capa nova fots robotica

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1 FBTS EM REVISTA Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011 Ano 3, Número 6 - Agosto de 2011 Distribuição Gratuita

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1 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Ano 3, Número 6 - Agosto de 2011 Distribuição Gratuita

Page 2: Capa Nova Fots Robotica

2 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

FBTSGarantindo qualidade

aos técnicos e aos produtosda construção soldada

Anuncie na FBTS em RevistaO ponto de solda que faltava ao mercado

Contato: (21) 2215-2245 / 2262-9401E-mail: [email protected] / [email protected] Rocha

Page 3: Capa Nova Fots Robotica

3 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Sumário FBTS em ReviSTa Ano 3, Número 6 - agosto de 2010

Expediente

FBTSRua Primeiro de Março,23 – 6o, 7º e 17º Andar – Centro Rio de Janeiro – RJCep 20010-000 | Telefone: 2505-5353

CONSELHO DIRETOR

Diretor PresidenteSolon Guimarães FilhoDiretor Vice-PresidenteLaerte Santos Galhardo

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOSolon Guimarães Filho (ABENDI) - Sérgio DamascenoSoares (Suplente ABENDI) - Laerte Santos Galhardo(PETROBRAS) - José Luiz Rodrigues da Cunha ( SuplentePETROBRAS) - Cesar Moreira (SIMME/RJ) - Douglas Robin-son Martins (Suplente SIMME/RJ) - Gilson Freitas Coelho (ABDIB) - Renato Teixeira de Freitas (ABEMI) - Valdir Lima Carreiro (Suplente ABEMI) - José Luiz do Lago (CIRJ) - Car-los Henrique Moreira Gomes (SINAVAL) - Antonio Mauro Miranda Saramago (Suplente SINAVAL) - Maria Lúcia Telles (SENAI/RJ) - Maurício Ogawa (Suplente SENAI/RJ)

CONSELHO CONSULTIVO- José Luiz Fernandes (CEFET/RJ) - Glauco ColepícoloLegatti (PETROBRAS) - Raymundo de Oliveira (UFRJ) -José Fantine (COPPE/UFRJ).

CONSELHO FISCALOscar Felizzola Souza (PETROBRAS) - José EduardoCatelli Soares de Figueiredo (ABEMI) - Ronaldo LowdesCorrea Fracalacci (SIMME/RJ) - Laerson de FrançaSantos (SINAVAL) - Rosana Lopes (ABENDI)

CONSELHEIROS BENEMÉRITOS- Maurício Medeiros de Alvarenga - Maria Aparecida Stallivieri Neves - José Paulo Silveira - Orfila Lima dos Santos - Ubirajara Quaranta Cabral

SUPERINTENDENTES EXECUTIVOSDepartamento de Certificação da QualidadeJosé Alfredo Bello Barbosa,Telefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento de CursosMarcelo Maciel PereiraTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento de Gestão TecnológicaMarcelo Maciel PereiraTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento Administrativo e FinanceiroMaristela Medeiros da CunhaTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

Departamento de Desenvolvimento TecnológicoJosé Alfredo B. BarbosaTelefone: 2505-5353 / E-MAIL: [email protected]

REDAÇÃO , PRODUÇÃO E COMERCIALI zAÇÃOPlaneja e Informa Comunicação e MarketingRua Santa Luzia no 799, Grupo 1004, Centro -Rio deJaneiro/RJ - CEP.: 20.030-041

Contatos:E-mail: [email protected]@fbts.org.br(21) 2215-2245 / 2262-9401

Jornalista Responsável:Carlos Emmiliano Eleutério MTB-RJ 12.524

Projeto gráfico e direção de arte:João Paulo Sampaio ([email protected])

Fotografia:Alexandre Loureiro / Joberto Andrade / Agência BR /Agência Petrobrás / Agência O Globo

Departamento comercial:Vera Rocha - (21) 2262-9401

PETRÓLEO E GÁS

Mercado da soldagem Tecnologia

Bruna do Nascimento

Editorial ......................04

Ponto a ponto .............. 05

Prêmio aos melhores .. 06

Cursos FBTS ................12

Livro ............................ 19

Empresa destaque ...... 20

Coteq ...........................48

Mão de obra e tecnologia são os maiores desafios da indústria nacional para atender as demandas do segmento de petróleo e gás

Bom humor, vocaçãoe satisfação profissional – a receita de Dirce Rosa para realizar um bom trabalho na FBTS

Página

32

Robótica na soldagem

cReScimenTo do PaíS alavanca a economia e emPuRRa SeToR de Solda PaRa o deSenvolvimenTo Tecnológico

BRaSil ainda enFRenTa BaRReiRaS PaRa avançaR na uTilização da Solda auTomaTizada

Janaina Carvalho

Desenvolvimento tecnológico

Bruna do Nascimento

Página

42

Página

17Página

36CAPAinveSTimenToS da cadeia de óleo e gáSmovimenTam o SeToR de Soldagem naBuSca PoR novaS TecnologiaS

Página

24

Estimativas do mercado indicam que 20% dos inves-timentos anunciados pela Petrobras estão ligados à soldagem. Será que a cadeia nacional de fornecedores está pronta para absorver esse impacto?

Nossa gentediRce FeRReiRa

aS oPoRTunidadeS do PRé-Sal

E MAiSJuliana Guimarães

Juliana Guimarães

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4 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

Editorial Solon guimaRãeS Filho Presidente da FBTS

O fator predominante para a conquista desta opor-tunidade se dá na escolha da autoria do Projeto Básico.

Desta forma, torna-se indispensável que a enge-nharia básica do conteúdo nacional, seja elaborada não apenas no Brasil, mas por entidades natas brasileiras, conhecedoras de todas as potencialidades existentes no país. Caso contrário, po-deremos estar sob a ameaça de um novo processo de esvaziamento ou alijamento da nossa engenharia.

A atuação da Engenharia Básica do CENPES é um exemplo autentico da capa-citação brasileira no setor. O seu acervo de realizações, já tornado público é um atestado inequívoco, nas áreas de óleo, gás e empre-endimentos offshore. Há, portanto, no país, um mo-delo de sucesso que poderá inspirar atuações semelhan-tes com o fortalecimento da engenharia brasileira, num sentido amplo e consequen-temente um importante componente ao real desen-volvimento nacional.

custo do segmento da soldagem representa uma fatia bastante ex-pressiva em qualquer

empreendimento das áre-as de óleo, gás e da indús-tria naval.

Os investimentos já anun-ciados para essas áreas, nos próximos 5 anos, são bastante significativos e jamais foram praticados em período tão curto.

É justa a preocupação e os esforços da engenharia brasileira (consultiva, bens de capital e serviços) na busca do aumento da sua produtividade e redução dos seus custos, através de soluções inovadoras que lhe assegurem maior competiti-vidade internacional.

A FBTS, em particular, já vem adotando um modelo de crescimento estrutura-do em uma nova carteira de projetos estratégicos, concebida em conjunto com toda a rede de valor do setor de soldagem do país, alinha-da com o mesmo objetivo.

A exploração e o desen-volvimento da produção de óleo e gás a partir das

Conteúdonacional

O poder da engenhariabásica para garantir

Ocamadas do pré-sal assume uma especial importância por assegurar uma conti-nuidade de elevados níveis de investimentos, por longo período. Desta forma, o va-lor investido pela indústria em inovação e pelos pres-tadores de serviços, com a utilização de equipamentos de alto rendimento e a apli-cação de novos processos construtivos, seriam alta-mente compensadores, com ganhos em produtividade, redução dos custos e encur-tamento de prazos.

O chamado conteúdo nacional, um dos fatores objeto de julgamento das propostas em futuros lei-lões de blocos para explo-ração de petróleo na área do pré-sal, assume uma fundamental importância quanto a sua comprovação de autenticidade, nos limi-tes da sua definição, que visa o desenvolvimento da engenharia genuinamente brasileira, podendo, a de-pender disso, representar ou não uma oportunidade ou, de outra forma, uma ameaça concreta.

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5 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Ponto a Ponto

Local: Expor Center Norte, São Paulo- SPPeríodo: 18 a 21/10/11Este é o grande evento da área de processamentos de chapas e tubos metálicos, Corte & Conformação de Metais reunirá

n Acesse o Site da FBTSem www.fbts.org.br e conhe-ça a programação para 2010.

Novos telefones do Departa-mento de Cursos:(21) 2505-5323 / (21) 2505-5332,

BRAzIL WELDING SHOW

Local: Expo Center Norte, São Paulo – SPPeríodo: 18 a 21/10/11A primeira feira exclusivamente voltada para a área de soldagem no país, a Brazil Welding Show, acontecerá simultaneamente ao Corte & Conformação de Metais 2011. A feira apresentará as últimas novidades em soldagem a laser, por fricção, a ponto, Tig,

MIG/MAG e de pinos, além de soldobrasagem, união por pressão e adesivagem. O evento ainda conta com a realização de um congresso técnico, que terá apoio da Sociedade Alemã de Soldagem (Deutscher Verband für Schweissen und verwandte Verfahren e. V., DVS), instituição parceira da Messe Essen na realização da feira alemã Schweissen & Schneiden – a maior do mundo na área de soldagem.

FBTS em ReviSTa Cartas, e-mails, notas e agenda

CONSOLDA 2011

A XXXVII edição do Congresso Nacio-nal de Soldagem (Consolda 2011), com sede na cidade de Natal (RN), acontecerá de 3 a 6 de outubro, no Imirá Plaza Hotel.Realizado pela Associação Brasileira de Soldagem (ABS), o Consolda 2011 contará com apresentações de artigos científicos, pôsteres, estudo de casos, premiações, debates de temas estra-tégicos, palestras de especialistas con-vidados (nacionais e internacionais), workshop empresas x pesquisadores, exposição de equipamentos e servi-ços, dentre outras atividades.Tendo em vista a importância estra-tégica para o Brasil do desenvolvi-mento e da aplicação de tecnologias voltadas para a fabricação, inspeção e a manutenção de dutovias utiliza-das no transporte de petróleo & gás, minério, álcool, água, dentre outros insumos, o Consolda terá como tema central de discussão as “Tecnologias aplicadas à soldagem de dutos”.

TERMOTECH 2011 - III FeiraIndustrial de Tecnologias Térmicas

Local: Centro de Exposições Imigran-tes, São Paulo, SPData: 04 a 06/10/2011 Reúne as novidades dos setores de equipamentos, componentes, peças, acessórios e consumíveis, beneficia-mentos e serviços em geral relacio-nados às tecnologias térmicas.

Feiras

FBTS Programação / cursos

Eventos

(21) 2505-5339 / (21) 2505-5340.

Departamento deCertificação da Qualidade >Novos telefones:(21) 2505-5329, (21) 2505-5330 e (21) 2505-5320

todos os profissionais do setor: especialistas, usuários e fornecedores de tubos, solda, tratameto de superfície, máquinas, ferramentas, acessórios, sistemas de apoio, software, entre outros.

CORTE E CONFORMAÇÃO DE METAIS 2011

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cadeia de FoRnecedoReS Reage ao deSaFioÓleo e gás

Petrobras premia fornecedores em busca da inovação

Prêmio Bacia de Campos estimula a

Qualidade

egundo a companhia, o principal objetivo com a premiação é aprimorar a gestão das empresas

e alinhar as diretrizes para o aprendizado contínuo e o crescimento de ambas as partes. Na cerimônia de entrega do Prêmio, realizada em Macaé, foram home-nageadas as 12 empresas de serviços e nove de bens que mais de destacaram, no período de julho de 2009 a junho de 2010.

A lista dos concorrentes foi gerada a partir do Siste-ma Integrado de Gestão da Petrobras que filtra, dentre todas as empresas cadas-

tradas na Bacia de Campos, aquelas que atendem aos critérios básicos de partici-pação, de acordo com cada categoria. “A parceria agre-ga à Petrobras o excelente relacionamento com as em-presas para que os serviços

s

demandados sejam atendi-dos e as operações sejam realizadas e concluídas sem danos para a companhia e para o Brasil”, afirma o Gerente de Contratação de Bens e Serviços da Unidade Operacional Bacia de Cam-pos, Reinaldo Costa Silva.

Na área de bens, as empre-sas são divididas em três cate-gorias (Pequenos Contratos, Médios Contratos e Contratos de Longa Duração (Globais)) e avaliadas por sua competiti-vidade, desempenho, análise dos clientes, consultas aos demais órgãos de compras da empresa, entre outros. No setor de serviços, existem quatro categorias: Pequenos, Médios e Grandes Contratos, além de Rodízio de Fornece-dores. Para a classificação são considerados o desempenho das empresas em relação aos contratos vigentes, a taxa de freqüência de acidente, a quantidade de multas e o investimento em capacitação

Como reconhecimento pelo empenho das empresas na melhoria de seus serviços e investimento na capacitação de seus profis-sionais, a Petrobras criou o “Prêmio Petrobras Bacia de Campos – Melhores Fornecedores de bens e serviços 2010”. Na última edição concorreram ao prêmio cerca de 200 empresas presta-doras de serviços e 500 fornecedores de bens.

”“

Os critério para a premiação

pela Petrobras são realmente

rigorosos, mas são possíveis de serem

cumpridos

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7 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

ara a Petrobras, o Prêmio Bacia de Campos – Melhores Fornecedores de bens e serviços 2010 é fundamental para incentivar seus fornecedo-

res, o que se reflete na excelência do serviço pres-tado à população brasileira e mundial. A cada ano, segundo a Petrobras, a qualidade e o cumprimento

Para as vencedoras, a pre-miação representa, além da possibilidade de novas parcerias, o reconhecimento no mercado. “A qualidade de nossos serviços juntamente com a busca continua de melhoria de nossos pro-cessos, pronto e excelente atendimento, flexibilidade de utilização são alguns dos

diferenciais que renderam o prêmio à Protubo”, garante Guilherme Amorim, analista de Negócios Pleno da Primus Processamento de Tubos S/A – Protubo, empresa de soluções integradas para projetos de tubulações in-dustriais.

