direito das sucessões - caderno profªana

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Sucessões e procedimentos correlatos. Direito das Sucessões e Procedimentos Correlatos Professora Ana Luiza Maia Nevares Art. 5º, XXX, CF – O direito de herança é uma das garantias fundamentais do cidadão brasileiro. Isso ocorre porque o nosso sistema garante a propriedade privada na medida em que esta cumpre sua função social. Isto significa que a sucessão hereditária será sempre privada, o Estado não vai confiscar os bens de herança, pois é particular. Com exceção de quando não há sucessor, neste caso, os bens são destinados ao Estado, mas somente porque não tem ninguém para receber aqueles bens. O primeiro objeto do direito das sucessões é a propriedade. Os que irão receber os bens daquele que faleceu é a família, o legislador vai bu ode ser alheia à vontade do testador, pois pode ser invocada pelos demais herdeiros que tenham interesse na exclusão. A deserdação é só dos herdeiros necessários, já a indignidade serve para qualquer herdeiro. Princípio da intangibilidade da legítima – A preocupação do legislador ao criar o livro das sucessões é sempre a preocupação com a reserva dos herdeiros necessários. Este princípio permeia todo o livro do direito das sucessões. Os herdeiros necessários são (Art. 1845, CC): Os descendentes (o grau mais próximo sempre exclui o grau mais remoto), os ascendentes, o cônjuge e o companheiro. Os colaterais (irmãos, primos, sobrinhos, tios, tios-avós) não são herdeiros necessários. Os colaterais poderão ser chamados à sucessão até o 4º grau, depois disto salvo se estiver em testamento. Os colaterais são herdeiros facultativos (Art. 1850, CC). Ou seja, se tenho uma irmã e não tenho herdeiros necessários (filho, neto), eu posso deixar todo o meu patrimônio para outra pessoa, afastando minha irmã da sucessão. Princípio da patrimonialidade – Mesmo após o falecimento de uma pessoa, os direitos da patrimonialidade continuam existindo.

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Sucesses e procedimentos correlatos

Sucesses e procedimentos correlatos.Direito das Sucesses e Procedimentos CorrelatosProfessora Ana Luiza Maia NevaresArt. 5, XXX, CF O direito de herana uma das garantias fundamentais do cidado brasileiro. Isso ocorre porque o nosso sistema garante a propriedade privada na medida em que esta cumpre sua funo social. Isto significa que a sucesso hereditria ser sempre privada, o Estado no vai confiscar os bens de herana, pois particular. Com exceo de quando no h sucessor, neste caso, os bens so destinados ao Estado, mas somente porque no tem ningum para receber aqueles bens.O primeiro objeto do direito das sucesses a propriedade.Os que iro receber os bens daquele que faleceu a famlia, o legislador vai bu ode ser alheia vontade do testador, pois pode ser invocada pelos demais herdeiros que tenham interesse na excluso. A deserdao s dos herdeiros necessrios, j a indignidade serve para qualquer herdeiro.Princpio da intangibilidade da legtima A preocupao do legislador ao criar o livro das sucesses sempre a preocupao com a reserva dos herdeiros necessrios. Este princpio permeia todo o livro do direito das sucesses.Os herdeiros necessrios so (Art. 1845, CC): Os descendentes (o grau mais prximo sempre exclui o grau mais remoto), os ascendentes, o cnjuge e o companheiro.Os colaterais (irmos, primos, sobrinhos, tios, tios-avs) no so herdeiros necessrios. Os colaterais podero ser chamados sucesso at o 4 grau, depois disto salvo se estiver em testamento. Os colaterais so herdeiros facultativos (Art. 1850, CC). Ou seja, se tenho uma irm e no tenho herdeiros necessrios (filho, neto), eu posso deixar todo o meu patrimnio para outra pessoa, afastando minha irm da sucesso.Princpio da patrimonialidade Mesmo aps o