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CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL ANA PAULA GONÇALVES DOS SANTOS A EFICACIA DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NOS TRANSTORNOS ALIMENTARES São Paulo 2018

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CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

ANA PAULA GONÇALVES DOS SANTOS

A EFICACIA DA TERAPIA COGNITIVO

COMPORTAMENTAL NOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

São Paulo

2018

ANA PAULA GONÇALVES DOS SANTOS

A EFICACIA DA TERAPIA COGNITIVO

COMPORTAMENTAL NOS TRANSTORNOS ALIMENTARES

Trabalho de Conclusão de curso Latu Senso

Área de Concentração: Terapia Cognitivo Comportamental

Orientador: Prof. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga

São Paulo

2018

Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte

Santos, Ana Paula Gonçalves dos A eficácia da Terapia Cognitivo Comportamental nos transtornos alimentares. Ana Paula Gonçalves dos Santos – São Paulo, 2018 35 f.CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização)- Centro de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental (CETCC) Orientador: Prof. Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga 1. A Eficácia da Terapia cognitivo comportamental nos transtornos

alimentares, I. Santos, Ana Paula Gonçalves dos

ANA PAULA GONÇALVES DOS SANTOS

A EFICACIA DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NOS

TRANSTORNOS ALIMENTARES

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental.

BANCA EXAMINADORA

Parecer:________________________________________________________

Prof.___________________________________________________________

Parecer:________________________________________________________

Prof.___________________________________________________________

São Paulo, ____ de ____________ de 2018.

RESUMO

Sabe-se que o comportamento alimentar começa a ser formado desde os primeiros

anos de vida e os hábitos alimentares da idade adulta estão relacionados com os

aprendidos na infância. A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a

obtenção da melhora dos TA, o terapeuta deve manter uma atitude empática em

relação às dificuldades e necessidades da paciente e apresenta a terapia como um

trabalho em equipe, no qual ambos terão uma participação ativa na detecção de

causas das dificuldades e seleção das estratégias utilizadas no tratamento. O

presente trabalho teve como objetivo investigar o tratamento do transtorno alimentar

através da Terapia Cognitivo Comportamental, abordagem esta que será discutida

como tratamento eficaz neste tipo de transtorno. Utilizou-se o método da revisão

bibliográfica. Os resultados que os programas de TCC resultam em melhoras

significativas nos sintomas psicopatológicos, sem reduções significativas no peso

corpora, para um resultado satisfatório é necessário trabalho multidisciplinar. São

também observadas melhoras no auto estima, nas dificuldades interpessoais, no

humor e na qualidade de vida, além de um aumento do sentimento subjetivo de

bem-estar. Conclui-se que a TCC considera a relação terapêutica fundamental para

a obtenção da melhora dos TA; ressalta-se o reduzido número de investigações que

determinem o resultado do tratamento com a TCC, especialmente para anorexia

nervosa. Há poucos estudos empíricos e teóricos nacionais sobre esta abordagem,

sobretudo o estudo do vínculo, dos critérios de alta, das limitações e das vantagens

da TCC no tratamento dos transtornos alimentares.

Palavras-chaves: Transtorno Alimentar. Terapia Cognitivo Comportamental.

Tratamento.

ABSTRACT

It is known that eating behavior begins to be formed from the first years of life and

adult eating habits are related to those learned in childhood. CBT considers the

therapeutic relationship fundamental to the attainment of BP improvement, the

therapist must maintain an empathic attitude towards the patient's difficulties and

needs and present the therapy as a teamwork, in which both will have an active

participation in the detection of causes of the difficulties and selection of the

strategies used in the treatment. The present study aimed to investigate the

treatment of eating disorder through Cognitive Behavioral Therapy, an approach that

will be discussed as an effective treatment in this type of disorder. The bibliographic

review method was used. The results that the CBT programs result in significant

improvements in the psychopathological symptoms, without significant reductions in

body weight, for a satisfactory result is necessary multidisciplinary work.

Improvements in self-esteem, interpersonal difficulties, mood and quality of life are

also observed, as well as an increase in the subjective feeling of well-being. It is

concluded that CBT considers the therapeutic relationship fundamental to obtain the

improvement of the TA; there is a small number of investigations that determine the

outcome of CBT treatment, especially for anorexia nervosa. There are few national

empirical and theoretical studies on this approach, especially the study of the linkage,

discharge criteria, limitations and advantages of CBT in the treatment of eating

disorders.

Key-words: Eating Disorder. Behavioral Cognitive Therapy. Treatment.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6

2 FUNDAMENTAÇÂO TEORICA ............................................................................... 8

2.1 Breve Histórico .................................................................................................. 8

2.2 Transtornos Alimentares .................................................................................... 9

2.3 Principais Transtornos Alimentares ................................................................. 10

2.3.1 Transtorno da alimentação da primeira infância..................................... 10

2.3.2 Pica ........................................................................................................ 11

2.3.3 Transtorno de ruminação ....................................................................... 12

2.3.4 O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) e Obesidade ... 12

2.3.5 Anorexia ................................................................................................. 13

2.3.6 Bulimia ................................................................................................... 13

2.4 Diagnostico e Tratamento ................................................................................ 14

2.4.1 Terapia Comportamental nos Transtornos Alimentares ......................... 16

2.4.2 A motivação faz a diferença no tratamento ............................................ 16

2.4.3 Terapia Cognitivo Comportamental ........................................................ 18

2.4.4 Estratégias cognitivas e comportamentais no tratamento dos transtornos

alimentares ............................................................................................. 19

3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 22

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 22

3.2 Objetivos específicos: ...................................................................................... 22

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 23

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 24

5.1 Discussão ........................................................................................................ 28

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 29

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 30

ANEXOS ................................................................................................................... 33

Anexo I ................................................................................................................... 33

Anexo II .................................................................................................................. 35

6

1 INTRODUÇÃO

A Alimentação constitui uma das atividades humanas mais importantes,

envolvendo não só as questões biológicas, ou nutricionais, mas também

psicossociais. Apresenta-se como um ato social culturalmente constituído, a partir do

qual cada indivíduo estabelece uma relação própria e subjetiva com os alimentos a

serem consumidos (MONTEIRO, 2009).

O ato de alimentar-se trata-se do processo pelo qual os organismos obtêm e

assimilam alimentos ou nutrientes para as suas funções vitais incluindo o

crescimento, movimento, reprodução e manutenção do corpo.

Sabe-se que o comportamento alimentar começa a ser formado desde os

primeiros anos de vida e os hábitos alimentares da idade adulta estão relacionados

com os aprendidos na infância. As mudanças de comportamento com o avançar da

idade tendem a ser mais difíceis de serem alcançadas. O estudo do comportamento

alimentar ocupa um papel central na prevenção e no tratamento das doenças

crônicas associadas a uma alimentação inadequada, sendo importante esse estudo

para a população.

