direito das sucessões novo

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DIREITO DAS SUCESSES

Seguindo a doutrina de CLVIS BEVILCQUA, o Direito das Sucesses o conjunto de normas e princpios segundo o qual se realiza a transmisso do patrimnio de algum para depois da sua morte.

O direito herana tem base constitucional explcita (art. 5, inc. XXX).

Consagrou-se no Brasil o sistema da diviso necessria (art. 1789). Isso significa que no se tem plena liberdade testamentria quando da existncia de herdeiros necessrios.

Art. 1.789. Havendo herdeiros necessrios, o testador s poder dispor da metade da herana.

Herdeiros necessrios: DAC = descendente, ascendente e cnjuge. Discute-se se o companheiro seria ou no, mas a verdade que o CC no o incluiu como necessrio. asdfg

NOES INTRODUTRIAS - chaves

Sucesso tem a idia de substituio.

Sucesso no um fenmeno exclusivo do direito das sucesses. Na verdade, por sucesso se entende toda substituio do sujeito ou do objeto de uma relao jurdica. Em princpio, toda relao admite sucesso do sujeito. Exceo se faz s relaes personalssimas. Veja-se, no entanto, que o que se substitui ou o sujeito ou o objeto da relao, ou ambos, mas no a prpria relao, pois nesse ltimo caso no teramos sucesso, mas sim alterao da prpria categoria jurdica. Assim, na sucesso a relao jurdica permanece a mesma, mas seus elementos so alterados. Vejamos exemplos de substituio do objeto (real), e dos sujeitos (pessoal):

Substituio do objeto de uma relao jurdica Sub-rogao real. Ex.: 1.617 e 1.619. Autorizao judicial, ouvido o MP, para a Substituio do bem de famlia convencional. Motivo do bem de famlia convencional: Deslocar a proteo para o bem que quiser, e no para o de menor valor, como a proteo legal. Ainda, enquanto o bem de famlia legal protege apenas contra a impenhorabilidade, o bem de famlia convencional ainda impede a alienao do bem, aumento o ncleo de proteo da famlia (at por isso que o bem de famlia deve se limitar a 1/3 do patrimnio da famlia). Todavia, como a instituio do bem de famlia retira o bem do comrcio jurdico, possvel sua substituio por outro, quando necessrio. Essa alterao do bem de famlia nada mais que a sucesso do objeto da relao jurdica

Ocorre que o testamento ou a doao tambm podem ser clausulados, ou seja, gravados com clusula de inalienabilidade:

Art. 1.911. A clusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.

A grande questo que nesse caso tambm poder haver a substituio do bem gravado por outro. Se isto ocorre, novamente se ter uma sucesso do objeto da relao:

Art.1.911Pargrafo nico. No caso de desapropriao de bens clausulados, ou de sua alienao, por convenincia econmica do donatrio ou do herdeiro, mediante autorizao judicial, o produto da venda converter-se- em outros bens, sobre os quais incidiro as restries apostas aos primeiros.

Ao lado da substituio de natureza real h a substituio pessoal. Temos, nesse aspecto, a sub-rogao pessoal, que acarreta a substituio do sujeito da relao jurdica por fora de um ato inter vivos ou causa mortis. Exemplo: Pai assume dvida do filho, bem como a sucesso mortis causa, que a sim caracterizar direitos das sucesses.Ento, quando se tratar da substituio do sujeito da relao jurdica em razo da morte do titular, a sim se tratar do direito das sucesses.

De tudo isto pode tirar duas concluses: a) Nem toda sucesso regulada pelo direito das sucesses.b) As relaes jurdicas personalssimas no admitem a substituio do sujeito da relao. Ex.: Direitos da personalidade.

Chegando at aqui, j podemos estabelecer um conceito de direitos das sucesses. Pode-se conceituar direito das sucesses, portanto, como o conjunto de normas regra e normas princpio que rege a transmisso de relao jurdicas PATRIMONIAIS, em razo da MORTE do titular.

Por isso, diz-se que, somente as relaes patrimoniais serviro como base para o Direito das Sucesses. asdfgTodavia, nem todas as relaes patrimoniais sero reguladas pelo direito das sucesses.Algumas relaes, embora patrimoniais, no so objeto do Direito das Sucesses:

Usufruto, uso e habitao (Direitos reais na coisa alheia): Apesar da natureza patrimonial, esses direitos so extintos com a morte do titular. Isto porque se fosse permitida a sucesso, o nu-proprietrio jamais recuperaria sua propriedade plena.OBS Quanto ao direito de habitao, lembrar da diferena do direito de habitao do cnjuge em relao ao do companheiro:a) Direito de habitao do cnjuge: incondicionado, ou seja, s se extingue com a morte, de modo que pode a viva at mesmo constituir nova famlia e permanecer no direito. b) Direito de habitao do companheiro: o direito de habitao do companheiro condicionado a no constituir nova famlia. Assim, em relao ao companheiro a duas formas de extino do direito de habitao: a morte e a constituio de nova famlia.

Enfiteuse: O enfiteuta (foreiro) transmite seu direito aos herdeiros, porm na falta de herdeiros, a enfiteuse extinta, no se aplicando as regras do Direito Sucessrio, obstando, assim, que a Fazenda Pblica arrecade o bem e impossibilite o senhorio de recuperar a plenitude do direito sobre o bem (art. 692 do CC/16).

Direito autoral (Lei 9.610/98): Essa lei estabelece que, falecendo o autor, a parte patrimonial do direito autoral (que hbrido: parte patrimonial, parte personalssimo) se transmite com regra especfica (o direito fica com os herdeiros por 70 anos - ver acima), no sendo aplicveis as regras do Direito Sucessrio.Em se tratando de co-autoria, o prazo de 70 anos comea em 1 de janeiro seguinte morte do ltimo co-autor.

Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de 1 de janeiro do ano subseqente ao de seu falecimento, obedecida a ordem sucessria da lei civil. Pargrafo nico. Aplica-se s obras pstumas o prazo de proteo a que alude o caput deste artigo.

Alvar judicial - Lei 6.858/80, regulada pelo DEC 85.845/81 O alvar judicial um procedimento especial de jurisdio voluntria, que, por isso, permite a deciso por equidade (CPC, art. 1.109), tendente a regulamentar um tipo especfico de sucesso. Esses procedimentos permitem que o juiz decida por equidade (mitigao da legalidade do direito material, e no do processual). O alvar judicial regulamenta a sucesso da pessoa que faleceu sem deixar outros bens a partilhar, deixando apenas resduos pecunirios em valor no superior a 500 OTNs (equivalem hoje a aproximadamente 20 mil reais). Ou seja, dois requisitos:

a) No ter a pessoa deixado bensb) O valor no ultrapassar 500 OTNs

OBS o alvar judicial dispensa a incidncia tributria.

Exemplos de resduos pecunirios: FGTS, PIS, PASEP, Resciso trabalhista, Saldo de conta bancria. Em se tratando de alvar, no haver incidncia de tributos.OBS A lei impe que o alvar s cabvel se no existirem outros bens a partilhar. Entretanto, essa exigncia pode ser afastada pelo juzo de equidade (Chaves).

Alvar judicial X Alvar incidentalAlvar Incidental: Nada mais do que tutela antecipada. um valor antecipado retirado do esplio, que futuramente abatido do quinho.O alvar Judicial, por outro lado, um procedimento alternativo ao inventrio ou arrolamento, cabvel em situaes especficas.

Repetindo: Os direitos da personalidade no so transmissveis.PORM, o art. 943 do CC estabelece que, apesar da natureza personalssima dos direitos da personalidade, h transmisso aos herdeiros do direito de exigir reparao, bem como obrigao de prestar eventual reparao relativa leso a direitos da personalidade. Essa transferncia, no entanto, no do direito da personalidade, mas sim do direito patrimonial dele decorrente.No confundir o art. 943 com o art. 43 do CPC. Este no trata de transmisso de relao patrimonial, mas sim sucesso processual (quando o falecido j tinha ajuizado a ao).O art. 943 tambm no se confundir com o art. 12, pargrafo nico, que fala dos lesados indiretos. Este se refere leso personalidade que ocorre depois da morte do titular, e acaba atingindo tambm seus herdeiros; ou seja, os herdeiros sofrem um dano em decorrncia de ofensa dirigida ao falecido. Na leso indireta, portanto, os lesados propem a ao em nome prprio defendendo interesse prprio (legitimados ordinrios). No art. 943 a legitimidade do esplio e no dos lesados indiretos.

Concluso: Os direitos da personalidade no se transmitem. Somente o direito reparao do dano causado a esses direitos podem ser transmitidos.

TERMINOLOGIA DO DIREITO DAS SUCESSES

Autor da Herana: Tambm chamado de de cujus ou extinto, nada mais do que a pessoa que morreu e deixou patrimnio, dando ensejo a abertura da sucesso. Note-se que a pessoa que NO deixa patrimnio, obviamente, no autor de herana. De cujus sucessionis agitur (aquele de quem a sucesso de trata)

Sucessor: pessoa que vai ser convocada para dar continuidade as relaes patrimoniais do falecido. Sucessor gnero, que possui espcies:a) Herdeiro: sucessor a ttulo universal, ou seja, quem tem direito a uma quota parte, a uma frao ideal da herana. Essa quota parte, no direito das sucesses, chamada de quinho hereditrio. O herdeiro se divide em duas categorias:

i. Herdeiro legtimo (1729 e 1790): o herdeiro que possui direito a herana em decorrncia da Lei. So eles os descendentes, os ascendentes, o cnjuge sobrevivente, o companheiro sobrevivente e os colaterais at o quarto grau. Os herdeiros legtimos se dividem em duas sub-espcies: Herdeiros Necessrios: descendente, ascendente e cnjuge sobrevivente.

Herdeiros Facultativos: o companheiro sobrevivente e os colaterais at o 4 grau:

OBS Companheiro herdeiro necessrio ou facultativo? A grande questo em ser herdeiro necessrio ou facultativo que, em relao aos necessrios, resta obrigatria a reserva do de 50% do patrimnio do autor da herana para eles, ou seja, o autor da herana, caso existam herdeiros necessrios, ter limitada sua disposio patrimonial para testar.Por isso, forte doutrina sustenta a necessidade de se equivaler o companheiro a herdeiro necessrio. Ocorre que o CC no inclui o companheiro. Questo controvertida, e em provas objetivas deve-se ficar com a Lei. asdfg

ii. Herdeiro Testamentrio: o herdeiro que possui direito a herana em decorrncia de disposio testamentria. Se diferencia do legatrio, pois para o herdeiro testamentrio no se deixa bem certo e determinado, mas sim uma frao ideal da herana, ou seja, um quinho hereditrio.

b) Legatrio: sucessor a ttulo singular. Ser sempre pessoa certa e determinada, que herdar bem tambm certo e determinado. O herdeiro legatrio sempre ser testamentrio, pois o meio de instituir legado justamente por testamento.

Legtima: a quota parte indisponvel dedicada aos herdeiros necessrios. O seu valor de 50% do patrimnio lquido na data da abertura da sucesso. Todo ato que exceder a legtima ser nulo no excesso. Nesse sentido o art. 549, que diz ser nula a doao inoficiosa:

Art. 549. Nula tambm a doao quanto parte que exceder de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.

