políticas públicas e o papel do estado no enfrentamento ...ticas públicas e... · municipal de...

21
"Políticas Públicas e o Papel do Estado no Enfrentamento à Violência de Gênero "

Upload: hanguyet

Post on 11-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

"Políticas Públicas e o

Papel do Estado no

Enfrentamento à Violência

de Gênero "

Enfrentar a Violência de gênero – uma luta antiga

• 30 /12/76, Ângela Maria Fernandes Diniz, Estado do Rio de Janeiro, a vítima Ângela foi assassinada por Raul Fernando do Amaral Street (Doca Street),

• Segundo o Advogado Evandro Lins e Silva “..., a “mulher fatal”, encanta, seduz, domina, como foi o caso de Raul Fernando do Amaral Street.”

• “...foi um triste e doloroso episódio na vida normal do criminoso, não há razão para lhe ser aplicada alguma pena, ainda mesmo que não desonrosa. Toda repressão seria inútil e, como tal, iníqua.”

• Em 1980 o Doca Street foi absolvido no primeiro julgamento por “legítima defesa da honra”

• Posteriormente, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio anulou o julgamento, mandando Raul Fernando Street a novo Júri e foi condenado a cumprir pena de homicídio.

Primeiros passos na atenção às

situações de violência de gênero

mulheres organizaram atos e manifestações

contra a impunidade dos crimes em defesa da

“honra” masculina

SOS Corpo (ONG)em 1980 começa a acolher e

apoiar as mulheres em situação de violência

1985 – Primeira Delegacia de Defesa da Mulher

1990 – Casa Eliane de Grammont como

primeiro Centro Público de Atendimento à

Mulher em Situação de Violência

Bases da Política Nacional de Enfrentamento

à Violência contra as Mulheres

• 1981 - Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW)

• 1993 - Conferência de Viena - os direitos da mulher e das meninas constituem parte inalienável, integral e indivisível dos direitos humanos universais. -

• 2000 - Convenção Internacional contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas (Convenção de Palermo).

Marcos Legais • 2003 – Criação da Secretaria Nacional

Políticas p/Mulheres

• 2004 - Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres – Prioridade Violência

• 1994 - Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará) – O Brasil ratificou em 1995

• 2006 – Aprovação Lei Maria da Penha

• 2007 – Pacto Nacional para o Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

Lei Maria da Penha – 11340/06

• Proíbe a utilização da Lei 9099 para os

casos de violência contra as mulheres

• Identifica a VIOLÊNCIA DE GÊNERO

• Propõe acolher e proteger a mulher,

responsabilizar quem agrediu e realizar

ações educativas e preventivas

• Propõe a reeducação de agressores/as

O Que mudou com a Lei Maria da Penha

• Fica proibido: o pagamento cesta básica e multas /agredida entregar a intimação ao agressor

• Caso de lesão corporal não precisa de “representação”,

• A mulher deve ser notificada dos atos processuais,

• A violência doméstica contra a mulher independe da suaorientação sexual

• Possibilita a prisão em flagrante do agressor

• Medidas Protetivas de Urgência à vítima,

• Prisão preventiva ao agressor, quando houver risco àintegridade física/psicológica da mulher

• Prevê a criação de Juizados Especiais de violênciadoméstica e familiar contra a mulher com competência civile criminal

Diretrizes da Política Nacional

• Garantir o cumprimento dos tratados, acordos e convenções internacionais

firmados e ratificados pelo Estado Brasileiro relativos ao enfrentamento da

violência contra as mulheres.

• Reconhecer a violência de gênero, raça e etnia como violência estrutural e

histórica que expressa a opressão das mulheres e que precisa ser tratada

como questão da segurança, justiça, educação, assistência social e saúde

pública.

• Combater as distintas formas de apropriação e exploração mercantil do

corpo e da vida das mulheres, como a exploração sexual e o tráfico de mulheres.

• Implementar medidas preventivas nas políticas públicas, de maneira

integrada e intersetorial nas áreas de saúde, educação, assistência, turismo,

comunicação, cultura, direitos humanos e justiça.

• Incentivar a formação e capacitação de profissionais para o enfrentamento à

violência contra as mulheres, em especial no que tange à assistência.

• Estruturar a Redes de Atendimento à mulher em situação de violência nos

Estados, Municípios e Distrito Federal.

