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CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE NO DIREITO COMPARADO Albino Joaquim Pimenta da Cunha 1. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo discutir o PLC 646/99, denominado “Código de Defesa do Contribuinte”, em tramitação no Senado Federal. Desde sua proposta, em 25/11/1999, tal projeto de lei complementar tem sido alvo de profundas controvérsias, uns considerando-o um verdadeiro “Código de Defesa do Sonegador”, outros o defendendo incondicionalmente. De forma a ampliar as bases para discussão, lança-se mão do Direito Comparado, analisando o código em tramitação no Senado à luz de normas ou orientações já existentes em outros países, tais como França, Espanha, México, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália e Peru. 2. INTRODUÇÃO Independentemente da existência de um Código de Defesa do Contribuinte, ou seja, um texto legal específico, regulando direitos e deveres dos contribuintes e do fisco, é notório que as normas tributárias existentes no ordenamento jurídico pátrio já contemplam, de forma esparsa, tais relações. Assim, há preceitos relativos aos direitos dos contribuintes (e limites aos entes detentores de competência tributária) na Constituição Federal, no Código Tributário Nacional, na norma que regula o Processo Administrativo-Fiscal, nos regulamentos que disciplinam os tributos (RIR/99, por exemplo), assim como no restante da legislação tributária.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE NO DIREITO COMPARADO

Albino Joaquim Pimenta da Cunha

1. RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo discutir o PLC 646/99,

denominado “Código de Defesa do Contribuinte”, em tramitação no Senado

Federal. Desde sua proposta, em 25/11/1999, tal projeto de lei

complementar tem sido alvo de profundas controvérsias, uns

considerando-o um verdadeiro “Código de Defesa do Sonegador”, outros o

defendendo incondicionalmente. De forma a ampliar as bases para

discussão, lança-se mão do Direito Comparado, analisando o código em

tramitação no Senado à luz de normas ou orientações já existentes em

outros países, tais como França, Espanha, México, Estados Unidos da

América, Canadá, Venezuela, Austrália e Peru.

2. INTRODUÇÃO

Independentemente da existência de um Código de Defesa do

Contribuinte, ou seja, um texto legal específico, regulando direitos e

deveres dos contribuintes e do fisco, é notório que as normas

tributárias existentes no ordenamento jurídico pátrio já contemplam,

de forma esparsa, tais relações. Assim, há preceitos relativos aos

direitos dos contribuintes (e limites aos entes detentores de

competência tributária) na Constituição Federal, no Código Tributário

Nacional, na norma que regula o Processo Administrativo-Fiscal, nos

regulamentos que disciplinam os tributos (RIR/99, por exemplo), assim

como no restante da legislação tributária.

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A mesma legislação também prevê deveres e obrigações impostos aos

contribuintes nas suas relações com o fisco, assim como prerrogativas

especiais outorgadas à Administração Tributária.

3. O PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR No 646/99 – O “CÓDIGO DE DEFESA DO

CONTRIBUINTE”

O denominado Código de Defesa do Contribuinte foi encaminhado

pelo Senador Jorge Bornhausen ao Senado Federal em novembro de 1999 e

tramita como Projeto de Lei Complementar no 646/99. Foi encomendado

pelo Partido de Frente Liberal e pelo Instituto Tancredo Neves ao

professor Torquato Jardim, que coordenou o Grupo de Trabalho composto

pelos tributaristas Roque Antonio Carrazza, Eduardo Botallo, José

Souto Maior Borges, Ricardo Lobo Torres e Paulo de Barros Carvalho.

O projeto do CDC é constituído de 53 artigos, e sua Justificação,

assinada pelo Senador Bornhausen, cita os códigos de contribuinte

recentemente aprovados nos Estados Unidos da América (1996) e na

Espanha (1998), assim como a Convenção Americana sobre Direitos

Humanos (Pacto de São José da Costa Rica – 1969), como norteadores da

criação do código por ele proposto. Na tramitação do projeto, a

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e a Comissão de

Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovaram várias emendas

ao projeto, que foi a Plenário em junho de 2000, voltando à CCJ e à

CAE. Novamente colocado em pauta para discussão no Plenário do Senado

em 31 de outubro de 2001, o Senador Artur da Távola, então líder do

governo no Senado, solicitou adiamento. Em 05 de dezembro de 2001 é

aprovado novo requerimento, do mesmo senador, para que o projeto

retorne à CAE, onde ainda se encontra, aguardando relatoria do Senador

Romero Jucá desde 21 de fevereiro de 2003.

