casa e comida - especial sobremesa

Upload: samanta

Post on 05-Mar-2016

64 views

Category:

Documents


14 download

DESCRIPTION

receitas saborosas

TRANSCRIPT

  • DOCES CLSSICOS, BOLOS, DELCIAS FCEIS DE FAZER E MAIS

    ESPECIALSobremesas

    #amocaseirices

    Comer, Beber e Receber Bem

    50receitas!

  • Editar reportagens gastronmicas viver em tentao permanente. A gente at evita escolher fotos de certas matrias antes do al-moo. Mas este especial de sobremesas, particularmente, exigiu um esforo extra da equipe para manter o sangue frio diante de tanta coisa boa. Vasculhamos os arquivos de Casa e Comida para eleger 50 receitas de doces publicadas na revista: tortas, pudins, churros, mousse de chocolate... uma delcia mais enlouquecedora que a outra. Como olhar no engorda, espero que voc se delicie com as imagens a seguir. Bom apetite!

    Um abrao,

    Ao leitor

    patricia oyama(diretora de redao)

    Doces lembranas

  • diretora de grupo casa e comida, casa e jardim, crescer e galileuPaula Perim

    diretora de redao Patricia Oyamaeditora-executiva Cludia Pixu

    editoras Cristiane Senna (online) e Olvia Fraga (texto)editora de design multiplataformaMarcia Evangelista

    designer Isabella MachadoprodutoraEllen Annora

    colunistasBela Gil, Bell Kranz, Carla Pernambuco, Eliana Araujo e Mauro Marcelo Alvescolaboradores Bell Kranz, Cristiana Couto, Flvia G Pinho, Julia Moioli e Roberta Malta (texto). Cac Bratke, Elisa Correa, Iara Venanzi, Ricardo Corra

    e Rogrio Voltan (foto). Clia Mari Weiss, Florise Oliveira, Henrique Morais, Juliana Fanchini (produo). Las Rigotti (reviso).assistente-executivaWania Pace

    conselhoCarla Pernambuco, Daniela Kishimoto, Diego Revollo, Eliana Araujo, Jos Roberto Moreira do Valle e Ricardo Caminada

    consultora de marketingMayara Petrow

    inovao digitaldiretor de inovao digitalAlexandre Maron

    gerente de estratgia de contedo digitalSilvia Balieirogerente de tecnologia digitalCarlos Eduardo Cruz Garcia

    desenvolvedoresBruno Agutoli, Everton Ribeiro, Jeferson Mendona, Leonardo Turbiani, Marcio Esposito, Tcha-tcho e Victor Hugo Oliveira da Silva

    opec onlineDanilo Panzarini, Henrique Fermino, Higor Daniel Chabes, Rodrigo Pecoschi, Rodrigo Santana Oliveira e Thiago Previero

    mercado anuncianteunidade de negcios casa e comida, casa e jardim e crescerdiretora de negcios multiplataformaMarilia Guiti Hindi

    executivos de negcios multiplataforma Christian Lopes, Hamburg, Keila Ferrini, Maria Aparecida de Castro e Valquiria Blasioli Leiteunidade de negcios digital

    diretoraRenata Simes de Oliveiraexecutivos de negcios digitaisAndressa Aguiar Bonfim, Bianca Ramos Piovezana e Lilian Ramos Jardim

    consultora de marcas egcnOlivia Cipolla Bolonhaunidade de negcios escritrios regionais

    gerente multiplataformaSandra Regina de Melo Pepeexecutiva multiplataformaAlexandra Caridade da Silva Azevedo

    unidade de negcios rio de janeirogerente multiplataformaRogrio Pereira Ponce de Leon

    executivos multiplataformaAndrea Manhes Muniz, Daniela Nunes Lopes Chahim, Katia Cilene Pinto Correia, Maria Cristina Machado, Pedro Paulo Rios Vieira dos Santos e Suellen Silva de Aguiar

    unidade de negcios brasliagerente multiplataforma Fernanda de Queiroz Requena

    executivas multiplataformaBarbara Costa Freitas Silva e Camila Amaral da Silva

    diretor estdio globo Rafael KenskigerenteEduardo Watanabe

    gerente de eventos Daniela Valentecoordenadores da opec offlineCarlos Roberto Alves de S, Douglas Vieira da Costa e Jos Soares

    mercado leitor diretor de marketing Cristiano Augusto Soares Santos

    gerente de vendas de assinaturasReginaldo Moreira da Silvagerente de operaes e planejamento de assinaturasEdnei Zampese

    diretor-geralFrederic Zoghaib Kachar

    diretor de mercado anuncianteAlexandre Barsottidiretor de mercado leitorLuciano Touguinha de Castro

    atendimento ao assinanteDisponvel de segunda a sexta-feira, das 8h s 21h; sbado, das 8h s 15h.

