desenvolvimento de sobremesa láctea simbiótica

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TALITA ANTONUCCI VIEIRA DESENVOLVIMENTO DE SOBREMESA LÁCTEA SIMBIÓTICA SÃO CAETANO DO SUL 2011

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Page 1: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

TALITA ANTONUCCI VIEIRA

DESENVOLVIMENTO DE SOBREMESA LÁCTEA SIMBIÓTICA

SÃO CAETANO DO SUL 2011

Page 2: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

TALITA ANTONUCCI VIEIRA

DESENVOLVIMENTO DE SOBREMESA LÁCTEA SIMBIÓTICA

Dissertação apresentada á Escola de Engenharia

Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de

Tecnologia para obtenção do título de Mestre em

Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos

Linha de Pesquisa: Aplicação de Novas Tecnologias no

Desenvolvimento e na Conservação de Produtos Alimentícios

Orientadora: Profª Drª Eliana Paula Ribeiro

SÃO CAETANO DO SUL 2011

Page 3: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

Vieira, Talita Antonucci

Desenvolvimento de sobremesa láctea simbiótica - Talita Antonucci Vieira - São Caetano do Sul , SP: CEUM-EEM, 2011.

Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Gradução. Linha de Pesquisa: Engenharia de Alimentos - Escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, SP, 2011.

Orientadora: Profa. Dra. Eliana Paula Ribeiro

1. Sobremesa láctea simbiótica 2. Amido resistente. I. Instituto Mauá de Tecnologia. Centro Universitário. Escola de Engenharia

Page 4: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

DEDICO

Ao meu marido Fabio e Ao meu filho Gabriel

OFEREÇO

A Profa. Dra. Eliana Paula Ribeiro pela força, dedicação, carinho e amizade.

Page 5: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

AGRADECIMENTOS A Deus, presença constante em minha vida, por fortalecer e guiar. Ao Fabio, por ser um grande companheiro, sempre ao meu lado compartilhando alegrias e tristezas e me incentivando nos meus propósitos. Meu porto seguro!!! Ao Gabriel, mesmo sem saber sempre me impulsionou a realizar este sonho. Á Sabrina, por sua amizade, carinho e alegria de te-lá como irmã. Aos meus pais, Cláudio e Inês, pelo amor, incentivo e por não medirem esforços para me ver feliz, minha eterna gratidão. Ao meu irmão Joilson, pela amizade e carinho. Aos meus primos Marcos e Letícia por serem alegria abundante em minha casa. A toda minha família, tios, tias, primos e primas que sempre torceram pelas minhas conquistas. À professora Dra. Eliana Paula Ribeiro, pela orientação, confiança, durante a realização deste trabalho e ensinamentos que muitos contribuíram para a minha formação. Sem você este trabalho não seria possível!!! À professora Dra. Cynthia que muito me ajudou nas análises microbiológicas, minha eterna gratidão. À professora Dra. Alcina, pelas valiosas sugestões para este trabalho. À professora Dra. Antônia por toda sua prontidão em me ajudar. À professora M.Sc. Cristiane, por toda a sua ajuda nas análises sensoriais. À Inês Santana, por toda a amizade, dedicação e compromisso com os experimentos. Á Natasha, Rúbia, Douglas, Maria Inês pela ajuda durante a realização do trabalho. A estagiária Marília, muito obrigada pelos dias inteiros dedicados as minhas análises laboratoriais. Ao Instituto Mauá de Tecnologia, pela oportunidade e realização do curso As empresas Vogler, Chr-Hansen, National Starch Food Innovation, pela doação dos ingredientes.

Page 6: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de uma sobremesa láctea

simbiótica utilizando amido resistente e gomas, avaliando-se a influência das

gomas e do amido nas características organolépticas e na textura do produto e

a sobrevivência das bactérias probióticas durante o armazenamento do produto

por 63 dias. Foram desenvolvidas cinco formulações de sobremesa com

diferentes concentrações de gomas (carragena e guar) e amido resistente;

0,15% goma carragena mais 0,15% goma guar e 1,5% amido resistente

(ensaio 1); 0,3% goma guar e 1,5% amido resistente (ensaio 2); 0,3% goma

carragena e 1,5% amido resistente (ensaio 3); 0,15% goma carragena mais

0,15% goma guar e 3% amido resistente (ensaio 4); 0% goma carragena 0%

goma guar e 0% amido resistente (ensaio 5, controle). Foram realizadas

medidas de viscosidade, sinerese, textura, atividade de água, pH, composição

centesimal, análise microbiológica e análise sensorial. A textura instrumental foi

avaliada por TAXT2 a temperatura de 10 ºC. Em relação à viscosidade da

sobremesa esta foi determinada á 10 ºC em um viscosímetro Brookfield após

batimento por 2 minutos. A sinerese foi determinada pelo método de drenagem,

as sobremesas foram acondicionadas em peneiras de 200 mesh por 1 hora.

Para enumeração das cepas probióticas de Lactobacillus acidophilus e

Bifidobacterium bifidum foi utilizado os respectivos meios de culturas: MRS (DE

MAN, ROGOSA, SHARPE) ÁGAR e o MRS modificado com adição de

soluções A (Dicloxacilina), B (cloreto de lítio) e C (L-cisteína). As formulações 1

(0,15% goma carragena, 0,15% goma guar e 1,5% amido resistente), 3 (0,3%

Page 7: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

goma carragena e 1,5% amido resistente) e 4 (0,15% goma carragena, 0,15%

goma guar e 3% amido resistente) foram caracterizadas sensorialmente por

meio da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ). Nos resultados observamos que

a textura da formulação em que as gomas apareceram em sinergia e com

amido resistente em maior proporção foi à amostra que apresentou o maior

valor de textura (0,630 N/mm) dentre todas. Em relação à viscosidade da

sobremesa observou-se que a sobremesa com concentrações de goma

carragena e guar em 0,15% cada foi à amostra que apresentou maior valor de

viscosidade aparente 3,13 Pa*s. A sinerese das sobremesas com as gomas

guar e carragena em sinergia (0,15% de cada) e com concentração de amido

resistente de 3,0% obteve o melhor desempenho na redução da sinerese

32,04%. A população de bifidobactérias mais alta foi a sobremesa do ensaio 4

que continha alta concentração de amido resistente(3%). Os resultados para a

aceitação das sobremesas mostraram que a adição de gomas e de amido não

tiveram influência negativa no sabor.

Page 8: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

ABSTRACT

The objective of this work was the development of a synbiotic dairy dessert

using resistant starch and gums, evaluating the influence of the gums and

resistant starch on the organoleptic characteristics of this product, on its texture

and the survival of the probiotic microorganisms along 63 days of storage. Five

different formulations were tested with this purpose, using different

concentrations of guar gum, carrageenan and resistant starch; the first

formulation consisted of 0.15% of guar gum, 0.15% of carrageenan and 1.5% of

resistant starch; the second one consisted of 0.3% of guar gum and 1.5% of

resistant starch; the third formulation was composed by 0.3% carrageenan and

1.5% of resistant starch; the fourth one consisted of 0.15% of carrageenan,

0.15% of guar gum and 3.0% of resistant starch; the fifth formulation was

composed of 0.00% of guar gum, 0.00% of carrageenan and 0.00% of resistant

starch (control sample). Viscosity, syneresis, texture, pH, composition,

microbiological counts and sensory analysis were measured. Texture was

evaluated by TAXT2 at 10oC. Viscosity was determined on Brooksfield

viscosimeter at 10oC, after two minutes shaking. Syneresis was evaluated by

draining method, when the samples were placed on a 200 mesh sieve for one

hour. For enumerationof the probiotic strains L. acidophilus e B. bifidum were

used, respectively, the MRS ( DE MAN, ROGOSA AND SHARPE ) Agar and

the MRS modified with the addition of the solutions A (Dicloxacillin), B ( Lithium

chloride) and C ( L-cysteine). Formulations 1 (0.15% carrageenan gum, guar

gum and 0.15% 1.5% resistant starch), 3 (0.3% and 1.5% carrageenan gum,

resistant starch) and 4 (0.15% gum carrageenan, 0.15% guar gum and 3%

resistant starch) were sensory characterized by Quantitative Descriptive

Page 9: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

Analysis (QDA). The results showed that the formulation presenting the best

results for texture was the sample containing both gums in sinergy with the

highest level of resistant starch, presenting the highest value for texture (0.630

N/mm). The best values for viscosity were shown by the sample containing both

gums at 0.15% each, presenting the highest value of appearant viscosity, 3.13

Pa*s. The formulation containing both gums at 0.15% each and 3.0% of

resistant starch presented the best value for syneresis, 32.04%. The highest

population of bifidobacteria was observed on the sample four, containig the

highest concentration of resitant starch. The results for the acceptance of

desserts shown that the addition of starches and starch had no negative

influence on taste.

Page 10: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1– Foto em microscópio do Lactobacillus acidophilus............................26

Figura 2– Foto em microscópio do Bifidobacterium...........................................28

Figura 3– Fluxograma do processo de fabricação da sobremesa láctea..........41

Figura 4– Imagem da sobremesa durante o processo de sinerese..................45

Figura 5-Ficha utilizada pelos provadores na avaliação sensorial....................48

Figura 6–Variação do pH das amostras durante a armazenagem....................53

Figura 7–Valores de textura das amostras durante a armazenagem...............57

Figura 8–Curvas de viscosidade de todas as sobremesas..............................59

Figura 9–Curvas do percentual de sinerese de todas as sobremesas.............61

Figura 10– Imagens dos microrganismos em placa de petri............................69

Figura 11–Notas que os provadores deram para o sabor para as amostras 1, 3

e 4 em escala hedônica de 1 A 9......................................................................72

Figura 12– Notas que os provadores deram para o sabor para as amostras 1, 3

e 4 em escala hedônica de 1 A 9......................................................................72

Page 11: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição das sobremesas lácteas.............................................47

Tabela 2 Valores de força/distância obtidos nas amostras nos testes

preliminares com diferentes gelificantes...........................................................49

Tabela 3 Concentração média em log UFC/g de população de L. acidophilus e

bifidobacterium na sobremesa láctea com 15 dias de armazenamento a

10ºC..................................................................................................................51

Tabela 4 Valores médios de pH da sobremesa láctea simbiótica durante o

armazenamento a 10ºC....................................................................................52

Tabela 5 Valores de textura da sobremesa láctea simbiótica durante o

armazenamento a 10ºC....................................................................................55

Tabela 6 Viscosidade aparente (Pa.s) Determinada na sobremesa láctea

simbiótica durante o armazenamento a 10ºC....................................................58

Tabela 7 Percentual de sinerese da sobremesa láctea durante o

armazenamento a 10ºC.....................................................................................62

Tabela 8 Resultados obtidos nas determinações de gordura, lactose, cinzas,

proteínas e sólidos totais, realizadas nas amostras de sobremesa láctea após

01 dias de fabricação........................................................................................64

Tabela 9 Concentração média em log UFC/g de população de L. acidophilus na

sobremesa láctea durante o armazenamento a 10ºC.......................................66

Tabela 10 Concentração média em log UFC/g de população de B. bifidum na

sobremesa láctea durante o armazenamento a 10ºC.......................................67

Tabela 11 Atividade de água da sobremesa láctea durante o armazenamento a

10ºC...................................................................................................................71

Page 12: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

Tabela 12 Representação dos valores médios de preferência obtidos durante a

análise sensorial ...............................................................................................73

Page 13: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES..............................................................................11

LISTA DE TABELAS.......................................................................................12

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................16

2.OBJETIVOS..................................................................................................18

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................19

3.1 DEFINIÇÃO DE PRODUTO, CONFORME A LEGISLAÇÃO VIGENTE....19

3.2 ALIMENTOS FUNCIONAIS........................................................................20

3.3 PROBIÓTICO.............................................................................................21

3.3.1 Lactobacillus acidophilus.....................................................................24

3.3.2 Bifidobacterium bifidum.......................................................................26

3.4 PREBIÓTICOS...........................................................................................29

3.4.1 Amido Resistente...................................................................................30

3.5 GOMAS.......................................................................................................34

3.5.1 Goma carragena.....................................................................................35

3.5.2 Goma guar...............................................................................................37

4. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................38

4.1 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO......................................................38

4.2 TESTES PRELIMINARES...........................................................................39

Page 14: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

4.2.1 Formulações dos testes Preliminares.....................................................39

4.2.2 Processo de produção dos testes Preliminares.....................................39

4.3 DESENVOLVIMENTO DA SOBREMESA......................................................40

4.4 ESTUDO DA VIDA DE PRATELEIRA............................................................40

4.5 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICA.........................................................................42

4.5.1 Determinação do pH..................................................................................42

4.5.2 Determinação do teor de umidade e extrato seco total.........................42

4.5.3 Determinação do teor de gordura............................................................42

4.5.4 Determinação do teor de cinzas...............................................................42

4.5.5 Determinação do teor de proteínas..........................................................43

4.5.6 Determinação do teor de Lactose............................................................43

4.5.7 Determinação da Textura..........................................................................43

4.5.8Avaliação da Sinerese................................................................................44

