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Instituições Promotoras: Universidade Regional do Cariri - URCA Instituições Parceiras: Ceará Campus Crateús Caderno de Programação

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  • Instituies Promotoras:

    Universidade Regionaldo Cariri - URCA

    Instituies Parceiras:

    Cear

    Campus

    Crates

    Caderno de Programao

  • III SEMINRIO INTERDISCIPLINAR DE CINCIAS DA LINGUAGEM

    19 A 21 DE NOVEMBRO DE 2014

    Universidade Estadual Vale do Acara

    SOBRAL | CEAR

    Instituies Promotoras:

    Universidade Regionaldo Cariri - URCA

    Instituies Parceiras:

    Cear

    Campus

    Crates

    2

  • Bibliotecria Responsvel: Ivete Costa CRB 3/998

    E46d

    Seminrio Interdisciplinar das Cincias da Linguagem.

    (3. : 2014 : Sobral, CE).

    Discursos e contextos socioeducacionais no semirido cearense: integrando

    linguagem e cincia(s) / III Seminrio Interdisciplinar das Cincias da

    Linguagem ; Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr, organizador. --

    Sobral: Edies

    UVA, 2014.

    248 p.

    Caderno de Programao

    Realizado de 19 a 21 de novembro de 2014, na UVA, Sobral.

    ISBN.: 978-85-87906-78-6

    1. Seminrio. 2. Discursos. 3. Resumos. I. Lins Jr, Jos Raymundo Figueiredo .

    II. Ttulo.

    CDD 378.177

  • 3Boas Vindas

    Carxs participantes do III SIC,

    Estamos hoje entregando a vocs o resultado de um ano de trabalho intenso de um grupo de

    professores/pesquisadores e alunos que dedicaram boa parte de seus esforos e tempo

    preparao deste III Seminrio Interdisciplinar das Cincias da linguagem por acreditar que o

    espao de encontro e discusso acadmica no deve se limitar s grandes capitais.

    Desde sua primeira edio, em 2012, o objetivo deste evento estimular e difundir a pesquisa no

    interior do estado. Essa terceira edio no poderia ser diferente. com orgulho que trazemos

    para a regio norte do semirido cearense o III SIC, primeiro grande evento envolvendo

    pesquisadores do Brasil e da frica promovido pelo Curso de letras, da Universidade Estadual do

    Vale do Acara. Foi um sonho que iniciou-se ainda em 2012, na solenidade de encerramento do I

    SIC, e que concretiza-se hoje, possibilitando aos nossos alunos o encontro com pesquisadores

    que tratam da linguagem nos seus mais diversos campos. Anal, como negar

    interdisciplinaridade, quando na Conferncia de Abertura teremos o prazer de ouvir um Linguista,

    um Filsofo e uma Enfermeira discutindo aspectos nos quais a Linguagem objeto de estudo em

    suas reas?

    Durante esses 12 meses, trabalhamos para fazer desse momento de trocas o mais agradvel e

    produtivo possvel, permitindo que diferentes pesquisadores da linguagem possam conhecer e

    inteirar-se das diferentes abordagens de estudo da Linguagem. O tema central desta edio,

    Discursos e contextos socioeducacionais no semirido cearense: integrando Linguagem e

    Cincias, foi pensado para que as trocas que aqui se realizam, a partir de agora, rmem um

    compromisso tico da(s) cincia(s) com a sociedade.

    com prazer que recebemos cada um de vocs em Sobral, e em nossa casa que neste

    momento passa a ser de todxs vocs , a Universidade Estadual Vale do Acara. Em especial,

    ns, do Curso de Letras, estamos felizes deste encontro possibilitar o encontro de pessoas das

    mais diversas regies do pas.

    No deixem de conhecer alguns pontos que fazem dessa terra um local especial: O Museu do

    Eclipse (Teoria da Relatividade de Einstein), o Teatro So Joo, os restaurantes da Margem

    Esquerda do rio Acara e um happy hour na praa do Arco. Nossa equipe estar disposio de

    vocs para quaisquer informaes.

    Em nome da Comisso Organizadora do III SIC, em Sobral, do Curso de Letras da Universidade

    Estadual Vale do Acara e de todo o Cear desejamos-lhes boas vindas e um excelente evento!

    Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr.

    PRESIDENTE DO III SIC

  • PRESIDENTE DO III SIC

    Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. (UVA)

    VICE PRESIDENTE DO III SIC

    Vilmar Ferreira de Souza (IF-Crates)

    CONSIC Conselho do Seminrio Interdisciplinar das Cincias da Linguagem

    Cristiane Rodrigues Vieira (URCA)

    Expedito Wellington Costa (IF-Crates)

    Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. (UVA)

    Jos Srgio Amncio de Moura (Unilab)

    Raimundo Luis do Nascimento (URCA)

    Vilmar Ferreira de Souza (IF-Crates)

    COMISSO EXECUTIVA

    Adriane Ferreira Veras

    Candice Helen Glenday

    Jos Raymundo Figueiredo Lins Jnior

    Vilmar Ferreira de Souza

    COMISSO CIENTFICA

    Antnio Glaudenir Brasil Maia

    Jos Falco Sobrinho

    Francicl Bento Fortaleza

    COMISSO CULTURAL

    Adriane Ferreira Veras

    Francisco Vicente de Paula Jr.

    SECRETARIA EXECUTIVA

    Candice Helen Glenday

    Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr.

    COMISSO DE APOIO E MONITORES

    Daiane Maria Fernandes Silva (CA Letras/UVA)

    Jos Hemison de Sousa Magalhes (CA- Letras/UVA)

    CONSULTORES AD HOC

    Ana Cristina Cunha da Silva (UNILAB)

    Antonia Dilamar Araujo (UECE)

    Juliana Guimares e Silva (IBMR)

    Marcus Vinicius Freitas Mussi (UFCG)

    Pedro Henrique Lima Praxedes Filho (UECE)

    Roberto Carlos de Assis (UFPB)

    Selma Passos Cardoso (UFVSF)

    ARTE GRFICA

    Fernandes Jr. ([email protected])

    AGRADECIMENTOS MAIS DO QUE ESPECIAIS

    Professor Jos Teodoro Soares

    Giclia Mapurunga

    Comisso

    4

  • Informes

    5

    CREDENCIAMENTO

    Acontecer na manh do primeiro dia do evento, no Auditrio Central, do Campus Betnia (UVA).

    A utilizao dos crachs solicitada para o acesso s reas do evento.

    SECRETARIA

    Disponibilizamos um espao na entrada do Auditrio Central, pela manh, para quaisquer

    assuntos que se faam necessrios.

    O certicado de participao no evento ser entregue na manh do ltimo dia do evento (sexta-

    feira, 21/11/2014), na entrada do Auditrio Central, aps a Palestra do dia. NO SERO

    ENVIADOS CERTIFICADOS DE PARTICIPAO POR EMAIL.

    O certicado de apresentao de trabalho ser entregue atravs do email cadastrado na cha de

    inscrio. Na dvida, solicite ao monitor de secretaria, a cha de e-mails para conferir o seu.

    ATIVIDADES

    As atividades sero realizadas em diferentes reas do campus. Para facilitar o acesso,

    disponibilizamos uma planta baixa do espao onde o evento estar acontecendo.

    As salas das atividades sero anunciadas durante o evento.

  • Telefones teis (DDD 88)

    6

    GERAL

    Informaes: 102

    Polcia: 190 / 3677.4711

    Delegacia da Mulher: 3611.6008

    Terminal Rodovirio: 3614.8383

    Curso de Letras/UVA: 3611.6362

    FARMCIA DE PLANTO 24h

    Farmcia do Arco: 3611.2040

    HOSPITAIS

    Santa Casa de Sobral: 3112.0400

    Hospital da Unimed: 3112.3300

    RESTAURANTES

    Sobral Grill: 3614.3535

    Mr. Camaro: 3613.2076

    Flanas Pizzaria: 3611.5709

    O Mario - Pizza na Pedra: 3677.6100

    Afonso Grill : 3614.7474

    NORTH SHOPPING SOBRAL

    Informaes: 3614.3031

    http://www.northshoppingsobral.com.br/

  • ComissoProgramao

    Dia 19 de novembro (Quarta-feira)

    Manh

    8:00 s 10:00h

    Credenciamento e inscrio

    09:30h

    Abertura Ocial

    10:00 s 12:00h

    Conferncia de Abertura

    Tema: A LINGUAGEM EM (INTER)AO

    COM AS CINCIAS

    Conferencistas:

    Dr. Pedro Praxedes (Letras-UECE);

    Dr.Julio Esteves (Filosoa-UENF);

    Dr . Ju l iana Guimares (Enfermagem-

    FIOCRUZ/UERJ)

    12:00h

    Show de abertura

    Tarde

    14:00 s 16h

    Minicursos

    16:00 s 16:30h

    Intervalo + Mostra de Fotograas

    16:30 s 18:30h

    Sesses Coordenadas

    Noite

    19:00h

    Atividade Cultural

    Dia 20 de novembro (quinta-feira)

    Manh

    08:00 s 10:00h

    Mesas Redondas

    10:00 s 10:30h

    Intervalo + Mostra de Vdeo

    10:30 s 12:00h

    Palestra:

    ASPECTOS DA CULTURA DE GNERO

    BRASILEIRA NAS IMAGENS DE AUTO-

    REPRESENTAO DA REDE SOCIAL

    FACEBOOK

    Conferencista:

    Prof. Dr. Danielle Barbosa Lins de Almeida

    (UFPB)

    Tarde

    14:00 s 16h

    Minicursos

    16:00 s 16:30h

    Intervalo + Recital

    16:30 s 18:30h

    Sesses Coordenadas/Posters

    Noite

    19:00h

    Atividade Cultural

    7

    19 A 21 DE NOVEMBRO DE 2014 | Universidade Estadual Vale do Acara

    SOBRAL | CEAR

  • Programao

    8

    Dia 21 de novembro (Sexta)

    Manh

    08:00 s 10:00h

    Mesas Redondas

    10:00 s 10:30h

    Intervalo + Mostra Literria

    10:30 s 12:00h

    Palestra:

    COMPETNCIA TRADUTRIA (CT) E

    F O R M A O D E T R A D U T O R E S :

    D E S E N H O D E U M C U R S O D E

    INTRODUO TRADUO COM BASE

    EM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E

    TAREFAS DE TRADUO

    Conferencista:

    Prof. Dr. Maria Lcia Vasconcellos (UFSC)

    12:00h

    Almoo de Confraternizao (por adeso)

    Tarde

    14:00 s 16h

    Minicursos

    16:00 s 16:30h

    Encerramento / Sorteio de Livros

    17:00h

    Atividade Cultural

  • 9Conferncias e Palestras

    19/11/2014 10:00 s 12:00h (Auditrio Central)

    CONFERNCIA DE ABERTURA

    Tema: A LINGUAGEM EM (INTER)AO COM AS CINCIAS

    Conferencistas: Dr. Pedro Praxedes (Letras-UECE); Dr.Julio Esteves (Filosoa-UENF),

    Dr. Juliana Guimares (Enfermagem-FIOCRUZ/UERJ)

    ALGUMAS LINGUAGENS EM (INTER)AO COM

    AS CINCIAS LINGUSTICA E LINGUSTICA APLICADA

    Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho

    Curso de Letras e Programa de Ps-Graduao em Lingustica Aplicada da UECE

    Na minha participao, pretendo discorrer a respeito da relao entre, de um lado, a linguagem

    verbal seja oral-auditiva ou espao-visual , a linguagem visual seja bidimensional ou

    tridimensional , e a linguagem multimodal verbo-visual e, de outro, tanto a Lingustica quanto a

    Lingustica Aplicada, atravs da (inter)ao viabilizada pelo vis terico propiciado pela

    Lingustica Sistmico-Funcional (LSF) ou Escola de Sydney (HALLIDAY; MATTHIESSEN,

    2014). A princpio, demonstrarei que a LSF faz, simultaneamente, Lingustica (Terica) (TA) e

    Lingustica Aplicada (LA), transcendendo ambas e podendo ser considerada Lingustica

    Aplicvel. Depois, apresentarei os aparatos terico-metodolgicos fornecidos pela LSF tendo em

    vista o estudo das linguagens acima referidas: Gramtica Sistmico-Funcional (GSF)

    (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014), Teoria da Avaliatividade (TA) (MARTIN; WHITE. 2005),

    Gramtica do Design Visual (GDV) (KRESS; VAN LEEUVEN, 2006) e Semitica Funcional das

    Artes Visuais (SFAV) (O'TOOLE, 2011). Por m, mostrarei as reas de pesquisa, no Brasil e no

    mundo, estudadas pela GSF, TA, GDV e a SFAV, dentro do escopo da LSF, a m de descrever as

    linguagens referidas e propor solues de problemas cotidianos nos quais elas sejam o centro.

