choque (1) 1

47
Choque Circulatório Ana Marques Bianca Vargas

Upload: janinemagalhaes

Post on 25-Jun-2015

5.613 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Choque (1) 1

Choque Circulatório

Ana Marques

Bianca Vargas

Page 2: Choque (1) 1
Page 3: Choque (1) 1

Definição

Afeta cerca de 1/3 dos pacientes na UTI

Expressão clínica de uma insuficiência circulatória que

resulta em utilização inadequada de oxigênio pelas

células

Page 4: Choque (1) 1

Diagnóstico

Sinais Clínicos

• Hipoperfusão• Cutânea: pele fria e

úmida, vasoconstricção e cianose

• Renal: débito urinário < 0,5mL/kg/h

• Neurológica: alteração de nível de consciência

Sinais Hemodinâmic

os

• Hipotensão arterial sistêmica• PS < 90mmHg ou

PAM < 70mmHg• Taquicardia

Sinais Bioquímicos

• ↑ Lactato sérico• > 1,5mmol/L

Page 5: Choque (1) 1

Mecanismos Fisiopatológicos

HipovolemiaFatores

cardiogêni-cos

Obstrução Fatores distributivos

Page 6: Choque (1) 1

Diagnósticos Diferenciais

De Backer et al.

1600 pacientes

Dopamina X Norepinefrina

Page 7: Choque (1) 1

Diagnósticos Diferenciais

Tipo e causa do choque podem ser evidenciados pela história colhida, exame físico ou investigações clínicas

Ex.: Choque após trauma

Choque hipovolêmico X cardiogênico X distributivo

Exame físico completo: cor e temperatura da pele, estase de jugular, edema periférico

Ecocardiograma

Page 8: Choque (1) 1

Diagnósticos Diferenciais

Page 9: Choque (1) 1

Abordagem Inicial do Paciente em Choque

Page 10: Choque (1) 1

Abordagem Inicial do Paciente em Choque

Suporte hemodinâmico adequado

RCP iniciada enquanto se segue a investigação da causa do choque

Uma vez identificada, a causa deve ser rapidamente corrigida

Cateter arterial – pressão arterial e coleta de sangue

Cateter venoso central – infusão de fluidos e agentes vasoativos

Page 11: Choque (1) 1

Abordagem Inicial do Paciente em Choque

Tratamento inicial é orientado pelo problema

Os objetivos são os mesmos independentemente da causa do choque, embora os tratamentos usados para atingi-los possam ser diferentes

VIP:

Ventilate (oxigênio)

Infuse (reposição volêmica)

Pump (agentes vasoativos)

Page 12: Choque (1) 1

Suporte Ventilatório

Aumentar o aporte de O2 e prevenir hipertensão pulmonar

Administração de O2 deve ser imediata

Oximetria de pulso X Gasometria

Máscara de O2 X IOT

dispneia severa, hipoxemia ou acidemia persistente ou em piora (pH <7,3)

Redução da demanda de O2 dos músculos respiratórios

Diminuição da pós carga do VE

Page 13: Choque (1) 1

Reposição Volêmica

Aumentar o fluxo sanguíneo microvascular e o débito cardíaco

Essencial em qualquer tipo de choque

Administração de fluidos deve ser monitorada de perto

End points são difíceis de definir

Tornar débito cardíaco independente da pré-carga

Page 14: Choque (1) 1

Reposição Volêmica

Responsividade a fluidos em pacientes em VM

Diretamente: medida do volume sistólico batimento a batimento com uso de monitores do débito cardíaco

Indiretamente: observação de variações na pressão de pulso no traçado da pressão arterial durante o ciclo ventilatório

Elevação passiva das pernas – efeito transitório

A reposição pode ser repetida se necessário, mas deve ser interrompida rapidamente em caso de não responsividade

Page 15: Choque (1) 1

Reposição Volêmica

Reposição volêmica

1)Escolher do tipo de fluido

Cristaloides são a primeira escolha

Albumina na hipoalbuminemia severa

2)Definir a taxa de administração do fluido

Rapidamente para induzir resposta rápida, mas não tanto a ponto de provocar uma resposta ao estresse

300 a 500 mL em 20 a 30 minutos

3)Definir objetivo da reposição volêmica

Aumento da PA / diminuição da FC / aumento do débito urinário

4) Definir limites de segurança

Edema pulmonar

Poucos mmHg acima do valor basal da PVC

Page 16: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Casos de hipotensão severa ou persistência dela após administração de fluidos