4.5.9 Determinação da Viscosidade..................................................................45

4.8 ANÁLISES MICROBIOLÓGICA......................................................................45

4.8.1 MRS Ágar....................................................................................................46

4.8.2 MRS Ágar com adição de soluções A, B e C...........................................46

4.9 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA................................................46

4.10 ANÁLISE SENSORIAL.................................................................................47

4.11 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL............................................................47

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................49

Page 15: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

5.1 TESTES PRELIMINARES...............................................................................49

5.2 AVALIAÇÕES DA INFLUÊNCIA DA GOMA GUAR, CARRAGENA E DO

AMIDO RESISTENTE ..........................................................................................51

5.2.1 Variação do pH durante o armazenamento..............................................51

5.2.2 Variação da força/distância durante o armazenamento.........................54

5.2.3 Variação da viscosidade aparente (Pa.s) durante o armazenamento...57

5.2.4 Sinerese......................................................................................................60

5.2.5 Composição Química................................................................................63

5.3 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA........................................................................65

5.3.1 Lactobacillus acidophilus.........................................................................66

5.3.2 Bifidobacterium bifidum............................................................................67

5.4 ATIVIDADE DE ÁGUA....................................................................................69

5.5 ANALISE SENSORIAL...................................................................................71

6.CONCLUSÃO....................................................................................................74

BIBLIOGRÁFIA........................................................................................75

Page 16: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

16

1 INTRODUÇÃO

O estado nutricional de populações de países desenvolvidos e em

desenvolvimento vem sendo afetado por tendências desfavoráveis como o

consumo excessivo de gorduras (principalmente saturadas), elevada ingestão

de açúcares e diminuição considerável do consumo de fibras alimentares,

vitaminas e sais minerais. Essas tendências alimentares têm elevado a

incidência de doenças crônico-degenerativas, como por exemplo, doenças

cardiovasculares, câncer, hipertensão arterial, diabetes e obesidade. Dados da

Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que essas doenças são

responsáveis por aproximadamente 70 a 80% da mortalidade em países

desenvolvidos e cerca de 40% em países em desenvolvimento (DE ANGELIS,

2002).

A preocupação dos consumidores em relação à alimentação vem mudando

muito nas últimas décadas. O alimento, anteriormente considerado apenas

fonte de nutrientes essenciais à manutenção da vida, tornou-se objeto de

estudos que o relacionam à prevenção de doenças e melhoria das funções de

órgãos e tecidos. O conceito de alimentos funcionais e as descobertas de que

alguns de seus componentes ativos são capazes de reduzir o risco de doenças

ampliaram a dimensão da nutrição no século XXI (SALGADO, 2001). Dentre os

alimentos funcionais destacam-se os probióticos, prebióticos e simbióticos. Os

probióticos são microrganismos vivos que quando ingeridos de forma frequente

e em determinadas quantidades estabelecem o equilíbrio da microbiota

intestinal (SANDERS, 2003). Os prebióticos são substâncias que não são

digeridas pelo organismo humano que estimulam seletivamente a atividade de

bactérias benéficas no cólon (FAO/WHO, 2001). Já os simbióticos são

Page 17: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

17

alimentos que agregam componentes probióticos e prebióticos (GIBSON &

ROBERFROID, 1995; SHAH, 2007).

As sobremesas lácteas prontas para comer apresentaram importante

crescimento nas últimas décadas. Os ingredientes inovadores e os sistemas

tecnológicos aplicados nas fábricas de laticínios têm proporcionado novas

alternativas às sobremesas lácteas clássicas, permitindo a produção de

sobremesas com novos sabores, com maior digestibilidade e maior valor

nutritivo (NIKAEDO, 2004). O mercado de iogurtes, bebidas lácteas, petit

suisse, sobremesa refrigerada vem mantendo um ritmo de crescimento

constante. Em 2001, segundo dados do Instituto ACNilsen, o mercado total de

lácteos frescos, no varejo, cresceu 14,6% em relação a 2000, girando cerca de

R$ 2,3 bilhões, com 600 mil toneladas de produção. Segundo o diretor geral da

Danone no Brasil, Giogi Okuhara, o balanço consolidado de 2001, a subsidiária

brasileira da Danone faturou R$ 1 bilhão, 50% a mais do que no ano de 2000

(DATAMARK, 2002).

Diante deste cenário mercadológico e tecnológico, esse trabalho tem como

objetivo avaliar a influência de prebiótico e das gomas na sobrevivência das

bactérias probióticas durante o armazenamento por 63 dias.

Page 18: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

18

2. OBJETIVOS

● Desenvolver uma formulação e um processo para produção de uma

sobremesa simbiótica.

● Avaliar a influência das gomas, do amido resistente e dos probióticos

nas características organolépticas e na textura.

● Avaliar a sobrevivência das bactérias probióticas durante o

armazenamento por 63 dias.

Page 19: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

19

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A seguir são apresentados os tópicos referentes às características da

sobremesa e as características de um alimento probiótico.

3.1 DEFINIÇÕES DE PRODUTO, CONFORME LEGISLAÇÃO VIGENTE .

O produto desenvolvido neste projeto foi uma sobremesa láctea fermentada

pronta para o consumo.

Alimentos semi-prontos ou prontos para o consumo, são os alimentos

preparados ou pré-cozidos ou cozidos, que para o seu consumo não

necessitam da adição de outro(s) ingrediente(s). Podem requerer aquecimento

ou cozimento complementar (BRASIL, 2005).

Sobremesa Láctea: A sobremesa que foi desenvolvida é definida como um

produto pronto para o consumo, segundo o "REGULAMENTO TÉCNICO PARA

MISTURAS PARA O PREPARO DE ALIMENTOS E ALIMENTOS PRONTOS

PARA O CONSUMO", de acordo com a RESOLUÇÃO N° 273, de 22 de

Setembro de 2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL,

2005).

Probiótico: de acordo com a Resolução (ANVISA) RDC n.º 2 de 7/01/2002-

“Probióticos são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos

benéficos à saúde do indivíduo”.

Regulamento Técnico de substâncias bioativas e probióticos isolados com

alegação de propriedades funcional e ou de saúde, e a IX - Lista de alegações

de propriedade funcional aprovadas em julho/2008:

“A quantidade mínima viável de microrganismo probiótico deve estar na faixa de 108 a 10

9 UFC na porção diária, o que

equivale ao consumo de 100g de produto contendo entre 106 a 10

7 UFC de microrganismos probióticos. Valores

menores podem ser aceitos desde que comprovada a sua eficácia. Deve ser apresentado laudo de análise do produto

que comprove a quantidade mínima viável do microrganismo até o final do prazo de validade. A quantidade do

Page 20: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

20

probiótico em unidades formadoras de colônias (UFC), contida na porção diária do produto pronto para consumo, deve

ser declarada no rótulo, próximo à alegação”.

3.2 ALIMENTOS FUNCIONAIS

Segundo o “Institute of Medicine of the U.S. National Academy of Sciences”

qualquer alimento ou ingrediente alimentar que possa exercer efeito benéfico

no organismo pode ser considerado alimento funcional (MORAES & COLLA,

2006; OLIVEIRA et al., 2002; SIMHON et al., 1982).

Alimento funcional é definido como alimento semelhante em aparência ao

alimento convencional que consumido como parte da dieta usual, pode

proporcionar benefícios para a saúde, produzindo efeitos metabólicos e

fisiológicos úteis na manutenção de uma boa saúde física e mental, e

auxiliando na redução do risco de doenças crônico-degenerativas, além das

suas funções nutricionais básicas (SANDERS, 2003; LAJOLO, 2001;

MARRIOTT, 2000).

Entre os alimentos funcionais os probióticos, prebióticos e simbióticos fazem

parte da categoria de alimentos funcionais que assumem outras funções na

alimentação além da função básica de “nutrir” (0NG et al., 2006; FERREIRA &

TESHIMA, 2000).

O termo simbiótico refere-se a um produto no qual um probiótico e um

prebiótico estão combinados. A interação entre o probiótico e o prebiótico in

vivo pode ser favorecida por uma adaptação do probiótico ao substrato

prebiótico anterior ao consumo do produto (HOLZAPFEL & SCHILLINGER,

2002). A combinação de um pré e um probiótico nos produtos alimentícios além

de conferir este benefício pode potencializar os efeitos benéficos dos

Page 21: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

21

probióticos no organismo humano, como, por exemplo, reduzir a incidência de

câncer de cólon, como comprovado em ratos por Gallaher e Khil (1999).

3.3 PROBIÓTICOS

Em todo o mundo uma série de benefícios para a saúde têm sido atribuídas a

bactérias probióticas e inúmeros probióticos contendo um ou mais grupos de

organismos probióticos estão disponíveis. Alimento probiótico pode ser definido

como "alimentos que contêm microrganismos vivos que melhoram a saúde dos

consumidores, equilibrando a microbiota no intestino” (FULLER, 1989).

FAO/WHO (2001) & SANDERS (2003) definiram probióticos como

microrganismos vivos, que, ingeridos em determinadas quantidades, exercem

efeitos benéficos à saúde do hospedeiro, como melhora da atividade

antimicrobiana e infecções gastrointestinais, eficácia contra a diarréia, melhora

no metabolismo da lactose, propriedades antimutagênica e anticarcinogênicas,

redução do colesterol sérico, estimulação do sistema imunológico, melhora no

metabolismo da lactose, além dos relacionados aos efeitos nutricionais em

geral.

Os alimentos probióticos são aqueles que contêm bactérias probióticas e,

consequentemente produtos lácteos fermentados são considerados veículos

através dos quais os consumidores podem receber um número suficiente de

bactérias probióticas, devido às suas características intrínsecas que garantem

altas taxas de sobrevivência destes microrganismos (VINDEROLA &

REINHEIMER, 2000). Dentre os diferentes tipos de leites fermentados que

podem ser obtidos, os produtos elaborados com bactérias probióticas tem

Page 22: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

22

despertado grande interesse. Em leites fermentados probióticos geralmente

são empregados organismos dos gêneros isolados do intestino humano, como

Bifidobacterium sp. e Lactobacillus sp. (FARIA et al., 2006).

As bifidobactérias e os L. acidophilus são habitantes normais do intestino

humano e numerosos benefícios para a saúde foram citados em publicações

científicas (VINDEROLA & REINHEIMER, 2000; SHAH et al., 1995). As

bifidobactérias sintetizam vitaminas do complexo B, elevando seu teor no

produto fermentado, e reduzindo o teor de lactose em aproximadamente 20 a

25% devido à sua utilização pelos microrganismos. Além disso, bactérias do

gênero Bifidobactérias e Lactobacillus casei produzem ácido lático L(+),

isômero mais fácil de ser digerido por crianças de até um ano de idade,

enquanto outros microrganismos produzem a forma D(-) ou DL (+/-) (FARIA et

al., 2006).

A eficácia das bactérias probióticas acrescentadas depende do nível da

população ingerida. Para exercer efeitos positivos para a saúde, estes

microrganismos devem estar presentes em número elevado no trato

gastrintestinal (OLIVEIRA et al., 2011; KAILASAPATHY & SULTANA, 1992).

A sobrevivência da cultura probiótica durante a vida de prateleira do produto é

fundamental em todos os tipos de alimentos probióticos. Para que os

benefícios à saúde produzidos por bactérias probióticas sejam obtidos é

necessário a ingestão de uma dose diária de 108 a 1010 UFC, o que representa

o consumo de 100g do alimento, contendo no mínimo 106 UFC/g (AKIN et al.,

2007; REID et al., 2003; THARMARAJ & SHAH, 2003; MARUYAMA et al.,

2006).

Page 23: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

23

As bactérias probióticas devem sobreviver à passagem pelo trato

gastrintestinal, apresentando-se ativas em seus sítios específicos de atuação.

Entretanto, esta capacidade de sobrevivência varia muito de espécie para

espécie e de cepa para cepa (SAAD; DE SOUZA, 2006).

As bactérias lácticas probióticas podem ser veiculadas em outros tipos de

produtos lácteos fermentados, como a sobremesa fermentada. A introdução

desses microrganismos em culturas starter ou como aditivos constitui uma

alternativa tecnológica que atende às exigências do consumidor atual, cuja

tendência é buscar produtos inovadores, diferenciados e benéficos à saúde

(HANSEN, 2002; VINDEROLA et al., 2000).

Uma cultura starter pode ser conceituada como uma preparação microbiana de

elevado número de células, adicionada às matérias-primas para produzir

alimentos fermentados. O grupo das bactérias do ácido láctico ocupa um papel

central nesse processo e possui um longo histórico de utilização segura na

produção de alimentos e de bebidas fermentadas, uma vez que são

consideradas GRAS (Generally Recognised as Safe) (DO CARMO, 2006). Os

microrganismos presentes em culturas starter promovem a acidificação rápida

e uniforme do material por meio da produção de ácidos orgânicos,

principalmente do ácido láctico. Além disso, pode haver a produção de outros

compostos, como o ácido acético, etanol, componentes aromáticos,

bacteriocinas e inúmeras enzimas. Dessa forma, elas aumentam a vida de

prateleira dos produtos e garantem a segurança microbiológica, além de

melhorar a textura e contribuir para as características sensoriais desejáveis no

produto final (HANSEN, 2002).