    sacglobo: www.sacglobo.com.brso paulo: (11) 3362-2000

    demais localidades: 4003-9393*fax: (11) 3766-3755

    *Custo de ligao local. Servio no disponvel em todo o Brasil. Para saber da disponibilidade do servio em sua cidade, consulte sua operadora local.

    para anunciar, ligue: (11) 3676-7700 / 3767-7128 (So Paulo) e (21) 3380-5924 (Rio de Janeiro). e-mail: [email protected] para a redao: enderear para Casa e Comida, caixa postal 66011, CEP 05315-999, So Paulo, SP. e-mail: [email protected].

    As cartas devem ser encaminhadas com assinatura, endereo e telefone do remetente. Casa e Comida reserva-se o direito de selecion-las e resumi-las para publicao.edies anteriores: o pedido ser atendido por meio do jornaleiro ao preo da edio atual, desde que haja disponibilidade de estoque. Faa seu pedido na banca mais prxima.

    Notificaes da Justia Eleitoral devem ser enviadas para o fax (11) 3767-7292.

    Casa e Comida uma publicao da Editora Globo S.A., av. Jaguar, 1.485, So Paulo, SP, CEP 05346-902.Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Dinap Distribuidora Nacional de Publicaes

    na internet http://editoraglobo.com.br

    O Bureau Veritas Certification, com base nos processos e procedimentos descritos no seu Relatrio de Verificao, adotando um nvel de confiana razovel, declara que o Inventrio de Gases de Efeito Estufa - Ano 2012, da Editora Globo S.A., preciso, confivel e livre de erro ou distoro e uma representao equitativa dos dados e informaes de GEE sobre o perodo de referncia, para o escopo definido; foi elaborado em conformidade com a NBR ISO 14064-1:2007 e Especificaes do Programa Brasileiro GHG Protocol.

  • Texto Julia Moioli Fotos Rogrio Voltan Realizao Cludia Pixu

    SOBREMESAS TRADICIONAIS NUNCA SAEM DE MODA E DEIXAM O FIM DA REFEIO OU O PRXIMO ASSALTO GELADEIRA MUITO

    MAIS GOSTOSO. MAS PARA DAR CERTO MESMO, CADA UMA TEM SEU TRUQUE

    PECADOSclssicosTexto Roberta Malta Fotos Iara Venanzi

    Realizao Cludia Pixu Produo Florise Oliveira

  • Torta de morango, com creme ptissier e frutas frescas, de Amanda Lopes, da Jelly Bread. Os suspiros podem entrar inteiros ou quebrados e salpicados sobre o recheio

  • Mousse de chocolate, na verso de Amanda Lopes: a sobremesa da moda nos anos 80 faclima de fazer e continua um sucesso

  • Bolo de coco gelado, de Cesar Yukio, do CEG: fofinho, molhadinho, irresistvel

  • Gelatina colorida em verso moderna: a receita de Cesar Yukio exige pacincia, mas o efeito irresistvel

  • Quindim legtimo, de Catia Farias Fantone, do Bendito Quindim: para suavizar o sabor de ovo, o truque peneirar as gemas

  • Manjar branco com calda de ameixas, de Cesar Yukio, do CEG: sobremesa amada desde a poca da vov

  • Texto Roberta Malta Fotos Elisa Correa Realizao Cludia Pixu Produo Clia Mari Weiss

    A HISTRIA DOS QUITUTES QUE NASCERAM EM PORTUGAL REPLETA DE OVOS, ACAR E UMA BOA DOSE

    DE F. QUEM OUSA RESISTIR?

  • Dom Rodrigo, da Doces do Eurico: ninho de fios de ovos caramelados e recheados com gemas e amndoas

  • Pense numa comida portuguesa. An-tes de lembrar de bacalhau ou de alheira, logo vem memria o doce de gemas, capaz de encantar todos os sen-tidos. Apesar de a doaria da terrinha ter repertrio amplo - consequncia direta do contato de Portugal com ingredientes americanos e asiticos desde o sculo XIV , so as receitas amarelinhas e au-caradas o smbolo da confeitaria lusitana.