A Protubo é uma das maiores fornecedoras de

curvas especiais e conexões em aço fabricadas pelo processo de curvamento por Indução de Alta Fre-quência da América Latina e também na aplicação de revestimento anticorrosivo à base de polietileno. “Essa premiação é o reconheci-mento de uma excelência em diversos requisitos ava-

Ganho dobrado para as empresas

P dos requisitos mostra um patamar evolutivo superior. “O processo de premiação da Petrobras faz com que os seus fornecedores continuem se empenhando para aprimorar os seus processos e isso lhes traz mais possibilidades de permanência no cadastro”, explica Reinaldo.

Trofeu entregue na categoria de melhores fornecedores de bens

Em busca da qualidadeda mão de obra por meio de treinamentos comprovados.

Segundo o gerente de Bens e Serviços da Petrobras, Rei-naldo Costa Silva, o prêmio é uma honra para as em-presas que o obtêm, porém ele lamenta a ausência de companhias que atuam em contratos maiores. “Não con-seguimos premiar empresas de maior porte porque elas não conseguem atender os nossos critérios e isso já acon-tece há anos”, afirmou Reinal-do. Ele explica que os critérios são realmente rigorosos, mas que são possíveis de serem cumpridos.

Janaina Carvalho

Foto Divulgação

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liados, e uma projeção de sermos um dos melhores fornecedores da rede BR”, destaca Guilherme.

Segundo a Protubo, o prêmio ajuda a divulgar os atuais trabalhos e novas tec-nologias que a empresa está desenvolvendo. Atualmen-te, o curvamento com raios a partir (1,5D), responsável pela eliminação dos pon-tos de solda na fabricação das linhas e o serviço de cladeamento com ligas de inox, que consiste no reves-timento interno de tubos de aço com ligas metálicas an-ticorrosivas, aumentando a resistência do tubo original contra a corrosão, são pro-cessos nos quais a Protubo está concentrando suas for-ças. “Nossa expectativa ao longo deste ano é divulgar a empresa de forma mais ex-pansiva e sempre aliada aos 35 anos de experiência no mercado, com os serviços de curvamento por indução, revestimento em polietileno linear de baixa densidade e pioneiramente com o serviço de cladeamento”, ressalta Guilherme.

PonsiConcorrendo com mais de

500 empresas fornecedoras de bens, a Ponsi Válvulas ficou em segundo lugar na categoria Médios Contra-tos, ficando, pelo quarto ano consecutivo, entre os três melhores fornecedores

do Prêmio Petrobras Bacia de Campos. “Atribuímos este mérito à qualidade dos produtos fornecidos à Petrobras, com índice zero de rejeição, aliada ao atendimento personalizado prestado aos compradores e diligenciadores, sempre buscando as melhores con-dições de preço, prazo de entrega e alternativas téc-nicas para atendimento às mais diversas necessidades dos usuários finais”, ressalta Marcos Ponsirenas, diretor geral da Ponsi.

Além disso, ao longo de 2010 a empresa ampliou seus estoques para um aten-dimento just-in-time às de-mandas da Petrobras. Com isto, foi possível reduzir o

tempo de espera para entre-ga de válvulas esfera, elimi-nando as preocupações da companhia com relação a este item em suas paradas de produção. O objetivo foi alcançado e, desde então, a Ponsi se tornou sinônimo de excelência no atendimento com curtos prazos de entre-ga e preços extremamente competitivos no mercado nacional.

Para a empresa, os avan-ços de investimentos da Petrobras representam no-vas oportunidades para a inserção dos seus produtos e serviços, buscando tornar a Ponsi líder também nos no-vos segmentos que pretende disponibilizar no mercado Brasileiro. A empresa apre-

cadeia de FoRnecedoReS Reage ao deSaFioÓleo e gás

A Ponsi ampliou seus estoques para atender as demandas da Petrobras

Foto Divulgação Ponsi válvulas

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9 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

senta sua linha de produtos desenvolvidos para os mais diversos tipos de aplicações nas áreas de petróleo e gás, químicas, petroquímicas, saneamento, entre outros. Segundo a empresa, além de fornecer produto de ex-celente qualidade, um dos maiores diferenciais da Ponsi é possuir uma equipe de ven-da composta por engenhei-ros e técnicos especializados, com larga experiência no segmento de válvulas, o que possibilita o auxílio ao cliente avaliando as solicitações e in-dicando a válvula certa para a sua aplicação.

A premiação fez com que a empresa impulsionasse a ampliação da linha de pro-dutos, buscando trazer para a Petrobras novas válvulas como, por exemplo, do tipo globo, gaveta e retenção for-jadas, onde o mercado ain-da encontra-se deficitário. Com essa visão, a Ponsi está se preparando para acom-panhar a Petrobras neste crescimento que está sendo apontado para os próximos anos, com a duplicação de nossa estrutura atual e con-sequentemente do estoque de produtos acabados para pronta entrega.

Hideo Nakayama Uma das líderes mundiais

na fabricação de detectores de gases e sensores, a Hideo Nakayama foi a grande ven-cedora da categoria Peque-nos contratos de fornece-dores de serviços. Reconhe-cida por oferecer serviço de excelência na manutenção e calibração de detectores de gases portáteis e fixos, a Hideo Nakayama já recebeu a premiação outras quatro vezes, sendo três vezes con-secutivas na categoria Cristal. Em 2008 ficou em primeiro lugar, em 2007 conquistou o segundo e em 2006, mais uma vez, o primeiro lugar. “Acredito que por trabalhar-mos apenas com detectores de gases, diferentemente de outros fornecedores de detectores de gases que também revendem outros EPIs como capacetes, respi-radores autônomos, botas, entre outros, nós pudemos nos especializar no produto e oferecer aos nossos clientes agilidade na manutenção e calibração de seus detecto-res, além de know-how téc-nico especializado”, explica a gerente Hideko Nakayama.

Sobre o motivo que levou a empresa a conquistar o prêmio mais uma vez, Hi-deko garante que a filosofia e a forma de trabalho da empresa são os grandes diferenciais. Segundo ela, uma das maiores preocupa-ções é sempre melhorar o

Em busca da qualidade

Hideo Nakayama e Hideko Nakayama premiados pela quinta vez

Foto Divulgação

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cadeia de FoRnecedoReS Reage ao deSaFioÓleo e gás

atendimento e prazo, o que para companhias de grande porte como a Petrobras é fundamental. “A premiação da Petrobras é uma ótima forma de estimular e motivar os fornecedores a tentarem sempre exceder ou melhorar a qualidade do seu padrão de atendimento. Além de ser útil como ferramenta de divulgação de nossos servi-ços, já que a Petrobras é uma companhia tão conceituada”, explica Hideko, ressaltando que a empresa está esperan-çosa e apostando no pré-sal e nas novas plataformas da Petrobras.

A Hideo Nakayama é dis-tribuidora dos detectores de gases da marca Riken Keiki, que desenvolve e fabrica seus próprios sensores. O custo de aquisição dos de-tectores e sua manutenção (troca de células sensoras) é um dos mais econômicos nacionalmente e mundial-mente. Além disso, a Riken Keiki anualmente lança um novo produto e, segundo a Hideo, haverá novidades em 2012 no que diz respeito a detectores multigás com qualidade e tecnologia japo-nesa. No entanto, o projeto ainda é segredo.

VarcoA NOV Tuboscope, que

no Brasil é representada e conhecida como Varco In-ternational do Brasil Equi-pamentos e Serviços Ltda, uma das divisões do Grupo

National Oilwell Varco, é mundialmente reconhecida pelos serviços de inspeção e manutenção de equipa-mentos e ficou em primeiro lugar na categoria Grandes Contratos. Com experiência comprovada e tecnologia de ponta, em 2006 a empresa entrou na área de manuten-ção de equipamentos críticos, categoria na qual se enquadra

o Riser de Perfuração, o que se tornou um dos grandes di-ferenciais para a conquista do prêmio. “Visamos maximizar a lucratividade dos projetos de nossos clientes utilizando treinamentos de nossos cola-boradores e desenvolvendo técnicas e equipamentos para otimizar as atividades com menor custo ao nosso cliente final”, explica o gerente de Desenvolvimento de Negó-cios Wagner Carmo.

Assim como a maioria das vencedoras, o prêmio de 2010 não foi o primeiro conquistado pela Varco. No ano anterior, ela ficou em terceiro lugar nessa mesma categoria. “Com o primeiro lugar em 2010, a maior par-te de nossa expectativa para 2011 se tornou realidade, ”

“As empresas agora estão esperançosas

e apostando no pré-sal e nas novas plataformas para ampliar os seus

negócios

A esquerda, Marcos Ponsirenas, diretor geral da Ponsi, recebendo o prêmio

Foto Divulgação

Page 11: Capa Nova Fots Robotica

11 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Em busca da qualidade

pois conseguimos ser vistos por outras empresas, onde algumas destas se tornaram nossas clientes, nesta ou em outra atividade que desem-penhamos”, afirma Wagner, antecipando que também em função da premiação da Petrobras, a Varco está conseguindo ampliar a di-vulgação de suas atividades no mercado nacional.

Entre os novos projetos da empresa está a construção de uma nova Base em Ma-caé, exclusiva para efetuar revestimento internos de tubulares, visando as ativida-des de perfuração, incluindo

o pré-sal, e as atividades de produção, focada na melho-ria do escoamento. A empre-sa também está introduzindo no Brasil outro processo de revestimento de tubulares, denominado TK-Line. Nele são utilizados como parte do revestimento tubos em fibra de vidro. Outro produto que está sendo introduzido no Brasil pela Varco é o processo de inspeção de tubulares di-reto na boca do poço de ter-ra (on-shore). Esta inspeção é feita durante a retirada dos tubos do poço, o qual passa dentro de um equipamento denominado wellcheck.

Área de estoque da Varco, também premiada pela Petrobras

GRANDES CONTRATOS1° – Varco International do Brasil Equi-pamentos e Serviços Ltda.2° – TSL – Engenharia, Manutenção e Preservação Ambiental Ltda.3° – Serviços Marítimos Continental S/A

MéDIOS CONTRATOS1° – Prysmian Energia Cabos e Sistemas do Brasil S/A2° – Unicontrol Automação Ltda.3° – V&M do Brasil S/A

PEQUENOS CONTRATOS1° – Hideo Nakayama Importação Expor-tação Industrial Ltda.2° – Smiths Brasil Ltda. – Divisão John Crane3° – Primus Processamentos de Tubos S/A – Protubo

RODízIO1° – Sollaxnews Ships Service Ltda.2° – Cimeq Centro Integrado de Metro-logia e Qualidade Industrial Ltda.3° – Emerson Process Management Ltda.

FORNECEDORES DE BENS

PEQUENOS CONTRATOS1° – Sermap Comércio e Serviços Ltda.2° – Diagonal Comércio Indústria e ServiçosLtda.3° – Dimopel Distribuidora de Motores e PeçasEletrônicas Ltda.

MéDIOS CONTRATOS1° – Weatherford Indústria e Comércio Ltda.2° – Ponsi Representações e Comércio de Válvulas Ltda.3° – Christensen Roder Produtos e Ser-viços dePetróleo Ltda.

CONTRATOS DE LONGA DURAçãO1° – Paper–Rio Comércio de Artigos de Papelaria Ltda.2° – Confab Industrial S/A3° – Cia. Brasileira de Amarras Brasila-marras

FORNECEDORES DE SERVIçOS

Foto Divulgação varco

Page 12: Capa Nova Fots Robotica

12 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

inspeção de equipa-mentos é fundamen-tal, pois além de gerar um tempo maior de

funcionamento dos equi-pamentos, evita a necessi-dade de parar a todo ins-tante, gerando economia de trabalho, de recursos e, consequentemente, uma demanda do mercado por esse tipo de profissional.

Quando realizada por profissional capacitado, a inspeção de equipamen-tos também evita inúmeros transtornos. “Uma inspeção

Cursos - FBTS

mal feita pode ocasionar em perda de vidas humanas, tanto de empregados quanto da população que vive no en-torno. Sem contar a perda de patrimônio físico da unidade industrial (equipamentos), parada de produção e conta-minação do meio ambiente (fauna e flora)”, adverte o engenheiro Henrique Cezar Alves Mendes, responsável técnico pelos cursos de Ins-petor de Equipamentos.

A estrutura do curso está dividida em cinco módulos, com algumas disciplinas

agrupadas. O aluno adquire conhecimento no desenrolar do curso. No primeiro mó-dulo são transmitidos os co-nhecimentos básicos de um processo de refino, a impor-tância e responsabilidades do inspetor de equipamen-tos, noções de segurança industrial, normatização, dentre outras. Este primeiro módulo é chamado de “co-nhecimentos básicos”.

No segundo módulo, o aluno vai adquirir “conheci-mentos específicos”, quando aprenderá tudo sobre os materiais de uma maneira geral, desde metalurgia, en-saios mecânicos, soldagem, materiais metálicos, não metálicos e até refratários. Já no terceiro módulo entram as disciplinas ligadas aos da-nos aos equipamentos, seus controles e proteção, tais como: corrosão e seu mo-

Nos últimos anos, o Brasil ganhou destaque nas áreas de petróleo, gás, petroquímica, química e farmacêutica e, justamente para atender a demanda do mercado nessas áreas, tornou-se essencial a formação de mão de obra qualificada. Exatamente com esse objetivo, há cerca de 12 anos a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS) implantou o curso de Inspetor de Equipamentos e vem sendo res-ponsável pelo ingresso de profissionais capacitados nesses setores.

