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Instituies Promotoras:
Universidade Regionaldo Cariri - URCA
Instituies Parceiras:
Cear
Campus
Crates
Caderno de Programao
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III SEMINRIO INTERDISCIPLINAR DE CINCIAS DA LINGUAGEM
19 A 21 DE NOVEMBRO DE 2014
Universidade Estadual Vale do Acara
SOBRAL | CEAR
Instituies Promotoras:
Universidade Regionaldo Cariri - URCA
Instituies Parceiras:
Cear
Campus
Crates
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Bibliotecria Responsvel: Ivete Costa CRB 3/998
E46d
Seminrio Interdisciplinar das Cincias da Linguagem.
(3. : 2014 : Sobral, CE).
Discursos e contextos socioeducacionais no semirido cearense: integrando
linguagem e cincia(s) / III Seminrio Interdisciplinar das Cincias da
Linguagem ; Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr, organizador. --
Sobral: Edies
UVA, 2014.
248 p.
Caderno de Programao
Realizado de 19 a 21 de novembro de 2014, na UVA, Sobral.
ISBN.: 978-85-87906-78-6
1. Seminrio. 2. Discursos. 3. Resumos. I. Lins Jr, Jos Raymundo Figueiredo .
II. Ttulo.
CDD 378.177
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3Boas Vindas
Carxs participantes do III SIC,
Estamos hoje entregando a vocs o resultado de um ano de trabalho intenso de um grupo de
professores/pesquisadores e alunos que dedicaram boa parte de seus esforos e tempo
preparao deste III Seminrio Interdisciplinar das Cincias da linguagem por acreditar que o
espao de encontro e discusso acadmica no deve se limitar s grandes capitais.
Desde sua primeira edio, em 2012, o objetivo deste evento estimular e difundir a pesquisa no
interior do estado. Essa terceira edio no poderia ser diferente. com orgulho que trazemos
para a regio norte do semirido cearense o III SIC, primeiro grande evento envolvendo
pesquisadores do Brasil e da frica promovido pelo Curso de letras, da Universidade Estadual do
Vale do Acara. Foi um sonho que iniciou-se ainda em 2012, na solenidade de encerramento do I
SIC, e que concretiza-se hoje, possibilitando aos nossos alunos o encontro com pesquisadores
que tratam da linguagem nos seus mais diversos campos. Anal, como negar
interdisciplinaridade, quando na Conferncia de Abertura teremos o prazer de ouvir um Linguista,
um Filsofo e uma Enfermeira discutindo aspectos nos quais a Linguagem objeto de estudo em
suas reas?
Durante esses 12 meses, trabalhamos para fazer desse momento de trocas o mais agradvel e
produtivo possvel, permitindo que diferentes pesquisadores da linguagem possam conhecer e
inteirar-se das diferentes abordagens de estudo da Linguagem. O tema central desta edio,
Discursos e contextos socioeducacionais no semirido cearense: integrando Linguagem e
Cincias, foi pensado para que as trocas que aqui se realizam, a partir de agora, rmem um
compromisso tico da(s) cincia(s) com a sociedade.
com prazer que recebemos cada um de vocs em Sobral, e em nossa casa que neste
momento passa a ser de todxs vocs , a Universidade Estadual Vale do Acara. Em especial,
ns, do Curso de Letras, estamos felizes deste encontro possibilitar o encontro de pessoas das
mais diversas regies do pas.
No deixem de conhecer alguns pontos que fazem dessa terra um local especial: O Museu do
Eclipse (Teoria da Relatividade de Einstein), o Teatro So Joo, os restaurantes da Margem
Esquerda do rio Acara e um happy hour na praa do Arco. Nossa equipe estar disposio de
vocs para quaisquer informaes.
Em nome da Comisso Organizadora do III SIC, em Sobral, do Curso de Letras da Universidade
Estadual Vale do Acara e de todo o Cear desejamos-lhes boas vindas e um excelente evento!
Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr.
PRESIDENTE DO III SIC
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PRESIDENTE DO III SIC
Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. (UVA)
VICE PRESIDENTE DO III SIC
Vilmar Ferreira de Souza (IF-Crates)
CONSIC Conselho do Seminrio Interdisciplinar das Cincias da Linguagem
Cristiane Rodrigues Vieira (URCA)
Expedito Wellington Costa (IF-Crates)
Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. (UVA)
Jos Srgio Amncio de Moura (Unilab)
Raimundo Luis do Nascimento (URCA)
Vilmar Ferreira de Souza (IF-Crates)
COMISSO EXECUTIVA
Adriane Ferreira Veras
Candice Helen Glenday
Jos Raymundo Figueiredo Lins Jnior
Vilmar Ferreira de Souza
COMISSO CIENTFICA
Antnio Glaudenir Brasil Maia
Jos Falco Sobrinho
Francicl Bento Fortaleza
COMISSO CULTURAL
Adriane Ferreira Veras
Francisco Vicente de Paula Jr.
SECRETARIA EXECUTIVA
Candice Helen Glenday
Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr.
COMISSO DE APOIO E MONITORES
Daiane Maria Fernandes Silva (CA Letras/UVA)
Jos Hemison de Sousa Magalhes (CA- Letras/UVA)
CONSULTORES AD HOC
Ana Cristina Cunha da Silva (UNILAB)
Antonia Dilamar Araujo (UECE)
Juliana Guimares e Silva (IBMR)
Marcus Vinicius Freitas Mussi (UFCG)
Pedro Henrique Lima Praxedes Filho (UECE)
Roberto Carlos de Assis (UFPB)
Selma Passos Cardoso (UFVSF)
ARTE GRFICA
Fernandes Jr. ([email protected])
AGRADECIMENTOS MAIS DO QUE ESPECIAIS
Professor Jos Teodoro Soares
Giclia Mapurunga
Comisso
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Informes
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CREDENCIAMENTO
Acontecer na manh do primeiro dia do evento, no Auditrio Central, do Campus Betnia (UVA).
A utilizao dos crachs solicitada para o acesso s reas do evento.
SECRETARIA
Disponibilizamos um espao na entrada do Auditrio Central, pela manh, para quaisquer
assuntos que se faam necessrios.
O certicado de participao no evento ser entregue na manh do ltimo dia do evento (sexta-
feira, 21/11/2014), na entrada do Auditrio Central, aps a Palestra do dia. NO SERO
ENVIADOS CERTIFICADOS DE PARTICIPAO POR EMAIL.
O certicado de apresentao de trabalho ser entregue atravs do email cadastrado na cha de
inscrio. Na dvida, solicite ao monitor de secretaria, a cha de e-mails para conferir o seu.
ATIVIDADES
As atividades sero realizadas em diferentes reas do campus. Para facilitar o acesso,
disponibilizamos uma planta baixa do espao onde o evento estar acontecendo.
As salas das atividades sero anunciadas durante o evento.
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Telefones teis (DDD 88)
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GERAL
Informaes: 102
Polcia: 190 / 3677.4711
Delegacia da Mulher: 3611.6008
Terminal Rodovirio: 3614.8383
Curso de Letras/UVA: 3611.6362
FARMCIA DE PLANTO 24h
Farmcia do Arco: 3611.2040
HOSPITAIS
Santa Casa de Sobral: 3112.0400
Hospital da Unimed: 3112.3300
RESTAURANTES
Sobral Grill: 3614.3535
Mr. Camaro: 3613.2076
Flanas Pizzaria: 3611.5709
O Mario - Pizza na Pedra: 3677.6100
Afonso Grill : 3614.7474
NORTH SHOPPING SOBRAL
Informaes: 3614.3031
http://www.northshoppingsobral.com.br/
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ComissoProgramao
Dia 19 de novembro (Quarta-feira)
Manh
8:00 s 10:00h
Credenciamento e inscrio
09:30h
Abertura Ocial
10:00 s 12:00h
Conferncia de Abertura
Tema: A LINGUAGEM EM (INTER)AO
COM AS CINCIAS
Conferencistas:
Dr. Pedro Praxedes (Letras-UECE);
Dr.Julio Esteves (Filosoa-UENF);
Dr . Ju l iana Guimares (Enfermagem-
FIOCRUZ/UERJ)
12:00h
Show de abertura
Tarde
14:00 s 16h
Minicursos
16:00 s 16:30h
Intervalo + Mostra de Fotograas
16:30 s 18:30h
Sesses Coordenadas
Noite
19:00h
Atividade Cultural
Dia 20 de novembro (quinta-feira)
Manh
08:00 s 10:00h
Mesas Redondas
10:00 s 10:30h
Intervalo + Mostra de Vdeo
10:30 s 12:00h
Palestra:
ASPECTOS DA CULTURA DE GNERO
BRASILEIRA NAS IMAGENS DE AUTO-
REPRESENTAO DA REDE SOCIAL
FACEBOOK
Conferencista:
Prof. Dr. Danielle Barbosa Lins de Almeida
(UFPB)
Tarde
14:00 s 16h
Minicursos
16:00 s 16:30h
Intervalo + Recital
16:30 s 18:30h
Sesses Coordenadas/Posters
Noite
19:00h
Atividade Cultural
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19 A 21 DE NOVEMBRO DE 2014 | Universidade Estadual Vale do Acara
SOBRAL | CEAR
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Programao
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Dia 21 de novembro (Sexta)
Manh
08:00 s 10:00h
Mesas Redondas
10:00 s 10:30h
Intervalo + Mostra Literria
10:30 s 12:00h
Palestra:
COMPETNCIA TRADUTRIA (CT) E
F O R M A O D E T R A D U T O R E S :
D E S E N H O D E U M C U R S O D E
INTRODUO TRADUO COM BASE
EM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E
TAREFAS DE TRADUO
Conferencista:
Prof. Dr. Maria Lcia Vasconcellos (UFSC)
12:00h
Almoo de Confraternizao (por adeso)
Tarde
14:00 s 16h
Minicursos
16:00 s 16:30h
Encerramento / Sorteio de Livros
17:00h
Atividade Cultural
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9Conferncias e Palestras
19/11/2014 10:00 s 12:00h (Auditrio Central)
CONFERNCIA DE ABERTURA
Tema: A LINGUAGEM EM (INTER)AO COM AS CINCIAS
Conferencistas: Dr. Pedro Praxedes (Letras-UECE); Dr.Julio Esteves (Filosoa-UENF),
Dr. Juliana Guimares (Enfermagem-FIOCRUZ/UERJ)
ALGUMAS LINGUAGENS EM (INTER)AO COM
AS CINCIAS LINGUSTICA E LINGUSTICA APLICADA
Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho
Curso de Letras e Programa de Ps-Graduao em Lingustica Aplicada da UECE
Na minha participao, pretendo discorrer a respeito da relao entre, de um lado, a linguagem
verbal seja oral-auditiva ou espao-visual , a linguagem visual seja bidimensional ou
tridimensional , e a linguagem multimodal verbo-visual e, de outro, tanto a Lingustica quanto a
Lingustica Aplicada, atravs da (inter)ao viabilizada pelo vis terico propiciado pela
Lingustica Sistmico-Funcional (LSF) ou Escola de Sydney (HALLIDAY; MATTHIESSEN,
2014). A princpio, demonstrarei que a LSF faz, simultaneamente, Lingustica (Terica) (TA) e
Lingustica Aplicada (LA), transcendendo ambas e podendo ser considerada Lingustica
Aplicvel. Depois, apresentarei os aparatos terico-metodolgicos fornecidos pela LSF tendo em
vista o estudo das linguagens acima referidas: Gramtica Sistmico-Funcional (GSF)
(HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014), Teoria da Avaliatividade (TA) (MARTIN; WHITE. 2005),
Gramtica do Design Visual (GDV) (KRESS; VAN LEEUVEN, 2006) e Semitica Funcional das
Artes Visuais (SFAV) (O'TOOLE, 2011). Por m, mostrarei as reas de pesquisa, no Brasil e no
mundo, estudadas pela GSF, TA, GDV e a SFAV, dentro do escopo da LSF, a m de descrever as
linguagens referidas e propor solues de problemas cotidianos nos quais elas sejam o centro.
