caderno de sucessões(outro)

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DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU

Prova: valendo 9. Bibliografia Bsica: Instituies de Direito Civil: Caio Mrio da Silva Pereira. v. 6.

Inventrios e Partilhas na sucesso legtima e testamentria: Jos da Silva Pacheco (processual)

Jos Luiz de Almeida Gavio UNIDADE I SUCESSO EM GERAL

Art. 5, inciso XXX, CF.

O direito das sucesses no restrito. O pilar constitucional de direitos fundamentais. Porm, foi delegado ao legislador infraconstitucional a organizao desse direito. O direito de herana em alguns pases limitado. Antigamente, no Brasil essa era a realidade, o que causou muito desnimo, de modo a estimular as fraudes. O direito das sucesses na sua forma mais primitiva iniciou com fins religiosos. Evoluindo, transformou-se no sentido de patrimnio.

- Sucesses: a transferncia de patrimnio deixado no causa mortis.

- Direito das sucesses: o conjunto de regras que regula a transferncia do patrimnio deixado no causa mortis.

Foco: gradao legal. de cumprimento obrigatrio, a no ser no caso de configurao da socioafetividade.

Gradao legal da Unio estvel: art. 1.790, CC.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU O direito das sucesses tem um momento que vai surgir na sociedade. Ele s utilizado quando algum morre e deixa patrimnio. Se o de cujus no deixou bens, no haver sucesso. - Abertura da sucesso: a morte de algum que deixa patrimnio. Exatamente nesse momento os herdeiros assumem o patrimnio deixado. No a abertura do processo sucessrio.

- Princpio de Saisine (art. 1.784, CC): fenmeno que acarreta uma fico jurdica; os bens vo imediatamente. No h interrupo. O patrimnio no fica sem titular nenhum minuto. Esse princpio foi criado pelo direito francs, mas foi legitimado pelo direito alemo. Obs: comorincia morte simultnea. No h transmisso. Um no sucede ao outro. O que ocorre a eventual representao. O efeito dela no direito sucessrio a pr-morte entre os falecidos. Obs: autores da herana donos do patrimnio. Obs: art. 1785, CC ele quer dizer o processo sucessrio abre-se ....

- Herana: o patrimnio deixado no causa mortis; e esse patrimnio se constitui de direitos e obrigaes. Antigamente, os herdeiros respondiam pelas dvidas do falecido. Aps reforma, os herdeiros s se responsabilizam pelas dvidas na fora da sua herana.

- Herdeiro: estar apto a receber no causa mortis. ter vocao hereditria. Elenco de herdeiros legtimos: art. 1.829, CC. Um inciso exclui o outro, assim como um grau mais prximo exclui os demais. O herdeiro distribudo em categorias. Por isso, tem-se:

* herdeiro legtimo: o herdeiro que a lei indica. Est no elenco do art. 1829, CC. Tem uma ressalva que o companheiro tambm herdeiro legtimo. Porm, o CC foi discriminatrio, colocando-o no elenco de outro artigo (art. 1790, CC)

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU * herdeiro necessrio (art. 1845, CC): descendentes, ascendentes e cnjuges. Todo herdeiro necessrio legtimo, mas a recproca no verdadeira (ex: o colateral no necessrio). O legislador no colocou o companheiro no herdeiro necessrio. Privilgio desses herdeiros: eles tem em seu favor a legtima, ou seja, 50% do patrimnio do valor da herana.

Obs: Caso um testamento conceda mais de 50% a algum, no se faz necessrio anular o testamento, mas to somente fazer a reduo. Obs: art. 1.849, CC o herdeiro necessrio no perde o direito legtima (50% indisponvel) caso lhe seja deixado por testamento algo da parte disponvel. Obs: art. 1966, 1967, CC o que exceder ser reduzido at o limite, sem que precise anular o testamento. O juiz de ofcio pode fazer tal reduo.

Obs: A doao feita em vida ter repercusso no causa mortis. Quando o dono da herana morrer, o herdeiro que recebeu a doao ser chamado em juzo para apresentar a parte legtima (considera-se antecipao da legtima). Agora, se o dono da herana na poca da liberalidade deixar claro que a doao est saindo da parte disponvel, no ser necessrio fazer a colao (art. 2.005, CC/02).

* herdeiro testamentrio ou institudo: surge tal figura quando algum faz um testamento deixando para terceiras pessoas (no parente, nem herdeiro legtimo) uma porcentagem do seu patrimnio. A lei chama isso de universalidade (bens indeterminados). Obs: legado Consequncia econmica de um processo sucessrio. O bem determinado, individualizado. No final, o legatrio recebe o bem em adjudicao ( a transferncia de propriedade determinada pelo juiz). O juiz vai assinar pelo transmitente. No legado recebe uma carta de adjudicao (ao invs do formal de partilha no caso dos herdeiros). Legatrio no alcanado pelos efeitos de saisine.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU

Obs: Todo o usufruto deixado em testamento se caracteriza como legado. - Falecido: de cujus. a falncia de todos os rgos vitais. A morte cerebral no autoriza a abertura da sucesso. Neste caso, o caminho a interdio, para que seja possvel conceder a curatela provisria. - Herana: art. 426, CC/02 no possvel haver contrato de herana de pessoa viva. Obs: morte presumida e ausncia

I) morte presumida: em caso de tragdia. O juiz autoriza, caso bem justificado, a certido de bito, fazendo com que o processo sucessrio siga suas regras. II) ausncia: desaparecimento. A pessoa tem que desaparecer de seu domiclio e deixar patrimnio. A finalidade da ausncia nomear um curador para administrar o patrimnio. Caso este inexista, faltar interesse de agir. A ausncia pode at terminar numa sucesso, mas uma sucesso que parte do desaparecimento sem comprovao de morte.

- Morte civil: est no contexto de tudo que foi visto at agora. S h um caso no nosso direito. quando a pessoa est viva, mas considerada morta para determinados efeitos (art. 1816, CC/02). Ex: Suzana Von Richthofen

INVENTRIOProcedimento (ao) atravs do qual se levanta todos os direitos e obrigaes do falecido, acontece a transferncia dos bens no causa mortis. So levantados tambm o de seus herdeiros. Pagam-se os tributos e, finalmente, passa-se a segunda fase que a da partilha. Ritos: * Ordinrio: arts. 982 e ss do CPC seguir todas as fases dispostas pelo legislador. Obrigatrio: herdeiros menores; maiores incapazes; ausentes; e no