    Alm de potncia mercantil, Portu-gal era grande produtor de ovos e expor-tava para praticamente toda a Europa. Naquele tempo, clara de ovo era usada para fazer hstia e para purificar vinhos consagrados eucaristia (o processo ainda hoje chamado de clarificao), alm de servir para engomar os hbitos. Como o desperdcio estava fora de cogi-tao, a gema virou o ingrediente prin-cipal das gostosuras preparadas para o fim da refeio.

    As receitas dos conventos foram aos poucos chegando s grandes cidades e casas de famlia e se tornaram comuns no pas inteiro. Os doces no so enjoativos nem tm gosto forte de ovo, afirma Rui Mendes, diretor da Casa Mathilde, con-feitaria que funcionou em Lisboa de 1850 a 1974 e, no ano passado, abriu uma loja em So Paulo. A bola de Berlim prepara-da na casa lembra o nosso sonho. Segun-do Rui, a receita original de uma dona

    de casa alem que, nos anos 30, fugiu do nazismo e foi viver com o marido em Por-tugal. Para sobreviver, ela vendia berliner, um doce tpico de Berlim. Os portugueses logo substituram a compota de moran-gos por um creme de ovos passado como manteiga no po. E ai de quem diga, hoje, que esse no um quitute lusitano tpico!

    Outra sobremesa comum nos lares de l so as mas assadas com canela e vinho do Porto. Alm de saudvel, fcil de fazer, diz Rui. O papo de anjo controverso. H quem diga que surgiu nos Aores e quem afirme que de Vi-seu, cidade ao norte de Portugal. Aqui ou acol, o preparo e a forma de apre-sentao so idnticos.

    Todas as receitas da Casa Mathilde so relquias de famlia, assim como as da Doces do Eurico, fbrica carioca que monta uma banca no Mercado Municipal Cadeg todo sbado para venda direta ao pblico. Eurico Pires fez um pouco de tudo antes de virar confeiteiro. Mas foi quando decidiu investir nos doces de seu pas que se encontrou. Hoje, passou a batuta para o filho Mrio Pires. Para Casa e Comida, ele preparou os mais tradicionais doces conventuais: toucinho do cu, pastel de nata e Dom Rodrigo uma bolinha de creme de ovos envolta com fios tambm de ovos. para se lambuzar vontade e deixar a dieta para a semana que vem.

  • Crocante por fora e cremoso por dentro, o pastel de nata da Doces do Eurico leva creme de leite fresco e gemas no recheio. Fica tostadinho por cima

  • Os doces portugueses, que tambm sofreram influncia mourisca e ibrica, eram de um fazer delicado, que pedia mos cuidadosas para preparar guloseimas lindas de olhar e boas de comer. A questo era

    equilibrar o toque de especiarias - j se usava muita canela naquela poca - e estudar todos os pontos da calda de acar, sem deix-la amargar.

    O problema dos doces de ovos malfeitos sempre o gosto forte de gema, quase enjoativo e indigesto. Para se livrar desse problema, o confeiteiro Eurico Pires d a dica. As gemas tm de ser passadas em uma peneira bem fina, afirma. Segundo ele, a membrana que as envolve que deixa sabor e cheiro forte nas receitas. Nada de mexer os ovos com a colher

    para acelerar, seno a pele tambm coada. furar as bolinhas amarelas e, com pacincia de freira, esperar que elas escorram sozinhas.

    Suave sabor de ovo

    Dica

  • Bolas de Berlim, da Casa Mathilde: a massa leva fermento para po e, depois de crescida, enrolada e frita em leo. Apesar da origem incerta e do nome, so uma guloseima

    tpica de Portugal o creme de ovos est l para provar isso

  • Receita da Casa Mathilde, doceria no centro de So Paulo, que existia em Portugal e servia aos reis: papos-de-anjo mergulhados na calda de canela, limo e rum

  • Acerte o ponto da calda

    . XAROPE OU CALDA .Na verso mais ralinha de todas, a mistura de gua e acar levanta fervura e as impurezas sobem superfcie. Recomenda-se tir-las com escumadeira

    . FIO . Encoste o dedo indicador na calda e leve ao polegar. O ponto de fio se

    alcana quando, ao abrir e fechar os dedos, forma-se um fio fino

    . PROLA .Encha uma colher de calda e despeje-a lentamente. O fio cai e forma uma

    bolinha (ou gota) na extremidade

    . PONTO ASSOPRADO .Mergulhe uma escumadeira na calda. Levante-a um pouco e assopre com

    fora. Formam-se balezinhos como bolhas de sabo

    . PONTO DE CARAMELO .O acar ganha cor alourada e est a ponto de se queimar e amargar