Page 24: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

24

3.3.1 Lactobacillus acidophilus

O gênero Lactobacillus foi isolado e classificado no ano de 1901 por Otto

Kandler e Norbert, e atualmente já se conhecem mais de 100 espécies e

subespécies. Constituem-se em bastonetes, gram positivos, não esporulados,

aeróbios ou anaeróbios facultativos, que se dispõe em forma de cadeias de

diferentes tamanhos, como é mostrado na figura 1 (SAARELA et al., 2000;

GIRAFFA et al., 2010). A multiplicação destes pode ocorrer até 45 ºC, sendo a

multiplicação ótima entre 35-40 ºC. Sua tolerância a acidez varia de 0,3% a

1,9% de ácido láctico, com pH ótimo entre 5,5-6,0 e a sua multiplicação é

reduzida em pH abaixo de 4,0 (SHAH et al., 1995; FERNÁNDEZ-GARCÍA et

al., 1998; SHAH, 2007). Os L. acidophilus são habitantes normais do intestino

de muitos animais, incluindo os seres humanos (AHRNÉ et al., 2005; SHAH et

al., 1995), e estão distribuídos em nichos ecológicos no trato gastrintestinal e

genital, constituindo parte importante da microbiota dos humanos e de animais

superiores. A distribuição é afetada por fatores ambientais, como: pH,

disponibilidade de O2, nível de substâncias específicas, presença de secreções

e interações bacterianas.

Muitos estudos têm evidenciado o papel benéfico de Lactobacillus acidophilus

no hospedeiro: Células de L. acidophilus vivas foram efetivas na inibição de

adesão de patógenos in vitro (COCONNIER et al. 1993), e algumas linhagens

de L. acidophilus foram capazes de sintetizar vitaminas como ácido ascórbico,

niacina e vitamina B12 (SHAH, 2007). Além disso, este microrganismo tem

atividade lipolítica, que influência o valor nutricional do iogurte suplementado. A

atividade proteolítica do L. acidophilus é comparável à do L. bulgaricus. Sendo

o L. acidophilus produtor de diacetil, acetoína e ácidos voláteis (acético,

Page 25: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

25

fórmico, capróico, caprílico, butírico, entre outros) (GOMES; MALCATTA,1999;

GOMES; MALCATTA, 1999b). Gilliland et al., (1985) demonstraram ainda que

certas cepas de L. acidophilus têm a capacidade de reduzir a absorção de

colesterol sérico por parte do hospedeiro, uma vez que tais cepas possuem

capacidade de absorverem este composto. Esta observação foi possível devido

à presença dessas moléculas no interior das células durante a multiplicação

microbiana, o que foi diretamente associado à redução na sua concentração no

meio de cultura. Esta absorção ocorreu somente quando o L. acidophilus

estava se multiplicando em ambiente anaeróbio e presença de bile. Os L.

acidophilus multiplicam mesmo na presença de 0,5% fenol e de 4% de sais

biliares e, sendo o fenol um produto dos processos putrefativos do intestino

grosso (assim como o indol, o escatol, etc.), a resistência a este produto pode

ser vista como um indicador da capacidade de sobrevivência no intestino de

algumas bactérias (RASIC & KURMANN, 1978 apud ZACARCHENCO, 2003).

Sua sobrevivência é afetada pelo baixo pH do ambiente. Apesar do L.

acidophilus sobreviver melhor do que os organismos de cultura do iogurte

(Lactobacillus delbrueckii spp. bulgaricus e Streptococcus salivarius spp.

thermophilus), uma rápida diminuição do seu número tem sido observada em

condições ácidas, tanto in vitro como in vivo (SHAH et al., 1995; SHAH,

2007).

Page 26: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

26

FIGURA 1 – – Foto em microscópio dos Lactobacillus acidophilus ampliada em

1000 vezes.

3.3.2 Bifidobacterium bifidum

O gênero Bifidobacterium foi isolado pela primeira vez por Tissier no Instituto

Pasteur na França (SHAH et al. 1995) e hoje já são conhecidas 24 espécies, as

quais se diferenciam pela capacidade de fermentarem diferentes tipos de

açúcares; a maioria fermenta a lactose e também hidrolisa o amido (HOLT et

al. 1994; SHAH, 2007).

As bifidobactérias são bastonetes (figura 2), gram-positivos, anaeróbios, no

entanto, algumas são tolerantes ao oxigênio, possuem formato de Y e

requerem nutrientes especiais, o que dificulta seu isolamento e a sua

multiplicação em laboratório (MENEZES, 2007). São consideradas

potencialmente probióticas; entretanto a dificuldade em seu cultivo in vítro as

transforma em um grande desafio tecnológico.

Page 27: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

27

Segundo TAMINE et al. (1995) estes microrganismos multiplicam em meios

que contêm triptose, fitona (peptona de soja), extrato de levedura, onde

agrupam-se em colônias com forma de disco oval com bordas bem definidas. O

pH ótimo para a multiplicação destas bactérias está entre 6 e 7, com

praticamente nenhuma multiplicação em pH < 5,1 ou pH > 8 (SHAH, 2007).

Sua temperatura de multiplicação situa-se entre 20 °C e 46 °C, sendo

destruídas a 60 ºC (ROBERTS et al.,1995).

Em humanos, espécies de bifidobactérias são consideradas benéficas por

produzirem os ácidos lático, acético e pequena quantidade do ácido fórmico

sem geração de CO2, reduzindo assim o pH do cólon e inibindo a proliferação

de patógenos (ALTIERI, 2008; DA SILVA, 2007; FLORENCE, 2009). Algumas

espécies de bifidobactérias são capazes de fermentar carboidratos complexos

como amilose, amilopectina, arabinogalactana e gomas (SHAH, 2007;

SAMONA; ROBINSON, 1994; ZACARCHENCO, 2003). Esse microrganismo é

de grande importância no ecossistema complexo e ativo do trato intestinal de

humanos e outros animais de sangue quente, sendo habitantes naturais de

seus intestinos. Sua população é influenciada diretamente por diversos fatores,

entre os quais estresse, uso de antibióticos, dieta e idade. A microbiota

intestinal de recém nascidos é dominada por bifidobactérias, cuja proliferação é

estimulada por componentes glicoprotéicos, provenientes da k-caseína do leite

humano. Ocorre redução da população de forma proporcional ao aumento da

idade, sendo que o final da idade adulta e inicio da terceira idade é

caracterizado por significativa redução no número de bifidobactérias, enquanto

que as bactérias como clostrídios e coliformes tendem a ter suas populações

aumentadas, em geral, devido a diminuição da secreção de suco gástrico neste

Page 28: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

28

grupo etário. Este perfil da idade pode ser influenciado pela ingestão diária de

fatores bifidogênicos e pela fisiologia do hospedeiro (FONDÉN, 2000;

ZACARCHENCO, 2003). VELAZQUEZ e FEITARC (1997) observaram que as

bactérias pertencentes ao gênero Bifidobacterium são capazes de promover

modificações gastrintestinais, aumentando o valor nutricional quando

adicionadas à dieta como probiótico, e atuando no sistema de imunização. As

bifidobactérias são os maiores componentes da microbiota intestinal de

indivíduos saudáveis, e são consideradas benéficas para todos os grupos de

idade porque inibem o crescimento de muitas bactérias nocivas conforme

observado por OIKI et al. (1996) & AKALIN et al. (2004).

FIGURA 2 – Foto em microscópio do Bifidobacterium bifidum ampliada em

1000 vezes.

Page 29: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

29

3.4 PREBIÓTICOS

Prebióticos foram primeiramente definidos como “ingredientes alimentícios não

digeríveis que afetam beneficamente o trato digestivo através da estimulação

seletiva do crescimento e/ou atividade de um limitado número de bactérias no

cólon, melhorando a saúde do trato digestivo (BOURNS et al., 2002; GIBSON,

2004; ARAGON-ALEGRO, 2007).

Os prebióticos inibem o crescimento de microrganismos patogênicos

principalmente pela via da estimulação seletiva de determinadas espécies de

bactérias probióticas, que modulam as funções imunológicas e competem com

elas por receptores (SHAH, MENEZES, 2007). Desta forma, os prebióticos

podem reduzir os microrganismos patogênicos no intestino, garantindo

benefícios adicionais à saúde do hospedeiro. Esses componentes atuam mais

freqüentemente no colón, embora eles possam ter também algum impacto

sobre os microrganismos do intestino delgado (GIBSON, ROBERFROID, 1995;

HOMAYOUNI, 2008).

Os prebióticos identificados atualmente são carboidratos como por exemplo a

lactulose, a inulina, a polidextrose e diversos outros oligossacarídeos que

fornecem carboidratos que as bactérias probióticas são capazes de fermentar

(SAAD, 2006).

Os prebióticos podem exercer um efeito protetor no sentido de aumentar a

sobrevivência do microrganismo selecionado, sua atividade durante o período

de estocagem do produto contendo probióticos, bem como na passagem

através das partes superiores do trato gastrintestinal (HUEBNER, 2008).

Os prebióticos devem suportar as condições de processamento dos alimentos,

o que irá permitir que estes carboidratos atinjam intactos o cólon, resultando

Page 30: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

30

em enriquecimento seletivo de espécies bacterianas, fornecendo a estas

bactérias uma vantagem competitiva (WANG & GIBSON,1993; SHAH, 2007).

Ou seja, para que os prebióticos possam ser utilizados em um alimento

funcional, eles devem ser quimicamente estáveis nas condições de

processamento dos alimentos, tais como o calor, baixo pH, e reação de

Maillard (HUEBNER et al.,2008).

Conforme descrito por FOOKS et al. (1999) & SHAH (2007), o critério para a

caracterização dos prebióticos como ingrediente alimentar inclui:

→Não deve ser hidrolisado, ou absorvido na parte superior do trato

gastrintestinal.

→Deve promover a fermentação seletiva por bactérias potencialmente

benéficas no cólon, garantindo a estimulação da atividade metabólica de

bactérias promotoras da saúde e não a de outras sem estas funções.

→Deve alterar a composição da microbiota do colón a favor de uma

composição mais saudável.

→ Deve induzir efeitos benéficos para a saúde do hospedeiro.

3.4.1 AMIDO RESISTENTE

A maior parte dos grânulos de amido é formada por uma mistura de polímeros:

um polissacarídeo extremamente linear denominado amilose e outro muito

ramificado chamado amilopectina (FENNEMA, 2000; RIBEIRO & SERAVALLI,

2007).

A amilose é formada por unidades de α-D-glicopiranoses unidas por ligações

glicosídicas α−1,4. Sua estrutura é helicoidal, α-hélice. No interior da hélice

Page 31: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

31

encontram-se somente átomos de hidrogênio e é por tanto lipofílico, enquanto

que os grupos hidroxilas estão situados no exterior da hélice. Já a amilopectina

é uma molécula muito grande e altamente ramificada constituída por cadeias

lineares de 20 a 25 unidades de α-D-glicoses unidas em α-1,4 e estas cadeias

estão unidas entre si através de ligações glicosídicas α-1,6 e apresenta uma

estrutura esférica (FENNEMA, 2000; RIBEIRO & SERAVALLI, 2007).

O amido resistente é aquele que resiste à hidrólise enzimática, e pode ser

definido como aquele que não é absorvido e/ou digerido no intestino delgado

de indivíduos saudáveis, podendo ser fermentado no intestino grosso

(RODRÍGUEZ-CABEZA, 2010; JACOBS; DELCOUR, 1998). O European Flair

Concertet Action on Resistant Starch (EURESTA) definiu o amido resistente

(AR) como a soma do amido e produtos da degradação do amido que não são

digeridos pelas enzimas humanas de indivíduos saudáveis (RODRÍGUEZ-

CABEZA, 2010; ANNISON; TOPPING, 1994). O consumo destes ingredientes

não digeríveis tem sido feito para alterar as populações de bactérias intestinais,

em particular promovendo a proliferação de bifidobactérias (CRITTENDEN et

al., 2001).

O Amido Resistente é classificado em quatro tipos. O amido fisicamente

inacessível (tipo I) derivado de sementes ou leguminosas, frações não

gelatinizadas de amido pouco suscetíveis a ataques enzimáticos (BOURNS et

al., 2002; GOLDRING, 2004). O amido resistente do tipo II inclui os grânulos de

determinadas fontes vegetais (por exemplo, as bananas verdes e os milhos

com alto teor amilose). O tipo III de amido resistente compreende o amido

retrogradado. O amido resistente do tipo IV inclui o amido que é quimicamente

modificado com o objetivo de adquirir resistência a digestão enzimática, como

Page 32: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

32

amidos com ligações cruzadas, éteres e ésteres de amidos, impedindo o

ataque enzimático através da formação de ligações atípicas entre as cadeias,

como α (1-4) e α (1-6). Estes amidos são utilizados pelos fabricantes para

melhorar as características funcionais do alimento (CUI, 2005; SALVADOR, et

al. 2009; FUENTES-ZARAGOZA, 2010).