Palavras chave: Linguagens; Lingustica Terica; Lingustica Aplicada; Lingustica Sistmico-
Funcional; GSF-TA-GDV-SFAV
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Conferncias e Palestras
SOBRE A RELAO ENTRE LINGUAGEM E REALIDADE
Dr. Julio Esteves (UENF/CNPq)
Para Aristteles, a linguagem, tanto na forma escrita quanto na verbal, puramente
convencional, variando de cultura para cultura. Contudo, aquilo de que a linguagem seria
expresso, a saber, as coisas reais, seriam as mesmas e idnticas para todos os homens e,
portanto, invariantes de cultura para cultura. Aristteles defende o que se poderia chamar de uma
concepo realista (ingnua) sobre a relao entre linguagem e realidade: a linguagem
descreveria a realidade tal qual existe em si e por si, independente do modo como as diferentes
lnguas a descrevem. Isso posto, tendo por base alguns elementos da losoa do assim chamado
segundo Wittgenstein, buscarei mostrar que o prprio conceito de identidade ou mesmidade
(em ingls sameness) convencionalmente estabelecido. Na mesma linha, buscarei mostrar que
a linguagem determina a experincia que temos das coisas reais e, desse modo, constitui a
prpria realidade, e no meramente a descreve tal qual seria em si e por si.
Palavras chave: Aristteles; Linguagem; Cultura
MORTES DE JOVENS POR HOMICDIOS NO BRASIL:
A SIGNIFICAO EXPRESSA NA LINGUAGEM
Profa. Dra.Juliana Guimares e Silva
Docente UERJ/IBMR
Pesquisadora Colaboradora CLAVES/ENSP/FIOCRUZ
A violncia se manifesta nas distintas sociedades de formas diversas. Para Wieviorka (2007),
esse fenmeno deve ser compreendido em nosso contexto atual a partir das suas razes na
histria e nos processos sociais, uma vez que suas expresses se modicam e mudam tambm
as percepes e comportamentos em relao a ele. Partindo do pressuposto de que a linguagem
alcochoa e sutura o campo simblico (Lacan, 2006) sero analisadas as percepes expressas
por meio das falas de gestores, prossionais, jovens e familiares de jovens acerca dos homicdios
que acometem fortemente a juventude. Dois municpios do Nordeste Brasileiro foram as
unidades de anlise da pesquisa apresentada que teve como referencial a Teoria dos Sistemas
Sociais Complexos (Luhman, 2006) implcito no Modelo Ecolgico (OMS, 2002). Tais teorias
abordam as condies relacionadas aos indivduos, s relaes sociais e aos contextos que
inuenciam na ocorrncia de eventos violentos. A anlise revelou como importantes
determinantes nas distintas dimenses do modelo ecolgico: (i) individual: uso de lcool e drogas
ilcitas e cor da pele; (ii) relacional: famlia, violncia intrafamiliar e entre parceiros ntimos e
relaes de poder estabelecidas entre os jovens; (iii) comunitrias: educao e
prossionalizao de jovens; disputa de territrio; violncia armada; violncia policial e (iv)
sociais: trco de drogas; crescimento desordenado e desorganizado das cidades; polticas
sociais; mdia e apelo ao consumo e desigualdades sociais. Tais categorias tambm se
descortinaram nas trajetrias de vida dos jovens vtimas de homicdio. Conclui-se que as
condies observadas se combinam para, em sinergia, determinar as mortes violentas. Tais
categorias, expressas nos discursos dos sujeitos, so tambm reveladoras de outras violncias
arraigadas em nosso pas manifestadas por meio do racismo, das relaes desiguais de gnero e
da violncia estrutural expressa na falta de acessos aos bens e servios pblicos de qualidade e
nas desigualdades sociais. Ressalta-se que mudanas em relao a esses bitos suscitam
investimentos econmicos, sociais e educacionais com vistas a incluso e proteo dos jovens e
sua efetiva participao social.
Palavras chave: Violncia; Homicdio; Jovens; Linguagem
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Conferncias e Palestras
20/11/2014 10:30 s 12:00h (Auditrio Central)
Palestra: Aspectos da cultura de gnero brasileira nas imagens de auto-
representao da rede social FACEBOOK
Prof. Dr. Danielle Barbosa Lins de Almeida (UFPB)
Nos dias atuais, vivemos entre dois mundos, o real e o virtual. Como em um universo paralelo,
usurios compartilham os acontecimentos de suas vidas em redes sociais como o
Facebook,Instagram e Twitter. Neste mundo virtual, a linha entre a esfera pblica e a privada
torna-se tnue, quase imperceptvel, e essa nova congurao do discurso pressupe, na
maioria das vezes, no apenas um nico destinatrio, seno mltiplos. A presente pesquisa
enfocar a anlise visual de mulheres brasileiras entre 20 e 40 anos na rede social Facebook,
com o intuito de identicar alguns padres imagticos apoiados na metafuno interacional da
teoria da multimodalidade de Kress & van Leeuwen (2006), os quais parecem ancorar o conceito
de capital marital cunhado pela antroploga carioca Miriam Goldenberg (2005; 2004; 1995) no
contexto de seus estudos sobre as relaes entre gnero e a cultura do corpo na sociedade
brasileira. Atravs de uma investigao mais minuciosa a respeito dos seus signicados
interpessoais, possvel constatar que estas imagens esto carregadas no apenas de
signicados ideolgicos, seno de mensagens culturais a respeito do contexto onde elas esto
inseridas. A conjuno da anlise semitica das imagens coletadas e das entrevistas
onlinerealizadas com as usurias parece reforar crenas sociais que enfatizam a valorizao da
gura masculina e da vida conjugal, bem como a necessidade de validao do papel materno
para a mulher brasileira.
21/11/2014 10:30 s 12:00h (Auditrio Central)
Palestra: Competncia Tradutria (CT) e formao de tradutores: desenho de um
curso de introduo traduo com base em 'objetivos de aprendizagem' e
'tarefas de traduo'
Prof. Dr. Maria Lcia Vasconcellos (UFSC)
Pesquisas de base cognitiva sobre Competncia Tradutria (CT) (cf. PACTE
http://grupsderecerca.uab.cat/pacte/en) resultaram em mudana na orientao para oprocesso
na formao de tradutores, o que criou um clima favorvel introduo de perspectivas
socioconstrutivistas de aprendizagem: formadores tm se conscientizado da necessidade de os
tradutores-em-formao trabalharem com tarefas inseridas em contextos realistas, em
ambientes genuinamente centrados no aprendiz. Entretanto, a emergncia desse novo
paradigma na formao de tradutores coloca um desao para o desenho curricular (plano de
curso, ementa de disciplinas e construo de material didtico), sobretudo quanto denio de
objetivos de aprendizagem com base em competncias e ao desenho de tarefas de traduo
para a aquisio de tais competncias. Nesse contexto, o objetivo desta fala relatar a
experincia de desenho de um curso de 'Introduo Traduo', no mbito de uma didtica de
traduo construtivista, orientada para o processo e baseada na noo de competncia
tradutria. A apresentao organizada da seguinte maneira: (i) introduo s bases
conceituais, pedaggicas e metodolgicas da didtica de traduo proposta pelo Grupo de
Pesquisa PACTE (Hurtado Albir, 1999, 2005, 2007); (ii) o conceito de Competncia Tradutria
(CT) e sua aquisio; (iii) formao de tradutores por competncias e desenho de objetivos de
aprendizagem; (iv) abordagem por 'tarefas de traduo'; (v) competncias especcas para a
formao de tradutores em nvel introdutrio; (vi) ilustrao de desenho de plano de Ensino da
disciplina Introduo Traduo do Ingls/LLE5160/UFSC, segundo o novo paradigma; (vii)
ilustrao de Unidade Didtica (UD), construda em torno de 'tarefas de traduo'.
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Minicursos
19 a 21/11/2014 14:00 s 16:00h
MC 01: Anlise Qualitativa no mbito da Pesquisa em Sade (Prof. Dr. Juliana Guimares
- Fiocruz/RJ-UERJ)
Este minicurso tem como objetivo apresentar e discutir os fundamentos da utilizao de mtodos,
tcnicas e princpios de anlise qualitativa no mbito da pesquisa social em sade. Neste escopo
as bases da pesquisa social so analisadas no sentido de contextualiz-la no campo da sade.
Seu contedo estruturado em dois eixos. O primeiro centrado nos aspectos conceituais da
pesquisa social em sade e o segundo na apresentao de estratgias metodolgicas para a
anlise do material emprico qualitativo. Na trajetria do curso ser ressaltada a perspectiva
dialtica como base de reexo. A proposta ser desenvolvida a partir da integrao entre teoria e
prtica. As estratgias didticas utilizadas sero aulas expositivas e dialogadas, debates e
exerccios prticos de pesquisa.
MC 02: Europa e Oriente Prximo: a memria das cidades antigas (Prof. Dr Selma Passos
Cardoso - Universidade Federal do Vale do So Francisco)
Faremos um estudo da memria das cidades antigas atravs da literatura, da arquitetura e do
espao habitado. O conceito de memria, de patrimnio e de identidade atravs da anlise dos
espaos urbanos enquanto artefato no mbito da sua construo concreta, ou como
representao em textos literrios. O curso obedecer aos seguintes recortes: a) Abordaremos
as origens da cidade e o papel do Feminino e do Masculino na congurao do espao urbano; b)
Estudaremos da linguagem nos relatos escritos na epopeia antiga, arcaica e sua relao com os
espaos urbanos concretos em runa; c) Abordaremos as formas epigramticas nas inscries
funerrias gregas e sua evocao memria dos mortos; d) Na literatura latina buscaremos
entender sua relao com a arquitetura, entendendo-a como Lugar, ou seja, como espaos
habitados, vivenciados. O curso se desenvolver a partir de aulas expositivas com recursos
audiovisuais (multimdias e vdeos), acompanhado de debates.
MC 03: Repensando a escrita na escola: velhos problemas, novos caminhos (Prof. Dr.