Herana: o conjunto de relaes jurdicas patrimoniais positivas e negativas transmitidas aos herdeiros.

Inventrio: regras processuais sucessrias

Esplio: o representante da herana em juzo ou fora dele. Ou seja, qualquer ao contra o patrimnio da herana deve-se dirigir ao esplio. Lembrando que quem presenta o esplio o inventariante, e enquanto o inventariante no for nomeado ser representante do esplio o administrador provisrio, que ser o sujeito que estiver na posse do bem; se for mais de um sujeito, todos sero administradores provisrios.

Colao: Colao e o ato de retorno ao monte partilhvel das liberalidades feitas pelo de cujus antes de sua morte a seus descendentes. Tem por fim igualar a legtima dos herdeiros. So dispensados da colao os dotes ou as doaes que o ascendente determinar que saia de sua metade disponvel. A dispensa da colao ato formal e s pode ocorre por testamento ou no prprio ttulo da liberalidade (Art. 2.006 CC)A colao s atinge os bens doados, no atingindo as benfeitorias acrescidas, que pertencem ao herdeiro.

PROVA: E a investigao de paternidade ps mortem deve ser ajuizada contra o esplio? NO. Conforme dito o esplio s representa o falecido em sua relaes patrimoniais, e a investigao de paternidade se refere a relaes existenciais do falecido. As relaes existenciais do falecido dizem respeito aos seus herdeiros, de modo que a investigao de paternidade pos mortem deve ter como legitimado passivo os herdeiros, o que tambm se aplica a ao de reconhecimento de unio estvel pos mortem.

PROVA: Existe algum caso em que o inventariante no representa o esplio nas relaes patrimoniais? Sim, na hiptese de o inventariante ser dativo ou judicial.

Art. 12. Sero representados em juzo, ativa e passivamente:V - o esplio, pelo inventariante; 1o Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do falecido sero autores ou rus nas aes em que o esplio for parte.

Na hiptese de inventariante dativo devem ser citados todos os herdeiros, sendo estes os legitimados para o polo passivo, seja qual for a demanda (patrimonial ou pessoal).O inventariante ser dativo quando houver divergncia entre os inventariantes ou quando no houver herdeiro idneo para assumir o encargo.

ESPCIES DE SUCESSO HEREDITRIA

Art. 1.786 e 1.788.

A) Testamentria: aquela regida por meio de um ato jurdico especialssimo, chamado testamento. Se a pessoa morre sem testamento, diz-se que morre ab intestato.

B) Legtima: aquela regulada no pelo testamento, MAS PELA LEI. Atravs da sucesso legtima so contempladas pessoas que provavelmente o titular da herana gostaria de contemplar.A sucesso legtima se organiza pela ordem de sucesso hereditria; essa ordem de vocao hereditria o rol de sucessveis por fora de lei.Por estar regulada em lei, a sucesso legtima no disponvel para deliberao das partes, sendo sua disciplina matria de ordem pblica. Tal toma importncia na questo do debate sobre a possibilidade de renncia a herana.O cnjuge, por exemplo, NO pode renunciar a herana antes da abertura da sucesso, em que pese possa renunciar, por exemplo, a meao. Assim, so nulas as clusulas de renncia herana contida em pacto antenupcial, pois contraria normas de ordem pblica. Alm disso, o prprio CC estabelece a nulidade de contrato que dispe sobre herana de pessoa viva.

OBS A professora Maria Helena Diniz observa que a sucesso a ttulo universal quando houver transferncia da totalidade ou de parte indeterminada da herana (herdeiro); por outro lado, ser a ttulo singular quando o testador transfere ao beneficirio objetos certos e determinados (sucessor legatrio).

Lembrando que no possvel haver contrato que tenha por objeto herana de pessoa viva (art. 426). o chamado pacto corvina:

Art. 426. No pode ser objeto de contrato a herana de pessoa viva.

PRINCPIO DA SAISINENa linha de entendimento do professor Francisco Cahali, o princpio da saisine uma fico jurdica que visa a impedir que a herana permanea sem titular: Aberta a sucesso, a herana transmitida imediata e automaticamente aos herdeiros legtimos e testamentrios por fora de lei (ope legis -1.784).

Art. 1.784. Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios (no transmite automaticamente aos legatrios NO so herdeiros).

Por isso, Chaves define a saisine como MUTAO SUBJETIVA AUTOMTICA na titularidade do patrimnio de uma pessoa falecida. Mas note que essa transmisso ocorre somente aos herdeiros, e JAMAIS para os legatrios, pois estes recebem o legado a ttulo singular, e a saisine transfere uma universalidade de bens. asdfgCom a saisine forma-se um verdadeiro condomnio na titularidade da herana, considerada, para fins legais, bem imvel. Por isso, nos termos do art. 1.791, enquanto se processa o inventrio ou o arrolamento, a herana indivisvel, cabendo a cada herdeiro apenas uma frao ideal do todo.Art. 1.791. A herana defere-se como um todo unitrio, ainda que vrios sejam os herdeiros.Pargrafo nico. At a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto propriedade e posse da herana, ser indivisvel, e regular-se- pelas normas relativas ao condomnio.

Ento se perceba: com a saisine, forma-se um condomnio entre os herdeiros, que passam a titularizar o todo conjuntamente. Ocorre que os legatrios, como no so herdeiros, no recebem o legado com a saisine, nem integram o condomnio de herdeiros, de modo que s iro ter direito ao legado aps a partilha.Diante dessa situao, caso a administrao dos bens pelos herdeiros esteja ameaando a preservao do legado, pode o legatrio postular tutela antecipada para se antecipar no legado a que teria direito aps a partilha. Todavia, pra isso, ter de prestar cauo, denominada cauo municiana.

Cauo municiana: a garantia dada pelo legatrio para se antecipar na posse do legado

Efeitos da Saisene: asdfg1) Transmisso automtica: visto acima

2) Fixa a lei sucessria: ou seja, a saisine determina que a lei que ir reger a sucesso a vigente na data da morte, quando ocorre a abertura da sucesso.

3) Determina a verificao da capacidade sucessria, ou seja, a aptido para ser sucessor. O que importa ter essa capacidade na abertura da sucesso, ainda que venha a perde-la posteriormente. Por isso que se o sujeito morre 20 segundos depois do autor da herana, ainda continua sendo herdeiro.

4) Saisine fixa o lugar da sucesso

Art. 1.785. A sucesso abre-se no lugar do ltimo domiclio do falecido.

5) Estabelece o clculo da legtima: de regra, toda doao de pai para filho antecipao e herana. H, no entanto, uma exceo: Se o doador, no ato de doao, disser expressamente que o bem est saindo de sua cota disponvel.

PROVA: Por qual VALOR dever ser feita a colao dos bens dados antecipadamente? Nos termos do p. nico do art. 1.014 do CPC, dever ser feita pelo valor da abertura da sucesso.

Art. 1.014. No prazo estabelecido no art. 1.000, o herdeiro obrigado colao conferir por termo nos autos os bens que recebeu ou, se j os no possuir, trar-lhes- o valor.Pargrafo nico. Os bens que devem ser conferidos na partilha, assim como as acesses e benfeitorias que o donatrio fez, calcular-se-o pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessoOcorre que o 1 art. 2.004 do CC diz que que o valor ser o que bem possua ao tempo da liberalidade.

Art. 2.004. O valor de colao dos bens doados ser aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade. 1o Se do ato de doao no constar valor certo, nem houver estimao feita naquela poca, os bens sero conferidos na partilha pelo que ento se calcular valessem ao tempo da liberalidade. 2o S o valor dos bens doados entrar em colao; no assim o das benfeitorias acrescidas, as quais pertencero ao herdeiro donatrio, correndo tambm conta deste os rendimentos ou lucros, assim como os danos e perdas que eles sofrerem.

Apesar da aparente contradio entre os dispositivos, eles no esto em conflito, mas sim apresentam regras complementares. A regra a seguinte: a) Se o bem antecipado ainda existia no momento da abertura da sucesso. Ex: imvel doado para o filho residir, dado pelo pai quando aquele casou, o valor do bem ser o valor atual.b) Se o bem NO mais existe, o valor do bem ser o que possua no tempo da liberalidade, devidamente atualizado.

Essas regras so exatamente as descritas no enunciado 119 do CJF

119 Art. 2.004: para evitar o enriquecimento sem causa, a colao ser efetuada com base no valor da poca da doao, nos termos do caput do art. 2.004, exclusivamente na hiptese em que o bem doado no mais pertena ao patrimnio do donatrio. Se, ao contrrio, o bem ainda integrar seu patrimnio, a colao se far com base no valor do bem na poca da abertura da sucesso, nos termos do art. 1.014 do CPC, de modo a preservar a quantia que efetivamente integrar a legtima quando esta se constituiu, ou seja, na data do bito (resultado da interpretao sistemtica do art. 2.004 e seus pargrafos, juntamente com os arts. 1.832 e 884 do Cdigo Civil).

LEI SUCESSRIA NO TEMPO E NO ESPAO

Lugar da sucesso:Conforme o art. 1.785, a sucesso abre-se no lugar de ltimo domiclio do falecido.Art. 1.785. A sucesso abre-se no lugar do ltimo domiclio do falecido.

1) Se tinha mais de um domiclio, aplica-se a preveno2) Se no tinha domiclio, o lugar onde estiverem os bens3) Se os bens estavam em mais de um lugar, o lugar do bito se nele haviam bens4) Se no lugar do bito no haviam bens, em qualquer dos lugares onde os bens estejam por preveno

Da Lei aplicvel a sucessoJ o art. 1.787 prev que a Lei que regula o direito herana, a legitimidade para receb-la, no bojo do inventrio ou arrolamento, Lei vigente ao tempo de sua abertura:

Art. 1.787. Regula a sucesso e a legitimao para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Nesse sentido:

Direito civil e processual civil. Recurso especial. Famlia. Adoo de menor. Lei vigente. Aplicabilidade. Sucesso. Ordem de vocao hereditria. Legitimidade dos irmos.- Nas questes que versam acerca de direito sucessrio, aplica-se a lei vigente ao tempo da abertura da sucesso.- As adoes constitudas sob a gide dos arts. 376 e 378 do CC/16 no afastam o parentesco natural, resultante da consanginidade, estabelecendo um novo vnculo de parentesco civil to-somente entre adotante(s) e adotado.- Tem, portanto, legitimidade ativa para instaurar procedimento de arrolamento sumrio de bens, o parente consangneo em 2 grau na linha colateral (irmo natural), notadamente quando, pela ordem de vocao hereditria, ausentes descendentes, ascendentes (naturais e civis), ou cnjuge do falecido.Recurso especial conhecido e provido.(REsp 740127/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/10/2005, DJ 13/02/2006, p. 799)

Smula 112 do STF: o ITCD devido pela alquota vigente na poca da abertura da sucesso:

STF Smula n 112 - O imposto de transmisso "causa mortis" devido pela alquota vigente ao tempo da abertura da sucesso.