A conduta alimentar é motivada conscientemente pelas sensações básicas de

fome sede e saciedade. Essas são geradas, controladas e monitoradas por diversas

áreas do organismo> o hipotálamo (centro da saciedade) e varias estruturas

límbicas e corticais (DALGALARRONDO, 2008).

Os Transtornos alimentares caracterizam-se por uma grave perturbação do

comportamento alimentar que traz diversos tipos de prejuízo ao individuo (GARNER;

GARFINKEL, 1985 apud APPOLINARIO; CLAUDINO, 2000). O estado nutricional é

o resultado da ingestão alimentar e da necessidade nutricional e do estado de

saúde, que está relacionado com fatores causais, principalmente aqueles à nível

familiar, ambiental, demográfico entre outros. As causas subjacentes da ingestão de

alimentos e o estado de saúde podem ser influenciadas por diversos determinantes,

entre eles o aspecto social e econômico (MAZUR; NAVARRO, 2005).

O quadro tem um forte componente emocional e/ou situacional, que deve

nortear o tratamento nos casos de Transtorno Alimentar consiste na avaliação

médica, nutricional, mas pode ser complementada pelo Psicólogo, pois este

profissional pode avaliar as condições de saúde e do emocional. Isto permite

7

individualizar cada caso. Assim, o interesse da autora por esse tema referiu-se à

importância do papel do psicólogo no acompanhamento deste transtorno utilizando

as técnicas da TCC, mesmo sendo muito recomendada, a poucos trabalhos

recentes envolvendo este tema, e a uma procura muito grande para resolver este

tipo de demanda nos consultórios, visto que estamos em uma sociedade que

visualiza a magreza como padrão de beleza.

O presente trabalho teve como proposta investigar o tratamento do transtorno

alimentar através da TCC, sendo uma das abordagens terapêuticas da Psicologia,

abordagem esta que será discutida como tratamento eficaz neste tipo de transtorno.

Será apresentada no conteúdo deste trabalho uma fundamentação teórica o

qual serão abordados o histórico dos transtornos alimentares, a definição e

características dos transtornos alimentares, o diagnóstico e tratamento e a Terapia

Cognitivo Comportamental e as estratégias utilizadas da TCC nos transtornos

alimentares. Optou-se neste trabalho, o método da pesquisa exploratória

bibliográfica. Os resultados e a discussão serão apresentados neste trabalho

apontando os artigos elencados através dos critérios de inclusão e sendo finalizado

com a conclusão.

8

2 FUNDAMENTAÇÂO TEORICA

2.1 Breve Histórico

A evolução do diagnóstico e tratamento para transtornos alimentares

contextualiza as concepções atuais acerca do funcionamento mental dos pacientes

e das descobertas terapêuticas que derivam dessa compreensão. O estudo da

etilogia dos transtornos fez alternadas passagens de uma visão psicológica para

uma visão biológica e vice-versa, o que coincidiu, de forma geral, com os avanços

da Psiquiatria e das Ciências Biológicas e Sociais. Atualmente já não é possível

priorizar uma visão sobre a outra. Prevalece a compreensão de uma etiologia

multifatorial, o que determina uma terapêutica integradora (GORGATI; HOLCBERG;

OLIVEIRA, 2002).

Habermas (1986 apud Cordás, 2004) descreveu um caso pioneiro altamente

sugestivo de anorexia nervosa em uma serva que viveu no ano de 895. A jovem

Friderada, após ter-se recuperado de uma doença não-reconhecível, passou a

apresentar um apetite voraz e descontrolado.

No século XIII, em grande profusão a história descreve mulheres que se auto-

impunham jejum como uma forma de se aproximar espiritualmente de Deus; eram as

chamadas “santas anoréxicas”.

No Império Romano, o corpo belo era o corpo magro e esbelto, o que

obrigava as damas a fazerem prolongados jejuns. Essa mudança no padrão de

beleza, também é possível ser verificada por meio da História da Arte, uma vez que,

as obras do século XIII a XX retratam poucas figuras mitológicas ou pessoas obesas

(BARBIERI; MELO, 2012). Ao longo do tempo, por conta do surgimento de novas

necessidades humanas, os padrões de beleza e a composição corporal dos homens

foram se modificando (BARBIERI; MELO, 2012).

No ano de 1694, Richard Morton é autor do primeiro relato médico de

anorexia nervosa, descrevendo o tratamento de uma jovem mulher com recusa em

alimentar-se e ausência de ciclos menstruais, que rejeitou qualquer ajuda oferecida

e morreu de inanição (CORDÁS, 2004).

O termo boulimos eram utilizados nos séculos antes de Cristo. Hipócrates o

empregava para designar uma fome doentia, diferente da fome fisiológica. Crisp

9

(1967 apud CORDÁS, 2004) descreve episódios bulímicos e vômitos auto-induzidos

em algumas de suas pacientes com anorexia nervosa.

A descrição de bulimia nervosa, tal como conhecemos hoje, nasce com

Russel (1979 apud CORDÁS, 2004) em Londres, a partir da descrição de pacientes

com peso normal, pavor de engordar, que tinham episódios bulímicos e vômitos

auto-induzidos.

A obesidade é um grave problema de saúde pública na sociedade atual. Ela

está presente em nossa sociedade desde a pré-história, simbolizando, por vezes,

beleza e fertilidade. No Período Neolítico as “deusas” eram cultuadas e admiradas

por seios, quadris e coxas volumosas. Hipócrates, na medicina greco-romana, já

alertava, no entanto, sobre os malefícios da obesidade para a saúde humana ao

afirmar que a morte súbita era mais comum em indivíduos com excesso de gordura

corporal (BARBIERI; MELO, 2012).

2.2 Transtornos Alimentares

Os transtornos alimentares são quadros psiquiátricos caracterizados por uma

grave perturbação do comportamento alimentar (OLIVEIRA; SANTOS, 2006).

O transtorno alimentar (TA), é um transtorno mental que se define por padrão

de comportamentos alimentares desviantes que afetam negativamente a

saúde física ou mental do indivíduo. São considerados como patologias e descritos

detalhadamente pelo CID 10, DSM IV e pela OMS.

Os transtornos alimentares na maioria das vezes apresentam as suas

primeiras se revelam na infância e na adolescência. De uma maneira geral,

podemos dividir as alterações do comportamento alimentar neste período em dois

grupos (APPOLINARIO; CLAUDINO, 2000). O primeiro compõe, aqueles transtornos

que ocorrem de forma precoce na infância e que representam alterações da relação

da criança com o alimento (APPOLINARIO; CLAUDINO, 2000). O segundo grupo de

transtornos aparece de tardiamente e é composto pelos transtornos alimentares

propriamente ditos: a anorexia nervosa e a bulimia nervosa (APPOLINARIO;

CLAUDINO, 2000).