Hrica Paiva Pereira - UFCG; Prof. Paula Perin - Mestranda UFCG)
Esse minicurso trata de discutir questes envolvidas no processo de produo de textos numa
perspectiva sociocognitiva, lingustica e dialgica ao reetir sobre o tratamento dado ao ensino da
escrita em aulas de Lngua Portuguesa. luz dos pressupostos tericos, apresentados por
Bakhtin (2006), Meurer (1997), Marcuschi (2008) e Calkins (1989), busca-se reetir sobre os
processos metodolgicos envolvidos na construo do texto que determinam as condies de
produo e a escolha de um gnero discursivo, a ser observado, em se tratando de um processo
de reescrita e reviso. Na sequncia, tenciona-se apresentar a abordagem de Calkins (1989)
para o ensino da escrita que, diferentemente do que se presencia em muitas escolas, envolve
processos como: escolha do tpico de escrita, preparao do esboo inicial, reescrita, reviso e
edio, processos mediatizados pela contribuio do leitor atravs de conferncias de escrita.
Alm desses processos, incluem-se a fundamental contribuio do professor ao desenvolver em
seus alunos a conscincia de autor de seus textos como elemento motivador e valorizador do seu
dizer, como tambm o uso de ferramentas tecnolgicas, como: editor de textos, corretor
ortogrco e dicionrio de sinnimos. Percebeu-se que, ao adotar esses parmetros de ensino, a
escrita do aluno revela a expresso da subjetividade e da autoria, propsito almejado para a
formao de um escritor prociente.
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Minicursos
MC 04: A sintaxe da lnguas bantas caso do Lembaama (Prof. Dr. Bruno Okoudowa
Unilab)
Este minicurso tem por objetivo divulgar as lnguas africanas do grupo banto. Trata-se de discutir
a sua localizao, sua classicao e analisar a estrutura sinttica de uma das lnguas desse
grupo. Este minicurso basear-se- na lngua Lembaama, lngua banta (B62) falada no Gabo,
para introduzir os participantes na fontica, na fonologia, na tonologia, na morfologia e na sintaxe
das lnguas bantas.
MC 05: Desaos para prticas docentes em cursos de ingls no semirido cearense:
reexos de novos paradigmas educacionais (Prof. Me. Marcus Vincius Freitas Mussi
UFCG)
Este minicurso tem como principal objetivo desenvolver discusses acerca de novos desaos
relacionados s prticas pedaggicas advindos dos impactos causados pelos novos paradigmas
educacionais intensicados neste sculo, sobretudo pelas NTIC. Subsidiando este, o trabalho
ter como norteador a perspectiva freiriana entre pesquisa e ensino no formato proposto por
atuais correntes da Lingustica Aplicada no Brasil em relao interao respeitosa entre teoria e
prtica. Para isso, o objeto a ser analisado e desenvolvido composto por prticas docentes
propostas e aplicadas em cursos de ingls franqueados e no franqueados estabelecidos na
microrregio de Sobral, semirido noroeste cearense. Alm disso, por buscar responder de forma
qualitativa a problemas relacionados s prticas docentes e coadunar com grande parte das
atuais selees de professores-pesquisadores da rea das cincias humanas, mais
precisamente da Lingustica Aplicada, foi adotado o paradigma interpretativista concomitante
ao senso comum e bom senso como metodologia de anlise contextual. Mais especicamente,
para coletar e analisar dados dos cursos de ingls no supracitado contexto em convergncia e
divergncia com os novos paradigmas, optou-se pela anlise bibliogrca e observao dos
participantes deste curso. Como aporte terico para analisar metodologias e tcnicas de ensino e
de aprendizagem, materiais, currculos e formao do professor foram eleitos autores nacionais
como Rajagopalan, Almeida Filho, Mercado, Moita Lopes e Vilson Leffa, e estrangeiros como
Larsen-Freeman, John Lyons e Widdowson. E para analisarmos as perspectivas da educao
Paulo Freire e Cortella foram selecionados. Por se tratar de um trabalho de interveno,
esperado que no mnimo as abordagens empricas docentes dos envolvidos sejam postas para
anlise no intuito de contribuies reexivas de seus pares, perpassando por propostas de como
responder aos novos anseios e preocupaes da poca em que vivemos, podendo chegar a
adequaes destas propostas s prticas docentes em cursos de ingls no semirido cearense.
MC 06: Identidade mtica: a representao social do heri pico nos poemas de Homero e
Virglio (Prof. Me. Jos Raymundo Figueiredo Lins Jr. UVA; Prof. Esp. Valdemar Ferreira
de Carvalho Neto Terceiro - UVA)
O presente minicurso visa tratar da concepo de representao social do heri mtico-pico das
literaturas clssicas (Greco-romana). Objetiva-se, aqui, a construo de uma ponte entre a ideia
do personagem-heri e a sociedade em que ele est alicerado, constituindo, assim, um
elemento representativo do contexto social que se aproxima a identidade deste. Para tanto, a
anlise estar embasada nos poemas picos de autoria de Homero, Ilada e Odisseia, e no de
Virglio, Eneida. Tais obras sero analisadas pela perspectiva histrica e, ao mesmo tempo,
literria do ser heri pico: o heri coletivo que serve de representante de uma cultura. Dessa
maneira, se partir da denio de mito e histria e, logo em seguida, sero analisadas as
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Minicursos
denies de gnero pico e seu intento basilar para com a identidade cultural, posteriormente,
tal teoria se aplicar nas obras mencionadas na forma de anlise literria com nfase no smbolo
heroico que identica o indivduo com a obra. Com tal estudo concentrado nessa perspectiva,
fomenta-se a compreenso elementar da questo de identidade sendo esta revisitada na ideia
original do poema pico, alm de partir para uma preposio essencial dos primrdios da
narrativa. Para o embasamento histrico-literrio, aplicar-se- a ajuda terica de Albin Lesky
(1995), Donaldo Schuler (1972) e Junito de Sousa Brando (1997). A contribuio deste
minicurso se alicera na necessidade de debater o tema, ao mesmo tempo em que visa
enriquecer a pesquisa acadmica acerca do assunto.
MC 07: Gneros discursivos e ensino de Lngua Portuguesa: teoria e prtica funcional
(Prof. Me. Wellington Costa IFCE/Campus Crates)
A teoria dos gneros discursivos tem dado signicativas contribuies para o ensino de Lngua
Portuguesa que ajude os educandos a aprimorarem a competncia lingustica e comunicativa,
pois a interao escrita e oral, na realidade contempornea, exige profundo conhecimento das
estruturas da lngua em funo de seu uso em diferentes contextos sociais. Como construtos da
comunicao humana, os gneros discursivos correspondem a cada uma das nossas
necessidades comunicativas cotidianas, da a sua relevncia no processo de ensino-
aprendizagem de lngua materna. Ao considerarmos a necessidade de cada usurio ser poliglota
na prpria lngua, vemos a importncia dos gneros discursivos no ensino, uma vez que eles so
produzidos com nalidades variadas e circulam nos mais diversos espaos sociais. Este
minicurso tem como objetivos apresentar os pressupostos do funcionalismo lingustico e debater
e sistematizar estratgias de ensino de Lngua Portuguesa, a partir de gneros discursivos. O
minicurso ser iniciado com debate sobre funcionalismo lingustico e teoria dos gneros
discursivos. A seguir, sero distribudos aos participantes diferentes gneros discursivos e
conduzida a discusso sobre as funes sociais, os espaos de circulao e a importncia deles
no ambiente em que leitores e autores esto inseridos. Posteriormente, sero formados grupos
com dois ou trs participantes, que, sob orientao do proponente, apresentaro propostas de
aulas de Lngua Portuguesa, com uso gneros discursivos. Cada grupo expor a sua proposta
para debates e contribuies. Por m, sero apresentadas atividades de avaliao, com objetivo
de detectar as competncias comunicativas que elas ajudam a aprimorar.
MC 08: Introduo aos Estudos da Traduo: competncia, construo de signicados e
objeto de estudos (Prof. Dr. Roberto Carlos de Assis UFPB)
A Traduo, uma das atividades mais antigas, tem sido, erroneamente, inferiorizada e vista como
uma atividade secundria por aqueles que ainda procuram equivalncia matemtica entre as
lnguas. Este minicurso tem como objetivo apresentar a traduo como uma competncia e
atividade complexa de construo de signicados e como objeto de estudos, o que a coloca em
patamar elevado, devendo ser aceita e valorizada como tal. Este resgate vem sendo possvel
graas ao advento dos Estudos da Traduo como disciplina acadmica, autnoma, fora do
guarda-chuva da Lingustica ou da Literatura, a partir da segunda metade do sculo XX. O
programa do curso est dividido em trs unidades. No primeiro dia discutiremos crenas sobre a
traduo e aspectos histricos, tericos, lingusticos, semnticos, contextuais e extratextuais,
que afetam o fazer tradutrio bem como o posicionamento do estudante diante de seu objeto de
investigao; no segundo dia, apresentaremos estratgias de traduo de itens de
especicidade culturais, que se constituem em uma das maiores diculdades para tradutores-
em-formao; nalmente, no terceiro dia, apresentaremos as mltiplas possibilidades de
pesquisas dentro desta rea vigorosa de natureza multidisciplinar.
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Minicursos
MC 09: Dicionrio em Sala de Aula: Teoria e Prtica (Prof. Me. Francisco Edmar Cialdine
Arruda - URCA; Rita Moreira de Sousa - URCA)
Com o desenvolvimento das novas tecnologias de ensino, os estudos sobre ferramentas
didticas voltadas para o ensino e aprendizagem de lnguas vm ganhando cada vez mais
espao. Das ferramentas utilizadas no processo de ensino, os dicionrios de aprendizagem se
apresentam como um vasto campo de pesquisa, haja vista o advento da Lexicograa Pedaggica
comentada por Pontes (2009), Welker (2004) dentre outros. No obstante a importncia do
domnio dessa ferramenta por parte do professor de lnguas, raros so os cursos de graduao
que tratam sobre as potencialidades do uso do dicionrio como obra didtica mesmo
considerando a sugesto do MEC que, ao se referir especicamente aos cursos de Letras,
prope, segundo Pontes (2009) a implantao das disciplinas ligadas ao lxico (p.13). Essa
situao reala a necessidade de orientaes acerca do uso e avaliao de dicionrios nos
cursos de licenciaturas, especialmente, nos de Lnguas. Tais conhecimentos levam a um
manuseio mais produtivo tanto para o ensino de uma lngua estrangeira quanto para o de lngua
materna. Assim, aprender qualquer assunto signica dominar um conjunto lexical especco que
deve estar organizado em nosso crebro (PARREIRA DA SILVA, 2011 in XATARA et al. 2011,
p.126). Dessarte, o objetivo desse minicurso apresentar um panorama das cincias do lxico
com nfase nos dicionrios de lnguas: sua estrutura, seus usos em sala de aula, anlises
contrastivas de obras e pesquisas realizadas na rea. Esse trabalho faz parte das pesquisas
realizadas no Ncleo de Pesquisas em Lingustica Aplicada, LiA, da URCA.
MC 10: Sobre a relao entre Linguagem e Pensamento (Prof. Dr. Jlio Cesar Ramos
Esteves UENF/CNPq)
- The linguistic turn: a mudana da investigao sobre o ser e os objetos para a investigao os
conceitos e as expresses lingusticas referentes ao ser e aos objetos.