A

Inspeção de EquipamentosUm profissional cada vez mais requisitado que ajuda a evitar surpresas e transtornos

FoRmação, TReinamenTo e caPaciTação de PeSSoal

Page 13: Capa Nova Fots Robotica

13 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

CapacitaçãoPor Janaina Carvalho

Técnico inspecionando equipamento na tancagem de álcool em termelétrica de Juiz de Fora

nitoramento, avaliação de taxas de corrosão, pintura, revestimentos metálicos e não metálicos, inibidores de corrosão e as causas de dete-rioração de equipamentos.

O quarto módulo aborda as técnicas de inspeção nos equipamentos, como os en-saios não destrutivos conven-cionais e não convencionais. O quinto e último módulo trata os equipamentos pro-priamente dito: vasos de pressão, permutadores de calor, tanques de armazena-mento, tubulações e dutos, caldeiras, fornos, torres de refrigeração, inspeção de fabricação e os relatórios de inspeção.

“é um curso bastante completo e possibilita a construção do conheci-

mento que o inspetor de equipamentos necessitará para desempenhar bem a sua função.

De uma maneira geral, ao final do curso o profissional estará habilitado a efetuar e fiscalizar a inspeção dos equipamentos em operação, interpretando e registrando os resultados da inspeção. Pode emitir parecer, acom-

panhar os planos de inspe-ção e elaborar relatórios de inspeção de equipamentos”, explica Marcelo Maciel Pe-reira, Superintendente do Departamento de Cursos, ressaltando que basicamente o inspetor de equipamentos é responsável pela verifica-ção se o equipamento está sofrendo corrosão, se o fun-cionamento está correto e se a inspeção está adequada.

O grau de conhecimen-to adquirido no curso de formação de inspetor de equipamentos é alto e, em função disso, a carga horária é de aproximadamente 582 horas. Mas para não ficar cansativo para os alunos, a FBTS se preocupa com a in-tegração aluno e curso. “Es-tamos muito próximos aos ”

“O cursopermite a construção do conhecimento necessário o inspetor para

desempenhar bem a sua função

Foto agência Petrobras

Page 14: Capa Nova Fots Robotica

14 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

Inspeção de rotina na plataforma semi-submersível P-26

alunos, incentivando-os, en-tendendo suas dificuldades, que, muitas vezes, não estão dentro do curso, e sim no trabalho e na vida particular. Ao mesmo tempo estamos atentos às dificuldades de aprendizado nas disciplinas”, ressalta Marcelo.

Para auxiliar os alunos com maior grau de dificulda-de, a fundação oferece aulas extras de reforço, a fim de nivelar conhecimentos. Para facilitar o processo de apren-dizagem, a FBTS desenvolve os cursos em dias alternados, proporcionando um maior tempo para que os alunos as-similem o conteúdo transmi-tido entre uma aula e outra. O trabalho com professores experientes também é de grande importância, pois eles constantemente repas-sam exemplos práticos e situações vividas por eles, o que estimula o interesse dos alunos. “Aliamos o conheci-mento teórico do módulo com as técnicas aplicadas de inspeção de campo, não somente no Brasil como em outros países, sempre procu-rando ter à frente da turma profissionais técnicos com vasta experiência didática e carreira acadêmica (enge-nheiros, mestres e douto-res)”, explica o engenheiro Henrique.

Depois de formado, o ins-petor de equipamentos está apto a atuar em refinarias e plataformas de petróleo e gás

natural espalhadas por todo território brasileiro. E com a implantação dos SPIE (Servi-ços Próprios de Inspeção de Equipamentos) certificados pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), único acreditado pelo INMETRO no Brasil, ele também pode atuar em petroquímicas, siderúrgicas, químicas, farma-cêuticas, alimentícias etc.

Um dos grandes atrativos da área é a remuneração. Hoje, a média salarial ini-cial é de R$ 3.500,00, além de benefícios em carteira de trabalho no regime CLT. Caso seja PJ (pessoa jurídi-ca) os vencimentos podem

chegar a R$ 8.000,00 na fase inicial de carreira, fora horas-extras a serem re-alizadas e adicionadas ao salário base. No entanto, para ingressar na área é preciso ter aptidões básicas. “é preciso gostar de apren-der, ter aptidão física (boa visão, audição e olfato), não ter medo de espaços confi-nados, alturas, áreas com substâncias tóxicas, explo-sivas, quentes e inflamáveis, ter disponibilidade para tra-balhar em qualquer turno (manhã, tarde, noite) e em regime de embarque (em plataformas e selvas) e saber trabalhar sempre em equi-

Cursos - FBTS FoRmação, TReinamenTo e caPaciTação de PeSSoal

Foto agência Petrobras

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15 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

pe”, aconselha Henrique.Ao contrário do que mui-

tos pensam, a área e o grau de formação acadêmica não influem tanto na qualidade do inspetor de equipamen-tos no mercado de trabalho. Mesmo profissionais que não têm formação em engenha-ria podem ingressar no curso sem receio, pois o importan-te para a área de inspeção será assimilado durante o curso. No entanto, o que se observa na prática é que os alunos que têm forma-ção em engenharia acabam optando por ingressar nos cursos na área de inspeção, para facilitar sua entrada no setor de petróleo e gás, no

cargo de coordenação de equipe, quando certificado. Nesses casos, o salário pode ser maior.

A idade do profissional também não interfere no ingresso no mercado de tra-balho. Nessas horas, o que vale são os anos de estudo, a

experiência de campo e outros cursos de inspeção realizados e certificados. Os profissionais com idade avançada são bas-tante aproveitados nos empre-endimentos e, muitas vezes, chefiam pequenos grupos de inspetores mais novos e com menos experiência. Um grupo que ganha cada vez mais desta-que no meio são as mulheres. Hoje, pelo menos 10% dos alunos que realizam cursos na área correspondem às mulhe-res, que têm faixa salarial igual a dos homens.

Como o aperfeiçoamento profissional é contínuo, os alunos sempre podem com-plementar a formação com cursos e outras certificações. “Não existe para o inspetor de equipamentos os níveis 1 e 2 como tem para o Inspetor de Soldagem, por exemplo. Mas o que orientamos aos nossos alu-nos é que dêem continuidade à carreira e que o curso de Inspe-tor de Equipamentos seja só o começo. Hoje, o mercado exige do profissional um diferencial, um profissional cada vez mais completo, com vários cursos de inspeção, certificações e experi-ência”, diz Marcelo, lembrando que apesar de o curso de Ins-peção de Equipamentos ainda não ter certificação de pessoal, como acontece com os cursos de inspeção de soldagem, dutos terrestres e fabricação, isso não impede que órgãos responsáveis e certificadores como a FBTS ou ABENDI, por exemplo, possam fazê-lo quan-

”“

A área e o grau de formação

acadêmica não influem tanto na qualidade

do inspetor de equipamentos

Henrique Mendes, responsável pelos cursos de Inspetor de Equipamentos

Capacitação

Foto Divulgação

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16 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

do solicitados.A vantagem de se rea-

lizar inspeção nos equi-pamentos é manter em boas condições físicas os equipamentos em opera-ção na unidade industrial, fazendo com consciência e planejamento através dos SPIE e Profissionais Habi-litados (PH) em conjunto

com todos os inspetores en-volvidos, as “paradas ope-racionais”, que costumam ter intervalos em média de 36 meses (médio prazo). E o ‘segredo’ para que as em-presas obtenham esse bom desempenho é ter profis-sionais habilitados e capa-citados, basear-se sempre em normativas vigentes,

ter um histórico do que irá inspecionar, se utilizar de ferramentas auxiliares como inspeções sensitivas e não convencionais, por ensaios não destrutivos (END), ensaios destrutivos em laboratório, análise e distribuição de tensões (software computacional) e monitoramento on-line de variáveis de processo e cor-rosão (instrumentação).

Em 12 anos trabalhando com o curso de Inspeção de Equipamentos, a FBTS teve alguns parceiros que foram fundamentais para o aperfeiçoamento e qua-lidade do curso. “Não po-demos deixar de registrar a ABENDI como uma grande parceira nesta empreita-da. Ao longo destes anos estamos muito atentos às mudanças tecnológicas que acontecem e, em razão disso, podemos afirmar que uma das grandes mudanças do curso ao longo dos anos está no material didático disponível para os alunos. É uma constante atualização e um trabalho incansável”, conclui Marcelo Maciel.Homem trabalhando na plataforma P-53

Cursos - FBTS FoRmação, TReinamenTo e caPaciTação de PeSSoal

Data de início Local Endereço / Parceiros

04/07/11 Vitória (ES) Colégio Renovação

A definir Macaé / RJ A definir

26/07/11 Sede / RJ FBTS

22/08/11 Duque de Caxias / RJ Sampling

20/09/11 Sede / RJ FBTS

22/11/11 Sede / RJ FBTS

TURMAS DO 2º SEMESTRE - INSPEçãO DE EQUIPAMENTOS

Foto agência Petrobras

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17 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Suporte administrativo

Dirce Rosa Ferreira da Silva

a Maristela, que me ajudou demais aqui na Fundação”, reconhece Dirce, enfatizando que hoje a parceria formada pelo grupo é fundamental para o bom andamento das tarefas do departamento.

O bom ambiente de traba-lho e a satisfação dos funcio-nários fazem com que a FBTS se torne a extensão da casa de cada um. Segundo Dirce, é muito comum estar em casa nos finais de semana e atender o próprio telefone celular com a frase: “FBTS, bom dia”. Mais que uma questão de costume, a forma com que a empresa lida com os funcionários faz com que todos dêem o melhor de si, na opinião da funcionária. “Essa aqui é minha casa, por isso cuido dela com tanto zelo”, explica.

Mas como qualquer profis-

unca perco prazos, te-nho cuidado com datas de vencimento e realizo minhas tarefas com mui-

ta responsabilidade, afinal, tenho a chave do cofre”, ressalta Dirce, com o bom humor que lhe é peculiar.

Com o incentivo da supe-rintendente de seu depar-tamento, a assistente admi-nistrativa fez diversos cursos oferecidos pela FBTS o que, para ela, foi fundamental para se tornar uma profis-sional ainda mais completa. “Sou cercada de ótimos pro-fissionais, desde o Mauro, que é nosso contínuo, até

Pratada casa

Janaina Carvalho

Administrar pagamentos, não perder prazos, negociar débitos de alunos, dar baixa em cartões de crédito e executar tarefas da parte financeira da FBTS são funções que há 15 anos dão grande prazer a assistente administrativa Dirce Rosa Ferreira da Silva, 53 anos.Mesmo sendo uma das funcionárias mais antigas da Fundação, ela procura realizar suas tarefas com a mesma dedicação do início e, sempre que possível, ainda busca se reciclar e aperfeiçoar. “Meu trabalho me dá muita satisfação.

N

Nossa Gente com Bom humoR e SaTiSFação

diRce RoSa FeRReiRa da Silva | aSSiSTenTe adiminiSTRaTiva

Foto alexandre loureiro

Há 15 anos na FBTS, Dirce aposta na vocação e na satisfação profissional para realizar um bom trabalho

“”

Mais que um costume, a forma

com que a empresa lida com os

funcionários leva todos a darem o

melhor de si

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18 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

sional, mesmo sendo exem-plar na execução de suas tarefas, Dirce já cometeu deslizes, mas imediatamente conseguiu contornar a situa-ção. Responsável pelo paga-mento dos auxiliares de ser-viços gerais, uma sexta-feira, dia do pagamento da quinze-na desses funcionários, Dirce largou o expediente sem se dar conta que havia deixado de efetuar o pagamento. Uma hora depois, já perto de casa, ela lembrou e ficou apavorada pela possibilidade de prejudicar alguma daque-las pessoas. No sábado pela manhã bem cedo, mesmo sendo sua folga, Dirce foi até a Fundação realizar os pagamentos.

Além do apoio e confiança de sua chefe, Dirce conta também com um grande ‘braço-direito’ no seu dia a dia – o contínuo Mauro. “Ele nunca volta da rua com algo por fazer. Dá conta do recado e conhece o trabalho como ninguém”.

A poucos anos de se apo-sentar, a assistente admi-nistrativa não pretende deixar a FBTS. “Fazer o que a gente gosta é um prazer. Não me vejo fazendo outra coisa e olha que tentei”, lembra Dirce ao fazer uma retrospectiva da sua vida profissional antes da Fun-dação. Ainda na adolescên-cia, ela resolveu ingressar na área de saúde e fez curso técnico de enfermagem. Exerceu a profissão por seis anos, mas a dura realidade dos hospitais públicos fez com que ela abandonasse a profissão. Foi então que

surgiu a oportunidade de prestar concurso público para inspetora da Funabem. A experiência também não foi boa para Dirce, que diz ter visto coisas que hoje prefere não lembrar.

Nessa mesma época, ela foi trabalhar na União dos Escoteiros do Brasil, onde co-nheceu a Maristela, que era voluntária E estava iniciando na FBTS. “Quando fui chama-da, não pensei duas vezes. Quando entrei na Fundação éramos 16 funcionários e desde aquela época sabia que era o que eu queria para minha vida”, enfatiza Dirce. O crescimento e evolução da FBTS também são motivo de orgulho. “Quando saímos de um pequeno espaço que ocupávamos no prédio do Senai e ocupamos o sétimo andar todo desse prédio, foi que me dei conta que estávamos expandindo, que o crescimento da Fundação podia ser percebido clara-mente”, concluiu.

Nossa Gente

“”

Além do apoio e confiança de sua

chefe, Dirce conta também com um grande ‘braço-

direito’ - o contínuo Mauro

com Bom humoR e SaTiSFação

diRce RoSa FeRReiRa da Silva | aSSiSTenTe adiminiSTRaTiva

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19 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Consulta técnica

Livro da solda da AWS

pioneira na soldagem desses aços no Brasil.