Estão inclusos no transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) em

que as pessoas ingerem uma grande quantidade de alimentos num curto período de

10

tempo; anorexia nervosa, em que as pessoas comem muito pouco e, portanto, têm

um baixo peso corporal; bulimia nervosa, em que as pessoas comem muito e, em

seguida, tentam livrar-se da comida; pica, em que as pessoas comem produtos não-

alimentares; transtorno de ruminação, em que as pessoas regurgitam o

alimento; transtorno alimentar restritivo evitativo em que as pessoas possuem falta

de interesse por comida; e um grupo de outros distúrbios alimentares específicos e

outros distúrbios alimentares não-específicos (BORGES; CLAUDINO, 2002).

2.3 Principais Transtornos Alimentares

Quando pensamos nos transtornos alimentares, logo imaginamos a anorexia

e a bulimia nervosa, por serem os mais conhecidos. Mas há um grande número de

outros transtornos de alimentação que também são graves. Há uma variação no

número de transtornos alimentares existentes dependendo da fonte que se usa. Mas

alguns deles são consenso, são graves e são mais estudados, são eles: Transtorno

da alimentação da primeira infância, Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa Síndrome

de Pica,transtorno da compulsão alimentar periódica entre outros menos

conhecidos.

O ideal no tratamento de qualquer transtorno alimentar é que haja intervenção

de uma equipe multiprofissional, envolvendo pelo menos um médico, um

nutricionista e psicólogo. Assim, serão atendidas todas as necessidades da pessoa

nessa condição.

2.3.1 Transtorno da alimentação da primeira infância

Esse transtorno se caracteriza por uma dificuldade em se alimentar de forma

adequada levando a uma perda ou a uma falha em ganhar peso de forma

apropriada, iniciando-se antes da idade de seis anos (SOKOL; STEINBERG; ZERB,

1998).

Os sintomas não estão associados a nenhuma condição médica geral, a um

outro transtorno psiquiátrico ou à falta de alimentos.

Segundo Pinheiro (2011, p. 64), podem ser encontrados os seguintes

transtornos:

11

1) Transtorno emocional de evitação da comida. Caracteriza-se pela evitação de comida sem a presença de características psicopatológicas dos TAs, ou seja, é um transtorno emocional onde o aspecto mais importante é a evitação de comida. Crianças com esse distúrbio têm consciência de que estão abaixo do peso normal, gostariam de ser mais pesados, entretanto, enumeram razões que justifiquem sua incapacidade para isso: "não tenho fome", "não consigo comer", "machuca minha barriga". Clinicamente, esse grupo pode ser heterogêneo, incluindo crianças cujos sintomas são parte de uma conduta caprichosa e outras que apresentam muitas respostas que as encaixariam no diagnóstico de anorexia, mas não apresentam avaliações de peso e forma corporal. Dessa forma, os critérios diagnósticos seriam: a) Evitação de comida na ausência de um transtorno de humor; b) Perda de peso; c) Alteração do estado de humor que não cumpre critérios para o diagnóstico de um transtorno de humor; d) Ausência de cognições anormais sobre o peso e a figura; e) Ausência de preocupação patológica sobre o peso e a figura; e f) Ausência de enfermidade orgânica cerebral ou psicose.

2) Síndrome de Rechaço Generalizado. Definido como um profundo e persistente rechaço a comer, andar, falar ou cuidar de si mesmo. Critérios diagnósticos: a) Rechaço profundo a comer, beber, caminhar, falar ou cuidar-se; e b) Determinada resistência aos esforços por ajudá-las. Essa condição pode ser uma forma extrema de stress pós-traumático em casos de suspeita ou evidências de abusos.

3) Comer seletivo. Escolha alimentar extremamente meticulosa e exigente que desencadeia uma variedade muito pequena de alimentos, geralmente limitada a hidratos de carbono como biscoitos, pães e batatas fritas. Paradoxalmente, tais crianças mantêm altura e peso adequado à sua idade. Critérios: a) Pequena variedade de comidas, por pelo menos dois anos; b) Desmotivação por experimentar novas comidas; c) Ausência de cognições anormais sobre o peso e a figura; d) Ausência de medo a engasgar-se ou vomitar; e e) Peso pode ser baixo, normal ou alto.

4) Fobias relacionadas à ingestão de comidas, também denominada disfagia funcional. Tais distúrbios se apresentam na infância e compreendem medo de comer dada a possibilidade de engasgo, vômitos, diarreia ou reações alérgicas. Pauta para diagnóstico: a) Evitação de comida; b) Medo de engolir, engasgar, vomitar ou ter diarreias; c) Ausência de cognições anormais sobre o peso e a figura; e d) Ausência de enfermidade orgânica cerebral ou psicose.

O objetivo principal do tratamento é a melhora do estado nutricional do

paciente. Deve-se proceder uma avaliação dos pais e de fatores psicossociais que

estejam contribuindo para o desenvolvimento e a manutenção do problema.

2.3.2 Pica

Sua principal característica é o consumo persistente de substâncias não

nutritivas, impróprias para o desenvolvimento infantil e que não fazem parte de uma

prática aceita culturalmente. As substâncias que compõe o quadro de consumo são:

terra, barro, cabelo, alimentos crus, cinzas de cigarro e fezes de animais (SOKOL;

STEINBERG; ZERB, 1998).

12

Atrasos no desenvolvimento, retardo mental e história familiar de pica são

condições que podem estar associadas ao aparecimento do quadro. Várias

complicações clínicas podem ocorrer, principalmente relacionadas com o sistema

digestivo e com intoxicações ocasionais, dependendo da substância ingerida.

2.3.3 Transtorno de ruminação

Inclui episódios onde o individuo regurgita (ou “remastiga”) repetidas vezes,e

que não podem ser explicados por nenhuma condição médica.

Suas centrais complicações que compõe o quadro clinico podem ser a

desnutrição, perda de peso, alterações do equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e

morte (SOKOL; STEINBERG; ZERB, 1998). O tratamento envolve o

acompanhamento clínico das complicações e tratamento comportamental

(WEAKLEY; PETT; KARWISCH, 1997).

2.3.4 O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) e Obesidade

Os pacientes com este transtorno deparam-se com episódios de compulsão

alimentar, mas não utilizam as medidas extremas para evitar o ganho de peso como

pessoas que possuem bulimia nervosa (APPOLINÁRIO, 1998). A maioria dos

pacientes com a TCAP é obesa. A sua prevalência na população em geral é em

torno de 2%. Pessoas com TCAP possuem diferenças das obesas sem TCAP no

que se refere à gravidade da psicopatologia, ao início mais precoce da obesidade, à

maior gravidade da obesidade e à má resposta aos regimes de tratamento, podendo

estar associado a obesidade em adolescentes.