- A losoa da linguagem ideal (Frege e o assim chamado primeiro Wittgenstein) X a losoa da
linguagem ideal (o assim chamado segundo Wittgenstein).
- As Investigaes Filoscas e a concepo wittgensteiniana da aquisio da lngua materna.
- As noes de signicado como uso, de jogos de linguagem e de formas de vida.
- O problema da possibilidade da traduo e da interlngua.
- A relao entre a linguagem e os estados mentais.
- A linguagem sobre os estados mentais: o problema da possibilidade da linguagem privada.
MC 11: Elementos iniciais sobre avaliatividade na linguagem verbal: um olhar via
lingustica sistmico-funcional (Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho UECE)
Estudo da avaliatividade na linguagem verbal do ponto de vista terico da Lingustica Sistmico-
Funcional: a Teoria da Avaliatividade. Discusso sobre a rede de sistemas de 'avaliatividade'
atravs do sistema TIPOS DE AVALIATIVIDADE e dos sistemas dele derivados TIPOS DE
ATITUDE, TIPOS DE ENGAJAMENTO, TIPOS DE GRADAO e seus respectivos
termos/escolhas. Discusso sobre as realizaes lexicogramaticais dos termos/escolhas
sistmicos numa perspectiva contrastiva ingls-portugus. Articulao entre o sistema
semntico-discursivo de avaliatividade e o sistema lexicogramatical de modalidade.
Exemplicao da avaliatividade na linguagem verbal em textos em ingls e portugus
instanciadores de diferentes registros/gneros.
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Minicursos
MC 12: Teoria do Registro e dos Gneros baseados na Lingustica Sistmico-Funcional
(Prof. Me. Robson Lus Batista Ramos)
Fundamentando-se no princpio de lngua como semiose social (HALLIDAY, 1978), a Lingustica
Sistmico-Funcional (LSF) defende a relao intrnseca entre os usos lingusticos e o contexto
social em que ocorrem. Este minicurso pretende abordar o conceito de registro e suas variveis,
bem como o de gnero, conforme proposto por Martin (1992; 2011; 2013), Martin e Rose (2008), e
Christie e Derewianka (2008), discutindo os aspectos tericos e metodolgicos de sua anlise, e
as possibilidades de aplicao ao ensino de lngua (materna e adicionais).
MC 13: Os sujeitos femininos na escrita de Paulina Chiziane (Prof. Dr. Izabel Cristina dos
Santos Teixeira - Unilab)
A representao dos sujeitos femininos uma base de sustentao na escrita de Paulina
Chiziane, de um modo geral. Suas "mulheres", divididas entre a submisso ao mandado
patriarcal e a insubordinao, vista, de certa forma, como resultante das contradies advindas
do contato com as prticas do colonialismo, as levam a lutar contra todas as formas de
silenciamento e de opresso. Assim sendo, a leitura de seus cinco romances (Balada de amor ao
vento; Ventos do apocalipse, Niketche - uma histria de poligamia; O stimo juramento; O alegre
canto da perdiz), que perpassa vrias etapas histricas de Moambique, proporciona o
entendimento sobre a condio feminina, desde a colnia at a ps-independncia do pas. Isso
faz com que essa escritora desperte grande interesse no mundo, sobretudo pela forma de
abordagem dos assuntos ligados ao universo feminino em Moambique.
MC 14: Cultura e subjetivao: excessos semiticos e suplementos psicanalticos (Prof.
Dr. Hermano de Frana Rodrigues - UFPB)
Desde a sua origem, a linguagem arquiteta os princpios constitutivos e reverberantes da
condio humana. Enleado nas teias da comunicao, o homem cede s iluses do ego e
promove, por conseguinte, a transgurao mimtica do tempo e do espao, edicando,
dissolvendo e (re)signicando, por intermdio dos signos, os eventos que conspurcam,
semioticamente no dilogo com o mundo , a sua subjetividade. impossvel pens-lo fora do
universo relacional a que est naturalmente submetido. Bem ou mal, as incurses da vida, sejam
de ordem fsica, psquica ou social, desencadeiam-se no momento em que o sujeito, inebriado
pela faculdade de simbolizao, transforma e oculta, revelia da conscincia ou no, os sentidos
circundantes. EsteMinicurso pretende discutir, numa interface entre a semitica greimasiana e as
teorias psicanalticas, as novas formas de subjetivao na cultura, de modo a decifrar, a partir do
discurso (e das demais semioses que o escoltam), as vicissitudes e mandamentos do desejo.
Exploraremos os mais diversos sistemas de representao audiovisual e/ou impressa (cinema,
msica, jornal, literatura etc), no intento de reconhecer os limites da dinmica pulsional e sua
ligao com as mudanas histricas.
Mc15: Dicionrio infantil e teoria da multimodalidade (Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes -
UECE/UERN; Thasa Maria Rocha Santos - UECE)
As relaes que existem entre texto-visual e texto-verbal tm suscitado muitos estudos
atualmente. Estamos vivendo a era da multimodalidade, quando todos os modos de
comunicao no somente o verbal so tratados como inteiramente capazes de comunicar e
representar. Assim, o modo visual ganha notoriedade, pois as imagens representam um papel de
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Minicursos
extrema importncia na vida contempornea, j que somos bombardeados, a todo o momento,
por imagens. Neste minicurso, buscamos contribuir para os estudos de Lexicograa Multimodal
estabelecendo um dilogo entre a Lexicograa Pedaggica (SOUSA; PONTES, 2013;
PONTES, 2008, 2009; WELKER, 2006, 2008), a Teoria da Multimodalidade (KRESS; VAN
LEEUWEN, 2006) e as relaes entre texto e imagem propostas por Martinec e Salway (2005).
Os dicionrios escolhidos para esse minicurso so os dicionrios tipo 1 na classicao do PNLD
2012 - Dicionrios (RANGEL, 2012), mais conhecidos como dicionrios infantis ou dicionrios
ilustrados. Essas obras so caracterizadas por possurem at trs mil palavras e uma proposta
editorial voltada para alunos do 1 Ano do Ensino Fundamental, portanto, so obras ricas em
recursos visuais, podendo-se aproveitar essa caracterstica para desenvolver inmeras
habilidades de leitura. Atravs do programa do Governo Federal, os dicionrios chegam a todas
as escolas do Brasil e, na maioria das vezes, os professores no sabem como aproveitar o seu
potencial de recursos didticos. Analisando os recursos visuais presentes nas obras
lexicogrcas, poderemos auxiliar os prossionais da educao na elaborao de atividades
envolvendo os dicionrios. Este trabalho faz parte de pesquisa de mestrado sob orientao do
Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes.
MC 16: Dicionrio escolar e ideologia (Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes - UECE/UERN;
Jos Valter Rebouas - UERN)
O lxico, segundo Pires de Oliveira e Isquerdo (2001), o nvel da lngua que mais deixa
transparecer as transformaes sociais, polticas e culturais de um povo. Dessa forma, ele se
congura como um espao em que as diferenas ideolgicas podem ser percebidas e
evidenciadas bem como mantidas ou combatidas. O dicionrio, portanto, pode ser percebido
como um gnero textual em que essas transformaes podem ser percebidas. Ao contrrio da
crena vigente, o dicionrio no se constitui como um texto neutro, imparcial e ideologicamente
isento sobre os signicados e sentidos das palavras de uma lngua. Essas obras so
ideologicamente orientadas como arma Pontes (2009). Diante disso, neste curso, pretendemos
estabelecer uma interface entre a Anlise Crtica do Discurso (FAIRCLOUGH, 2008;
CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; VAN DIJK, 2008) e a Lexicograa Pedaggica
(PONTES, 2008, 2009; WELKER, 2004, 2008), a m de discutir como as relaes entre
linguagem, sociedade e ideologia esto presentes nos dicionrios escolares e quais os
implicaes dessas relaes para o ensino e para a vida em sociedade. Sob essa perspectiva,
propomos analisar as representaes ideolgicas, considerando as implicaes sociais e
histricas, a partir de denies atribudas a alguns verbetes voltados para o campo semntico
dos modos de produo e consumo, em exemplares de dicionrios escolares de diferentes
autores, produzidos nos anos de 1977, 1993 e 2011. Esse recorte temporal nos ajudar a
perceber as transformaes sociais, polticas, econmicas e culturais que ocorreram no Brasil
durante o m do sculo XX e o incio do sculo XXI. Este trabalho faz parte de pesquisa de
mestrado sob orientao do Prof. Dr. Antonio Luciano Pontes.
MC 17: Cultura de massa e pensamento contemporneo: zumbis, literatura e losoa
(Prof. Me. Adriane Ferreira Veras UVA; Jorge Luiz Adeodato Junior - UVA)
Cada poca tem o monstro que lhe cabe. Se Frankenstein, com seus retalhos e recongurao
esttica, foi o monstro que melhor representou a modernidade, a julgar pela produo cultural
recente o zumbi aquele que melhor se adequa ao posto em nossa condio contempornea.
Com suas caractersticas estabelecidas pelo diretor estadunidense George Romero em lmes
como Night of the Living Dead (1968) e Dawn of the Dead (1978), o zumbi, agora, gura em best-
sellers, sries de TV e jogos de videogame. Outrora utilizado como veculo de crtica aos
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Minicursos
absurdismos da poltica internacional, hoje pode ser lido tanto como cone da cultura pop atual ou
como metfora para uma letargia social e esvaziamento subjetivo a que estamos imersos. O
presente trabalho prope-se a perfazer os caminhos simblicos que circundam este monstro,
apoiando-se em pesquisa flmica, cultural e terica. Para tanto, utilizar-se- arcos narrativos da
srie de histrias em quadrinhos The Walking Dead, bem como a adaptao televisiva da
mesma; trechos de lmes de terror dos anos 60, 70 e 80 e preceitos tericos da crtica cultural de
Terry Eagleton e Umberto Eco. Intenta-se fazer uso, tambm, de noes advindas da losoa da
mente e da cognio, escola norte-americana de nomes como Alva No, Daniel Kahneman e
Daniel Dennett.
MC 18: Poticas contemporneas e poesia multimdia (Prof. Dr. Jos Srgio A. de Moura -
Unilab; Jos Elderson de Souza Santos - Unilab; Liliane Bandeira de Arajo - Unilab)
O objetivo deste minicurso investigar os rumos da poesia digital na sociedade contempornea e
o dilogo que a mesma faz com a arte e as tecnologias, denindo as convergncias entre o
tradicional e a inovao, determinando os usos, os aspectos e as novas conguraes
incorporadas ao potico em sua vertente tecnolgica, bem como, alm dessa fortuna crtica, criar
processos experimentais em poesia e artes atravs de agentes como softwares e editores de arte
eletrnicos.
MC 19: Tpicos Em Lingustica Cognitiva: uma abordagem terico-aplicativa (Prof. Dr.
Fernanda Carneiro Cavalcanti - GELP/UFC)
Este minicurso, em primeiro momento, buscar apresentar a Teoria da Metfora Conceptual e a
Teoria da Metfora Primria com foco na linguagem em uso, em consonncias pesquisas e
referncias que ampliaram o poder descritivo e analtico dessas teorias. Para promover uma
melhor compreenso e produtividade do contedo explanado no minicurso em questo, analisar-
se- um conjunto de textos de trs diferentes gneros (poesia, jornalstico e publicitrio).