O volume 4 apresenta a soldagem de aços carbono, baixa, média e alta liga além dos ferros fundidos e da soldagem subaquática. O autor trata da soldagem dos aços inoxidáveis duplex baixa liga (lean duplex), duplex, superduplex e hiperduplex por diferentes processos e as transformações de fase que alteram suas propriedades.

De acordo com Brandi, que é o Coordenador Acadêmico do Curso de Especialização em Engenharia da Soldagem que é realizado na USP em parceria com a FBTS, estas ligas têm grande potencial

de aplicação em áreas como a construção civil, a indústria do papel e celulose, a indús-tria química e a indústria do óleo e gás, em particular no Pré Sal, entre outras.

O livro é usado, mundial-mente, no ensino de gra-duação, pós-graduação e na atividade profissional, principalmente nas áreas de engenharia civil, mecânica, química, naval, metalurgia e materiais. Com 760 páginas e inúmeras ilustrações, a 9ª edição do Welding Handbook Volume 4 – Materials and applications – Part 1 foi publi-cada em 2011 pela American Welding Society (AWS), com sede nos Estados Unidos.

engenheiro metalurgista Sérgio Duarte Brandi, professor associado do Departamento de En-

genharia Metalúrgica e de Materiais da USP, é um deles. Ele foi convidado a escrever sobre o tema “Aços inoxidá-veis duplex”.

O texto produzido por ele é resultado de um apanhado de teses, dissertações, tra-balhos de formatura, artigos nacionais e internacionais de seus orientados, que foram produzidos desde 1994, em uma de suas linhas de pesqui-sa. A tese de doutoramento do prof. Sérgio Duarte Bran-di, orientada pelo Prof. Dr. Ângelo Fernando Padilha, foi

Livro trata da soldagem de materiais e suas aplicações

Foi lançada recentemente, nos Estados Unidos, a 9ª edição do volume 4, par-te 1, do Welding Handbook da American Welding Society (AWS) – volume que trata da soldagem dos materiais e suas aplicações. O capítulo de solda-gem de aços inoxidáveis e aços resistentes ao calor foi escrito por oito espe-cialistas de reconhecida competência pela comunidade técnico-científica.

O

Pesquisa Soldagem de açoS caRBono

Parceiro da FBTS e professor da Poli/USP escreve capítulo do “Welding Handbook” da AWS

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20 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

De olho no petróleo e gás

esde então, abandonou o nome antigo. Agora se chama Maxen, mar-ca criada para fundir

o “Max” - prefixo que sig-nifica máximo, positivo, crescente – e o “En”, que se refere à energia. Neste caso, ao segmento de óleo e gás. Afinal, já a partir do nome, a empresa deixa ex-plícito que seu objetivo é se

tornar líder no fornecimen-to de bens e serviços para o setor. Para isso, conta com uma cultura de alta perfor-mance e integração.

Entre as principais novida-des da Maxen está a criação de duas novas unidades, que se juntam, de forma integrada, à planta original na cidade de Atibaia, em São Paulo. Ainda em 2010, a

D

Maxen inaugurou uma nova unidade fabril, no município de Escada, em Pernambuco, região metropolitana de Recife. A nova unidade pre-tende atender à Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e aos estaleiros locais, além da Petroquímica de Suape. Mas tem condições logísticas para atender também às futuras refinarias Premium do Ceará e Maranhão.

Até o fim de 2011, uma nova unidade será inaugura-da no Rio de Janeiro, num in-vestimento de R$ 45 milhões. A instalação será capaz de estocar e processar até 800 toneladas de tubos por mês. Será voltada para o mercado

Especializada em tubos de aço, Mercotubos vira Maxen e mira a expansão, com novas plantas em Pernambuco e no Rio de Janeiro

Há mais de 10 anos no mercado brasileiro, a Mercotubos está de cara nova. A empresa, cujo foco de atuação é a fabricação de estruturas para equipamentos subsea, serviços de montagem eletromecânica e distribuição de tubos de aço, deu largada à sua expansão quando a gestora de fundos de Private Equity Green Capital assumiu o seu controle, em 2010.

Empresa destaque maXen | um eXemPlo de TRanSFoRmação

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21 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

De olho no petróleo e gás

”“

Uma nova fábrica vai ser construída

na região de Itaboraí e deverá

gerar cerca de 700 novos postos de

trabalho

de óleo e gás com foco no segmento downstream, em especial ao atendimento do projeto do Comperj (Com-plexo Petroquímico do Rio de Janeiro), e fabricará spools, estruturas para equipamen-to de refino, como bombas, permutadores e válvulas, além de componentes para equipamentos submarinos, como árvores de natal mo-lhadas, manifolds e Plets. O local mais provável para a construção da fábrica será a região de Itaboraí, no in-terior fluminense, em um terreno entre 100 mil e 200 mil metros quadrados, que deve gerar 700 novos postos de emprego.

MAXENJuliana Guimarães

Foto Divulgação maxen

Tecnologia e soldagemA Maxen teve faturamento

de R$ 200 milhões em 2010, e espera crescer 30% em 2011, trazendo ao mercado o que chama de “um novo modelo de atendimento ao setor”. O que significa, em

linhas gerais, que as três uni-dades de negócio da empre-sa (serviços, equipamentos e distribuição) buscam estraté-gias de soluções integradas, com grande sinergia entre elas e as diferentes unidades fabris. Dessa forma, seria possível gerar produtos e serviços que não existiriam de maneira isolada.

“Nosso grande objetivo, para aumentar a excelên-cia de obras e processos, é industrializar a produção. Ou seja, tirar ao máximo a produção do campo e trazer para dentro da fábrica, que tem um ambiente mais pro-dutivo”, define o presidente da Maxen, Luiz Fernando

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Pugliesi, acrescentando que o mercado potencial para a empresa nos próximos cinco anos é da ordem de R$ 800 milhões.

A tecnologia, claro, é pa-lavra de ordem nesse pro-cesso. E a soldagem, como um processo onipresente no repertório da Maxen, está diretamente envolvi-da na busca por novidades técnicas. “Temos buscado as melhores práticas, no mundo todo, em obras nos Estados Unidos, na Europa e, sobretudo, na Ásia. Eles são muito produtivos por lá”, conta Pugliesi. Depois do primeiro contato com essas tecnologias, os processos são testados dentro das fá-bricas, de maneira seriada. Muitas vezes, os clientes

são convidados a acompa-nharem, diretamente, esses testes. “Achamos importante mostrar aos nossos clientes, de forma clara, as vantagens que essas tecnologias podem proporcionar”.

Na área de soldagem, a Maxen tem buscado a au-tomatização do processo, como uma forma de aumen-tar a produtividade. “Temos

lançado mão de dispositivos que automatizam as rotações de solda e do tubo, comandos eletrônicos de posicionamento de soldas e outros. A presença do soldador nunca será anu-lada, mas essa automatização evita as falhas e torna o con-junto da obra mais produtivo”, garante o empresário.

Outro processo relativo à solda que tem tido destaque nas produções da empresa é a curva de indução. Em agosto de 2011, com investimentos de R$ 10 milhões, a unidade de pro-dução da empresa em Escada (PE) receberá uma máquina com tecnologia holandesa. O equipa-mento, que adota um sistema de curvamento de tubos por indu-ção, diminui os pontos de solda na fabricação de spools, o que reduz prazo, custo e aumenta a ”

“A presença do

soldador nunca será anulada, mas a automatização

evita falhas e torna o conjunto da obra

mais produtivo

A antiga Mercotubos se transformou na MAXEN, de olho no mercado de óleo e gás

Empresa destaque maXen | um eXemPlo de TRanSFoRmação, de olho no PeTRóleo e gáS

Foto Divulgação maxen

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23 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

”“

A equipe de técnicos e soldadores que

atuam naempresa é treinada dentro das unidades

fabris daMaxen, dia a dia

qualidade do produto e a pro-dutividade da fábrica. Para abrir a unidade de produção em Escada foram investidos R$ 30 milhões.

Insumos O faro tecnológico da Ma-

xen também está sendo direcionado para trazer ao Brasil insumos muito usados no segmento de petróleo e gás, e que, atualmente, são importados. “Nós mesmos importamos muitos de nos-sos insumos”, diz Pugliesi. “Faltam no país muitos ma-teriais necessários às novas demandas do mercado, e estamos pensando em criar uma linha para distribuí-los. é o caso de materiais de co-bre e níquel”.

Aços duplex e super du-plex também estão na pauta futura da empresa. Realida-de é o tubo especial de aço carbono com revestimento de inox, feito com deposição por soldagem, usado em pro-cessos de sistemas submari-nos e em obras que precisem suportar alguns fluidos de alta agressividade – como é o caso das plataformas de petróleo. Esse tubo – que hoje é importado da Escócia – começará a ser distribuído pela Maxen no segundo se-mestre de 2011.

Em paralelo às suas inova-ções tecnológicas, a Maxen acaba de inaugurar, no Rio de Janeiro, um escritório de engenharia de desenvolvi-mento comercial que conta

com um time de especialis-tas focados em desenvol-ver novas soluções. Outros escritórios comerciais já existiam em São Paulo e Belo Horizonte.

Quanto à falta de mão de obra qualificada – uma recla-mação constante no meio – a Maxen reage: “Não creio que esse seja exatamente um gargalo”, afirma Pugliesi. “O problema existe, é claro, mas há como solucioná-lo”. Um Centro de Aprimoramento de Soldagem e escolinhas situadas em suas unidades fabris treinam, dia a dia, a

equipe de técnicos e solda-dores que atuam na empre-sa. “Além dos funcionários das fábricas, que recebem treinamento prático e teó-rico constante, oferecemos vagas nas escolinhas para pessoas das comunidades do entorno das fábricas. Depois, aproveitamos essas pessoas, já formadas, em nossos pro-cessos”, explica.

Na nova unidade do Rio de Janeiro, a escolinha deve abrir as suas portas antes mesmo da fábrica, de forma a treinar novos funcionários. Técnicos que, em breve, deverão estar preparados para lidar com os exigentes padrões de qualidade da indústria de petróleo e gás – outra dificuldade que tem sido apontada pelas empre-sas da área, e que é rechaça-da pela Maxen. “O segmento de oil&gas é muito exigente sim. Mas isso não é de for-ma alguma um problema”, garante seu diretor.

Flavio Suplicy, CEO da Maxen, e Luiz Fernando Pugliesi, presidente da empresa

MAXEN

Foto Divulgação maxen

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A hora dogrande sa lto

investimentos Petrobras ReFleXoS na cadeia da indúSTRia

RECAP - Refinaria de Capuava em São Paulo

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25 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

A hora dogrande sa lto

Por Juliana Guimarães

notícia visitou as páginas dos jornais em meados de junho: o Conselho de Administração da Petro-

bras pedira novos ajustes no planejamento estratégico da estatal para o período de 2011 a 2015. Isso porque, pela segunda vez consecutiva, esta havia apresentado proposta de investimento superior ao

previsto inicialmente para o período de 2010-2014. Após um período de grande am-pliação de investimentos em exploração, refinarias, petro-químicas, gasodutos, petro-leiros, biocombustíveis etc, o Conselho determinou que a Petrobras pisasse no freio em nome da supostamente ne-cessária retração econômica.

A

Nada que abale, porém, a expectativa estrondosa que os avanços do setor de pe-tróleo e gás, capitaneados pela companhia, têm gerado na indústria nacional – e não só nela. O Plano de Negócios 2010-2014 da Petrobras, di-vulgado há cerca de um ano, previa investimentos de nada menos de US$ 224 bilhões, representando uma média de US$ 44,8 bilhões por ano. Deste total, 95% (US$ 212,3 bilhões) representam aplica-ções no Brasil, e apenas 5% (US$ 11,7 bilhões) no exterior. Uma significativa colocação dos investimentos no mer-cado fornecedor doméstico, com uma taxa de conteúdo

Especial Capa

Novos investimentos em praticamente todos os setores criam um panorama inédito na economia nacional. Será que a cadeia nacional de fornecedores está pronta para absorver esse im-pacto? Temos, em solo nacional, expertise, tecnologia, insumos e mão de obra suficiente para dar conta dos US$ 28,4 bilhões anuais de investimentos somente da Petrobras?

Estimativas do mercado indicam que 20% dos investimentos anunciados pela Petrobras estão ligados à soldagem

Foto agência Petrobras

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local totalizando 67%, o que significa um nível médio de contratação anual no país de cerca de US$ 28,4 bilhões.

Isso tudo afirmou a idéia de como o conteúdo nacional irá contribuir para a consoli-dação do Brasil como um pólo fornecedor de bens e ser-viços. O Plano de Negócios, afinal, requer a aquisição e o gerenciamento de recursos críticos para a sua execução. Mão de obra qualificada, cadeia de suprimento forta-lecida e capacidade de finan-ciamento são indispensáveis para a realização do elevado número de projetos.

CorridaA dúvida hoje é saber se a

cadeia nacional de fornece-dores está preparada para ab-sorver esses investimentos. E se temos, em solo nacional, expertise, tecnologia, insu-mos e mão de obra suficiente

para dar conta desses investi-mentos da Petrobras.

Por enquanto, não há res-postas definitivas, apenas a certeza de que uma corrida em busca das oportunidades geradas por esse novo pano-rama. Um estudo realizado

pela Petrobras, pelo BNDES e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, no âmbito do Prominp (Programa de Mobili-zação da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) detectou que a indústria nacional está, em linhas gerais, bem prepara-da para atender às demandas do segmento de petróleo e gás e aproveitar as oportunidades geradas pelo pré-sal, embora ainda haja alguns gargalos (veja matéria sobre o assunto nas páginas 30 a 33).