Segundo a definição da OMS, a obesidade é uma doença crônica, que

envolve fatores sociais, comportamentais, ambientais, culturais, psicológicos,

metabólicos e genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal resultante

do desequilíbrio energético prolongado, que pode ser causado pelo excesso de

consumo de calorias e/ou a inatividade física. Os fatores genéticos possuem um

papel importante na determinação de indivíduo ser suscetível ao ganho de peso,

porém são os fatores ambientais e de estilo de vida, tais como hábitos alimentares

inadequados e sedentarismo, que geralmente levam a um balanço energético

positivo, favorecendo o surgimento da obesidade.

13

2.3.5 Anorexia

Segundo Dalgalarrondo (2008), caracteriza a Anorexia pela perda de peso

auto-induzida por abstenção de Alimentos que engordam ou por comportamentos de

Vômitos, e/ou purgação auto induzidos, exercícios excessivo e ou de anorexígenos

ou diuréticos.

De acordo com o DSM V (2000 apud Claudino; Borges, 2002), a anorexia

caracteriza- se

Recusa em manter o peso mínimo normal adequado à idade e à altura ou

acima deste.

Medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, mesmo com o peso

inferior ao esperado.

Perturbação no modo de vivenciar o peso tamanho ou forma corporal. O

peso ou formato corporal influencia indevida na avaliação ou há negação

da seriedade do baixo peso corrente.

Nas mulheres pos menarca, ocorre a amenorréia, isto e, a ausência de

pelo menos três ciclos menstruais consecutivos, quando é esperado o

contrario.

Segundo o CID-10, No quadro de anorexia podem ocorrer alterações

metabólicas, gastro- intestinais e cardiovasculares, devido a desnutrição e as

alterações neuroendócrinas podem ocasionar pele seca, amarelada e recoberta por

uma pelugem, unhas e cabelos quebradiços, sede excessiva, tontura, pouca

tolerância ao frio, cefaléia,letargia, anemia e distúrbios de coagulação.

2.3.6 Bulimia

A Bulimia Nervosa caracteriza-se, segundo Dalgalarrondo (2008), por uma

preocupação persistente com o comer e um desejo irresistível de comer e um desejo

irresistível de comida, sucumbindo a paciente a repetidos episódios de Hiperfagias

(ataques a locais que tenham comida). Mas há uma preocupação excessiva com o

controle de peso corporal, levando a paciente a tomar medidas extremas, como

vômitos, purgação, enemas e diuréticos a fim de mitigar os efeitos do aumento de

peso pela ingestão de alimentos (MEHLER, 2003 apud DALGALARRONDO, 2008).

14

Segundo o DSM IV (2000 apud CLAUDINO; BORGES, 2002), os episódios

têm estas características:

Binge-eating: Comer em período limitado de tempo, uma quantidade

alimento que e claramente maior do que a maioria das pessoas comeriam

durante um tempo semelhante.

Sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante

os episódios citados acima.

Empenho recorrente em comportamentos compensatórios inadequados

para prevenir o ganho de peso.

Episódios compensatórios e Binge-eating ocorrem de duas a três vezes

por semana.

Auto avaliação inadequada

O episodio de compulsão alimentar é normalmente desencadeado por

estados de humor disforicos e estados ansiosos. Ele pode proporcionar distração de

pensamentos desagradáveis (sendo uma forma de prazer), reduzir sentimentos de

tédio e solidão. Ou também proporcionar alivio do rigor e da monotonia da dieta

rígida.

2.4 Diagnostico e Tratamento

Tendo em vista que os transtornos alimentares tem seu aparecimento com

maior freqüência na infância e na adolescência, o profissional de saúde envolvido

com o atendimento deste grupo etário deve estar bem familiarizado com suas

principais diretrizes clínicas.

O diagnóstico precoce e uma abordagem terapêutica adequada dos

transtornos alimentares são fundamentais para o manejo clínico e o prognóstico

destas condições (APPOLINARIO; CLAUDINO, 2000).

Na Anorexia foram propostos os seguintes critérios para diagnostico:

• Comportamentos visando a perda de peso e sua manutenção;

• Abaixo do normal;

• Medo de engordar;

• Distúrbio de imagem corporal e;

• Distúrbio endócrino (ex. amenorréia).

15

Embora os critérios diagnósticos da AN não sejam, a princípio, alvo de

grandes controvérsias, algumas considerações merecem ser feitas. Há certo

consenso de que a perda de peso auto-induzida é necessária para o diagnóstico,

porém a linha que separa o que seria “minimamente normal” e “abaixo do peso” não

é tão clara, 8 em parte, em virtude da inexistência de estudos que identifiquem o

momento de instalação dos sintomas de inanição. Para padronização tem-se

utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC =peso/altura2) <17,5 (critério utilizado

pela CID-10) ou percentual de adequação de peso inferior a 85%, critério utilizado

pelo DSM-IV (CLAUDINO; BORGES, 2002).

Russell (1979), em artigo clássico, foi o primeiro a definir e distinguir a BN

como categoria independente da AN, propondo três critérios básicos:

1) Impulso irresistível de comer excessivamente;

2) Evitação dos efeitos “de engordar” da comida pela indução de vômitos

e/ou abuso de purgativos, e

3) Medo mórbido de engordar.

Tais critérios e outros que se seguiram mostraram-se muito amplos e foram

refinados, chegando às classificações psiquiátricas atuais com características mais

restritivas e gerando, por conseqüência, um aumento do espectro de transtornos

alimentares sem outra especificação (TASOE) (CLAUDINO; BORGES, 2002).

Existe um consenso na literatura quanto à necessidade da presença da

“compulsão alimentar” para o diagnóstico de BN, mas não quanto à sua definição e

freqüência (ANEXO A).

Na base do diagnóstico de TCAP estão os episódios recorrentes de

compulsão alimentar, que, como já referido, envolvem duas características

principais: o excesso alimentar (para o tempo de duração da ingestão) e a perda de

controle. Também se discute aqui a necessidade da presença do excesso alimentar

(primeira característica) com base no achado de inexistência de associação entre a

quantidade de alimentos ingeridos e a gravidade do TCAP por alguns autores

(PRATT; NIEGO, 1998).

O tempo de duração deve ser delimitado, em torno de duas horas no máximo.

Ressalta-se, no entanto, que pacientes com TCAP apresentam dificuldades para

circunscrever os episódios de compulsão alimentar em virtude de não apresentarem

o engajamento em métodos compensatórios torna difícil a delimitação do final do

16

episódio e, por conseguinte, a contagem do número de episódios apresentados em

um dia pelos pacientes (PRATT; NIEGO, 1998).