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O “lobby” para sua aprovação é poderoso. Um dos eventos

específico para promoção do CDC foi o congresso “O Código de Defesa do

Contribuinte – Direitos, Garantias e Deveres”, em São Paulo, setembro

de 2000. Dentre inúmeras intervenções, Ney Prado discorreu sobre as

fases a percorrer para atingir o objetivo, qual seja, a aprovação do

CDC no Congresso Nacional: cooptação, sensibilizar opinião pública,

superar resistências, determinar quais são os interlocutores, recrutar

quadros, levantar recursos financeiros, integrar as entidades

dispostas a participar, oferecer informações, organizar reuniões e

congressos, escrever artigos, assessorar o Congresso Nacional,

acompanhar a tramitação, identificar Senadores e Deputados favoráveis

ao projeto, selecionar interlocutores para mobilizar a Casa

Legislativa, traçar tipologia dos parlamentares, identificar universo

antagônico ao projeto, cobrar lealdade dos congressistas.

Embora em estado latente, o projeto ainda tramita no Senado,

havendo possibilidade concreta de voltar a ameaçar a eficácia das

administrações tributárias, enquanto não for definitivamente

arquivado.

Fora do Senado Federal, o PLC no 646/99 criou clima de total

animosidade entre seus defensores, de um lado, e as administrações

tributárias e associações de servidores do fisco do outro. Que motivos

levaram a tal animosidade? Estariam as administrações tributárias se

negando a ceder ante a previsão legal de justos direitos dos

contribuintes, já consolidados em outros países através de códigos

semelhantes, como amplamente anunciado por seus defensores? Ou teriam

razão os críticos do CDC proposto, pois tal código, se aprovado,

inviabilizaria a fiscalização e a arrecadação de tributos, aumentando

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significativamente a sonegação fiscal? Esclarecer tal controvérsia é o

objeto deste trabalho, apoiando-se no Direito Comparado.

4. CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE NO DIREITO COMPARADO

Num mundo em crescente globalização, com notável aumento do

comércio internacional, transferências instantâneas de capitais, e

formação de blocos econômicos, impõe-se uma maior interação e

convergência entre as administrações tributárias das nações. Neste

contexto, surge a necessidade de uma maior uniformidade no Direito

Positivo dos países que tenham a pretensão de participar desta

tendência à globalização. Isto ocorre também no Direito Tributário, e

por este motivo foram analisadas algumas normas existentes em outros

países, relativas aos direitos e obrigações dos contribuintes.

Se há necessidade de se legislar no Brasil sobre os direitos e

deveres dos contribuintes, criando-se um Código de Defesa do

Contribuinte, é imprescindível que tal código nasça em consonância com

os já existentes no Direito Comparado.

Nem todos os países possuem uma lei especificamente voltada para

os direitos e deveres dos contribuintes, podendo tais princípios, em

alguns casos, serem encontrados na legislação tributária esparsa.

Certas vezes, especialmente quando não há a norma específica, são

editados e disponibilizados aos contribuintes textos contendo

orientações sobre seus direitos e deveres em face da Administração

Tributária. Neste contexto, foram analisados os códigos, leis, cartas

ou comunicados, relativos a direitos e deveres dos contribuintes, de

oito países, de diferentes regiões, padrões sócio-econômicos e

perspectivas culturais. Os países para os quais se teve acesso a estas

informações foram França, Espanha, México, Venezuela, Estados Unidos

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da América, Austrália, Canadá e Peru. Poder-se-á, assim, ter uma

melhor compreensão quanto à adequação do projeto de CDC proposto pelo

Senador Bornhausen à nossa realidade e aos códigos de outros países.

Em sua maioria, as informações analisadas foram obtidas através da

Internet. De modo a facilitar a comparação entre os CDC de diferentes

países, foram elaboradas treze tabelas, apresentadas em anexo (vide

tabelas ao final do trabalho).