falecimento de uma pessoa, os direitos da patrimonialidade continuam existindo.Princpio da unidade da sucesso Existem bens singulares e coletivos (que podem ser uma biblioteca, rebanho, pinacoteca), os bens coletivos foram criados para que um conjunto de coisas singulares possam ser tratados de uma forma nica, de forma unitria. Estes bens coletivos podem ser tratados de forma coletiva ou singular pelo cliente. H tambm as universalidades de direito que so os casos em que o legislador entendeu ser melhor tratar bens singulares de uma forma nica. A herana tratada como um todos unitrio que submetido uma mesma disciplina que o livro do direto das sucesses (Art. 1791, CC). A herana tratada como uma universalidade de direito, pois em princpio no importa a natureza dos bens transmitidos ou a qualidade dos sucessores, pois todos so tratados de uma mesma maneira e submetidos uma mesma disciplina.A crtica que se faz a esse princpio uma crtica de neutralidade, pois precisamos dar concretude nossa anlise. Por isso, aos poucos, este princpio foi sendo desconstrudo. A sucesso especial teria em vista deixar de lado a neutralidade, respeitando a igualdade formal, mas realizando a igualdade material, o que muito difcil.Pressupostos da sucesso hereditria:O primeiro evento que precisa acontecer para que seja aberta a sucesso e a morte. A morte provada pela certido de bito (Lei 6015/73 Lei de Registros Pblicos). A certido de bito um documento indispensvel para que se abra o processo de inventrio que onde tem relacionado os bens das pessoas, ocorre a partilha e etc.Art. 6 do CC A existncia da pessoa natural termina com a morte. Em alguns casos h a morte sem cadver, que quando a pessoa morreu, mas no tem cadver e tem a questo dos ausentes que quando a pessoa desaparece.Art. 88, Lei 6015/73 Quando pelas circunstncias ocorreu a morte certa daquela pessoa, mas no tem o cadver. Nestes casos, os juzes podem admitir justificao que um processo que tem como objetivo a prova de um fato; eu ajuzo uma medida judicial para que o juiz declare a morte e mande expedir a certido de bito. Ex: O caso do navio que afundou na Itlia e ainda possui desaparecidos. Deve-se provar se a pessoa estava no navio, de repente testemunhas e todas as questes que envolvem o falecimento de uma pessoa. Art. 7, CC Tem a mesma finalidade do art. 88 da Lei 6015/73. Para escapar do processo de ausncia que um processo penoso e demorado. Ento, provado que a pessoa estava no momento da situao, pode escapar do processo de ausncia.Parag. nico do art. 7, CC A declarao da morte presumida s pode ser dada aps o trmino das buscas e com a prova de que a pessoa estava no local. Aps estes requisitos, o juiz vai ter que avaliar quando a pessoa faleceu, a data provvel da morte. E esta data muito importante, pois naquele momento (data da morte) que abre a sucesso. Neste caso, vou verificar quem est vivo na hora em que foi aberta a sucesso do falecido. Ex: Pai morreu dia 20/03 s 14h e o filho morreu dia 20/03 s 16h, mesmo assim o filho ainda faz parte da sucesso. Por isso a importncia da data da morte.OBS. (No faz parte da nossa matria): O processo de ausncia tem trs fases: 1)Curadoria dos bens do ausente - Nesta fase o juiz est muito mais preocupado com o ausente do que com os sucessores. So identificados os bens, nomeado um curador para administrar os bens.2)Aps 1 ano do desaparecimento h a sucesso provisria Transfiro a posse, os filhos e cnjuges j podem fazer uso dos frutos, mas ainda no pode vender nada. Esta sucesso provisria dura 10 anos.3)Aps 10 anos aberta a sucesso definitiva e ento, neste momento que o juiz presume a morte do ausente.Portanto, a sucesso aberta com a morte. A sucesso no se confunde com o inventrio (aps 60 dias da data da morte a pessoa tem que dar entrada no inventrio sob pena de pagamento