MC 20: Um olhar psicolingustico sobre os mtodos de ensino de Lngua Inglesa (Prof. Me.
Joo Paulo Rodrigues de Lima - FAFIDAM/UECE)
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Bsica (2013) torna facultativo o ensino de
lngua estrangeira (LE) moderna para sries antes do 6 ano do Ensino Fundamental, sendo a
partir da, obrigatrio para todas as escolas brasileiras. Apesar de serem bastante informativas,
no evidenciam uma explicao lingustica para a escolha do perodo mencionado como o divisor
entre o facultativo e o obrigatrio no ensino/aprendizagem de LE. Estudos psicolingusticos
sugerem a existncia de um perodo crtico para a aquisio de lngua materna, que parece ser
garantida at os 6 anos de idade e comprometida entre 6 at pouco depois da puberdade
(PINKER, 1994). A aproximao dos estudos sobre aquisio de lngua materna e aprendizgem
de lngua estrangeira tem apontado caminhos para desenvolver mtodos que obtenham, com
menos articialidade, o mximo de procincia lingustica dos aprendizes. Esta proposta de
minicurso explora teorias como a do Perodo Crtico (LENNEBERG, 1967; PINKER, 1994),
Cognitivismo Construtivista ou Epigentico (PIAGET, 1979) e a do Sciocognitivismo
(VYGOTSKY, 1984, 1998), aplicadas ao ensino/aprendizagem de lngua inglesa nas escolas
para crianas da Educao Infantil e do Ensino Fundamental 1. Estas duas ltimas abordagens
tericas reetem sobre a construo da representao do conhecimento, associando linguagem,
pensamento e interao socioambiental. Alguns materiais didticos e mtodos de ensino de LE
sero analisados atravs destas concepes tambm, avaliando como se d a interao dos
aprendizes com os materiais e o que estes proporcionam em termos de construo do
conhecimento da lngua inglesa (mais precisamente, em relao s habilidades: speaking,
listening, writing e reading).
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Mesas Redondas
QUINTA-FEIRA, 20/11/2014 08:00 s 10:00h
MR01: DISCURSO: ANLISE, EMPODERAMENTO E IDENTIDADE
NORMAN FAIRCLOUGH E O DISPOSITIVO TERICO DA
ANLISE CRTICA DO DISCURSO
Me. Expedito Wellington Costa(IF-Crates)
Resumo: A Anlise Crtica do Discurso (ACD) se baseia em uma percepo da linguagem como
aspecto imprescindvel da vida social dialeticamente conectada a outros elementos da prtica
social, como a ideologia, por exemplo. uma proposta capaz de mapear relaes entre os
recursos lingusticos usados pelos atores sociais e aspectos da prtica nos quais a interao
discursiva se insere (Fairclough, 2001). O dispositivo de anlise proposto pela ACD permite
compreender como se constituem os discursos e de que maneira esse processo aproxima a
prtica textual das prticas discursiva e social, tornando o discurso uma representao
signicativa do mundo. Este procedimento metodolgico revela que o discurso ideologicamente
marcado e historicamente situado. possvel denir a ACD como um vis que se ocupa,
fundamentalmente, de anlises que do conta das relaes de dominao, discriminao, poder
e controle, na forma como elas se manifestam atravs da linguagem (WODAK, 2003). O
dispositivo de anlise da ACD tridimensional, formado por (1) anlise textual, baseada na
tradio de anlise textual e lingustica e denominada de descrio. a dimenso que cuida da
anlise lingustica e deve ser feita conjuntamente com as outras dimenses; (2) prtica discursiva
(produo, distribuio e consumo), baseada na tradio interpretativa ou microssociolgica de
levar em conta a prtica social como algo que as pessoas, ativamente, produzem e apreendem
com embasamento em procedimentos compartidos consensualmente. Trata-se, portanto, de
uma anlise chamada de interpretativa; e (3) prtica social, uma dimenso que verica as
questes de interesse na anlise social (Costa, 2007), ou seja, analisa as circunstncias
institucionais e organizacionais do evento discursivo e de que maneira elas moldam a natureza da
prtica discursiva. V-se, assim, a necessidade de equilbrio entre as dimenses da forma e da
funo nos estudos de linguagem, para no se reduzir a linguagem condio de ferramenta
social nem limit-la ao carter apenas formal do sistema lingustico.
Palavras chave: Discurso; Ideologia; Anlise Crtica do Discurso
TELEDRAMATURGIA E DISCURSO POLTICO: A-COR-DA ARTE!
Me. Jos Raymundo F. Lins Jr. (UVA)
Resumo: No mundo ps moderno, os meios de comunicao de massa so uma arma poderosa
no espao da constituio de ideologias. A televiso, como um de seus maiores representantes
torna-se, ento, (re)produtor de comportamentos sociais, e sem dvida, a teledramaturgia
brasileira revela-se como fonte signicativa de discursos polticos de todas as ordens. O presente
trabalho visa reetir sobre o discurso proposto pelo grafti na novela Cheias de Charme (Rede
Globo, 2012), a partir da perspectiva da Anlise do Discurso francesa e da Gramtica do Design
Visual. Utiliza-se uma cena onde a pichao numa loja de grife marca o discurso que antagoniza
duas classes sociais: de um lado a classe dominante, representada pelas personagens que
administram a loja, e de outro lado, a classe subalternizada, representada pelos personagens que
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Mesas Redondas
fazem parte do coletivo de grateiros que registram sua insatisfao em relao ao mundo
capitalista. A anlise parte dos conceitos de absurdo (CAMUS, 2008), cultura (LVY, 2001), e
existencialismo (KIERKEGAARD, 2001; ARENDT, 1997), para demonstrar que discursos no
precisam ser apenas de ordem verbal, mas tambm visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006).
Nesse sentido, entende-se que o discurso pode, no apenas reproduzir ideologias reprodutoras
das hegemonias, mas tambm, propor rupturas no sistema dominante.
Palavras chave: Discurso; Ideologia; Empoderamento; Telenovela
TRANSFORMAO E TRANSGRESSO FEMININA
NO SERIADO THE WALKING DEAD
Me. Adriane Ferreira Veras (UVA)
Resumo: Se as identidades sociais so construdas discursivamente durante as interaes
sociais e a construo das identidades sociais est sempre em processo, atravs de um
constante reposicionamento, nossas identidades, assim, so mltiplas, fragmentadas,
complexas e contraditrias. Portanto, nunca so xas e esto sempre sujeitas a mudanas
(GLISSANT, 1990). Ricoeur (1985, p. 432) arma que a identidade no poderia ter outra forma do
que a narrativa, portanto a construo da identidade indissocivel da narrativa. A narrativa, aqui
analisada, pela mdia televisiva. Atravs deste aporte terico, trago uma anlise da identidade
da personagem Carol Peletier na srie de televiso norte-americana chamada The Walking Dead.
A transformao da identidade da personagem vai de esposa, vtima de abuso fsico e
psicolgico, guerreira, libertadora do grupo, o qual a v, agora, como uma mulher forte, corajosa
e bad ass. Nessa co distpica, povoada de zumbis, percebe-se um empoderamento da
personagem e uma desconstruo dos paradigmas da identidade feminina a qual a personagem
acreditava ser esperada dela (BUTLER, 2005).
Palavras chave: Identidade; Desconstruo; Empoderamento Feminino; The Walking Dead
MR02: A INFNCIA EM NARRATIVAS LITERRIAS CONTEMPORNEAS
INFNCIA: SOLIDO E SUPERAO EM PRIMEIRAS ESTRIAS DE
GUIMARES ROSA
Me. Maria Edinete Toms
Resumo: Por muito tempo, na literatura brasileira, a temtica da infncia tendeu a se fazer mais
presente em produes destinadas ao pblico infantil. a partir do Modernismo que essa
temtica passa a ser mais recorrente na literatura para adultos. Autores consagrados como Jorge
Amado, Graciliano Ramos, Clarice Lispector e Guimares Rosa bem ilustram essa realidade,
inserindo a gura da criana na trama de suas narrativas, via de regra, envoltas em questes
alusivas ps-modernidade, embora a transcendam. O presente estudo objetiva discutir as
imagens de infncia na narrativa literria de Guimares Rosa. Centra a discusso nos contos As
margens da alegria, A menina de l e Os Cimos, todos integrantes do livro Primeiras Estrias,
publicado em 1962. Os contos foram escolhidos, em especial, por contarem com narrador
heterodiegtico e protagonistas infantis, que enfrentam dilemas muito prximos dos vivenciados
pelos adultos na contemporaneidade. Considera como pressupostos bsicos o pensamento de
Gaston Bachelard acerca da contingncia humana solido e a de Antonio Candido sobre a
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Mesas Redondas
literatura roseana revelar o homem como um abismo de virtualidades, que o permitem superar
muitas das adversidades da vida, embora nem sempre disponha de condies favorveis para
isso. Assim sendo, questiona-se se possvel personagem infantil roseana apresentar traos
capazes de dar visibilidade ao que dizem Bachelard e Candido; em que medida esses traos
apontariam uma realidade circunstancial (da ps-modernidade, local) e ou universal.
Respondendo-se tais questes, h maior possibilidade de se vericar que imagens de infncia
acham-se presentes no discurso literrio de Guimares Rosa e se essas imagens sofrem alguma
inuncia do contexto histrico do autor.
Palavras chave: Literatura; Infncia; Guimares Rosa
MENINO DE ENGENHO: AFINIDADES INTERARTSTICAS
Me. Margarida Pontes Timb
Resumo: Este trabalho versa sobre o convvio interartstico promovido pelo romance Menino de
Engenho de Jos Lins do Rego, conforme historiograa literria, situado no Romance de 30 do
Nordeste brasileiro. O estudo terico-bibliogrco pautou-se no pensamento de Pellegrini
(2003), Plaza (2001), Souza (2006), dentre outros autores que tratam da literatura e do sistema
intersitico artstico. Discutimos o romance Menino de Engenho e algumas de suas
manifestaes artsticas que reetem a infncia. O debate gira em torno de trs segmentos: a
narrativa literria, trs ilustraes presentes na 3 edio do romance e a narrativa flmica. As
ilustraes apreciadas foram feitas, em 1959, pelo pintor Candido Portinari para a 3 edio do
romance. O texto flmico homnimo foi idealizado pelo roteirista-adaptador lvaro Guimares e
dirigido por Walter Lima Jr., em 1965. A discusso circunda em torno das imagens da criana,
assim observamos que essas imagens apresentaram elos que reconstroem signicados, ora
temos o drama psicolgico do menino referido no discurso literrio, ora a ilustrao que recupera
essa particularidade, e, por ltimo a narrativa flmica que redimensiona o trgico olhar infantil.
Este trabalho pode ser considerado como resultado parcial de nossa pesquisa de tese e do grupo
de pesquisa Infncia: Representaes Interculturais em Narrativas Contemporneas.