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU acordes. Partilha judicial que o juiz julga. Prazo para anular: 2 anos (rescisria especfica do direito das sucesses) * Sumrio: arts. 1.031 e ss do CPC imprescindvel que os herdeiros sejam maiores, capazes, presentes e acordes quanto partilha. Se a situao estiver dentro desses requisitos, o processo de inventrio mais simples, de modo que tudo se resume na petio inicial. Partilha amigvel que o juiz homologa. Prazo para anular: 1 ano. Obs: todo processo de inventrio tem interesse pblico (interesse no tributo). * Sumrio Especial: art. 1.036 do CPC os bens no podem ter valor superior a 2.000 ORTNs. * Inventrio extrajudicial: lei 11.441/07 autoriza que o inventrio no passe pelo crivo do judicirio quando todos os herdeiros forem capazes, maiores, acordes e no tiver testamento. Quando tem bens mveis essa lei no est produzindo os efeitos que deveriam produzir. Obs: possvel a migrao de um rito para o outro. Obs: O inventrio extrajudicial feito errado - tem 2 opes: i) fazer re-ratificao (confirma o que est certo e altera o que est errado); ii) alterar judicialmente, anulando o inventrio equivocado. - Inventariante: uma pessoa nomeada pelo juiz observada a gradao do art. 990 do CPC, que tem como ofcio administrar a herana judicial e extrajudicialmente. No tem honorrios; ele exerce munus pblico. Essa figura termina quando o processo termina. Pode ser judicial (aquele que est na gradao do art. 990, tem interesse patrimonial) ou dativo (quando os herdeiros brigam entre si; art. 990, inciso VI, do CPC; tal inventariante tem honorrios). Todos dois no final so judiciais. - Testamento: a manifestao de ltima vontade. Documento atravs do qual o proprietrio (testador) de bens se manifesta pela disposio de seus bens aps a morte. - Testamenteiro: pessoa da confiana do testador que tem o dever de oficio de defender a vontade daquele no processo de inventrio. Se o testador no tiver colocado um testamenteiro, o juiz obrigado a nomear. O testamenteiro tem honorrios. Esses honorrios chamam prmio (cdigo) ou vintena (doutrina). O testamenteiro exerce um munus privado. Caso o testamenteiro seja herdeiro ou legatrio, ele no ter honorrios.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Obs: Os honorrios variam de 1% a 5% da herana lquida, caso o testador no tenha disposto de maneira diversa. - Tributos pagos no inventrio: * ITCD (Imposto de Transmisso Causa Mortis e Doao): na modalidade causa mortis e na doao. Toda transmisso no causa mortis tem o ITCD, que no ES de 4% sobre o valor dos bens. Doao: no decorrer do processo sucessrio h renncia translativa ou uma cesso gratuita. Sobre essa doao, paga-se o mesmo imposto sobre o bem doado. * ITBI: inter vivos. quando existem cesses no processo de inventrio. - Acervo hereditrio: o conjunto de direitos e obrigaes que se transmitem no causa mortis. Alguns autores entendem o acervo como s o lquido. - Representao ou Estirpe: h um dispositivo que conceitua representao. Art. 1851, CC. O vivo de herdeiro falecido no tem direito sucessrio. De modo diverso, eventuais filhos desse vivo tero direito de herana, sendo representante do herdeiro falecido. Onde cabe a representao: art. 1851 a 1852, CC/02 na linha descendente sempre; na ascendente nunca (bate na primeira figura sucessiva que encontrar). o direito daqueles que vo receber em nome de outrem por indicao da lei. Tipos de representao: 1) Descendentes: a lei no limitou 2) Colaterais: s filho de irmo (ou seja, s at o sobrinho, mas no aos seus filhos caso haja pr morte). - Bens imveis (art. 80, II, CC/02): quando abre uma sucesso, todos os bens do autor da herana so considerados imveis para os efeitos legais. uma fico. Quando morre, a caracterstica do bem imvel a imobilidade. S quando o juiz autorizar ou quando houver a partilha, haver mobilidade. - Formas de sucesso: 1) Legtima; 2) Testamentria, que no Brasil coexistem. - Tipos de sucesso: i) a ttulo singular (pessoa que recebe um legado legatrio); ii) a ttulo universal (herana como um todo; s tem sucessor a ttulo universal no causa mortis; a universalidade depende do final do processo de inventrio para saber qual ser a sua herana). - Classe: uma categoria de herdeiros. - Grau: a distncia parental. Art. 1834 onde est do mesmo grau leia-se da mesma classe.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - Linha: o tronco familiar. - Esplio: a herana em juzo. uma figura que tem personalidade jurdica durante certo tempo. Ela nasce com a abertura da sucesso e morre quando a sentena de partilha transita em julgado. UNIDADE II SUCESSO LEGTIMA

Art. 1798, CC/02 (sucesso em geral): fala na vocao hereditria (seja na sucesso testamentria, seja na legtima). Legitimam-se a suceder as pessoas: nascituro ou j nascido no momento da abertura da sucesso. Problema: o CC no falou em inseminao artificial. Em tese, a criana nascida de pai j morto (com o smen congelado), fruto de inseminao, no teria direito a sucesso. Art. 1799, CC/02 (sucesso testamentria): restringe a discusso acerca da sucesso testamentria. Em havendo testamento, o testador pode indicar uma pessoa que no tenha nascido, desde que vivos os pais at a morte do testador. Problema: na hiptese da inseminao. Outro problema: no caso de doao. Se no houver meno expressa do testador sobre a situao do filho (se biolgico ou no), pode ser qualquer um. Obs: 1800, 4, CC/02 por segurana, o legislador deu 2 anos aps a morte do testador para que o herdeiro seja ao menos concebido. Caso contrrio, a herana ser repassada aos herdeiros legtimos.

Sucesso Legtima Quando a lei indica as pessoas que tem vocao hereditria. Ela est em dois dispositivos: i) art. 1829: consta a sucesso legitima com parentesco civil (cnjuges, descendentes). Esse elenco excludente e de gradao obrigatria. Um inciso exclui o outro. Obs: concorrer disputar a herana. Obs: Na sucesso devem-se fazer as seguintes perguntas: quando (em razo do princpio de saisine); onde (regra de competncia: ltimo domiclio do de cujus; e tambm onde sero recolhidos os tributos 1040, III, CPC: quando o

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU bem est longe, deixa-se o mesmo para uma sobrepartilha); a quem ( a vocao hereditria) Inciso I aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casadoeste com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares.

Regime de bens.

Obs: meao propriedade. A partir do momento em que os noivos optam pelo regime da comunho parcial de bens, um est dando ao outro 50% dos bens. Obs: herana Todas as vezes que se referir a concorrncia, est-se falando em herana. Muito embora no processo sucessrio se trate da herana, deve ser falado da meao. O cnjuge meeiro deve ir no processo de inventrio separar a sua meao. O inventrio funciona para o meeiro, assim como a ao de diviso para o condmino. O patrimnio um todo indivisvel. O final do inventrio retirar a metade do cnjuge e dividir o resto entre os herdeiros. O cnjuge no tributado no processo de inventrio, pois no h transferncia. Agora, com as despesas processuais ele concorre igualmente. Regime de bens: * comunho universal: tudo se comunica, salvo clusula de incomunicabilidade. * separao consensual: nada se comunica por vontade deliberada dos nubentes. Esse regime funciona plenamente no inter vivos. No causa mortis isso muda. * separao obrigatria: a prpria lei determina que haja separao. Ex: maior de 70 anos. Obs: smula 377, STF - No regime de separao legal de bens, comunicam-se osadquiridos na constncia do casamento. Essa smula veio resolver um problema da