OBS O REsp. 570.723/RJ passou a admitir que herdeiro que ocupe com exclusividade imvel do inventrio (ou arrolamento) dever pagar aluguel aos outros herdeiros, quando demonstrada oposio dos demais a sua ocupao exclusiva.

Direito civil. Recurso especial. Cobrana de aluguel. Herdeiros.Utilizao exclusiva do imvel. Oposio necessria. Termo inicial.- Aquele que ocupa exclusivamente imvel deixado pelo falecido dever pagar aos demais herdeiros valores a ttulo de aluguel proporcional, quando demonstrada oposio sua ocupao exclusiva.- Nesta hiptese, o termo inicial para o pagamento dos valores deve coincidir com a efetiva oposio, judicial ou extrajudicial, dos demais herdeiros.Recurso especial parcialmente conhecido e provido.(REsp 570723/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/03/2007, DJ 20/08/2007, p. 268)

SONEGADOSSonegados, so os bens que deveriam entrar na partilha, porm foram ciente e conscientemente dela desviados, quer por no terem sido descritos ou restitudos pelo inventariante ou por herdeiro, quer por este ltimo no os haver trazido colao, quando esse dever se lhe impunha. Tal falta, levada a efeito maliciosamente, revela a m-f e sujeita quem a cometeu pena civil de sonegados, podendo, conforme o caso, sujeita-lo tambm pena criminal cabente ao delito de apropriao indbita. (Slvio Rodrigues)Para que ocorra sonegao, necessrio que haja dois elementos:O subjetivo, que o dolo (inteno maliciosa); e o objetivo, que se constitui na omisso de conferir, declarar ou restituir bens do esplio.

Sujeito Passivo:Esto sujeitos pena de sonegados: o herdeiro, o inventariante e o testamenteiro.

Pena:A lei determina ao herdeiro sonegador a perda do direito sobre o bem sonegado, que devolvido ao monte e partilhado entre os outros herdeiros como se o sonegador no existisse.Se o sonegador o inventariante, perde a inventariana. Se tambm herdeiro, aplica-se o supra mencionado tambm.

Ao dos Sonegados:Determina a lei que a pena de sonegados s aplicada em sentena proferia em ao ordinria movida pelos herdeiros, ou pelos credores da herana (Art. 1.994 CC). asdfgArt.1.994. A pena de sonegados s se pode requerer e impor em ao movida pelos herdeiros ou pelos credores da herana.Pargrafo nico. A sentena que se proferir na ao de sonegados, movida por qualquer dos herdeiros ou credores, aproveita aos demais interessados.Geralmente, os interessados questionam nos prprios autos do inventrio a falta de certos bens, que deveriam ser descritos, o responsvel pelo ocorrido apresenta os bens e se justificam ou demonstra logo a improcedncia da reclamao. Cessando a discusso, no se torna necessrio recorrer s vias ordinrias.

Contedo do Direito das SucessesQuatro partes:a) Sucesso em geral: Regras gerais sucessrias.b) Sucesso legtima: Aquela que decorre de lei.c) Sucesso testamentria: Operada de acordo com a vontade do de cujus.d) Inventrio e partilha: Regras processuais sucessrias.

Sucesso em geral

1) Momento de abertura da sucesso (CC, art. 1.784)A abertura da sucesso a morte, que implica transmisso automtica de todas as relaes jurdicas (propriedade e posse) do de cujus para seus herdeiros.Princpio de saisine: No exato momento da morte ocorre a Transmisso automtica de todo o patrimnio do falecido. uma transmisso ope legis (fora de lei), independentemente da vontade.Saisine: a mutao subjetiva automtica de todas as relaes patrimoniais que eram titularizadas pelo falecido. Impe soluo de continuidade; impede que o patrimnio do falecido fique acfalo. asdfgEsse o efeito da saisine: Abertura da sucesso com transmisso automtica.

Abertura da sucesso X abertura do inventrio.So momentos distintos. A sucesso aberta automaticamente. A abertura do inventrio pressupe uma sucesso j aberta.

Outros efeitos jurdicos de saisine:

a) Fixao da norma legal que reger a sucesso: a norma que estiver em vigor na data de abertura da sucesso. Smula 112 do STF: Alquota do Imposto de Transmisso Causa Mortis devido pela alquota vigente ao tempo da abertura da sucesso.

STF Smula n 112 - O imposto de transmisso "causa mortis" devido pela alquota vigente ao tempo da abertura da sucesso.

b) Verificao da capacidade para suceder: O que interessa a capacidade para suceder no momento da morte do titular da herana.

IMPORTANTE: Capacidade para suceder no se confunde com capacidade testamentria. Esta ltima verificada na data da elaborao do testamento e no na data da abertura da sucesso. asdfg

c) Clculo da legtima: Quem tem herdeiro necessrio no pode dispor de mais da metade de seu patrimnio. A legtima corresponde a 50% do patrimnio lquido transmitido. Em atos de disposio gratuitos (doao e testamento) ningum pode doar ou testar acima da legtima.O clculo da legtima se submete a uma regra binria (CC, art. 2.004, 1; CPC, art. 1.014).CC: A legtima deve ser calculada pelo valor da disposio ao tempo da liberalidade.CPC: Fala em valor ao tempo da abertura da sucesso.Harmonizao dos dispositivos: Se o bem doado ainda existir, a legtima deve ser calculada pelo valor do bem na abertura da sucesso. Se o bem no mais existir, seu valor se basear no tempo da liberalidade.

2) Lugar da sucesso (art. 1.785)ltimo domiclio do falecido. onde, presumidamente, estaro presentes os interesses do falecido.OBS: O CC permite a pluralidade de domiclios. Nesse caso, qualquer desses pode ser o lugar da sucesso, definindo-se pela preveno. onde se fixa a competncia para julgar o inventrio. Trata-se de competncia relativa (Smula 33 do STJ), que pode ser prorrogada pelas partes.

Ateno: Art. 89, II do CPC. Competncia exclusiva da justia brasileira.Art. 89. Compete autoridade judiciria brasileira, com excluso de qualquer outra:I - conhecer de aes relativas a imveis situados no Brasil;II - proceder a inventrio e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herana seja estrangeiro e tenha residido fora do territrio nacional.

Esse dispositivo tem perfeita sintonia com o art. 5, XXXI da CR/88, que trata da regra sucessria mais benfica. Segundo essa regra, a sucesso de bens situados no Brasil, em favor de cnjuge ou filhos brasileiros, se dar de acordo com a norma sucessria mais benfica. XXXI - a sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoal do "de cujus";

Qual juzo: ltimo domiclio do estrangeiro no Brasil, ou local onde esto situados os bens.A competncia EXCLUSIVA brasileira, porm o juiz poder (dever) aplicar as regras sucessrias estrangeiras, se mais benficas. Essa aplicao da lei estrangeira uma exceo ao princpio da territorialidade.Concluindo: A regra do ltimo domiclio no se aplica ao estrangeiro domiciliado fora do Brasil, pois nesse caso a sucesso ser aberta no local dos bens situados no Brasil desse estrangeiro.Trs artigos que se harmonizam: 1.785 do CC; art. 89, II do CPC, art. 5, XXXI da CR/88.

3) Capacidade sucessriaCapacidade jurdica geral a aptido para praticar pessoalmente atos patrimoniais. O menor de 18 anos no tem capacidade geral.Capacidade sucessria a aptido para ser herdeiro ou legatrio. a aptido para receber herana ou legado. Essa capacidade sucessria no tangencia a capacidade geral.Elementos que compem a capacidade sucessria (ou capacidade para suceder) Ter ttulo sucessrio: Figurar na ordem de vocao hereditria ou no testamento. Ter personalidade, ou seja, ser nascido ou concebido (art. 1.798). Todavia, na sucesso testamentria h excees a esta ltima regra:

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da abertura da sucesso.

Capacidade sucessria estendida na sucesso testamentria asdfga) Prole eventual (filho que algum vai ter) - art. 1.799 do CC. Prazo de 02 anos para conceber. Nada impede que a prole eventual decorra de adoo, se no houver restrio do testador. A validade da clusula que beneficia a prole eventual depende do fato de estarem vivos ao tempo da abertura da sucesso os pais desse filho eventual.b) Pessoas jurdicas;c) Fundaes.

Legitimidade para suceder (art. 1.798 e 1.799)Genericamente, diz o artigo 1.798 do CC que se legitimam a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da abertura da sucesso (nascituro ou embrio de laboratrio).

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da abertura da sucesso

O Enunciado 267 da III Jornada, interpretando o art. 1.798, reconhece legitimidade ao nascituro, bem como ao embrio formado por tcnica de reproduo assistida, para efeito de receber a herana.

Especificamente em relao sucesso testamentria (art. 1.799 CC), na qual os beneficirios so escolhidos pelo de cujus, tambm podem ter capacidade para suceder as pessoas jurdicas e a prole eventual.

Art. 1.799. Na sucesso testamentria podem ainda ser chamados a suceder:I - os filhos, ainda no concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucesso;II - as pessoas jurdicas;III - as pessoas jurdicas, cuja organizao for determinada pelo testador sob a forma de fundao.

Art. 1.800. No caso do inciso I do artigo antecedente, os bens da herana sero confiados, aps a liquidao ou partilha, a curador nomeado pelo juiz. 1o Salvo disposio testamentria em contrrio, a curatela caber pessoa cujo filho o testador esperava ter por herdeiro, e, sucessivamente, s pessoas indicadas no art. 1.775. 2o Os poderes, deveres e responsabilidades do curador, assim nomeado, regem-se pelas disposies concernentes curatela dos incapazes, no que couber. 3o Nascendo com vida o herdeiro esperado, ser-lhe- deferida a sucesso, com os frutos e rendimentos relativos deixa, a partir da morte do testador. 4o Se, decorridos dois anos aps a abertura da sucesso, no for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposio em contrrio do testador, cabero aos herdeiros legtimos.

Em outras palavras, o testador pode deixar bens a determinada pessoa jurdica e tambm aos possveis futuros filhos de determinada pessoa. Nesse ltimo caso, s ser deferida a sucesso se a prole eventual for concebida num prazo de dois anos contados a partir da morte do de cujus. Perceba-se que o prazo para concepo, e no para o nascimento.Enquanto no ocorre o nascimento, a herana fica confiada a um curador na qualidade de depositrio e, se dentro do prazo o filho no for concebido, a disposio testamentria ser tida como nula.

PROVA: essa prole eventual poderia decorrer de adoo, ao invs de concepo biolgica? A princpio sim, a menos que haja no testamento exigncia de que a prole eventual seja biologicamente concebida, caso no qual no caber a adoo.

O Cdigo Civil traz, em seu artigo 1.801, o rol de pessoas que no podem ser nomeadas herdeiras ou legatrias. Assim temos:

Art. 1.801. No podem ser nomeados herdeiros nem legatrios:I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cnjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e irmos;II - as testemunhas do testamento;III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cnjuge h mais de cinco anos;IV - o tabelio, civil ou militar, ou o comandante ou escrivo, perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.

