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Resiliência de paciente em tratamento ao câncer de próstata Resilience of a patient under treatment for prostate cancer Ingrid dos Santos de Almeida – [email protected] Priscila de Oliveira Guimarães – [email protected] Vanessa Leal Assem – [email protected] Graduandas do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Prof. Dr. José Ricardo Lopes Garcia – UniSALESIANO – [email protected] Prof. Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO – [email protected] RESUMO Este trabalho aborda reflexões acerca da resiliência em indivíduos adoecidos pelo câncer de próstata, envolvendo questões relacionadas ao homem contemporâneo e a sua relação com a doença. Tem por objetivo principal investigar a influência da resiliência no tratamento ao câncer de próstata e identificar as formas de enfrentamento da doença. Foi utilizado o método de pesquisa clínico-qualitativo e a psicanálise para a análise de resultados. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com cinco pacientes, abordando questões relacionadas ao tratamento e enfrentamento de pacientes com câncer de próstata ou que tenham encerrado o tratamento em até um ano no momento da pesquisa e seu conteúdo foi gravado em áudio para a sua transcrição posteriormente. A proposta de tratamento suscita medo e ansiedade nos indivíduos diagnosticados com câncer de próstata, gerando pensamentos de finitude. Durante o processo de tratamento é comum os pacientes se sentirem invadidos e ameaçados com a possibilidade da perda da masculinidade e virilidade, visto que esse é um constructo social enraizado no homem no contemporâneo que mesmo em processo de mudanças desses ideais sociais, busca por meios próprios as formas de superar as adversidades, caracterizando dessa forma, o homem resiliente. Palavras-chave: Câncer de próstata. Homem contemporâneo. Resiliência. Masculinidade. 1

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Page 1: CANAIS DE MARKETING · Web viewEssas mudanças ocorrem durante o processo de enfrentamento da doença, desde o diagnóstico, ao tratamento e a reabilitação. Vieira (2010) reforça

Resiliência de paciente em tratamento ao câncer de próstataResilience of a patient under treatment for prostate cancer

Ingrid dos Santos de Almeida – [email protected] de Oliveira Guimarães – [email protected]

Vanessa Leal Assem – [email protected] do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Prof. Dr. José Ricardo Lopes Garcia – UniSALESIANO – [email protected]. Ma. Jovira Maria Sarraceni – UniSALESIANO – [email protected]

RESUMO

Este trabalho aborda reflexões acerca da resiliência em indivíduos adoecidos pelo câncer de próstata, envolvendo questões relacionadas ao homem contemporâneo e a sua relação com a doença. Tem por objetivo principal investigar a influência da resiliência no tratamento ao câncer de próstata e identificar as formas de enfrentamento da doença. Foi utilizado o método de pesquisa clínico-qualitativo e a psicanálise para a análise de resultados. Utilizou-se a entrevista semiestruturada com cinco pacientes, abordando questões relacionadas ao tratamento e enfrentamento de pacientes com câncer de próstata ou que tenham encerrado o tratamento em até um ano no momento da pesquisa e seu conteúdo foi gravado em áudio para a sua transcrição posteriormente. A proposta de tratamento suscita medo e ansiedade nos indivíduos diagnosticados com câncer de próstata, gerando pensamentos de finitude. Durante o processo de tratamento é comum os pacientes se sentirem invadidos e ameaçados com a possibilidade da perda da masculinidade e virilidade, visto que esse é um constructo social enraizado no homem no contemporâneo que mesmo em processo de mudanças desses ideais sociais, busca por meios próprios as formas de superar as adversidades, caracterizando dessa forma, o homem resiliente.

Palavras-chave: Câncer de próstata. Homem contemporâneo. Resiliência. Masculinidade.

ABSTRACT

This work presents observations on resilience in individuals with prostate cancer, involving issues related to contemporary man and his relationship with this disease. Its main purpose is to investigate the influence of resilience in the treatment of prostate cancer and identify ways to face this disease. The clinical-qualitative research  and the psychoanalysis methods were used to analyze the results. We used the semi-structured interview with five patients, addressing issues related to the treatment and  how do they deals with it or patients who ended the treatment within a year. Its content was recorded in audio for its transcription later. The treatment purpose raises fear and anxiety in individuals diagnosed with prostate cancer, generating thoughts of finitude. During the treatment process, it is common for patients to feel invaded and threatened with the possibility of loss of their masculinity and virility, since it is a social ideal rooted in the contemporary man who, even in the

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process of changing of social ideals, seeks his own  ways of overcoming adversities, thus characterizing the resilient man. Key words: Prostate cancer,  Contemporary  man,  Resilience,  Masculinity

INTRODUÇÃO

Segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA

(2016), o câncer de próstata é o quarto tipo de câncer mais comum. Se comparado

ao sexo masculino, é considerado o segundo mais frequente. Esses dados são

baseados na população brasileira.