poca, em que a situao da mulher era muito complicada. Alguns juristas ainda do vigncia a essa smula. Porm, isso est totalmente errado, pois caso seja aplicada, estar-se-ia no regime de comunho parcial de bens, o que afronta o direito posto recentemente. * participao final nos aquestos: segue cada um com seu patrimnio e no final eles se separam.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU * comunho parcial: o que voc recebe mesmo durante o casamento de doao ou herana est protegido. Pode no haver meao nos bens particulares (antes do casamento), mas ter herana. O inciso I tem regras e excees. Regra: descendentes concorram com o cnjuge sobrevivente. Separao consensual (no haver meao, mas haver herana); ou participao final nos aquestos (correntes: i) os bens particulares sero sempre herana e nos bens comuns vc tira a meao e a outra metade dos descendentes; ii) tira a meao e no resto herda tudo deduzida a meao, o restante vai para a concorrncia entre cnjuge e descendentes; iii) no causa mortis tudo vai como herana); e havendo bens particulares (cnjuge concorrer nos bens particulares s haver herana, inexistindo meao, j que nada foi adquirido na constncia do casamento). Obs: E o restante dos 50% da meao? Vai para os descendentes. Para outros, os 50% devem se juntar aos bens particulares para ser dividido entre os herdeiros. Excees: i) comunho universal (o cnjuge j meeiro de tudo e ainda ter herana? Por isso o legislador achou melhor deixar o cnjuge s como meeiro); ii) separao obrigatria (o legislador entendeu que seria incoerente permitir o cnjuge ser herdeiro, j que ele mesmo que imps o regime nem herdeiro nem meeiro); iii) ou se no regime da comunho parcial, o autor no tiver deixado bens particulares (no casamento onde s tiver bens comuns, o cnjuge sobrevivente ser apenas meeiro; se tiver bens particulares, o cnjuge sobrevivente ser herdeiro). Obs: bem particular aquilo que a lei diz que no comunica (art. 1.659, CC/02) * Art. 1829, I, CC/02 c/c 1832, CC/02 Ex: Joo casou com Maria na comunho universal de bens e tiveram 3 filhos. Joo tinha um patrimnio de 1 milho. Maria ser apenas meeira e os filhos herdeiros. Se o casamento for na separao obrigatria: tudo para os filhos. Se o regime for separao consensual: s tem herana, sendo dividido por quatro. Nesse caso, se Joo tiver 4 ou 5 filhos com ela, Maria dever receber no menos que a 4 parte ( a chamada reserva legal que, no caso, sero R$ 250.000,00). Se o casamento

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU for em participao final nos aquestos: os bens particulares a Maria concorreria com os filhos, no podendo ter menos de . Nos bens comuns, 1 faz a meao de Maria, sendo que o restante divide entre ela e os filhos na mesma forma que entrou nos particulares. Na comunho parcial de bens: em 500.000,00 ela tem 250 mil nos bens comuns, sendo que o restante ser dividido s entre os filhos. J quanto aos bens particulares, ela concorrer com os filhos, sendo reservado a 4 parte. Na combinao desses dois artigos, entende-se que um regra de sucesso e o outro regra de concorrncia. Se Joo e Maria no tiverem filhos comuns, Maria no ter direito a reserva legal (1/4). Concorrncia Hbrida: comunho parcial. Caso Maria e Joo tenham filhos comuns e Joo tenha filhos de outra relao. Patrimnio de 500 mil, sendo 300 mil comum e 200 mil particular. Majoritariamente se entendeu que na concorrncia hbrida no h reserva legal, tudo fica igual. Obs: se houver representante, o quinho do pr morto ser subdividido entre seus filhos. Inciso II - aos ascendentes, em concorrncia com o cnjuge. Aqui, o regime de bens s ser analisado para saber se o cnjuge tem ou no meao, pois no restante ele ser herdeiro sempre (at na separao obrigatria haver direito de herana). Conjugar com o art. 1837, CC/02. Ao cnjuge tocar 1/3 da herana. Porm, se houver apenas um ascendente ou, se este for de maior grau, o cnjuge ter direito metade. Somado a isso, o cnjuge ter direito real de habitao. No h reserva legal. Obs: no h representao para cima. Ex: a av no ir representar o seu filho caso este seja pr-morto e o seu neto tenha morrido deixando bens. Art. 1.836, 1: na classe dos ascendentes, o grau mais prximo exclui o mais remoto. O cnjuge ter no mnimo 1/3 e no mximo a metade da herana, na concorrncia com ascendentes. Havendo diversidade de linha e igualdade de grau, a herana ser em quantidade igual. Tudo que no for meao somado para constituir a herana!

Inciso III - ao cnjuge sobrevivente;

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Independente do regime de bens, caso no haja ascendentes nem descendentes, o cnjuge sobrevivente ter herana. O cnjuge em hiptese nenhuma concorre com os colaterais. O cnjuge retira o que dele (meao), no mximo. Quando o cnjuge est separado de fato a mais de 2 anos ele pode entrar no processo se ele tiver meao. Art. 1.830: no se discute mais a culpa do cnjuge. Entretanto, na vara de famlia, ainda que a separao tenha ocorrido por mais de 2 anos, possvel ter herana, apesar dessa discusso ser bem ultrapassada. O principal direito sucessrio do cnjuge a herana. Mas ele tambm tem outro, qual seja, o direito real de habitao, com previso no art. 1.831, CC/02.

Direito real de habitao: tal e qual aquele direito do ramo dos direitos reais. Relativiza o direito de propriedade, porm, por vontade da lei.

Independentemente do regime de bens, assegurado ao cnjuge sobrevivente o direito real de habitao no imvel destinado moradia, desde que seja o nico no processo de inventrio dessa natureza. Objetivo: segurana e proteo dignidade do cnjuge sobrevivente. Em contrapartida, agride o direito de herana. No h prazo fixado. Se o direito real de habitao vem de um processo sucessrio, a competncia para extingui-lo da vara de rfos e sucesses. A doutrina vem dizendo que o direito real de habitao no um direito sucessrio. Porm, ele sim. Segundo a jurisprudncia mais moderna, se a pessoa estiver separada a mais de 2 anos de fato, exclui-se tambm o direito real de habitao.

Inciso III - aos colaterais - Representam uma categoria de herdeiro que no est includa na categoria de herdeiro necessrio. Diferena substancial dos demais herdeiros: no so necessrios. No tem o privilgio da legtima. - Existem alguns projetos para tirar do colateral o direito herana. A prof. contra, pois no indo para os colaterais, ir para o Estado. - Colaterais: * irmos 2 grau ( o 1 grau sucessvel na linha reta colateral)

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU * sobrinhos 3 grau * tios 3 grau * sobrinho neto 4 grau * primo irmo 4 grau * tio av 4 grau - art. 1.839: at o 4 grau, caso no haja ascendentes, descendentes ou cnjuge. Porm, possvel que haja cnjuge e mesmo assim obrigado a chamar os colaterais por conta do art. 1.830. o caso do cnjuge separado de fato h mais de 2 anos. Pode haver meao, mas a herana ser dos colaterais. - art. 1.840: os mais prximos excluem os mais remotos, salvo direito de frepresentao. No encontrando irmos, o juiz busca sobrinhos. Porm, sobrinhos e tios esto no mesmo grau parental. Por isso, o legislador optou pela preferncia dos sobrinhos, por 2 motivos: i) presuno de afeto; ii) fora nova (valor sobre o qual o legislador baseou sua opo. O pas gira por riquezas que devem ser aproveitadas pelo mais novo) art. 1.843. No havendo sobrinhos, chamam-se os tios. J para os colaterais de 4 grau, haver concorrncia entre si. Um no exclui o outro. - Representao: apenas filhos de irmo (art. 1.853, CC/02), diferentemente da classe de descendentes onde essa representao infinita. Para que haja representao deve haver concorrncia em graus diversos. - Irmos unilaterais e bilaterais (art. 1.843, 2, CC/02): operao considerarse- X para os unilaterais e 2X para os bilaterais. Divide a quantia total pelo n de herdeiros, considerando em dobro os bilaterais. Supondo que todos os irmos sejam pr-mortos, aplica-se a mesma regra, de modo que os filhos dos irmos bilaterais recebero por direito prprio o dobro dos filhos dos irmos unilaterais. Obs: a partir do momento que algum morre e deixa parentes sucessivos, a partilha deve ser feita conforme a lei. Caso assim no seja, ser considerada doao, de modo que surtir efeitos na esfera tributria. Essa tributao no ilegtima.