Nota-se que nos incisos I, II e IV o legislador preocupou-se em excluir dos possveis beneficirios todas as pessoas que de alguma forma participaram na elaborao do testamento e poderiam por isto ser consideradas suspeitas.No inciso III o legislador tem o claro objetivo de proteger a famlia, no permitindo que o testador casado beneficie sua concubina, exceto se este j estiver separado de fato. O artigo fala em perodo mnimo de cinco anos de separao de fato para excluir o impedimento, no entanto tal disposio contraria as regras dos artigos 1.723 e 1.830 do mesmo diploma:

Art. 1.830. Somente reconhecido direito sucessrio ao cnjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, no estavam separados judicialmente, nem separados de fato h mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivncia se tornara impossvel sem culpa do sobrevivente.Dessa forma vem entendendo a doutrina pela desconsiderao de tal prazo por considera-lo excessivo, bastando para a excluso do impedimento a simples comprovao da separao de fato. asdfgPor fim vale lembrar que, conforme dispe o artigo 1.802, tambm vedada a nomeao de beneficirio que seja parente em linha reta, irmo, cnjuge ou companheiro de qualquer das pessoas impedidas previstas no artigo 1.801. A exceo o testamento em benefcio do filho da concubina, quando este tambm for do testador (art. 1.803 CC).

Art. 1.802. So nulas as disposies testamentrias em favor de pessoas no legitimadas a suceder, ainda quando simuladas sob a forma de contrato oneroso, ou feitas mediante interposta pessoa.Pargrafo nico. Presumem-se pessoas interpostas os ascendentes, os descendentes, os irmos e o cnjuge ou companheiro do no legitimado a suceder.

Art. 1.803. lcita a deixa ao filho do concubino, quando tambm o for do testador.

Nos termos do art. 1597, III do CC, no h prazo para a inseminao artificial post mortem: a qualquer tempo poder nascer o filho do falecido. No entanto, para que este filho tambm seja herdeiro, conjugando-se o art. 1.799, I com o art. 1.800, 4, a concepo dever ocorrer no prazo de dois anos aps a morte:

Art. 1.804 4o Se, decorridos dois anos aps a abertura da sucesso, no for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposio em contrrio do testador, cabero aos herdeiros legtimos.

PROBLEMAO embrio j concebido em laboratrio tem capacidade sucessria?Prevalece na doutrina que o art. 1.798 deve ser interpretado conforme a igualdade constitucional entre os filhos, de modo que o embrio concebido artificialmente tambm tem capacidade.Contra: O embrio laboratorial no tem como se desenvolver enquanto no estiver em um tero. Lembrando que pela Lei de Biossegurana o embrio s pode ficar 03 anos at ser introduzido em um tero.

Faltando capacidade sucessria sequer ter direito sucesso.

PROVA: Slvio Rodrigues dizia que um dos elementos da capacidade sucessria era no ser indigno nem deserdado. Errado.A indignidade e deserdao so sanes civis, mas no geram incapacidade, at porque no lugar do indigno poder receber sua prole por direito de representao, ou seja, h direito sucessrio. Portanto no h que se falar em indignidade e deserdao como causas de incapacidade sucessria. asdfg

4) Indignidade e deserdaoIndignidade e deserdao se aproximam e se repelem. Ambas so sanes civis aplicadas a quem se comportou de forma ignbil contra o autor da herana. Trata-se de punies ao mau herdeiro ou legatrio. Se punio, s pode ser aplicada pelo juiz. Submetem-se ao princpio da intranscendncia, de forma que a sano no pode passar da pessoa do apenado. por conta disso que os descendentes do indigno recebem em seu lugar como se ele morto fosse. Ex.: Se Suzane, que ser indigna por ter assassinado os pais, tivesse um filho menor, eles receberiam a herana como se ela morta fosse.

Sucesso por Estirpe ou representao S ocorre em trs casos:a) Indignidadeb) Deserdaoc) Pr-morte

IndignidadeDeserdaoPr-morte

Aqui so chamados a representar o indigno ou deserdado to somente os descendentes, porque a sucesso do indigno s ocorre se for por representao. Isto quer dizer que os ascendentes e o cnjuge no podem herdar no lugar do indigno, ou seja, no havendo descendentes, ningum herdar a parte do indigno.No caso de pr-morte tambm h direito a herana por representao.A diferena que aqui poder haver direito a herana por direito prprio, de modo que ascendentes e cnjuges podem herdar, de acordo com as regras de cada modalidade sucessria.

O indigno ou deserdado se tornam incompatveis com a herana. Por conta disso, o indigno sequer pode usufruir e administrar os bens que seu filho menor recebeu em seu lugar:

Art. 1.816. So pessoais os efeitos da excluso; os descendentes do herdeiro excludo sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucesso.Pargrafo nico. O excludo da sucesso no ter direito ao usufruto ou administrao dos bens que a seus sucessores couberem na herana, nem sucesso eventual desses bens.

Aspectos distintivos: asdfgINDIGNIDADEDESERDAO

- de qualquer sucessor (herdeiro ou legatrio);Somente herdeiro necessrio (se no for necessrio, no h necessidade de deserdao; basta o testador dispor de todo o patrimnio e privar o sujeito de sua liberalidade).

- diz respeito a um ato praticado antes ou depois da abertura da sucesso;Ato praticado antes da abertura da sucesso, vez que deve ser realizada no testamento, quando o testador ainda est vivo. asdfg

- Ao de Indignidade (prazo decadencial de 4 anos contados da abertura da sucesso) Pargrafo nico do 1.415, CC. Esta ao ser promovida depois da morte (post mortem). - Qualquer interessado tem legitimidade para ajuizar essa ao (irmos, cnjuge, Fazenda Pblica.) MP tem legitimidade? De acordo com o Enunciado 116. O MP possui legitimidade para esta ao.Segue o procedimento comum ordinrio.- Manifestao de vontade do autor da herana, atravs de Testamento, que necessita de homologao judicial.- Somente o autor da herana pode deserdar.

Causas de indignidade do CC: art. 1.814.Causas de deserdao: As mesmas de indignidade, alm das causas do art. 1962 e 1963 do CC.

Causas de indignidadea) Homicdio doloso tentado ou consumado, da pessoa de cuja sucesso se tratar, seu cnjuge, companheiro, ascendente ou descendente.OBS: No se exige condenao criminal. A prova pode ser produzida pelo juzo civil.

b) CRIME contra a honra ou denunciao caluniosa, do autor da herana, seu cnjuge ou seu companheiro.Aqui se exige sentena penal condenatria, pois o legislador falou em CRIME, que somente o juzo penal pode reconhecer. Enquanto a sentena penal no transitar em julgado no existe CRIME.No inciso I fala-se em homicdio, que um fato jurdico, que pode ser reconhecido por qualquer juiz. Aqui, no entanto, o legislador exigiu que fosse crime contra honra ou denunciao caluniosa, a estando a diferena.

c) Prtica de ato que impea, por dolo, violncia ou fraude, os efeitos da vontade do autor da herana.Ex.: Marido joga no mar o cofre onde estava o testamento da mulher.

ESSE ROL TAXATIVO. Entretanto o STJ reconheceu a tese da tipicidade finalstica. Ou seja: O juiz pode considerar outras hipteses de indignidade, DESDE que tenham a mesma finalidade.Assim, possvel ao juiz admitir como indignidade o induzimento ao suicdio, pois tem a mesma finalidade do homicdio. Entretanto, no pode admitir homicdio culposo por exemplo.Essa tese tambm se aplica deserdao e ingratido do donatrio.

Art. 1.814. So excludos da sucesso os herdeiros ou legatrios:I - que houverem sido autores, co-autores ou partcipes de homicdio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucesso se tratar, seu cnjuge, companheiro, ascendente ou descendente;II - que houverem acusado caluniosamente em juzo o autor da herana ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cnjuge ou companheiro;III - que, por violncia ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herana de dispor livremente de seus bens por ato de ltima vontade.

Art. 1.815. A excluso do herdeiro ou legatrio, em qualquer desses casos de indignidade, ser declarada por sentena.Pargrafo nico - O direito de demandar a excluso do herdeiro ou legatrio extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucesso.

Art. 1.816. So pessoais os efeitos da excluso; os descendentes do herdeiro excludo sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucesso.Pargrafo nico - O excludo da sucesso no ter direito ao usufruto ou administrao dos bens que a seus sucessores couberem na herana, nem sucesso eventual desses bens.

Art. 1.817. So vlidas as alienaes onerosas de bens hereditrios a terceiros de boa-f, e os atos de administrao legalmente praticados pelo herdeiro, antes da sentena de excluso; mas aos herdeiros subsiste, quando prejudicados, o direito de demandar-lhe perdas e danos.Pargrafo nico - O excludo da sucesso obrigado a restituir os frutos e rendimentos que dos bens da herana houver percebido, mas tem direito a ser indenizado das despesas com a conservao deles. Asdfg veja que ele deve devolver os frutos, mas ao mesmo tempo deve ser ressarcido pelas despesas de conservao do bem.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a excluso da herana ser admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autntico.Pargrafo nico - No havendo reabilitao expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, j conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposio testamentria. asdfg

Causas de deserdao

Art. 1.962. Alm das causas mencionadas no art. 1.814 (causas de indignidade), autorizam a deserdao dos descendentes por seus ascendentes:I - ofensa fsica;II - injria grave;III - relaes ilcitas com a madrasta ou com o padrasto;IV - desamparo do ascendente em alienao mental ou grave enfermidade.

Art. 1.963. Alm das causas enumeradas no art. 1.814 (causas de indignidade), autorizam a deserdao dos ascendentes pelos descendentes:I - ofensa fsica;II - injria grave;III - relaes ilcitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;IV - desamparo do filho ou neto com deficincia mental ou grave enfermidade

PROVA: E o cnjuge, enquanto herdeiro necessrio, no pode ser deserdado? O cnjuge somente pode ser deserdado nas hipteses de indignidade, pois nas hipteses dos incisos dos dois artigos acima ele no foi previsto. ASDFGOu seja, se a madrasta mantm relaes com o enteado, o marido pode deserdar o filho, mas no a mulher.

OBSERVAO: O CC permite a denominada reabilitao do indigno, tambm chamada de perdo do autor da herana (art. 1.818). Deve ser expresso em testamento ou outro ato autntico.

Art. 1.818. Aquele que incorreu em atos que determinem a excluso da herana ser admitido a suceder, se o ofendido o tiver expressamente reabilitado em testamento, ou em outro ato autntico.Pargrafo nico. No havendo reabilitao expressa, o indigno, contemplado em testamento do ofendido, quando o testador, ao testar, j conhecia a causa da indignidade, pode suceder no limite da disposio testamentria. asdfg

Na indignidade a questo um pouco mais complicada, pois a ao posterior ao falecimento do autor da herana. Assim, esse perdo funciona como um bice ao de indignidade.