    Dica

    FONTES: MRIO E EURICO PIRES, DA DOCES DO EURICO

  • Massudo e com delicioso aroma de amndoas e canela, o toucinho do cu uma das maravilhas inventadas nos conventos. A Doces do Eurico ensina aqui como fazer

  • A vitria da simplicidade: mas verdes assadas com vinho do Porto e canela, da Casa Mathilde. A sobremesa comum nas ilhas dos Aores e em Viseu.

    Pode ser acompanhada de sorvete e dispensa os ovos!

  • OK, O DE LEITE CONDENSADO PREFERNCIA NACIONAL E NO PODERIA FICAR DE FORA. MAS QUE TAL DAR UMA VARIADA E TESTAR NOVOS SABORES?

    Texto Flvia G Pinho Fotos Cac Bratke Realizao Cludia Pixu Produo Ellen Annora

  • Pudim de leite condensado, da Frma de Pudim: como no amar?

  • E xperimente jogar o assunto na me-sa: o melhor pudim com ou sem furinhos? Prepare-se, a discusso pode ser acalorada. Esse doce centenrio, que chegou ao Brasil nos cadernos por-tugueses, figura entre os mais popula-res do pas e admite um sem-nmero de variaes s no livro Dicionrio do doceiro brasileiro, publicado origi-nalmente em 1892 por Antonio Jos de Souza Rego, so listadas 56. Mas tama-nha versatilidade no foi capaz de evi-tar a supremacia do pudim de leite con-densado, essa sim uma inveno 100% made in Brazil. Melindroso, o pudim exige uma certa percia do mestre-cuca. Da maneira de misturar os ingredientes aos gestos no ato de desenformar, cada etapa tem seus segredinhos. E eles es-to todos aqui, revelados por algumas das maiores experts no assunto.

    Uma delas Daniela Aliperti, chef formada pelo Institut Paul Bocuse, na Frana. Ela confessa, veja s, que no achava a menor graa no dito-cujo. Quando a famlia me pediu um pudim para o almoo, decidi resolver todos os defeitos que eu via na receita tradicio-nal, como o gosto de ovo e os furinhos, lembra. Deu to certo que Daniela inau-gurou a Frma de Pudim, em So Paulo, que vende cerca de 800 doces inteiros

    por ms, dentro das frmas, prontos pa-ra levar. Logo depois, ela ainda lanou O livro do pudim (Panda Books). Entre as 21 receitas da publicao, uma jamais entra no cardpio da loja o pudim de claras, que no resiste ao transporte. Mas voc pode fazer o seu em casa, se-guindo a receita cedida por Daniela, juntamente com a do pudim de caf e do clssico de leite condensado.

    A chef paulistana Gabriela Mace-do enveredou pelo mesmo caminho da ultraespecializao. Scia do ateli O Pudim, ela vende apenas cinco recei-tas, aquelas que considerou perfeitas aps a batelada de testes com os ami-gos. A jornalista Ana Paula Pontes, fi-lha de portugueses e dona da Pudim a Gosto, tambm testou muitas receitas at chegar a seis opes, entre elas a de limo-siciliano, em que o leite levado para ferver com a casca da fruta. Por fim, a doceira autodidata Paula Cinini, blogueira e dona do ateli The Cookie Shop, mostra sua receita de pudim de po de mel, adaptao contempornea do antigo pudim de po. Lembrei que o da minha me tinha gostinho de ca-nela e fui juntando outras especiarias, conta. Se animou? Ento teste essas seis receitas e, depois, invente um pu-dim para chamar de seu.

  • Levssimo, o pudim de claras servido com creme ingls. Receita da chef Daniela Aliperti

  • Dicas

    Furinhos, calda e outros segredos

    . Para obter uma textura lisinha, misture os ingredientes com batedor manual, que no aera tanto a massa.

    Depois asse lentamente em baixa temperatura, em torno de 180oC.

    . Faz questo dos furinhos? Ento bata a massa no liquidificador e asse em forno alto.

    . Se preferir, troque a essncia de baunilha por fava fresca: misture o leite pedido na receita fava e suas sementes, leve ao fogo at ferver

    e desligue. Deixe a mistura descansar por meia hora, coe e use.