Assim, tem-se considerado a contagem do número de “dias” com compulsão

por semana, ao invés do número de episódios por semana (critério da BN). Em

relação à segunda característica, a perda de controle, esta permanece fundamental

para a definição de compulsão alimentar (ANEXO B).

2.4.1 Terapia Comportamental nos Transtornos Alimentares

A teoria Cognitiva- Comportamental foi desenvolvida transdiagnostica

(FAIBURN et al., 2009 apud ANDRETTA; OLIVEIRA, 2012), foi desenvolvida para

explicar os processos que mantem a o Transtorno Alimentar e parte da premissa

que a preocupação exagerada do controle da alimentação, peso e forma corporal e

a essência na manutenção de todos os Transtorno Alimentares.

Alguns estudos realizados por Andretta e Oliveira (2012) indicam que as

características clinicas que podem ser entendidas como uma conseqüência direta da

dessa psicopatologia central são os comportamentos extremos para o controle de

peso, tais como as dietas restritivas, os comportamentos compensatórios, o baixo

peso e a síndrome de privação de comida.

Os transtornos Alimentares tem etiologia multifatorial, onde fatores genéticos,

familiares psicológicos e sócio culturais combinam–se no individuo (ANEXO C).

2.4.2 A motivação faz a diferença no tratamento

Normalmente, se entende por motivado, aquele paciente que quer mudar,

mas e comum os pacientes com transtornos alimentares demonstrarem pouca ou

nenhuma motivação para iniciar o tratamento em TCC. Isto ocorre, por que muitos

paciente são trazidos para o tratamento contra sua vontade, pois vislumbram o

beneficio do transtorno alimentar.

No manejo dos transtornos alimentares podem ser empregadas estratégias

para modificar as cognições e os comportamentos antes que a paciente comece a

manifestar seus esforços para mudar o comportamento-alvo. Andretta e Oliveira

(2012) citam a Entrevista Motivacional sendo fundamental no inicio do tratamento, e

Miller (2001) descreve que a entrevista pode amplificar sinergicamente o efeito de

17

outros tratamentos, pois ela se mostra útil em indivíduos que não querem mudar, ou

que mostram ambivalências em sinais de mudança.

O Atendimento que utiliza a Entrevista Motivacional é diretivo centrado no

paciente e tem como objetivo estimular mudança de determinado comportamento

alvo, para que o mesmo explore e e resolva as ambivalencias, sem impor um curso

de Ação.

Quando o terapeuta utiliza a Entrevista Motivacional deve manter em mente

durante uma “conversa sobre mudança”, os seguintes questionamentos.

O que a paciente deseja ?

Do que ela precisa?

Como ela pode conseguir isso ?

Como ela enxerga a situação: quais as vantagens e as desvantagens em

adotar um determinado comportamento?

Quais Valores maximizar?

As técnicas de Miller e Rollnick (2002) demonstram que a Entrevista vem

sendo utilizada em varias áreas da Saúde como uso de preservativo, controle da

Hiertensão entre outros.

No modelo Transteórico, sugere que o individuo não pode estar preparado

para mudar seu comportamento sem reconhecer as conseqüências negativas dele.

Segundo esse modelo o paciente com Transtorno Alimentar ocorre ao longo de

cinco estágios, em um continuum (PROCHASKA; DICLEMENTE 1982 apud

ANDRETTA; OLIVEIRA, 2012).

Pré-contemplação: individuo não considera a possibilidade de efetuar

uma mudança, não percebe qual tipo de problema que necessite ser

mudado, a principal pergunta é fazer a pergunta: “o que deveria acontecer

para você saber que isso é um problema?”

Contemplação: onde ocorre a percepção do problema e existe a intenção

de realizar mudanças nos próximos seis meses, pois esta aberto a

receber informações e faz um balanço dos pós e contras para fazer a

mudança. Os questionamentos a se fazer seriam “por que você quer

mudar agora?” e “quais as razões para não mudar?”

Preparação: existe o desejo de mudar dentro de trinta dias, as perguntas

deste estagio são “como você poderia fazer diferente?” e “o que você

pensa que poderá dar errado nesse plano?”.

18

Ação: ocorre quando há mudanças na conduta nos últimos seis meses.

Nesta fase o terapeuta deve mostrar os benefícios de uma alimentação

equilibrada, manutenção da motivação, gratificação pessoal, intensificar a

confiança. As perguntas deste estagio são: ”o que parece que esta

funcionando ?”e “o que mais poderia ser feito?”

Manutenção: e necessário manter a mudança do comportamento por

mais seis meses, a meta e a prevenção da recaída. As perguntas deste

estagio são: “o que esta mantendo você focado na meta? ”e “o que seria

uma situação de risco agora?”

Os primeiro cinco processos, estão associados ao primeiros estágios, são os

cognitivos, segundo Andretta e Oliveira (2012):

Despertar consciência

Autorreavaliação

Alivio dramático

Reavaliação Ambiental

Liberação social

Os outros cinco processos referem-se, principalmente, a aspectos

comportamentais:

Liberação

Contracondicionamento

Controle de Estimulos

Gerenciamentos de Recompensas

Relação da ajuda.

Sendo assim o uso combinados das técnicas, tem um objetivo de aumentar a

motivação e resolver a ambivalência em relação à mudança de comportamento,

enquanto a TCC ajudara o paciente a alcançar as mudanças desejadas.

2.4.3 Terapia Cognitivo Comportamental

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) baseia-se no conceito de que a

maneira como as pessoas pensam afeta o que elas sentem e fazem. Neste sentido,

19

a TCC busca auxiliar na identificação de pensamentos sabotadores e a responder a

eles, de maneira funcional, o que leva a pessoa se sentir melhor e a se comportar de

modo mais adaptativo ao seu ambiente. Sendo assim, a TCC modifica as crenças

disfuncionais dos indivíduos com excesso de peso sobre alimentação e dietas

através da reestruturação cognitiva, substituindo-as por crenças mais funcionais

(BECK, 1997).

A TCC foi criada por Aaron Beck em 1956 e posteriormente adaptada por

pesquisadores do mundo inteiro, para ser utilizada em inúmeros transtornos e

problemas psicológicos. Vários estudos demonstram que a TCC auxilia pessoas que

enfrentam as mais diversas adversidades, incluindo depressão, ansiedade,

transtornos alimentares, obesidade, tabagismo e comportamentos adictos (RANGÉ

et al., 2011).

Os transtornos alimentares (TA) são multideterminados e resultam da

interação entre fatores biológicos, culturais e experiências pessoais. A TCC ocupa-

se da identificação e correção das condições que favorecem o desenvolvimento e

manutenção das alterações cognitivas e comportamentais que caracterizam os

casos clínicos (DUCHESNE; ALMEIDA, 2002).