1.1.DELAO E ADIO (CC/16)Delao: momento que ocorreu o momento morte, e os bens esto esperando por titulares. Adio: momento em que os herdeiros comparecem e demonstram sua inteno em suceder.No CC/16 havia presuno de aceitao da herana at que o herdeiro comparecesse para dizer que no aceitava. Se pelo meio do caminho os herdeiros se desentendiam e um deles queria mudar de ideia, deixar de aceitar a herana, ele podia. Os momentos de delao e adio no se diferenciavam muito. Com a entrada em vigor do CC/02, sobreveio um artigo que diz que tanto a aceitao quanto a renncia so definitivas. Ou seja, no pode o herdeiro, depois de demonstrar, mesmo que tacitamente, a aceitao, renunci-la. A nica maneira de sair da sucesso fazer uma cesso de direitos hereditrios.1.2.EREPO (CC/16)Alguns autores mais antigos diziam que os excludos da herana seriam incapazes para suceder. No assim. Eles tm capacidade de suceder, mas esto inaptos, em razo da ocorrncia algum fato, definido pela lei como ensejador da excluso. Esse fenmeno, na antiguidade, era chamado de erepo. Ele era to mais forte do que hoje, que aquele taxado como herdeiro indigno se tornava um absolutamente incapaz, perdia sua capacidade civil. A penalidade era muito mais forte.

5) Aceitao e renncia da herana

A aceitao da herana um ato jurdico, que no admite condio, termo ou encargo, pelo qual o herdeiro confirma o recebimento da herana no limite das suas foras (art. 1.792), ou seja, o herdeiro no pode responder alm dos limites deixados como herana.

Art. 1.792. O herdeiro no responde por encargos superiores s foras da herana; incumbe-lhe, porm, a prova do excesso, salvo se houver inventrio que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.

Note-se que os bens j haviam sido transferidos aos herdeiros pela saisine, todavia, sob a condio da posterior aceitao. A aceitao , assim, a confirmao dos efeitos automticos da saisine.O tema aceitao j no tem a importncia de outrora, visto que agora o herdeiro no pode responder por encargos ultra vires hereditatis (alm das foras da herana).A aceitao da herana, nos termos dos arts. 1.805 e 1.807, poder ser:

a) Expressa: Declarao escrita.

b) Tcita: Decorre de comportamentos do herdeiro condizentes com a aceitao. Ex. outorga de procurao ao advogado para habilit-lo nos autos do inventrio. Ex2 cesso de direitos hereditrios.

OBS O CC estabelece que a prtica de atos meramente ordinatrios ou oficiosos no induz aceitao da herana; so exemplos: realizar o funeral do morto, realizar despesas de mera conservao dos bens, etc.

c) Presumida: decorre do silncio do ru na ao interrogatria. Tal ao a demanda promovida por um interessado em saber se o herdeiro aceitar ou no a herana, ou seja, a ao promovida principalmente pelo credor do herdeiro, que quer penhorar bens da sucesso. asdfgO CC diz que essa ao s pode ser promovida depois de 20 dias aps a abertura da sucesso. Esse prazo de 20 dias o prazo conferido ao herdeiro para ele refletir se interessante ou no a aceitao da herana.Promovida a ao de interrogatrio, o herdeiro-ru ser citado para se manifestar no prazo de 30 dias para que diga se aceitar ou no a herana. Assim, nesse prazo o ru poder aceitar por escrito a herana (aceitao expressa), se habilitar no inventrio (aceitao tcita), ou ficar silente, quando finalmente se ter a aceitao presumida. Logo, a aceitao presumida aquela que decorre do silncio do ru na ao interrogatria. ASDFG

IMPORTANTE: seja qual for a espcie de aceitao, est irrevogvel e irretratvel, no podendo, portanto, o herdeiro se arrepender de sua deciso. Qual a importncia disso? A importncia que em havendo aceitao, j a incidncia do ITCD, de modo que a renncia posterior a aceitao no inibe a incidncia de tributo.

O que aceitao em benefcio de inventrio? a modalidade de aceitao do direito brasileiro. Aceitao em benefcio de inventrio quer dizer que ela se d nos limites da herana, ou seja, o herdeiro no responde por dvidas superiores ao valor da herana. Esta limitao decorre de Lei.

A aceitao sempre plena e integral, ou seja, NO admite termo ou condio, sendo sempre plena, ou seja, no se pode aceitar parcialmente a herana. asdfgTal regra possui uma exceo. Diz o 2 do 1808, todavia, que o herdeiro a mais de um ttulo pode aceitar um deles e recusar o outro. Ex. o Herdeiro legtimo que recebe bem tambm como legatrio. Pode o herdeiro, nesse caso, recusar o legado e aceitar herana legtima. Ou ainda, sujeito que herda por direito prprio e tambm por representao. Pode aceitar uma e recusar outra.

Art. 1.808. No se pode aceitar ou renunciar a herana em parte, sob condio ou a termo. 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceit-los, renunciando a herana; ou, aceitando-a, repudi-los. 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucesso, a mais de um quinho hereditrio, sob ttulos sucessrios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhes que aceita e aos que renuncia.

Art. 1.805. A aceitao da herana, quando expressa, faz-se por declarao escrita; quando tcita, h de resultar to-somente de atos prprios da qualidade de herdeiro. 1o No exprimem aceitao de herana os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatrios, ou os de administrao e guarda provisria. 2o No importa igualmente aceitao a cesso GRATUITA, PURA E SIMPLES, da herana, AOS DEMAIS CO-HERDEIROS.

Art. 1.806. A renncia da herana deve constar expressamente de instrumento pblico ou termo judicial. asdfg

Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou no, a herana, poder, vinte dias aps aberta a sucesso, requerer ao juiz prazo razovel, no maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herana por aceita.

Art. 1.808. No se pode aceitar ou renunciar a herana em parte, sob condio ou a termo. 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceit-los, renunciando a herana; ou, aceitando-a, repudi-los. 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucesso, a mais de um quinho hereditrio, sob ttulos sucessrios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhes que aceita e aos que renuncia.

OBS: Se o herdeiro aceita a herana e cede sua parte para o monte, implica, na realidade, renncia. Agora quando cede em favor de herdeiros determinados, implica em aceitao seguida de cesso de cota hereditria, com dupla incidncia tributria.

Ler art. 1.793 e seguintes.

Art. 1.793. O direito sucesso aberta, bem como o quinho de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cesso por escritura pblica. 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqncia de substituio ou de direito de acrescer, presumem-se no abrangidos pela cesso feita anteriormente. 2o ineficaz a cesso, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditrio sobre qualquer bem da herana considerado singularmente. 3o Ineficaz a disposio, sem prvia autorizao do juiz da sucesso, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditrio, pendente a indivisibilidade.

Art. 1.794. O co-herdeiro no poder ceder a sua quota hereditria a pessoa estranha sucesso, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem no se der conhecimento da cesso, poder, depositado o preo, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer at cento e oitenta dias aps a transmisso.Pargrafo nico. Sendo vrios os co-herdeiros a exercer a preferncia, entre eles se distribuir o quinho cedido, na proporo das respectivas quotas hereditrias.

Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucesso, instaurar-se- inventrio do patrimnio hereditrio, perante o juzo competente no lugar da sucesso, para fins de liquidao e, quando for o caso, de partilha da herana.

Art. 1.797. At o compromisso do inventariante, a administrao da herana caber, sucessivamente:I - ao cnjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da abertura da sucesso;II - ao herdeiro que estiver na posse e administrao dos bens, e, se houver mais de um nessas condies, ao mais velho;III - ao testamenteiro;IV - a pessoa de confiana do juiz, na falta ou escusa das indicadas nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por motivo grave levado ao conhecimento do juiz.

RENNCIA

Conceito de renncia: A renncia uma declarao abdicativa do direito herana, com efeitos retroativos (como se o herdeiro no existisse), aniquilando a transmisso automtica decorrente da saisine, RAZO PELA QUAL OS HERDEIROS DO RENUNCIANTE NO HERDAM POR DIREITO DE REPRESENTAO.A renncia, ao contrrio da aceitao, s pode ser expressa. Todavia, no que concerne aos efeitos, a renncia segue o regime da aceitao, sendo irretratvel e irrevogvel.Ainda, s pode ser realizada por escritura pblica ou termo judicial, sob pena de nulidade (a herana um bem imvel), dispensada a homologao judicial. asdfg

Art. 1.806. A renncia da herana deve constar expressamente de instrumento pblico ou termo judicial. asdfg

Exige-se a capacidade do renunciante. Se o renunciante for incapaz, a renncia dever ser feita perante o Juiz e com oitiva do MP. Isto apesar de raro, pode ocorrer, principalmente nas heranas negativas, onde as dvidas superam o patrimnio do sucedido.

PROVA: E o cnjuge, no precisa autorizar a renncia? O CC no traz regra especfica sobre o tema. Assim, na doutrina h as seguintes correntes:

1 C - PREVALECE: Defendida por Maria Helena Diniz, esta corrente sustenta a necessidade da outorga do cnjuge, pois na renncia a herana h verdadeira disposio de bem imvel, com impacto direto na famlia. Tal s seria dispensvel quando o regime fosse o da separao de bens ou participao final nos aquestos com clusula no acordo de dispensa de outorga. asdfg

2C: Defendida por Silvio Rodrigues, dispensa a outorga, por considerar que o direito a herana seria direito fundamental, que no poderia ficar condicionado a autorizao de terceiro, ainda que cnjuge.

Efeitos da renncia:O renunciante considerado como se nunca tivesse existido. Por isso, seus herdeiros no podero reclamar nada. Note-se que ele NO ser um pr-morto como o indigno ou o deserdado, mas sim como um inexistente, de modo que os filhos no herdam nem mesmo por direito de representao.Os herdeiros no podem reclamar, pois no existe direito a herana de pessoa viva; assim, como os herdeiros do herdeiro renunciante no tem direito a herana deste enquanto no ocorrer sua morte, no podem reclamar da abdicao.

PROVA: Mas no existe nenhum caso em que o herdeiro do renunciante ter direito a herana? Existe um nico caso, qual seja, quando houver supresso de toda classe de herdeiros equivalentes a classe do renunciante, hiptese em que os herdeiros do renunciante herdaro por direito prprio, e no por representao. asdfgTal pode ocorrer ou quando todos os herdeiros da classe renunciam, ou quando todos os demais herdeiros da classe foram pr-mortos ou indignos.

IMPORTANTE: O herdeiro renunciante no indigno. No se deve confundir. Ele no um renegado da herana, ele apenas abriu mo de recebe-la, assim ele no compatvel com a herana. Por isso, se o filho do renunciante receber herana por direito prprio como no caso, poder o renunciante administr-la, bem como herd-la caso o filho venha a falecer.