    . Quando derreter o acar para fazer a calda, desligue o fogo assim que comear a amarelar, porque a frma quente continua

    cozinhando e a calda pode ficar amarga.

    . Dentro do forno, jamais dispense o banho-maria: ele garante a textura cremosa. Encha a assadeira com 2/3 de gua para evitar que seque. Se ainda

    assim acontecer, complete com gua j quente, na mesma temperatura.

    . Para que no se forme uma crosta no pudim, cubra a frma com papel-alumnio durante o cozimento, sem encostar na massa.

    . Com algumas excees, como o pudim de clara, s desenforme o pudim depois de gelado. Passe uma faca sem ponta ao redor dele, para soltar

    as laterais. Depois, leve a frma diretamente ao bico do fogo, por alguns minutos, at que a calda amolea. A s virar e servir.

    Fontes: Daniela Aliperti, Gabriela Macedo e Paula Cinini

  • O tradicional pudim de po ganhou essa verso sabor po de mel, com canela e especiarias, criao da blogueira Paula Cinini, do ateli The Cookie Shop

  • Doura com um toque ctrico: pudim de limo-siciliano, em tamanho mni, da Pudim a Gosto

  • Duas delcias unidas numa s receita: pudim de paoca, criao de Gabriela Macedo, de O Pudim

  • A sobremesa no sabor caf, da Frma de Pudim, vem decorada com gros torrados

  • LINDOS E REPLETOS DE PREDICADOS SAUDVEIS, MIRTILOS, AMORAS, FRAMBOESAS E MORANGOS

    PEM COR E SABOR NAS SOBREMESAS

    Vermelhas de prazerTexto Cristiana Couto Fotos Ricardo Corra Realizao Cludia Pixu

  • Doura bicolor: verrine de mirtilo e mascarpone aromatizado com limo-siciliano, de Viko Tangoda e Ana Laura Peron

  • A ntocianina. Este o nome da res-ponsvel pelo colorido das frutas vermelhas, as famosas berries. Mas o efeito dessa substncia no mera-mente esttico. Alm de deixar as fru-tas com aquela tentadora cor verme-lha (ou roxa ou azulada, dependendo da variedade), ela tem propriedades anti-inflamatrias e antioxidantes. Pesquisadores tambm analisam as antocianinas por sua ao no contro-le da presso arterial e seus efeitos no combate ao diabetes e hipoglicemia.

    Pigmentos parte, as frutas verme-lhas sempre tiveram seu lugar garanti-do na cozinha. Elas so muito versteis por serem frescas, aromticas e apresen-tarem um bom equilbrio entre acidez e dulor, diz o banqueteiro Viko Tan-goda, que assina quatro receitas desta reportagem, juntamente com a confei-teira de sua equipe, Ana Laura Peron.

    A lista de frutas vermelhas gran-

    de: entre as principais espcies esto amoras, groselhas, framboesas, mirti-los e morangos, alm da brasileirssi-ma jabuticaba e outras berries menos conhecidas, como a gooseberry, de as-pecto semelhante a uma uva, e a cran-berry, notadamente cida e amarga (por isso, quase toda a sua produo destina-se a sucos).

    Viko gosta de utilizar essas frutas in natura para valorizar sua cor e tex-tura. No seu mil-folhas de framboesa, elas entram frescas e inteiras. Mas as berries congeladas podem render caldas deliciosas, como a que o ban-queteiro Charl Whately prepara pa-ra a charlotte que voc vai ver nesta reportagem. Viko tambm costuma transformar as frutas em geleias e compotas. Uma maneira de ter as ver-melhinhas por mais tempo, j que, co-mo muitas coisas boas da vida, elas duram pouco.

  • Mil-folhas de coco e framboesa: vale a pena ir atrs das frutas frescas para esta receita

  • Compota de amora com amndoas e creme ingls: doce delicado para comer s colheradas

  • Charlotte de frutas vermelhas, de Charl Whately, do Buffet Charl. A calda pode ser feita com frutas congeladas

    Mar

    cos

    Ant

    onio

  • Frutas vermelhas ao cream cheese, com pedacinhos de brownie, do Viko Gastronomia

  • Texto Patricia Oyama Fotos Iara Venanzi Realizao Cludia Pixu Produo Henrique Morais