Atualmente, eles são definidos com base em suas características físicas e

químicas (NUGENT, 2005; FUENTES-ZARAGOZA, 2010). O amido resistente

é a fração do amido que não é hidrolisada a D-glicose no intestino delgado até

120 minutos depois de consumida, mas que é fermentada no colón. Diversos

estudos vêm demonstrando que o amido resistente é uma molécula linear de α-

1,4-D-glucano, essencialmente derivado da fração retrogradada de amilose,

possuindo peso molecular relativamente baixo (FUENTES-ZARAGOZA, 2010;

THARANATHAN, 2003).

A principal fonte comercial de amido resistente é o amido com alto teor

amilose. Este tipo de amido apresenta resistência às enzimas digestivas e esta

resistência está provavelmente relacionada com a ordem de cristalização ou

empacotamento das cadeias glicosídicas de amilose e de amilopectina (CUI,

2005).

O amido resistente vem também sendo utilizado como prebiótico, uma vez que

possui a capacidade de passar intacto pelo intestino delgado, atingindo o

intestino grosso e, assim, servir como substrato para a multiplicação de

microrganismos probióticos (FUENTES-ZARAGOZA, 2010). O amido resistente

possui efeitos fisiológicos, onde o amido não digerido ao chegar ao cólon é

utilizado como substrato por diversas bactérias intestinais, principalmente as

Page 33: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

33

anaeróbias estritas (bifidobactérias), razão pela qual é considerado agente

prebiótico (TOPPING & CLIFTON, 2001).

Segundo CUI (2005) os amidos resistentes têm impactos equivalentes e/ou

superiores na saúde humana comparados aos ingredientes de alimentos

convencionais enriquecidos com fibras. Estes impactos incluem o seguinte:

→Redução do valor calórico na dieta para deposição de gordura corporal,

importante para a prevenção da obesidade.

→Decréscimo do índice glicêmico, importante para as diabetes.

→Redução dos níveis de colesterol do sangue para a prevenção e controle das

doenças cardiovasculares.

→Diminuição do risco de câncer do cólon através do aumento da produção de

ácidos graxos de cadeia curta. Existem indícios de que o amido resistente,

assim como a goma guar, tem influência na redução dos tumores, do LDL e

dos triglicérides. Assim, uma vez que se comporta como fibra solúvel, ele deve

ser analisado dentro do teor de fibras totais. Como fibra solúvel, o amido

resistente é um bom substrato para microbiota do colón, formando metabolitos

entre os quais ácidos graxos de cadeia curta, principalmente acético,

propiônico e butírico (FUENTES-ZARAGOZA, 2010).

Amido resistente tem baixo teor calórico e pode ser utilizado como agente de

volume na redução do teor de açúcar ou na redução da gordura utilizada nas

formulações dos alimentos (CUI, 2005). Vantagens do uso de misturas do

amido resistente e carragena, em comparação com a utilização de amido por si

só incluem a redução do teor de amido e, portanto, do valor calórico da

sobremesa e uma baixa viscosidade durante o processamento (VERBEKEN et

al., 2006).

Page 34: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

34

Tanto os amidos como os amidos modificados têm um grande número de

propriedades funcionais nos alimentos que incluem: aumento do teor de

sólidos, adesividade, gelificação, umectância, texturização e aumento de

viscosidade (FENNEMA, 2000; RIBEIRO & SERAVALLI, 2007). O amido

resistente parece ter uma combinação original de propriedades funcionais e

fisiológicas quando comparadas aos tipos tradicionais de fibras. Pode ser

usado como um ingrediente de alimento funcional em pães, bolos, biscoitos,

bebidas, iogurtes e sorvetes (CUI, 2005).

Os prebióticos podem ser diferenciados em função da taxa de fermentação no

cólon, a qual depende do comprimento da cadeia de carboidratos, como foi

relatado por Le Blay et al., em um sistema in vitro de fermentação. Neste

sistema verificou-se que os carboidratos prebióticos de cadeia curta são

rapidamente fermentados enquanto que aqueles de cadeia longa como o

amido resistente, são constantemente fermentado. Estas observações foram

confirmadas in vivo uma vez que diferentes prebióticos atingiram o intestino

grosso. A cinética de cada um deles determina a região do intestino onde os

efeitos serão maiores sendo que o amido resistente atingiu o cólon distal

(RODRÍGUEZ-CABEZAS et al., 2010).

3.5 GOMAS

As gomas, também chamadas de hidrocolóides, são aditivos alimentares que

apresentam as propriedades funcionais de espessar, estabilizar, encorpar,

conferir viscosidade, elasticidade e dar a textura desejada aos alimentos

(MARUYAMA et al., 2006). Alguns carboidratos podem ser utilizados como

substituintes de gorduras, uma vez que a gordura é fundamental para os

Page 35: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

35

efeitos sensoriais e fisiológicos dos alimentos, contribuindo para o sabor,

percepção no aparelho bucal, aparência e aroma (PENNA, 1999).

Adicionalmente podem contribuir como substituintes de açúcar e como fontes

de fibras em dietas, sendo freqüentemente empregadas em produtos

alimentícios light (THEBAUDIN et al., 1997).

As gomas são freqüentemente empregadas para conferir consistência macia e

ao mesmo tempo, efeito encorpado em produtos derivados de leite, como

sobremesas lácteas, iogurtes e queijos (MARUYAMA et al., 2006; CERNIKOVA

et al., 2008).

Alguns exemplos de gomas que são freqüentemente empregadas na produção

de produtos lácteos são: carragena, xantana, polidextrose, guar, jataí e

derivados de celulose (THEBAUDIN et al., 1997).

3.5.1 Goma carragena

A goma carragena é um polímero de galactose solúvel em água com aplicação

na indústria farmacêutica e alimentícia, possui amplo histórico de emprego em

laticínios, uma vez que interage de forma muito favorável com as proteínas do

leite (VERBEKEN et al., 2004; SPAGNUOLO et al., 2005; MARUYAMA et al.,

2006).

A carragena é um polissacarídeo aniônico de origem marinha (Rhodophyta)

que forma géis termorreversíveis (SCHORSCH et al., 2000) e que pode

apresentar várias configurações. Os diferentes tipos de carragenas variam no

número e na posição dos grupos sulfatos no polímero constituído de unidades

de galactose. As carragenas são bem caracterizadas em termos de sua

estrutura química e podem ser classificadas em µ, k, ν, ι, ג, θ e ξ-

Page 36: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

36

carragenas. Dentre os vários tipos existentes, somente três são

comercialmente importantes: k, ι e λ,carragenas. A κ(capa)-carragena é

composta de unidades de D-galactose-4-sulfato, unidas em α-(1→3) e 3,6-

anidro-D-galactose ligadas em β(1→4), que se alternam na cadeia principal

(SCHORSCH et al., 2000; VERBEKEN et al., 2004; MEDINA-TORRES et al.,

2006; CERNÍKOVÁ et al., 2008). A k-Carragena tem sido amplamente utilizada

em produtos lácteos para evitar a separação do soro porque apresenta a

habilidade de interagir com as micelas da caseína (CUI, 2005; VEGA, 2005;

BAYARRI et al. 2010). A ι(iota)-carragena difere somente pela presença de um

grupo sulfato adicional no C2 da unidade de galactose ligada em β(1→4). A

carragena contém o maior número de grupos sulfatos. Essa-(lambda)ג

carragena não gelifica, pois sua estrutura não possibilita a formação de hélices

ordenadas (SCHORSCH et al., 2000; SPAGNUOLO et al., 2005, BAYARRI et

al., 2010).

As carragenas do tipo κ e ι são gelificantes, mas a do tipo ג não é gelificante,

mesmo em temperaturas abaixo do ponto de gelificação das outras carragenas.

Sob resfriamento os tipos gelificantes aumentam rapidamente a viscosidade

aparente quando o ponto de gelificação é alcançado, promovido pela presença

de íons, principalmente K+ ou Ca+². As carragenas também podem interagir

com outras macromoléculas carregadas e tais interações são especialmente

observadas quando são adicionadas ao leite (TAKEUCHI, 2003; BAYARRI et

al., 2010).

Após o aquecimento e o resfriamento subseqüente, a ι- e κ− carragenas

formam géis termorreversíveis na presença dos cátions. Em sobremesas

lácteas, no entanto, a gelificação da carragena é promovida pela interação

Page 37: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

37

entre as carragenas e as proteínas do leite e isso irá influenciar nas

propriedades reológicas dos géis de carragena (TRCKOVA et al., 2004;

VERBEKEN et al., 2006).

Uma ampla gama de sobremesas lácteas prontas para o consumo está

disponível no mercado, oferecendo uma ampla variedade de texturas, sabores

e aparências, devido à utilização de diferentes espessantes e gelificantes, de

equipamentos e condições de processos. Os hidrocolóides mais utilizados

nestas sobremesas lácteas são carragena e amido. Quando a goma é utilizada

com o amido a carragena fornece a textura desejada complementando a

sensação do corpo e a percepção bucal fornecida pelo amido (VERBEKEN et

al., 2006).

3.5.2 Goma guar

A goma guar é extraída do endosperma das sementes de Cyamopsis

tetragonolobus, cultivada na Índia e no Paquistão. A estrutura molecular da

goma guar consiste de um polímero de cadeia linear formado por ligações

glicosídicas α-1,4 entre as unidades de manose e galactose. Sua estrutura

apresenta ramificações por meio de ligações α-1,6, compondo uma estrutura

que evita a associações de cadeias, facilitando a penetração de água entre as

unidades dos monômeros (WEBER, 2005; NIKAEDO, 2004; OLIVEIRA et al.,

2010).

Esta goma também é muito utilizada em aplicações onde é necessário

espessamento, estabilização, controle de viscosidade, suspensão de sólidos e

formação de corpo, modificação de textura, consistência e retenção de água.

Em produtos lácteos, como queijos processados, fornece uma textura macia e

Page 38: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

38

reduz a sinerese (MARUYAMA et al., 2006; WEBER, 2005). É um

polissacarídeo bastante utilizado devido a suas propriedades espessantes,

obtendo uma maior viscosidade em soluções aquosas. Essa alta viscosidade é

resultado do alto volume hidrodinâmico que ela apresenta em solução e da

natureza de suas interações intermoleculares específicas (RISICA et al., 2010).

Após o amido, a goma guar é o hidrocolóide mais utilizado na indústria de

alimentos, principalmente devido ao seu menor custo, a sua abundância e

facilidade no processamento. Por esse motivo, a guar se mostra como um dos

mais eficientes espessantes naturais. Os produtos em que este hidrocolóide é

utilizado apresentam perda de viscosidade bastante acentuada sob

aquecimento; isso ocorre devido ao escape da água de hidratação ao redor das

cadeias poliméricas e ao aumento da flexibilidade de sua cadeia polimérica,

sendo a viscosidade do produto recuperada mediante novo resfriamento.

Dentre as galactomananas esta é a goma que possui o maior grau de

substituição. Ela interage sinergisticamente com a goma xantana, aumentando

consideravelmente a viscosidade do sistema. Quando adicionada em mistura

com polissacarídeos geleificantes, agar e carragena, pode aumentar a força do

gel e modificar sua estrutura (WEBER, 2005; NIKAEDO, 2004; RISICA et al.,

2010).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

O trabalho foi desenvolvido em três etapas: Testes preliminares,

desenvolvimento da sobremesa e estudo da vida de prateleira, descritas a

seguir:

Page 39: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

39

4.2 TESTES PRELIMINARES

Nesta etapa foram definidos os seguintes parâmetros:

-Relação de probióticos e gomas a serem avaliados no trabalho

-Processo para a produção da sobremesa láctea.

4.2.1 Formulações dos testes Preliminares

Foram testadas quatro formulações para elaboração da sobremesa

láctea. Na primeira formulação utilizou-se 5% de gelatina em pó sem sabor (Dr.

Oetker) e 5% de Ágar (Kraki), na segunda adicionou-se a mistura de gomas

carragena teor de 0,8% (Danisco L110) e a guar teor de 0,2% (Global Food),

na terceira foram adicionadas as gomas carragena teor de 0,8% (Danisco

L110) e a Xantana teor de 0,2% (Vogler mesh:200), já na quarta formulação foi

utilizada somente a goma Carragena com teor de 1% (Danisco L110).

4.2.2 Processo de produção dos testes Preliminares

Conforme representado no fluxograma da figura 3, em cada ensaio, a

sobremesa láctea foi produzida a partir do leite pasteurizado tipo A (Fazenda

Bela Vista). O leite foi inicialmente aquecido até 95 °C em um pasteurizador

(Frigomat PEB 25) e mantido nesta temperatura por cinco minutos, depois

desta etapa adicionou-se a mistura (gomas, açúcar). Após sua completa

dissolução no leite, resfriou-se até 43 °C. Nesta temperatura foi feita a adição

das culturas láticas (0,01% de Lactobacillus acidophilus e 0,01% de

Bifidobacterium bifidum), o envase em potes plásticos transparentes e a

Page 40: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

40

fermentação até atingir o pH 4.9. Após a fermentação realizou-se o

resfriamento até 10 °C.