    Palavras chave: Linguagens; Lingustica Terica; Lingustica Aplicada; Lingustica Sistmico-

    Funcional; GSF-TA-GDV-SFAV

  • 10

    Conferncias e Palestras

    SOBRE A RELAO ENTRE LINGUAGEM E REALIDADE

    Dr. Julio Esteves (UENF/CNPq)

    Para Aristteles, a linguagem, tanto na forma escrita quanto na verbal, puramente

    convencional, variando de cultura para cultura. Contudo, aquilo de que a linguagem seria

    expresso, a saber, as coisas reais, seriam as mesmas e idnticas para todos os homens e,

    portanto, invariantes de cultura para cultura. Aristteles defende o que se poderia chamar de uma

    concepo realista (ingnua) sobre a relao entre linguagem e realidade: a linguagem

    descreveria a realidade tal qual existe em si e por si, independente do modo como as diferentes

    lnguas a descrevem. Isso posto, tendo por base alguns elementos da losoa do assim chamado

    segundo Wittgenstein, buscarei mostrar que o prprio conceito de identidade ou mesmidade

    (em ingls sameness) convencionalmente estabelecido. Na mesma linha, buscarei mostrar que

    a linguagem determina a experincia que temos das coisas reais e, desse modo, constitui a

    prpria realidade, e no meramente a descreve tal qual seria em si e por si.

    Palavras chave: Aristteles; Linguagem; Cultura

    MORTES DE JOVENS POR HOMICDIOS NO BRASIL:

    A SIGNIFICAO EXPRESSA NA LINGUAGEM

    Profa. Dra.Juliana Guimares e Silva

    Docente UERJ/IBMR

    Pesquisadora Colaboradora CLAVES/ENSP/FIOCRUZ

    A violncia se manifesta nas distintas sociedades de formas diversas. Para Wieviorka (2007),

    esse fenmeno deve ser compreendido em nosso contexto atual a partir das suas razes na

    histria e nos processos sociais, uma vez que suas expresses se modicam e mudam tambm

    as percepes e comportamentos em relao a ele. Partindo do pressuposto de que a linguagem

    alcochoa e sutura o campo simblico (Lacan, 2006) sero analisadas as percepes expressas

    por meio das falas de gestores, prossionais, jovens e familiares de jovens acerca dos homicdios

    que acometem fortemente a juventude. Dois municpios do Nordeste Brasileiro foram as

    unidades de anlise da pesquisa apresentada que teve como referencial a Teoria dos Sistemas

    Sociais Complexos (Luhman, 2006) implcito no Modelo Ecolgico (OMS, 2002). Tais teorias

    abordam as condies relacionadas aos indivduos, s relaes sociais e aos contextos que

    inuenciam na ocorrncia de eventos violentos. A anlise revelou como importantes

    determinantes nas distintas dimenses do modelo ecolgico: (i) individual: uso de lcool e drogas

    ilcitas e cor da pele; (ii) relacional: famlia, violncia intrafamiliar e entre parceiros ntimos e

    relaes de poder estabelecidas entre os jovens; (iii) comunitrias: educao e

    prossionalizao de jovens; disputa de territrio; violncia armada; violncia policial e (iv)

    sociais: trco de drogas; crescimento desordenado e desorganizado das cidades; polticas

    sociais; mdia e apelo ao consumo e desigualdades sociais. Tais categorias tambm se

    descortinaram nas trajetrias de vida dos jovens vtimas de homicdio. Conclui-se que as

    condies observadas se combinam para, em sinergia, determinar as mortes violentas. Tais

    categorias, expressas nos discursos dos sujeitos, so tambm reveladoras de outras violncias

    arraigadas em nosso pas manifestadas por meio do racismo, das relaes desiguais de gnero e

    da violncia estrutural expressa na falta de acessos aos bens e servios pblicos de qualidade e

    nas desigualdades sociais. Ressalta-se que mudanas em relao a esses bitos suscitam

    investimentos econmicos, sociais e educacionais com vistas a incluso e proteo dos jovens e

    sua efetiva participao social.

    Palavras chave: Violncia; Homicdio; Jovens; Linguagem

  • 11

    Conferncias e Palestras

    20/11/2014 10:30 s 12:00h (Auditrio Central)

    Palestra: Aspectos da cultura de gnero brasileira nas imagens de auto-

    representao da rede social FACEBOOK

    Prof. Dr. Danielle Barbosa Lins de Almeida (UFPB)

    Nos dias atuais, vivemos entre dois mundos, o real e o virtual. Como em um universo paralelo,

    usurios compartilham os acontecimentos de suas vidas em redes sociais como o

    Facebook,Instagram e Twitter. Neste mundo virtual, a linha entre a esfera pblica e a privada

    torna-se tnue, quase imperceptvel, e essa nova congurao do discurso pressupe, na

    maioria das vezes, no apenas um nico destinatrio, seno mltiplos. A presente pesquisa

    enfocar a anlise visual de mulheres brasileiras entre 20 e 40 anos na rede social Facebook,

    com o intuito de identicar alguns padres imagticos apoiados na metafuno interacional da

    teoria da multimodalidade de Kress & van Leeuwen (2006), os quais parecem ancorar o conceito

    de capital marital cunhado pela antroploga carioca Miriam Goldenberg (2005; 2004; 1995) no

    contexto de seus estudos sobre as relaes entre gnero e a cultura do corpo na sociedade

    brasileira. Atravs de uma investigao mais minuciosa a respeito dos seus signicados

    interpessoais, possvel constatar que estas imagens esto carregadas no apenas de

    signicados ideolgicos, seno de mensagens culturais a respeito do contexto onde elas esto

    inseridas. A conjuno da anlise semitica das imagens coletadas e das entrevistas

    onlinerealizadas com as usurias parece reforar crenas sociais que enfatizam a valorizao da

    gura masculina e da vida conjugal, bem como a necessidade de validao do papel materno

    para a mulher brasileira.

    21/11/2014 10:30 s 12:00h (Auditrio Central)

    Palestra: Competncia Tradutria (CT) e formao de tradutores: desenho de um

    curso de introduo traduo com base em 'objetivos de aprendizagem' e

    'tarefas de traduo'

    Prof. Dr. Maria Lcia Vasconcellos (UFSC)

    Pesquisas de base cognitiva sobre Competncia Tradutria (CT) (cf. PACTE

    http://grupsderecerca.uab.cat/pacte/en) resultaram em mudana na orientao para oprocesso

    na formao de tradutores, o que criou um clima favorvel introduo de perspectivas

    socioconstrutivistas de aprendizagem: formadores tm se conscientizado da necessidade de os

    tradutores-em-formao trabalharem com tarefas inseridas em contextos realistas, em

    ambientes genuinamente centrados no aprendiz. Entretanto, a emergncia desse novo

    paradigma na formao de tradutores coloca um desao para o desenho curricular (plano de

    curso, ementa de disciplinas e construo de material didtico), sobretudo quanto denio de

    objetivos de aprendizagem com base em competncias e ao desenho de tarefas de traduo

    para a aquisio de tais competncias. Nesse contexto, o objetivo desta fala relatar a

    experincia de desenho de um curso de 'Introduo Traduo', no mbito de uma didtica de

    traduo construtivista, orientada para o processo e baseada na noo de competncia

    tradutria. A apresentao organizada da seguinte maneira: (i) introduo s bases

    conceituais, pedaggicas e metodolgicas da didtica de traduo proposta pelo Grupo de

    Pesquisa PACTE (Hurtado Albir, 1999, 2005, 2007); (ii) o conceito de Competncia Tradutria

    (CT) e sua aquisio; (iii) formao de tradutores por competncias e desenho de objetivos de

    aprendizagem; (iv) abordagem por 'tarefas de traduo'; (v) competncias especcas para a

    formao de tradutores em nvel introdutrio; (vi) ilustrao de desenho de plano de Ensino da

    disciplina Introduo Traduo do Ingls/LLE5160/UFSC, segundo o novo paradigma; (vii)

    ilustrao de Unidade Didtica (UD), construda em torno de 'tarefas de traduo'.

  • 12

    Minicursos

    19 a 21/11/2014 14:00 s 16:00h

    MC 01: Anlise Qualitativa no mbito da Pesquisa em Sade (Prof. Dr. Juliana Guimares

    - Fiocruz/RJ-UERJ)

    Este minicurso tem como objetivo apresentar e discutir os fundamentos da utilizao de mtodos,

    tcnicas e princpios de anlise qualitativa no mbito da pesquisa social em sade. Neste escopo

    as bases da pesquisa social so analisadas no sentido de contextualiz-la no campo da sade.

    Seu contedo estruturado em dois eixos. O primeiro centrado nos aspectos conceituais da

    pesquisa social em sade e o segundo na apresentao de estratgias metodolgicas para a

    anlise do material emprico qualitativo. Na trajetria do curso ser ressaltada a perspectiva

    dialtica como base de reexo. A proposta ser desenvolvida a partir da integrao entre teoria e

    prtica. As estratgias didticas utilizadas sero aulas expositivas e dialogadas, debates e

    exerccios prticos de pesquisa.

    MC 02: Europa e Oriente Prximo: a memria das cidades antigas (Prof. Dr Selma Passos

    Cardoso - Universidade Federal do Vale do So Francisco)

    Faremos um estudo da memria das cidades antigas atravs da literatura, da arquitetura e do

    espao habitado. O conceito de memria, de patrimnio e de identidade atravs da anlise dos

    espaos urbanos enquanto artefato no mbito da sua construo concreta, ou como

    representao em textos literrios. O curso obedecer aos seguintes recortes: a) Abordaremos

    as origens da cidade e o papel do Feminino e do Masculino na congurao do espao urbano; b)

    Estudaremos da linguagem nos relatos escritos na epopeia antiga, arcaica e sua relao com os

    espaos urbanos concretos em runa; c) Abordaremos as formas epigramticas nas inscries

    funerrias gregas e sua evocao memria dos mortos; d) Na literatura latina buscaremos

    entender sua relao com a arquitetura, entendendo-a como Lugar, ou seja, como espaos

    habitados, vivenciados. O curso se desenvolver a partir de aulas expositivas com recursos

    audiovisuais (multimdias e vdeos), acompanhado de debates.