Algumas ações nacionais• Pactuação com os Estados

– aportes financeiros para estruturação de Redes (Casas Abrigo do ABC, Casa Abrigo em MG, Casa Passagem em SP, etc)

• Programa Mulher Viver sem Violências - Unidade Móvel para áreas rurais e metropolitana

• Casa da Mulher Brasileira

• Compromisso e Atitude -

Casa da Mulher Brasileira

Rua Vieira Ravasco, 26 -

Cambuci

Redes de enfrentamento a violência

de gênero

art. 8 Lei MP= integração operacional

• Poder Judiciário,

• Ministério Público,

• Defensoria pública

• Segurança pública

(civil e militar/Estado, Civil /Municipal)

•assistência social,

•saúde

•educação

•trabalho e

• habitação

•Relações pessoais

Tipos de Redes

• Redes Primárias ou de Relações do

Cotidiano

• Redes de Serviços – Todos os

Atendimentos

• Redes Intermediárias – as ações de

interlocução e facilitação de acesso

Política de Enfrentamento a violência contra as

mulheres do Município de SP

• Realiza acolhimento, atendimento, proteção e encaminhamentos

• Contribui para fortalecer A REDE DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

• Articula, promove capacitação e estimula o atendimento à violência sexual e o enfrentamento a outras formas de violência, p.ex. a obstétrica

• Ações educativas e de preventivas

Políticas intersetoriais• Protocolo Comum de atendimento entre a SMPM e SMADS-Secretaria

Municipal de Desenvolvimento Social, para Enfrentamento à Violência

• Núcleo de Gênero e Sexualidades, em DOT / SME como ações educativas, inclusão de igualdade de gênero e respeito à diversidade

• Formação da Guarda Civil Metropolitana sobre Políticas para as Mulheres/perspectiva de gênero/ enfrentamento à violência

• Parceria com ILUME e CAP / SMSU, para iluminação pública de locais onde há incidência de violência sexual

• Criação do Centro de Orientação ao Emprego Doméstico, em parceria com a SDTE e USP – Faculdade de Direito

• Sensibilização e atualização de profissionais do Setor Saúde sobre DS e DR, e para o atendimento da violência sexual e aborto legal

Políticas Intersetoriais –• Programa Guardião Maria da Penha – SMPM/ GEVID/GCM

• Aluguel social para mulheres em situação de violência– Portaria SEHAB/ Cota no Programa Minha Casa Minha Vida, do município de São Paulo (Resolução CMH nº 61, de 16 de outubro de 2014)

• Atendimento da Defensoria Pública (Termo de Cooperação -DPESP/NUDEM)

• Fórum de Casas Abrigos do Estado de São Paulo

• Participação e Fortalecimento da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (COMESP, Redes de Enfrentamento Regionais - Leste II, Sul II, Centro e Norte)

• Articulação com a Coordenação das DDMs (SSP-SP)– Instrução da Secretaria de Segurança Pública para as Delegacias informarem sobre a rede de atendimento, apoio e proteção das mulheres

Bases Legais para o Atendimento da

Violência Sexual e Aborto Legal

• 1999 Norma Técnica para Atendimento dos Agravos da VS

• 2009 estupro deixa de ser tratado como “crime contra

costumes” e passa a ser tratado como “crime contra a

dignidade sexual

• Lei 12845/13 Atendimento integral e imediato na Rede de

Pronto Atendimento do Sistema de Saúde/

• 2013 – Lei atendimento da violência sexual

• 2015 – Portaria Interministerial 288 para coleta de

materiais– nos casos de violência sexual – para fins de

perícia técnica

Atendimentos à Violência Sexual e aborto legal

• Acolhimento sem julgamento, com equipe

multidisciplinar (psicologia, ginecologia, A.Social)

• Até 72 horas coquetel anti hiv/aids, demais dst,

profilaxia da gravidez e Informação sobre outros

serviços

• Realiza aborto legal, sem condicionar ao BO, quando

houve gravidez decorrente do estupro e for a decisão

da mulher

• Faz acompanhamento ambulatorial médico e

psicológico

• 6 serviços do Município, 1 Estado e 1 Federal

Enfrentamento à outras formas de violência:

• Violência obstétrica: redução de procedimentos considerados desnecessários como a episiotomia, redução das cesáreas, ampliação casas de parto natural

• Sensibilização em parceria com a SMDH sobre a violência contra as Mulheres idosas

• Lei que trata com mais rigor assédio sexual no âmbito da administração municipal

• Campanha contra assédio no transporte municipal, ação educativa com os profissionais da SPTrans

• Plantão da Casa Eliane de Grammont articulado com diversos setores durante o carnaval / leque informativo

Desafios no enfrentamento à

violência de gênero

• Mudança da cultura desigual de gênero

• Sensibilizar gestores(as), autoridades,

profissionais técnicos(as) , entre outras

entes

• Respeitar as diversidades (raça/etnia, idade, orientação

sexual, identidade de gênero, religião, etc)

• Respeitar a Autonomia de decisão das

mulheres

• Laicidade do Estado –

• http://www.ambito-

juridico.com.br/site/index.php?n_link=revis

ta_artigos_leitura&artigo_id=8243#_ftn14

• http://www.spm.gov.br/sobre/publicacoes/

publicacoes/2011/politica-nacional

• http://www.redemulher.org.br/publicacoes/

vempraroda.pdf

www.prefeitura.sp.gov.br/politicasparamulheres

https://www.facebook.com/secretariapoliticasparamulheres?fref=ts

[email protected]

Tel.: 2363 9400