Palavras chave: Convvio interaststico; Menino de Engenho; Jos Lins do Rego
A TRAGICIDADE NA PERSONAGEM INFANTIL CLARICEANA
Me. Liciany Rodrigues de Sousa
Resumo: Objetiva-se, com este trabalho, estudar a tragicidade presente nas personagens
infantis da obra de Clarice Lispector. Para tanto, procura-se conceituar o que o trgico,
relacionar tal conceito com a construo das personagens clariceanas e demonstrar a
relevncia da relao entre infncia e tragicidade na compreenso dos contos analisados,
presentes nas obras A Legio Estrangeira e Laos de Famlia. Para isso, utiliza-se o pensamento
de tericos como Coutinho (1997) e Aras (2007), cujas anlises feitas da produo literria
de Lispector constituem materiais ricos a serem usados como subsdio terico. Alm disso,
faz-se uso do pensamento de Aristteles (1997), Most (2001) e Nietzsche (2005), no que diz
respeito tragdia e ao trgico. A concluso a que se chegou que h a presena do sentimento
trgico nas personagens infantis de Clarice Lispector, evidenciando um conito entre a vida, o
eu e o outro, e que esse sentimento um aspecto relevante para a compreenso do todo
da obra da autora.
Palavras chave: Clarice Lispector; Tragicidade; A Legio Estrangeira; Laos de Famlia
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Mesas Redondas
A INFNCIA EM NARRATIVAS LITERRIAS CONTEMPORNEAS
Me. ngelo Bruno Lucas de Oliveira
Resumo: Dentro do que prope a mesa-redonda A infncia em narrativas literrias
contemporneas, propomos um olhar sobre o personagem infantil da escritora brasileira Clarice
Lispector. Estando presente em todos os gneros cultivados pela autora o romance, o conto e
a crnica , a criana comparece, como muitos outros elementos, com uma frequncia peculiar
na co clariceana. Cientes disso, buscamos determinar a posio e a natureza deste ente
infantil na referida literatura. Um olhar atento revela que a criana clariceana contm, ao menos
em potncia, as angstias e questes do indivduo adulto. Isso revela que o mito de infncia feliz,
propagado em grande parte pela burguesia ascendente, no encontra eco na prosa que
analisamos. Mais que um indivduo dotado de puerilidade e devaneios, a personagem infantil
clariceana to complexa quanto as demais, estando sujeita intriga, ao sadismo, ao amor,
crueldade, esperana e a quantos sentimentos seja possvel catalogar. Dada a extenso da
obra da autora e seus inmeros personagens infantis, para ns metodolgicos, propomos um
recorte no objeto de anlise. Assim que, dentre os gneros cultivados, elegemos para esta
anlise o conto, dada a sua brevidade e capacidade de conciso. Neste mbito, ainda largo,
optamos por trs distintos exemplares, que constituem o corpus de nossa anlise, so eles:
Felicidade Clandestina, A legio estrangeira e Restos de carnaval. Serviro de base nossa
anlise pensadores como Philippe ris e Colin Heywood, que teorizam acerca da infncia, e
Benedito Nunes e Lucia Helena, especialistas na narrativa clariceana.
Palavras chave: Narrativas literrias; Clarice Lispector; Benedito Nunes; Lucia Helena
MR03: A TERMINOLOGIA E SUAS INTERFACES: UM DILOGO ENVOLVENDO
DIFERENTES PERSPECTIVAS DE ESTUDO
OS TERMOS DA ARGUMENTAO LUZ DA METALEXICOGRAFIA E DA NOVA
RETRICA: SIMILARIDADES E DIFERENAS
Me. Edmar Peixoto de Lima
Resumo: Discutir as questes que envolvem a argumentao no se constitui uma tarefa
simples e, embora existam muitos trabalhos, o tema ainda necessita de maior aprofundamento e
causa estranheza aos graduandos do curso Letras quando iniciam os estudos nessa temtica.
Por essa razo, pensamos em promover uma discusso que pudesse proporcionar apoio aos
estudantes no que se refere ao entendimento da Teoria da Argumentao no Discurso (TAD).
Nesse sentido, esse trabalho se prope a investigar as denies de alguns termos da
argumentao luz da metalexicograa, j que tem como objeto de anlise as denies
existentes nos verbetes do dicionrio geral de Lngua Portuguesa e sob o ponto de vista da Nova
Retrica, que norteia a Teoria da Argumentao no Discurso. Nosso propsito nesse artigo o de
identicar as semelhanas e diferenas entre essas duas perspectivas de estudos. Para
embasar nossas discusses, apropriamo-nos como aporte terico dos estudos da Lexicograa,
mais especicamente, Pontes (2009), no que se refere ao uso do dicionrio; da Terminologia com
Krieger e Finato (2004), quando armam que os estudos terminolgicos uma rea que exige do
leitor novas competncias lingusticas, bem como em Perelman e Tyteca (2005) quando nos
apresentam o Tratado da Argumentao ou Nova Retrica como texto base para entender a TAD.
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Mesas Redondas
Nesse sentido, compreendemos os graduandos como leitores em formao que carecem
desenvolver o domnio dos termos para facilitar a compreenso do texto, no nosso caso, dos
textos que envolvem os conhecimentos da TAD. Nossas anlises demonstram que h diferenas
entre as denies existentes no dicionrio de cunho geral e na forma como a Teoria da
Argumentao apresenta os termos convencer e persuadir, uma vez que essas discusses
tendem a relacionar as respectivas denies aos conceitos de auditrio universal e particular.
Palavras chave: Metalexicograa; TAD
REFLETINDO SOBRE O CONCEITO DE VERBETE DE DICIONRIO
Dr. Antnio Luciano Pontes
Resumo: O verbete de dicionrio se dene, segundo Barbosa (1996), como um conjunto de
entrada e enunciado. Este ltimo segmento compreende a denio e os outros paradigmas que
explicam o denido, como entrada. Dapena (2002) reconhece tambm as duas categorias
referidas como fundamentais na formao do verbete, porm as redenomina, respectivamente,
parte enunciativa e parte informativa. A primeira vem a ser o tema ou o ponto de partida a que se
refere o rema ou informao nova representada pela parte informativa, a qual, por sua vez, pode
referir-se, entre outras informaes, informao fnica, categorizao, signicao da palavra.
Desse modo, o verbete constitui um enunciado, ou texto, que se forma a partir de um conjunto de
respostas a uma srie de perguntas que o usurio do dicionrio pode fazer acerca de uma
mesma unidade lxica, que vista pela tradio como entrada. Como se pode observar, os
tericos observam que entrada e microestrutura, juntas, constituem um verbete de dicionrio, o
que para mim tal armao merece um reparo. Para tanto, pretendo, nesta comunicao, lanar
um olhar crtico sobre a terminologia verbete, concebendo-o como a face concreta de uma
noo entendida como microestrutura abstrata. Assim, do meu ponto de vista, microestrutura e
verbete se interdependem, sendo aquela face abstrata que realiza como verbete ou texto,
formada predominantemente pela sequncia dialogal, discutida por Adam (2006).
Palavras chave: Verbete; Categorizao; Signicao
ESCOLHA DE TERMOS EQUIVALENTES EM PORTUGUS DO BRASIL
PARA O VOCABULRIO PANLATINO DAS REDES SOCIAIS
Dr. Mrcio Sales Santiago
Resumo: Em Terminologia, a busca por equivalentes no consiste em uma elementar traduo
literal dos termos, o que ocasionaria em uma articializao. No processo de estabelecimento de
equivalentes, o trabalho terminolgico precisa analisar o contedo semntico dos termos em
cada lngua. A funcionalidade denominativa e conceitual exercida pelos termos explica tambm o
motivo pelo qual o mundo globalizado tem conferido relevncia s terminologias. Em razo disso,
cada vez mais so criadas obras que compilam e organizam de forma sistemtica as
terminologias de domnios temticos especializados. Por meio desses instrumentos de consulta,
possvel o registro de equivalentes dos termos tambm em outros idiomas. Este o caso do
Vocabulari panllat de les xarxes socials (2014) em portugus, Vocabulrio panlatino das redes
sociais , elaborado no mbito da Rede Panlatina de Terminologia (REALITER) e coordenado
pelo Centro de Terminologia da Catalunha (TERMCAT). A nomenclatura inicial conta com 114
termos relacionados s diferentes redes sociais, principalmente, ao Facebook e ao Twitter. Cada
verbete apresenta termos equivalentes em seis lnguas romnicas, a saber: catalo, espanhol
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Mesas Redondas
(com variantes da Europa e do Mxico), francs, galego, italiano e portugus (com variantes da
Portugal e do Brasil), alm do ingls. Ao compatibilizar os equivalentes terminolgicos,
considerando a diversidade dos usos terminolgicos de cada pas, incluindo variantes e
sinnimos, esta obra de referncia possibilita uma busca produtiva, uma vez que tenta registrar
usos lingusticos distintos, tarefa imprescindvel em um projeto integrador. Nesta comunicao,
apresento como se deu o processo de escolha de termos equivalentes em portugus do Brasil
para compor a nomenclatura do Vocabulrio.
Palavras chave: Terminologia; Vocabulrio Panlatino
O TUTORIAL COMO UMA REELABORAO DO MANUAL TCNICO:
ASPECTOS TEXTUAIS E TERMINOLGICOS
Esp. Pauline Barreto Teixeira
Resumo: A presente comunicao tem como objetivo analisar o processo de reelaborao
genrica protagonizado pelo tutorial de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Recorremos
Terminologia para comprovar a proximidade entre os gneros manual tcnico e tutorial, bem
como estabelecer distines entre as unidades terminolgicas utilizadas nesses gneros. Para
embasar nossos estudos do tutorial como gnero textual, tomamos a denio de gneros
proposta por Bakhtin (2011); tambm nos apoiamos em estudos neobakhtinianos que tratam do
processo de reelaborao genrica: Arajo (2003, 2006), Zavam (2009), Marcuschi (2008) e
Costa (2010). Para a anlise dos propsitos comunicativos, basear-nos-emos em Bawarshi e
Reiff (2013), que apontam que os traos formais de um texto se relacionam aos propsitos que
este se prope a cumprir. Santiago (2013) a razo principal de nossa pesquisa e o que nos
motiva a voltarmos nossa ateno para a estrutura lingustica utilizada nos tutoriais. Para melhor
tratar dos termos utilizados nos manuais tcnicos, recorreremos aos estudos de Moura (2008).
Consultamos tambm Pontes (1996), Cabr (1999), Krieger e Finatto (2004) para
compreendermos a base dos estudos terminolgicos. O corpus constitudo por 10 tutoriais de
instituies que utilizam AVAs na modalidade Educao a Distncia (EAD). A partir da anlise, j
podemos concluir que o tutorial, assim como o manual tcnico, tem como funo principal
orientar o usurio na utilizao do AVA. Contudo, apesar de ambos os gneros servirem a um
propsito semelhante, h elementos que impossibilitam o uso do termo manual tcnico em
determinados contextos. So essas semelhanas e diferenas que apontam para o processo de
reelaborao genrica.
Palavras chave: Tutorial; Terminologia; AVA
MR04: OS TEXTOS ESCRITOS COMO FONTES DE ESTUDOS DA LNGUA,
DA HISTRIA E DA CULTURA
FRASEOLOGIAS EM DOCUMENTOS SETECENTISTAS E OITOCENTISTAS:
A CULTURA RELIGIOSA LUSO-BRASILEIRA.