PROVA: RENNCIA ABDCATIVA X TRANSLATIVA (in favoren).Na renncia abdicativa, o herdeiro abre mo de seu direito, ele no tem interesse na herana; assim, ele no pode direcionar para quem ele quer que v a parte que lhe caberia. Ele no tem mais ingerncia sobre aquilo de que abriu mo. No caso em tela, temos, como efeito da renncia, que a parte do renunciante volta ao monte e redistribuda. Por isso que essa parte que o A no queria, no vai automaticamente para os seus filhos, mas volta para o monte, e o monte, ento, vai procurar os herdeiros, que so o B e o C . A renncia um ato volitivo do A. Essa renncia denominada na doutrina de renncia abdicativa (lembrar que toda renncia deve ser expressa e exige ou escritura pblica ou termo judicial nos autos do inventrio).Ocorre que, devido prtica sistemtica de uma situao recorrente nos tribunais, a doutrina resolveu denominar de renncia translativa uma situao que no renncia, mas uma pseudo-renncia. Isso ocorre, por exemplo, quando, na prtica, num inventrio, o A diz o seguinte: Eu quero renunciar a favor do meu irmo B, que est passando muito trabalho. Ocorre que isso no renncia; isso uma aceitao e uma transmisso. Ento, a renncia translativa no renncia. A doutrina chama de renncia translativa porque ela vai adiante.Na renncia abdicativa, a quota que seria do A, que volta para o monte e redistribuda, no tem nenhuma incidncia de tributo em decorrncia da renncia, ao passo que quando o A diz que vai renunciar a favor de B, ocorrem duas transmisses. A primeira transmisso causa mortis do falecido para o A, que recebeu a herana, e a segunda transmisso inter vivos, pois a herana que A recebeu, ele est doando para o B. Dessa forma, houve duas transmisses, e h dois tributos: o primeiro, causa mortis, e o segundo, inter vivos doao.Na renncia abdicativa, que a verdadeira renncia, a pessoa simplesmente devolve, no quer. Na renncia translativa, na verdade a pessoa no renuncia, ela aceita e aps doa para outro.

RENNCIA ABDICATIVARENNCIA TRANSLATAIVA

S est considerada verdadeira rennciaNO considerada verdadeira renncia, mas sim verdadeira cesso de direito hereditrios

Os bem voltam para o monte morOs bens so destinados a herdeiro especfico

No incide tributosA dupla incidncia tributria. Primeiro do ITCD, por transmisso causa mortis, e depois ITCD de novo, mas por doao.

Uma senhora ficou viva, tinha filhos, e queria fazer uma renncia de sua meao foi o que disse quando chegou ao Tabelionato, onde queria fazer escritura pblica de renncia de meao.

possvel fazer renncia da meao? No! Por que no pode ser? A renncia um instituto da herana!. Meao no herana, meao direito de propriedade. a mesma coisa que ter um bem escriturado em seu nome, e dizer que quer renunciar quele bem. No, ela no quer renunciar, mas sim pretende doar para algum. diferente. Casada em comunho universal de bens, a dita senhora, viva, era meeira, dona da metade dos bens que estavam escriturados em nome do falecido. Logo, essa meao no lhe foi transmitida com a morte do marido, pois j era dela, e por isso no h nenhum imposto de transmisso dessa metade. Quando o marido comprou, j comunicou a metade com ela. Por isso tudo, no existe renncia da meao. Se a viva quer passar para os filhos, ela vai ter que pagar o imposto sobre doao. Ela tem o direito de no querer a sua metade, mas no pela renncia. Renncia um ato de herdeiro. O proprietrio pode doar ou vender. Ele at pode renunciar, mas nesse caso no ser em favor de ningum: ele simplesmente vai no registro de imvel e renncia a sua propriedade, que restar abandonada, e ainda assim dever faz-lo em relao a cada imvel. asdfg

Direito de representao: O direito de representao, regulado a partir do art. 1.851, mitiga a regra segundo a qual o parente mais prximo exclui o mais remoto. Ocorre quando o herdeiro pr-morto em relao ao de cujus. Logo, a sua cota cabe aos seus descendentes (herdaro por estirpe). Lembrando que o direito de representao na linha reta cabe somente aos descendentes; ao passo que na linha colateral s existe quanto aos sobrinhos (ou seja, o irmo pr-morto do de cujus representado pelos seus filhos).

Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando herana, podero eles, com autorizao do juiz, aceit-la em nome do renunciante. asdfg 1o A habilitao dos credores se far no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato. 2o Pagas as dvidas do renunciante, prevalece a renncia quanto ao remanescente, que ser devolvido aos demais herdeiros.

6) Cesso de direitos hereditrios (art. 1.793)A herana tem natureza econmica, essncia patrimonial. Por conta disso, a herana admite circulao. Todo e qualquer ato de disposio da herana chama-se cesso, que pode ser a ttulo oneroso ou gratuito, no todo ou em parte.A herana pode ser cedida no todo ou em parte:

Ttulo gratuito: Assemelha-se a doao. Ttulo oneroso: Assemelha-se compra e venda.

Mas o importante de tudo isso que toda a herana admite cesso. Outrossim, o dito aqui vale para o legado, com a diferena que o legado admite cesso de bens individualizados, pois tal da sua natureza (o legatria sucessor de bem especfico). A herana, por seu turno, s pode ser cedida em frao ideal, sem individualizao de bem (salvo uma exceo vista mais adiante).

Requisitos da cesso de direitos hereditrios

I) Requisito temporal: O ato de cesso de direitos hereditrios deve ser praticado entre a abertura da sucesso e a prolao da sentena de partilha. Ou seja, NO pode ser praticado ANTES da abertura da sucesso, nem depois de encerrada a partilha.

PROVA: Por qu? Porque ANTES da abertura da sucesso ainda no h herana, e ningum pode dispor de direitos hereditrio de pessoa viva (art. 426). a proibio do pacto sucessrio ou pacta corvina. Depois da partilha: depois de realizada a partilha o direito passa a ser prprio, ou seja, ser do herdeiro. Deste modo, j no haver mais cesso de direitos hereditrios, mas sim doao ou compra e venda do patrimnio cedido.

II) Requisito subjetivo: - Capacidade do cedente;

- Outorga do cnjuge (pois transmisso de bem imvel), se casado, sob pena de anulabilidade (prazo de 02 anos contados do trmino do casamento), salvo de casados em separao de bens, pois se tem aqui cesso de bem imvel. Lembrar da divergncia.

PROVA: A separao obrigatria agora s incide para os maiores de 70 anos

Art. 1.641. obrigatrio o regime da separao de bens no casamento:I - das pessoas que o contrarem com inobservncia das causas suspensivas da celebrao do casamento;II da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redao dada pela Lei n 12.344, de 2010)III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.

OBS: Na Unio estvel no necessria a outorga.OBS2: Casamento sob regime da participao final dos aquestos: o pacto antenupcial pode dispensar a outorga.

III) Requisito formal

- Escritura pblica: A cesso da herana deve SEMPRE ser realizada por Escritura Pblica, sob pena de nulidade, pois a cesso de direitos hereditrios constitui transmisso de bem imvel (a herana considerada bem imvel para todos os efeitos).Questo interessante, todavia, que tal cesso, em que pese seja de coisa imvel, dispensa o registro em cartrio de imveis. Isto porque a cesso no transmite nenhum bem, mas apenas o direito a parcela ou totalidade da herana. A efetiva transmisso dos bens s se dar no fim do processo de inventrio e registro do formal de partilha.

IV) Requisito objetivo- A cesso de direitos hereditrios tem sempre como objeto uma frao ideal do direito ou a sua totalidade, vedada a cesso de bens especficos. Veja-se, o que o herdeiro pode ceder parte ou toda sua participao na herana.

PROVA: Porque bem especfico no pode ser objeto de cesso? Bem especfico no pode ser objeto da cesso, pois no se tem certeza se aquele bem ser destinado ao herdeiro que faz a cesso, tampouco se aquele bem no ser destinado ao pagamento de alguma dvida do falecido.

PROVA: Duas excees, onde se admite a cesso de bem especfico:

- Quando houver anuncia de todos os Interessados: Por todos os interessados entenda-se o termo em seu sentido amplo, ou seja, incluindo os herdeiros, a FM, os credores, e at mesmo o MP, caso haja interesse de incapaz.

- Cesso de legado: Aqui como o legatrio recebe bem individualizado, bvio que a cesso ser do bem recebido, que, portanto, ser especfico. A permisso decorre da prpria natureza do legado.

Direito de preferncia: os herdeiros possuem direito de preferncia na cesso ONEROSA, se tanto por tanto. Na gratuita no h esse direito, pois se trata de liberalidade, que livre.

O direito de preferncia respeitado por meio de notificao, com prazo de 30 dias para os herdeiros exercerem a preferncia.

E se dois ou mais coerdeiros exercerem a preferncia? Nesse caso, entre eles se dividiram as respectivas cotas.

O desrespeito ao direito de preferncia gera ineficcia do ato em relao aos demais herdeiros prejudicados. O vcio, portanto, est no plano da eficcia. No respeitado o direito de preferncia, podero os herdeiros ingressar com ao de adjucao compulsria no prazo decadencial de 180 dias. Nessa ao, sero litisconsortes unitrios, e, portanto, necessrios, tanto o cedente quanto o cessionrio, sendo permitido ao herdeiro exercer o depsito do valor tanto por tanto para ficar com o bem.O prazo de 180 dias inicia-se da data do conhecimento da cesso, em respeito da teoria da actio nata.

Direitos do Cessionrio:O cessionrio assumir a posio do cedente, tendo legitimidade, inclusive, para requerer a abertura do inventrio.

Cesso de Herana negcio aleatrio: possvel que o cessionrio tenha pago 10 mil e receba 5 mil de herana. A cesso um negcio jurdico aleatrio, e sobre ele no incidem vcios redibitrios ou evico. Ou seja, se o valor que o cessionrio receber for menor do que o pago, ele nada poder fazer. Ou seja, no incidem sobre a cesso de direitos hereditrios os vcios redibitrios e a evico, at porque o cessionrio no comprou um bem ou patrimnio certo, mas apenas uma frao ideal.

PROVA: Mas e se vierem bens at ento desconhecidos? E mais, se sobrevierem direitos at ento ignorados, estes pertencem ao CEDENTE, pois ningum pode ceder aquilo que no sabe ter.

OBS: Se o herdeiro aceita a herana e cede sua parte para o monte, implica, na realidade, renncia. Agora quando cede em favor de herdeiros determinados, implica em aceitao seguida de cesso de cota hereditria, com dupla incidncia tributria a chamada renncia translativa.

Ler art. 1.793 e seguintes.

Art. 1.793. O direito sucesso aberta, bem como o quinho de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cesso por escritura pblica. 1o Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqncia de substituio ou de direito de acrescer, presumem-se no abrangidos pela cesso feita anteriormente. 2o ineficaz a cesso, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditrio sobre qualquer bem da herana considerado singularmente. 3o Ineficaz a disposio, sem prvia autorizao do juiz da sucesso, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditrio, pendente a indivisibilidade.

Art. 1.794. O co-herdeiro no poder ceder a sua quota hereditria a pessoa estranha sucesso, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto.

Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem no se der conhecimento da cesso, poder, depositado o preo, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer at cento e oitenta dias aps a transmisso.Pargrafo nico. Sendo vrios os co-herdeiros a exercer a preferncia, entre eles se distribuir o quinho cedido, na proporo das respectivas quotas hereditrias.