O câncer é ainda uma doença estigmatizada, com viés para a finitude.

Existem várias manifestações psíquicas suscitadas diante do diagnóstico como o

medo, ansiedade, depressão, tristeza, isolamento e também o preconceito. O câncer

de próstata especificamente está associado à invasão da masculinidade e virilidade,

por se tratar de um órgão que traz representações do universo masculino e mexe

com o imaginário deste público.

O homem diante do tratamento ao câncer de próstata, sente-se angustiado

frente a possiblidade de interferência no aspectos biopsicossociais. No que se refere

no campo da sexualidade, o indivíduo tem grande preocupação relacionada à

impotência sexual, visto que esta pode ser considerada uma ameaça à concepção

de masculinidade criada socialmente.

A resiliência surge como um aspecto positivo perante o tratamento do câncer,

pois auxilia a ressignificação dos eventos traumáticos, propiciando ao indivíduo uma

melhora significativa no seu quadro, através da aceitação do diagnóstico e

tratamento. Segundo Melillo e Ojeda (2005) a resiliência torna-se um atributo da

saúde mental, promovendo subsídio e manutenção da mesma. Contribui para o

desenvolvimento da aptidão humana de enfrentamento das adversidades, saindo

delas evoluído.

O presente trabalho possui como objetivo a investigação da influência da

resiliência no tratamento ao câncer de próstata, a fim de conhecer as formas de

enfrentamento dessa adversidade. A pesquisa desenvolve-se a partir do seguinte

problema: qual a influência da resiliência no tratamento ao câncer de próstata?

O trabalho desenvolvido possui como proposta a utilização do método de

pesquisa clínico-qualitativa. Baseia-se no aprofundamento dos fenômenos

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psíquicos, isto é, o pesquisador apreende as ansiedades e angústias para que seja

realizada uma compreensão e interpretação do conteúdo psíquico. (TURATO, 2003).

O instrumento utilizado trata-se da entrevista semiestruturada e o discurso

dos participantes foram gravados em áudio e posteriormente transcritos.

1 Câncer de próstata

Segundo Small (2005) o câncer de próstata é definido como uma doença não

epidérmica, mais frequente entre a população masculina, apresentando cerca de

200.000 novos casos a cada ano nos Estados Unidos, com aproximadamente

32.000 mortes no país. De acordo com o INCA (2017) a incidência dessa patologia é

maior em países desenvolvidos.

A próstata trata-se de um órgão da região pélvica, localizado abaixo da bexiga

urinária, passando sua dimensão por meio da área prostática da uretra. É

constituída por uma musculatura lisa, tecido fibroso e glândulas. (DANGELO;

FATTINI, 2011).

Small (2005) destaca que alguns fatores são consideráveis para o aumento

do risco do câncer de próstata, tais como o histórico familiar, idade, raça afro-

americana e fatores nutricionais.

No estágio inicial, se a doença estiver restrita apenas a próstata, grande parte

dos pacientes não possuem sintomas. Os indicativos do câncer de próstata são

observados com maior evidência na existência da neoplasia local em estado

avançado com o crescimento desordenado para outros órgãos, sendo observados

através da disfunção miccional, como a ausência de força do fluxo urinário ou fluxo

descontínuo (SMALL, 2005).

1.2 Diagnóstico e tratamento

Segundo Maia (2012) o diagnóstico precoce do câncer de próstata auxilia nos

resultados positivos ao tratamento da doença e consequentemente a cura. Porém,

isso torna-se viável através da realização do exame de toque retal, associado ao

exame de sangue antígeno prostático específico (PSA) de forma periódica,

possibilitando a diminuição de erro no diagnóstico em 8%.