Dvidas:

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU 1) Quando o cnjuge sobrevivente for separado de fato a mais de 2 anos, no havendo descendentes nem ascendentes, ele ter direito meao independente do regime de bens? No. 2) Participao final nos aquestos: h diviso entre bens particulares e comuns ou separa a meao independentemente dos bens e, aps, concorre com os descendentes? O conjugue sobrevivente meia (tira a participao no aquesto) herdando tanto no que sobrar da meao quanto nos bens particulares. 3) A deserdao s possvel se declarada em sentena? Sim. Obs: casos de representao de pessoa viva nas hipteses de indignidade e deserdao. A pena no pode passar do apenado.

Da Sucesso dos Companheiros

S tem como fazer justia na sucesso dos companheiros caso deixe de aplicar o direito posto.

A sucesso do companheiro est s no art. 1.790.

O legislador no garante direito real de habitao ao companheiro. O juiz pode conceder com base nos princpios constitucionais.

Em 1977 veio a lei do divrcio, momento em que se comeou a aceitar a unio estvel. At esse ano, entrava-se com uma ao de indenizao por servios domsticos. Depois de 77 a sociedade e o judicirio foram assimilando outros valores, de modo que as aes de dissoluo de sociedade de fato foram para a Vara de Famlia, at que a CF de 1988 criou a Unio Estvel indicando-a como entidade familiar.

Hoje, muitos acham o art. 226 discriminador. Entretanto, na poca ele foi fiel sociedade; eram outros valores. Houve um perodo de orfandade de lei, pois somente em 1994 surgiu a lei 8971 para regulamentar o art. 226, CF/88. O legislador delegou ao legislador ordinrio a regulamentao de lei. Essa lei foi um desastre por ter vindo tardiamente; deu 5 anos para configurar a unio estvel ou, ainda, caso tivessem filhos. Em certos casos, tal lei deu mais

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU direitos sucessrios do que o prprio cnjuge teria. Ex: garantia ao companheiro a meao, alm de usufruto (direito real de propriedade alheia) sobre parte do patrimnio, dependendo do regime de bens. Porm, como companheiro no tem regime de bens, sempre lhe era adquirido tal direito.

Para resolver essa situao veio a lei 9278 em 1996. Tal lei tirou completamente o prazo para configurar a unio estvel, piorando a situao, pois ainda deu o direito de garantia real de habitao pelo simples fato de ser companheiro. A aplicao da lei de acordo com a data da abertura da sucesso.

O CC/02 tambm veio com diversos problemas que fez a Maria Berenice criar o princpio da impossibilidade de retroao da regra constitucional, no qual o direito constitucional j concedido s poderia ser retirado caso houvesse uma mudana na CF. Portanto, no se poderia tirar a igualdade entre cnjuges e companheiros. Tal teoria no obteve muita fora. Por isso, o direito sucessrio do companheiro virou uma baguna. Cada um d o que quer.

O CC diz que o companheiro s vai ter direito sucesso com relao aos bens adquiridos onerosamente no qual ele tenha concorrido na constncia da unio. O legislador no deu a reserva de ao companheiro; no o considera herdeiro necessrio; no lhe d direito real de habitao; o companheiro concorre com colateral e no exclui. Por isso, para se garantir direitos que foram previstos aos companheiros nas leis 8971 e 9278, devem ser aplicados os princpios constitucionais. Isso no significa dar aplicao s referidas leis. Trata-se de aplicao e interpretao dos princpios constitucionais (princpio da dignidade da pessoa humana, da igualdade, da moradia). O STF j decidiu que o art. 1.790 no inconstitucional. Por isso, no se pode afirmar que cnjuge igual a companheiro. Trata-se do nico artigo que protege o companheiro.

Na questo da unio estvel cada caso um caso. No tem segurana jurdica. Caso separado de fato a menos de 2 anos e o sujeito arranja um companheiro, morrendo antes desses dois anos. Como resolver essa situao?

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU A lei disse que no precisa ter tempo de separado; basta ter nimo de casamento. Devem estar no processo o cnjuge e o companheiro.

Considera-se a igualdade no limite de outros direitos. O juiz aplica aquilo que for interessante para cada caso.

Art. 1790: A companheira ou o companheiro participar da sucesso do outro, quanto aosbens adquiridos onerosamente na vigncia da unio estvel, nas condies seguintes:

Diferenas: i) Tal artigo tinha que estar na sucesso legtima. Porm, ele foi colocado na generalidade. ii) participar: com essa expresso conclui-se que o cnjuge herda e o companheiro sucede. iii) Onerosamente: bens comuns. Dessa forma, com relao aos bens particulares o companheiro nunca concorrer. O cnjuge sempre ter direito meao. Inciso I - se concorrer com filhos comuns, ter direito a uma quota equivalente que por leifor atribuda ao filho;

Cada um receber igualmente. Ex: Joo e Maria tiveram 5 filhos comuns. Havia unio estvel. Joo deixou um patrimnio de 1 milho. Portanto, cada um ter 1/6 do patrimnio.

Inciso II - se concorrer com descendentes s do autor da herana, tocar-lhe- a metade doque couber a cada um daqueles;

Nesse caso o companheiro ter apenas metade ao que couber a cada um dos filhos. Ou seja, x para o companheiro e 2x para os filhos. Inciso II-a concorrncia hbrida: se concorrer com filhos comuns e filhos s do autor da herana: a doutrina se dividiu. Para a prof. o companheiro tero direito a uma quota igual. Para a outra parte da doutrina, o companheiro ter direito apenas metade.

Obs: se a unio for firmada com o companheiro de 70 anos de idade, deve-se considerar o regime de separao obrigatria. Isso porque, se h igualdade de

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU companheiro com cnjuge, o cnjuge tambm tem quer estar no mesmo patamar do companheiro.

Inciso III - se concorrer com outros parentes sucessveis, ter direito a um tero da herana; Outros parentes sucessveis: so os ascendentes e, aps, os colaterais.

Inciso IV - no havendo parentes sucessveis, ter direito totalidade da herana. S os bens adquiridos onerosamente. Se no houver bens comuns, iria para o Estado. Porm, no artigo 1.844, CC/02 colocou a expresso companheiro, antes de se considerar herana jacente. Indivisibilidade da herana Cesso de Direitos hereditrios artigos 1791 e ss. do CC

Indivisibilidade da herana Art. 1.791: A herana defere-se como um todo unitrio e, por isso, todos so donos. Quando morre algum, os bens vo para todos os herdeiros como um todo indivisvel. Se um habita o imvel, tem que pagar aos demais o quinho devido. Modo de arbitramento do correspondente: deve-se procurar no mercado o valor aproximado. permitido aos demais herdeiros abrir mo do correspondente.

Quando existe casamento, dependendo do regime, havendo meao, os bens se entrelaam (comunho hereditria). Caso um morre, esse entrelaamento passa a ser do cnjuge sobrevivo com os demais herdeiros. Por isso a necessidade de o cnjuge sobrevivente aparecer no processo de inventrio para apresentar sua meao. A herana traz bnus (quinho) e nus (obrigaes atinge a todos independente de culpa). Obs: em benefcio do inventrio (art. 1792, CC/02) voc separa os dbitos do autor da herana para, aps, s dividir o lquido.