Essa corrida envolve desde pequenos fornecedores – que podem se beneficiar de progra-mas como o “Desenvolvimento de Potenciais Fornecedores”, da própria Petrobras – até gi-gantes multinacionais que têm aumentado sua presença em solo nacional, passando por laboratórios de pesquisa e cen-tros tecnológicos. A soldagem, é claro, é uma das áreas de mais destaque nesse panorama – há

Canteiro de obras dos pipe racks da Refinaria I do COMPERJ

“ ”O mais importante não são, na verdade, todos esses investimentos já

anunciados, e sim a sua continuidade

Solon guimaRãeS Filho

Foto

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dre

lou

reir

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investimentos Petrobras ReFleXoS na cadeia da indúSTRiaFoto agência Petrobras

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27 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

quem diga que 20% dos in-vestimentos anunciados pela Petrobras estão ligados, de alguma forma, a ela.

“São números com os quais não estávamos habitu-ados. E isso não só no setor de petróleo e gás. Temos as indústrias siderúrgicas, que devem investir cerca de US$ 12 bilhões nos próximos anos. Temos as usinas de Angra 3, nuclear, e UHE Belo Monte, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a crescente indústria naval. Isso tudo exige preparo em todos os níveis, para que o Brasil não venha a perder oportunidades”, aponta o engenheiro Solon Guimarães Filho, presidente da FBTS, que conclui: “Porém o mais im-portante não são, na verdade, todos esses investimentos já anunciados, e sim a sua con-tinuidade nos anos seguintes que precisa ser o nosso foco. é ela que pode assegurar o desenvolvimento do país ten-do no pré-sal, a sua principal alavanca”.

“Afinal, esta é a oportuni-dade para que a engenharia nacional promova os grandes saltos tecnológicos que o momento exige”, define. “A indústria nacional do petró-leo em termos globais precisa pensar em grandes avanços, em matéria de produtividade, redução de custos e soluções inovadoras. O Brasil vislum-bra uma situação que, enfim, pode levar o País à competiti-vidade internacional”.

A pedra de toque para essa transformação deve ser a preocupação em mirar a inovação. É por meio da descoberta de novas tec-nologias, procedimentos e materiais que deve caminhar esse processo de transfor-mação. “Para se habilitar de fato, são necessárias grandes mudanças. É preciso pensar em automação, mecaniza-ção, utilização da robótica e processos com apoio compu-tacional. Quebrar paradigmas e investir em inteligência. Há uma série de avanços e ganhos indispensáveis no caminho da competitividade internacional”, explica Solon, acrescentando que a fatia da

soldagem no rol dos inves-timentos é, de fato, muito grande, e abrange toda a sua rede de valor. Ou seja: envol-ve desde o meio acadêmico e os centros de pesquisa, passando por usuários como Petrobras e estaleiros, por aqueles que produzem as máquinas de solda e os con-sumíveis de soldagem, até as certificações e na formação de especialistas.

TecnologiaAlgumas empresas que

mais têm conquistado espaço nesses novos tempos endos-sam a ideia de que é preciso buscar o novo. “Com tanto investimento simultâneo,

Obras da Refinaria Abreu e Lima - em Pernambuco

Especial Capa

Foto agência Petrobras

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28 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

virou obrigação das empresas do setor investir na procura de soluções inovadoras, au-tomatizar processos, treinar intensivamente, investir na melhoria da produtividade e na qualidade do que se pro-duz”, afirma Elon Guimarães, diretor da unidade de negó-cios de óleo e gás, química e petroquímica da Progen, que fornece serviços de engenha-ria para a Petrobras. “O maior impacto para nossa empresa, no setor de Óleo e Gás, tem sido crescer com aumento de produtividade e qualidade”.

Apesar disso, o incremen-to tecnológico atrelado ao segmento de óleo e gás e às oportunidades do pré-sal pa-rece estar caminhando com passos mais largos fora das grandes indústrias e empre-sas. É no âmbito dos laborató-rios universitários, centros de estudo e fundações – como a FBTS - que se desenvolve grande parte dessa corrida.

É o caso do Laboratório de Inteligência Computacional Aplicada da PUC-Rio, que tem desenvolvido uma série de softwares para auxiliar a engenharia nacional nos desafios do setor.

Com a palavra, o profes-sor Marco Aurélio Pacheco, coordenador do laboratório: “Desde que a nação des-cobriu esse tesouro enter-rado no seu quintal [uma referência ao pré-sal], todo empresariado brasileiro tem apontado suas armas para as

incontáveis oportunidades de negócios que já estão surgin-do. Volumes de investimento desta ordem e em tão curto espaço de tempo são trans-formadores de toda uma

sociedade, e não só de sua indústria. Está em curso uma grande guinada na engenha-ria, indústria, no meio aca-dêmico, científico, hoteleiro, alimentício e imobiliário, em decorrência do pré-sal. Todos adaptando suas atividades e produtos para atender ao gigante investimento. A mudança é inexorável e será bem concorrida, pois em-presas internacionais estão literalmente se mudando para o Brasil. A prioridade para a tecnologia e produtos nacionais, feita abertamente pelo Governo Federal, ofere-ce a garantia que a indústria nacional necessita para mer-gulhar neste desafio”.

No laboratório da PUC têm sido criados produtos como o SMARt (Sistema Modular de Apoio à Decisão para a Otimização do Scheduling em

Campo de Cottonwood operado pela Petrobras internacional nos EUA

“ ”O maior impacto para

nossa empresatem sido crescer com

aumento de produtividade e qualidadeelon guimaRãeS

Diretor da unidade de negócios de óleo e gás,química e petroquímica da Progen

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investimentos Petrobras ReFleXoS na cadeia da indúSTRia

Foto agência Petrobras

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29 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

“ ”O empresariado brasileiro tem apontado suas armas

para as incontáveis oportunidades do pré sal

maRco auRélio PachecoProfessor, coordenador do laboratóriode Inteligência computacional cda PUC

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Refinarias de Petróleo), capaz de programar em detalhes o funcionamento de uma refi-naria, e o Domos (Downhole Monitoring Wireless Nano-Sensors), onde sensores sem fio implantados no fundo de poços realizam medições como pressão, salinidade, temperatura, gás e químicos, em profundidades de até sete mil metros.

“A expertise brasileira nos negócios é competente e bem conhecida. Mas, para transformar esses investi-mentos em incremento tec-nológico sustentável, a es-tratégia é estabelecer uma forte parceria com a ciência e a tecnologia presente na academia e institutos de pesquisa do país”, afirma Pa-checo. O especialista acredita que, nesse contexto, o me-lhor exemplo vem da própria

Petrobras. A estatal, por meio da Lei 11.196, que estabelece que 1% do faturamento bruto das empresas de energia seja aplicado em pesquisa e de-senvolvimento (P&D), é a úni-ca empresa da América Latina presente no ranking global das companhias líderes em investimento em pesquisa e desenvolvimento. “Se o Go-verno brasileiro tiver a sensi-bilidade de estender esta Lei de investimentos para outros setores da economia, como mineração (outro produto de nosso rico solo), sistema financeiro, indústria de bens duráveis e construção civil, teremos êxito”, assegura Pacheco.

HistóriaO presidente da FBTS tam-

bém destaca o papel que a Petrobras teve – e tem – no

desenvolvimento tecnológico da engenharia nacional, em especial o da soldagem. Foi o início do desenvolvimento da produção da Bacia de Cam-pos, na década de 1970/80, que abriu caminho para a implantação dos sistemas de garantia da qualidade da soldagem no país e para a própria criação da FBTS. “Com o êxito da exploração em águas cada vez mais profun-das, a Petrobras teve de criar programas de capacitação. E não só para ela, mas também para os seus contratantes. Foi daí que veio a capacitação e certificação da qualidade em soldagem no país. Não havia então a formação regular de inspetores de soldagem nem a sua certificação, por exemplo. Mas os sistemas implantados na Bacia de Campos, nos anos 80, eram

Especial Capa

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basicamente obras de sol-dagem. Então a companhia criou o SEQUI, que viabilizou as certificações de qualidade na soldagem. Dentro desse movimento surgiu a FBTS”, conta Sólon Guimarães.

O SEQUI (Gerência de Cer-tificação, Qualificação e Ins-peção da Engenharia) foi o primeiro Centro de Qualifi-cação Pessoal brasileiro e, em 1994, o primeiro órgão da Pe-trobras a obter a certificação, segundo a norma ISO9002, na atividade de qualificação de inspetores em Ensaios Não Destrutivos. A sistemá-tica desenvolvida pela Sequi foi repassada à sociedade brasileira através da criação, a partir de 1992, de Siste-mas Nacionais Qualificação e Certificação, para as áreas de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção de Soldagem, ope-rados, respectivamente pela Abende e FBTS.

Para comprometer-se com o necessário desenvolvimen-to do setor que já se proje-tava, a FBTS estabeleceu, em 2008, um novo modelo de crescimento, pensan-do no futuro que agora se delineia em termos reais com o crescente volume de investimentos. O modelo foi criado com a assessoria da Coppe-UFRJ, e determinou que a Fundação deveria ter, por exemplo, um centro de treinamento e laboratórios próprios e a implantação de projetos estruturantes para que pudesse acompanhar

o possível salto tecnológico que seria imposto à enge-nharia nacional.

O centro tecnológico da FBTS já está próximo de ser inaugurado, e uma carteira de projetos estratégicos foi mon-tada a partir do envolvimento de toda a rede de valor da sol-dagem no país. Parcerias es-tão sendo concretizadas para o seu desenvolvimento.

A vez dos pequenosOs planos da FBTS vão

ao encontro, ainda, de uma característica marcante do rol de investimentos do país: envolvidos neste grande salto de qualidade podem estar mesmo os micro e pequenos fornecedores, e não apenas os grandes. E, nesse esforço, a Fundação não está solitária.

“Atualmente, o aumento de investimentos na enge-nharia nacional significa que mais empresas brasileiras vão poder fornecer na cadeia”, afirma Eliane Lobato Peixoto Borges, técnica da área de Desenvolvimento Tecnológico do Sebrae. Para ela, enge-nharia e produção caminham lado a lado. Ou seja: os in-vestimentos em inteligência alavancam, naturalmente,

P-51 - montagem em doca seca”“

Com o aumento de investimentos

na engenharia nacional, mais

empresas brasileiras poderão participar da cadeia

investimentos Petrobras ReFleXoS na cadeia da indúSTRia

Foto agência Petrobras

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31 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

a rede de fornecedores de bens. “É a engenharia que dita a tecnologia. Quando a engenharia é feita no exte-rior, o mais provável é que o fornecimento seja feito também lá fora. Mas se as soluções forem pensadas internamente, o trabalho vai ser feito de acordo com a re-alidade nacional. Sempre que a engenharia é feita no país, ela estimula a produção”.

Ela acrescenta que esse panorama é, então, ótimo para a pequena empresa, que também desfruta dos benefícios da cadeia. Para aumentar a sua participa-ção, vários programas têm sido criados, inclusive pelo convênio da Petrobras com o Sebrae. Juntos, Sebrae e Petrobras vêm investindo, desde o primeiro convênio (em 2008), a quantia de R$ 46 milhões para inserir micro e pequenas empresas na cadeia do setor de petróleo e gás. Essas empresas atuam sobretudo nas áreas de auto-mação, TIC, fornecimento de

calçados industriais, metal-mecânica, eletro-eletrônica, prestação de serviços, cons-trução civil e confecções de uniformes. Por meio de programas como o Prointer (Programa de Internaciona-lização da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia), essas empresas são capaci-tadas a atuarem também no mercado internacional.

“Em nossos programas, co-nhecemos micro ou pequenas empresas que, corajosas ao criarem soluções inovadoras, conseguiram até triplicar o seu faturamento. As oportunida-des existem, não há dúvidas. E todas as empresas podem aproveitá-las, basta que elas se engajem no desafio de au-mentar o seu próprio desen-volvimento”, garante Eliane.

Feita no Brasil, a Plataforma P-56 foi um marco da engenharia nacional

Especial CapaFoto agência Petrobras

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soldagem é um deles: mais de 50% das empre-sas entrevistadas para um estudo inédito sobre

a Necessidade de Adequação do Parque Supridor Nacional afirmaram não encontrar, no mercado, profissionais com experiência de solda para atender aos requisitos da Petrobras.

A pesquisa foi realizada pela Petrobras, pelo BNDES e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no âmbito do Prominp (Programa

Oportunidadesdo pré-sal

de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), e teve por objetivo dimensionar a capacidade de produção da indústria nacio-nal para o setor de petróleo e gás, detectando os principais gargalos da cadeia produ-tiva e sugerindo propostas de solução para os desafios levantados. O relatório final ainda está sendo elaborado, mas o economista Adilson de Oliveira, coordenador do projeto, alerta: “A ausência de soldadores e, principalmente,

de inspetores de solda capaci-tados para o segmento é um problema sério”.

Um problema que tem suas raízes na própria história da cadeia produtiva brasileira. “Tivemos um grande período no Brasil sem investimentos contínuos que permitissem um processo de educação pro-fissional contínuo e regular. A indústria metal-mecânica bra-sileira sofreu uma estagnação durante as décadas de 80 e 90 e agora surgem investimentos maciços, particularmente no setor petróleo, que fazem com que as instituições res-ponsáveis pela formação de profissionais tenham que des-pender imensos esforços para compensar esta lacuna”, diz o engenheiro Marcelo Pereira,

Estudo aponta a soldagem como um dos segmentos que precisam se desenvolver para atender às demandas do segmento de petróleo e gás A cadeia de fornecedores brasileiros está, em linhas gerais, bem preparada para atender às demandas do segmento de petróleo e gás e aproveitar as oportunidades geradas pelo pré-sal. Há, porém, segmentos que são exceção, porque apresentam dificuldades para fornecer bens e serviços.