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Para um diagnóstico preciso, de acordo com os sintomas apresentados, o

médico necessita fazer a junção de todas as informações sobre o processo e

histórico da doença no paciente. Os exames utilizados para constatação, incluindo a

sintomatologia, toque retal e PSA são: ultrassonografia transretal, ressonância

magnética, tomografia computadorizada, ecografia, urografia, endoscopia urinária e

biópsia. (MAIA, 2012).

Após o paciente ser diagnosticado com o câncer de próstata, é realizada a

avaliação do grau da doença. Diante dos diversos tratamentos as neoplasias

malignas são estabelecidas formas terapêuticas com o objetivo de controle

oncológico juntamente com a manutenção da qualidade de vida. (DORNAS et al,

2008).

Paiva (2008) também aponta que para definir o tipo de tratamento, é

necessário levar em conta a singularidade de cada paciente, considerado as

variáveis, idade, estadiamento do tumor, dimensões da próstata, os anseios e os

recursos técnicos que se despõe.

Crippa et al (2009) sugere que deve-se adotar tratamentos tradicionalistas ,

como o tratamento hormonal, para casos onde a expectativa de sobrevida seja

inferior a dez anos, seja pelo fator idade, ou por consequência de comorbidades.

Entretanto, quando a expectativa de sobrevida for superior a dez anos, e o paciente

tiver as condições adequadas, deve optar-se pelo tratamento curativo radical.

1.3 Aspectos psicológicos do câncer

Moscheta e Santos (2012) afirmam que o paciente diagnosticado com câncer

de próstata tem sua vida modificada nos âmbitos físicos, psíquicos e sociais. Essas

mudanças ocorrem durante o processo de enfrentamento da doença, desde o

diagnóstico, ao tratamento e a reabilitação. Vieira (2010) reforça esse pensamento

reconhecendo que o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata geram

grandes alterações na vida do indivíduo acometido pela doença.

No diagnóstico Moscheta e Santos (2012) afirmam ser frequente casos em

que o paciente se sinta estigmatizado, levando-se em conta o fato de que muitas

vezes a doença é associada à morte. Considera-se também o fato do câncer de

próstata acometer um órgão específico, esse responsável pelas funções sexuais

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masculinas o que pode gerar sofrimento psíquico relacionado a questões da

sexualidade.

Em relação ao tratamento são evidenciadas dificuldades resultantes de

procedimentos terapêuticos, como a prostatectomia radical, quimioterapia e

radioterapia. É comum que ao final dessas intervenções terapêuticas o indivíduo

apresente sinais físicos e psicológicos, como a diminuição da libido, impotência

sexual e incontinência urinária. (MOSCHETA E SANTOS, 2012).

Kubler-Ross (1969) define especificamente cada etapa de enfretamento da

doença terminal, a partir do diagnóstico até a morte. 1) Negação e isolamento:

Refere-se ao período inicial onde ocorre sofrimento psíquico diante do diagnóstico

sendo frequentemente identificado questionamentos de negação; 2) Raiva: É

comum observar nesse período o sentimento de revolta na busca de compreender o

motivo da doença, apresentando hostilidade com a família e cuidadores; 3)

Barganha: O paciente estabelece acordos internos como forma de aumentar sua

expectativa de vida; 4) Depressão: É a circunstância de intenso sofrimento psíquico

para o paciente e a família, pois é o momento de preparo para a morte e as

vivências de perdas em decorrência da doença. Nesse período o paciente apresenta

humor depressivo; 5) Aceitação: Os indivíduos podem apresentar aceitação de sua

vida a partir do apoio dos familiares nos estágios anteriores, nesse momento

realizam uma despedida dos entes queridos com serenidade preparando-se para o

processo da morte.

2 Resiliência

O termo resiliência é originário da física, de acordo com o dicionário Aurélio

da língua portuguesa ‘’Resiliência [do ingl. Resilience] s.f.1. Fis. Propriedade pela

qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a

tensão causadora de uma deformação elástica’’. (FERREIRA, 1986, p.1493).

Souza e Cerveny (2006) citam que na década de 70 o termo resiliência

passou a utilizado na área da saúde, com análise de indivíduos que mesmo sendo

submetidos a eventos considerados traumáticos, propícios para o surgimento de

doenças psíquicas, não adoeciam conforme era previsto.

Grotberg (2005) define a resiliência como a ‘’Capacidade humana de

enfrentar, vencer e ser fortalecido por experiências de adversidade’’. (MELILLO;

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OJEDA e colbs, 2005, p. 15). Segundo a autora a maior parte das demais definições

do termo resiliência é variável dessa.