Cesso de direitos

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - o que ? um negcio jurdico especial atravs do qual o herdeiro pode dispor, gratuita ou onerosamente, de todo seu quinho ou, de parte dele, para outro herdeiro ou, para estranhos, obedecidos os requisitos e a forma da lei. * negcio especial: a escritura pblica de cesso de direitos hereditrios s faz efeitos no processo de inventrio quando o juiz lhe d eficcia. Ela no transmite direitos reais. As pessoas que compram direitos hereditrios tem que saber que esto comprando algo que futuramente saber o que e, ainda, no ter certeza que tal coisa ir se implementar. Caso no seja dada eficcia cesso de direitos hereditrios, o comprador no poder exigir o bem, pois no h sequela. Assim, o comprador ter que exigir por meio de ao ao vendedor o valor correspondente. Porm, caso os demais co-herdeiros anurem, pode haver a venda para estranhos. Se no houver anuncia, a venda ser considerada ineficaz.

- forma: a escritura pblica de cesso de direitos hereditrios. No pode ser por instrumento particular (art. 1.793).

- requisitos: i) que seja quinho e no bem determinado. Ningum pode ceder um bem determinado. Caso contrrio, o negcio ser ineficaz; ii) se o bem for individualizado, deve haver autorizao do juiz; iii) direito de preferncia respeitado, ou seja, anuncia dos co-herdeiros. Caso no estejam presentes esses requisitos, o juiz ir desentranhar a escritura, impedindo a produo de seus efeitos. Obs: o juiz pode suprir a outorga dos co-herdeiros. Depende da situao. Art. 1719, 3 c/c 2019, ambos do CC/02. Obs: o curador, para dispor de bens, deve ter autorizao judicial. Obs: quem vende chama-se de cedente. Quem compra o cessionrio. - efeitos: 1) O cessionrio se sub-roga em todos os direitos que o cedente teria se continuasse no processo, na proporo do quinho cedido. Caso haja cesso de apenas parte do quinho, o cessionrio se sub-roga apenas na parte cedida. No final, a parte do cessionrio ser adjudicada. Obs: A escritura pblica de cesso de direitos hereditrios somente alcana os bens conhecidos at o momento da escriturao.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Obs: Caso o cessionrio morra aps ter entrado no processo sucessrio, os seus herdeiros iro substitu-los. 2) Respeito s regras do condomnio especialmente acerca da preferncia (art. 1.794). O direito de preferncia protege a pacificao do condomnio, blindando o condomnio com as pessoas que originalmente pertenciam a ele. Na escritura pblica, o direito de preferncia deve estar presente sempre. Deve haver notificao dos co-herdeiros na hiptese de cesso, sendo que estes tem 180 dias para consignar o valor do quinho (art. 1.795). Caso no se manifestem, eles decaem desse direito. At na cesso gratuita deve ser respeitado o direito de preferncia. Se no houve notificao, o juiz deve ouvir os demais herdeiros. Obs: O direito de preferncia s existe quando o negcio jurdico for feito a estranhos. Caso o cessionrio faa parte do processo de inventrio, no h que se falar em direito de preferncia.

Aceitao e renncia da herana (art. 1804 e ss. do CC)

Aceitao: um negcio jurdico unilateral. A partir do momento que se celebrou esse negcio, voc pode dispor desse bem, porm, no pode rejeitlo, considerando que o negcio jurdico j se consolidou. O fato de ter aceitado, paga-se o imposto do causa mortis. - Tcita: a partir do momento que se aceita um bem da herana, aceita-se tudo. No pode haver aceitao parcial. - Expressa: h expresso dessa manifestao. Depois de aceitada no se pode abrir mo da herana (art. 1812, CC).

Direitos do credor do herdeiro (art. 1807 do CC) Art. 1.807 - O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou no, a herana, poder,vinte dias aps aberta a sucesso, requerer ao juiz prazo razovel, no maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herana por aceita .

Tal artigo

serve para alimentar o processo de execuo. Trata-se de uma notificao que deve ser procedida pelo credor, no prazo supra, antes da abertura do inventrio.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Caso o herdeiro, embora solvente, renuncie herana, aplicar o artigo 1.813, CC/02.

Renncia: disposio de patrimnio - abdicativa * o que ? a renncia propriamente dita. O legislador que criou. um negcio jurdico unilateral atravs do qual o herdeiro abdica ou abre mo do seu direito hereditrio, saindo do processo sucessrio como se nunca tivesse dele participado. Ex: joo morreu deixando 4 filhos. O filho D no quer a herana. Ele ter que dizer isso, pois a renncia abdicativa formal, sempre expressa. Ele sai do processo como se nunca tivesse existido, sendo que a herana ir para os herdeiros remanescentes. * irrevogvel: quem aceitou no pode renunciar e vice-versa. Depois que voc renuncia no pode desistir. Importante salientar que a renncia segue a vocao hereditria. Caso haja renncia de todos do 1 grau sucessvel, devese passar para o prximo grau sucessvel. * efeito ex tunc: ela elimina os efeitos do saisine, retornando abertura da sucesso. Tira a responsabilidade tributria do herdeiro renunciante. * formalidades: i) escritura pblica: dizendo que renuncia. Tem que deixar claro que no visa a ningum, pois, caso contrrio,recair na renncia translativa, incidindo imposto. ou ii) termo nos autos: feito pelo escrivo. Tem uma corrente que diz que o termo nos autos precisa de homologao, ao tempo que a escritura pblica no necessita (3 corrente). Existe uma corrente que diz que essas duas formalidades no necessitam de homologao. Entretanto, para outros, h necessidade de homologao, para evitar eventuais problemas, de modo que a renncia somente exaure seus efeitos aps a homologao. * representao: Se todos do 1 grau sucessvel desaparecerem (renunciam), no ter direito de representao. O juiz chama os herdeiros do grau subsequente por direito prprio e no por representao. Na renncia no h direito de representao.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Obs: o representante pode renunciar. Ex: Joo deixou 4 filhos (A, B, C e D). D pr morreu, deixando X e Y. Se Y quiser renunciar, o quinho dele ir apenas para X. Porm, se X tambm renunciar, o quinho deles ir para os herdeiros remanescentes do 1 grau sucessvel. Obs: A renncia abdicativa no gera tributao (imposto causa mortis).

- translativa: a doutrina que criou * construo doutrinria e jurisprudencial: finalidade: informalizar o processo de inventrio para que seja possvel fluir. * o que ? Negcio jurdico bilateral atravs do qual o herdeiro abre mo do seu quinho hereditrio em favor de outro herdeiro determinado que esteja naquela relao processual. aceita por muitos e no aceita por outros tantos. O CESPE vem aceitando. Trata-se de uma partilha entre herdeiros; no h estranhos. A renncia pode ser onerosa ou gratuita, mas, no processo, sempre ser gratuita. Toda renncia translativa gera o ITCD na modalidade de doao. Antes de sua sada o renunciante paga o ITCD na modalidade causa mortis, pois ele entrou no processo. * e a meao do cnjuge? possvel o cnjuge renunciar ao seu direito de propriedade. Pode ser renncia abdicativa ou renncia translativa, dependendo se vai haver indicao ou no. Em qualquer caso haver incidncia do ITCD na modalidade de doao, porque meao propriedade. Obs: quando se fala em renncia no h que alegar em direito de preferncia. * semelhanas e dessemelhanas entre cesso hereditria e renncia translativa Cesso hereditria Renncia translativa

Negcio jurdico bilateral gratuito ou Negcio jurdico bilateral gratuito oneroso Pode ser total ou parcial S pode ser feita por escritura pblica Somente total Pode ser por escritura pblica ou termo nos autos Tem direito de preferencia Entre herdeiros e estranhos No h direito de preferncia Somente entre herdeiros

ITCD doao (quando gratuita) ou ITCD na modalidade de doao e

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU ITBI (quando onerosa) ITCD na modalidade causa mortis

Credores do herdeiro na renncia (art. 1813, CC) O credor do herdeiro tem condio de requerer o inventrio. Ele pode aceitar em nome do renunciante. - Capacidade para renunciar: o herdeiro tem que ser maior e capaz. A grande discusso : o herdeiro tem capacidade para renunciar independentemente da anuncia do cnjuge? Para maior parte da doutrina ele (o herdeiro) s pode renunciar independentemente da anuncia do cnjuge se for casado em regime de bens de separao obrigatria (art. 496, CC). Obs: h possibilidade de suprir a outorga (art. 11 do CPC) em caso de ausncia de justo motivo. Quando comunho universal, deve-se depositar em conta poupana o respectivo valor que cabe ao cnjuge.