5. ANÁLISE COMPARADA DO PLC No 646/99

Vistos os principais dispositivos contemplados pelos Códigos de

Defesa do Contribuinte no Direito Comparado, pode-se proceder a uma

análise crítica do PLC no 646/99 à luz destes ordenamentos

estrangeiros. A conclusão que se chega, analisando os dados tabelados,

é de que o projeto de CDC do Senador Bornhausen está francamente

dissociado dos existentes nos países analisados no estudo comparado.

Não haveria, portanto, uma convergência do texto legal em

tramitação no Senado com a legislação vigente nos outros países

estudados, como seria desejável, e como exaustivamente propalado por

seus defensores.

6. CONCLUSÕES

Constata-se que, após 15 anos de sua promulgação, a efetividade

da Constituição de 1988 é ainda bastante precária, especialmente

naquilo que diz respeito “... a igualdade e a justiça como valores

supremos de uma sociedade fraterna ....”, “... fundada na harmonia

social ....”, previstos no seu Preâmbulo, assim como “à cidadania, à

dignidade da pessoa humana” (incisos I e II do art. 1o), “construir uma

sociedade livre, justa e solidária”, “erradicar a pobreza e a

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marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”

(incisos I e III do art. 3o) e outros tantos princípios de

solidariedade. Neste contexto, na modesta avaliação do autor, a

iniciativa de criação de um Código de Defesa do Contribuinte, embora

louvável, se mostra defasada das reais necessidades da sociedade, que

certamente não é a aprovação de um CDC, quando faltam à ampla maioria

da população condições mínimas de sobrevivência digna. Um CDC teria

como destinatários uma parcela mínima da população, no caso, os mais

bem aquinhoados, que por sinal suportam uma carga tributária baixa, se

comparada àquela que lhes seria imputada na maioria dos países

desenvolvidos. Tal código seria, assim, com o conteúdo proposto no PLC

no 646/99, apenas um instrumento a mais de proteção das elites,

inclusive daquelas que se negam a participar da construção de um País

mais justo, através do pagamento de tributos.

No Brasil, assim como ocorre em outros países de cultura latina,

é extremamente elevado o nível de sonegação fiscal. Meios seguros para

coibir a sonegação devem ser encontrados e implementados na legislação

tributária e penal, dentre eles o fortalecimento das Administrações

Tributárias. O presente projeto de lei complementar parece vir na

contra-mão desta necessidade.

Elevada parcela da arrecadação tributária no Brasil é constituída

pelos tributos indiretos. As empresas os incorporam aos preços e

repassam ao consumidor final. Tais tributos oneram sobremaneira as

camadas mais pobres, que chegam a pagar, proporcionalmente, muito mais

tributos que os mais ricos, como já demonstrado em inúmeros trabalhos.

Para reverter tal quadro, há necessidade de se implementarem

diferentes medidas, tais como:

• Um ambicioso programa de educação fiscal.

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• Uma legislação penal tributária mais rigorosa e eficaz, capaz de

tornar extremamente arriscada a prática da sonegação fiscal, de

modo a não valer a pena correr o risco, pois só a certeza da

punição inibe o crime.

• Uma maior adequação da matriz tributária aos princípios da

capacidade contributiva e da progressividade, diminuindo-se os

tributos indiretos, que recaem mais pesadamente sobre os mais

pobres, e aumentando-se os impostos diretos.

• Uma diminuição progressiva da carga fiscal, à medida que se

aumente a base de contribuintes.

• Uma maior celeridade das Administrações Tributárias no

contencioso administrativo fiscal, assim como do Poder Judiciário

nas demandas que lhes são confiadas.

A análise das tabelas em anexo permite concluir que:

• O projeto de CDC do senador Bornhausen destoa flagrantemente de

seus similares em outros países.

• A aprovação do CDC inviabilizará o trabalho do fisco, criando

ambiente propício ao aumento incontrolável da sonegação.

Resumindo, se o sistema legal brasileiro fosse cumprido, talvez

nem se precisasse de um CDC: bastava que os princípios constitucionais

e as leis em vigor tivessem efetividade, que automaticamente os

direitos dos contribuintes estariam garantidos.