    MC 03: Repensando a escrita na escola: velhos problemas, novos caminhos (Prof. Dr.

    Hrica Paiva Pereira - UFCG; Prof. Paula Perin - Mestranda UFCG)

    Esse minicurso trata de discutir questes envolvidas no processo de produo de textos numa

    perspectiva sociocognitiva, lingustica e dialgica ao reetir sobre o tratamento dado ao ensino da

    escrita em aulas de Lngua Portuguesa. luz dos pressupostos tericos, apresentados por

    Bakhtin (2006), Meurer (1997), Marcuschi (2008) e Calkins (1989), busca-se reetir sobre os

    processos metodolgicos envolvidos na construo do texto que determinam as condies de

    produo e a escolha de um gnero discursivo, a ser observado, em se tratando de um processo

    de reescrita e reviso. Na sequncia, tenciona-se apresentar a abordagem de Calkins (1989)

    para o ensino da escrita que, diferentemente do que se presencia em muitas escolas, envolve

    processos como: escolha do tpico de escrita, preparao do esboo inicial, reescrita, reviso e

    edio, processos mediatizados pela contribuio do leitor atravs de conferncias de escrita.

    Alm desses processos, incluem-se a fundamental contribuio do professor ao desenvolver em

    seus alunos a conscincia de autor de seus textos como elemento motivador e valorizador do seu

    dizer, como tambm o uso de ferramentas tecnolgicas, como: editor de textos, corretor

    ortogrco e dicionrio de sinnimos. Percebeu-se que, ao adotar esses parmetros de ensino, a

    escrita do aluno revela a expresso da subjetividade e da autoria, propsito almejado para a

    formao de um escritor prociente.

  • 13

    Minicursos

    MC 04: A sintaxe da lnguas bantas caso do Lembaama (Prof. Dr. Bruno Okoudowa

    Unilab)

    Este minicurso tem por objetivo divulgar as lnguas africanas do grupo banto. Trata-se de discutir

    a sua localizao, sua classicao e analisar a estrutura sinttica de uma das lnguas desse

    grupo. Este minicurso basear-se- na lngua Lembaama, lngua banta (B62) falada no Gabo,

    para introduzir os participantes na fontica, na fonologia, na tonologia, na morfologia e na sintaxe

    das lnguas bantas.

    MC 05: Desaos para prticas docentes em cursos de ingls no semirido cearense:

    reexos de novos paradigmas educacionais (Prof. Me. Marcus Vincius Freitas Mussi

    UFCG)

    Este minicurso tem como principal objetivo desenvolver discusses acerca de novos desaos

    relacionados s prticas pedaggicas advindos dos impactos causados pelos novos paradigmas

    educacionais intensicados neste sculo, sobretudo pelas NTIC. Subsidiando este, o trabalho

    ter como norteador a perspectiva freiriana entre pesquisa e ensino no formato proposto por

    atuais correntes da Lingustica Aplicada no Brasil em relao interao respeitosa entre teoria e

    prtica. Para isso, o objeto a ser analisado e desenvolvido composto por prticas docentes

    propostas e aplicadas em cursos de ingls franqueados e no franqueados estabelecidos na

    microrregio de Sobral, semirido noroeste cearense. Alm disso, por buscar responder de forma

    qualitativa a problemas relacionados s prticas docentes e coadunar com grande parte das

    atuais selees de professores-pesquisadores da rea das cincias humanas, mais

    precisamente da Lingustica Aplicada, foi adotado o paradigma interpretativista concomitante

    ao senso comum e bom senso como metodologia de anlise contextual. Mais especicamente,

    para coletar e analisar dados dos cursos de ingls no supracitado contexto em convergncia e

    divergncia com os novos paradigmas, optou-se pela anlise bibliogrca e observao dos

    participantes deste curso. Como aporte terico para analisar metodologias e tcnicas de ensino e

    de aprendizagem, materiais, currculos e formao do professor foram eleitos autores nacionais

    como Rajagopalan, Almeida Filho, Mercado, Moita Lopes e Vilson Leffa, e estrangeiros como

    Larsen-Freeman, John Lyons e Widdowson. E para analisarmos as perspectivas da educao

    Paulo Freire e Cortella foram selecionados. Por se tratar de um trabalho de interveno,

    esperado que no mnimo as abordagens empricas docentes dos envolvidos sejam postas para

    anlise no intuito de contribuies reexivas de seus pares, perpassando por propostas de como

    responder aos novos anseios e preocupaes da poca em que vivemos, podendo chegar a

    adequaes destas propostas s prticas docentes em cursos de ingls no semirido cearense.

    MC 06: Identidade mtica: a representao social do heri pico nos poemas de Homero e

    Virglio (Prof. Me. Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. UVA; Prof. Esp. Valdemar Ferreira

    de Carvalho Neto Terceiro - UVA)

    O presente minicurso visa tratar da concepo de representao social do heri mtico-pico das

    literaturas clssicas (Greco-romana). Objetiva-se, aqui, a construo de uma ponte entre a ideia

    do personagem-heri e a sociedade em que ele est alicerado, constituindo, assim, um

    elemento representativo do contexto social que se aproxima a identidade deste. Para tanto, a

    anlise estar embasada nos poemas picos de autoria de Homero, Ilada e Odisseia, e no de

    Virglio, Eneida. Tais obras sero analisadas pela perspectiva histrica e, ao mesmo tempo,

    literria do ser heri pico: o heri coletivo que serve de representante de uma cultura. Dessa

    maneira, se partir da denio de mito e histria e, logo em seguida, sero analisadas as

  • 14

    Minicursos

    denies de gnero pico e seu intento basilar para com a identidade cultural, posteriormente,

    tal teoria se aplicar nas obras mencionadas na forma de anlise literria com nfase no smbolo

    heroico que identica o indivduo com a obra. Com tal estudo concentrado nessa perspectiva,

    fomenta-se a compreenso elementar da questo de identidade sendo esta revisitada na ideia

    original do poema pico, alm de partir para uma preposio essencial dos primrdios da

    narrativa. Para o embasamento histrico-literrio, aplicar-se- a ajuda terica de Albin Lesky

    (1995), Donaldo Schuler (1972) e Junito de Sousa Brando (1997). A contribuio deste

    minicurso se alicera na necessidade de debater o tema, ao mesmo tempo em que visa

    enriquecer a pesquisa acadmica acerca do assunto.

    MC 07: Gneros discursivos e ensino de Lngua Portuguesa: teoria e prtica funcional

    (Prof. Me. Wellington Costa IFCE/Campus Crates)

    A teoria dos gneros discursivos tem dado signicativas contribuies para o ensino de Lngua

    Portuguesa que ajude os educandos a aprimorarem a competncia lingustica e comunicativa,

    pois a interao escrita e oral, na realidade contempornea, exige profundo conhecimento das

    estruturas da lngua em funo de seu uso em diferentes contextos sociais. Como construtos da

    comunicao humana, os gneros discursivos correspondem a cada uma das nossas

    necessidades comunicativas cotidianas, da a sua relevncia no processo de ensino-

    aprendizagem de lngua materna. Ao considerarmos a necessidade de cada usurio ser poliglota

    na prpria lngua, vemos a importncia dos gneros discursivos no ensino, uma vez que eles so

    produzidos com nalidades variadas e circulam nos mais diversos espaos sociais. Este

    minicurso tem como objetivos apresentar os pressupostos do funcionalismo lingustico e debater

    e sistematizar estratgias de ensino de Lngua Portuguesa, a partir de gneros discursivos. O

    minicurso ser iniciado com debate sobre funcionalismo lingustico e teoria dos gneros

    discursivos. A seguir, sero distribudos aos participantes diferentes gneros discursivos e

    conduzida a discusso sobre as funes sociais, os espaos de circulao e a importncia deles

    no ambiente em que leitores e autores esto inseridos. Posteriormente, sero formados grupos

    com dois ou trs participantes, que, sob orientao do proponente, apresentaro propostas de

    aulas de Lngua Portuguesa, com uso gneros discursivos. Cada grupo expor a sua proposta

    para debates e contribuies. Por m, sero apresentadas atividades de avaliao, com objetivo

    de detectar as competncias comunicativas que elas ajudam a aprimorar.

    MC 08: Introduo aos Estudos da Traduo: competncia, construo de signicados e

    objeto de estudos (Prof. Dr. Roberto Carlos de Assis UFPB)

    A Traduo, uma das atividades mais antigas, tem sido, erroneamente, inferiorizada e vista como

    uma atividade secundria por aqueles que ainda procuram equivalncia matemtica entre as

    lnguas. Este minicurso tem como objetivo apresentar a traduo como uma competncia e

    atividade complexa de construo de signicados e como objeto de estudos, o que a coloca em

    patamar elevado, devendo ser aceita e valorizada como tal. Este resgate vem sendo possvel

    graas ao advento dos Estudos da Traduo como disciplina acadmica, autnoma, fora do

    guarda-chuva da Lingustica ou da Literatura, a partir da segunda metade do sculo XX. O

    programa do curso est dividido em trs unidades. No primeiro dia discutiremos crenas sobre a

    traduo e aspectos histricos, tericos, lingusticos, semnticos, contextuais e extratextuais,

    que afetam o fazer tradutrio bem como o posicionamento do estudante diante de seu objeto de

    investigao; no segundo dia, apresentaremos estratgias de traduo de itens de

    especicidade culturais, que se constituem em uma das maiores diculdades para tradutores-

    em-formao; nalmente, no terceiro dia, apresentaremos as mltiplas possibilidades de

    pesquisas dentro desta rea vigorosa de natureza multidisciplinar.

  • 15

    Minicursos

    MC 09: Dicionrio em Sala de Aula: Teoria e Prtica (Prof. Me. Francisco Edmar Cialdine

    Arruda - URCA; Rita Moreira de Sousa - URCA)

    Com o desenvolvimento das novas tecnologias de ensino, os estudos sobre ferramentas

    didticas voltadas para o ensino e aprendizagem de lnguas vm ganhando cada vez mais

    espao. Das ferramentas utilizadas no processo de ensino, os dicionrios de aprendizagem se

    apresentam como um vasto campo de pesquisa, haja vista o advento da Lexicograa Pedaggica

    comentada por Pontes (2009), Welker (2004) dentre outros. No obstante a importncia do

    domnio dessa ferramenta por parte do professor de lnguas, raros so os cursos de graduao

    que tratam sobre as potencialidades do uso do dicionrio como obra didtica mesmo

    considerando a sugesto do MEC que, ao se referir especicamente aos cursos de Letras,

    prope, segundo Pontes (2009) a implantao das disciplinas ligadas ao lxico (p.13). Essa

    situao reala a necessidade de orientaes acerca do uso e avaliao de dicionrios nos

    cursos de licenciaturas, especialmente, nos de Lnguas. Tais conhecimentos levam a um

    manuseio mais produtivo tanto para o ensino de uma lngua estrangeira quanto para o de lngua

    materna. Assim, aprender qualquer assunto signica dominar um conjunto lexical especco que

    deve estar organizado em nosso crebro (PARREIRA DA SILVA, 2011 in XATARA et al. 2011,

    p.126). Dessarte, o objetivo desse minicurso apresentar um panorama das cincias do lxico

    com nfase nos dicionrios de lnguas: sua estrutura, seus usos em sala de aula, anlises

    contrastivas de obras e pesquisas realizadas na rea. Esse trabalho faz parte das pesquisas

    realizadas no Ncleo de Pesquisas em Lingustica Aplicada, LiA, da URCA.