- Observar os artigos 1810 e 1811 do CC

Obs: o direito de herana indisponvel, de modo que no alcanado pelos efeitos da revelia. Caso algum herdeiro esteja ausente e no se manifeste, o processo no precisa ficar paralisado. Deve-se realizar citao por edital e nomear um curador (art. 999, 1, CPC).

Lei 6858/80 Essa lei foi criada para facilitar o pagamento dos crditos especiais. Pessoas que presumidamente viviam sob dependncia econmica. Tem carter previdencirio e alimentar (facilitar a liberao desses crditos). Lei especial que afastou o pedido de inventrio. Porm, toda liberao depende de juiz (vara de sucesses). - Destacar: 1 leitura do art. 1: as pessoas que estariam na forma da lei (art. 16, lei 8.213/91) sob a dependncia econmica e no somente aos que esto inscritos. O cnjuge/companheiro considerado pela legislao previdenciria como uma dependncia presumida, e aos filhos menores ou maiores incapazes a dependncia natural.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU 2 se tiver uma ao trabalhista e, no decorrer desta o trabalhador morre, sendo posteriormente o crdito liberado, em tese somente necessrio comprovar a relao de dependncia. Porm, a maioria dos juzes trabalhistas exige a figura do inventrio, ignorando os ditames da lei 6858/86. Por isso, a prof. em muitos casos concede inventrio negativo (declarao de inexistncia de bens). 3 Tal lei no tem tributao no causa mortis em razo do seu carter alimentar. 4 todos os valores. O Venosa fala em pequenos valores, mas nem sempre assim ser. 5 Cotas iguais, preferencialmente. Porm, h situaes excepcionais em que se concedem cotas diferentes. 6 Legitimados: dependentes na forma do art. 16, lei 8213/91, mesmo que no estejam registrados. 7 Por alvar, independentemente de inventrio ou arrolamento. 8 se no tiver ningum em situao de dependncia, procura-se a ordem de vocao hereditria. Obs: Se o companheiro ou cnjuge j estiverem separados, a prof. no d. A lei no diz nada, porm, imoral.

Seguro de vida - um contrato com base no direito das obrigaes atravs do qual o segurado contrata com a seguradora um prmio. No esto embutidas as regras do direito das sucesses. H uma independncia muito grande com relao ao beneficirio. Mas tem situaes que necessria a observncia da ordem de vocao hereditria. - Contrato de seguro de vida em grupo: as seguradas contratam com as empresas. Cada um paga uma quantia pequena e quando algum morre naquele ano ganha um prmio. A famlia vai se beneficiar desse valor. Geralmente quem contrata o departamento pessoal da empresa e, por isso, coloca como beneficirios os herdeiros legais. Quando h litgio entre a seguradora e os beneficirios, tal lide deve ser resolvida na vara cvel. Porm, quando h dvida quanto ao beneficirio a vara competente ser a de sucesses.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - art. 792, CPC: quando no tem beneficirio o juiz da vara de sucesses determina o pagamento de metade ao cnjuge e a outra metade aos herdeiros, observada a ordem de vocao hereditria. O legislador no colocou o companheiro. Por isso, deve-se entender que a metade cabe ao cnjuge ou ao companheiro. - redao ao art. 793, CPC: essa norma protege o valor do casamento. Por isso, voc pode deixar o seguro para quem quiser, porm, preservando enquanto casado, o valor do casamento, de modo que no possvel deixar para a concubina. Essa deixa tratada como inexistente, de modo que deve observar o art. 792. - art. 794, CPC: o seguro no herana e nem banca dvida do falecido. Consequentemente tem outros efeitos: no seguro de vida no h transferncia e, por isso, no h que se falar em pagamento de imposto de transmisso causa mortis.

Petio de herana: arts. 1824 e ss do CC

- O que ? uma ao que j existia na antiguidade. Quando no existia o princpio de saisine, o patrimnio dos servos passava para os seus patres. Por isso, os familiares deveriam entrar com uma petio de herana. Ela s foi codificada em 2002. Trata-se de um mecanismo jurdico atravs do qual aquele herdeiro que foi omitido no processo sucessrio pedir de volta o seu direito hereditrio. Existe uma discusso doutrinria entendendo que a mesma coisa o art. 1030 do CPC (trata de uma rescisria especfica do direito sucessrio; parte: todo aquele que sofreu dos efeitos participando dela) e o art. 1824 CC. No a mesma coisa, pois o efeito da ao rescisria s alcana aqueles que participaram da relao originria. Diferentemente, a ao de petio de herana alcana justamente aquele que no participou da relao jurdica originria. O alcance enorme; discute-se tudo. Ela boa para uma tutela antecipada. Obs: a ao de investigao de paternidade imprescritvel. Entretanto, se passar de 10 anos, para efeitos de petio de herana, ocorre a prescrio. Obs: terceiro que recebeu certo bem inicialmente deve saber se foi oneroso ou gratuito. Caso tenha sido gratuito, o terceiro dever devolver o bem. Se for

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU oneroso, deve analisar se houve boa ou m-f. Caso tenha sido de boa-f, o terceiro ter direito a permanecer com o bem. De modo diverso ser na hiptese de m-f.

- Legitimidade * ativa: o herdeiro omitido, sucessor do herdeiro e cessionrio do herdeiro. * passiva: todo aquele que esteja de boa ou m-f ocupando o imvel. Existe embutido nessa legitimao a sequela (direito de buscar o bem de quem quer que o tenha)

- objeto: o reconhecimento da condio de herdeiro e a devoluo de todo direito hereditrio desde a abertura da sucesso, com todos os acrescidos, inclusive investigada a responsabilidade civil.

- natureza jurdica: ao real imobiliria universal. Real porque o objeto uma coisa. Imobiliria pela fico do art. 80 do CC. Universal porque voc pede o todo e no o bem determinado. Obs: caracterstica da ao de petio de herana o herdeiro legtimo e testamentrio. Caso tenha sido omitido um bem, deve-se entrar com uma ao reivindicatria, pois o legatrio no pode entrar com petio de herana onde se reivindica o todo. Ao de petio de herana uma ao condenatria, s mudando o objeto.

- prescrio: 10 anos.

- efeitos da sentena: devoluo de tudo aquilo que teria que ter ido para o autor da ao desde a abertura da sucesso, com todos os seus acrescidos.

- responsabilidade civil: deve-se analisar da mesma forma como na responsabilidade de todo o ordenamento.

- momento do ajuizamento da ao: se o inventrio ainda est em andamento no necessidade de ajuizar uma petio de herana, devendo o herdeiro se habilitar nessa ao. O mais comum ajuizar petio de herana findo

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU processo de inventrio. Porm, caso tenha que haver investigao de paternidade, deve-se entrar com uma ao na vara de famlia, ainda que o inventrio esteja em andamento, de modo que haver suspenso da prescrio. Paralelamente a isso aconselhvel pegar uma certido e juntar no processo de inventrio para que haja resguardo de bens necessrios.