2.1 Resiliência e psicanálise

A psicanálise descreve a resiliência a partir do traumatismo gerado e da

capacidade do aparelho intrapsíquico do indivíduo de criar novas condições

psíquicas como forma de enfrentamento. (CABRAL; LEVANDOWSKI, 2013).

De acordo com Ferenczi (1992) o trauma é constituído por um acontecimento

iniciado por um elemento externo, capaz de desencadear alterações no aparelho

psíquico do indivíduo, de forma desestruturante.

O trauma é originado por situações que provocam sentimentos aflitivos, como

intensas dores físicas, angústia, susto ou vergonha e está relacionado à

vulnerabilidade do indivíduo afetado. O traumatismo psíquico atua como um agente

causador da histeria, na qual pode ser desencadeada por diversos traumas e não

apenas um específico. (FREUD, 1969).

O psicanalista Cyrulnik (2004) descreve que atualmente o traumatismo é

considerado como uma ocorrência atroz, na qual impede o indivíduo de um

crescimento previsível e sadio. Segundo o autor, o indivíduo que vivenciou situações

traumáticas consegue se reestabelecer, devido aos mecanismos de defesa

interiorizados na primeira infância. De acordo com o autor a elaboração do processo

de resiliência ocorre inicialmente por meio de etapas nas quais basicamente

abrange o acolhimento e as representações do traumatismo ainda na infância, para

que posteriormente o indivíduo possa tecer a resiliência em outras situações na vida

adulta.

Na infância, as crianças que possuem um apego seguro, apresentam melhor

prognóstico de desenvolvimento e melhor resiliência, devido à construção de

recursos internos, proporcionando a construção de seu ego resiliente. A figura de

apego (pai, mãe ou cuidador do bebê) proporciona proteção, crescimento emocional

e aprendizagem. Isso só será possível caso a criança tenha um tutor da resiliência

como um continente psíquico durante os primeiros momentos de vida. (CYRULNIK,

2004)

A elaboração de um traumatismo ou a diminuição de afeto direcionado a

mesma, está relacionada à reação energética ao fato. O uso da linguagem

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proporciona o descarregamento dos afetos, como substituta da ação, resultando na

ab-reação. Ao indivíduo que não reage ou reprime uma reação, o afeto mantém-se

associado à lembrança do trauma, não proporcionando um efeito inteiramente

catártico. (FREUD, 1969).

A ab-reação, não é considerada com uma única ferramenta para o

enfrentamento de um trauma psíquico. A recordação do traumatismo, no qual não foi

ab-reagido, se aprofunda no complexo de associações, defrontando com

experiências que o contradiz, possibilitando retificar outras representações. Através

do processo de associação é possível ocasionar uma diminuição ou ausência do

afeto ligado ao trauma. (FREUD, 1969).

A psicanálise contribui muito ao escrever sobre os efeitos do traumatismo no

psíquico ao destacar a importância da fantasia (ressignificação) na origem da

angústia humana. Na clínica psicanalítica, isso ocorre por meio da ressignificação do

traumatismo e posteriormente nos impactos produzidos, também na temporalidade

representacional que constitui um período de análise como forma de enfrentar o

trauma. (CREMASCO, 2008).

2.2 Câncer de próstata e resiliência

Receber o diagnóstico do câncer e dar início ao tratamento gera grande

estresse no paciente oncológico, afetando sua qualidade de vida e repercutindo nos

âmbitos: físicos, psíquicos e também nas relações sociais. No aspecto psicológico

do bem estar global do indivíduo, alguns pacientes são acometidos pela depressão,

gerando assim um mau prognóstico. (ARMANDO, 2010).

No contexto do adoecer por câncer, indivíduos resilientes apresentam a

capacidade do enfrentamento à adversidade, de forma a encará-la como um

aprendizado e como uma nova possibilidade de viver. Para isso, utilizam

mecanismos de defesa, como proteção, assim como seus familiares, tais como a fé,

coragem, crenças pessoais, pensamento positivo e o anseio pela cura. Outros se

apoiam na confiança no médico, acolhimento recebido pelos amigos e familiares.

(RODRIGUES; POLIDORI, 2011).

Rodrigues e Polidori (2011) também afirmam que “em pacientes oncológicos,

a resiliência é definida como a capacidade de superar e ressignificar positivamente

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as situações adversas, manejando a doença e o tratamento ao longo do tempo” (p.