    MC 10: Sobre a relao entre Linguagem e Pensamento (Prof. Dr. Jlio Cesar Ramos

    Esteves UENF/CNPq)

    - The linguistic turn: a mudana da investigao sobre o ser e os objetos para a investigao os

    conceitos e as expresses lingusticas referentes ao ser e aos objetos.

    - A losoa da linguagem ideal (Frege e o assim chamado primeiro Wittgenstein) X a losoa da

    linguagem ideal (o assim chamado segundo Wittgenstein).

    - As Investigaes Filoscas e a concepo wittgensteiniana da aquisio da lngua materna.

    - As noes de signicado como uso, de jogos de linguagem e de formas de vida.

    - O problema da possibilidade da traduo e da interlngua.

    - A relao entre a linguagem e os estados mentais.

    - A linguagem sobre os estados mentais: o problema da possibilidade da linguagem privada.

    MC 11: Elementos iniciais sobre avaliatividade na linguagem verbal: um olhar via

    lingustica sistmico-funcional (Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho UECE)

    Estudo da avaliatividade na linguagem verbal do ponto de vista terico da Lingustica Sistmico-

    Funcional: a Teoria da Avaliatividade. Discusso sobre a rede de sistemas de 'avaliatividade'

    atravs do sistema TIPOS DE AVALIATIVIDADE e dos sistemas dele derivados TIPOS DE

    ATITUDE, TIPOS DE ENGAJAMENTO, TIPOS DE GRADAO e seus respectivos

    termos/escolhas. Discusso sobre as realizaes lexicogramaticais dos termos/escolhas

    sistmicos numa perspectiva contrastiva ingls-portugus. Articulao entre o sistema

    semntico-discursivo de avaliatividade e o sistema lexicogramatical de modalidade.

    Exemplicao da avaliatividade na linguagem verbal em textos em ingls e portugus

    instanciadores de diferentes registros/gneros.

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    Minicursos

    MC 12: Teoria do Registro e dos Gneros baseados na Lingustica Sistmico-Funcional

    (Prof. Me. Robson Lus Batista Ramos)

    Fundamentando-se no princpio de lngua como semiose social (HALLIDAY, 1978), a Lingustica

    Sistmico-Funcional (LSF) defende a relao intrnseca entre os usos lingusticos e o contexto

    social em que ocorrem. Este minicurso pretende abordar o conceito de registro e suas variveis,

    bem como o de gnero, conforme proposto por Martin (1992; 2011; 2013), Martin e Rose (2008), e

    Christie e Derewianka (2008), discutindo os aspectos tericos e metodolgicos de sua anlise, e

    as possibilidades de aplicao ao ensino de lngua (materna e adicionais).

    MC 13: Os sujeitos femininos na escrita de Paulina Chiziane (Prof. Dr. Izabel Cristina dos

    Santos Teixeira - Unilab)

    A representao dos sujeitos femininos uma base de sustentao na escrita de Paulina

    Chiziane, de um modo geral. Suas "mulheres", divididas entre a submisso ao mandado

    patriarcal e a insubordinao, vista, de certa forma, como resultante das contradies advindas

    do contato com as prticas do colonialismo, as levam a lutar contra todas as formas de

    silenciamento e de opresso. Assim sendo, a leitura de seus cinco romances (Balada de amor ao

    vento; Ventos do apocalipse, Niketche - uma histria de poligamia; O stimo juramento; O alegre

    canto da perdiz), que perpassa vrias etapas histricas de Moambique, proporciona o

    entendimento sobre a condio feminina, desde a colnia at a ps-independncia do pas. Isso

    faz com que essa escritora desperte grande interesse no mundo, sobretudo pela forma de

    abordagem dos assuntos ligados ao universo feminino em Moambique.

    MC 14: Cultura e subjetivao: excessos semiticos e suplementos psicanalticos (Prof.

    Dr. Hermano de Frana Rodrigues - UFPB)

    Desde a sua origem, a linguagem arquiteta os princpios constitutivos e reverberantes da

    condio humana. Enleado nas teias da comunicao, o homem cede s iluses do ego e

    promove, por conseguinte, a transgurao mimtica do tempo e do espao, edicando,

    dissolvendo e (re)signicando, por intermdio dos signos, os eventos que conspurcam,

    semioticamente no dilogo com o mundo , a sua subjetividade. impossvel pens-lo fora do

    universo relacional a que est naturalmente submetido. Bem ou mal, as incurses da vida, sejam

    de ordem fsica, psquica ou social, desencadeiam-se no momento em que o sujeito, inebriado

    pela faculdade de simbolizao, transforma e oculta, revelia da conscincia ou no, os sentidos

    circundantes. EsteMinicurso pretende discutir, numa interface entre a semitica greimasiana e as

    teorias psicanalticas, as novas formas de subjetivao na cultura, de modo a decifrar, a partir do

    discurso (e das demais semioses que o escoltam), as vicissitudes e mandamentos do desejo.

    Exploraremos os mais diversos sistemas de representao audiovisual e/ou impressa (cinema,

    msica, jornal, literatura etc), no intento de reconhecer os limites da dinmica pulsional e sua

    ligao com as mudanas histricas.

    Mc15: Dicionrio infantil e teoria da multimodalidade (Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes -

    UECE/UERN; Thasa Maria Rocha Santos - UECE)

    As relaes que existem entre texto-visual e texto-verbal tm suscitado muitos estudos

    atualmente. Estamos vivendo a era da multimodalidade, quando todos os modos de

    comunicao no somente o verbal so tratados como inteiramente capazes de comunicar e

    representar. Assim, o modo visual ganha notoriedade, pois as imagens representam um papel de

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    Minicursos

    extrema importncia na vida contempornea, j que somos bombardeados, a todo o momento,

    por imagens. Neste minicurso, buscamos contribuir para os estudos de Lexicograa Multimodal

    estabelecendo um dilogo entre a Lexicograa Pedaggica (SOUSA; PONTES, 2013;

    PONTES, 2008, 2009; WELKER, 2006, 2008), a Teoria da Multimodalidade (KRESS; VAN

    LEEUWEN, 2006) e as relaes entre texto e imagem propostas por Martinec e Salway (2005).

    Os dicionrios escolhidos para esse minicurso so os dicionrios tipo 1 na classicao do PNLD

    2012 - Dicionrios (RANGEL, 2012), mais conhecidos como dicionrios infantis ou dicionrios

    ilustrados. Essas obras so caracterizadas por possurem at trs mil palavras e uma proposta

    editorial voltada para alunos do 1 Ano do Ensino Fundamental, portanto, so obras ricas em

    recursos visuais, podendo-se aproveitar essa caracterstica para desenvolver inmeras

    habilidades de leitura. Atravs do programa do Governo Federal, os dicionrios chegam a todas

    as escolas do Brasil e, na maioria das vezes, os professores no sabem como aproveitar o seu

    potencial de recursos didticos. Analisando os recursos visuais presentes nas obras

    lexicogrcas, poderemos auxiliar os prossionais da educao na elaborao de atividades

    envolvendo os dicionrios. Este trabalho faz parte de pesquisa de mestrado sob orientao do

    Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes.

    MC 16: Dicionrio escolar e ideologia (Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes - UECE/UERN;

    Jos Valter Rebouas - UERN)

    O lxico, segundo Pires de Oliveira e Isquerdo (2001), o nvel da lngua que mais deixa

    transparecer as transformaes sociais, polticas e culturais de um povo. Dessa forma, ele se

    congura como um espao em que as diferenas ideolgicas podem ser percebidas e

    evidenciadas bem como mantidas ou combatidas. O dicionrio, portanto, pode ser percebido

    como um gnero textual em que essas transformaes podem ser percebidas. Ao contrrio da

    crena vigente, o dicionrio no se constitui como um texto neutro, imparcial e ideologicamente

    isento sobre os signicados e sentidos das palavras de uma lngua. Essas obras so

    ideologicamente orientadas como arma Pontes (2009). Diante disso, neste curso, pretendemos

    estabelecer uma interface entre a Anlise Crtica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2008;

    CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; VAN DIJK, 2008) e a Lexicograa Pedaggica

    (PONTES, 2008, 2009; WELKER, 2004, 2008), a m de discutir como as relaes entre

    linguagem, sociedade e ideologia esto presentes nos dicionrios escolares e quais os

    implicaes dessas relaes para o ensino e para a vida em sociedade. Sob essa perspectiva,

    propomos analisar as representaes ideolgicas, considerando as implicaes sociais e

    histricas, a partir de denies atribudas a alguns verbetes voltados para o campo semntico

    dos modos de produo e consumo, em exemplares de dicionrios escolares de diferentes

    autores, produzidos nos anos de 1977, 1993 e 2011. Esse recorte temporal nos ajudar a

    perceber as transformaes sociais, polticas, econmicas e culturais que ocorreram no Brasil

    durante o m do sculo XX e o incio do sculo XXI. Este trabalho faz parte de pesquisa de

    mestrado sob orientao do Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes.

    MC 17: Cultura de massa e pensamento contemporneo: zumbis, literatura e losoa

    (Prof. Me. Adriane Ferreira Veras UVA; Jorge Luiz Adeodato Junior - UVA)

    Cada poca tem o monstro que lhe cabe. Se Frankenstein, com seus retalhos e recongurao

    esttica, foi o monstro que melhor representou a modernidade, a julgar pela produo cultural

    recente o zumbi aquele que melhor se adequa ao posto em nossa condio contempornea.

    Com suas caractersticas estabelecidas pelo diretor estadunidense George Romero em lmes

    como Night of the Living Dead (1968) e Dawn of the Dead (1978), o zumbi, agora, gura em best-

    sellers, sries de TV e jogos de videogame. Outrora utilizado como veculo de crtica aos

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    Minicursos

    absurdismos da poltica internacional, hoje pode ser lido tanto como cone da cultura pop atual ou

    como metfora para uma letargia social e esvaziamento subjetivo a que estamos imersos. O

    presente trabalho prope-se a perfazer os caminhos simblicos que circundam este monstro,

    apoiando-se em pesquisa flmica, cultural e terica. Para tanto, utilizar-se- arcos narrativos da

    srie de histrias em quadrinhos The Walking Dead, bem como a adaptao televisiva da

    mesma; trechos de lmes de terror dos anos 60, 70 e 80 e preceitos tericos da crtica cultural de

    Terry Eagleton e Umberto Eco. Intenta-se fazer uso, tambm, de noes advindas da losoa da

    mente e da cognio, escola norte-americana de nomes como Alva No, Daniel Kahneman e

    Daniel Dennett.

    MC 18: Poticas contemporneas e poesia multimdia (Prof. Dr. Jos Srgio A. de Moura -

    Unilab; Jos Elderson de Souza Santos - Unilab; Liliane Bandeira de Arajo - Unilab)

    O objetivo deste minicurso investigar os rumos da poesia digital na sociedade contempornea e

    o dilogo que a mesma faz com a arte e as tecnologias, denindo as convergncias entre o

    tradicional e a inovao, determinando os usos, os aspectos e as novas conguraes

    incorporadas ao potico em sua vertente tecnolgica, bem como, alm dessa fortuna crtica, criar

    processos experimentais em poesia e artes atravs de agentes como softwares e editores de arte

    eletrnicos.

    MC 19: Tpicos Em Lingustica Cognitiva: uma abordagem terico-aplicativa (Prof. Dr.

    Fernanda Carneiro Cavalcanti - GELP/UFC)

    Este minicurso, em primeiro momento, buscar apresentar a Teoria da Metfora Conceptual e a

    Teoria da Metfora Primria com foco na linguagem em uso, em consonncias pesquisas e

    referncias que ampliaram o poder descritivo e analtico dessas teorias. Para promover uma

    melhor compreenso e produtividade do contedo explanado no minicurso em questo, analisar-

    se- um conjunto de textos de trs diferentes gneros (poesia, jornalstico e publicitrio).