Obs: possvel a cumulao da ao de petio de herana com a ao de investigao de paternidade desde que a organizao judiciria assim permita. Obs: inventrio extrajudicial enquanto este ainda no terminou, o herdeiro preterido deve ajuizar um inventrio judicial ou correr e comunicar tal fato ao juiz.

- herdeiro aparente: aquele que parece mais no . So aqueles que inicialmente so aceitos como tal. Entretanto, eles realmente no seriam; aquela posio no dele. O herdeiro aparente embutido de boa-f protegido pelo Estado. Teoria do herdeiro aparente: torna eficaz o negcio praticado por aquele que adquiriu bens de boa-f. Mas o negcio tem que ser oneroso. Obs: legado o herdeiro aparente no tem responsabilidade. Excluso de herdeiro por indignidade Artigos 1814 e ss do CC O que excludo o herdeiro, a herana, e no a meao. Uma das causas da indignidade o homicdio. Tem que ter uma ao criminal e outra cvel. Esta vai depender do interesse daqueles que tem legitimidade para prop-la (interessados na sucesso). Elas vo seguir independentemente da outra. Tem uma corrente que entende que a condenao no criminal faz efeito direto na cvel, tendo que declarar a indignidade. Porm, a absolvio no faz efeito, de modo que pode ou no ser declarada a indignidade (corrente majoritria). - Indignidade: o que ? uma sano civil atribuda quele que pratica determinado ato expressamente previsto em lei e cuja finalidade excluir da herana o herdeiro que praticou tal ato. O contedo da ao patrimonial, mas o cunho moral. O ato no precisa ser contra a pessoa, mas que causa sofrimento mesma. No considerada a legitimidade do MP para ajuizar tal ao.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - Causas: a doutrina entende que o elenco do art. 1814 taxativo. Isso um problema, pois esse rol inclui valores que no so do jurisdicionado e omite outros piores. - Ao sentena: uma ao declaratria, tendo que ser ajuizada, independentemente da ao criminal. Se a sentena for positiva, ela pode ser dada antes do trmino do processo criminal, pois ela no vincula. Entretanto, o Tribunal j entendeu que deve aguardar o trnsito em julgado da ao criminal. A sentena declaratria, com efeito ex tunc. Trata do herdeiro excludo como se ele nunca tivesse existido. - Legitimidade: aqueles que tiverem interesse patrimonial. Quando a herana jacente, o Municpio tem interesse patrimonial e, por isso, legitimado. - Decadncia: alguns chamam de prescrio. Art. 1815, p.. 4 anos contados a partir da abertura da sucesso. - Efeitos representao: art. 1816. So pessoais os efeitos da excluso. o nico caso de morte civil no direito civil. O herdeiro excludo considerado prmorto e, por isso, seus descendentes o sucedem. uma representao especfica. O herdeiro excludo tem responsabilidade civil por todos os bens usufrudos do esplio at a declarao da indignidade. - Perdo ou reabilitao: art. 1817 nesse artigo fala-se em perdo do indigno. quando o autor da herana, mesmo sabendo quem foi o autor do fato, faz um testamento e reabilita o indigno. Ele pode ser total ou parcial, expresso ou tcito. - Bens ereptcios: so os bens que o herdeiro deixa de receber por conta da indignidade. - Herdeiro aparente: protege a boa-f. Se terceiro imagina que o herdeiro aparente (declarado indigno posteriormente) de fato herdeiro e adquire bem onerosamente, no perde o negcio. Porm, o herdeiro declarado indigno ter responsabilidade perante os demais herdeiros. Efeito ex tunc da sentena declaratria.

Obs: Existe uma grande discusso doutrinria acerca da extino do processo a partir da morte do herdeiro que se diz indigno. H diferena se ele for declarado indigno ou no. Por isso, haveria interesse na continuidade da ao.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Para a prof., no deveria prosseguir, pois a indignidade pena, razo pela qual no se passa do apenado.

TESTAMENTO Artigo 1857 e ss. do Cdigo Civil. - O que ? um negcio jurdico personalssimo atravs do qual a pessoa deixa disposies de ltima vontade, de carter patrimonial ou no. At o CC/16 o testamento estava s para fins patrimoniais. - Requisitos * unilateralidade: s pode ser feito por uma pessoa. * revogabilidade: o testamento revogvel por excelncia. O ltimo o que vale. O testamento no vincula a pessoa. S vai fazer efeito depois que a pessoa morrer, de modo que tudo que acontecer antes disso que impea a validade do testamento importar na caducidade do mesmo. * gratuidade: a disposio tem que ser gratuita. Para que seja considerada paga tem que haver um negcio jurdico bilateral no testamento. Art. 1863, CC/02. * solenidade ou formalidade: segurana do testador. Tem que ser formal, porque a forma a segurana. solene porque tem situaes que exigem uma forma solene de fazer valer a vontade testamentria. Ex: testamento cerrado. * unipessoalidade: no admite mandatrio; no tem procurador. No se pode fazer testamento por procurao. * causa mortis: o testamento s produz efeito depois da morte do testador. Antes disso no h interesse para discutir tal testamento numa ao. O testamento no se cumpre de logo. Tem que ser levado em juzo para saber se esses requisitos esto presentes. Se o juiz entender que os requisitos no esto presentes, ele d uma sentena dizendo que o testamento no est apto a produzir seus efeitos. Caso o juiz entenda pela aptido, a parte tem um prazo (art. 1859: 5 anos contados da data do registro sentena do juiz) para entrar com uma ao de desconstituio. - consequncias jurdicas de um testamento com fins patrimoniais: a herana ou o legado. - ver o artigo 1863 do CC: testamento conjuntivo. J foi falado. proibido.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Capacidade Testamentria

- Capacidade ativa: art. 1860, CC. A capacidade jurdica ativa, ou seja, para ser testador, fazer testamento de 16 anos. Ainda, o maior que no momento de testar seja plenamente capaz (no seja incapaz) mas se deve provar a incapacidade, o que muito difcil.

- Capacidade passiva: art. 1799 e ss, CC. Quem tem capacidade para receber: deve ser PESSOA (no pode deixar para o animal, por exemplo). Nos incisos do art. 1799 h o rol de pessoas que podem receber via testamento:

Art. 1799: Inciso I: pode deixar os bens para filhos ainda no concebidos de alguma pessoa indicada pelo testador. Contudo, esta pessoa deve estar viva. O legislador ignorou a questo da gentica, pois hoje se pode congelar o vulo ou o smen. Este artigo no engloba esses casos. O artigo 1800 do CC diz que: No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herana sero confiados, aps a liquidao ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. O curador preferencialmente sero os pais destes filhos no concebidos, se no houver disposio em contrrio. Ainda, acerca deste inciso h o: 3o

Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe- deferida a sucesso, com os frutos e rendimentos relativos deixa, a partir da morte do testador. O 4o do art. 1800 ainda dispe que: Se, decorridos dois anos aps a abertura da sucesso, no for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposio em contrrio do testador, cabero aos herdeiros legtimos. => H divergncia doutrinria acerca do filho adotivo. A professora entende que se houver disposio no testamento fazendo referncia ao filho natural da pessoa, no poder se estender ao filho adotivo. Caso contrrio, se o testador omitir, ser qualquer filiao.

Inciso II: Pessoas jurdicas podem receber via testamento.

Inciso III: Fundaes que podem ser criadas com o dinheiro do testamento.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU Obs.: A renncia herana no admite condio, mas no testamento sim.