4.3 DESENVOLVIMENTO DA SOBREMESA

Foi realizado o desenvolvimento da sobremesa a partir da amostra

escolhida nos testes preliminares, adicionamos o amido resistente junto aos

ingredientes secos (açúcar, goma guar e carragena) a fim de que este

aumentasse a sobrevivência dos probióticos. Os parâmetros avaliados foram a

influência das gomas (guar e carragena) e do amido resistente no pH, na

textura, na sensorial, na viscosidade, no aroma, no sabor do produto e na

sobrevivência dos microrganismos. Nesta etapa também foi definida a relação

calda/flan.

4.4 ESTUDO DA VIDA DE PRATELEIRA

Foram realizadas determinações de pH, textura, sinerese e contagem de

Lactobacillus acidophilus La15 e Bifidobacterium bifidum Bb12 (Chr-hansen)

durante 63 dias. Foi determinado teor de extrato seco total, cinza, proteínas e

lactose do produto final, e o teor de gordura do leite usado na produção da

sobremesa.

Page 41: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

41

Leite

Tratamento térmico (95 °C/5 min)

Adição de ingredientes secos

(Açúcar 2% ,gomas)

Homogeneização

Resfriamento (43 °C)

Adição de culturas (43 °C)

Envase

Controle do pH Fermentação (43 °C)

Resfriamento (10 °C)

Armazenamento

(10 °C)

Figura 3: Diagrama de blocos do processamento da sobremesa láctica.

Page 42: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

42

4.5 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS

A metodologia utilizada nas análises físico-químicas é descrita a seguir.

4.5.1 Determinação do pH

O pH foi determinado em potenciômetro Micronal modelo V, conforme

descrito na Association of Official Analytical Chemists (A.O.A.C, 1995).

4.5.2 Determinação do teor de umidade/ extrato seco total (EST)

A determinação do teor de sólidos totais (EST) foi realizada em triplicata,

no produto final com um dia de fabricação. Para este trabalho foi utilizado o

método de secagem em estufa a 105 °C, conforme descrito pela A.O.A.C.

(1984).

4.5.3 Determinação do teor de gordura

O teor de gordura foi determinado em triplicata no leite utilizado para a

elaboração da sobremesa. Para este trabalho foi utilizado o método de Gerber,

conforme descrito por ATHERTON & NEWLANDER (1981).

4.5.4 Determinação do teor de cinzas

O teor de cinzas da sobremesa foi determinado em triplicata, no produto

final com um dia de fabricação. Foi utilizado o método de incineração da

amostra em mufla a 550 °C, conforme descrito pela A.O.A.C. (1984).

Page 43: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

43

4.5.5 Determinação do teor de Proteínas

O teor de nitrogênio foi determinado em quadruplicata, no produto final

com um dia de fabricação pelo método micro Kjeldahl, conforme descrito pela

A.O.A.C. (1984). O teor de proteína total foi determinado multiplicando-se a

porcentagem de nitrogênio total pelo fator de 6,38.

4.5.6 Determinação do teor da Lactose

Foi determinada em triplicata na sobremesa com quatro dias de

fabricação através do método de Fehling, conforme descrito pela A.O.A.C.

(1995).

4.5.7 Determinação da Textura:

A Textura foi avaliada, através da análise do perfil de textura, utilizando o

texturômetro universal modelo TAXT2 (Texture Profile Analyser – Stable Micro

Systems). A coleta dos dados foi realizada com auxílio do Software XY/ Texture

Analyser, conforme descrito no manual da BRASEQ.(1998).

A determinação do perfil de textura foi realizada segundo metodologia

descrita por RAPACCI (1997) e SILVA (2002). As condições do teste foram as

seguintes:

TPA compressão:

• Distância que o dispositivo penetra na amostra: 20 mm, a partir da

superfície da sobremesa láctea;

• Velocidade: 1,0 mm/s;

• Força de contato: 100 g ou 0,98 N;

Page 44: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

44

• Dispositivo a ser utilizado: probe de acrílico de 30 mm de diâmetro;

• Temperatura da amostra: 10 °C;

• Recipiente: potes de 100 mL.

4.5.8 Avaliação da Sinerese:

A sinerese dos géis foi obtida pelo método de Guirguis et al., (1984) pela

drenagem, em seis replicatas a 10 °C, utilizando peneira de aço inoxidável com

tela 200 mesh de abertura nos seguintes tempos 8, 15, 21, 45 e 60 dias. Para

quantificação da água exsudada espontaneamente pelos géis, eles foram

acondicionados por 1 hora a 22 °C em potes, e a sinerese foi calculada

segundo a equação (1), sendo expressa em porcentagem de massa de gel em

relação à quantidade de água total do gel.

%Percentual de Sinerese=(massa gel)/(massa total)*100 (equação 1)

Massa do gel: massa peneira vazia - massa peneira com gel

Massa H2O: massa do pote com liquido - massa pote vazio

Massa total: massa gel+massa H2O

A figura 4 mostra o processo de sinerese da sobremesa láctea (amostra 4) no

qual foi utilizado uma peneira de aço inoxidável com tela de abertura de 200

Page 45: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

45

mesh.

Figura 4 – Imagens da sobremesa láctea (amostra 4) durante o processo de

sinerese. Produto após 17 dias de armazenagem a 10ºC.

4.7.9 Determinação da Viscosidade

A determinação da viscosidade foi realizada em um viscosímetro

Brookfield modelo LVDV-III, após batimento por 2 minutos utilizando mixer

RI1364 da marca Walita em béqueres de 400 mL a 10 ºC conforme descrito no

manual da BRASEQ (1997).

4.8 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS

Para enumeração das cepas probióticas de Lactobacillus acidophilus e

Bifidobacterium bifidum foi utilizado o meio de cultura MRS (DE MAN,

ROGOSA, SHARPE) ÁGAR e o MRS modificado com adição de soluções A, B

Page 46: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

46

e C; onde A consiste em solução de Dicloxacilina, B em solução de cloreto de

lítio e a solução C L-cisteína.

4.8.1 MRS (De Man, Rogosa e Sharpe) Ágar (Oxoid):

O meio de cultura MRS (De Man, Rogosa e Sharpe) Ágar foi utilizado para a

enumeração de Lactobacillus acidophilus, a amostra foi incubada a 43 °C em

anaerobiose, conforme descrito por Tonon et al.,(1998).

4.8.2 MRS (De Man, Rogosa e Sharpe) Ágar (Oxoid) com adição das soluções

A, B e C:

O meio de cultura MRS (De Man, Rogosa e Sharpe) Ágar (Oxoid) com adicão

de soluções A, B e C foi utilizado para enumeração de Bifidobacterium Bifidum.

Para cada litro de meio de cultura esterilizado foram adicionados 5 mL de

solução A, 10 mL de solução B e 5 mL de solução C. A solução A foi preparada

com solução de antibiótico de Dicloxacilina ( American Generics – Laboratório

Syntofarma), 100 mg/l, esterilizada por filtração em membrana 0,45 µm; a

solução B, em cloreto de lítio (Laboratório Synth), 2 g para cada 18 mL de

água destilada, esterilizada por filtração em membrana 0,45 µm; e a solução

C– solução de L-cisteína (Casa Americana), 100 g/l, esterilizada por filtração

em membrana 0,45 µm, a amostra foi incubada em estufa de Cultura (Fanen

002Cb) a temperatura de 37 °C, conforme descrito por Tonon et al.,(1998).

4.9 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DE ÁGUA

A atividade de Água foi determinada no medidor de atividade de água

Aqualab Model Series 3ET – Decagon/ Devices, a temperatura de refrigeração.

Page 47: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

47

4.10 ANÁLISE SENSORIAL

Foram realizados testes sensoriais nas sobremesas com calda de

caramelo após três dias de fabricação, para a avaliação de aceitabilidade do

produto conforme descrito por Monteiro (1984).

Nesta avaliação os 90 provadores expressaram as suas opiniões quanto

às amostras numa escala Hedônica de 9 pontos, conforme modelo de ficha

apresentado na figura 5. Os atributos avaliados foram: (1) sabor e (2) textura

que diz respeito ao “corpo” do produto quando consumido. As amostras foram

servidas em potes transparentes de plástico, no qual foi adicionado 100 mL de

sobremesa e mais 10 g de calda de caramelo pronta, cada provador recebeu 3

amostras (A, B e C), sendo cada amostra codificada com números aleatórios

de três dígitos.

4.11 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL

Foram preparadas cinco amostras da sobremesa láctea incluindo o

padrão segundo um delineamento de blocos incompletos com 02 repetições.

As combinações destes ensaios são apresentadas na tabela 1. Os resultados

foram avaliados por meio de Análise de Variância realizada com auxílio do

software MinitabTM versão 15 ( Minitab INC State College, EUA) e por análise

da média com o teste de Duncan( Microsoft Office Excel 2003) .

Tabela 1 – Composição das sobremesas lácteas.

Ensaio Goma Carragena Goma Guar Amido Resistente (%) (%) (%) 1 0,15 0,15 1,5 2 0 0,3 1,5 3 0,3 0 1,5 4 0,15 0,15 3 5 0 0 0

Page 48: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

48

ANÁLISE SENSORIAL DE SOBREMESA LÁCTEA

Sexo: □ Feminino □ Masculino Idade: ______ anos

Você está recebendo 3 amostras de sobremesas lácteas. Por Favor, prove!as e assinale as alternativas que melhor representem sua percepção em relação ao SABOR.

� Gostei extremamente � Gostei extremamente � Gostei extremamente � Gostei muito � Gostei muito � Gostei muito � Gostei regularmente � Gostei regularmente � Gostei regularmente � Gostei ligeiramente � Gostei ligeiramente � Gostei ligeiramente � Nem gostei, nem desgostei � Nem gostei, nem desgostei � Nem gostei, nem desgostei � Desgostei ligeiramente � Desgostei ligeiramente � Desgostei ligeiramente � Desgostei regularmente � Desgostei regularmente � Desgostei regularmente � Desgostei muito � Desgostei muito � Desgostei muito � Desgostei extremamente � Desgostei extremamente � Desgostei extremamente

Agora prove as amostras novamente e assinale nas escalas abaixo a sua opinião em relação à TEXTURA dos produtos.

� Gostei extremamente � Gostei extremamente � Gostei extremamente � Gostei muito � Gostei muito � Gostei muito � Gostei regularmente � Gostei regularmente � Gostei regularmente � Gostei ligeiramente � Gostei ligeiramente � Gostei ligeiramente � Nem gostei, nem desgostei � Nem gostei, nem desgostei � Nem gostei, nem desgostei � Desgostei ligeiramente � Desgostei ligeiramente � Desgostei ligeiramente � Desgostei regularmente � Desgostei regularmente � Desgostei regularmente � Desgostei muito � Desgostei muito � Desgostei muito � Desgostei extremamente � Desgostei extremamente � Desgostei extremamente

Comentários:___________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________

Figura 5- Modelo ficha utilizado pelos provadores na avaliação sensorial da

sobremesa láctea.

Page 49: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

49

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 TESTES PRELIMINARES

Foram testadas diferentes formulações para a sobremesa onde foram

avaliados os espessantes: gelatina e ágar, carragena; carragena e guar e

carragena e xantana por meio de medidas de textura. Os resultados são

apresentados na tabela 2.

Tabela 2 - Valores de força/distância obtidos nas amostras com diferentes

gelificantes.

Gomas Força/Distância (N/mm)

Gelatina e Agar 0,006a±2,102

Carragena 0,025a±4,202

Carragena e guar 0,04a±0,61

Carragena e Xantana 0,033a±0,773

a: médias com letras iguais na mesma coluna não apresentam diferença significativa (p>0,05).

Para produzir a formação adequada de gel na sobremesa, foram testadas

quatro diferentes formulações contendo diferentes hidrocolóides. As

propriedades gerais dessas substâncias incluem melhoria da viscosidade,

solubilidade em água e, em alguns casos, a formação de gel. (FENNEMA,

2000; CERNIKOVA, 2008). Além disso, essas substâncias possuem ainda a

capacidade de inibir a cristalização, melhoria e estabilidade da textura.

(FENNEMA, 2000). A partir dessas informações, foram escolhidos para os

testes preliminares o agar, a gelatina, a carragena e as gomas guar e xantana.

A goma guar produz a maior viscosidade dentre as gomas naturais comerciais,

proporcionando boa capacidade espessante a baixo custo, enquanto a goma

Page 50: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

50

xantana destaca-se por sua boa solubilidade tanto em água fria como em água

quente, elevada viscosidade e resistência a valores baixos de pH (FENNEMA,

2000; OLIVEIRA et al., 2010). Estas gomas produzem soluções viscosas com

comportamento pseudoplástico em baixas concentrações, isto é, verifica-se

uma variação da viscosidade com a taxa de deformação (FENNEMA, 2000,

FOX & MCDONALD, 2001; SANDERSON, 1981). A carragena apresenta alta

viscosidade, sendo esta bastante estável em um amplo espectro de pH, alem

de boa solubilidade em água quente. Os géis formados pelas gelatinas são

predominantemente elásticos, pois as ligações intermoleculares são bastante

estáveis. O agar é um polissacarídeo constituído por moléculas de galactose,

bastante utilizado na produção de sobremesas. O agar apresenta histerese,

derretendo-se a 85 ºC e solidificando-se a 32-40 ºC. (FENNEMA, 2000). Dessa

forma, o agar apresenta fácil derretimento e boa estabilidade do gel a altas

temperaturas. Embora não exista diferença significativa, a formulação que

apresentou o maior valor de textura foi aquela contendo as gomas carragena e

guar.