    MC 20: Um olhar psicolingustico sobre os mtodos de ensino de Lngua Inglesa (Prof. Me.

    Joo Paulo Rodrigues de Lima - FAFIDAM/UECE)

    As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Bsica (2013) torna facultativo o ensino de

    lngua estrangeira (LE) moderna para sries antes do 6 ano do Ensino Fundamental, sendo a

    partir da, obrigatrio para todas as escolas brasileiras. Apesar de serem bastante informativas,

    no evidenciam uma explicao lingustica para a escolha do perodo mencionado como o divisor

    entre o facultativo e o obrigatrio no ensino/aprendizagem de LE. Estudos psicolingusticos

    sugerem a existncia de um perodo crtico para a aquisio de lngua materna, que parece ser

    garantida at os 6 anos de idade e comprometida entre 6 at pouco depois da puberdade

    (PINKER, 1994). A aproximao dos estudos sobre aquisio de lngua materna e aprendizgem

    de lngua estrangeira tem apontado caminhos para desenvolver mtodos que obtenham, com

    menos articialidade, o mximo de procincia lingustica dos aprendizes. Esta proposta de

    minicurso explora teorias como a do Perodo Crtico (LENNEBERG, 1967; PINKER, 1994),

    Cognitivismo Construtivista ou Epigentico (PIAGET, 1979) e a do Sciocognitivismo

    (VYGOTSKY, 1984, 1998), aplicadas ao ensino/aprendizagem de lngua inglesa nas escolas

    para crianas da Educao Infantil e do Ensino Fundamental 1. Estas duas ltimas abordagens

    tericas reetem sobre a construo da representao do conhecimento, associando linguagem,

    pensamento e interao socioambiental. Alguns materiais didticos e mtodos de ensino de LE

    sero analisados atravs destas concepes tambm, avaliando como se d a interao dos

    aprendizes com os materiais e o que estes proporcionam em termos de construo do

    conhecimento da lngua inglesa (mais precisamente, em relao s habilidades: speaking,

    listening, writing e reading).

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    Mesas Redondas

    QUINTA-FEIRA, 20/11/2014 08:00 s 10:00h

    MR01: DISCURSO: ANLISE, EMPODERAMENTO E IDENTIDADE

    NORMAN FAIRCLOUGH E O DISPOSITIVO TERICO DA

    ANLISE CRTICA DO DISCURSO

    Me. Expedito Wellington Costa(IF-Crates)

    Resumo: A Anlise Crtica do Discurso (ACD) se baseia em uma percepo da linguagem como

    aspecto imprescindvel da vida social dialeticamente conectada a outros elementos da prtica

    social, como a ideologia, por exemplo. uma proposta capaz de mapear relaes entre os

    recursos lingusticos usados pelos atores sociais e aspectos da prtica nos quais a interao

    discursiva se insere (Fairclough, 2001). O dispositivo de anlise proposto pela ACD permite

    compreender como se constituem os discursos e de que maneira esse processo aproxima a

    prtica textual das prticas discursiva e social, tornando o discurso uma representao

    signicativa do mundo. Este procedimento metodolgico revela que o discurso ideologicamente

    marcado e historicamente situado. possvel denir a ACD como um vis que se ocupa,

    fundamentalmente, de anlises que do conta das relaes de dominao, discriminao, poder

    e controle, na forma como elas se manifestam atravs da linguagem (WODAK, 2003). O

    dispositivo de anlise da ACD tridimensional, formado por (1) anlise textual, baseada na

    tradio de anlise textual e lingustica e denominada de descrio. a dimenso que cuida da

    anlise lingustica e deve ser feita conjuntamente com as outras dimenses; (2) prtica discursiva

    (produo, distribuio e consumo), baseada na tradio interpretativa ou microssociolgica de

    levar em conta a prtica social como algo que as pessoas, ativamente, produzem e apreendem

    com embasamento em procedimentos compartidos consensualmente. Trata-se, portanto, de

    uma anlise chamada de interpretativa; e (3) prtica social, uma dimenso que verica as

    questes de interesse na anlise social (Costa, 2007), ou seja, analisa as circunstncias

    institucionais e organizacionais do evento discursivo e de que maneira elas moldam a natureza da

    prtica discursiva. V-se, assim, a necessidade de equilbrio entre as dimenses da forma e da

    funo nos estudos de linguagem, para no se reduzir a linguagem condio de ferramenta

    social nem limit-la ao carter apenas formal do sistema lingustico.

    Palavras chave: Discurso; Ideologia; Anlise Crtica do Discurso

    TELEDRAMATURGIA E DISCURSO POLTICO: A-COR-DA ARTE!

    Me. Jos Raymundo F. Lins Jr. (UVA)

    Resumo: No mundo ps moderno, os meios de comunicao de massa so uma arma poderosa

    no espao da constituio de ideologias. A televiso, como um de seus maiores representantes

    torna-se, ento, (re)produtor de comportamentos sociais, e sem dvida, a teledramaturgia

    brasileira revela-se como fonte signicativa de discursos polticos de todas as ordens. O presente

    trabalho visa reetir sobre o discurso proposto pelo grafti na novela Cheias de Charme (Rede

    Globo, 2012), a partir da perspectiva da Anlise do Discurso francesa e da Gramtica do Design

    Visual. Utiliza-se uma cena onde a pichao numa loja de grife marca o discurso que antagoniza

    duas classes sociais: de um lado a classe dominante, representada pelas personagens que

    administram a loja, e de outro lado, a classe subalternizada, representada pelos personagens que

  • 20

    Mesas Redondas

    fazem parte do coletivo de grateiros que registram sua insatisfao em relao ao mundo

    capitalista. A anlise parte dos conceitos de absurdo (CAMUS, 2008), cultura (LVY, 2001), e

    existencialismo (KIERKEGAARD, 2001; ARENDT, 1997), para demonstrar que discursos no

    precisam ser apenas de ordem verbal, mas tambm visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006).

    Nesse sentido, entende-se que o discurso pode, no apenas reproduzir ideologias reprodutoras

    das hegemonias, mas tambm, propor rupturas no sistema dominante.

    Palavras chave: Discurso; Ideologia; Empoderamento; Telenovela

    TRANSFORMAO E TRANSGRESSO FEMININA

    NO SERIADO THE WALKING DEAD

    Me. Adriane Ferreira Veras (UVA)

    Resumo: Se as identidades sociais so construdas discursivamente durante as interaes

    sociais e a construo das identidades sociais est sempre em processo, atravs de um

    constante reposicionamento, nossas identidades, assim, so mltiplas, fragmentadas,

    complexas e contraditrias. Portanto, nunca so xas e esto sempre sujeitas a mudanas

    (GLISSANT, 1990). Ricoeur (1985, p. 432) arma que a identidade no poderia ter outra forma do

    que a narrativa, portanto a construo da identidade indissocivel da narrativa. A narrativa, aqui

    analisada, pela mdia televisiva. Atravs deste aporte terico, trago uma anlise da identidade

    da personagem Carol Peletier na srie de televiso norte-americana chamada The Walking Dead.

    A transformao da identidade da personagem vai de esposa, vtima de abuso fsico e

    psicolgico, guerreira, libertadora do grupo, o qual a v, agora, como uma mulher forte, corajosa

    e bad ass. Nessa co distpica, povoada de zumbis, percebe-se um empoderamento da

    personagem e uma desconstruo dos paradigmas da identidade feminina a qual a personagem

    acreditava ser esperada dela (BUTLER, 2005).

    Palavras chave: Identidade; Desconstruo; Empoderamento Feminino; The Walking Dead

    MR02: A INFNCIA EM NARRATIVAS LITERRIAS CONTEMPORNEAS

    INFNCIA: SOLIDO E SUPERAO EM PRIMEIRAS ESTRIAS DE

    GUIMARES ROSA

    Me. Maria Edinete Toms

    Resumo: Por muito tempo, na literatura brasileira, a temtica da infncia tendeu a se fazer mais

    presente em produes destinadas ao pblico infantil. a partir do Modernismo que essa

    temtica passa a ser mais recorrente na literatura para adultos. Autores consagrados como Jorge

    Amado, Graciliano Ramos, Clarice Lispector e Guimares Rosa bem ilustram essa realidade,

    inserindo a gura da criana na trama de suas narrativas, via de regra, envoltas em questes

    alusivas ps-modernidade, embora a transcendam. O presente estudo objetiva discutir as

    imagens de infncia na narrativa literria de Guimares Rosa. Centra a discusso nos contos As

    margens da alegria, A menina de l e Os Cimos, todos integrantes do livro Primeiras Estrias,

    publicado em 1962. Os contos foram escolhidos, em especial, por contarem com narrador

    heterodiegtico e protagonistas infantis, que enfrentam dilemas muito prximos dos vivenciados

    pelos adultos na contemporaneidade. Considera como pressupostos bsicos o pensamento de

    Gaston Bachelard acerca da contingncia humana solido e a de Antonio Candido sobre a

  • 21

    Mesas Redondas

    literatura roseana revelar o homem como um abismo de virtualidades, que o permitem superar

    muitas das adversidades da vida, embora nem sempre disponha de condies favorveis para

    isso. Assim sendo, questiona-se se possvel personagem infantil roseana apresentar traos

    capazes de dar visibilidade ao que dizem Bachelard e Candido; em que medida esses traos

    apontariam uma realidade circunstancial (da ps-modernidade, local) e ou universal.

    Respondendo-se tais questes, h maior possibilidade de se vericar que imagens de infncia

    acham-se presentes no discurso literrio de Guimares Rosa e se essas imagens sofrem alguma

    inuncia do contexto histrico do autor.

    Palavras chave: Literatura; Infncia; Guimares Rosa

    MENINO DE ENGENHO: AFINIDADES INTERARTSTICAS

    Me. Margarida Pontes Timb

    Resumo: Este trabalho versa sobre o convvio interartstico promovido pelo romance Menino de

    Engenho de Jos Lins do Rego, conforme historiograa literria, situado no Romance de 30 do

    Nordeste brasileiro. O estudo terico-bibliogrco pautou-se no pensamento de Pellegrini

    (2003), Plaza (2001), Souza (2006), dentre outros autores que tratam da literatura e do sistema

    intersitico artstico. Discutimos o romance Menino de Engenho e algumas de suas

    manifestaes artsticas que reetem a infncia. O debate gira em torno de trs segmentos: a

    narrativa literria, trs ilustraes presentes na 3 edio do romance e a narrativa flmica. As

    ilustraes apreciadas foram feitas, em 1959, pelo pintor Candido Portinari para a 3 edio do

    romance. O texto flmico homnimo foi idealizado pelo roteirista-adaptador lvaro Guimares e

    dirigido por Walter Lima Jr., em 1965. A discusso circunda em torno das imagens da criana,

    assim observamos que essas imagens apresentaram elos que reconstroem signicados, ora

    temos o drama psicolgico do menino referido no discurso literrio, ora a ilustrao que recupera

    essa particularidade, e, por ltimo a narrativa flmica que redimensiona o trgico olhar infantil.

    Este trabalho pode ser considerado como resultado parcial de nossa pesquisa de tese e do grupo

    de pesquisa Infncia: Representaes Interculturais em Narrativas Contemporneas.