O tratamento a partir da intervenção cognitivo-comportamental não

proporciona somente uma remissão temporária de sintomas como estes, mas sim a

manutenção em longo prazo da melhora alcançada. Isto porque os pacientes

aprendem a modificar seus pensamentos disfuncionais, sentindo-se melhores

emocionalmente e, assim, comportando-se de maneira mais produtiva na busca de

suas metas (BECK, 1993).

Extensamente utilizadas no tratamento dos TA, técnicas cognitivas e

comportamentais têm sido avaliadas e reconhecidas como estratégias eficazes na

melhora dos quadros clínicos (DUCHESNE; ALMEIDA, 2002).

2.4.4 Estratégias cognitivas e comportamentais no tratamento dos transtornos

alimentares

A técnica trabalha com abordagem de tempo limitado, diretiva, estruturada,

ativa, focada em problemas, e também se pede tarefas para serem realizadas em

casa, o que chamamos de psicoeducação (ANDRETTA; OLIVEIRA, 2012).

20

Os autores Edler, Haudt e Kel (2007), relata, que o número de sessões

devem ser estipuladas de acordo com a gravidade contadas após a avaliação.

O autor Fairburn et al. (2008) recomendam de 16 a 20 atendimentos

individuais (1 por semana) de 45 minutos, o sucesso do tratamento esta vinculado a

continuidade de encontros, devemos destacar a importância de não se cancelar as

consultas.

No modelo transdiagnóstico pode envolver de 20 a 40 sessões, com

indicações de IMC17,5 também deve ser feito avaliação e 20 sessões

subsequentes, nesse modelo no inicio 20 sessões por semana(8 duas vezes por

semana,10 semanais e 3 quinzenais). Para IMC inferior o recomendado e de 40

sessões (20 sessões, 2 vezes por semana, e as demais semanais).

Segundo Andretta e Oliveira (2012) relatam que na TCC um dos fatores que

fazem a manutenção do problema e a presença de um esquema disfuncional em

relação à auto-avaliação e à autoestima.

Na teoria transdiagnostica considera que a paciente pode apresentar alem

dos sintomas característicos dos Transtornos Alimentares, um ou mais

fatores(perfeccionismo, a baixa auto estima, instabilidade emocional e os problemas

interpessoais) interagem com a psicopatologia central do transtorno e que podem

criar um obstáculo adicional para a mudança.

Nas avaliações, o terapeuta deve investigar (ANDRETTA; OLIVEIRA, 2012):

1 - O inicio e o curso dos sintomas

2 - A presença de purgas e outros comportamentos compensatórios

3 - A existência de outros familiares com Transtorno alimentar

4 - A interferência do transtorno na vida diária, familiar atividades laborais

sociais,acadêmicas

5 - Os tipos e o grau de convicção dos pensamentos automáticos e crenças

disfuncionais subjacentes

6 - As situações pessoais, locais e demais fatores que desencadeiam,

mantêm agravam ou diminuem os sintomas

7 - Os tratamentos que realizados anteriormente, bem como o seu grau de

sucesso ou insucesso.

O terapeuta devera explicar o tratamento e estabelecer a aliança com o

paciente, educando-o sobre:

21

1- O que e o transtorno e suas características

2- Suas possíveis causas para o inicio da manutenção dos sintomas

3- Os riscos para saúde

4- A relação funcional entre a dieta restritiva, fome e compulsão

5- Como o baixo peso afeta a concentração, pensamentos e sentimentos

6- Como a TCC trabalha os sintomas por meio de estratégias

comportamentais e da correção de pensamentos e crenças disfuncionais.

Muitos pacientes apresentam episódios de compulsão, e este será um tema

recorrente e um dos principais focos no tratamento. Devemos investigar a utilidade

da compulsão, quais situações gatilhos, como lidar com a ansiedade e não realizar

compulsões ou comportamentos compensatórios e elaborar estratégias para lidar

com situações problemas.

22

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Investigar a características dos Transtornos Alimentares no tratamento pela

abordagem cognitivo comportamental, bem como métodos para diminuir este

comportamento,

3.2 Objetivos específicos:

Pesquisar o conceito e a avaliação do transtorno alimentar

Avaliar as diferenças no comportamento alimentar de acordo com o

estado nutricional;

Investigar os fatores psicossociais que estejam contribuindo para o

desenvolvimento e manutenção do transtorno alimentar.

23

4 METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica que buscou responder as

principais características dos Transtornos Alimentares no tratamento pela

abordagem cognitivo comportamental, bem como métodos para diminuir este

comportamento. O processo de revisão desta pesquisa começou com uma busca

extensiva de literatura e para tal foram utilizados trabalhos publicados em revistas de

referência na área da saúde e educação e livros de teóricos especialistas no

assunto, constituídos 3 bases de dados disponíveis online e em bibliotecas centrais.

As buscas foram realizadas no mês de Setembro de 2017 e período

pesquisado dos artigos foi de 2000 a 2017. Nesta pesquisa foram utilizados os

descritores como: Transtorno Alimentar, Terapia Cognitivo Comportamental, e

tratamento nas publicações indexadas nas seguintes bases de dados: Red de

Revistas Cientificas de America Latina y El Caribe (Redalyc), Scientific Electronic

Library Online (SciELO), Literatura Latino -americanas e do Caribe em Ciências da

Saúde (LILACS) e BIREME. O uso dessas bases de dados visou minimizar os

possíveis vieses no processo da elaboração da revisão integrativa.

De acordo com os critérios de inclusão, incluíram-se artigos que abordavam

comportamentos alimentares na infância, em português com os resumos disponíveis

nas bases de dados selecionadas, no período entre 2000 à 2018, independente do

método de pesquisa utilizado. Foram excluídos artigos que não atendiam aos

objetivos dessa integrativa, aqueles que não estivessem disponíveis na íntegra,

como em bibliotecas nacionais ou que não apresentassem resumos nas bases de

dados e artigos repetidos em outras bases de dados já contabilizados.

24

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente foram encontrados 532 artigos. De acordo com os critérios de

exclusão elencados acima, foram eliminados 458 artigos restando 10 artigos, que

foram lidos na íntegra, conforme demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição das Bases de Dados e artigos selecionados

Bases de Dados Total artigos

encontrados

Total artigos

selecionados

Autor/ Ano

Redalyc 1 0

Scielo 35 4 Appolinário, José Carlos; Claudino, Angélica M. (2000).

Claudino, Angélica de Medeiros; Borges, Maria Beatriz Ferrari (2002).

Cordas, Takia Thanassios (2004).

Duchesne, Mônica; Appolinário, José Carlos; Rangé, Bernard Pimentel; Silvia, Freitas; Papelbaum, Marcelo; Coutinho, Walmir (2007).