    BOLO DE CHOCOLATE, CHURROS, MERENGUE, PUDIM DE TAPIOCA... ENTREGUE-SE A ESTAS E OUTRAS

    PEQUENAS MARAVILHAS QUE DEIXAM A VIDA MAIS DOCE

    Minichurros com doce de leite, de Janana Rueda, do Bar da Dona Ona

    sobremesas matadoras10

  • Rabanada chique: pain perdu com compota de pera, do Ici Bistr

  • De comer de joelhos. De chorar. De lamber os dedos. O que no faltam so expresses para definir aquela comida boa demais da conta. E doces, especialmente, parece que tm esse poder de arrancar gemidos e suspiros de felicidade. Para eleger dez sobremesas de tirar qualquer um do srio, fizemos uma enquete na redao, convocamos o conselho multidisciplinar da revista, consultamos jornalistas especializados e chegamos deliciosa seleo que voc v nesta reportagem. Os choclatras podem enlouquecer com o Bolo da V, da Lanchonete da Cidade. Quem prefere uma guloseima mais caipirinha vai adorar o arroz-doce do Consulado Mineiro e a paoca de colher do Doce de Laura. Tem ainda o pudim de tapioca do Mocot, os churros do Bar da Dona Ona, o pain perdu do Ici Bistr... J est salivando? Ento, chega de passar vontade e se jogue nas tentaes das pginas seguintes!

  • Hit do restaurante Ritz, o merengue de framboesa uma sobremesa rpida que arranca suspiros

  • Bolo da v, da Lanchonete da Cidade: sabor de infncia com uma dose generosa de calda de chocolate

  • Amendoim cremoso: paoquinha de colher, do Doce de Laura

  • A torta ganache de banana, do Trio, tem recheio generoso com doce de leite, chocolate e chantilly

  • No precisa esperar a festa junina para curtir o arroz-doce do Consulado Mineiro

  • Toucinho do Cu, do A Bela Cintra: tradio celestial que leva ovos, amndoas e acar

  • Pudim de tapioca com calda de coco queimado, delcia de Rodrigo Oliveira, do Mocot

  • Tartelettes de limo-siciliano, de Carla Pernambuco e Carolina Brando, do Las Chicas

  • Tradio preservada

    Texto Roberta Malta Fotos Ricardo Corra Realizao Cludia Pixu Produo Juliana Fanchini

    H GERAES, AS GELEIAS AJUDAM A CONSERVAR AS FRUTAS E ALEGRAR A MESA. APRENDA A FAZER

    SUA PRPRIA COMPOTA E SAIBA COMO UTILIZ-LA PARA INCREMENTAR SOBREMESAS

  • Bolo de iogurte com geleia de amora, da Bolo Toa: a massa pode ser batida no liquidificador

  • Ela continua a evocar frias na fa-zenda, cozinha da vov e outras lembranas boas. Mas quem acha que geleia coisa de antigamente muito se engana: com infinitos sabores, as compotas coloridas incrementam pratos de restaurantes contempo-rneos, temperam saladas, acompa-nham petiscos e transformam doces simples em sobremesas irresistveis.

    Elas do um toque especial a qualquer prato, afirma Nicolau Ro-sa, da escola de culinria e gastro-nomia que leva seu nome, em So Paulo. Acertar a harmonizao sim-ples: carnes de sabor forte ou receitas muito condimentadas vo bem com opes mais adocicadas; j as leves pedem compotas delicadas, como as ctricas. Outra dica pensar se o in-grediente principal do doce combi-na com o prato. Encontros clssicos

    sempre do certo. Carnes de cordeiro, por exemplo, vo bem com geleia de hortel, afirma o chef.

    Se o assunto for sobremesa, o ca-samento s alegria. O azedinho da fruta quebra o acar e a gordura, diz Mariana Gorski, da Confeitaria Dama, em So Paulo. At as receitas mais bsicas ganham cara nova com essa parceira. Fao o meu bolo de io-gurte com geleia de amora, mas ele fica bom com qualquer sabor, diz Renata Frioli, da tambm paulistana Bolo Toa. Mas, ateno: as compo-tas para tortas e afins devem ser mais firmes do que as demais. Caso con-trrio, vo escorrer pelo doce, afir-ma Mariana. Nas pginas seguintes, confira como fazer geleias caseiras e mais trs receitas que voc pode pre-parar com compotas prontas ou fei-tas por voc.

  • Geleia de goiaba, com receita da Escola Nicolau Rosa de Gastronomia

  • Dicas. Geleia geral . . Outros sabores . . Vidro sem risco .

