1997.4.02.0000 TRF 2.ª

Região posterior ao AgRg no

Recurso Especial n.° 831.814

– RJ (2006/0084467-5)

Quadro Comparativo STF, STJ, TRF

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Trava na Extinção da Pessoa Jurídica – CARF

Jurisprudência anterior: a trava não se aplica na última

declaração de rendimentos da incorporada (Ac. 108-06.682

(2001); CSRF/01-04.258)

Julgamento da CSRF 9101-00.401 (out/2009; voto de

qualidade):

Não há previsão legal que permita compensação integral

Não há direito adquirido

O DL 2.341/87 proíbe o aproveitamento pela sucessora

Compensação de prejuízos é benefício fiscal e pode ser

revisto

Artigo 111 do Código Tributário Nacional impõe

interpretação restritiva de benefício fiscal

Page 10: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Reconhecimento dos Efeitos Interperíodos-base

Contabilidade:

Princípio da Continuidade da Pessoa Jurídica

(Deliberação 393/08); NPC 27 IBRACON

Legislação Fiscal:

Parte B do LALUR

Direito Civil:

Artigo 189 da Lei 6.404/76

Page 11: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Efeitos Intertemporais na apuração do IRPJ e CSLL

Exemplo:

Pessoa Jurídica constituída com R$ 100.000,00, totalmente integralizado pelos sócios (pessoas jurídicas), em 31 de dezembro de 2000. Ao longo de alguns anos, a empresa opera deficitariamente, e, por conta disso, seus sócios precisam investir mais R$ 100.000,00 de capital.

Momento 2:

Análise intertempora

l

Receita/Custo

Ano 1 - 100.000

Ano 3 -100.000

Total -200.000

Page 12: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Efeitos Intertemporais na apuração do IRPJ e CSLL

Durante esses anos deficitários, a empresa apurou prejuízo contábil e fiscal. Posteriormente, a empresa é vendida pelo valor de R$ 250.000,00, que dá origem ao lucro do período.

Questionamento: deveriam ser tributáveis como receita da Pessoa Jurídica os R$ 250.000,00 recebidos, sem se fazer considerações sobre o investimento realizado?

Momento 3:

Análise intertempora

l

Receita/Custo

Ano 1 -100.000

Ano 3 -100.000

Ano 5 +250.000

Total +50.000

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Interpretação Vedação Vigente:

Norma Antielisiva ( Decreto 2.341/87 )

+ Manutenção do Fluxo de Caixa ( Lei 8.981/95 )

Tércio Sampaio Ferraz Interpretar V.S Fazer analogias

Conteúdo ILOCUTIVO

E

Conteúdo ELOCUTIVO

Page 14: Compensação de Prejuízos Fiscais segundo as normas contábeis Karem Jureidini Dias

Conteúdo Ilocutivo Exposição de Motivos (conversão da MP 812 na Lei 8.981/95)“Arts. 15 e 16 do Projeto: decorrem de Emenda do Relator, para restabelecer o direito à compensação de prejuízos, embora com as limitações impostas pela Medida Provisória n. 812/94 ( Lei 8.981/95). Ocorre hoje ‘vacatio legis’ em relação à matéria. A Limitação de 30% garante uma parcela expressiva de arrecadação, sem retirar do contribuinte o direito de compensar, até integralmente, num mesmo ano, se essa compensação não ultrapassar o valor do resultado positivo.”

Receita Federal – perguntas e respostas de 2005: 481. A pessoa jurídica que tiver prejuízo fiscal de períodos de apuração

anteriores devidamente apurado e controlado no Lalur, vindo a se submeter à tributação utilizando-se de outra base que não a do lucro real, perderá o direito de compensar este prejuízo?

O direito à compensação dos prejuízos fiscais, desde que estejam devidamente apurados e controlados na parte B do Lalur, somente poderá ser exercido quando a pessoa jurídica for tributada com base no lucro real, pois quando a forma de tributação for outra não há que se falar em apurar ou compensar prejuízos fiscais. Esse direito, entretanto, não será prejudicado ainda que o contribuinte possa, em algum período de apuração, ter sido tributado com base no lucro presumido ou arbitrado. Assim, no período-base em que retornar à tributação com base no lucro real poderá compensar o prejuízo fiscal constante no Lalur, parte B, observada a legislação vigente à época da compensação (IN SRF nº 21, de 1992, art. 22) (grifos nossos).

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Análise do caso concreto para efeito de subsunção do fato à norma.

A trava na compensação dos prejuízos: i. É sempre aplicada no pressuposto da continuidade da

pessoa jurídica (direito à compensação nos períodos seguintes);

ii. Era aplicável nos casos de extinção da pessoa jurídica na época em que existia limitação temporal (possibilidade de utilização sem limitação quantitativa em cada período);

iii. É aplicada, inclusive, no caso de extinção da pessoa jurídica quando a compensação integral implicar em descumprimento da outra limitação legal (Decreto n.º 2.341/87 - limitação de transferência de prejuízo fiscal para a sucessora); e

iv. Só não é aplicável se comprovadamente não for possível, pela extinção da pessoa jurídica, a utilização futura dos prejuízos fiscais e bases negativas e desde que não implique em transferência de resultados negativos para a sucessora.

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Questões Laterais Postergação Decreto-lei 1.598/77, artigo 6.°, § 6.°“o lançamento de diferença de imposto com fundamento em

inexatidão quanto ao período-base de competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de compensada a diminuição do imposto lançado em outro período-base a que o contribuinte tiver direito em decorrência da aplicação do disposto no § 4.°”.

Súmula 36 (CARF)A inobservância do limite legal de trinta por cento para

compensação de prejuízos fiscais ou bases negativas da CSLL, quando comprovado pelo sujeito passivo que o tributo que deixou de ser pago em razão dessas compensações o foi em período posterior, caracteriza postergação do pagamento do IRPJ ou da CSLL, o que implica em excluir da exigência a parcela paga posteriormente.

Multa: Código Tributário Nacional, Artigo 100 § 1.°

 A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

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Obrigada!

[email protected]