de multa).Quem sero as pessoas chamadas a suceder? Vocao hereditria (Aquele que vai suceder precisa estar dentro daqueles que tem possibilidade de serem chamados sucesso, ou seja, vocao hereditria) Art. 1798, CC: Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou concebidas. Os concebidos so os nascituros.Na inseminao artificial o espermatozide implantado na mulher para ele encontrar o tero, j a fertilizao in vitro no ocorre no tero, concebido no laboratrio para depois ser implantado na mulher. Deixar congelado smen no considerado concebido porque s h o smen. Mas existem embries congelados. H uma discusso pra saber quem seriam estes concebidos.Aqueles que nascem por reproduo assistida ps morte, ex: A pessoa faleceu e deixou smen congelado e a mulher quer continuar e ter um bebe. Mas a pessoa que deixou o smen congelado no deixou nenhuma autorizao para ter um filho aps a morte. A legislao do conselho de medicina manda deixar um documento dizendo o que a pessoa quer que seja feito aps a morte, no caso de congelamento de smen.Art. 1597, CC Presuno de paternidade no casamento. Se no o pai vai ser discutido em uma negatria de paternidade, mas h essa presuno de paternidade na constncia do casamento, observados os prazos dos incisos.III Fecundao artificial homloga Uso material gentico do casal.V Fecundao artificial heterloga Aquela que uso material gentico de outra pessoa, desde que haja autorizao prvia do marido.Aula 08/03Art. 1798, CC Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou j concebidas no momento da sucesso. Por isso necessrio que o sucessor esteja vivo por ocasio da abertura da sucesso.Comorincia Morte simultnea (art. 8, CC). Duas pessoas podem falecer na mesma ocasio, sem ser possvel verificar quem morreu em primeiro lugar. Art. 1829, CC Ordem de vocao hereditria.Uma pessoa casou com outra, nenhum deles tinha mais seus ascendentes, um tinha um irmo e outro tinha uma irm. O casal morreu em um acidente de carro. Se provar que o homem morreu em primeiro lugar, ele transfere a herana para o cnjuge. Se o cnjuge morreu logo depois. Se a esposa morreu logo depois, ela transfere a herana para sua irm, j que tambm no possui mais ascendente ou descendente.Se no for possvel se averiguar quem morreu em primeiro lugar, presume-se morte simultnea. No h que se falar em transmisso de direito entre eles, sendo assim vai tratar da sucesso de um como se o outro jamais tivesse existido, portanto os dois irmos recebem a herana.Resoluo do Conselho Federal de Medicina 1957/2010 nica norma que realmente regulamenta de alguma maneira as tcnicas de reproduo humana assistida.Reproduo assistida ps morte -> Pessoas que nasceram depois que o de cujus morreu, mas lhe do a qualidade de herdeiros, so filhos do de cujus que nasceram aps o falecimento. No constitui ilcito tico a reproduo assistida ps morte. Desde que haja autorizao prvia do falecido. Ento, ao congelar o embrio, ele tem que autorizar expressamente a reproduo ps morte.Art. 1597, CC J prev situaes em que um filho pudesse nascer j com o pai falecido.Alguns autores criticam a tcnica de reproduo humana assistida ps morte, pois para eles seria inconstitucional, uma vez que violaria o princpio da convivncia familiar, fundamental para o melhor desenvolvimento da criana. Um contra argumento a famlia monoparental que j reconhecida pela constituio.Caio Mrio diz que aquele que nasce depois que o de cujus faleceu no pode ter o direito herana, um direito de sucesso. No deixa de ser filho, mas no pode ter direito herana. Esta opinio no se encaixa na nossa constituio. Haveria diferena entre embrio e espermatozide congelados? Questo de segurana jurdica: Os herdeiros j receberam a partilha e depois de alguns anos uma pessoa alega ser seu irmo. A ao de investigao de paternidade imprescritvel, mas a