O texto completo da monografia que deu origem a este trabalho-

resumo pode ser encontrado no portal do UNAFISCO, www.unafisco.org.br,

setor de ESTUDOS TÉCNICOS.

7. BIBLIOGRAFIA

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AUSTRALIAN TAXATION OFFICE. The Taxpayers Charter. Disponível em: <http://www.ato.gov.au/content.asp?doc=/content/corporate/charter.htm>. Acesso em: 13 abr. 2003. 15 p. BRASIL. Projeto de Lei Complementar no 646/99. Dispõe sobre os direitos e as garantias do contribuinte e dá outras providências. Apresentado pelo Senador Jorge Bornhausen em 25/11/1999 no Plenário do Senado Federal. 14 p. CANADA CUSTOMS AND REVENUE AGENCY. Fairness and client rights. Disponível em: <http://www.ccra-adrc.gc.ca/fairness/>. Acesso em: 10 jan. 2003.12 p. DIRECTION GÉNÉRALE DES IMPÔTS. “Pour um dialogue constructif: Le

contrôle et droits dês contribuables”. Paris, 13 p. ESPANHA. Ley 1/1998, de 26 de febrero, de Derechos y Garantías de los Contribuyentes.B.O.E. núm. 50 de 27 de febrero de 1998. 23 p. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Public Law 104-168, commonly known as the Taxpayer Bill of Rights 2, signed into law by Presidente Bill Clinton

on July 30, 1996. Document. 7394 (Rev. 08-96). Catalog Number 10590R. Disponível em: <http://www.irs.gov>. Acesso em: 10 abr. 2003. 21 p. SERVICIO DE ADMINISTRACIÓN TRIBUTARIA. “Carta de los Derechos Del

Contribuyente Auditado 1999”, México. Disponível em: <http://www.sat.gob.mx/>. Acesso em: 10 abr. 2003. SERVICIO NACIONAL INTEGRADO DE ADMINISTRACIÓN TRIBUTARIA. Derechos de los Contribuyentes. Disponível em: <http://www.seniat.gov.ve/ servlet/page?_pageid=74&_dad=portal30&_schema=PORTAL30&_type=site&_fsiteid=35&_fid=4417&_fnavbarid=1&_fnavbarsiteid=35&_fedit=0&_fmode=2&_fdisplaymode=1&_fcalledfrom=1&_fdisplayurl=>. Acesso em: 10 abr. 2003. 6 p. SERVICIO NACIONAL INTEGRADO DE ADMINISTRACIÓN TRIBUTARIA. Deberes a

ser cumplidos por los Contribuyentes. Disponível em: <http://www.seniat.gov.ve/servlet/>. Acesso em: 10 abr. 2003. 13 p.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DISPOSITIVOS DE CARÁTER GERAL – 01/02

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Direitos e Garantias do Contri-buinte previstos em texto legal específico (CDC)

Sim1 Não Sim2 Não Não Sim3 Não Não Não

Direitos e Garantias do Contri-buinte previstos na legislação esparsa, com doc. consolidado disponível aos contribuintes

Não Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Sim

Previsão de Ouvidor do Contri-buinte, ou órgão colegiado com idêntica finalidade

4 Sim5 Sim6 Sim Sim Sim

Previsão de Corregedoria

7 Sim8 Sim9 Sim10

CDC dá definição para o termo “contribuinte”

Sim11

1 PLC No 646/99. Nesta coluna são inseridas as informações relativas às disposições previstas neste projeto de lei complementar. 2 Ley 1/1998, de Derechos y Garantías de los Contribuyentes. 3 “Taxpayer Bill of Rights II”, cujos dispositivos integram a lei tributária geral. 4 No sítio da Receita Federal na Internet está disponível o acesso à Ouvidoria do Ministério da Fazenda. 5 Há previsão de um Conselho de Defesa do Contribuinte, criado pelo Real Decreto 2458/1996, de 2 de dezembro. 6 Há previsão dos Síndicos dos Contribuintes e do Agente de Solução de Problemas, todos acessíveis aos contribuintes. 7 Embora não previsto no projeto, há na SRF a Corregedoria, com atribuição para investigar servidores. 8 Há duas Controladorias, uma na Secretaria de Fazenda e Crédito Público, e a outra no Serviço de Administração Tributária. Além disso, há a figura do Ouvidor (Ombudsman), defensor dos Direitos Humanos, que recebe queixas formuladas pelos contribuintes contra autoridades e funcionários públicos. 9 Inspetor Geral para a Administração de Impostos do Tesouro. 10 Trata-se do Comissário do Sigilo, atuando em questões que envolvam violação da privacidade do contribuinte. 11 Art. 1o, § 1o.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DISPOSITIVOS DE CARÁTER GERAL – 02/02