Especial PeTRóleo e gáS

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33 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Oportunidadesdo pré-sal

Desenvolvimento tecnológicoFoto Divulgação Prefeitura de Campos

Esquema que mostra a P34 extraindo petróleo do Pré-sal

Foto agência Petrobrás - Bruno veiga

Info

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A P-34 foi construída na Holanda como navio-tanque e convertida em plataforma flutuante de produção de petróleo

superintendente executivo da FBTS. “Estes esforços têm que ser de todos e particularmen-te na soldagem, deverão ser também em todos os níveis, tanto para o soldador, assim como para o supervisor, o ins-petor de soldagem e também para o engenheiro”.

InsumosO estudo do Prominp foi re-

alizado com base na avaliação detalhada de uma centena de empresas representativas do setor, contou com o apoio das associações empresa-riais ligadas ao segmento de petróleo e gás e verificou o comportamento da indústria com relação à concentração e estrutura de mercado e ao equilíbrio entre demanda e oferta. O trabalho também avaliou o impacto nos insu-mos industriais de itens como preço elevado, qualidade do produto, prazo incompatível e importação na produção.

Além da soldagem, os

segmentos de bombas, de motores a combustão, e os setores de instrumenta-ção e de guindastes foram citados como aqueles que precisam melhorar seu de-sempenho para aproveitar as demandas de uma indús-tria em expansão.

Na maioria dos casos, po-rém, o gargalo não está no atendimento e na produção, e sim na disponibilidade de insumos. “Na prática, os pro-blemas de atendimento não são significativos. Mas temos problemas importantes com relação à importação de in-sumos. Como, por exemplo, a tudo o que seja vinculado a tubos de aço, principalmente os especiais, como duplex, su-per duplex e que utilizam vigas especiais”, explica Oliveira, que é professor da Universida-de Federal do Rio de Janeiro, especialista em economia do desenvolvimento, com dou-torado em Grenoble e pós-doutorado em Sussex.

Por Juliana Guimarães

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“é preciso que as empresas no Brasil criem capacidade para atender às demandas do pré-sal. Do contrário, te-remos que importar insumos e equipamentos”, descreve. “E temos problemas tec-nológicos importantes. As empresas que estão no Brasil não desenvolvem esforço tec-nológico significativo, porque não têm, em geral, laborató-rios de pesquisa que podem desenvolver soluções espe-cíficas para o pré-sal. Fazer apenas ajustes não basta”.

Há uma total desconexão entre empresas, universida-des e centros de pesquisa, aponta o especialista. Em

outras palavras: a maioria das empresas nacionais não utiliza as universidades nem centros de pesquisa como fontes de conhecimento tecnológico, tornando-se dependentes da Petrobras para o desenvolvi-mento de novas tecnologias através do estabelecimento de termos de cooperação. Assim, o conhecimento não é compartilhado. Em contra-partida, as universidades não possuem tradição em atender demandas empresariais, uma vez que não há uma agenda tecnológica definida.

Órgãos como a Finep (Fi-nanciadora de Estudos e Pro-jetos) têm programas de trei-namento e verbas destinadas a projetos de incremento tecnológico, afirma Oliveira. E, independentemente das chamadas públicas para esses programas, as empresas po-dem – e devem – procurá-la com seus projetos.

LaboratóriosOutro ponto que tem sido

debatido no campo é a neces-

sidade de revisão da legislação vigente, que determina que 1% da receita de empresas de petróleo com alta rentabilida-de seja usada em pesquisa e desenvolvimento. “A questão é que as empresas acabam usando esses valores para seus próprios laboratórios e centros de pesquisa. A lei não permite que elas os utilizem para o auxílio tecnológico a fornecedores, por exemplo”, aponta Oliveira.

Pereira explica que, con-forme estabelecido no con-trato de concessão, o valor a ser realizado em despesas qualificadas com pesquisa e desenvolvimento é o equiva-lente a 1% da receita bruta da produção do campo no qual a Participação Especial seja devida. Destes, 50% do valor poderá ser despen-dido na realização dessas despesas nas instalações do próprio concessionário, nas instalações de suas afiliadas localizadas no Brasil ou na contratação dessas empresas junto às empresas nacionais. Os outros 50% deverão ser despendidos na contratação das despesas junto às insti-tuições de pesquisa e desen-volvimento localizadas no país, credenciadas pela ANP para este fim. “Hoje, muitas universidades e institutos de pesquisa foram beneficiados com recursos para projetos de pesquisa e disponibilização de infraestrutura laboratorial”, diz o superintendente da FBTS. ”

Órgãos como a Finep têm programas de treinamento e verbas destinadas ao incremento tecnológico

Jaqueta de Mexilhão

Especial PeTRóleo e gáS

Foto agência Petrobras

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35 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

através de projetos que são elaborados em estreita re-lação com o mercado. A Fundação, afinal, é entidade técnico-científica que tem como objetivo identificar e atender estas demandas tec-nológicas particularmente no segmento de soldagem e de união de materiais de uma forma mais ampla. Desta forma, as entidades técnicas setoriais têm o de-safio de identificar e atender as necessidades tecnológicas dos setores que atuam.

Da mesma forma, a FBTS tem reunido esforços para diminuir o gargalo que é a falta de mão-de-obra qualifi-cada no mercado. “Estamos

envidando esforços em duas dimensões, e com muito cui-dado para não perdermos de vista a qualidade dos serviços que a FBTS oferece em função da quantidade que estamos atendendo”, descreve. “Uma dimensão é a formação de profissionais, pela oferta dos cursos, que oferecemos em vários estados e cidades do território nacional. A outra dimensão é através da am-pliação da oferta das provas de qualificação e certificação dos Inspetores de Soldagem, onde a FBTS disponibiliza examinadores para aplicações de provas em vários estados, com o objetivo de reduzir o tempo entre o treinamento e a certificação”.

Pereira acredita que uma das prioridades seria o es-forço para inserção e fixação dos profissionais que estão iniciando: “Este também é um grande desafio, inclu-sive para as empresas de engenharia de construção e montagem, assim como, para os contratantes”.

Para a formação dos enge-nheiros de soldagem a FBTS vem atuando em parceria com universidades para fomentar a formação deste profissional de acordo com as necessida-des do mercado brasileiro. “Já temos uma parceria com a Universidade de São Paulo – USP, que já está na terceira turma de Especialização em Engenharia de Soldagem”, conta Pereira.

“No que tange as despesas junto às empresas nacionais, o regulamento admite gastos referentes às atividades de serviços tecnológicos, proje-tos ou programas de desen-volvimento experimental, construção e instalações de protótipos e de unidades pi-loto. Na realidade a previsão existe, o que entendo é que devemos ampliar a cultura da pesquisa tecnológica ou científica de uma forma geral, tanto para o governo, assim como para as empresas”.

Ele acrescenta que a FBTS é uma das instituições que vêm atuando na identifi-cação e atendimento das necessidades tecnológicas,

P34 tranferindo óleo a petroleiro

Foto agência Petrobrás - Bruno veiga

Desenvolvimento tecnológicoFoto Divulgação Prefeitura de Campos

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auTomaTização

Para o especialista Andrei Potemkin, doutor em Me-talurgia de Pó pelo Instituto de Aço e Ligas de Moscou e representante no Brasil da IGM Robotersysteme AG, o mercado de robótica apli-cada à soldagem no Brasil ainda não está aquecido como poderia. Barreiras só-cio-econômicas são os prin-cipais empecilhos. “É uma opinião muito pessoal, mas é

muito tímido movimento de abertura para a tecnologia robótica no Brasil. Ainda não está aquecido o mercado para o Brasil. Me parece que há uma resistência do tipo ‘deixa ele instalar, depois eu vejo como é e a gente pensa’”, analisa o executivo. A valer pelos números em escala mundial da população de robôs, o avanço por aqui ainda é tímido. A expectativa

é que até 2013 9,6 mil robôs sejam instalados na América do Sul e Central.

Nos quatro países mais desenvolvidos na robótica industrial, Japão, China, Es-tados Unidos, Alemanha e Coréia, respectivamente, a expectativa de instalação de robôs é nada menos do que 42 vezes maior do que Brasil e Argentina. Ou seja, de acordo com dados da IFR

Desafios da soldagem aplicada àTecnologia

A Quando, em 2009, 500 robôs foram instalados na América do Sul e Central, leia-se Brasil e Argentina, de acordo com dados da Fede-

ração Internacional de Robótica (IFR), somente cerca de 10% era voltado para a soldagem. O restante estava relacionado a outros tipos da robótica industrial como fundição, movimentação

de cargas, polimento, aplicação de corte e pintura. O que se sabe é que o mesmo percentual acom-panhou os anos seguintes. Em 2010, 900 robôs foram instalados na mesma região enquanto o parque robótico da área somava 6,8 mil peças. Atualmente, 70% da soldagem no Brasil ainda é feita de forma manual.

Enquanto o mundo utiliza em larga escala a solda automatizada, no Brasil algumas barreiras impedem esse crescimento

Robótica

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37 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

Robótica na soldagemBruna Do nasCimento

fornecidos pela IGM Robo-tersysteme AG, 263,7 mil robôs industriais serão ins-talados no Japão até 2013; 84,5 mil na China; 169,1 mil na América do Norte; 143,3 mil na Alemanha, e 109,8 mil na Coréia.

A indústria que mais con-some os robôs no País ainda é, sem dúvida, a automobilís-tica. Na empresa ABB, de dez projetos de automatização,

aproximadamente sete são da indústria automobilística e suas subcategorias. No setor naval, no entanto, um dos que mais cresce no Brasil e responsável por absorver boa parte da nova safra da ro-bótica aplicada à soldagem, a movimentação no sentido da automação já é uma rea-lidade. E é a soldagem quem dita a velocidade de um projeto naval e de dutos. “O

Robótica

Foto agência Petrobras - stéferson Faria

Fotos Joberto andrade

Braço robótico em linha de produção

“ ”O mercado de robótica aplicada à soldagem no

Brasil ainda não está aquecido como poderia

andRei PoTemkinDoutor pelo Instituto de Aço e Ligas de Moscou e

representante no Brasil da IGM Robotersysteme AG

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setor está se desenvolven-do muito rápido. É um bom momento para aproveitar com a automação”, analisa Andrei Potemkin. Chefe do Centro de Tecnologia SENAI-RJ Solda, do Sistema Firjan, Andre Luiz de Aguiar acredi-ta que embora os sistemas semi-automáticos sejam os mais utilizados no setor, o aumento de projetos reque-rem redução nos prazos de entrega e os processos au-tomatizados são uma forte tendência. “A indústria naval trabalha com soldagens a laser, processos robotizados, solda por resistência. É uma realidade”.

Estaleiros: ‘Muita solda manual pela frente’

Os estaleiros, contudo, localizados em várias regiões

taleiros brasileiros ainda fa-zerem parte do perfil médio, com utilização de arames tubulares na maior parte das operações, utilizando também o arco submerso e arame sólido em operações mecanizadas que ainda es-tão em processo de migração da mecanização leve para a mecanização mais intensa em busca do aumento de produtividade.

Assessor de Solda da Ke-ppel Fels Brasil, responsá-vel pela contratação, ad-ministração e aquisição de equipamentos de solda do estaleiro Élcio Carvalho afir-ma que 70% dos processos de soldagem da empresa, oriunda da Cingapura, são de arames tubulares. “Algumas dimensões dos tubos dos arames são incômodas. Se

do País, apresentam grande diversidade em função de seus objetivos construtivos e vivem um momento à parte. Para o presidente do Sindi-cato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), a automação da soldagem nos estaleiros ainda tem im-pedimentos e grande parte das ligações ainda é feita manualmente. “A robotização no setor naval é um desafio mundial. A construção de grandes estruturas navais ou offshore não permitem girar as peças para soldagem de penetração total. Os soldado-res ainda precisam trabalhar nos locais de difícil acesso, no interior dos navios”, avaliou Ariovaldo Rocha.

Muito em parte devido ao fato de a maioria dos es-

Linha de Produção da VW em São Bernardo do Campo, robôs de solda elétrica simples

auTomaTizaçãoTecnologia

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39 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

conseguíssemos diminuir o tamanho do rolo a tendência seria aumentar”, explica ele, estendendo a análise para a tecnologia robotizada. Segundo ele, os estaleiros ainda não aderiram à robó-tica aplicada à soldagem e os soldadores tampouco estão atentos para essa realidade.

“Aqui, o uso ainda é pe-queno, cerca de 5%. Acho que o grande problema é a mão de obra. Hoje em dia, os novos soldadores se preocu-pam em aumentar suas ha-bilidades de solda, que é por isso que eles ganham mais.

E a idéia é treinar esse pes-soal porque eles aprendem mais rápido, mas eles não estão muito preocupados com isso. O soldador é um profissional de grande rota-tividade e muito antenado com o que está acontecendo nos estaleiros. Ele acha que lá fora (em outro estaleiro) não vai encontrar esse tipo de equipamento e fica com medo de perder a mão, como eles dizem, de perder as habilidades de solda. En-tão é grande a dificuldade de aceitação da automação”, explica Élcio Carvalho.

Tecnologia automatizada nas universidades

Como tecnologia é sinô-nimo de produtividade, as empresas, por sua vez, já estão se movimentando em prol da automação em parte dos processos de soldagem nos estaleiros nacionais. Um projeto realizado entre 2007 e 2010, em parceria da Whi-te Martins com a PUC-Rio e apoio do Finep (Financiado-ra de Estudos e Projetos), criou um veículo autônomo para realizar soldagem em peças de grandes dimensões em estaleiro.