  • Torta Venancio, da Confeitaria Dama: po de l, musse e geleia

  • Cheesecake com geleia, da Confeitaria Dama: a mesma base pode receber coberturas de sabores diferentes

  • Cinco o limiteTexto Bell Kranz Realizao Cludia Pixu Produo Ellen Annora

    MUITO APETITE E DESPENSA MINGUADA? RESOLVA ESSA EQUAO COM RECEITAS QUE PEDEM NO MAIS DO QUE CINCO INGREDIENTES

    Thin

    ksto

    ck

  • Curau de milho-verde, do chef Nicolau Rosa: delcia bem brasileira que voc prepara num instante

    Elis

    a C

    orre

    a /

    Edito

    ra G

    lobo

  • Uma despensa em momento de quase total penria. Quem j no pas-sou por isso? Alis, uma situao domstica completamente insig-nificante, no fosse a existncia da terrvel Lei de Murphy, cuja mxima se algo pode dar errado, vai dar errado. Ou seja, justamente quan-do o armrio de mantimentos est desfalcado que surgem surpresas co-mo a sempre inesperada sogra para almoar, o namorado com o amigo a tiracolo para jantar ou ainda a amiga do peito que resolve estender a visita da tarde pela noite adentro. Outra situao menos dramtica, po-rm igualmente frustrante: quando bate uma vontade arrebatadora de co-mer um doce, de preferncia simples, fcil, bem prtico, mas a intensida-de do desejo inversamente proporcional qualidade da sua despensa.

    Pois isso no poder mais abalar os seus nervos. Nicolau Rosa, da escola de culinria e gastronomia que leva o seu nome, em So Paulo, sugere aqui trs receitas de sobremesa que levam no mximo cinco in-gredientes cada uma. De quebra, a chef do Marakuthai, Renata Vanzetto, ensina a fazer um irresistvel brigadeiro de colher, verdadeiro salvador da ptria para casos de carncia de acar e chocolate.

  • Leite, biscoitos, leite condensado, maisena e ovos: eis os ingredientes do pav de bolacha Maria, do chef Nicolau Rosa

    Elis

    a C

    orre

    a /

    Edito

    ra G

    lobo

  • O brigadeiro da vov, do Marakuthai: servido na panelinha, fica ainda mais gostoso

    Roge

    rio V

    olta

    n /

    Edito

    ra G

    lobo

  • Zabaione com morango e uvas, de Nicolau Rosa. A sobremesa s requer um pouco de cuidado para o creme no desandar

    Elis

    a C

    orre

    a /

    Edito

    ra G

    lobo

  • Queridinho da tardeTexto Julia Moioli Fotos Rogrio Voltan Realizao Cludia Pixu

    UM BOLINHO CASEIRO, MACIO E SABOROSO CAPAZ DE TRANSFORMAR A HORA DO

    CH EM UM AUTNTICO RITUAL DE GULA

  • Bolo de banana com gotas de chocolate, receita de Simone Ferrarezi, da Crazy for Cakes

  • Ocheirinho que vem direto do forno avisa: o bolo est pronto! E como num passe de mgica, a boca comea a salivar. Hora de ferver a gua para uma xcara de caf ou de ch e esperar pe-la apario do protagonista do lanche da tarde. E ele nem precisa de muitos adornos - coberturas superdoces ou recheios ultracremosos. Nessa hora, a verso da iguaria sequinha e macia que agrada ao paladar.

    Desde a Antiguidade, poca da qual datam os primeiros relatos sobre essa delcia, ela est relacionada a ce-lebraes e gratificaes. Naquele tem-po, sua receita era simples, como a do po, levava trigo ou cevada e gua. Na Grcia antiga, o uso do mel na mesma massa do po, uma homenagem deu-sa da fertilidade, sugere algo parecido com um bolo, diz Sandro Dias, profes-sor de gastronomia do Senac So Pau-lo. Em Roma, recebia adio de frutas secas e, nos casamentos, pedaos do doce eram jogados como oferenda.

    De festeiro, ele passou a figurar na mesa do dia a dia. Por aqui, o bolo, co-

    mo outros doces, recebem influncia de vrias culturas, um trao da nossa miscigenao. De Portugal, por exem-plo, herdamos as receitas conventuais, carregadas de ovos, alm do hbito de consumir a iguaria com ch, caf ou vi-nho do Porto. Tambm temos muito a agradecer aos ndios. A mandioca cul-tivada por esses povos passou a substi-tuir, em diversas ocasies, a farinha de trigo, ento pouco abundante. E uma inveno que ajudou a temperar a iguaria foi o acar da cana.