Bireme 23 5 Vasques, Fátima; Martins, Fernanda Celeste; Azevedo, Alexandre Pinto de (2004)

Morgana, Christina M; Vecchiattia, Ilka Ramalho; Negrão, André Brooking (2002)

Neufeld, Carmem Beatriz; Moreira, Aparecida Martins; Xavier, Gabriela Salim (2012)

Duchesne, Mônica; Almeida, Paola Espósito de Moraes (2002).

Oliveira, Letícia Langlois; Deiro, Carolina Peixoto (2013).

Google (artigos e

livros em PDF

+100 1 Oliveira, Érika Arantes; Santo, Manoel Antônio (2006).

Fonte: Elaborada pela autora.

25

Appolinário e Claudino (2000) defendem que os transtornos alimentares

surgem com uma alta freqüência na infância e adolescência, o profissional de saúde

envolvido com o atendimento deste grupo etário deve estar bem capacitados com

suas principais diretrizes clínicas. O diagnóstico feito com brevidade e uma

abordagem terapêutica adequada dos transtornos alimentares são fundamentais

para o manejo clínico e o prognóstico destas condições.

Morgan, Vecchiatti e Negrão (2002) concluem que a gama de aspectos

envolvidos na etiologia dos TA é imensa. O desafio para aqueles que trabalham

tanto na clínica como na pesquisa destes transtornos não é simplesmente descrever

todos os elementos envolvidos, mas, sim, o de compreender como diversos fatores

interagem entre si em cada caso ou situação. E importante lembrar que os TA não

emergem abruptamente, mas se desenvolvem ao longo de vários anos, a partir de

predisposições presentes desde o nascimento do indivíduo, de vulnerabilidades que

emergem nas primeiras etapas da vida e de ocorrências mais tardias na sua história.

A dieta é o comportamento precursor que geralmente antecede a instalação de um

transtorno alimentar.

Duchesne e Almeida (2002) defendem em sua revisão de literatura que

alguns autores sistematizaram as estratégias utilizadas pela TCC no tratamento dos

TA, desenvolvendo manuais padronizados que facilitam as pesquisas de eficácia.

Os estudos comparando TCC a outros tipos de terapia evidenciam maior eficácia da

TCC em relação à terapia de apoio e resultados similares aos obtidos por terapia

interpessoal. A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a obtenção

da melhora dos TA. O terapeuta mantém uma atitude empática em relação às

dificuldades e necessidades da paciente e apresenta a terapia como um trabalho em

equipe, no qual ambos terão uma participação ativa na detecção de causas das

dificuldades e na seleção das estratégias utilizadas no tratamento.

Em contrapartida, Claudino e Borges (2002), questionaram a respeito da

inexistência de associação entre os episódios de compulsão alimentar e o uso

sistemático de métodos compensatórios inadequados. Destaca-se a controversa

distinção entre a BN não purgativa e o TCAP. Constatou-se que pacientes com

bulimia nervosa, tanto do tipo purgativo quanto do não purgativo, compõem um

grupo homogêneo em diversos aspectos (entre eles a estabilidade temporal das

características clínicas), enquanto indivíduos com TCAP compõem outro grupo

distinto. Esta diferenciação, no entanto, ainda necessita de mais investigações. Por

26

fim, um novo critério para o TCAP tem sido sugerido – a “auto-avaliação baseada no

peso e na forma do corpo” - já que este aspecto parece diferenciar obesos com e

sem TCAP. Sendo esta uma característica central dos transtornos alimentares, este

critério possibilitaria um importante elo de ligação do TCAP com a AN e a BN.

Espera-se que mais estudos em andamento, analisando características

psicobiológicas de indivíduos com TCAP e suas respostas a diversos tratamentos,

fornecerão mais informações sobre a indicação de se estabelecer esta nova

categoria diagnóstica.

Vasques, Martins e Azevedo (2004), em sua pesquisa sobre obesidade

verificaram que o indivíduo obeso apresenta comorbidade do espectro psiquiátrico, a

associação medicamentosa à dietoterapia e psicoterapia torna-se imprescindível,

ficando bem indicado o uso de antidepressivo associado ou não com estabilizador

de humor. Os agentes antiobesidade são mais indicados para obesidade sem

comorbidade psiquiátrica e como coadjuvantes na presença de comorbidades. As

drogas anorexígenas, apesar de eficazes, devem ser usadas com cautela e por

curto período de tempo. Apesar de o tratamento do ponto de vista psiquiátrico da

obesidade estar em evidência, é necessário maior investimento no desenvolvimento

do acompanhamento em longo prazo. Por outro lado, Cordas (2004), questiona a

exigência de amenorréia para o diagnóstico de anorexia nervosa. Saikali et al.

(2004) relata que nos transtornos alimentares, a distorção de imagem tem seu papel

sintomatológico e prognóstico mais relevante.

Na pesquisa realizada por Vivela et al. (2004), em escolares, sua auto-escala

EAT, 241 alunos (13,3%) apresentaram possíveis transtornos de alimentação, com

predominância significativa do sexo feminino. E, segundo a auto-escala BITE, 19

estudantes (1,1%) apresentaram um escore compatível com bulimia nervosa.

Encontramos 1.059 alunos (59%) insatisfeitos com sua imagem corporal, 731 alunos

(40%) em uso de dieta para emagrecer e 1.014 alunos (56%) que praticavam

atividade física com a finalidade de perder peso. Os episódios bulímicos foram

encontrados em 218 alunos (12%), e 175 alunos (10%) utilizavam métodos

purgativos para perder peso. Este estudo mostra uma alta prevalência de possíveis

transtornos alimentares na população estudada, assim como comportamentos

alimentares inadequados, principalmente em adolescentes do sexo feminino. Os

resultados são semelhantes aos encontrados nos países considerados

desenvolvidos.

27

Oliveira e Santos (2006) chegam à conclusão de um modo geral, os recursos

intelectuais encontram-se dentro da média esperada, porém evidencia-se marcado

comprometimento emocional dos pacientes portadores de transtornos alimentares,

embora esteja preservada a possibilidade de vinculação afetiva, o que atesta a

necessidade de suporte psicoterapêutico.

Na revisão de literatura de Duchesne et al. (2007) foram encontrados dois

ensaios clínicos abertos e 15 controlados. O desfecho primário na maioria desses

estudos é a compulsão alimentar. No geral, os ensaios clínicos avaliados sugerem

que o uso da terapia cognitivo-comportamental resulta numa melhora significativa da

compulsão alimentar e dos sintomas psicopatológicos associados ao transtorno da

compulsão alimentar periódica, sem resultar em perda de peso substancial. As

evidências disponíveis sugerem que a terapia cognitivo-comportamental é um

método de tratamento eficaz para o transtorno da compulsão alimentar, em relação

aos componentes psicológicos dessa condição. Entretanto, sua eficácia na redução

do peso corporal e na manutenção dos seus efeitos no longo prazo ainda precisa ser

melhor investigada.