ao de petio de herana prescritvel, que a ao para pleitear a herana. O prazo prescricional para a ao de herana de 10 anos a contar da abertura da sucesso, mas esse prazo no conta contra absolutamente incapazes (menores de 16 anos e loucos). Ento, comeou a surgir um posicionamento tentando conciliar as coisas. Aquele que nasce por tcnica de reproduo assistida vai ser filho, vai ter todos os direitos inerentes a paternidade e poder sim pleitear a herana, mas dentro do prazo estabelecido pela petio de herana (Enunciado 267 da Terceira Jornada de Direito Civil (no possui fora de lei): O direito de herana ser garantido aqueles que nascem da reproduo assistida submetendo as regras da petio de herana. Mas o enunciado se refere a embries, mas a pessoa poderia ser apenas um espermatozide, isso ocorre porque o art. 1798 se refere aos concebidos. Mas no podemos fazer esta discriminao entre os concebidos (embrio) ou espermatozide quando de fato a mesma situao; pessoa que nasceu depois que o pai morreu.Vocao hereditria pode ter duas origens (art. 1786, CC) A sucesso se d por lei ou pelo testamento.Testamento um ato de ltima vontade no qual a pessoa vai dizer quem so os sucessores e o testamento tem que respeitar a legtima dos herdeiros necessrios e deve ser solene. Se no respeitar a legtima no torna o testamento nulo, s reduzido proporcionalmente.O testamento pode ser nulo, pode caducar (deixei 10.000 para Joo Carlos, mas ele j morreu), ser ineficaz, revogado. Quando ocorre uma destas situaes, volta-se a sucesso legtima que posse ser necessria ou supletiva (faltou a sucesso testamentria).Art. 1788, CC Morreu sem testamento a sucesso legtima (da lei). Se o testamento no abrangeu todo o patrimnio a sucesso tambm legtima. Tambm sucesso legtima todas as vezes que o testamento caducar ou for declarado nulo.Art. 1787, CC muito importante verificar a lei que estava em vigor na data da abertura da sucesso.Art. 1799, CC I no concebidas podem ser sucessoras desde que indicadas na sucesso testamentria. um pouco inconveniente porque a pessoa ainda no estaria presente no momento da partilha. Art. 1800, parag. 4, CC H um prazo de espera de 2 anos a contar da abertura da sucesso para que o herdeiro esperado seja concebido. Se no for concebido ou vai para os herdeiros necessrios ou verifica-se uma substituio testamentria (o testador pode estipular que caso em dois anos no seja concebido ir para um substituto).Controvrsia: Poderia o legislador aumentar este prazo? Alguns entendem que uma norma cogente (no podendo aumentar o prazo) e outros entendem que esta uma norma dispositiva e o testador pode estabelecer de forma diferente. Mesmo assim uma exceo ao art. 1798, CC.Aula 09/03O que acontece com o patrimnio enquanto se espera o nascimento da pessoa indicada pelo testado? Art. 1800, caput, CC Os bens sero confiados administrao de um curador que vai to somente administrar o patrimnio porque estamos aguardando a chegada ou no da prole eventual.Parag. 1, art. 1800 quem pode ser nomeado curador. O testador pode indicar aquele que vai ser o testador no caso do nascimento da prole eventual. Se o testador no disser nada ser o genitor ou genitora daquele filho que esta esperando.O curador vai ter poder to somente de administrao do patrimnio, no poder dispor do patrimnio (art. 1800, parag. 2, CC).Art. 1800, parag. 3, CC Uma vez nascendo com vida o herdeiro ele vai recolher os bens co todos os frutos e rendimentos que foram aferidos desde a morte do testador. Se o herdeiro no nascer com vida, o patrimnio volta para os herdeiros legtimos.E se nascerem gmeos? E se adotar?Fideicomisso.O fideicomitente (testador) fez um testamento em 1975 deixando a herana para o seu neto (fiducirio) e caso este morresse a herana iria para o filho legtimo (fideicomissrio).Art. 1799, I, CC: O legislador desde sempre admitiu a disposio testamentria em favor da prole eventual. Existe um prazo para que essa prole eventual venha a existir e recolher o patrimnio 2 anos.