    Na trajetria do bolo, vale juntar a criatividade caseira, que ampliou o acervo nacional com ingredientes fora do comum, como vinho tinto. o que voc comprova nas receitas a seguir, ce-didas por Ricardo Corra, do restauran-te Wheat Organics, Simone Ferrarezi, da confeitaria Crazy for Cakes, Carole Crema, da La Vie en Douce, Daniela Meneghini, da Marie Marie Bakery, por Lucas Corazza e pelas scias do Le Petit Food Truck, Tarsila Melilli e Ste-phanie Orsi. Faa e comprove: nada co-mo um bolinho fofo para alegrar o dia.

  • Bolinho de ma com especiarias: a sugesto do chef Ricardo Corra, do Wheat Organics, adoada com acar cristal e mascavo

  • Fofura para adultos: bolo de vinho tinto, com chocolate amargo e especiarias, do chef Lucas Corazza

  • O bolo de laranja com pistache de Lucas Corazza leva uma cobertura de cream cheese

  • . Sem grude . Depois de untar uma frma com manteiga e farinha, coloque-a

    na geladeira por cinco minutos para hidratar melhor a farinha. As-

    sim, o bolo vai desgru-dar mais facilmente.

    . Fofura . Ao tirar o bolo do

    forno, no deixe que ele encoste em uma superfcie fria. Se a

    massa quente esfriar muito rapidamente,

    murcha. Tambm no coloque o bolo sobre o fogo. Ele vai demorar para esfriar e a massa

    pode ressecar.

    . Bolo retinho . Unte apenas o fundo de assadeiras baixas. A massa crescer por igual, grudando nas

    laterais, o que deixa o bolo retinho. Depois, desgrude as laterais com a ajuda da faca.

    Dicas

    UM CASO ESPECIAL . Bolos que no levam claras em neve ou ovos batidos tm dificuldade para crescer. Como sua massa mais compacta,

    ele deve assar em temperatura mais baixa para que o fermento empurre a massa para cima, sem ajuda da estrutura criada pela

    albumina da clara, esclarece Lucas Corazza.

  • No bolo de canela da Crazy for Cakes, a massa bsica ganha sabor especial com a especiaria e uma dose de leite condensado

  • Cad o bolo?COMO DRIBLAR OS ACIDENTES E GARANTIR UM BOLO PERFEITO

  • O clssico bolo de cenoura vem coberto com ganache meio amargo na verso do Wheat Organics

  • Bolo de gengibre e especiarias, delcia da chef Daniela Meneghini, da Marie Marie Bakery

    Tade

    u Br

    unel

    li /

    Div

    ulga

    o

  • Volta infncia numa mordida: bolo de baunilha com calda de Ovomaltine, do Le Petit Food Truck

    Cac

    Br

    atke

    / E

    dito

    ra G

    lobo

  • Em vez de usar papel-alumnio, esta verso de bolo de coco gelado vem num potinho. De Carole Crema, da La Vie en Douce

    Elis

    a C

    orre

    a /

    Edito

    ra G

    lobo

  • Fim...

  • NOSSOS agradecimentos AOS PROFISSIONAIS E ESTABELECIMENTOS QUE COLABORARAM PARA

    A REALIZAO DAS REPORTAGENS DESTE ESPECIAL:

    area objetos

    atelier casa tua

    atelier hideko honma

    baccos

    bar da dona ona

    benedixt

    bia ferreira da rosa

    blue gardenia

    casa canela

    casa mathilde

    consulado mineiro

    coisas da dris

    crazy for cakes

    d. filipa

    divino espao

    doce de laura

    doces do eurico

    emprio da cozinha

    escola de culinria e gastronomia nicolau rosa

    flok tecido adesivo

    frma de pudim

    ideia nica

    ishela

    jelly bread

    kare

    kirks

    la calle florida

    la casa sin tiempo

    las chicas

    la vie en douce

    le frou frou

    le petit food truck

    lucas corazza

    marie marie bakery

    minha av tinha

    mocot

    o pudim

    pepper

    pudim a gosto

    ritz

    roberto simes casa

    rosa dos ventos

    sala design.

    spazio donatelli

    stella ferraz

    stile d.o.c.

    tania bulhes home

    tok & stok

    the cookie shop

    trio

    utilplast

    valencien

    via vila

    villa pano

    wheat organics