Dr. Expedito Elosio Ximenes
Resumo: O aspecto espiritual inerente ao ser humano e, a depender da poca, a religio
permeia todas as prticas da humanidade. No obstante o grau de formalidade dos textos
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Mesas Redondas
produzidos no Brasil, no perodo de sua colonizao, a religiosidade transmitida por meio do
lxico ou, especicamente, de frases repetidas em vrios gneros textuais, como forma de
legitimar o poder atribudo a um monarca e estabelecer a submisso dos vassalos. Nesta
comunicao apresentaremos o levantamento e o estudo de fraseologias de carter religioso que
so usadas nos documentos da administrao pblica do Cear, nos sculos XVII e XVIII. O
corpus de investigao constitudo por vrios gneros textuais do projeto Memria Colonial do
Cear, publicados pela Kapa Editoria, 2013, em dupla edio fac-similar e modernizada. Ser
feito o levantamento das ocorrncias nos textos, considerando-se a localizao nas partes do
texto e sua funcionalidade. Partiremos dos conceitos e estruturao das fraseologias e a carter
discursivo que evocam. Visamos com isso avaliar a cultura religiosa a legitimar o poder e impor o
medo aos governados.
Palavras chave: Fraseologias; Cultura Religiosa
DOU-LHE UMA, DOU-LHE DUAS, DOU-LHE UMA MAIS PEQUENINA EM CIMA:
O LXICO DOS AUTOS DE ARREMATAO DA VILLA DE SOBRAL (1817-1823)
Esp. Adriana Marly Sampaio Josino
Resumo: O livro Arremataes de Auzentes da Villa de Sobral (1817-1823) guarda os registros
de uma prtica cultural e jurdica da sociedade colonial sobralense, situada ao Norte da antiga
capitania do Cear. Naquele momento histrico, em que as leis gerais do reino eram
consideradas vigentes no Brasil, os objetos sequestrados pela Coroa Portuguesa eram levados a
prego de venda, em praa pblica. O gnero discursivo auto de arrematao tem a inteno
comunicativa de relatar o que ocorria durante os leiles de bens deixados por pessoas falecidas,
chamadas auzentes, e que no tinham herdeiros; bem como de formalizar a venda dos objetos
expostos. Por se tratarem de preges de venda de bens diversos, os autos possuem grande
riqueza lexical relacionada, principalmente, administrao colonial e ao que se considerava
objeto de venda. Espingardas, foices, calas de ganga, chapus de baeta, capotes e terrinas
fazem parte deste contexto cultural e lingustico. Neste trabalho, apresentaremos a cultura da vila
de Sobral, atravs do lxico utilizado poca para denominar os bens que ento circulavam e os
processos jurdicos daquele momento histrico. Assim, intencionamos contribuir preservao de
nossa memria social e lingustica, conceituando algumas das lexias encontradas. Nossa
fundamentao terica baseia-se, quanto contextualizao histrica, em Arajo (1978; 1991);
quanto s cincias do lxico, em Krieger e Finatto (2004) e Pottier (1978); quanto ao texto de
especialidade, em Bevilacqua (1996) e Cabr e Estop (2007). Os passos metodolgicos sero a
breve apresentao do livro Arremataes de Auzentes da Villa de Sobral (1817-1823) e sua
contextualizao histrica, seguida da enumerao e denio de algumas lexias simples e
complexas. Com a apresentao deste trabalho, entendemos que provocamos a curiosidade
investigativa e a percepo da necessidade de se preservar nossa memria lingustica, reetida
no contexto social sobralense.
Palavras chave: Lxico; Autos de Arrematao
A QUESTO DO OUTRO: CULTURA E IDENTIDADE NA RELAO DO MARANHO,
DOCUMENTO JESUTICO DO PERODO COLONIAL BRASILEIRO.
Me. Francisco Carlos Carvalho da Silva
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Resumo: Criada em 1534 por iniciativa de Incio de Loyola (1491-1556), a Companhia de Jesus
assumiu como seu objetivo principal a defesa da Igreja Catlica frente aos avanos da Reforma
de Lutero (1483-1556). Assim sendo, os jesutas, como eram chamados os padres da referida
Companhia, espalharam-se pelo mundo em busca de novas almas para sua Igreja e sua f. De tal
empreitada, restaram inmeros documentos, que so registros histricos da cultura e da
identidade de cada povo contatado pelos missionrios. A Relao do Maranho, documento do
incio do sculo XVII, foi escrito pelo Padre Jesuta Luiz Figueira e, embora tendo como data 26
de maro de 1608, os fatos apontam, na verdade, para o ano de 1609. A Relao do Maranho
um documento de grande relevncia para uma ampla gama de estudos que abrangem a Histria,
Historiograa, Lingustica, Etnograa, Antropologia e Filologia, entre inmero outros; uma vez
tratar-se de documento referencial para o Brasil e de especca importncia para o Cear por ser
tido como sua certido de nascimento, ou seja, nela que se pode observar a gnese e a
formao identitria do povo que mais tarde seria concebido como o povo cearense. Mesmo
sendo um documento de inestimvel valor histrico-cultural, possibilitador de inmeras formas
de anlise, nossa proposta para esta comunicao consiste apenas na observao dos aspectos
culturais e identitrios presentes na obra. Para tanto, como fundamentao terica bsica,
recorremos ao prprio documento, bem como a alguns estudos sobre Histria, identidade e
cultura. Entre eles: Arago (1985), Sodr (1997), Studart (2001), Hall (2006) e Williams (2007).
Palavras chave: Cultura; Identidade; Maranho
PARA QUE NO ALEGUEM IGNORNCIA MANDEI FAZER NOVOS EDITAIS: O
GNERO EDITAL COMO PRTICA SOCIOCULTURAL ADMINISTRATIVA
NO SCULO XVIII
Me. Wagner Rodrigues Loiola
Resumo: Os textos escritos so um rico arcabouo cultural que guardam em si marcas de
prticas sociais de um determinado perodo. Dentre estes textos, esto os manuscritos dos
editais do sculo XVIII, guardados e arquivados sob a tutela do Arquivo Pblico do Estado do
Cear - APEC-, requerendo leitores especializados para serem retirados do olvidamento. Os
editais so textos do domnio jurdico-administrativo em que a coroa Portuguesa preceituava
normas e leis para gerir as mais diversas partes de seu territrio, pois esse gnero tem por funo
legislar e delimitar as aes de prticas futuras em um determinado processo. Por se tratarem de
normas e avisos administrativos, os textos possuem uma xidez estrutural e ainda so
representantes de um lxico especco. Os instrumentos tericos e metodolgicos advm da
Filologia (Cambraia, 2005; Higounet, 2003; Fischer, 2009; Ximenes, 2013; Borges et. al., 2012;
Mattos e Silva, 2012; Auerbach, 1972; Spina, 1994; Acioli, 2003; Mendes,1953) e dos estudos de
Gnero Discursivo (Bakhtin, 2000, 2006; Marcuschi, 2008). A partir do arcabouo terico
pautamos a discusso no conceito bakhtiniano de gnero, que nos foi importante para o
encadeamento textual da pesquisa. A escolha por esta abordagem fundamenta-se na crena de
que a anlise de um gnero deve extrapolar os liames de cincias isoladas e adentrar em uma
perspectiva transdisciplinar, tomado o gnero como forma de ao scio-histrica situada com
um propsito comunicativo especco, indo busca da compreenso do fenmeno textual como
representante da cultura. A anlise revelou que o processo de estruturao dos editais segue
formas prototpicas de composio, sofrendo inuncias de fatores scio-histrico-culturais do
perodo de produo e de quem o proferiu. Com o estudo dos manuscritos pretendemos resgatar
e restituir os estudos histricos no estado do Cear, a partir do gnero edital escritos em perodos
longnquos. Contribuindo, assim, para pesquisa de gneros.
Palavras chave: Gnero; Sociocultural; APEC
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MR05: LINGUAGEM E LNGUAS NA PERSPECTIVA DA ESTRUTURA E DO USO
LNGUA: ESTRUTURA E AS PRESSES DE USO
Dr. Maria Fabiola Vasconcelos Lopes
Resumo: Dentre as maneiras de se ensinar gramtica, a lngua como estrutura tem sido
tradicionalmente selecionada para esse m. Para tal nalidade, as atividades acabam sendo
geralmente focadas na forma e em regras fechadas. Outra abordagem diferente da primeira,
valoriza o contexto situacional, no dissociando a lngua das situaes reais em que ela
produzida. Trata-se da vertente Funcional. Assim, tendo em vista a problemtica em se encontrar
um caminho que auxilie no ensino da gramtica, e admitindo tal qual Cunha e Souza (2011), o
postulado de que a lngua uma estrutura malevel, sujeita s presses de uso e constituda de
um cdigo parcialmente arbitrrio, entendemos que proporcionar um suporte a partir do sistema
de transitividade aos alunos de suma importncia para a compreenso textual. Tal sistema
encontra apoio na proposta da Lingustica Sistmico-Funcional (LSF) de Halliday (1994) e
atrela-se s aes enquanto processos por meio dos recursos lexicogramaticais. Nesse sentido,
tais recursos do conta de quem fez o qu, a quem se fez algo, e em qual circunstncia. Assim,
uma maneira que pode ser fornecida ao aluno no intuito de melhorar a compreenso de textos,
pode se realizar por meio dos processos verbais haja vista que as expresses lingusticas so
analisadas em um contexto discursivo no qual forma e funo esto associadas. Dessa forma,
nos debruaremos em particular sob o vis funcionalista tentando discutir e inserir a
compreenso textual a partir da anlise de processos verbais ilustrada por ora na fbula The
Giving Tree de Silverstein traduo por Fernando Sabino A rvore generosa. A apresentao
tem por base Halliday (1994), Cunha e Tavares (2007), Droga & Humphrey (2005), Cunha e
Souza (2011), dentre outros.
Palavras chave: Linguagem; Estrutura; Contexto
ENSINO DE GRAMTICA: A ABORDAGEM BASEADA EM TAREFAS
Me. Keyla Maria Frota Lemos
Resumo: O ensino de lnguas estrangeiras, no que concerne o foco na estrutura, ou seja, na
gramtica, passou por diversas modicaes ao longo dos anos. De centro das atenes no
mtodo de Gramtica-Traduo cujo objetivo era o desenvolvimento da leitura e da escrita
atravs de atividades de traduo para marginalizada na abordagem comunicativa onde ao
aluno cabe descobrir a as regras de uso da lngua por si s, atravs de reexo e criao de
hipteses, o ensino da gramtica teve seus altos e baixos no ltimo sculo. Contudo, apesar das
divergncias tericas acerca do ensino de gramtica, muitos pesquisadores concordam com a
importncia que a competncia gramatical tem na aprendizagem de uma lngua estrangeira,
desde que o ensino dessa competncia esteja voltado para a funo social da lngua, sendo,
portanto, contextualizado e signicativo (ANTUNES, 2009; BOHN, 2009). Vrias so as
abordagens, teorias e mtodos que se dispem a trabalhar a gramtica de forma diversicada,
abordagem comunicativa, sistmico-funcional, Teoria da Mesclagem Conceptual, Gramtica
Cognitiva, Gramtica de Construes, etc. Nosso intuito de apresentar o ensino de gramtica a
partir da abordagem baseada em tarefas como alternativa para o ensino de gramtica em
diferentes contextos, no como assunto perifrico, mas como foco do ensino para o
desenvolvimento da competncia comunicativa. Seguindo a proposta da abordagem
comunicativa, o ensino baseado em tarefas trata a lngua como uma ferramenta para a
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comunicao e no como um objeto de estudo e manipulao (ELLIS, 2003). Nela, o foco
desenvolver a competncia comunicativa do aprendiz atravs de tarefas que envolvam situaes
prximas ao que encontrariam em um contexto real de interao. Acreditamos que a gramtica
no deve ser tratada como um tabu na sala de aula, mas receber a ateno devida, sendo
apresentada ao aluno dentro de contextos signicativos e reais de comunicao.