Administração enquanto a reposição volêmica é feita

Agonistas adrenérgicos são os vasopressores de primeira linha

Início de ação rápido, alta potência, meia-vida curta → fácil ajuste de dose

Page 17: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Receptores β-adrenérgicos

↑ fluxo sanguíneo

↑ risco de isquemia miocárdica (↑ FC e contratilidade)

Pacientes com bradicardia severa (isoproterenol)

Receptores α-adrenérgicos

↑ tônus vascular e pressão sanguínea

↓ débito cardíaco e perfusão tecidual, especialmente na região hepatoesplênica

Raramente indicados

Page 18: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Norepinefrina

Vasopressor de primeira escolha

Propriedades predominantemente α-adrenérgicas + propriedades β-adrenérgicas moderadas, ajudando a manter o débito cardíaco

↑ da PAM com pequenas alterações de FC e débito cardíaco

0,1 a 2μg/kg/min

Page 19: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Dopamina

Baixas doses: efeitos β-adrenérgicos

Altas doses: efeitos α-adrenérgicos

Efeitos relativamente fracos

< 3μg/kg/min IV (Bellomo et al.)

Expansão seletiva das circulações hepatoesplênica e renal, mas ensaios controlados não mostraram efeito protetor da função renal → uso não mais recomendado

Page 20: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Dopamina

Efeitos indesejados no sistema hipotálamo-hipófise – imunossupressão através da redução da liberação de prolactina

De Backer et al., 2010: ensaio clínico controlado, duplo cedo e randômico

Não apresentou vantagem sobre a norepinefrina como agente vasopressor de primeira linha

Induziu mais arritmias

Foi associada a uma taxa de mortalidade aumentada em 28 dias entre pacientes com choque cardiogênico

Page 21: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Dopamina

De Backer et al., 2012:

Maior mortalidade entre pacientes com choque séptico em relação à norepinefrina

Dopamina não mais recomendada para o tratamento de paciente em choque

Page 22: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Epinefrina

Baixas doses: efeitos β-adrenérgicos

Altas doses: efeitos α-adrenérgicos

Pode ser associada a aumentada taxa de arritmia, diminuição no fluxo sanguíneo esplênico e aumento do lactato sérico

Estudos randômicos prospectivos não têm mostrado benefícios da epinefrina sobre a norepinefrina no choque séptico

Agente de segunda linha para casos graves

Page 23: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Angiotensina e Metaraminol

Uso tem sido abandonado

Óxido Nítrico

Não tem se mostrado benéfico no choque cardiogênico

Prejudicial no choque séptico

Page 24: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Vasopressina

Deficiência em pacientes em choque séptico muito hipercinético → baixas doses de vasopressina pode resultar em aumento substancial da PA

VASST

Adição de vasopressina em baixa dose à norepinefrina no choque séptico foi segura

Pode estar associada a menor mortalidade em choques não graves ou em pacientes que também receberam glicocorticoides

Não deve ser usada em doses > 0,04U/min

Apenas em pacientes com alto débito cardíaco

Page 25: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASOPRESSORES

Terlipressina

Análogo da vasopressina

Ação dura por horas, em comparação com os minutos da vasopressina → não apresentaria vantagens na UTI

Page 26: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

AGENTES INOTRÓPICOS

Dobutamina

Agente de escolha para aumentar débito cardíaco, independente da administração de norepinefrina

Propriedades predominantemente β-adrenérgicas, tendendo menos a induzir taquicardia do que o isoprotenerol

Pequenas doses pode causar aumentos substancias no débito cardíaco

Doses >20μ/kg/min adicionam pouco benefício

Page 27: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

AGENTES INOTRÓPICOS

Dobutamina

Tem efeitos limitados na PA, embora ela possa aumentar ligeiramente em pacientes com disfunção miocárdica ou diminuir ligeiramente em pacientes com hipovolemia de base

A dose deve ser ajustada individualmente para que uma perfusão tecidual adequada seja atingida

Pode melhorar a perfusão capilar no choque séptico, independentemente dos efeitos sistêmicos

Page 28: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

AGENTES INOTRÓPICOS

Inibidores da fosfodiesterase tipo III

Combinam propriedades inotrópicas e vasodilatadoras

Podem reforçar os efeitos da dobutamina por diminuir o metabolismo do AMPc

Podem ser úteis quando os receptores β-adrenérgicos estão em down regulation ou em pacientes recentemente tratados com betabloqueadores

Podem ter efeitos adversos em pacientes com hipotensão, e sua meia vida longa impede um ajuste minuto a minuto

Infusões intermitentes de curto prazo de doses pequenas são preferíveis a infusão contínua no choque