- Quem que fica com o patrimnio da disposio testamentria enquanto espera-se a concepo do nascimento da prole eventual? O que acontece com esse patrimnio?Art. 1800, caput, CC: Esse patrimnio vai ser confiado administrao de um curador. - Quem so as pessoas que podem figurar como curador? O testador pode indicar quem ser o curador at o nascimento da prole eventual. Se o testador nada tiver dito, ser curador a pessoa cujo filho o testador esperava ter como herdeiro ou a possibilidade do Art. 1775, CC.- O que esse curador pode fazer? Ele ter poder de administrao, nenhum poder de disposio, porque se est aguardando o nascimento daquela pessoa com vida. Art. 1800, 2, CC Art. 1800, 3, CC. O curador tem o poder de administrao, tem que recolher os frutos, tem que prover toda a gesto do patrimnio, porque uma vez nascido com vida, todos os frutos desde a morte do testador iro para o herdeiro que agora existe. Se o herdeiro no nascer e no tiver sido nomeado um substituto, o patrimnio volta para os herdeiros legtimos.Caso 1: Art. 227, 6, CF Veda qualquer tipo de discriminao em relao aos filhos.Fideicom instituito que pressupoe uma substituicao testamentria. Otestador (fideicomitente) deixa seus bens para uma pessoa chamada fiducirio e determina que em determinado evento esse fiducirio passe os bens para outra pessoa chamada fideicomissrio.Uma pessoa em 1975 fez um testamento e disse: deixo minha disponvel para o meu neto, e quando ele falecer dever passar para os filhos legtimos do meu neto. O neto era casado, tinha um filho, mas estava separado de fato da mulher e j estava vivendo com outra companheira, a qual estava grvida. O testador (fideicomitente) morreu em 1976, tendo o patrimnio transmitido para o neto (fiducirio). O neto teve mais um filho com a companheira. O neto acabou morrendo em 2003. Neste momento veio uma disputa em relao a herana entre os filhos desse neto, querendo a destinao do patrimnio do testador. O Filho 1 diz que os outros no tem direito a receber o patrimnio porque no seriam filhos legtimos. O filho 2 e 3 diz que essa expresso filho legtimo significa filho genuno, verdadeiro, autntico, e que no eram s aqueles advindos do casamento (j que a famlia na poca s era possvel atravs do casamento).Um ministro disse que essa discusso no importaria mais, porque a nossa CF (Art. 227) vedou qualquer tipo de discriminao em relao a origem dos filhos e, portanto, caberia a sucesso a todos os 3 filhos. Venceu a tese de que os 3 deviam receber.No campo do testamento, da autonomia privada, pode-se criar algum tipo de vedao ao testador em relao a seus sucessores? Hiptese na qual o testador fizesse uma discriminao dos filhos quanto a origem? Enunciado 268 da Terceira Jornada de Direito Civil - Ficou determinado que, nos termos do inciso I do Art. 1799, CC, pode o testador beneficiar filhos de determinada origem, no devendo ser interpretada extensivamente a clusula testamentria respectiva. Ou seja, foi admitido que o testador faa estabelecimentos especficos quanto a origem dos filhos. Nessa discusso prevaleceu a autonomia privada testamentria. De outro lado, ele poderia estipular medidas discriminatrias entre filhos? Razo esta vedada na Constituio. Grande discusso!Caso 2:Dona do colgio fez um testamento, deixou todas as cotas da sociedade (colgio) pulverizadas. Na ltima disposio testamentria disse: respeitando o calendrio escolar determino que seja fechada a escola e suas atividades. O colgio foi fechado.Aula 15/03Vocao hereditria:Art. 1799, CC II Tambm podem ser chamadas no testamento as pessoas jurdicas. A partir do registro aquela pessoa pode receber patrimnio por testamento.A