    Palavras chave: Convvio interaststico; Menino de Engenho; Jos Lins do Rego

    A TRAGICIDADE NA PERSONAGEM INFANTIL CLARICEANA

    Me. Liciany Rodrigues de Sousa

    Resumo: Objetiva-se, com este trabalho, estudar a tragicidade presente nas personagens

    infantis da obra de Clarice Lispector. Para tanto, procura-se conceituar o que o trgico,

    relacionar tal conceito com a construo das personagens clariceanas e demonstrar a

    relevncia da relao entre infncia e tragicidade na compreenso dos contos analisados,

    presentes nas obras A Legio Estrangeira e Laos de Famlia. Para isso, utiliza-se o pensamento

    de tericos como Coutinho (1997) e Aras (2007), cujas anlises feitas da produo literria

    de Lispector constituem materiais ricos a serem usados como subsdio terico. Alm disso,

    faz-se uso do pensamento de Aristteles (1997), Most (2001) e Nietzsche (2005), no que diz

    respeito tragdia e ao trgico. A concluso a que se chegou que h a presena do sentimento

    trgico nas personagens infantis de Clarice Lispector, evidenciando um conito entre a vida, o

    eu e o outro, e que esse sentimento um aspecto relevante para a compreenso do todo

    da obra da autora.

    Palavras chave: Clarice Lispector; Tragicidade; A Legio Estrangeira; Laos de Famlia

  • 22

    Mesas Redondas

    A INFNCIA EM NARRATIVAS LITERRIAS CONTEMPORNEAS

    Me. ngelo Bruno Lucas de Oliveira

    Resumo: Dentro do que prope a mesa-redonda A infncia em narrativas literrias

    contemporneas, propomos um olhar sobre o personagem infantil da escritora brasileira Clarice

    Lispector. Estando presente em todos os gneros cultivados pela autora o romance, o conto e

    a crnica , a criana comparece, como muitos outros elementos, com uma frequncia peculiar

    na co clariceana. Cientes disso, buscamos determinar a posio e a natureza deste ente

    infantil na referida literatura. Um olhar atento revela que a criana clariceana contm, ao menos

    em potncia, as angstias e questes do indivduo adulto. Isso revela que o mito de infncia feliz,

    propagado em grande parte pela burguesia ascendente, no encontra eco na prosa que

    analisamos. Mais que um indivduo dotado de puerilidade e devaneios, a personagem infantil

    clariceana to complexa quanto as demais, estando sujeita intriga, ao sadismo, ao amor,

    crueldade, esperana e a quantos sentimentos seja possvel catalogar. Dada a extenso da

    obra da autora e seus inmeros personagens infantis, para ns metodolgicos, propomos um

    recorte no objeto de anlise. Assim que, dentre os gneros cultivados, elegemos para esta

    anlise o conto, dada a sua brevidade e capacidade de conciso. Neste mbito, ainda largo,

    optamos por trs distintos exemplares, que constituem o corpus de nossa anlise, so eles:

    Felicidade Clandestina, A legio estrangeira e Restos de carnaval. Serviro de base nossa

    anlise pensadores como Philippe ris e Colin Heywood, que teorizam acerca da infncia, e

    Benedito Nunes e Lucia Helena, especialistas na narrativa clariceana.

    Palavras chave: Narrativas literrias; Clarice Lispector; Benedito Nunes; Lucia Helena

    MR03: A TERMINOLOGIA E SUAS INTERFACES: UM DILOGO ENVOLVENDO

    DIFERENTES PERSPECTIVAS DE ESTUDO

    OS TERMOS DA ARGUMENTAO LUZ DA METALEXICOGRAFIA E DA NOVA

    RETRICA: SIMILARIDADES E DIFERENAS

    Me. Edmar Peixoto de Lima

    Resumo: Discutir as questes que envolvem a argumentao no se constitui uma tarefa

    simples e, embora existam muitos trabalhos, o tema ainda necessita de maior aprofundamento e

    causa estranheza aos graduandos do curso Letras quando iniciam os estudos nessa temtica.

    Por essa razo, pensamos em promover uma discusso que pudesse proporcionar apoio aos

    estudantes no que se refere ao entendimento da Teoria da Argumentao no Discurso (TAD).

    Nesse sentido, esse trabalho se prope a investigar as denies de alguns termos da

    argumentao luz da metalexicograa, j que tem como objeto de anlise as denies

    existentes nos verbetes do dicionrio geral de Lngua Portuguesa e sob o ponto de vista da Nova

    Retrica, que norteia a Teoria da Argumentao no Discurso. Nosso propsito nesse artigo o de

    identicar as semelhanas e diferenas entre essas duas perspectivas de estudos. Para

    embasar nossas discusses, apropriamo-nos como aporte terico dos estudos da Lexicograa,

    mais especicamente, Pontes (2009), no que se refere ao uso do dicionrio; da Terminologia com

    Krieger e Finato (2004), quando armam que os estudos terminolgicos uma rea que exige do

    leitor novas competncias lingusticas, bem como em Perelman e Tyteca (2005) quando nos

    apresentam o Tratado da Argumentao ou Nova Retrica como texto base para entender a TAD.

  • 23

    Mesas Redondas

    Nesse sentido, compreendemos os graduandos como leitores em formao que carecem

    desenvolver o domnio dos termos para facilitar a compreenso do texto, no nosso caso, dos

    textos que envolvem os conhecimentos da TAD. Nossas anlises demonstram que h diferenas

    entre as denies existentes no dicionrio de cunho geral e na forma como a Teoria da

    Argumentao apresenta os termos convencer e persuadir, uma vez que essas discusses

    tendem a relacionar as respectivas denies aos conceitos de auditrio universal e particular.

    Palavras chave: Metalexicograa; TAD

    REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE VERBETE DE DICIONRIO

    Dr. Antnio Luciano Pontes

    Resumo: O verbete de dicionrio se dene, segundo Barbosa (1996), como um conjunto de

    entrada e enunciado. Este ltimo segmento compreende a denio e os outros paradigmas que

    explicam o denido, como entrada. Dapena (2002) reconhece tambm as duas categorias

    referidas como fundamentais na formao do verbete, porm as redenomina, respectivamente,

    parte enunciativa e parte informativa. A primeira vem a ser o tema ou o ponto de partida a que se

    refere o rema ou informao nova representada pela parte informativa, a qual, por sua vez, pode

    referir-se, entre outras informaes, informao fnica, categorizao, signicao da palavra.

    Desse modo, o verbete constitui um enunciado, ou texto, que se forma a partir de um conjunto de

    respostas a uma srie de perguntas que o usurio do dicionrio pode fazer acerca de uma

    mesma unidade lxica, que vista pela tradio como entrada. Como se pode observar, os

    tericos observam que entrada e microestrutura, juntas, constituem um verbete de dicionrio, o

    que para mim tal armao merece um reparo. Para tanto, pretendo, nesta comunicao, lanar

    um olhar crtico sobre a terminologia verbete, concebendo-o como a face concreta de uma

    noo entendida como microestrutura abstrata. Assim, do meu ponto de vista, microestrutura e

    verbete se interdependem, sendo aquela face abstrata que realiza como verbete ou texto,

    formada predominantemente pela sequncia dialogal, discutida por Adam (2006).

    Palavras chave: Verbete; Categorizao; Signicao

    ESCOLHA DE TERMOS EQUIVALENTES EM PORTUGUS DO BRASIL

    PARA O VOCABULRIO PANLATINO DAS REDES SOCIAIS

    Dr. Mrcio Sales Santiago

    Resumo: Em Terminologia, a busca por equivalentes no consiste em uma elementar traduo

    literal dos termos, o que ocasionaria em uma articializao. No processo de estabelecimento de

    equivalentes, o trabalho terminolgico precisa analisar o contedo semntico dos termos em

    cada lngua. A funcionalidade denominativa e conceitual exercida pelos termos explica tambm o

    motivo pelo qual o mundo globalizado tem conferido relevncia s terminologias. Em razo disso,

    cada vez mais so criadas obras que compilam e organizam de forma sistemtica as

    terminologias de domnios temticos especializados. Por meio desses instrumentos de consulta,

    possvel o registro de equivalentes dos termos tambm em outros idiomas. Este o caso do

    Vocabulari panllat de les xarxes socials (2014) em portugus, Vocabulrio panlatino das redes

    sociais , elaborado no mbito da Rede Panlatina de Terminologia (REALITER) e coordenado

    pelo Centro de Terminologia da Catalunha (TERMCAT). A nomenclatura inicial conta com 114

    termos relacionados s diferentes redes sociais, principalmente, ao Facebook e ao Twitter. Cada

    verbete apresenta termos equivalentes em seis lnguas romnicas, a saber: catalo, espanhol

  • 24

    Mesas Redondas

    (com variantes da Europa e do Mxico), francs, galego, italiano e portugus (com variantes da

    Portugal e do Brasil), alm do ingls. Ao compatibilizar os equivalentes terminolgicos,

    considerando a diversidade dos usos terminolgicos de cada pas, incluindo variantes e

    sinnimos, esta obra de referncia possibilita uma busca produtiva, uma vez que tenta registrar

    usos lingusticos distintos, tarefa imprescindvel em um projeto integrador. Nesta comunicao,

    apresento como se deu o processo de escolha de termos equivalentes em portugus do Brasil

    para compor a nomenclatura do Vocabulrio.

    Palavras chave: Terminologia; Vocabulrio Panlatino

    O TUTORIAL COMO UMA REELABORAO DO MANUAL TCNICO:

    ASPECTOS TEXTUAIS E TERMINOLGICOS

    Esp. Pauline Barreto Teixeira

    Resumo: A presente comunicao tem como objetivo analisar o processo de reelaborao

    genrica protagonizado pelo tutorial de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Recorremos

    Terminologia para comprovar a proximidade entre os gneros manual tcnico e tutorial, bem

    como estabelecer distines entre as unidades terminolgicas utilizadas nesses gneros. Para

    embasar nossos estudos do tutorial como gnero textual, tomamos a denio de gneros

    proposta por Bakhtin (2011); tambm nos apoiamos em estudos neobakhtinianos que tratam do

    processo de reelaborao genrica: Arajo (2003, 2006), Zavam (2009), Marcuschi (2008) e

    Costa (2010). Para a anlise dos propsitos comunicativos, basear-nos-emos em Bawarshi e

    Reiff (2013), que apontam que os traos formais de um texto se relacionam aos propsitos que

    este se prope a cumprir. Santiago (2013) a razo principal de nossa pesquisa e o que nos

    motiva a voltarmos nossa ateno para a estrutura lingustica utilizada nos tutoriais. Para melhor

    tratar dos termos utilizados nos manuais tcnicos, recorreremos aos estudos de Moura (2008).

    Consultamos tambm Pontes (1996), Cabr (1999), Krieger e Finatto (2004) para

    compreendermos a base dos estudos terminolgicos. O corpus constitudo por 10 tutoriais de

    instituies que utilizam AVAs na modalidade Educao a Distncia (EAD). A partir da anlise, j

    podemos concluir que o tutorial, assim como o manual tcnico, tem como funo principal

    orientar o usurio na utilizao do AVA. Contudo, apesar de ambos os gneros servirem a um

    propsito semelhante, h elementos que impossibilitam o uso do termo manual tcnico em

    determinados contextos. So essas semelhanas e diferenas que apontam para o processo de

    reelaborao genrica.

    Palavras chave: Tutorial; Terminologia; AVA

    MR04: OS TEXTOS ESCRITOS COMO FONTES DE ESTUDOS DA LNGUA,

    DA HISTRIA E DA CULTURA

    FRASEOLOGIAS EM DOCUMENTOS SETECENTISTAS E OITOCENTISTAS:

    A CULTURA RELIGIOSA LUSO-BRASILEIRA.