Page 29: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

AGENTES INOTRÓPICOS

Levosimendan

Se liga à troponina C cardíaca e aumenta a sensibilidade dos miócitos ao cálcio

Abre os canais de K sensíveis a ATP no músculo liso vascular, causando vasodilatação

Meia-vida de vários dias, o que diminui a praticidade de seu uso em estados agudos de choque

Page 30: Choque (1) 1

Agentes Vasoativos

VASODILATADORES

Redução da pós carga ventricular → Aumento do débito cardíaco sem aumentar a demanda miocárdica de O2

Risco de diminuição da PA a um nível que comprometa a perfusão tecidual

Em alguns pacientes o uso prudente de nitratos e outros vasodilatadores pode melhorar a perfusão microvascular e a função celular

Page 31: Choque (1) 1

Suporte Mecânico

Page 32: Choque (1) 1

Suporte Mecânico

Balão intraórtico

• Reduz a pós-carga de VE

• Aumenta fluxo sanguíneo coronário

• Uso rotineiro para choque cardiogênico não é recomendado

Page 33: Choque (1) 1

Suporte Mecânico

ECMO

• Medida temporária

• Pacientes com choque cardiogênico reversível

Page 34: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Page 35: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Pressão arterial

Oferta de oxigênio

DC

Níveis de

lactato

Microcirculação

Page 36: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Pressão arterial

• Objetivo inicial

Pressão arterial média de 65-70 mmHg

• Ajustes

Estado mental, aparência da pele e débito cardíaco

Restaurar a perfusão tecidual

Paciente com oligúria Paciente com sangramento agudo

Page 37: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Débito Cardíaco e Oferta de O₂

• Determinantes da oferta de oxigênio

• Débito Cardíaco

Monitorização

Pré-definir um valor como meta não é aconselhável

• SvO₂

• ScvO₂Rivers et al., 2001

ScvO₂ pelo menos 70% durante as 6 primeiras horas

→ diminuição na taxa de mortalidade

Page 38: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Lactato

• Avaliações seriadas

• Mudanças ocorrem mais lentamente

Decréscimo em horas se terapia efetiva

• Jansen et al., (2010)

Choque, lactato > 3 mmol/L

Decréscimo de pelo menos 20% em 2 horas associado a redução de mortalidade hospitalar

Estado de baixo fluxo

Hipóxia tecidual

Metabolismo anaeróbio

Choque distributivo

Aumento da glicólise

Inibição da piruvato desidrogenase

Page 39: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Microcirculação

• SDF (sidestream dark-field) Avaliação dos efeitos das intervenções no

fluxo microvascular em superfícies acessíveis, como aérea sublingual

Page 40: Choque (1) 1

Objetivos do Suporte Hemodinâmico

Microcirculação

• NIRS (near-infrared spectroscopy) Determina saturação de oxigênio nos tecidos

Quantifica disfunção microvascular

• Estudos futuros são necessários para afirmar que esses métodos podem ser utilizados como parâmetro

• Não podem ser recomendados

Page 41: Choque (1) 1

Prioridades terapêuticas

Page 42: Choque (1) 1

Prioridades Terapêuticas

Primeira Fase

• Objetivo terapêutico Atingir pressão sanguínea e DC compatíveis

com a sobrevivência imediata

Monitorização mínima

Medidas de sobrevivência

Drenagem pericárdica

Revascularização em IAM

Page 43: Choque (1) 1

Prioridades Terapêuticas

Segunda Fase

• Otimização Aumentar disponibilidade do oxigênio para a

célula

Ressuscitação hemodinâmica

SvO₂ e lactato

Guiar a terapia

Monitorização do DC

Page 44: Choque (1) 1

Prioridades Terapêuticas

Terceira Fase

• Estabilização Prevenir disfunção orgânica

Quarta Fase

• Desescalonar “Desmamar” as drogas vasoativas

Promover poluiria espontânea

Uso de diuréticos ou ultrafiltração

Page 45: Choque (1) 1

Prioridades Terapêuticas

Page 46: Choque (1) 1

Conclusões

Choque circulatório é associado com alta

morbidade e mortalidade

Rápida identificaçãopermite manejo

agressivo

Tratamento adequado é baseado no

entendimento da fisiopatologia

Tratamento inclui correção da causa e

estabilização hemodinâmica

Page 47: Choque (1) 1

Conclusões

Estabilização hemodinâmica → infusão

de fluidos e drogas vasoativas

Avaliação da resposta terapêutica → evolução

clínica e lactato

Avaliação da microvasculatura poderá ser realizada no futuro