Palavras chave: Gramtica; Traduo; Tarefas
LINGUAGEM E LNGUA: USO E ESTRUTURA
NAS EXPRESSES METAFRICAS PRIMRIAS
Me. Carolina Bezerra de Andrade Lopes
Resumo: Segundo Langacker (1999, p.14-15), a Lingustica Cognitiva enquanto participante da
tradio funcionalista se preocupa em investigar a ligao entre linguagem humana, mente e
experincia fsico-social. Alm disso, a dimenso sociocultural e as relaes entre aspectos
cognitivos e culturais da linguagem tm sido bastante investigados (SILVA, 2004). Tais pesquisas
evidenciam que o conhecimento cultural desempenha papel fundamental na linguagem e na
cognio, no somente nos aspectos lxicos, como tambm gramaticais. Dentre as vrias
manifestaes da sua linguagem, o homem utiliza diariamente o fenmeno chamado metfora.
Expresses metafricas do tipo: Voc teve uma ideia brilhante, Deus luz! encerram em si a
conceitualizao de coisas boas em termos de claridade, tendo por base a metfora conceitual
primria BOM CLARO. Assim, de maneira no arbitrria, as metforas esto embasadas nas
experincias cotidianas que o homem tem com o corpo e o mundo a seu redor (Cf. Lakoff, 1987).
Por essa mesma base, o entendimento e o uso da lngua so gerados (LAKOFF, 1987, 1990).
Nessa perspectiva, Grady (1997) e Lima (1999) discutem o quanto metforas conceituais
primrias so usadas pela maioria dos falantes no mundo todo, uma vez que temos a mesma
estrutura biolgica e interagimos num mundo basicamente igual para todos (Cf. Langacker,
1997). No entanto, questes como a percepo e a subjetividade, que tambm fazem parte da
linguagem e desse tipo de metfora, vm sendo gradualmente levantadas por estudiosos
linguistas como fatores de variaes culturais. Buscaremos discutir a relao entre cultura e
experincia corprea na gerao de metforas primrias. Tomaremos por base os aspectos
culturais segundo a Lingustica Cognitiva na sua relao com os processos cognitivos,
socioculturais e interacionais: Grady (1997), Lakoff (1987), Lakoff e Johnson (1999), dentre
outros. Para isso, discutiremos conceitos de cultura e de experincia, e apresentaremos partes
de estudos empricos com metforas primrias em culturas diferentes e em mesmas culturas.
Tais estudos corroboram a inuncia da cultura na interpretao e na emergncia de metforas
primrias. Assim, tentaremos aqui apresentar a lngua entendida enquanto seu uso, suas
variaes e estrutura a partir dos estudos sobre metfora.
Palavras chave: Linguagem; Estrutura; Metfora
APLICABILIDADE DA GRAMTICA SISTMICA FUNCIONAL
NO CURSO DE LETRAS INGLES
Me. Candice Helen Glenday
Resumo: A proposta dessa discusso analisar a aplicabilidade da abordagem gramatical
sistmica funcional no que tange ao desenvolvimento da habilidade da escrita dos alunos do
Curso de Letras Ingls. Devido limitao de tempo, utilizamos o captulo Expanding the
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message: clause combinations, do livro English Grammar: a university course (Angela Downing
& Philip Locke, 2006) ao longo do semestre juntamente com a produo escrita a m de vericar
se houve melhora na redao dos alunos. Aps anlise prvia da produo escrita dos alunos,
vericou-se a necessidade de abordar o tema clause combinations (combinao de oraes)
visto que era frequente o uso de run-on sentences tanto em portugus quanto em ingls. Por
run-on sentences entende-se que uma frase em que duas ou mais oraes independentes (ou
seja, frases completas) so unidas sem pontuao ou conjuno adequada. A metodologia
usada foi o estudo de alguns trechos do referido captulo, seguida por produo textual, destaque
pelo professor dos trechos problemticos que necessitavam de reviso, e nalmente a reescrita
do mesmo texto seguida por nova correo. Ao longo do semestre os alunos produziram dois
textos e duas reescritas. Podemos armar que houve uma melhora signicativa na produo
textual devido maior conscientizao dos alunos quanto ao uso de run-on sentences e a
habilidade de corrigir e revisar os seus prprios textos. Portanto, a aplicabilidade da gramtica
sistmica funcional satisfatria e seu uso fortemente encorajado para melhorar a produo
textual e desenvolver a habilidade dos alunos de Letras de revisar seus textos.
Palavras chave: Gramtica; Aplicabilidade; Letras
MR06: NOVAS TECNOLOGIAS, LINGUAGEM E SOCIEDADE
O RESGATE DA ESCRITA NA ERA DIGITAL
Dr. Jos Srgio A. de Moura
Resumo: O objetivo aqui apresentar como o uso da escrita na Era Digital signica um resgate
de uma tecnologia criada h milhares de ano como um aporte da memria. Elaborada como um
meio de perpetuar narrativas e fatos que, histricos ou no, constituiu uma das bases da assim
chamada civilizao, a escrita evolui ao longo do tempo com vrios papis, dentre eles, o da
comunicao que deu base a vrios gneros tradicionais como cartas, bilhetes, dirios, revistas e
jornais. Entretanto, a Revoluo Digital deu escrita um lugar de destaque, na medida em que a
comunicao mediada por computador ou por dispositivos mveis tem ocorrido atravs da
mesma, na maior parte das vezes. assim com gneros como o e-mail, os comentrios dos
fruns, das notcias online e das redes sociais, o bate-papo das salas virtuais, as mensagens
instantneas enviadas por celulares e smartphones, dentre outros. Somados, o nmero de
usurios de Internet e de dispositivos mveis no Brasil chega a mais de 200 milhes, o que leva
concluso que as to faladas incluso e letramento digitais j ocorreram, s margens de qualquer
poltica pblica mais efetiva para esse m. Alm disso, tambm se discutir como a escrita foi
fundamental para essa espcie de incluso e letramento, tambm s margens do reacionarismo
e conservadorismo da escola, que teima em condenar e considerar a lngua escrita de certos
ambientes (salas de bate-papo, por exemplo) como catica e sem regras.
Palavras chave: Resgate; Era Digital; Escrita
VDEOS PUBLICITRIOS E O DISCURSO DA TECNOLOGIA:
METFORAS MULTIMODAIS
Dr. Rodrigo Esteves de Lima-Lopes
Resumo: Este artigo discute metforas multimodais em um corpus de vdeos publicitrios. O
objetivo estudar como essas metforas constroem o discurso de seduo do expectador por
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meio da facilitao e explicao de contedos da rea tcnica de informtica. Essas metforas
constituem-se por um complexo sistema: alm do verbal, h diversos outros modos: como
gestos, vestimenta, olhar e posio no quadro; todos encapsulados na imagem do vdeo.
Resultados parecem indicar que tais metforas servem para caracterizar produtos de uma
determinada marca de computadores como superior em qualidade e facilidade de operao.
Palavras chave: Metforas Multimodais; Vdeos Publicitrios
A TERMINOLOGIA DAS REDES SOCIAIS
Dr. Mrcio Sales Santiago
Resumo: Na sociedade contempornea, as redes sociais passaram a ter grande relevncia, haja
vista o nmero crescente de usurios dessas ferramentas computacionais de interao social.
Em oposio a uma noo que entende a lngua como produto acabado, ou seja, incapaz de
evoluir no plano lexical, percebe-se claramente que a linguagem deste domnio temtico est em
pleno desenvolvimento e cada vez mais presente no dia a dia dos cidados. Logo, nesta
comunicao, analiso o lxico presente nas redes sociais da internet, notadamente, os termos
que guram em tutoriais elaborados para usurios brasileiros. Com efeito, entende-se o tutorial
como um texto especializado, repleto de termos, cujo objetivo instruir um indivduo ou um
conjunto de indivduos, a m de utilizar uma ferramenta informatizada (SANTIAGO, 2013). Em
consequncia, importa a esta pesquisa a identicao das caractersticas das unidades
terminolgicas nesse gnero textual digital voltado para as redes sociais. Como marco terico,
assumo o pressuposto de que a terminologia neste sentido, o conjunto de unidades lexicais e
semiticas tpicas de um domnio especializado no constitui um bloco monoltico, uma vez que
apresenta especicidades para alm do foco temtico-cognitivo. Isto porque h componentes
textuais e pragmticos que, ao incidirem sobre a gnese dos termos, contribuem para determinar
o perl terminolgico de um dado domnio. Constituem o corpus os tutoriais das redes sociais
Twitter, Facebook, LinkedIn e Google+. Na anlise, descrita e exemplicada uma terminologia
das redes sociais. Os resultados iniciais apontam que possvel se referir a duas especicidades
terminolgicas nos tutoriais, as quais contribuem para determinar o perl terminolgico do
domnio temtico abordado, especicamente sob o ponto de vista da denominao.
Palavras chave: Terminologia; Redes Sociais
A INTERAO DOS PARTICIPANTES NA ESCRITA COLABORATIVA
EM MEIO DIGITAL
Me. Francicl Fortaleza Bento
Resumo: A escrita na tela, tendncia cada vez mais crescente, possibilita a construo de textos
a vrias mos. Dentre as ferramentas existentes para o trabalho colaborativo, destaca-se a wiki
(CUNNINGHAM, 2008; LIMA, 2008), por permitir edies rpidas e descomplicadas. Nesse
sentido, foi investigada a interao dos participantes envolvidos no processo de escrita
colaborativa (CERATTO, 2002; WARD, 2009) em ambiente wiki. A investigao se deu durante
realizao de um projeto wiki para a escrita de gneros textuais em lngua inglesa: anncio
publicitrio, carta formal, resenha de lmes e artigo de revista. Os participantes, alunos de um
curso de lngua inglesa de nvel intermedirio e responsveis pela escritura dos textos, e a
professora-pesquisadora, cujo papel maior era orientar o processo de produo textual,
colaboraram para que os textos fossem construdos em momentos de alternncia de papis. O
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maior espao de colaborao foi a seo comentrios, presente no ambiente, que permitia a
interao entre os participante atravs da postagem de consideraes acerca do texto em
constr