“Queríamos criar um ve-ículo de solda que pudesse soldar chapas de grandes dimensões, um robô que suportasse realizar soldas em grandes distâncias, de vários metros, automati-camente, com foco nos estaleiros”, resume o pro-

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Linha de produção do automóvel Polo da VW, robôs de solda a laser

“ ”entre 2007 e 2010 um

veículo autônomo para soldagem em peças de

grandes dimensõesmaRco anTonio meggiolaRo

Professor e coordenador do Laboratório de Robótica do CTC/PUC-Rio

Robótica na soldagem

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40 P u b l i c a ç ã o O f i c i a l d a F u n d a ç ã o B r a s i l e i r a d e T e c n o l o g i a d a S o l d a g e m

fessor e coordenador do Laboratório de Robótica do CTC/PUC-Rio Marco Antonio Meggiolaro que participou de parte do projeto e se afastou para criar com outra equipe de alunos uma Inter-face Cérebro-Máquina, ou seja, uma máquina que “lê pensamentos”. O projeto foi apresentado em maio, nos Estados Unidos.

As atividades de projeto, fabricação, montagem e testes do veículo autônomo para soldagem envolveram cerca de onze pessoas entre alunos de gradução, pós-graduação, pesquisadores das áreas de Engenharia Mecânica e Engenharia de Materiais, tanto da PUC-Rio quanto da White Martins. Segundo a professora Ana Cristina Silva, do Centro Téc-nico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), o objetivo era o desenvolvimento e adaptação da tecnologia por duplo arame tubular para utilização em indústrias com um sistema automati-zado. “Ao longo do projeto, procurou-se estudar o nível de controle necessário para garantir a estabilidade do processo e determinar o grau de automação”, explica.

O robô de soldagem foi fina-lizado e testado em condições laboratoriais e, em breve, de acordo com a White Martins, será submetido a testes de campo. Esse é um dos poucos projetos de robótica aplicada à soldagem, como acontece

Vantagens e desvantagensA repetibilidade pede au-

tomação. Eis a grande dife-rença quando observamos a indústria automobilística como a maior consumidora da população de robôs no Brasil e o setor naval ainda em crescimento. Os defenso-res da ligação automatizada afirmam que as vantagens da robótica afetam diretamente a qualidade e a produtivida-de da célula de soldagem em relação ao uso manual, so-bretudo quando diz respeito à segurança e salubridade do soldador. No entanto, conforme afirmou Ariovaldo Rocha do SINAVAL, há ainda processos em que o robô não consegue acompanhar, como manuseio de peças de grande volume e solda em

ainda na USP, UnB e UFMG, em execução em universidades. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da COPPE/UFRJ, após consulta com docentes da instituição, informou que nenhum projeto de robótica voltada à soldagem está sendo executado em seus laboratórios.

O SENAI-RJ já está se movi-mentando para abrir turmas para aprendizado de proces-sos automatizados. “Iniciamos uma parceria e a negociação com uma multinacional fran-cesa já está bastante avançada para trazermos equipamentos que vamos usar nesses cur-sos”, adianta André Luiz de Aguiar, ressaltando que os cursos já deverão estar dis-poníveis a partir do segundo semestre de 2012.

auTomaTizaçãoTecnologia

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41 FBTS em ReviSTa Ano 3 - Número 6 - Agosto de 2011

locais de difícil acesso, na qual é preciso a presença de um soldador.

Andrei Potemkin, que mi-nistrou a palestra ‘Robótica Aplicada à Soldagem’, em março deste ano, no Centro de Excelência em EPC, discor-da e garante que esse é um dos diferenciais positivos dos robôs de soldagem. Segundo ele, os robôs podem acessar locais onde o homem não consegue obter uma ligação homogênea e com qualida-de segura e padronizada. “Dependendo da posição do soldador, se for muito incô-moda, pode comprometer a solda. Nos trens de alta velo-cidade, o padrão europeu não permite mais solda manual, pois não tem garantia total de qualidade e são peças que

exigem muita segurança. Não pode haver falhas nas peças”, explica Potemkin.

A mesma opinião é parti-lhada pelo executivo de ro-bótica da ABB Marcos Daniel. “O processo de solda a arco é agressivo, pode queimar a vista, a fumaça de solda é cancerígena. Então, por que não colocar uma máquina para fazer esse trabalho?”, indaga. Segundo ele, outra vantagem é a repetibilidade da soldagem. “Quando a sol-da é manual, tem dias que o homem regula a máquina de um jeito, outro dia de outro, ou então pode não estar se sentindo bem em um ou outro dia. Não vai haver a repetibili-dade do produto soldado por ele, diferentemente do robô que está sempre soldando

daquela maneira que especi-ficou, sempre entregando o mesmo produto corretamen-te soldado”, defende.

De acordo com os especia-listas, a média de tempo não-produtivo com a automação diminui drasticamente. Um exemplo é uma célula de solda de micro-painéis. A relação do tempo de arco aberto com a solda roboti-zada é de 67%, enquanto o tempo não-produtivo fica em 33%. Quando a análise é com solda manual, a rela-ção se inverte para 75% de tempo não-produtivo con-tra 25% de tempo de arco aberto. O investimento é para retorno a longo prazo. “No caso dos robôs você faz um investimento único e recupera durante o progra-ma de produção. O retorno de investimento é avaliado em três ou quatro anos”, diz Andrei Potemkin. Marcos Daniel, da ABB, também jus-tifica o investimento.

“As empresas não avaliam quanto vai ser o preço de instalação de uma célula ro-botizada. Ela calcula quanto gasta com dois ou três ope-radores para ela conseguir a produtividade daquela peça e quanto o robô traba-lhando vai economizar nos consumíveis de soldagem, como arame e gás, para garantir o retorno. Quando ela vê que o retorno é mais rápido do que imagina, a justificativa do investimento é imediata”, avalia.

Robótica na soldagem

Fotos agência o Globo

Linha de Produção da VW em São josé dos Pinhais, solda a laser e robôs

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e vão avançar. Com demandas cada vez mais ascendentes e prazos sempre mais curtos, um dos maiores desafios do setor, de acordo com o especialista da área e supe-rintendente executivo do De-partamento de Certificação e Qualificação da Fundação

Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS), Alfredo Bar-bosa, é em relação à mão de obra especializada. Os tipos de materiais para atender à demanda do pré-sal é outra incógnita.

Qualidade, eficiência, ra-pidez e produtividade são as características que todos os empreendimentos devem ter, mas quando o setor ainda ca-rece de novos, competentes e especializados profissionais, as empresas ficam sem ter para onde correr. Algumas aumentam a utilização de sistemas de soldagem auto-

A lista de empreendi-mentos é grande, e a ex-pectativa de crescimento da indústria brasileira

para os próximos anos tam-bém. O desenvolvimento do País alavanca outros diversos setores, e a soldagem é um dos que certamente precisam

Mercado da soldagem Brasil cresce e o setor de solda também. Novos processos estão ganhando força, e Petrobras já fala em mudança de cenárioConstruções para receber a Copa do Mundo de 2014 e as Olim-píadas em 2016. Novas usinas de mineração e energia, além de inúmeros empreendimentos na construção civil, novas fábricas automobilísticas e crescimento sem fim nos setores naval, petrolí-fero, de gás, petroquímico, metalúrgico, eletromecânico e de papel e celulose. Isto sem falar na importância e magnitude do pré-sal.

Tecnologia o caminho da PRoduTividade

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matizados, outras buscam no exterior os trabalhadores que por aqui andam em falta. O calo pode, inclusive, frear – ou prejudicar – o desenvol-vimento da indústria.

“O grande desafio que vejo na formação de mão de obra é de profissionais mais especializados. Hoje, há grande preocupação com a produtividade, que está associada ao custo e ao pra-zo. As encomendas, ou seja, a demanda tem sido muito forte e requer um atendi-mento mais rápido. E o prazo

vem cada vez mais se encur-tando nos novos contratos. Para reduzir prazo, é preciso investir em tecnologia e no-vos processos de soldagem. Esses processos têm maior produtividade, mas hoje ainda existem soldadores de eletrodos que reagem ao processo mais mecanizado. Deve-se fazer um trabalho de qualificação com soldadores de processos semi-automáti-cos”, avalia o executivo.

Outro entrave é a aposta das empresas em aderir aos sistemas mais modernos.

A cadeia de fornecedores desses equipamentos está bastante evoluída para aten-der à demanda recorrente, mas ainda há empresas que necessitam de engenheiros especializados em conduzir e obter o máximo desempe-nho desses equipamentos. A busca pela melhoria da competitividade é nacional e internacional. “Esta busca não terá outro caminho que a adoção de novas tecnolo-gias aplicadas ao processo de soldagem. Já existem várias tecnologias prontas para serem aplicadas ao processo produtivo, tanto no sentido de preparação das juntas a serem soldadas, como também no processo de sol-dagem propriamente dito”, afirma o superintendente executivo do Departamento de Cursos e de Gestão Tec-nológica da FBTS Marcelo Maciel Pereira.

Mas ainda é possível ob-servar que os processos mais utilizados atualmente, tratando-se dos estaleiros nacionais, são de eletrodo revestido. Alguns ainda estão no nível de 100% de uso des-se processo, mas a disparida-de é grande, já que os esta-leiros de nível mais elevado praticamente abandonaram o eletrodo revestido e basi-camente atuam com arames tubulares, arco submerso e arame sólido – GMAW. Os processos MIG/MAG, claro, são amplamente utilizados por toda a indústria.

TecnologiaBruna Do nasCimento

Mercado da Solda 01 - Cidade da Solda Treinamento Petrobrás

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Apostas namudança do cenário

Na área da engenharia da Petrobras, dedicada à fabri-cação, construção e monta-gem industrial, o que se faz mais presente é o eletrodo revestido. “Os processos de soldagem mais utilizados são o TIG, o eletrodo revestido. Nos últimos anos, tivemos um avanço com algumas apli-cações dos processos MAG e arame tubular mecanizados principalmente na área na-val e na construção de dutos terrestres. Na construção de dutos submarinos, o uso de processo mecanizado, onde o MAG é o principal, é exigido pela Petrobras. Já nas empresas de caldeiraria, onde grandes equipamentos são fabricados, o processo de soldagem por arco submerso deve ser destacado”, explica o especialista em engenharia de soldagem e consultor da Petrobras, Marcy Saturno de Menezes.

Dentro dos processos de soldagem a arco, o especia-lista relaciona alguns tipos de tecnologias maduras no cenário nacional, mas que ainda, segundo ele, não solidificaram terreno como TIG pulsado e MIG/MAG de curto-circuito controlado. “TIG mecanizado, TIG me-canizado para revestimento interno de tubulações, MIG/MAG mecanizado, MIG/MAG duplo-arame, arco submerso de onda quadrada e arco submerso com balanço de

onda ainda são alguns exem-plos de tecnologias maduras que são encaradas no Brasil como novas tecnologias. Esses avanços tecnológicos estão prontos. Porém, fre-quentemente não chegam na frente de obra”, avalia.

Mas os “verdadeiros avan-ços tecnológicos”, acredita Menezes, são a vinda de

processos como o Friction Stir Welding. “A Petrobras vem financiando iniciati-vas de Pesquisa & Desen-volvimento, por exemplo, nos processos Friction Stir Welding, Laser, Laser-MIG, que é um processo híbrido, e sistema MAG robotizado de soldagem de tubulações. Não temos ainda em mente a aplicação desses processos no campo em larga escala no curto prazo. Esses processos possuem nichos de aplicação bastante específicos e têm características intrínsecas, como a necessidade de ri-goroso controle dos parâme-tros de soldagem”, afirma, ressaltando: “Com certeza temos ainda pela frente um longo período de tempo no

Soldagem de partes móveis de navio plataforma no Estaleiro Atlântico Sul

”“

Cerca de 70% dos trabalhadores

empregados no gasoduto eram moradores do

próprio estado do Amazonas

Fotos agência Petrobrás - Bruno veiga

Tecnologia o caminho da PRoduTividade

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qual os processos de solda-gem a arco elétrico terão uso dominante nas obras. Mas se conseguirmos utilizar em nossas construções, com a maior brevidade possível, os avanços dos processos de soldagem a arco elétrico já teremos ganhos signifi-cativos de produtividade”, especula o especialista que acredita que cerca de 90% das operações de soldagem em construção e montagem na empresa são de solda ma-nual. Já nas grandes caldei-rarias na fabricação de equi-pamentos, o arco submerso, claro, domina o cenário.

A empresa, no entanto, já sinaliza que pretende modificar o cenário e abrir uma nova era na adesão de sistemas mais sofistica-dos e, consequentemente, mais produtivos na linha de soldagem. “Uma tendência é que os novos contratos comecem a exigir o uso de processos de soldagem es-pecíficos para dadas situa-ções. Tal exigência tem foco principal na produtividade e, de forma geral, maiores produtividades estão atrela-das a novas tecnologias. No Brasil, vivemos a dicotomia ‘mão de obra de baixo custo versus equipamento de alto custo’, daí a persistência dos processos manuais TIG e eletrodo revestido. Pre-tendemos então quebrar essa persistência, como dis-se antes, especificando os processos de soldagem nos

documentos contratuais”, afirma Menezes.

Incógnita para o mercado, a utilização de operações de soldagem para o pré-sal é outro grande desafio para o setor da soldagem. “Em minha opinião, as questões do pré-sal referentes à solda-gem estão mais relacionadas aos materiais que aos pro-cessos de soldagem. A elabo-ração de procedimentos de soldagem com parâmetros de soldagem adequados a esses materiais, e o seu correto monitoramento, é um importante aspecto no cenário do pré-sal”, explica

Galpão de produção da Fábrica da Ebse

Foto Divulgação eBse

“ ”Hoje, há grande preocupação

com a produtividade,que está associadaao custo e ao prazo

alFRedo BaRBoSaSuperintendente executivo do Departamento de

Certificação e Qualificação da FBTS

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Tecnologia

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o especialista em engenharia de soldagem e consultor da Petrobras, Marcy Saturno de Menezes, elencando: “Os as-pectos importantes do pré-sal são os conhecimentos de materiais, metalurgia da sol-dagem e também processos de soldagem para que a jun-ta soldada não seja um ponto crítico na vida operacional dos equipamentos e tubu-lações. Além da soldagem de união, a deposição por soldagem de revestimentos internos de equipamentos e tubulações em materiais CRA – Corrosion Resistant Alloys também é muito im-portante no pré-sal.”, finaliza Menezes.