Os resultados microbiológicos da amostra escolhida (guar e carragena)

nos testes preliminares atenderam á legislação na contagem dos probióticos de

L. acidophilus e de Bifidobacterium conforme pode ser observado nos

resultados apresentados na tabela 3.

Page 51: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

51

Tabela 3 – Concentração média em Log UFC/g de população de Lactobacillus

acidophilus e Bifidobacterium na sobremesa láctea com quinze dias de

armazenamento a 10 °C.

Log UFC/g

Gomas Concentração de L. acidophilus Concentração B. bifidum

Gelatina 5% e agar 5%

6,9a±0,2 7,5a±0,1

Carragena 1% 6,4a±0,1 7,2a±0,2

Carragena 0,8% e xantana 0,2%

7,2a±0,5 7,1a±0,1

Carragena 0,8% e guar 0,2%

7,1a±0,1 7,4a±0,2

a: médias com letras iguais na mesma coluna não apresentam diferença significativa (p>0,05).

A partir dos resultados obtidos nos testes preliminares é que foram

elaborados os cinco ensaios com variação do teor de goma guar e carragena e

com adição do amido resistente junto às gomas.

5.2 AVALIAÇÕES DA INFLUÊNCIA DA GOMA GUAR, CARRAGENA E DO

AMIDO RESISTENTE.

5.2.1 Variação do pH durante o armazenamento

Para avaliar a variação no pH sob estocagem a 10 oC, foram estudados

os fatores tempo de estocagem (1, 9, 16, 23, 30, 37, 42 e 63 dias),

concentração de goma guar (0,0%; 0,15%; 0,30%), concentração de goma

carragena (0,0%; 0,15%; 0,30%) e concentração de amido resistente (0,0%;

1,5%; 3,0%), sendo os valores de pH das sobremesas apresentados na tabela

4.

Page 52: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

52

Tabela 4 – Valores médios de pH da sobremesa láctea simbiótica durante o

armazenamento à 10 ºC.

pH

Tempo E1 E2 E3 E4 E5

(dias) 1 4,9a±0,1 4,9a±0,1 4,93a±0,09 4,87a±0,08 4,9a±0,2

9 4,5a±0,2 4,8a±0,3 4,8a±0,1 4,9a±0,3 4,9a±0,4

16 4,58a±0,08 4,7a±0,4 4,9a±0,3 4,8a±0,3 4,83a±0,07

23 4,44a±0,03 4,7a±0,5 4,7a±0,6 4,62a±0,06 4,8a±0,1

30 4,4a±0,4 4,6a±0,6 4,73a±0,01 4,4a±0,4 4,5a±0,5

37 4,3a±0,3 4,23a±0,09 4,3a±0,2 4,4a±0,3 4,2a±0,1

42 4,46a±0,04 4,2a±0,3 4,4a±0,6 4,4a±0,1 4,0a±0,2

63 4,2a±0,3 4,0a±0,1 4,3a±0,3 4a±1 4,07a±0,02

a: médias com letras iguais na mesma linha para o mesmo dia não apresentam diferença

significativa ao nível de 5% de significância(p>0,05).

E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5%

AR; E3: 0,15% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G

e 0% AR.

As análises estatísticas dos resultados mostraram que as adições das

gomas e do amido não tiveram influência significativa, dentre esses fatores,

apenas o tempo de estocagem influenciou significativamente (p < 0,05) a

variação de pH nos produtos. Essa influência já era esperada, uma vez que a

acidificação do meio é resultado direto da produção de ácido lático pelos

microrganismos, consequência do consumo de lactose por parte dos

microrganismos presentes no produto.

As variações no pH durante os 63 dias de armazenamento de amostras

da sobremesa láctea a 10 ºC são mostrados na figura 6.

Page 53: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

53

4

4,1

4,2

4,3

4,4

4,5

4,6

4,7

4,8

4,9

5

0 20 40 60

Estocagem(Dias)

pHE1 (0,15%G+0,15%C+1,5 AR)

E2(0,3%G+1,5%AR)

E3(0,3%C+1,5%AR)

E4 (0,15%C+0,15%G+1,5%AR)

E5(Controle)

Figura 6. Variações no valor de pH de cinco amostras de sobremesa láctea

simbiótica formuladas com as gomas guar e carragena e com o amido

resistente ao longo de 63 dias de armazenamento a 10 ºC.

Diversos trabalhos demonstram a influência do tempo de armazenamento na

redução do valor de pH dos alimentos. A redução no pH é normalmente

observada em produtos lácteos fermentados, uma vez que esta é decorrente

da continua produção de ácido lático e outros ácidos a partir da fermentação da

lactose. Cardarelli et al., (2008) observaram queda significativa (p<0,05) no pH

de um queijo petit-suisse potencialmente simbiótico contendo B. animalis ssp

lactis e L. acidophilus ao longo do tempo de armazenamento de 28 dias.

Maryuana et al., (2006) observaram, no desenvolvimento de queijo petit-suisse

que o tempo foi fator significativo (p<0,05) na redução do pH do produto.

Page 54: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

54

5.2.2 Variação da força de penetração do gel pela distância durante o

armazenamento

As análises estatísticas dos resultados mostraram que a presença das

gomas guar e carragena e do amido resistente influenciaram a textura dos

produtos (p< 0,05) durante 58 dias de armazenamento a 10 ºC, conforme a

tabela 5. A textura também foi avaliada durante o tempo de estocagem do

produto (7, 14, 21, 35, 42 e 58 dias), não apresentando variações significativas

neste período.

Na avaliação da influência do teor das gomas sobre a textura do produto,

trabalhou-se com três valores de concentração (0,0%; 0,15%; 0,30); Como

pode ser observado na tabela 5, a sinergia entre as gomas guar e carragena

promoveu maiores valores de textura (F/D) do que cada uma das gomas

isoladamente.

Para avaliar o efeito do amido resistente sobre este atributo, foram

utilizados os valores de concentração de 1,5% e 3,0%, tendo sido a amostra

com 3,0% de amido resistente a que apresentou maior valor de F/D, portanto,

resultou em um gel mais rígido.

Page 55: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

55

Tabela 5 – Valores de força de penetração do gel pela distância da sobremesa

láctea simbiótica durante o armazenamento a 10 ºC.

Força/Distância (N/mm) Tempo (dias)

E1 E2 E3 E4

7 0,31a±0,06 0,045b±0,009 0,03b±0,01 0,5c±0,3

14 0,38a±0,07 0,05b±0,01 0,03b±0,01 0,56c±0,06

21 0,35a±0,04 0,06b±0,01 0,03b±0,01 0,6c± 0,1

35 0,365a±0,082 0,05b±0,01 0,03b±0,02 0,6c± 0,1

42 0,4a±0,4 0,05b±0,01 0,03c±0,01 0,6d± 0,1

58 0,4a±0,1 0,049b±0,001 0,024c±0,007 0,59d± 0,05

Onde: médias com letras iguais na mesma linha não apresentam diferença significativa ao nível

de 5% de significância (p>0,05).

E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5%

AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR.

A sinergia entre as gomas guar e carragena promoveu maiores valores de

textura (F/D) para a sobremesa, sendo a formulação 4 ( gomas em sinergia e

alto percentual de amido resistente) a amostra que obteve o maior valor de

textura dentre todas. Como observado por Verbeken et al., (2006) que

pesquisaram a influência da goma carragena na força do gel de uma

sobremesa láctea contendo ainda amido nativo e leite em pó desnatado, a

adição de carragena provocou a elevação da força do gel, comportamento que

já era esperado, uma vez que a carragena utilizada na produção da sobremesa

é a principal responsável pela formação da rede continua. Oliveira et al., (2010)

desenvolveram três formulações de queijo Edam sem gordura, variando a

concentração da goma guar. Foi observado que o aumento na concentração de

Page 56: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

56

goma guar aumentou significativamente o valor da textura, sendo que no queijo

sem gordura e com 0,01% de guar foi obtido o valor F/D de 60,4 N/mm e na

formulação com 0,0025% de goma guar 45,79 N/mm.

Ulu (2006) observou que a adição de carragena em almôndegas com alto

teor de umidade provocou um aumento na textura do produto. Trcková et al.

(2004) estudaram a Influência da concentração de proteínas sobre as

propriedades reológicas da k-carragena no leite e concluíram que a força do

gel aumentou com a concentração de K-carragena. Para concentrações

constantes de caseína foi observado valor máximo de força/distância na

formulação contendo 0,5% de carragena. Camacho et al., (2001) estudaram a

estabilidade de chantily contendo goma locusta e carragena em sinergia e

observaram que quando as gomas carragena e locusta foram utilizadas em

sinergia (0,085% de cada goma) foi obtido maior valor de textura. O mesmo foi

observado para as amostras da sobremesa que continham a goma guar e

carragena em sinergia. Para este trabalho pode-se observar na figura 7 que a

amostra quatro, contendo as gomas em sinergia e 3% de amido resistente

apresentou maior valor de textura (0,63 N/mm).

Page 57: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

57

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0 10 20 30 40 50 60

Tempo (dias)

For

ça/D

istâ

nci

a(N

/mm

) Ensaio1

(0,15%C+0,15%G+

1,5%AR)

Ensaio2

(0,3%G+1,5%AR)

Ensaio3

(0,3%C+1,5%AR)

Ensaio4

(0,15%C+0,15%G+

3%AR)

Figura 7. Valores de força de penetração do gel pela distância da sobremesa

láctea simbiótica formuladas com as gomas guar e carragena e com o amido

resistente ao longo de 58 dias de armazenamento a 10 ºC.

5.2.3 Variação da viscosidade aparente (Pa.s) durante o armazenamento

Na Tabela 6 são apresentados os resultados de viscosidade obtidos nas

amostras de sobremesa láctea. O amido resistente não apresentou influência

significativa sobre a viscosidade aparente. As gomas guar e carragena

apresentaram efeito significativo (p < 0,05) na viscosidade do produto. Os

maiores valores de viscosidade aparente foram obtidos quando se utilizou

0,15% de goma guar e 0,15% de goma carragena na produção da sobremesa.

Estes resultados demonstram o efeito sinérgico destas duas gomas conforme é

observado na tabela 6. A influência do tempo também foi observada, ao longo

de 21, 28, 35 e 42 dias.

Page 58: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

58

Tabela 6: Viscosidade Aparente (Pa.s) determinada nas sobremesas lácteas

simbióticas durante o armazenamento a 10 ºC.

Viscosidade Aparente (Pa.s) Tempo E1 E2 E3 E4 E5 (dias)

21 3,13a±0,02 0,11b±0,01 0,42c±0,01 1,62d±0,02 1,23e±0,04

28 2,16a±0,03 0,1b±0,1 0,6c±0,1 1,67d±0,04 1,06e±0,05

35 2,79a±0,01 0,22b±0,02 0,76c±0,01 1,38d±0,03 1,92e±0,01

42 2,94a±0,02 0,07b±0,03 0,61c±0,01 1,08d±0,02 1,34e±0,01

Onde: médias com letras iguais na mesma linha não apresentam diferença significativa ao nível

de 5% de significância (p>0,05).

E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5%

AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G

e 0% AR.

A ação sinérgica das duas gomas contribuiu diretamente para maior

viscosidade aparente obtida nessa formulação, com é mostrado na figura 8.

Page 59: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

59

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

20 25 30 35 40 45Dias

Vis

cosi

dade

(P

a.s)

Ensaio 1(0,15C+0,15G+1,5AR)

Ensaio2(0,3G+1,5AR)

Ensaio3(0,3C+1,5AR)

Ensaio4(0,15C+0,15G+3AR)

Ensaio5(Controle)

Figura 8 - Curvas de Viscosidade das sobremesas lácteas simbióticas

formuladas com as gomas guar e carragena e com o amido resistente durante

o armazenamento a 10 ºC.

Da mesma forma, Soukoulis et al., (2008) testaram, na produção de sorvete de

baunilha, entre outros hidrocolóides, a goma guar isoladamente e em sinergia

com a κ-carragena, concluindo que, quando ambas as gomas estão presentes

a uma concentração de 0,2% cada, a viscosidade aparente do produto

aumenta significativamente, quando comparada com a goma guar isolada. Na

avaliação da carragena Cernikova et al., (2008) observaram que é necessária

uma concentração mínima de carragena para provocar efeito significativo sobre

as propriedades viscoelásticas de queijos processados. Em queijos com teor

de matéria gorda variando entre 45-50% da matéria seca, observou-se

significativa elevação da rigidez do produto devido à adição de carragena a

0,15% no produto. Esse resultado corrobora com o estudo de Bourriot et al.