    Dr. Expedito Elosio Ximenes

    Resumo: O aspecto espiritual inerente ao ser humano e, a depender da poca, a religio

    permeia todas as prticas da humanidade. No obstante o grau de formalidade dos textos

  • 25

    Mesas Redondas

    produzidos no Brasil, no perodo de sua colonizao, a religiosidade transmitida por meio do

    lxico ou, especicamente, de frases repetidas em vrios gneros textuais, como forma de

    legitimar o poder atribudo a um monarca e estabelecer a submisso dos vassalos. Nesta

    comunicao apresentaremos o levantamento e o estudo de fraseologias de carter religioso que

    so usadas nos documentos da administrao pblica do Cear, nos sculos XVII e XVIII. O

    corpus de investigao constitudo por vrios gneros textuais do projeto Memria Colonial do

    Cear, publicados pela Kapa Editoria, 2013, em dupla edio fac-similar e modernizada. Ser

    feito o levantamento das ocorrncias nos textos, considerando-se a localizao nas partes do

    texto e sua funcionalidade. Partiremos dos conceitos e estruturao das fraseologias e a carter

    discursivo que evocam. Visamos com isso avaliar a cultura religiosa a legitimar o poder e impor o

    medo aos governados.

    Palavras chave: Fraseologias; Cultura Religiosa

    DOU-LHE UMA, DOU-LHE DUAS, DOU-LHE UMA MAIS PEQUENINA EM CIMA:

    O LXICO DOS AUTOS DE ARREMATAO DA VILLA DE SOBRAL (1817-1823)

    Esp. Adriana Marly Sampaio Josino

    Resumo: O livro Arremataes de Auzentes da Villa de Sobral (1817-1823) guarda os registros

    de uma prtica cultural e jurdica da sociedade colonial sobralense, situada ao Norte da antiga

    capitania do Cear. Naquele momento histrico, em que as leis gerais do reino eram

    consideradas vigentes no Brasil, os objetos sequestrados pela Coroa Portuguesa eram levados a

    prego de venda, em praa pblica. O gnero discursivo auto de arrematao tem a inteno

    comunicativa de relatar o que ocorria durante os leiles de bens deixados por pessoas falecidas,

    chamadas auzentes, e que no tinham herdeiros; bem como de formalizar a venda dos objetos

    expostos. Por se tratarem de preges de venda de bens diversos, os autos possuem grande

    riqueza lexical relacionada, principalmente, administrao colonial e ao que se considerava

    objeto de venda. Espingardas, foices, calas de ganga, chapus de baeta, capotes e terrinas

    fazem parte deste contexto cultural e lingustico. Neste trabalho, apresentaremos a cultura da vila

    de Sobral, atravs do lxico utilizado poca para denominar os bens que ento circulavam e os

    processos jurdicos daquele momento histrico. Assim, intencionamos contribuir preservao de

    nossa memria social e lingustica, conceituando algumas das lexias encontradas. Nossa

    fundamentao terica baseia-se, quanto contextualizao histrica, em Arajo (1978; 1991);

    quanto s cincias do lxico, em Krieger e Finatto (2004) e Pottier (1978); quanto ao texto de

    especialidade, em Bevilacqua (1996) e Cabr e Estop (2007). Os passos metodolgicos sero a

    breve apresentao do livro Arremataes de Auzentes da Villa de Sobral (1817-1823) e sua

    contextualizao histrica, seguida da enumerao e denio de algumas lexias simples e

    complexas. Com a apresentao deste trabalho, entendemos que provocamos a curiosidade

    investigativa e a percepo da necessidade de se preservar nossa memria lingustica, reetida

    no contexto social sobralense.

    Palavras chave: Lxico; Autos de Arrematao

    A QUESTO DO OUTRO: CULTURA E IDENTIDADE NA RELAO DO MARANHO,

    DOCUMENTO JESUTICO DO PERODO COLONIAL BRASILEIRO.

    Me. Francisco Carlos Carvalho da Silva

  • 26

    Mesas Redondas

    Resumo: Criada em 1534 por iniciativa de Incio de Loyola (1491-1556), a Companhia de Jesus

    assumiu como seu objetivo principal a defesa da Igreja Catlica frente aos avanos da Reforma

    de Lutero (1483-1556). Assim sendo, os jesutas, como eram chamados os padres da referida

    Companhia, espalharam-se pelo mundo em busca de novas almas para sua Igreja e sua f. De tal

    empreitada, restaram inmeros documentos, que so registros histricos da cultura e da

    identidade de cada povo contatado pelos missionrios. A Relao do Maranho, documento do

    incio do sculo XVII, foi escrito pelo Padre Jesuta Luiz Figueira e, embora tendo como data 26

    de maro de 1608, os fatos apontam, na verdade, para o ano de 1609. A Relao do Maranho

    um documento de grande relevncia para uma ampla gama de estudos que abrangem a Histria,

    Historiograa, Lingustica, Etnograa, Antropologia e Filologia, entre inmero outros; uma vez

    tratar-se de documento referencial para o Brasil e de especca importncia para o Cear por ser

    tido como sua certido de nascimento, ou seja, nela que se pode observar a gnese e a

    formao identitria do povo que mais tarde seria concebido como o povo cearense. Mesmo

    sendo um documento de inestimvel valor histrico-cultural, possibilitador de inmeras formas

    de anlise, nossa proposta para esta comunicao consiste apenas na observao dos aspectos

    culturais e identitrios presentes na obra. Para tanto, como fundamentao terica bsica,

    recorremos ao prprio documento, bem como a alguns estudos sobre Histria, identidade e

    cultura. Entre eles: Arago (1985), Sodr (1997), Studart (2001), Hall (2006) e Williams (2007).

    Palavras chave: Cultura; Identidade; Maranho

    PARA QUE NO ALEGUEM IGNORNCIA MANDEI FAZER NOVOS EDITAIS: O

    GNERO EDITAL COMO PRTICA SOCIOCULTURAL ADMINISTRATIVA

    NO SCULO XVIII

    Me. Wagner Rodrigues Loiola

    Resumo: Os textos escritos so um rico arcabouo cultural que guardam em si marcas de

    prticas sociais de um determinado perodo. Dentre estes textos, esto os manuscritos dos

    editais do sculo XVIII, guardados e arquivados sob a tutela do Arquivo Pblico do Estado do

    Cear - APEC-, requerendo leitores especializados para serem retirados do olvidamento. Os

    editais so textos do domnio jurdico-administrativo em que a coroa Portuguesa preceituava

    normas e leis para gerir as mais diversas partes de seu territrio, pois esse gnero tem por funo

    legislar e delimitar as aes de prticas futuras em um determinado processo. Por se tratarem de

    normas e avisos administrativos, os textos possuem uma xidez estrutural e ainda so

    representantes de um lxico especco. Os instrumentos tericos e metodolgicos advm da

    Filologia (Cambraia, 2005; Higounet, 2003; Fischer, 2009; Ximenes, 2013; Borges et. al., 2012;

    Mattos e Silva, 2012; Auerbach, 1972; Spina, 1994; Acioli, 2003; Mendes,1953) e dos estudos de

    Gnero Discursivo (Bakhtin, 2000, 2006; Marcuschi, 2008). A partir do arcabouo terico

    pautamos a discusso no conceito bakhtiniano de gnero, que nos foi importante para o

    encadeamento textual da pesquisa. A escolha por esta abordagem fundamenta-se na crena de

    que a anlise de um gnero deve extrapolar os liames de cincias isoladas e adentrar em uma

    perspectiva transdisciplinar, tomado o gnero como forma de ao scio-histrica situada com

    um propsito comunicativo especco, indo busca da compreenso do fenmeno textual como

    representante da cultura. A anlise revelou que o processo de estruturao dos editais segue

    formas prototpicas de composio, sofrendo inuncias de fatores scio-histrico-culturais do

    perodo de produo e de quem o proferiu. Com o estudo dos manuscritos pretendemos resgatar

    e restituir os estudos histricos no estado do Cear, a partir do gnero edital escritos em perodos

    longnquos. Contribuindo, assim, para pesquisa de gneros.

    Palavras chave: Gnero; Sociocultural; APEC

  • 27

    Mesas Redondas

    MR05: LINGUAGEM E LNGUAS NA PERSPECTIVA DA ESTRUTURA E DO USO

    LNGUA: ESTRUTURA E AS PRESSES DE USO

    Dr. Maria Fabiola Vasconcelos Lopes

    Resumo: Dentre as maneiras de se ensinar gramtica, a lngua como estrutura tem sido

    tradicionalmente selecionada para esse m. Para tal nalidade, as atividades acabam sendo

    geralmente focadas na forma e em regras fechadas. Outra abordagem diferente da primeira,

    valoriza o contexto situacional, no dissociando a lngua das situaes reais em que ela

    produzida. Trata-se da vertente Funcional. Assim, tendo em vista a problemtica em se encontrar

    um caminho que auxilie no ensino da gramtica, e admitindo tal qual Cunha e Souza (2011), o

    postulado de que a lngua uma estrutura malevel, sujeita s presses de uso e constituda de

    um cdigo parcialmente arbitrrio, entendemos que proporcionar um suporte a partir do sistema

    de transitividade aos alunos de suma importncia para a compreenso textual. Tal sistema

    encontra apoio na proposta da Lingustica Sistmico-Funcional (LSF) de Halliday (1994) e

    atrela-se s aes enquanto processos por meio dos recursos lexicogramaticais. Nesse sentido,

    tais recursos do conta de quem fez o qu, a quem se fez algo, e em qual circunstncia. Assim,

    uma maneira que pode ser fornecida ao aluno no intuito de melhorar a compreenso de textos,

    pode se realizar por meio dos processos verbais haja vista que as expresses lingusticas so

    analisadas em um contexto discursivo no qual forma e funo esto associadas. Dessa forma,

    nos debruaremos em particular sob o vis funcionalista tentando discutir e inserir a

    compreenso textual a partir da anlise de processos verbais ilustrada por ora na fbula The

    Giving Tree de Silverstein traduo por Fernando Sabino A rvore generosa. A apresentao

    tem por base Halliday (1994), Cunha e Tavares (2007), Droga & Humphrey (2005), Cunha e

    Souza (2011), dentre outros.

    Palavras chave: Linguagem; Estrutura; Contexto

    ENSINO DE GRAMTICA: A ABORDAGEM BASEADA EM TAREFAS

    Me. Keyla Maria Frota Lemos

    Resumo: O ensino de lnguas estrangeiras, no que concerne o foco na estrutura, ou seja, na

    gramtica, passou por diversas modicaes ao longo dos anos. De centro das atenes no

    mtodo de Gramtica-Traduo cujo objetivo era o desenvolvimento da leitura e da escrita

    atravs de atividades de traduo para marginalizada na abordagem comunicativa onde ao

    aluno cabe descobrir a as regras de uso da lngua por si s, atravs de reexo e criao de

    hipteses, o ensino da gramtica teve seus altos e baixos no ltimo sculo. Contudo, apesar das

    divergncias tericas acerca do ensino de gramtica, muitos pesquisadores concordam com a

    importncia que a competncia gramatical tem na aprendizagem de uma lngua estrangeira,

    desde que o ensino dessa competncia esteja voltado para a funo social da lngua, sendo,

    portanto, contextualizado e signicativo (ANTUNES, 2009; BOHN, 2009). Vrias so as

    abordagens, teorias e mtodos que se dispem a trabalhar a gramtica de forma diversicada,

    abordagem comunicativa, sistmico-funcional, Teoria da Mesclagem Conceptual, Gramtica

    Cognitiva, Gramtica de Construes, etc. Nosso intuito de apresentar o ensino de gramtica a

    partir da abordagem baseada em tarefas como alternativa para o ensino de gramtica em

    diferentes contextos, no como assunto perifrico, mas como foco do ensino para o

    desenvolvimento da competncia comunicativa. Seguindo a proposta da abordagem

    comunicativa, o ensino baseado em tarefas trata a lngua como uma ferramenta para a

  • 28

    Mesas Redondas

    comunicao e no como um objeto de estudo e manipulao (ELLIS, 2003). Nela, o foco

    desenvolver a competncia comunicativa do aprendiz atravs de tarefas que envolvam situaes

    prximas ao que encontrariam em um contexto real de interao. Acreditamos que a gramtica

    no deve ser tratada como um tabu na sala de aula, mas receber a ateno devida, sendo

    apresentada ao aluno dentro de contextos signicativos e reais de comunicao.