7) Petio de herana a ao promovida pelo interessado que foi indevidamente excludo de uma sucesso. A petio de herana uma ao condenatria, que objetiva condenar aquele que est ilegitimamente na posse e propriedade da herana a devolv-la, no todo ou em parte, a quem de direito.Exemplos:- Filho no reconhecido que ajuza ao contra irmos. Os demais herdeiros vo ser condenados a devolver parte.Prazo prescricional: 10 anos contados da abertura da sucesso. Lembrando que a prescrio no corre contra o absolutamente incapaz.Essa petio de herana pode ser cumulada com investigao de paternidade, por exemplo.Na hiptese de j ter ocorrido a partilha, a prpria sentena da petio de herana promove nova partilha.

Correlao entre petio de herana e herdeiro aparente (art. 1.827 e 1.828)Herdeiro aparente ou putativo aquele que se apresenta aos olhos de todos como se legtimo herdeiro fosse e celebra negcios jurdicos com terceiros de boa-f. Nesse conflito entre o legtimo herdeiro e o terceiro de boa-f, o Cdigo protege esse ltimo.O herdeiro legtimo ter direito de regresso contra o aparente. A nica hiptese onde os herdeiros aparentes so protegidos o caso no qual esses pagam, de boa-f, dvidas ou legados do morto. Se o herdeiro legtimo entender que o pagamento foi indevido, dever cobrar diretamente do beneficirio do pagamento.

Art. 1.827. O herdeiro pode demandar os bens da herana, mesmo em poder de terceiros, sem prejuzo da responsabilidade do possuidor originrio pelo valor dos bens alienados.Pargrafo nico. So eficazes as alienaes feitas, a ttulo oneroso, pelo herdeiro aparente a terceiro de boa-f.

Art. 1.828. O herdeiro aparente, que de boa-f houver pago um legado, no est obrigado a prestar o equivalente ao verdadeiro sucessor, ressalvado a este o direito de proceder contra quem o recebeu.NOVA ORDEM DE VOCAO SUCESSRIATransmisso sucessria: sub + cedere = uns depois dos outros. Idia de substituio. Direito das sucesses no exclui o fenmeno sucessrio que mais amplo que o direito das sucesses. A sucesso nada mais que a substituio ora do sujeito, ora do objeto. Quando se tratar da substituio do objeto ocorrera a sub-rogao real (objeto da relao jurdica).

Art. 1.717. O prdio e os valores mobilirios, constitudos como bem da famlia, no podem ter destino diverso do previsto no art. 1.712 ou serem alienados sem o consentimento dos interessados e seus representantes legais, ouvido o Ministrio Pblico.Permite a substituio do bem afetado.Igualmente, a substituio do sujeito fenmeno jurdico bastante conhecido. Do sujeito se da por ato inter vivos ou causa mortis. Quando por ato inter vivos a sub-rogao pessoal fenmeno muito conhecido nos direitos das obrigaes. no causa mortis, contudo, que se instala o direito das sucesses parte do fenmeno sucessrio o direito das sucesses diz respeito a substituio de um sujeito da relao jurdica por um ato causa mortis. Nem toda relao jurdica admite a sucesso causa mortis. Existe no nosso ordenamento determinadas relaes jurdicas que so personalssimas e no admitem sucessores. O foco do direito das sucesses a mutao subjetiva de RELAES PATRIMONIAIS por conta da morte do titular. S elas podem ser transmitidas RELAES PATRIMONIAIS -, posto que as personalssimas se extinguem com o titular. Todavia, h tambm algumas relaes patrimoniais que no comportaro a modificao do sujeito quando da morte do seu titular (excees a regra da sucesso nas relaes patrimoniais): usufruto, uso e habitao enfiteuse direito autoral - tem regra da transmisso prpria. Lei 9610/98. Transmite-se por 70 anos computados de 1 de janeiro do ano seguinte da morte do autor e depois cai em domnio publico. Alvar judicial: Lei 6858/80- pessoa falece e no deixa bens a partilhar deixando somente resduos pecunirios- ex: saldo de conta corrente, restituio do IR.

A substituio do sujeito causa mortis pode decorrer:a) Por vontade do titular: sucesso testamentria.b) Pela lei: sucesso legitima.

A sucesso legitima e testamentria podero ocorrer ao mesmo tempo quando:

a) Quando o autor da herana tinha herdeiros necessrios e quis deixar testamento. Necessrio obrigatoriamente vo participar da sucesso:

Art. 1.845. So herdeiros necessrios os descendentes, os ascendentes e o cnjuge.PROVA: Companheiro ou no herdeiro necessrio? Posio majoritria sustenta que sim. Companheiro deve ser considerado tambm, seja porque a CF lhe conferiu a mesma proteo ou porque a lei diz que o herdeiro participar. Essa resposta tem cabimento em prova aberta. Em prova objetiva, deve-se ficar com o texto da Lei, que NO inclui os companheiros entre os herdeiros necessrios.

b) Autor da herana no tem herdeiro necessrio (s facultativo sobrinho, companheiro, pra quem assim entende, ou irmo), mas no testou integralmente o seu patrimnio. Nesse caso haver simultaneidade de sucesso legitima e testamentria.

c) Sucesso somente pode ser EXCLUSIVAMENTE testamentria quando no tiver herdeiro necessrio. Caso exista herdeiro necessrio no ser exclusivamente testamentria nunca.

Vejamos agora a nova ordem de vocao hereditria:A sucesso legtima aquela que, conforme j dito, decorre da sucesso por ordem legal:

Art. 1.829. A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte:I - aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares;II - aos ascendentes, em concorrncia com o cnjuge;III - ao cnjuge sobrevivente;IV - aos colaterais.

ORDEM DE VOCAO HEREDITRIA

CC/16 art. 1603CC/02 art. 1829

1) Descendentes2) Ascendentes3) Cnjuges sobreviventes + companheiro4) Colaterais at 4 grau5) Fazenda municipal

Era modelo patrimonialista. Veja-se que o cnjuge era um herdeiro subsidirio, s herdava se no houvessem descendentes ou ascendentes.Por isso, o prprio CC de 1916 resolveu compensar o cnjuge, concedendo-lhe o direito de usufruto vidual (em razo da viuvez), que hoje NO mais existe. Assim, sempre que o cnjuge no fosse herdeiro, ou seja, se houvesse ascendente e descendente, o cnjuge receberia em usufruto o direito de uso e administrao de 50% dos bens do extinto.Os filhos ou ascendentes do falecido passariam a ser donos, mas no poderiam utilizar os bens at a morte do cnjuge, pois esse teria esse usufruto vitalcio.Problema: quando o cnjuge era casado pela segunda vez e tinha herdeiros do primeiro casamento, colocava em conflito os interesses do cnjuge atual e descendentes da 1 relao. O cnjuge sobrevivente ficava com o usufruto vidual at morrer, e os herdeiros do falecido herdavam mas no viam a cor dos bens. Foi por isso que houve necessidade de mudar a sucesso legitima, extinguindo o usufruto vidual, de modo a evitar esses conflitos. Cessou-se, assim, o usufruto vidual. Mas para evitar que o cnjuge ficasse sem nada, copiando o sistema alemo, o novo CC promoveu nova ordem de sucesso legitima, incluindo o cnjuge como herdeiro necessrio. 1) Descendentes + cnjuge ou companheiro2) Ascendentes + cnjuge ou companheiro3) Cnjuge sozinho na ausncia de ascendente e descendente. Companheiro no esta aqui.4) Colaterais at o 4 grau + companheiro. 5) Companheiro sozinho (companheiro s herda sozinho se NO houver nem colateral)

E a fazenda Municipal? A fazenda saiu da lista porque ela NO herdeira, ela na verdade recebe na ausncia de herdeiros.

Confrontando os dois sistemas, a primeira modificao que se percebe a1) excluso da FPM A FPM recebe na ausncia de herdeiro, ento NO , na verdade, herdeira. Justificvel porque ela no herdeira, recebe na ausncia de herdeiros. Recebe atravs procedimento especial de jurisdio voluntaria chamada herana jacente e vacante.2) Elevao do cnjuge a herdeiro permanente. O cnjuge, na verdade, o maior beneficirio dessa nova ordem.3) Fim do usufruto vidual.4) Elevao do companheiro a herdeiro permanente. 5) Quebra da paridade entre cnjuge e companheiro: at a entrada em vigor do CC/02, cnjuge e companheiro tinham tratamento isonmico.6) Descendentes e Ascendentes perdem parcela da herana que era exclusivamente deles em favor do cnjuge e companheiro: ou seja, os ascendentes e descendentes so prejudicados ao passo que o cnjuge e o companheiro so beneficiados, recebendo herana que antes no recebiam.Cdigo continua com viso patrimonialista.

Detalhando cada uma das regras sucessrias:

1) DESCENDENTE: Fundamentalmente so duas regras que norteiam a sucesso do descendente:

a) A sucesso do descendente submete-se ao principio da igualdade de ndole constitucional: esse princpio faz com que no possa haver discriminao entre os descendentes. Todo e qualquer descendente concorre em condies igualitrias, mesmo que em filiao scio-afetiva reconhecida judicialmente.

OBS o direito a investigao da origem gentica previsto no art. 48, apesar de imprescritvel, NO gera qualquer efeito em relao aos direitos sucessrios. Isto porque essa ao no busca reconhecer relaes de famlia, mas somente relaes de ancestralidade:

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biolgica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, aps completar 18 (dezoito) anos. Pargrafo nico. O acesso ao processo de adoo poder ser tambm deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientao e assistncia jurdica e psicolgica.

O nico efeito decorre dessa sentena o impedimento matrimonial, haja vista que esse impedimento tambm, alm de civil, eugnico.

b) O descendente mais prximo afastar o mais remoto. O direito sucessrio segue a regra geral de que existindo filho, NO sero chamados os netos; se h neto, no se convoca bisneto. A regra geral , portanto, de que no haver descendentes de classes distintas concorrendo entre si. Descendentes herdam por cabea, direito prprio. ATENO: Exceo dos casos de sucesso por representao (estirpe):Todavia, a regra geral tem exceo: hipteses de sucesso por representao ou por estirpe. A nica hiptese em que se admite concorrncia entre diferentes classes de descendentes a sucesso por representao ou estirpe, que ocorre em trs casos: Indignidade Deserdao Pr-morte

PROVA: E a renncia? A renncia NO gera sucesso por representao. Isto porque a renuncia aniquila direito sucessrio, pois o herdeiro recusa a herana, sendo considerado como se nunca tivesse existido para o direito das sucesses. Ex. Se o filho 1 pr-morto o neto recebe, se o 2 renuncia o neto 3 no recebe nada.

OBS Somente a sucesso por descendente que permite a sucesso por estirpe (representao).