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Preocupação em incrementar o cumprimento voluntário de obrigações tributárias

12 Sim Sim

Sim Sim Sim Sim Sim

Previsão de prazo de decadên-cia e/ou prescrição no CDC

Sim13 Sim Sim Sim14

Lei sancionatória mais benigna retroage

15 Sim16 Sim

Previsão de denúncia de casos de sonegação

Sim17 Sim18 Sim Sim19

Previsão de denúncia contra agente fiscal, inclusive anônima

Sim Sim20

12 O texto legal é omisso sobre o assunto. 13 Art. 24. 14 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 43. 15 Previsto no CTN, art. 106, II. 16 Art. 4.3. 17 Inclusive denúncia anônima. 18 Há previsão de recompensa por informações, paga com parte do montante arrecadado a partir da denúncia. 19 Art. 192 do Código Tributário. 20 Denúncia ao Inspetor Geral para a Administração de Impostos do Tesouro.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DIREITOS DOS CONTRIBUINTES – 01/03

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Contribuinte recebe carta com seus direitos e obrigações no início da fiscalização, ou é informado sobre o assunto

Sim Sim21 Sim Sim Sim Sim22

Contribuinte informado no início da fiscalização sobre natureza e alcance da mesma

23 Sim24 Sim Sim Sim25

Direito de pedir informações que se encontram em poder do fisco

Sim26 Sim Sim27

Direito de identificar pessoas sob cuja responsabilidade se desenvolvem os procedimentos em que seja interessado

28 Sim Sim29 Sim Sim30 Sim

21 Art. 3, letra n – é informado sobre seus direitos e obrigações. 22 Art. 104.2 da Lei do Procedimento Administrativo Geral. 23 Art. 46 diz que termo de início de fiscalização deve circunscrever precisamente seu objeto, vinculando a Administração Fazendária 24 Art. 3, letra n. 25 Art. 55 da Lei do Procedimento Administrativo Geral. 26 Direito de pedir cópia de declarações entregues ao fisco. 27 Art. 110 da Lei do Procedimento Administrativo Geral. 28 A Portaria SRF No 3.007, de 26/11/2001, prevê a entrega ao contribuinte, pelo AFRF, de Mandado de Procedimento Fiscal, onde constam: AFRF autorizado a executar o procedimento, nome e telefone da sua chefia imediata (Chefe de Equipe e Chefe da Fiscalização). 29 Art. 3, letra e. 30 Inclusive da chefia imediata, se assim requisitado pelo contribuinte.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DIREITOS DOS CONTRIBUINTES – 02/03

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Direito de não fornecer docu-mentos que a administração tributária já disponha

Sim31 Sim32 Sim33

Direito de formular alegações e de ser ouvido antes da autuação

Sim Sim Sim34 Sim Sim

Direito de apresentar queixa por não cumprimento de prazos

Sim Sim Sim35 Sim36

Possibilidade de pagar com multa reduzida no curso da fiscalização, ou de transacionar