Page 60: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

60

(1999), que afirmam existir uma concentração mínima de carragena que

acarrete a formação efetiva de rede de carragena. Tarrega & Costell (2006)

verificaram que a adição de carragena em sobremesa láctea resultou em

aumento da sua viscosidade. Durante o resfriamento, as amostras contendo

maior concentração de carragena atingiram o valor máximo de viscosidade

aparente em temperaturas mais elevadas do que as amostras com menores

concentrações de carragena. Bolliger et al. (2000) estudaram as relações

viscoelásticas do sorvete avaliando cinco concentrações diferentes de goma

guar (0, 0,05, 0,1, 0,15 e 0,2%) e concluiram que a viscosidade aparente média

aumentou com o aumento da concentração da goma guar, a formulação com

0,2% de guar resultou no valor de 0,94 Pa*s de viscosidade aparente média

enquanto que, a formulação com 0,05% de guar apresentou valor de 0,16 Pa*s

de viscosidade aparente média. Bayarri et al. (2010) compararam a goma

carragena e uma mistura contendo diferentes tipos de inulina como

substituintes de gordura em sobremesas lácteas com baixo teor de gordura

contendo carboximetil celulose e verificaram que a adição da carragena

aumentava significativamente a viscosidade da sobremesa em comparação a

amostra controle.

5.2.4 Sinerese

A fração de sinerese da sobremesa foi avaliado por meio da variação

dos seguintes fatores: concentração de goma guar (0,0%; 0,15%; 0,30%);

concentração de goma carragena (0,0%; 0,15%; 0,30%); concentração de

amido resistente (1,5%; 3,0%) e tempo (8, 15, 21, 45 e 60 dias). Apenas o fator

tempo não apresentou efeito significativo (p > 0,05) sobre esta resposta. A

Page 61: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

61

figura 9 mostra as curvas de percentual de sinerese de todos os ensaios.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 20 40 60 80

Tempo (dias)

Sin

eres

e (%

)Ensaio 1(0,15C+0,15G+1,5AR)

Ensaio 2 (0,3G+1,5AR)

Ensaio 3 (0,3C+1,5AR)

Ensaio 4(0,15C+0,15G+3,0AR)

Figura 9 – Percentual de sinerese da sobremesa láctea simbiótica formuladas

com as gomas guar e carragena e com o amido resistente durante o

armazenamento a 10 ºC.

A formulação que continha ambas as gomas atuando em conjunto,

resultando em uma ação sinérgica mostrou que as gomas apresentam melhor

desempenho para a redução da fração de sinerese atuando em conjunto do

que em ação isolada de cada uma delas, ainda que as formulações

contivessem os mesmos percentuais de sólidos em suas formulações. A ação

sinérgica destas gomas resulta em maior força do gel, conforme evidenciado

pelos resultados obtidos nas determinações de textura como é observado na

tabela 7, maior viscosidade e maior retenção de água na estrutura do gel e

consequentemente, menor sinerese.

Na tabela 7 são apresentados os valores da fração de sinerese

observados em cada uma das amostras de sobremesa láctea.

Page 62: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

62

Tabela 7 - Resultados obtidos nas determinações de sinerese realizadas nas

amostras de sobremesa láctea simbiótica durante o armazenamento a 10 ºC.

Percentual de Sinerese(%)

Tempo (dias)

E1 E2 E3 E4

8 38a±1 67b±3 51c±3 33,9d±3

15 36,1a±0,1 68b±3 53c±3 34d±4

21 38,4a±0,9 70b±1 50c±6 32,16d±0,03

45 38a±1 68b±5 49c±3 32,04d±0,02

60 38a±2 69b±2 48,5c±0,1 33d±4

Onde: médias com letras iguais na mesma linha não apresentam diferença significativa ao nível

de 5% de significância (p>0,05).

E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5%

AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR.

A faixa de variação da concentração de amido resistente foi de 1,5% a

3,0%, tendo sido observado o melhor desempenho na redução da sinerese na

formulação contendo 3,0% de amido resistente e as gomas guar e carragena

em sinergia, a 0,15% cada. A redução da sinerese ocorrida na amostra

contendo alto teor de amido resistente (3,0%) e as gomas carragena e guar em

sinergia pode ser atribuída ao fato que uma grande quantidade de água é

imobilizada em grânulos de amido, fazendo com que ela não seja expulsa pela

contração da rede formada entre as gomas. Esta diminuição da ocorrência da

sinerese com a adição do amido pode ser causada pelo efeito estérico

proporcionado pelos grânulos de amido que limita a capacidade de contração

das redes de carragena e guar. Verbeken et al. (2006) observaram que na

produção da sobremesa láctea a presença de goma carragena reduziu a

ocorrência da sinerese, principalmente quando eles utilizaram acima de 0,2%

de carragena na sobremesa. Dunstan et al. (2001) observaram que a adição de

Page 63: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

63

k-carragena ao gel provoca uma grande redução na sinerese deste. Cruz &

Scamparini (1992) avaliaram o efeito da adição de hidrocolóides em sistemas

modelo carne-água e concluíram que a adição das gomas carragena e guar

isoladamente reduziu a sinerese quando comparado à formulação padrão,

sendo a goma guar que apresentou maior redução da sinerese para este

modelo. Mleko & Gustaw (2002) estudaram as mudanças reológicas em

sobremesas lácteas através da substituição total das proteínas do leite por

proteínas de soro e verificaram que quantidades crescentes de carragena e

amido provocaram uma diminuição na ocorrência de sinérese. Karim et al.

(1999) estudaram diferentes formulações de tofu contendo carragena, tendo

usado para cada uma das formulações estudadas, três diferentes coagulantes

(sulfato de cálcio, acetato de cálcio e glucono-δ-lactona). No tofu coagulado

com glucono-δ-lactona, a adição de carragena em uma concentração de ate

2,0 g/l provocou sensível redução no percentual de sinerese do produto.

5.2.5 Composição Química

Os valores obtidos na análise da composição centesimal de sólidos da

sobremesa láctea são apresentados na tabela 8.

Os resultados observados para o extrato seco nas sobremesas lácteas

ficaram de acordo com o esperado, tendo em vista o teor de sólidos do leite

(12%) e a adição de 2% de açúcar em cada formulação. A formulação (4) que

continha maior concentração de amido resistente foi a que apresentou

significativamente o maior percentual de extrato seco (p<0,05). Da mesma

forma Penna, Oliveira e Tamime (2003), observaram que o aumento da

concentração de goma carragena em bebidas lácteas contendo os mesmos

Page 64: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

64

percentuais de sólidos totais na base láctea levou ao aumento do teor de

sólidos do produto final. THAMER & PENNA (2006) também verificaram que

bebidas lácteas apresentaram os maiores teores de sólidos totais, quando

formuladas com as maiores porcentagens de açúcar e frutooligossacarídeos.

Os teores de cinzas e de proteínas não foram influenciados significativamente

pela presença das gomas e do amido conforme era esperado, uma vez que

estes não são alterados pelo processo fermentativo. Os teores de lactose

foram similares em todas as amostras, não houve diferença significativa

(p>0,05) entre as mesmas. Estes resultados mostram que a atividade dos

microrganismos foi similar em todas as amostras.

Tabela 8 – Teor de gordura, lactose, cinzas, proteínas e sólidos totais,

realizadas nas amostras de sobremesa láctea com 01 dia de fabricação.

Determinação

(%)

E1 E2 E3 E4 E5

Proteína 2,95±0,01a 3,4±0,1a 3,3±0,1a 2,99±0,03a 2,99±0,01a

Sólidos totais 15,73±0,02a 15,79±0,01a 15,45±0,03a 16,99±0,01b 14,1±0,3c

Cinzas 0,71±0,01a 0,7±0,1a 0,73±0,01a 0,72±0,01a 0,72±0,01a

Lactose 2,23±0,03a 2,21±0,05a 2,22±0,07a 2,2±0,2a 2,0±0,1a

Gordura 3,47±0,06a 3,46±0,03a 3,47±0,05a 3,46±0,01a 3,47±0,06a

Onde: médias com letras iguais na mesma linha não apresentam diferença significativa ao nível

de 5% de significância (p>0,05).

E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5%

AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR.; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G

e 0% AR.

5.3 ANALISES MICROBIOLÓGICAS

As populações de L. acidophilus e Bifidobacterium bifidum na sobremesa

láctea simbiótica armazenada a 10 ºC foram avaliadas em relação ao fator

Page 65: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

65

tempo de estocagem (2, 9, 16, 23, 30, 37, 42, 49, 56 e 63 dias), concentração

de goma guar (0,0%; 0,15%; 0,30%), goma carragena (0,0%, 0,15%; 0,30%) e

amido resistente (0,0%; 1,5%; 3,0%).

5.3.1 Lactobacillus acidophilus)

Os resultados da determinação quantitativa de L. acidophilus mostraram

que a presença do amido resistente e do tempo influenciaram a contagem de L.

acidophilus nos produtos (p < 0,05) a partir do 37º dia de armazenamento a 10

ºC. Os resultados mostram uma maior sobrevivência de L. acidophilus na

amostra 4 que continha alto percentual de amido resistente, conforme

observado na tabela 9. O probiótico apresentou contagem acima de 106 UFC/g

de produto durante todo o período de vida de prateleira do produto. As

populações de L. acidophilus são apresentadas na tabela 9.

Capela et al., (2006) verificaram que a adição de 2% de cada uma das

fibras inulina, amido resistente e, particularmente, oligofrutose aumentaram a

viabilidade das cepas L. acidophilus, L. casei e L. rhamnosus em iogurtes,

quando comparado ao iogurte controle sem a adição de fibras, durante quatro

semanas de armazenamento a 4 ºC.

Haynes e Playne (2002) observaram que a adição de Hi-maize em

sorvetes durante armazenagem a -25 ºC por 12 meses aumentou

significativamente a sobrevivência doas Lactobacillus acidophilus.

Page 66: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

66

Tabela 9 – População média em (Log UFC/g) de Lactobacillus acidophilus das

sobremesas lácteas simbióticas formuladas com as gomas guar e carragena e

com o amido resistente durante o armazenamento à 10 ºC

durante o armazenamento à 10 ºC.

Log UFC/g

Tempo (dias)

E1 E2 E3 E4 E5

2 8,73Aa±0,04 8,7Aa±0,4 8,7Aa±0,1 8,8Aa±0,2 8,63Aa±0,08

9 8,5Aa±0,3 8,53Aa±0,06 8,5Aa±0,1 8,5Aa±0,1 8,4Aa±0,1

16 8,34Aa±0,08 8,36Aa±0,03 8,38Aa±0,03 8,4Aa±0,3 8,19Aa±0,04

23 8,2Aa±0,2 8,19Aa±0,01 8,14Aa±0,03 8,3Aa±0,3 8,02Aa±0,04

30 8,05Aa±0,08 8,08Aa±0,01 8,09Aa±0,01 8,08Aa±0,01 7,8Aa±0,2

37 7,86Aa±0,08 7,9Aa±0,1 7,9Aa±0,2 7,99Aa±0,07 7,3Ab±0,1

42 7,53Aa±0,01 7,6Aa±0,1 7,49Aa±0,04 7,95Aa±0,06 7,2Ab±0,2

49 7,2Aa±0,2 7,21Aa±0,04 7,25Aa±0,03 7,8Ab±0,1 7,02Aa±0,08

56 6, 8Aa±0,3 7,1Aab±0,114 6,9Aa±0,1 7,7Ab±0,2 6,6Aa±0,3

63 6,4Aab±0,2 6,56Aab±0,02 6,6Aa±0,1 7,5Ac±0,2 6,02Ab±0,01

Onde: A = médias com letras iguais na mesma coluna não apresentam diferença significativa (p>0,05); a, b, c = médias com pelo menos uma letra igual na mesma linha não apresentam diferença significativa (p>0,05); E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5% AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G e 0% AR.

5.3.2 Bifidobacterium bifidum

Os resultados obtidos nas análises microbiológicas para determinação da

população de B. bifidus são apresentados na Tabela 10.

A presença das gomas guar e carragena não apresentaram efeito

significativo sobre a sobrevivência das bifidobactérias (p>0,05), entretanto, os

fatores tempo de estocagem e concentração de amido resistente influenciaram

a população de Bifidobacterium nos produtos (p < 0,05) durante os 63 dias de

armazenamento a 10 ºC.

Estes resultados mostram que houve redução na população de

bifidobactérias em função do tempo de armazenamento e que houve uma

Page 67: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

67

maior sobrevivência de bifidobactérias no tempo de 63 dias para as amostras

que continham o amido resistente. Vários autores verificaram que prebióticos,

como o amido resistente pode influenciar na sobrevivência de bifidobactérias.

Com exceção do ensaio 5 que não continha amido resistente na sua

formulação, todas as demais formulações mantiveram os níveis de bactérias

probióticas exigidos pela legislação (acima 106 UFC/g), durante os 63 dias de

armazenamento a 10º C.

Tabela 10- População média em (Log UFC/g) de Bifidobacterium bifidum das

sobremesas lácteas simbióticas formuladas com as gomas guar e carragena e

com o amido resistente durante o armazenamento à 10 ºC.