questo so as sociedades de fato ou sociedades irregulares (vo operando e realizando negcios sem que tenha alcanado registro competente). Alguns autores defendem que no pode receber por testamento porque no tem registro, mas a tendncia da doutrina e jurisprudncia admitir que estas sociedades venham a ser chamadas na sucesso fazendo uma analogia com o nascituro. Portanto, admito que estas sociedades possam vir a suceder condicionando a sucesso sua regular constituio, porm quanto tempo esperar por esta regularizao da constituio? No temos uma previso especfica na nossa lei, ento alguns autores defendem que o juiz deve estabelecer um prazo ou sero titulares deste direito os scios que efetivamente administram a sociedade. Art. 1902, CC No exige a regular constituio da pessoa jurdica. Ento, quando o testador tiver por objetivo fazer uma disposio testamentria benevolente, no se exigiria a regulao da pessoa jurdica tendo em vista a disposio benevolente.Art. 1799, CC III Fundao uma pessoa jurdica de direito privado constituda por uma pessoa atravs de um ato formal (escritura pblica ou testamento). A fundao uma situao na qual o instituidor separa um patrimnio seu e d a ele uma destinao especfica. E este patrimnio vai ser destacado para ser uma fundao sem fins lucrativos e possuir vida prpria. As fundaes so sempre fiscalizadas pelo MP, porque um patrimnio que vai ter uma auto-gesto. Fundao pode ser destinada ao ensino, sade, carncia e etc. Pode ser beneficiada por uma destinao testamentria na forma do inciso II (posso destinar a uma fundao que j existe) ou posso atravs do meu testamento instituir (criar) a fundao.O testamento um negcio jurdico no qual o autor da herana destina o seu patrimnio a quem lhe convm. Ento, basicamente um negcio jurdico de cunho patrimonial, mas pode ter outras disposies tambm. O legislador quer que o testador possa manifestar sua vontade sem interferncia, de maneira livre, sem intervenes.Art. 1801, CC Pessoas que no podem ser nomeadas herdeiras ou legatrias por causa da sua posio suspeita.Art. 1801, I - Quando a pessoa no pode escrever e pede para que uma pessoa escreva e esta beneficiria do testamento.II As testemunhas do testamento tambm no podem ser beneficiadas.III Concubino do testador casado no pode ser nomeado beneficirio do testador, salvo se o testador casado, sem culpa sua, estiver separado de fato do cnjuge a mais de 5 anos. Porm, admitido que aquele separado de fato possa viver em unio estvel, independente do prazo de separao e neste caso, no se trata de concubino, mas de companheiro. Devemos ler o dispositivo com base na sua finalidade, que foi proibir que o casado que tem uma relao oculta beneficie o amante, mas o companheiro mesmo de algum que est casado ainda no papel est livre para suceder.Outro Problema a discusso de culpa, pois existe uma tentativa de minimizar o elemento culpa na separao.IV Tabelio. Se o tabelio que vai lavrar o testamento o prprio beneficirio. Art. 1802, CC Pode deixar patrimnio para o pai da amante? Ou dizer que deve 1 milho de reais para a amante, porque comprou um bem e no pagou? Neste caso, o testador est simulando uma histria para violar o que a lei probe. Existem duas situaes: Simulao atravs de um contrato oneroso ou interposio de pessoa (laranja) so disposies nulas. Se for verdade que a concubina tenha uma dvida com o testador, ela pode habilitar seu crdito na sucesso e se no tiver documento, entra com uma ao.Pargrafo nico Presuno absoluta (iure et iure) de que so pessoas interpostas. Ex: Deixar para o pai da concubina. Art. 1803, CC E se o testador tem uma amante e tem um filho com a amante? Se ele quer deixar alm da legtima, uma parte da disponvel para o seu filho com a concubina? Smula verbete 447 do STF A presuno de interposio de pessoa no tinha lugar quando o