37 Sim38 Sim 39 Sim40 Sim41

31 Art. 19, XIV. 32 Art. 3, letra g. 33 Art. 42 da Lei do Procedimento Administrativo Geral e art. 92 do Texto Único Ordenado do Código Tributário. 34 Art. 3, letras k e l. 35 Queixa apresentada ao superior hierárquico. 36 Texto Único Ordenado do Código Tributário, arts. 92 e 155. 37 Não há disposição neste sentido, seja no projeto de CDC, seja na legislação tributária federal. Há, sim, desconto na multa de ofício, por pagamento (à vista ou parcelado) do crédito tributário no prazo (para pagamento ou impugnação), mas tal redução ocorre após sua constituição, através do lançamento de ofício. No curso da ação fiscal, há ainda, na legislação tributária, a possibilidade de pagamento de tributos já declarados sem multa de ofício, nos 20 primeiros dias do procedimento (art. 909 do RIR/99). 38 A administração pode transacionar quanto às penalidades, mas não quanto aos juros moratórios. O contribuinte abre mão do procedimento contencioso. 39 Não é o caso no curso da fiscalização. É permitida a redução de juros por qualquer erro injustificável ou demora do IRS em emitir atos administrativos complementares aos atos ministeriais, assim como por perda de registros, por transferência de pessoal do IRS, por doenças prolongadas, por longos treinamentos de pessoal, ou por saídas prolongadas (art. 301). 40 A multa é reduzida caso forneça informações, voluntariamente, de qualquer irregularidade, no curso da ação fiscal. 41 Em casos especiais: força maior, caso fortuito, erro da Administração Tributária, etc. Podem ser perdoados as penalidades e juros somente.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DIREITOS DOS CONTRIBUINTES – 03/03

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Direito de regresso contra deve-dores solidários, pela lei civil

42 Sim

Acesso a incentivos fiscais, crédito oficial e participar de licitações públicas

Sim43

Contribuinte pode solicitar fiscalização de caráter geral

Sim44

Consulta não respondida implica em aceitar interpre-tação dada pelo contribuinte

Sim45 Não46 Não Não47

42 Há previsão no Código Civil. 43 Art. 26. A norma permitiria que, mesmo a contribuinte sob execução fiscal, se dispense tratamento idêntico àquele conferido ao contribuinte adimplente. 44 Art. 28.1. 45 Art. 31, inciso III. 46 México e Venezuela possuem entendimento contrário ao previsto no PLC No 646/99 (negativa ficta), dando chance ao contribuinte de impugnar. 47 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 144.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

DEVERES DOS CONTRIBUINTES – 01/01

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Penalidade por falta de informações nas declarações prestadas anualmente

Sim Sim48 Sim

Punição ao contribuinte que se opõe à fiscalização

49 Sim50 Sim

Necessidade de garantia do crédito tributário para recorrer de autuação e suspender execução

Não51 Sim52 Sim53 Sim 54 Sim55

Depósito para garantir parcelamento

Sim

48 Sociedades isentas, art. 1314. 49 Há previsão na legislação específica de cada tributo. 50 Além do lançamento de ofício, sem contraditório, fica sujeito a elevadas penalidades e sanções penais. 51 Art. 18, PU e final do PU do art. 22. 52 Para recurso aos tribunais. 53 Art. 30.1. 54 Há previsão de hipoteca e de penhora de bens nas atividades de cobrança do IRS (art. 501 e ss.). 55 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 158.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

LIMITES E OBRIGAÇÕES IMPOSTOS À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 01/04

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Necessidade de autorização para iniciar fiscalização

56 57 Sim Não58 Sim59

Aviso prévio de fiscalização Sim60 Sim61 Início da fiscalização deve conter motivação

Sim Sim Sim Sim62

Obrigação de informar ao contribuinte resultado da fiscalização

Sim Sim Sim

Previsão de pagamento de indenização por danos causados ao contribuinte

Sim63 Sim64

Previsão de reembolso de custos de avais e garantias se autuação for julgada improcedente

Sim65 Sim66

Previsão de reembolso de hono-rários de advogado suportados pelo contribuinte na demanda