2) ASCENDENTE: Em linhas gerais se norteia pelas mesmas regras da sucesso do descendente. a) Igualdade entre ascendentes: Vige tambm a regra de igualdade entre os ascendentes, ou seja, todo e qualquer ascendente tem igualdade de direitos quando da mesma linha.

b) Mais prximo exclui o mais remoto: Aplica-se tambm a regra de que o mais prximo afasta o mais remoto

c) No que tange a sucesso do ascendente NO se aplica a hiptese de sucesso por representao (estirpe). No h concorrncia simultnea de diferentes classes na sucesso de ascendentes em nenhuma hiptese (por exemplo, de pai com avo, impossvel). Se existe pai, os avos se afastam, se houver avos os bisavs de afastam.

d) a nica que se divide em linhas: significa a diviso entre sucesso paterna e materna. Uma pessoa morreu e deixou os dois avos paternos e um materno- herana de 90 45 para linha materna e 45 para dividir na linha paterna. Veja-se que primeiro se divide a herana em linha, para depois se distribuir a respectiva quota entre os herdeiros na linha. Agora, se uma das linhas NO tiver representante no mesmo grau da outra, ficar excluda da sucesso, acrescentando a cota a linha com sucesso mais prxima. Ex na linha materna h o av, e na linha paterna s h bisavs. A linha paterna ser excluda, e a linha materna, no caso o av, herdar tudo. Por fim, cumpre frisar que essa herana em linha s se aplica aos ascendentes. Dica Simples: se sucede em linhas, JAMAIS haver sucesso por representao.

3) CNJUGE (Arts. 1832 a 1837):A principal modificao da sucesso do cnjuge foi a extino do usufruto vidual, passando o cnjuge a ser considerado herdeiro, mesmo em concorrncia com os descendentes ou ascendentes.

Vejamos as possibilidades do cnjuge.

Cnjuge x Descendentes

Depende do regime de bens: Isto porque existem alguns regimes de bens nos quais o CC probe a concorrncia do cnjuge com o descendente.i) Comunho Universal: O fundamento no sentido de que neste regime o cnjuge j tem direito metade de tudo, inclusive com relao aos bens que no colaborou para aquisio, de modo que no h sentido que tambm tenha direito a herana.

ii) Comunho Parcial sem bens particulares: comunho parcial sem bens particulares equivale comunho universal, pois cnjuge j ter direito, por meao, a metade de tudo que o casal possui.

iii) Separao obrigatria: A separao obrigatria o regime protetivo do CC. Esse regime incide em relao aos maiores de 70 anos, aos que violam as causas suspensivas do casamento, e para os que necessitam suprir o consentimento para casar. Como esse regime separa o patrimnio, em caso de fim da sociedade, o cnjuge tambm no herda.

PROVA: REsp 992749: O STJ, em acrdo desse ano, entendeu que o cnjuge casado no regime de separao convencional pode ser afastado da sucesso. A deciso boa, pois se o casal j casa nesse regime, porque quer efetivamente separar os bens. asdfg

Direito civil. Famlia e Sucesses. Recurso especial. Inventrio e partilha. Cnjuge sobrevivente casado pelo regime de separao convencional de bens, celebrado por meio de pacto antenupcial por escritura pblica. Interpretao do art. 1.829, I, do CC/02. Direito de concorrncia hereditria com descendentes do falecido. No ocorrncia. (...)O regime de separao obrigatria de bens, previsto no art. 1.829, inc. I, do CC/02, gnero que congrega duas espcies: (i) separao legal; (ii) separao convencional. Uma decorre da lei e a outra da vontade das partes, e ambas obrigam os cnjuges, uma vez estipulado o regime de separao de bens, sua observncia.- No remanesce, para o cnjuge casado mediante separao de bens, direito meao, tampouco concorrncia sucessria, respeitando-se o regime de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na morte. Nos dois casos, portanto, o cnjuge sobrevivente no herdeiro necessrio.- Entendimento em sentido diverso, suscitaria clara antinomia entre os arts. 1.829, inc. I, e 1.687, do CC/02, o que geraria uma quebra da unidade sistemtica da lei codificada, e provocaria a morte do regime de separao de bens. Por isso, deve prevalecer a interpretao que conjuga e torna complementares os citados dispositivos.

A questo da separao consensual fica, ento, da seguinte forma:CESPE: Segundo o CC DE 2002, o cnjuge concorre com os descendentes na separao convencional. CERTO.

CESPE: Segundo o STJ o cnjuge casado sob o regime da separao convencional fica excludo da sucesso na concorrncia com descendentes. CERTO.

Nesses regimes o legislador entendeu NO ser justo que o cnjuge seja sucessor, pois j recebeu meao, ou porque em vida o patrimnio de ambos j era incomunicvel. Assim, na sucesso do cnjuge com o descendente onde houver meao, SEM BENS PARTICULARES (comunho universal, e comum parcial sem bens particulares), no h herana e vice versa. Por outro lado, nos regimes em que o patrimnio incomunicvel em vida (separao obrigatria e convencional), igualmente no ter o consorte sobrevivente direito a herana.

Cnjuge, quando concorrendo com descendentes, s concorre sobre bens particulares: sendo o cnjuge casado por um regime que permita a sucesso, o seu direito a herana, quando concorrendo com descendentes, SOMENTE recair sobre OS BENS PARTICULARES do falecido, ou seja, o cnjuge no herdar em relao aos bens da meao do sucedido. Tal entendimento decorrncia do mesmo fundamento que impede a concorrncia do cnjuge casado sobre o regime da comunho universal ou da comunho parcial apenas com bens comuns. Nesse sentido, o enunciado 279 do CJF:

270 Art. 1.829: O art. 1.829, inc. I, s assegura ao cnjuge sobrevivente o direito de concorrncia com os descendentes do autor da herana quando casados no regime da separao convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunho parcial ou participao final nos aqestos, o falecido possusse bens particulares, hipteses em que a concorrncia se restringe a tais bens, devendo os bens comuns (meao) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes.

Percentual do Cnjuge: Mesmo percentual dos descendentes, ressalvando-se, ainda, a hiptese da garantia mnima de 1/4, quando o cnjuge herdeiro for o ascendente dos descendentes que estiver concorrendo (o descendente filho comum do falecido e do cnjuge herdeiro). asdfgArt. 1.829. A sucesso legtima defere-se na ordem seguinte:I - aos descendentes, em concorrncia com o cnjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunho universal, ou no da separao obrigatria de bens (e a separao convencional para o STJ): (art. 1.640, pargrafo nico); ou se, no regime da comunho parcial, o autor da herana no houver deixado bens particulares

OBS Mas se houver a denominada concorrncia hbrida, ou seja, aquela em que h tanto descendentes comuns quanto NO comuns? O CC de 2002 no disciplina essa hiptese. Por outro lado, na doutrina no se encontra uma uniformidade no tratamento do tema, havendo 03 correntes:Trs posies doutrinarias: Basta ter um filho comum para assegurar o direito a . Precisa que todos os filhos sejam comuns para garantir . Regra de proporcionalidade aplica para o numero de filhos comuns e no se aplica em relao aos demais. Parece o pior regramento.

Cnjuge x Ascendentes Independe do regime de bens: seja qual for o regime, o cnjuge ir concorrer com os ascendentes.

Todo patrimnio: quando concorrendo com ascendentes do de cujus, o cnjuge concorre em relao totalidade da herana, ou seja, herda tanto em relao aos bens comuns quanto particulares. Melhor explicando: ter recebido a meao, ao contrrio do que ocorre na sucesso com os descendentes, no impedimento para que o cnjuge herde tambm sobre os bens comuns, ou seja, sobre a parte da meao que ficou com o de cujus.

Percentual de 1/3 quando concorre com pai E me e 1/2 nos demais casos: de regra, quando concorrer com ascendente, o cnjuge herda metade do patrimnio, salvo a hiptese que concorra com pai E me do falecido ao mesmo tempo, quando herdar no percentual de 1/3. Mas frisa-se: esse percentual de 1/3 s incide se o cnjuge concorrer com pai E me ao mesmo tempo; qualquer outra combinao ter ele direito a metade, como quando concorre com me do falecido.

Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cnjuge tocar um tero da herana; caber-lhe- a metade desta se houver um s ascendente, ou se maior for aquele grau.

Cnjuge com pai E me: herda 1/3 Cnjuge com pai: herda 1/2 Cnjuge com avs: herda 1/2

Cnjuge SozinhoSe no tem ascendente ou descendente, o cnjuge faz jus a todo patrimnio.IMPORTANTE: o cnjuge, para receber a herana, no pode estar divorciado, nem separado judicialmente, nem separado de fato por mais de 02 anos. Se estiver separado de fato a mais de 02 anos, s poder receber herana se provar a culpa morturia, ou seja, provar que a separao de fato se deu por culpa do morto.

Art. 1.830. Somente reconhecido direito sucessrio ao cnjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, no estavam separados judicialmente, nem separados de fato h mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivncia se tornara impossvel sem culpa do sobrevivente.PROVA DISSERTATIVA: Separao de fato, prazo de 02 anos e Culpa Morturia:Conforme se v do art. 1.830, se o cnjuge estiver separado de fato a MENOS de 02 anos, ainda ter direito a herana.Se for MAIS de 2 anos NO tem direito, salvo se provar que a separao de fato se deu por culpa do cnjuge falecido culpa morturia ou funerria. Chaves diz que esse a exigncia de separao de fato a mais de 02 anos absurda e vai contra toda construo jurisprudencial at ento predominante, que apregoava, nos termos do sedimentado entendimento do STJ, que o regime de bens cessa com a separao de fato, conforme entendimento empossado no REsp 555771/SP. Assim, com base nesse REsp, Chaves faz construo de que a separao de fato, seja qual for o prazo, faz cessar o direito sucessrio do cnjuge, at porque, nessa hiptese, pode o cnjuge constituir legtima unio estvel, conforme permite expressamente o prprio CC no art. 1.723.OBS Mas perceba: essa construo do Chaves e tambm da doutrina moderna. A deciso do STJ referida no abordou o direito sucessrio, mas sim o regime de bens do casamento.

RESUMO DOS DIREITOS PATRIMONIAIS DO CNJUGE SOBREVIVENTE:a) Meao: a depender do regime de bens. b) Sucesso: direito hereditrio, concorrendo com descendente (apenas sobre bens particulares) ou ascendente ou herdando sozinho. c) Direito real de habitao: Sim, alm de tudo, ainda tem direito real de habitao. Direito real de habitao do cnjuge: o direito oponvel erga omnes constitudo em favor do cnjuge sobrevivente, garantindo-lhe manter-se no imvel que serviu de lar para o casal, desde que seja o nico imvel residencial a inventariar (se o imvel no for nico, o cnjuge ainda assim, ter direito de preferncia sobre a residncia do casal). um direito autnomo e independente. Existe independentemente de herana e meao. O direito real de habitao vitalcio e incondicionado, e nessa medida, o cnjuge sobrevivente tem direito de continuar residindo nesse imvel at que venha a falecer, ainda que case novamente.

Art. 1.831. Ao cnjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, ser assegurado, sem prejuzo da participao que lhe caiba na herana, o direito real de habitao relativamente ao imvel destinado residncia da famlia, desde que seja o nico daquela natureza a inventariar.

A grande questo que se esse cnjuge casa novamente, o novo marido pode morar l. Isso no razovel, deveria perder o direito ao constituir nova famlia, pois imagina a situao em que os filhos do de cujus no eram comuns com a cnjuge herdeira. Os filhos do falecido nesse caso ou tem de se retirar do imvel, ou ficar morando c