beneficirio do testamento filho da concubina e do testador. Onde a sucesso tramitada? Onde abre a sucesso? Art. 1785, CC Local onde deve ser aberta a sucesso. A sucesso abre-se no ltimo domiclio do falecido. Ex: Se a pessoa morou em vrios domiclios, mas seu ltimo domiclio foi no RJ, abre-se a sucesso no RJ, mesmo que todos os seus bens e sua famlia estejam em Manaus. Se a pessoa morava em um lugar onde tem frum regional, a competncia ser do frum regional. No caso da pessoa ter mais de um domiclio o juiz que tiver despachado em primeiro lugar ser prevento para processar a sucesso.Se a pessoa tem bens em vrios lugares do mundo, onde tiver patrimnio tenho um juzo sucessrio e pode ser que a regra seja diferente, porque o critrio pode ser do domiclio ou da nacionalidade, ento posso ter pluralidade de sucesses. Os bens situados no exterior no so computados na legtima, mas a jurisprudncia vai temperando estas questes.Art. 96, CPC No importa onde ocorreu o falecimento, o que importa pra definir a competncia dos processos de inventrio o domiclio. Tendo mais de um domiclio, h um critrio de preveno do juiz que despachou o inventrio em primeiro lugar. Pargrafo nico do art. 96, CPC A pessoa que no tem domiclio certo e tinha bens espalhados em vrios lugares, far o inventrio onde ocorreu o bito. Mas um artigo muito criticado, porque a pessoa pode ter bens em todo o Brasil, mas ter morrido no exterior ou ter bens no RJ/SP e morreu no Acre. Por isso, podemos defender que a competncia territorial sempre uma competncia relativa que pode ser prorrogada (a competncia em razo da matria absoluta, no posso querer julgar uma causa cvel na vara penal), este um argumento relevante para que possamos resolver este problema de lacuna da lei, porque as vezes o lugar onde aconteceu o bito pode no ter nada a ver. O mais conveniente seria que o inventrio fosse aberto onde esto os bens.O testador pode dispor sobre onde quer que seja feito o inventrio, caso ele no tenha domiclio certo, mas deve ser feito para facilitar e no como um egosmo, pra provocar os herdeiros.Aula 16/03Art. 1791, CC A herana um todo unitrio. uma coisa coletiva tratada de forma unitria. um conjunto e bens heterogneos que sero submetidos mesma disciplina.Princpio da unidade: No importa a natureza dos bens transmitidos, nem a qualidade dos sucessores, todo esse patrimnio ser submetido a uma disciplina nica.Crtica: Leva a um extremo da neutralidade, sem que possa de alguma maneira respeitar certos vnculos dos herdeiros com os bens ou a natureza dos bens transmitidos.Excepciona o princpio da unidade da sucesso: Art. 1790, CC O legislador diz que o companheiro s sucede nos bens adquiridos a ttulo oneroso e na vigncia da unio estvel. Previu uma sucesso especfica.A regra geral que a herana um todo unitrio, indivisvel e desta maneira dividida para os herdeiros que sero tratados como condminos.Se tiver uma pessoa que faleceu e deixou trs filhos e dentro do monte a pessoa que morreu deixou 3 apartamentos (todos do mesmo valor), isto vai ser tratado como um todo unitrio. Na partilha, pode haver doao entre os herdeiros, pode tambm haver uma transao (fica tudo para um herdeiro que paga o preo aos outros). Imposto de transmisso causa mortis (de competncia do Estado): Morreu, nasce o fato gerador de pagamento do imposto. Pode ser que no caso dos trs apartamentos tenha mais de um imposto.Art. 1793, caput do CC - Cesso de direitos hereditrios Pode ser objeto de um inventrio. Admite que um dos herdeiros ceda seu direito hereditrio de forma onerosa ou gratuita. Trata-se de um negcio jurdico formal.Art. 80, II, CC Categoria dos bens imveis. Direito a sucesso aberta, u seja, enquanto no tiver sido ultimada a partilha, a herana um todo unitrio, indivisvel tratado como se fosse um imvel, ainda que dentro da herana existam bens mveis (ex: dentro da casa h jias, carro e etc.).Art. 1647, CC Se uma pessoa casada por comunho de bens e quer fazer uma cesso de direitos hereditrios, ela vai ter que ter escritura pblica e a outorga do marido.O herdeiro pode ceder o seu quinho de forma gratuita ou onerosa.Art. 1794, CC A preferncia inerente a cesso de direitos hereditrios onerosos, se for gratuita no preciso, nem posso dar preferncia. Se no der a preferncia (art. 1795, parag. nico).Art. 1793, Parag. 