Sim67 Sim68

56 Embora não conste no PLC No 646/99, no âmbito da SRF há tal previsão, através da Portaria SRF No 3.007/2001. 57 Não é expressa, mas como há um aviso prévio, que esclarece tributos, períodos e responsáveis pela execução, parece haver tal autorização. 58 Há exceção, onde é necessária autorização da chefia, quando há motivos para se acreditar que a existência ou a integridade de documentos e informações esteja em risco, em que uma ação de acesso urgente faz-se necessária. 59 Art. 104.1 da Lei do Procedimento Administrativo Geral. 60 Com relação à auditoria contábil, a lei permite que o fiscal se apresente sem aviso prévio, podendo proceder a verificações de estoques, averiguar a existência de contabilidade, etc. 61 Exceto em condições de risco. 62 Art. 104.1 da Lei do Procedimento Administrativo Geral. 63 Art. 44, § 1o. 64 Previsão de um limite para pagamento de indenização por danos civis, pelo Estado, de US $ 1.000.000,00, caso agentes do fisco não sigam as orientações do IRS na arrecadação de tributos. Caso o contribuinte não esgote os recursos administrativos, há redução de valor (art. 801). 65 Art. 25 do PLC No 646/99. 66 Art. 3, letra c. 67 Art. 25. Há também previsão no Código de Processo Civil. 68 Desde que tenha esgotado todos os remédios administrativos. Valores máximos de reembolso corrigidos anualmente pela inflação (arts. 701 a 703).

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

LIMITES E OBRIGAÇÕES IMPOSTOS À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 02/04

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

A AT proporcionará orienta-ção, informação, educação e assistência ao contribuinte

69 Sim Sim Sim Sim Sim Sim70

Normas tributárias devem citar expressamente disposições alte-radas e revogadas

Sim71 Sim72

Agente do fisco obrigado ao sigilo fiscal

Sim73 Sim Sim74 Sim Sim Sim Sim Sim Sim75

Regime de dedicação exclusiva do agente fiscal

Sim Sim76

Prazo para encerrar ação fiscal Sim Sim Sim77 Sim 78 Prazo para administração tributária responder consultas

Sim Sim79 Sim Sim80

Prazo de prescrição não suspende nem interrompe mesmo se devedor não for encontrado

Sim81

69 Não há previsão no projeto original. Foi incluído novo inciso ao art. 19 neste sentido, através da Emenda No 8 – CAE. 70 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 84. 71 Art. 11. 72 Art. 4.2 73 Art. 43. Dispositivo supérfluo, pois já previsto pelo art. 198 do CTN. 74 Art. 3, letra h. 75 Texto Único Ordenado do Código Tributário, arts. 85 e 92. 76 Estão impedidos de exercer funções ou trabalhos de assessoria, vinculados à aplicação de normas tributárias (Código Tributário, art. 86). 77 Art. 29.1. Atrasos, imputáveis ao contribuinte, interrompem o cômputo do prazo. Idem para períodos de interrupção justificada por regulamento. 78 Não limita prazo. Prevê que seja no menor tempo possível, dependendo da complexidade, da adequação dos registros, da disponibilidade de dados, da cooperação do contribuinte, etc. 79 Art. 8.2. 80 A previsão é para responder às petições formuladas pelos contribuintes. 81 Art. 51. Altera redação do art. 40 da Lei No 6.830/80.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

LIMITES E OBRIGAÇÕES IMPOSTOS À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 03/04

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Publicação anual de textos legais consolidados (regula-mentos)

82 Sim83

Publicação de Plano Anual de Fiscalização

Sim84

Administração Tributária deve prestar informações anuais ao Congresso sobre trabalhos desenvolvidos

Sim85 Sim

Administração Tributária deve prestar informações anuais ao Congresso sobre queixas apre-sentadas pelos contribuintes

Sim

Administração Tributária deve prestar informações anuais ao Congresso sobre desvios de conduta de agentes

Sim86 Sim87

Define formas e conteúdo de intimações

Sim88

Impede uso de meios coercitivos para cobrar tributos

Sim89

Desconsideração da Persona-lidade Jurídica só pela justiça

Sim90

82 Está previsto no CTN, art. 212. 83 Art. 6.1. 84 Art. 26. 85 Art. 1003. 86 Art. 1211. 87 Queixas quanto à Lei do Sigilo. 88 Art. 23. 89 Arts. 14. 90 Art. 16.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

LIMITES E OBRIGAÇÕES IMPOSTOS À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 04/04

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Confissão é considerada prova ilícita

Sim91 92

Técnicas presuntivas publica-das com 30 dias de antecedência

Sim93

AT deve publicar semestral-mente carga tributária inci-dente sobre mercadorias e serviços