Obs.: Vcios do testamento: dever ser desconstitudo: Art. 1.909. So anulveis as disposies testamentrias inquinadas de erro, dolo ou coao.

- Incapacidade passiva: art. 1801, CC.

Inciso III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cnjuge h mais de cinco anos; => o xod no pode receber via testamento, se estendendo s interpostas pessoas. Contudo, o art. 1.803 expressa que: lcita a deixa ao filho do concubino, quando tambm o for do testador.

Ainda, no podem ser destinatrio as interpostas pessoas, que so aquelas do art. 1802, CC, seno vejamos:Art. 1.802. So nulas as disposies testamentrias em favor de pessoas no legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa. Pargrafo nico. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmos e o cnjuge ou companheiro do no legitimado a suceder.

Essa presuno da qual o pargrafo nico trata absoluta. DESERDAO arts. 1961 e ss. do CC - O que ? Primeiramente, insta salientar que indignidade a perda do direito de herana pelo herdeiro ou legatrio que pratica determinado ato contrrio ao testador. J a deserdao a perda do direito de herana pelo herdeiro necessrio; a perda da legtima pelo herdeiro necessrio que pratica determinado ato expressamente previsto em lei e que agride to

profundamente o autor da herana, que este, em vida, manifesta sua vontade de tirar a herana daquele herdeiro, atravs de um testamento vlido. Diferencia-se da indignidade, pois esta se d pelo ajuizamento de uma ao por um herdeiro. A causa deve estar bem expressa no testamento.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - Causas: art. 1814 + 1962 + 1963. Muito embora o elenco seja taxativo, ele d uma fora maior. Art. 1962 * ofensa fsica: deve analisar o caso concreto. * injria grave: muito discutvel. Trata-se de um valor moral. * relaes ilcitas com a madrasta ou com o padrasto. * desamparo do ascendente em alienao mental ou enfermidade grave. Esse inciso ilgico, pois como o testador vai deserdar se ele est alienado mentalmente? Art. 1963 * ofensa fsica, injria grave, relaes ilcitas. * desamparo do filho ou neto com deficincia. - Ao sentena: a causa de deserdao em si no produz efeito nenhum. Ela deve estar num testamento, que deve preencher os requisitos do mesmo, dependendo de uma ao prpria (Ao declaratria de causa de deserdao). Nessa ao os herdeiros devero fazer prova inversa ao que foi dito pelo autor. O MP tem interesse nessas aes. Se ajuizada a ao e tiver processo de inventrio em trmite, este no ser suspenso, devendo o juiz separar bens necessrios ao eventual deserdando. - Legitimidade: art. 1965 o herdeiro institudo ou aquele a quem aproveite a deserdao. No fato da vida, a prof. ainda colocaria o testamenteiro. - Decadncia: extingue-se em 4 anos contados da data da abertura do testamento. Porm, nem todo o testamento se abre. Por isso, entende-se que contado a partir da data em que o testamento registrado. - Perdo: testamento s pode ser revogado por outro testamento. Codicilo no revoga testamento, mas testamento pode revogar codicilo. Esse perdo viria ou num outro testamento expressamente, ou tacitamente (tambm por outro testamento, atribuindo bens que o deserdando teria direito se no fosse deserdado). - Morte Civil: duas correntes i) a morte civil est na deserdao. Isso porque, o art. 1814, causas de indignidade, foi levado s causas da deserdao e, por isso, levou, tambm, seus efeitos; ii) se a deserdao tiver os efeitos da morte civil os descendentes do deserdado o representam. Se a deserdao no tiver

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU os efeitos da morte civil, os descendentes desaparecem. Esta a ideia do Cdigo e a 2 corrente. - Efeitos: j foi falado. - Deserdao do cnjuge: possvel, pois herdeiro necessrio. O cnjuge pode ser deserdado s nas causas estampadas no art. 1814, CC/02. Porm, outra parte da doutrina entende pela possibilidade de deserdao do cnjuge em quaisquer das hipteses de desero. Ainda h uma doutrina minoritria que entende que o cnjuge no pode ser deserdado em nenhuma hiptese.

APRESENTAO, REGISTRO E CUMPRIMENTO DE TESTAMENTO Arts. 1125 e ss. do CPC - Jurisdio voluntria: o testamento no vale por si s. S ser transformado em negcio jurdico aps a morte do testador. Para produzir efeitos, deve-se pegar o testamento e apresentar em juzo, seja qual for a modalidade de testamento, independentemente do processo de inventrio. Caso o testamento seja colocado nos autos do processo de inventrio, o juiz manda desentranhar dos autos para cumprimento das exigncias legais. - Como requerer: por uma petio simples, deve-se requerer ao juiz uma anlise do testamento. O Magistrado, inicialmente, faz uma anlise para averiguar se h vcios externos no mesmo ex: capacidade de quem faz o testamento; quantidade de testemunhas. Obrigatoriamente, deve-se ouvir o Ministrio Pblico. Aps, d-se uma sentena dizendo se o testamento est ou no apto a produzir seus efeitos. Nessa sentena, deve observar, tambm, a figura do testamenteiro que, caso no exista, o juiz dever indicar um. Somente aps todo esse procedimento, o testamento pode produzir seus efeitos. Obs: os interessados devero ser intimados. Nesse momento, eles podem impugnar o testamento. Caso seja necessria a produo de uma prova ampla, tal prova ter que ser levada a procedimento prprio. - Quem pode requerer: qualquer pessoa, em razo do carter pblico do testamento, exibindo-o em juzo. - Juzo competente: o ltimo domiclio do autor da herana ou na comarca onde foi feito o testamento. Trata-se de uma competncia absoluta especial. Vara de sucesses.

DIREITO CIVIL VII SUCESSES - MARIA DO CU - Ao: a cdula do testamento deve ser apresentada junto do pedido. Caso o testamento seja pblico, como no h possibilidade de assinatura do de cujus, deve-se juntar o traslado, j que o tabelio tem f-pblica, sendo desnecessria a assinatura. O testamento particular deve ser apresentado na original. - Sentena: i) nomear testamenteiro, caso no tenha; ii) dizer que o testamento est apto a ser cumprido; iii) tirar cpia da cdula e encaminhar ao fisco estadual para conhecimento; iv) tirar cpia de inteiro teor da ao para juntar no processo de inventrio. - Finalidade: chegar alguma coisa no processo de inventrio j definida, e, assim, no atrapalhar a marcha processual. - Concluso: se analisado o testamento, observado todas as situaes, e os interessados no se manifestarem, conclui-se na certeza de que se deu a todos a cincia para que se tome as providncias necessrias no prazo decadencial de 4 anos. A concluso o efetivo registro e cumprimento que deve ser feito em livro prprio no cartrio da vara onde tramitou a ao de cumprimento. Obs: vcio no testamento aquilo capaz de invalid-lo.

Art. 1.125: esse o procedimento do CPC. claro que cada um pode fazer de uma forma. Art. 1.126: onde feito o registro. Obs: termo de testamentaria termo de compromisso do testamenteiro que vai cumprir a vontade coloca na cdula. Art. 1.130/1.131: testamento particular.

JURISDIO VOLUNTRIA No tem pretenso resistida. Adm. pblica exercida pelo poder judicirio em razo de interesse privado. No pode existir qualquer tipo de impugnao. Caractersticas: o juiz pode deixar de observar critrio de legalidade estrita, utilizando-se de critrios de convenincia e oportunidade (art. 1.109, CPC); modificao da sentena em razo de fatos supervenientes (art. 1.111, CPC).