620).

A partir do momento que o indivíduo procura ajustar sua conduta como meio

de resposta às situações que demonstram riscos, é nessa contrapartida que a

resiliência se apresenta, indicando o risco como algo necessário, para que se

avaliem atitudes resilientes (DELL’AGLIO, 2011).

Dessa forma, a resiliência possibilita que o indivíduo tenha maior

entendimento em relação ao transcurso do adoecer e recuperação do sobrevivente

acometido pelo câncer de próstata, permitindo que o sujeito enfrente a doença de

maneira otimista e confiante, possibilitando o aumentando de sua qualidade de vida.

(PINTO, 2014).

3 O homem contemporâneo

A construção histórica do gênero masculino ocorreu de forma diferenciada do

feminino. O homem ocupava um papel de destaque, sendo possível transitar e

conviver em espaços públicos, enquanto às mulheres cabia apenas a vida privada

com funções limitadas. Entretanto, atualmente o homem contemporâneo vivência

uma fase distinta da antiguidade, com as mudanças na identidade que pode ser

considerada, para muitos, um momento de crise. Isso iniciou a partir da década de

60, em decorrência do início das reivindicações e estabelecimento de movimentos

feministas, nos quais geraram modificações do modelo patriarcal e

consequentemente alterou a identidade masculina construída historicamente.

(SILVA et al., 2007).

O novo modelo do homem contemporâneo está pautado na demonstração

dos sentimentos e não em sua contenção. Além disso, possui o direito de manifestar

suas emoções, de amar, de ser sensível e não apenas agressivo, ainda que

publicamente, e sem se envergonhar. Outra possibilidade é a de participar da

educação dos filhos, atividades domésticas e possuir renda inferior a de sua

companheira. (SILVA, 2006).

Ao homem atual, são permitidas falhas no desempenho sexual, a

passividade, a ser dominado e alternatividade nas identidades sexuais, como a

homossexualidade, bissexualidade e transexualidade. Atualmente nos deparamos

com uma nova conceituação desse homem, o metrossexual como forma de rotular o

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homem contemporâneo, no qual apresenta-se centrado e dispondo cuidados com a

saúde, estética, cuidados com a aparência física e vestimentas, entretanto sem

alterar a sua identidade, orientação sexual e masculinidade. (SILVA, 2006).

3.1 Sexualidade

Segundo Araújo (2002), a sexualidade foi, e é construída socialmente,

envolvendo impactos produzidos, na postura e ligações sociais. A prática sexual no

decorrer da história sempre foi cercada de tabus e repreensão, objetivando a

manutenção da moral dos sujeitos, fundada na ideologia social, ocasionando

mudanças sociedade.

Com as mudanças ocorridas na sociedade, a intimidade do homem sofreu

modificações, viabilizando ao homem o contato com o desconhecido, como o toque

afetivo, proximidade com os demais, troca de carinho, compreensão e amparo.

Apesar de todas as mudanças ocorridas em relação ao conceito de

masculinidade, ainda existem barreiras em relação à prevenção e cuidados a saúde

do homem, como no caso do câncer de próstata. Pois, entre as medidas preventivas

destaca-se o toque retal, no qual mexe com o imaginário masculino, visto que o

mesmo traz o medo de sentir dor, sendo ela física e simbólica. A possibilidade de

ser penetrado traz representações de invasão e violação de seu espaço e mesmo

aqueles que possuem mais acesso a informações, podem demonstrar a resistência

e constrangimento em relação ao exame. (GOMES, 2003).

3.2 O homem e a doença

Rouquayrol (2006) frisa o fato de que desde os primórdios se concebe a ideia,

dito popular, que homens são fisicamente mais fortes, em seu aspecto físico, que as

mulheres, no entanto o índice de sobrevivência é menor do que as mesmas.

Estudos comparativos entre sexos mostram que os homens possuem mais

vulnerabilidade a doenças em relação às mulheres, visto que os mesmos retardam a

busca por serviços de saúde, assim contribuindo significativamente para as altas

taxas de morbimortalidade (BRASIL, 2008).

Diniz (2008) sugere que o homem não apresenta o hábito frequentar serviços

de atenção básica, isso porque a prevenção não é incluída em seu dia-dia. A busca

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desses indivíduos se da quando já adoecidos, sendo que assim morrem mais

precocemente.