Sim

Define tipicidade de crime de excesso de exação

Sim94

AT não pode cancelar inscrição do contribuinte sem prévia defesa e contraditório

Sim95

AT não pode impedir contri-buinte de emitir documentos fiscais

Sim96

AT não pode induzir auto-denúncia ou confissão do contribuinte

Sim97

AT não pode publicar nome de contribuinte devedor

Sim98

AT só pode cobrar, na Execu-ção Fiscal, de quem consta na Certidão de Dívida Ativa

Sim99

91 Art. 17, PU. 92 Contrariamente ao projeto de CDC, a legislação da Venezuela só não admite a confissão feita pelo servidor público, quando desfavorável à administração. 93 Art. 35. 94 Art. 21, PU. 95 Art. 37, inciso III. 96 Art. 37, I. 97 98 Art. 37, VI. 99 Art. 44.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 01/02

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Acesso à movimentação bancária administrativamente

Não100 Sim Sim101 Sim

Requisição administrativa de auxílio policial

Não102 Sim Sim103

Descaracterização de negócios jurídicos com abuso de forma

104

Sim

Tributação ex-officio por sinais exteriores de riqueza

105 Sim

100 Permitido somente após o encerramento do processo administrativo, ou seja, quando já não é mais necessário, e possivelmente já houve decadência (art. 43). 101 Movimentações em dinheiro de valores superiores a US$10.000,00 (art. 1206). 102 Art. 37, inciso V. 103 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 62. 104 No CTN há norma geral, pendente de regulamentação (LC 104/2001). 105 Dispositivo previsto na legislação do Imposto de Renda.

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DIREITO COMPARADO DISPOSITIVOS PRESENTES NOS CÓDIGOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE

PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA – 02/02

DISPOSITIVO PLC No 646/99 FRANÇA ESPANHA MÉXICO VENEZUELA EUA AUSTRÁLIA CANADÁ PERÚ

Pode denunciar ao Ministério Público fatos que se presumam como delitos tributários, mesmo antes de terminar fiscalização

Não106 Sim107

Manutenção de fundo de verba para operações secretas

Sim

Fisco pode apreender ou reter livros, arquivos, documentos, etc

Sim Sim108

Previsão de hipoteca e penhora de bens pelo Fisco

Sim109

Reexame de mesmo tributo e período

110 Sim111 Sim112

106 Decisão do STF, de 10 de dezembro de 2003, corroborou tal entendimento, da necessidade de decisão definitiva na esfera administrativa como requisito para a proposição da ação penal com base no art. 1o da Lei no 8.137/90 c/c o art. 71 do CP. 107 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 192. 108 Texto Único Ordenado do Código Tributário, art. 62. 109 Art. 501 e seguintes. 110 Prevista necessidade de autorização da autoridade fazendária, no âmbito da SRF, de acordo com o art. 906 do RIR/99. 111 Situações excepcionais: se a pessoa física, na fiscalização anterior, forneceu elementos incompletos ou incorretos, por exemplo; nas empresas, somente no âmbito do controle de documentos. 112 Necessária nova ordem de fiscalização.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE NO DIREITO COMPARADO

PRAZOS PARA ENCERRAMENTO DE FISCALIZAÇÃO E PROCESSOS DE CONSULTA

QUADRO COMPARATIVO

PLC No 646/99

FRANÇA ESPANHA MÉXICO

Fiscalização de empresa de pequeno porte

90 dias (prorrogável uma vez) art. 46, P.U.

3 meses (regime presumido ou simplificado de tributação)

12 meses113 (prorrogável uma vez) art. 29, 1

6 meses114 (prorrogável duas vezes – mais 12 meses) art. 46, § 2o, IV

Fiscalização de empresa de grande porte

Idem acima

Não há limite de prazo

Idem acima

Idem acima

Fiscalização de pessoas físicas

Idem acima

1 ano (há casos em que é prorrogável por mais 1 ano) (pode ser ampliado em casos excepcionais: com necessidade de acesso a extratos bancários fornecidos pelo banco, ou de acesso a informações em outros países)

Idem acima

Idem acima

Processos de Consulta

30 dias (prorrogável uma vez) art. 31, I

-------

6 meses115

3 meses

113 Os prazos são interrompidos. 114 Não há limite de prazo, em se tratando de preços de transferência ou sistema financeiro. 115 Atrasos por causa não imputável à administração interrompem o cômputo do lapso temporal.