Processos cadavez mais agressivos

A realidade dos dutos nos setores onshore e offshore basicamente acompanham o mesmo ritmo de proces-sos com eletrodo revestido. “Quando falamos na solda-gem de dutos, ainda temos muita soldagem de enchi-

atendem de forma adequada ao setor. “São usados para soldagem de duto, pois fazem solda descendente, trabalham sobre trilhos. São processos velozes e de alta confiabili-dade”, afirmou André Luiz de Aguiar, chefe do Centro de Referência Senai-RJ Solda.

é preciso ficar atento à presença de processos im-portantes que são utiliza-dos em grandes empresas preocupadas em sempre atualizar seus sistemas de soldagem, aderindo à sol-dagem plasma, a laser e a Solid State Welding (SSW). “Temos demanda grande de clientes que trabalham com esse tipo de solda. Às vezes tem a célula onde se faz o corte da peça a laser e de-pois fazemos soldagem MIG, ou solda com próprio laser, ou a plasma. Começa-se, então, a mixar os processos de fabricação de material”, afirma o executivo da ABB, líder global em tecnologias de potência e de automação, Marcos Daniel.

A empresa vem apostando em uma novidade que ainda está recente no cenário de sistemas de soldagem que é a solda MIG com transferência em spray automatizada, ou seja, sem geração de res-pingos. É um processo que trabalha com altos valores de correntes para processos de solda comum. Como é difícil garantir a repetibilidade des-sas peças quando o sistema

Macaé, trabalhador terceirizado em plataforma de petróleo

Foto Banco de imagens - Prefeitura de macaé

mento com eletrodo revesti-do realmente. Na realidade, o processo de soldagem por eletrodo revestido acaba ainda sendo o mais utilizado por ser o mais barato”, expli-ca Marcelo Maciel Pereira, superintendente executivo do Departamento de Cursos e de Gestão Tecnológica da FBTS. MIG/MAG, orbital, TIG orbital e TOP TIG também são sistemas solidificados que

“ ”O processo de soldagem por eletrodo revestido

acaba sendo mais utilizado por ser mais barato

maRcelo maciel PeReiRaSuperintendente do Departamente de Gestão

Tecnológica e de Cursos da FBTS

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Tecnologia o caminho da PRoduTividade

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Cidade da Solda - Treinamento

Foto agência Petrobras

é automatizado, hoje já exis-tem subprodutos de sistemas automatizados que detectam tipos de juntas e peças para seguir a junta durante solda-gem, fazendo varredura da peça para o sistema automa-tizado decidir como vai soldar a peça a partir da varredura que ele fez.

“Fabricantes de máquinas grandes como a Caterpillar exigem solda muito agressiva. São MIG/MAG, mas muito agressivas. É um processo mais avançado do segmento de solda que temos evoluido nos últimos anos. Quando vamos unir dois materiais, às vezes, o nível de tensão ou torque que o material sofre pode ser muito grande. Por isso, exige-se que a solda tenha penetração maior, pois precisa unir dois materiais de uma maneira mais agressiva. Consequentemente, temos que trabalhar com parâme-tros de solda mais agressi-vos”, salienta Marcos Daniel.

Rota AlternativaDe acordo com Alfredo

Barbosa, mais de três mil inspetores de solda já foram certificados pela Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem, única entidade do Brasil acreditada pelo INME-TRO, que certifica esses pro-fissionais, como inspetores de nível 1. Mas quando se trata de inspetores de nível 2, a dis-crepância é alarmante: ape-nas 285 profissionais, aproxi-

madamente. “Uma carência importante que foi apontada em uma pesquisa que fizemos com a Macroplan é a falta de formação de engenheiro de soldagem, aquela pessoa que vai enxergar o investimento, que faz a compra de equipa-mentos, que avalia a redução de custos, o planejamento, a gestão da produção. Há uma carência desse profissional hoje. Quando se decide com-prar um equipamento mais sofisticado, é necessário ter alguém que saiba fazer a aná-lise do investimento para que haja retorno. Não é o soldador e nem o inspetor que vão fa-zer essa avaliação”, aponta o executivo da FBTS.

O programa Rota Alter-nativa da Fundação é uma opção para quem é qualifi-cado e enxerga na soldagem possibilidade de novos desa-

fios profissionais. Para atuar na Petrobras e em grandes empresas, por exemplo, a certificação é obrigatória. “Essa rota prevê que profis-sionais com maior escola-ridade, isto é, engenheiros mecânicos, metalurgistas, navais e de materiais que possuam pós-graduação lato sensu em engenharia da soldagem e tecnólogos de soldagem, apenas com a gra-duação, se certifiquem como inspetor de soldagem nível 2 com um número bastante reduzido de exames. Apenas quatro exames, quando a rota tradicional exige treze exames”, ensina o consultor da Petrobras Marcy Satur-no de Menezes. No site da fundação, o www.fbts.org.br estão disponíveis todas as informações sobre a Rota Alternativa.

Tecnologia

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FBTS, que já participou de outras edições, des-sa vez deu sua contri-buição ao evento de

quatro formas. Além de participar do Comitê Regio-nal, a Fundação apresentou artigos técnicos, elaborou e realizou um mini curso sobre “Aplicabilidade de Documentos Técnicos da Soldagem Segundo o ASME IX” e ainda participou da or-ganização do 2º Workshop Internacional de Soldagem na Área Naval & Offshore.

Cada um dos três tra-balhos apresentados na

11ª Coteq

Coteq corresponde a uma diferente área de trabalho na Fundação. O primeiro está ligado a área de for-mação de profissionais na área de dutos terrestres. O segundo trabalho é um es-tudo prospectivo na área de gestão tecnológica, que é a evolução do conhecimento na área de soldagem. O ter-ceiro trabalho é focado tec-nicamente em solda, dando um tratamento estatístico e visando a determinação de melhores parâmetros para soldagem.

Segundo o superinten-

dente executivo do De-partamento de Cursos e de Gestão Tecnológica da FBTS, Marcelo Maciel Perei-ra, os eventos técnicos que foram realizados na COTEQ abriram espaço para novas discussões. “Eles nos fize-ram refletir sobre a necessi-dade de atualização tecno-lógica de equipamentos e também de novos critérios de aceitação na inspeção de equipamentos, tais como a mecânica da fratura”, des-tacou Marcelo.

Uma questão de grande destaque foi a importância da implantação de uma filo-sofia de acompanhamento de todo o ciclo do equipa-mento. Segundo os espe-cialistas, o ideal é deixar de existir uma barreira entre o projeto e a execução do equipamento. O adequa-do, nesse caso, é que o

Cerca de mil especialistas, engenheiros, técnicos e pesquisadores ligados a Ensaios Não Destrutivos, Inspeção, Integridade de Equipa-mentos, Análise de Falhas, Corrosão e Pintura participaram da 11ª Coteq (Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos), que agrupou uma série de eventos entre os dias 10 e 13 de maio no Enotel, em Porto de Galinhas, Pernambuco.

Soldagemem debateFBTS participa da 11a Coteq levando conhecimento aos debates para o desenvolvimento da soldagem

FoRmação, TReinamenTo e caPaciTação de PeSSoal

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11ª Coteq

profissional acompanhe a tendência da unificação da análise do “novo” com o “em serviço”.

Os cuidados na soldagem de aços Cr-Mo-(V) também tiveram destaque. Durante o processo é imprescindível ter cuidado com os consu-míveis adotados, com os procedimentos de solda-gem adequados e com os controles rígidos de qua-lidade e a importância da experiência do fabricante do equipamento.

Na rea l i zação do 2º

Workshop Internacional de Soldagem na Área Naval & Offshore tiveram desta-ques palestras mostrando a importância que os con-sumíveis devem ter em desempenho acompanhan-do a evolução dos equipa-mentos de soldagem. Hoje, existe uma busca pela me-lhoria da tenacidade com o uso de micro adição de elementos, pelo controle do hidrogênio difusível no metal de solda.

A importância do desen-volvimento de soluções que

envolvam cada aplicação em soldagem, nas práticas de fabricação e nos proces-sos de soldagem propria-mente dito também foram abordadas. “É importante pensar na soldagem como um processo produtivo, pensar na solução comple-ta”, enfatiza Marcelo. Outro destaque no Workshop foi a palestra do Dr. Pedro Por-tella (BAM – Berlim) sobre

Soldagem com Laser Hí-brido, mostrando os cui-dados e vantagens deste processo.

Trabalho 1: UM ESTUDO PROSPECTIVO DA PRODU-ÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NA ÁREA DA SOLDAGEM.

Autores:1- Marcelo Maciel Perei-

ra, Doutor e engenheiro, Superintendente Executivo do Departamento de Gestão Tecnológica e de Cursos da FBTS

2 - José Luiz Fernandes, Doutor, professor do CEFET-RJ e Conselheiro da FBTS

3 - Gilda Massari Coelho, Doutora, SG consultoria

Este trabalho realizou um

estudo com a base de dados Weldasearch do The Welding Institute (Inglaterra) , no qual verificou-se uma grande defa-sagem na produção do conheci-mento em soldagem no âmbito internacional em relação ao Bra-sil. Isso denotou a importância de um trabalho sinérgico para a diminuição desta lacuna.

A fim de diagnosticar a pro-dução de conhecimento na área de soldagem, os autores utilizaram o programa de mi-neração de dados denominado Vantage Point, para mapear a produção do conhecimento em soldagem do período de 2000 a 2007, nas seguintes áreas temáticas: processos de

soldagem, propriedades e ti-pos de materiais, computação na área de soldagem, ensaios não destrutivos e gases.

Neste estudo foram apre-sentados e analisados gráfi-cos que revelaram as institui-ções mais atuantes na pro-dução do conhecimento, nos segmentos industriais que estão merecendo maior des-taque dos esforços de pes-quisa, dos novos materiais, novas técnicas de ensaios para inspeção e os esforços na área de computação. Ao total o universo de artigos técnicos pesquisados foi de 22.615 registros obtidos no período de análise.

Conteúdo técnicoTrabalhos apresentados pela FBTS ajudam a ampliar o conhecimento

Por Janaina Carvalho

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Trabalho 2: A UTILIzAÇÃO DO PLANEJAMENTO DE EX-PERIMENTOS NA DETERMI-NAÇÃO DE PARÂMETROS ÓTIMOS NA SOLDAGEM DO AÇO API 5L X 60

Autores:1 - Vitor André Ferreira

Caldas, MSc e engenheiro do Departamento de Cursos da FBTS

2 - José Luiz Fernandes, Doutor, professor do CEFET-RJ e Conselheiro da FBTS

3 - Marcelo Maciel Pereira, Doutor e engenheiro, Superin-tendente Executivo do Depar-

Trabalho 3: UMA AVALIA-ÇÃO HISTÓRICA NA FOR-MAÇÃO DA INSPEÇÃO DE DUTOS TERRESTRES NO BRASIL

Autores:1 - Henrique Cezar Alves

Mendes, engenheiro do Depar-tamento de Cursos da FBTS

2 - José Luiz Fernandes, Doutor, professor do CEFET-RJ e Conselheiro da FBTS

3 - Marcelo Maciel Pereira, Doutor e engenheiro, Superin-tendente Executivo do Depar-tamento de Gestão Tecnológi-ca e de Cursos da FBTS

O trabalho descreveu o histórico da construção e montagem de dutos ter-restres pelo mundo e pelo Brasil, principalmente nos setores energéticos de óleo

tamento de Gestão Tecnológi-ca e de Cursos da FBTS

O objetivo deste trabalho foi determinar os parâme-tros ótimos e relevantes da soldagem por eletrodo revestido, utilizando a téc-nica estatística de plane-jamento de experimentos com superfície e resposta por Box-Behnken. Para tal utilizou-se a análise de va-riância (ANOVA oneway), gerando um modelo de análise de regressão linear múltipla, para representa-ção das variáveis resposta:

e gás natural, destacando o considerável aumento desta malha em países como EUA e Brasil ao longo destes anos. O trabalho também abordou o surgimento do primeiro órgão certificador de pes-soal brasileiro, Gerência de Certificação, Qualificação e Inspeção da Engenharia Pe-trobras (SEQUI), bem como, o início da formação e certifi-

altura do reforço da face e largura do passe.

Determinaram-se seis fatores de controle a se-rem verificados durante o experimento de soldagem conforme a seguir: tensão, corrente, velocidade de sol-dagem, abertura de raiz, temperatura entre passes, e diâmetro do eletrodo.

Este trabalho foi desenvol-vido a partir da soldagem do aço API 5L X 60, que é um aço carbono manganês, empre-gado na fabricação de tubos para transporte de gás e óleo na indústria do petróleo.

cação de técnicos na área de construção e montagem de dutos terrestres, pela FBTS, atendendo a uma normati-va N-2776. Buscou mostrar como foram supridas as ne-cessidades do mercado atual, tanto das empresas de enge-nharia contratadas como da própria Petrobras, que é a principal detentora da malha dutoviária brasileira.

Marcelo Marcial, da FBTS, e José Luiz Fernandes, Doutor, professor doCEFET-RJ e Conselheiro da FBTS

11ª Coteq FoRmação, TReinamenTo e caPaciTação de PeSSoal

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