    Palavras chave: Gramtica; Traduo; Tarefas

    LINGUAGEM E LNGUA: USO E ESTRUTURA

    NAS EXPRESSES METAFRICAS PRIMRIAS

    Me. Carolina Bezerra de Andrade Lopes

    Resumo: Segundo Langacker (1999, p.14-15), a Lingustica Cognitiva enquanto participante da

    tradio funcionalista se preocupa em investigar a ligao entre linguagem humana, mente e

    experincia fsico-social. Alm disso, a dimenso sociocultural e as relaes entre aspectos

    cognitivos e culturais da linguagem tm sido bastante investigados (SILVA, 2004). Tais pesquisas

    evidenciam que o conhecimento cultural desempenha papel fundamental na linguagem e na

    cognio, no somente nos aspectos lxicos, como tambm gramaticais. Dentre as vrias

    manifestaes da sua linguagem, o homem utiliza diariamente o fenmeno chamado metfora.

    Expresses metafricas do tipo: Voc teve uma ideia brilhante, Deus luz! encerram em si a

    conceitualizao de coisas boas em termos de claridade, tendo por base a metfora conceitual

    primria BOM CLARO. Assim, de maneira no arbitrria, as metforas esto embasadas nas

    experincias cotidianas que o homem tem com o corpo e o mundo a seu redor (Cf. Lakoff, 1987).

    Por essa mesma base, o entendimento e o uso da lngua so gerados (LAKOFF, 1987, 1990).

    Nessa perspectiva, Grady (1997) e Lima (1999) discutem o quanto metforas conceituais

    primrias so usadas pela maioria dos falantes no mundo todo, uma vez que temos a mesma

    estrutura biolgica e interagimos num mundo basicamente igual para todos (Cf. Langacker,

    1997). No entanto, questes como a percepo e a subjetividade, que tambm fazem parte da

    linguagem e desse tipo de metfora, vm sendo gradualmente levantadas por estudiosos

    linguistas como fatores de variaes culturais. Buscaremos discutir a relao entre cultura e

    experincia corprea na gerao de metforas primrias. Tomaremos por base os aspectos

    culturais segundo a Lingustica Cognitiva na sua relao com os processos cognitivos,

    socioculturais e interacionais: Grady (1997), Lakoff (1987), Lakoff e Johnson (1999), dentre

    outros. Para isso, discutiremos conceitos de cultura e de experincia, e apresentaremos partes

    de estudos empricos com metforas primrias em culturas diferentes e em mesmas culturas.

    Tais estudos corroboram a inuncia da cultura na interpretao e na emergncia de metforas

    primrias. Assim, tentaremos aqui apresentar a lngua entendida enquanto seu uso, suas

    variaes e estrutura a partir dos estudos sobre metfora.

    Palavras chave: Linguagem; Estrutura; Metfora

    APLICABILIDADE DA GRAMTICA SISTMICA FUNCIONAL

    NO CURSO DE LETRAS INGLES

    Me. Candice Helen Glenday

    Resumo: A proposta dessa discusso analisar a aplicabilidade da abordagem gramatical

    sistmica funcional no que tange ao desenvolvimento da habilidade da escrita dos alunos do

    Curso de Letras Ingls. Devido limitao de tempo, utilizamos o captulo Expanding the

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    Mesas Redondas

    message: clause combinations, do livro English Grammar: a university course (Angela Downing

    & Philip Locke, 2006) ao longo do semestre juntamente com a produo escrita a m de vericar

    se houve melhora na redao dos alunos. Aps anlise prvia da produo escrita dos alunos,

    vericou-se a necessidade de abordar o tema clause combinations (combinao de oraes)

    visto que era frequente o uso de run-on sentences tanto em portugus quanto em ingls. Por

    run-on sentences entende-se que uma frase em que duas ou mais oraes independentes (ou

    seja, frases completas) so unidas sem pontuao ou conjuno adequada. A metodologia

    usada foi o estudo de alguns trechos do referido captulo, seguida por produo textual, destaque

    pelo professor dos trechos problemticos que necessitavam de reviso, e nalmente a reescrita

    do mesmo texto seguida por nova correo. Ao longo do semestre os alunos produziram dois

    textos e duas reescritas. Podemos armar que houve uma melhora signicativa na produo

    textual devido maior conscientizao dos alunos quanto ao uso de run-on sentences e a

    habilidade de corrigir e revisar os seus prprios textos. Portanto, a aplicabilidade da gramtica

    sistmica funcional satisfatria e seu uso fortemente encorajado para melhorar a produo

    textual e desenvolver a habilidade dos alunos de Letras de revisar seus textos.

    Palavras chave: Gramtica; Aplicabilidade; Letras

    MR06: NOVAS TECNOLOGIAS, LINGUAGEM E SOCIEDADE

    O RESGATE DA ESCRITA NA ERA DIGITAL

    Dr. Jos Srgio A. de Moura

    Resumo: O objetivo aqui apresentar como o uso da escrita na Era Digital signica um resgate

    de uma tecnologia criada h milhares de ano como um aporte da memria. Elaborada como um

    meio de perpetuar narrativas e fatos que, histricos ou no, constituiu uma das bases da assim

    chamada civilizao, a escrita evolui ao longo do tempo com vrios papis, dentre eles, o da

    comunicao que deu base a vrios gneros tradicionais como cartas, bilhetes, dirios, revistas e

    jornais. Entretanto, a Revoluo Digital deu escrita um lugar de destaque, na medida em que a

    comunicao mediada por computador ou por dispositivos mveis tem ocorrido atravs da

    mesma, na maior parte das vezes. assim com gneros como o e-mail, os comentrios dos

    fruns, das notcias online e das redes sociais, o bate-papo das salas virtuais, as mensagens

    instantneas enviadas por celulares e smartphones, dentre outros. Somados, o nmero de

    usurios de Internet e de dispositivos mveis no Brasil chega a mais de 200 milhes, o que leva

    concluso que as to faladas incluso e letramento digitais j ocorreram, s margens de qualquer

    poltica pblica mais efetiva para esse m. Alm disso, tambm se discutir como a escrita foi

    fundamental para essa espcie de incluso e letramento, tambm s margens do reacionarismo

    e conservadorismo da escola, que teima em condenar e considerar a lngua escrita de certos

    ambientes (salas de bate-papo, por exemplo) como catica e sem regras.

    Palavras chave: Resgate; Era Digital; Escrita

    VDEOS PUBLICITRIOS E O DISCURSO DA TECNOLOGIA:

    METFORAS MULTIMODAIS

    Dr. Rodrigo Esteves de Lima-Lopes

    Resumo: Este artigo discute metforas multimodais em um corpus de vdeos publicitrios. O

    objetivo estudar como essas metforas constroem o discurso de seduo do expectador por

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    Mesas Redondas

    meio da facilitao e explicao de contedos da rea tcnica de informtica. Essas metforas

    constituem-se por um complexo sistema: alm do verbal, h diversos outros modos: como

    gestos, vestimenta, olhar e posio no quadro; todos encapsulados na imagem do vdeo.

    Resultados parecem indicar que tais metforas servem para caracterizar produtos de uma

    determinada marca de computadores como superior em qualidade e facilidade de operao.

    Palavras chave: Metforas Multimodais; Vdeos Publicitrios

    A TERMINOLOGIA DAS REDES SOCIAIS

    Dr. Mrcio Sales Santiago

    Resumo: Na sociedade contempornea, as redes sociais passaram a ter grande relevncia, haja

    vista o nmero crescente de usurios dessas ferramentas computacionais de interao social.

    Em oposio a uma noo que entende a lngua como produto acabado, ou seja, incapaz de

    evoluir no plano lexical, percebe-se claramente que a linguagem deste domnio temtico est em

    pleno desenvolvimento e cada vez mais presente no dia a dia dos cidados. Logo, nesta

    comunicao, analiso o lxico presente nas redes sociais da internet, notadamente, os termos

    que guram em tutoriais elaborados para usurios brasileiros. Com efeito, entende-se o tutorial

    como um texto especializado, repleto de termos, cujo objetivo instruir um indivduo ou um

    conjunto de indivduos, a m de utilizar uma ferramenta informatizada (SANTIAGO, 2013). Em

    consequncia, importa a esta pesquisa a identicao das caractersticas das unidades

    terminolgicas nesse gnero textual digital voltado para as redes sociais. Como marco terico,

    assumo o pressuposto de que a terminologia neste sentido, o conjunto de unidades lexicais e

    semiticas tpicas de um domnio especializado no constitui um bloco monoltico, uma vez que

    apresenta especicidades para alm do foco temtico-cognitivo. Isto porque h componentes

    textuais e pragmticos que, ao incidirem sobre a gnese dos termos, contribuem para determinar

    o perl terminolgico de um dado domnio. Constituem o corpus os tutoriais das redes sociais

    Twitter, Facebook, LinkedIn e Google+. Na anlise, descrita e exemplicada uma terminologia

    das redes sociais. Os resultados iniciais apontam que possvel se referir a duas especicidades

    terminolgicas nos tutoriais, as quais contribuem para determinar o perl terminolgico do

    domnio temtico abordado, especicamente sob o ponto de vista da denominao.

    Palavras chave: Terminologia; Redes Sociais

    A INTERAO DOS PARTICIPANTES NA ESCRITA COLABORATIVA

    EM MEIO DIGITAL

    Me. Francicl Fortaleza Bento

    Resumo: A escrita na tela, tendncia cada vez mais crescente, possibilita a construo de textos

    a vrias mos. Dentre as ferramentas existentes para o trabalho colaborativo, destaca-se a wiki

    (CUNNINGHAM, 2008; LIMA, 2008), por permitir edies rpidas e descomplicadas. Nesse

    sentido, foi investigada a interao dos participantes envolvidos no processo de escrita

    colaborativa (CERATTO, 2002; WARD, 2009) em ambiente wiki. A investigao se deu durante

    realizao de um projeto wiki para a escrita de gneros textuais em lngua inglesa: anncio

    publicitrio, carta formal, resenha de lmes e artigo de revista. Os participantes, alunos de um

    curso de lngua inglesa de nvel intermedirio e responsveis pela escritura dos textos, e a

    professora-pesquisadora, cujo papel maior era orientar o processo de produo textual,

    colaboraram para que os textos fossem construdos em momentos de alternncia de papis. O

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    Mesas Redondas

    maior espao de colaborao foi a seo comentrios, presente no ambiente, que permitia a

    interao entre os participante atravs da postagem de consideraes acerca do texto em

    constr