Log(UFC/g)

Tempo (dias)

E1 E2 E3 E4 E5

2 8,8Aa±0,1 8,9Aa±0,3 8,7Aa±0,5 8,9Aa±0,2 8,7Aa±0,3

9 8,5Aa±0,3 8,45Aa±0,02 8,5Aa±0,3 8,7Aa±0,1 8,5Aa±0,1

16 8,5Aa±0,3 8,5Aa±0,4 8,44Aa±0,02 8,7Aa±0,1 8,4Aa±0,4

23 8,4Aa±0,5 8,5Aa±0,4 8,36Aa±0,08 8,6Aa±0,2 8,2Aa±0,2

30 8,1Aa±0,3 8,24Aa±0,03 8,26Aa±0,07 8,33Aa±0,09 7,9Aa±0,3

37 8,0Aa±0,4 8,07Aa±0,07 8,06Aa±0,04 8,2Aa±0,1 7,6Aa±0,3

42 7,5Aabd±0,1 7,9Aabc±0,1 7,94Aac±0,04 8,04Ac±0,09 7,2Ad±0,2

49 7,6Aac±0,2 7,8Aac±0,1 7,8Aa±0,1 7,94Aa±0,03 7,0Abc±0,3

56 7,26Aa±0,03 7,7Aa±0,1 7,42Aa±0,09 7,79Aa±0,05 6,6Ab±0,3

63 7,13Aa±0,04 7,6Ab±0,1 7,2Aa±0,1 7,69Abc±0,08 6,2Ad±0,1

Onde: A = médias com letras iguais na mesma coluna não apresentam diferença significativa (p>0,05); a, b, c = médias com pelo menos uma letra igual na mesma linha não apresentam diferença significativa (p>0,05); E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5% AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G e 0% AR.

Houmayouni et al., (2008), avaliaram a aplicação de 1% de amido

resistente na produção de sorvete simbiótico com bifidobactérias não

encapsuladas, tendo estas apresentado decréscimo de apenas 2,9 log UFC

nas contagens microbianas ao longo de 180 dias de armazenagem, a uma

Page 68: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

68

temperatura de - 20 oC, sendo as mesmas consideradas viáveis ao final deste

período.

Crittenden et al., (2001) pesquisaram dentre quarenta espécies de

bifidobactérias, aquelas que apresentam maior viabilidade para a produção de

iogurte simbiótico contendo 1% de amido resistente e 1% de inulina. Foi

observado que, dentre as espécies avaliadas nesse estudo, aquela que se

apresentou como sendo a mais viável foi o Bifidobacterium lactis Lafti TM B94,

porém, com exceção do B. adolescentis, todas as cepas demonstraram

viabilidade na produção de iogurte simbiótico. Capela et. al., (2006) avaliaram a

sobrevivência de diversos probióticos em presença de prebióticos FOS e Hi-

Maize combinados em iogurte liofilizado por um período de seis meses. Ao final

deste período, sob estocagem a 4 oC, a contagem de probióticos manteve-se

em 8,40 UFC/g, apresentando um decréscimo mínimo de 0,56 UFC/g em

relação à população inicial. Haynes e Playne (2002) também observaram que a

adição de Hi maize melhorou a sobrevivência das populações de

Bifidobacterium lactis, em sorvete simbiótico durante armazenagem a -25 ºC

durante 12 meses. Os autores obtiveram valores de contagem dos probióticos

superiores a 106 UFC/g de produto durante todo o período de vida de

prateleira. Nobhakti et al., (2009) avaliara a Influência da lactulose e do amido

resistente sobre a viabilidade dos microrganismos probióticos em leite

fermentado simbiótico e concluíram que a maior viabilidade de bifidobactérias

foi obtida no tratamento com alto teor do amido resistente (3%).

A figura 10 mostra as colônias dos microrganismos cultivados em placa de petri

presentes na amostra contendo 0,15% de goma guar, 0,15% de goma

Page 69: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

69

carragena e 3,0% de amido resistente após 30 dias de armazenamento á 10

ºC.

Figura 10- Imagens das colônias B. bifidum e L. acidophilus em placa de petri

presentes na sobremesa após 30 dias de armazenamento.

5.4 ATIVIDADE DE ÁGUA

Os valores resultantes das determinações de atividade de água nas

sobremesas ao longo do tempo de estocagem (3, 10, 17, 30, 37 e 60 dias) são

apresentados na tabela 11. Os resultados da análise estatística mostraram que

as concentrações de amido resistente, de goma guar e de carragena não

influenciaram significativamente nos valores de atividade de água, todos eles

apresentado valores de p > 0,05. Estes resultados estão de acordo com o

esperado, uma vez que o valor de atividade de água vai sofrer mudanças

somente se as propriedades da água forem alteradas e as macromoléculas

como as gomas usadas e o amido não possuem esta habilidade.

Buriti et al. (2007) pesquisaram a atividade de água em três tipos de

queijos frescos simbióticos suplementado com inulina e Lactobacillus paracasei

em co-cultura com Streptococcus thermophilus e concluíram que para os três

Page 70: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

70

queijos, ocorreu uma redução significativa (p<0,05) na atividade de água entre

1 e 21 dias de armazenamento. Guo et al. (2011) avaliaram o efeito do sal

sobre as substâncias químicas, funcionais e propriedades reológicas de queijo

fresco durante o armazenamento, e observaram que para todas as seis

formulações a atividade de água foi reduzida significativamente (p<0,05)

durante as oito semanas. Andrés et al. (2006) estudaram a estabilidade de

salsichas de frango com baixo teor de gordura em três formulações contendo

65% de carne de frango cru, 30% de água adicionada e gordura e gomas guar

e xantana; em todas as formulações a atividade de água diminuiu

significativamente (p<0,01) durante os primeiros 28 dias de armazenamento a

4ºC. Buriti et al. (2005) desenvolveram 2 tipos de queijo Minas Frescal

incorporando o L. acidophilus e outros dois sem a adição deste microrganismo,

usado como controle e verificaram que, os quatro queijos estudados

apresentaram um ligeiro decréscimo, não significativo, nos valores de atividade

de água (aw) durante o armazenamento. Del Nobile et al., (2007) estudaram as

modificações texturais do queijo Canestrello Pugliese durante a estocagem. O

queijo foi maturado de 12 a 14ºC e 80% de umidade relativa sendo analisado

nos tempos 0, 15, 30, 45, 60, 95 e 120 dias; Os pesquisadores observaram

uma diminuição no teor da atividade de água, durante a maturação do queijo

Canestrello.

Page 71: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

71

Tabela 11 – Atividade de água da sobremesa láctea simbiótica durante o

armazenamento a 10ºC.

Aw

Tempo (dias)

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Ensaio 4 Ensaio 5

3 0,991a±0,001 0,992a±0,001 0,992a±0,001 0,991a±0,001 0,993ª±0,001

10 0,992a±0,001 0,990a±0,001 0,991a±0,001 0,991a±0,001 0,992a±0,001

17 0,990a±0,001 0,990a±0,001 0,992a±0,001 0,990a±0,002 0,992a±0,001

30 0,990ª±0,001 0,991a±0,001 0,988a±0,001 0,990a±0,002 0,990a±0,001

37 0,989a±0,001 0,990a±0,002 0,990a±0,001 0,989a±0,001 0,990a±0,001

60 0,990ª±0,001 0,990a±0,001 0,990a±0,001 0,989a±0,001 0,989a±0,002

Onde: A = médias com letras iguais na mesma coluna não apresentam diferença significativa (p>0,05); a, b, c = médias com pelo menos uma letra igual na mesma linha não apresentam diferença significativa (p>0,05); E1: 0,15% carragena (C); 0,15% guar (G) e 1,5% amido resistente (AR); E2: 0,3% G e 1,5% AR; E3: 0,3% C e 1,5% AR; E4: 0,15% C; 0,15% G e 3% AR; E5: (controle) com 0% Ca; 0% G e 0% AR.

5.5 ANALISE SENSORIAL

A avaliação sensorial da sobremesa láctea fez uso da Escala Hedônica de 9

pontos, desde gostei extremamente até desgostei extremamente (DUTCOSKY,

1996). Nessa avaliação, está representado o somatório de todas as

percepções sensoriais, expressando o julgamento por parte dos provadores

acerca da qualidade do produto. Três amostras de sobremesa láctea foram

avaliadas, sendo a formulação 1 aquela contendo 0,15% de goma guar, 0,15%

de goma carragena e 1,5% de amido resistente; a formulação 3, contendo

0,3% de goma carragena e 1,5% de amido resistente e a formulação 4, que

continha 0,15% de goma guar, 0,15% de goma carragena e 3,0% de amido

resistente. Nas figuras 11 e 12 são apresentados os resultados obtidos nas

avaliações quanto ao sabor e textura das amostras avaliadas.

Page 72: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

72

Sabor

05

101520253035

Gostei

extr

emam

ente

Gostei

mui

to

Gostei

regu

larm

ente

Gos

tei li

geira

men

te

Nem g

oste

i, ne

m d

esgo

stei

Desgo

stei

lige

irament

e

Desgo

stei

regu

larm

ente

Desgo

stei m

uito

Desgo

stei e

xtrem

amen

teN

úm

ero

de

Pro

vad

ore

s

Ensaio 1(0,15%C+0,15%G+1,5AR)

Ensaio 3(0,3%C+1,5%AR)

Ensaio 4(0,15%C+0,15%G+3,0%AR)

Figura 11. Resultados obtidos nas avaliações sensoriais para a aceitabilidade

do sabor das sobremesas lácteas.

Textura

0

5

10

15

20

25

30

Gostei e

xtremamente

Gostei m

uito

Gostei re

gularmente

Gostei l i

geira

mente

Nem goste

i, nem

desgoste

i

Desgoste

i ligeira

mente

Desgoste

i regula

rmente

Desgoste

i muito

Desgoste

i extr

emamen

te

mer

o d

e p

rova

do

res

Ensaio 1(0.15%C+0,15%G+1,5%AR)

Ensaio 3(0,3%C+1,5%AR)

Ensaio 4(0,15%C+o,15%G+3%AR)

Figura 12. Resultados obtidos nas avaliações sensoriais para a aceitabilidade

da textura das sobremesas lácteas.

Os valores médios resultantes das notas atribuídas pelos provadores para o

sabor e a textura das amostras são apresentados na tabela 12. Estes

resultados mostram que os provadores não rejeitaram a formulação que

continha maior percentual de amido resistente. Já as médias de preferência da

Page 73: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

73

textura mostram que as amostras 1 e 4 que continham as gomas guar e

carragena em sinergia foram as que apresentaram maior nota.

Tabela 12 - Valores médios resultantes das notas atribuídas pelos provadores

para o sabor e a textura das sobremesas lácteas.

Amostra Média de preferência Média de preferência

do sabor Da textura

1 (0,15% carragena,

0,15% guar,1,5% amido

resistente)

6,50a 6,20a

3 (0,3% carragena;1,5%

amido resistente)

6,79a 6,04b

4 (0,15% carragena,

0,15% guar;3% amido

resistente)

6,71a

6,23a

Onde: letras iguais na mesma coluna indicam a existência de diferença não

significativa ao nível de 5% de significância.

Estes resultados mostram que a presença das gomas guar e carragena

e consequente sinergia entre elas promoveram a percepção de textura por

parte dos provadores a despeito do teor de sólidos, conforme havia sido

verificado nas determinações de viscosidade e de perfil de textura realizadas

neste trabalho. Soukoulis et. al., (2008) verificaram a funcionalidade de alguns

hidrocolóides e suas misturas com k-carragena na qualidade de

armazenamento de sorvete de baunilha e observaram que quanto maior o teor

de hidrocolóides, melhor o sabor da baunilha foi percebida. Da mesma forma, o

aumento de hidrocolóides melhorou a textura organoléptica percebida nos

sorvetes elaborados por eles.

Page 74: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

74

6. CONCLUSÕES

As formulações que continham as gomas guar e carragena

apresentaram melhores resultados de textura na sobremesa láctea quando

comparados aos espessantes gelatina, agar; e xantana.

A sinergia entre as gomas guar e carragena com alta concentração de

amido resistente (3%) promoveu maiores valores de textura (F/D) para a

sobremesa.

Na analise de sinerese, observou que a redução da sinerese ocorreu na

amostra contendo alto teor de amido resistente (3,0%) e com as gomas

carragena e guar em sinergia.

Em relação a viscosidade, a ação sinérgica das duas gomas na

sobremesa (0.15% goma guar e 0,15% de goma carragena) contribuíram

diretamente para maior viscosidade aparente.

O aumento da concentração do amido resistente de 1,5% para 3,0%

influenciou a concentração de Bifidobacterium nos produtos (p < 0,05) em 63

dias de armazenamento a 10ºC, mostrando que a população de bifidobactérias

foi mais alta na sobremesa com maior concentração de amido resistente

(3,0%).

A análise sensorial de textura mostra que as sobremesas preparadas

com as gomas guar e carragena em sinergia foram as que apresentaram maior

nota.

Page 75: Desenvolvimento de Sobremesa Láctea Simbiótica

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