Para Meirelles e Hohl (2009) os homens não apreciam ir ao médico, com

exceção do urologista, as outras especialidades recebem maior número de mulheres

que homens. Ainda segundo os autores, o fato dos homens negligenciarem a saúde

tem haver com as raízes culturais, essa resistência pode ser atribuída ao fato de

muitas vezes ser relacionada à concepção que a doença é uma ‘’fraqueza’’ que se

contrasta com a masculinidade.

CONCLUSÃO

A partir da pesquisa, foi possível observar que o diagnóstico do paciente

oncológico é recebido com grande pesar tanto para o indivíduo quanto para a

família, pois gera grande carga de angústia, visto que o diagnóstico de câncer traz

representações de morte e finitude.

Muitas vezes, o diagnóstico do câncer de próstata é obtido tardiamente pela

resistência presente no homem em relação à prevenção e aos cuidados com a

saúde. Porém, a crise da masculinidade possibilitou mudanças significativas no

processo saúde-doença do homem, tais como a manifestação de sentimentos,

cuidados com a saúde, prevenção, cuidados estéticos, participação ativa na criação

dos filhos e dos afazeres domésticos.

Esses avanços contribuíram para o enfrentamento do tratamento, pois

desmistifica algumas concepções errôneas acerca da forma como ocorre a

terapêutica. Também contribuiu para desestigmatizar a visão de que o homem que

busca o autocuidado perde a sua masculinidade e virilidade.

O tratamento do câncer de próstata provoca sofrimentos físicos e psíquicos

para o homem. Muitos vivenciam a ansiedade, depressão, isolamento e a tristeza

em decorrência de todo o processo. Além disso, convivem com os desconfortos

físicos como a incontinência urinária, impotência sexual, enjoos, náuseas, tontura e

alopecia. Todos esses sintomas afetam a qualidade de vida do homem adoecido.

O novo cenário em que o homem está inserido foi evidenciado através da

pesquisa realizada, pois no levantamento do público alvo não houve oposições e

limitadores dos convidados a falarem sobre a temática do câncer de próstata. Isso

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reafirma a teoria discutida, em que coloca o homem como ativo frente ao processo

de mudanças, confirmando a influência positiva da resiliência nessa vivência.

A resiliência se insere nesse contexto como facilitadora da elaboração

psíquica do adoecido, proporcionando a capacidade de enfrentamento e reabilitação

frente às adversidades, contribuindo para a manutenção da qualidade de vida e na

recuperação. Os elementos resilientes encontrados nos discursos referem-se ao

apoio familiar, as crenças e a busca ou manutenção por outras atividades e

ocupações, nas quais tornam o homem ativo frente a doença.

De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, observou-se a importância

de projetos de políticas públicas voltada para o público masculino. Oferecer aporte

para que os homens possam receber informações acerca da importância da

prevenção, isso iniciando nas unidades básicas de saúde, tendo em vista que essa é

a assistência primária que acolhe a maior parte da demanda municipal. Promover

palestras, encontros com profissionais da saúde e o público masculino, visando

sanar as dúvidas, desmistificar concepções errôneas acerca dos exames e

tratamentos.

A proposta de intervenção está voltada em facilitar o acesso à porta de

entrada aos homens nas UBS, visto que torna-se referência em tratamento aos

pacientes que utilizam os serviços, para posteriormente serem encaminhados e

orientados aos serviços especializados. Por isso, a importância de realizar

atividades educativas no serviço primário, para que a resistência masculina seja

diminuída frente ao tema que ainda gera preconceitos, favorecendo a realização dos

exames preventivos de câncer de próstata.

Ao oferecer acesso a informações sobre exames e terapêuticas, favorece a

aquisição de conhecimentos, e consequentemente diminui a ansiedade e angústia

diante de uma hipótese diagnóstica. Diante disso, ocorrerá uma abertura ao homem

para expor suas demandas para o profissional capacitado aos cuidados.

No âmbito individual, propõe-se acompanhamento psicoterápico, que

contribuirá para aquisições de meios de enfrentamento, de questões secundárias a

doença. Oferecendo espaço onde o homem ganha voz, para falar sobre sentimentos

e angústias, evitando a negação da doença, o que favorece o processo de

tratamento. Contribuindo para elaboração psíquica do processo saúde-doença.

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