No relato de experiência de Neufeld, Moreira e Xavier (2012) foi criado uma

terapia Cognitivo Comportamental em grupo, onde a presente intervenção contou

com apenas 6 sessões de intervenção cognitivo-comportamental e outras 6 de

orientação nutricional. O grupo conseguiu concretizar uma mudança no peso das

participantes e dados qualitativos que apontam para melhoras clinicamente

significativas na percepção das participantes. Inicialmente foi realizada uma

psicoeducação sobre transtornos alimentares através de vídeos e materiais

impressos distribuídos às participantes. Foram apresentados materiais impressos

que resumiam as estratégias discutidas e cada uma das técnicas foi realizada na

sessão com a orientação de que as participantes praticassem as mesmas ao longo

da semana. Também foi proposto a criação de um grupo controle ou de

comparação, o que não ouve em sua pesquisa.

Oliveira e Deiro (2013), em sua pesquisa com terapeutas buscaram expor a

visão de terapeutas no que se refere às vantagens e limitações da TCC, o vínculo

paciente-terapeuta, a importância e a participação da família no processo, a

importância e participação dos profissionais em uma equipe interdisciplinar, a

abordagem da etiologia, os critérios de alta e sugestões de estudos na área. Embora

sejam pontos fundamentais e muito utilizados no tratamento da anorexia nervosa e

28

da bulimia nervosa, há pouca literatura que se aprofunde nesses aspectos. Os

próprios entrevistados, embora tenham a mesma linha de trabalho, apresentaram

opiniões e dúvidas variadas e até mesmo algumas formas distintas de manejo do

tratamento.

5.1 Discussão

Diante dos resultados da pesquisa é importante ressaltar que o tratamento

dos TA é realizado com uma equipe multidisciplinar, sendo necessária a associação

de psicólogos a outros profissionais, tais como: nutricionistas, médicos clínicos e

psiquiatras. O envolvimento da família no tratamento pode ajudar a criar uma

estrutura de colaboração, facilitando mudanças.

A maioria das pesquisas determina que a prevalência dos transtornos

alimentares ocorre com pacientes do sexo feminino, mas diante da cobrança da

sociedade atual, em relações aos padrões de beleza é importante ressaltar que já

existem vários casos ocorrendo com o publico masculino.

Embora muitos teóricos defendam a utilização da TCC no processo de

tratamento, pouco encontramos sobre pesquisas que utilizaram o método e testaram

sua eficácia.

Não se concorda com a indicação da presença da amenorréia. Para

fechamento do diagnostico de Anorexia Nervosa, pois se o paciente se encaixa em

outros critérios, para fechamento do diagnostico.

Defendem- se que os programas de TCC resultam em melhoras significativas

nos sintomas psicopatológicos característicos do TCAP, sem reduções significativas

no peso corporal. São também observadas melhoras no auto estima, nas

dificuldades interpessoais, no humor e na qualidade de vida, além de um aumento

do sentimento subjetivo de bem-estar.

Embora durante a pesquisa fossem encontradas sugestões referentes ao

número de sessões, ainda não está claramente definido o número ideal de sessões,

a seqüência em que as técnicas devem ser implementadas, quantas sessões devem

ser dedicadas às estratégias comportamentais e quantas devem ser dedicadas às

estratégias cognitivas.

29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto com esta revisão bibliográfica, alguns autores sistematizaram as

estratégias utilizadas pela TCC no tratamento dos TA, desenvolvendo manuais

padronizados, que facilitaram as pesquisas de eficácia, pois o pesquisador pode

contar parâmetros já definidos.

A TCC considera a relação terapêutica fundamental para a obtenção da

melhora dos TA; o terapeuta deve manter uma atitude empática em relação às

dificuldades e necessidades do paciente e apresenta a terapia como um trabalho em

equipe no qual ambos terão uma participação ativa na detecção de causas das

dificuldades e seleção das estratégias utilizadas no tratamento

Ressalta-se o reduzido número de investigações que determinem o resultado

do tratamento com a TCC, especialmente para anorexia nervosa. Há poucos

estudos empíricos e teóricos nacionais sobre esta abordagem, sobretudo o estudo

do vínculo, dos critérios de alta, das limitações e das vantagens da TCC no

tratamento dos transtornos alimentares. Além disso, deve-se lembrar da importância

da família e da interdisciplinaridade no tratamento destes transtornos. Torna-se

necessário saber se estas duas formas conjuntas de trabalho estão ocorrendo na

prática.

Para isso, pondera-se a importância no desenvolvimento de pesquisas

qualitativas que tenham como objetivo compreender como trabalham os terapeutas

cognitivo-comportamentais e sua avaliação, baseados na prática clínica, dos

aspectos positivos e contraproducentes deste referencial teórico. Estudos

quantitativos também devem ser desenvolvidos. Estudos clínicos sobre os efeitos

das intervenções baseadas em TCC em grupo podem trazer avanços importantes

para o conhecimento nessa área de pesquisa, além de contribuir para o avanço da

atuação clínica no tratamento de transtornos alimentares.

30

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33

ANEXOS

Anexo I

Anexo A - Critérios diagnósticos para Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa pelo DSM-IV e pela CID-10

Anexo B - Outros transtornos alimentares e critérios diagnósticos para TCAP

34

Anexo C - Tabela de Fatores predisponentes

INDIVIDUAIS

Tracos de Personalidade: Baixa – estima

Traços obsessivos e Perfeccionismo (Anorexia Nervosa)

Impulsividade e Instabilidade afetiva (bulimia Nervosa)

Historia de Transtornos psiquiátricos: Depressão

Transtorno de ansiedade (Anorexia Nervosa)

Dependência de substancia (bulimia Nervosa)

Alterações da neurotrnsmissão:

Vias noradrenergicas

Vias serotonérgicas

TENDENCIAS À OBESIDADE

Eventos adversos:

Desorganização da vida

Sofrer abuso sexual ou físico, doença, gravidez

FAMILIARES

Hereditariedade

Padrões de Interação familiar:

Rigidez, intrusividade e evitação de conflitos(Anorexia Nervosa)

Desorganização e falta de cuidados (bulimia Nervosa

SOCIOCULTURAIS

Ideal Cultural de Magreza

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Anexo II

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Ana Paula Gonçalves dos Santos afirmo que o presente trabalho e suas

devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da

responsabilidade autoral sobre o conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental, sob

o titulo “A Eficácia da Terapia cognitivo comportamental nos transtornos

alimentares”. isentando, mediante o presente termo o Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de

quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à “propriedade intelectual”, por

mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais

decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, _______de __________ de _______

Assinatura do Aluno