2 e 3 - Quem compra um quinho de direito hereditrio est fazendo um contrato aleatrio, pois no h certeza do que caber a sua parte quando houver a partilha.Como se compra imvel no inventrio: Uma maneira pela cesso de direitos hereditrios Todos os herdeiros faziam uma cesso para uma pessoa qualquer, que pagava o dinheiro e entrava na partilha para receber o bem que comprou. Agora, pelo parag. 3, ineficaz ser isto sem prvia autorizao do juiz, ou seja, esta prtica est vedada, todos os herdeiros precisam falar com o juiz e este tem que autorizar a cesso. Uma sada pedir para o juiz para vender um imvel, com todos concordando, com o esplio do A sendo vendido pelo inventariante, que a o apartamento vendido, por exemplo, trocado pelo dinheiro e este depositado, mas este dinheiro tambm ter que esperar a partilha para ser usado.Art. 1792, CC A herana sempre aceita em benefcio de inventrio, ento o patrimnio pessoal do herdeiro no responde pelas dvidas do falecido. O fato de aceitar a herana no significa dizer que terei que pagar com o meu patrimnio pessoal as dvidas do falecido, as dvidas sero pagar com o patrimnio que o falecido deixou em herana.*Inventrio negativo um inventrio s para o juiz ver e ficar registrado que a pessoa morreu sem bens.Prazo para abrir o processo de inventrio Se no abrir no prazo da lei paga-se uma multa sobre o imposto de transmisso (10% sobre o imposto). Art. 1796, CC O prazo deste artigo foi alterado pelo prazo previsto no CPC. Com a alterao do CPC com a lei que previu o inventrio por escritura pblica, ento agora o prazo de 60 dias a contar da data do bito para abrir o processo de inventrio.No direito das sucesses o grau mais prximo exclui o mais remoto, salvo o direito de representao (quando um conjunto de pessoas se coloca no lugar de outra). Estirpe conjunto de pessoas que se colocam no lugar de outra.A representao acontece quando E e F (netos do filho B falecido) representam B (no herdei de A porque ele j morreu) na sucesso de A (pai morreu). Os dois irmo de B recebem por direito prprio e o E e o F recebem por direito de representao. Neste caso, E e F recebem 1/3 (juntos) assim como os outros dois filhos de A (C e D recebero 1/3 cada).Na classe legtima os herdeiros podem ser chamados a receber por direito prprio ou direito de representao.Se A tinha trs filhos (B, C e D) e todos os filhos morreram sendo que B tinha dois filhos, C tinha um filho e D tinha 4 filhos. Neste caso no haver representao, porque no h pessoas em graus diferentes, todos os netos esto em mesmo graus, ento todos recebem a herana por direito prprio e recebem a herana por cabea. Se so 7 pessoas, ser 1/7 para cada neto.Sucesso por transmisso: A morreu transmitiu pro filho B e este morreu e transmite para C e D que so filhos de B. Estes recebem o patrimnio do A, mas vem da herana de B. Neste caso, a ps morte.Distino entre herdeiro e legatrio: Herdeiro aquele que sucede a titulo universal, ou seja, o herdeiro recebe ou a herana toda ou uma quota parte da herana. O legatrio recebe um bem especfico da herana especialmente destacado para cumprir o legado (ex: Deixo meu apartamento na Barra), o testador especifica o bem que especialmente destacado para cumprir o legado. Os legatrios sucedem a titulo particular ou singular, como se ele fosse um credor da herana. muito mais comum termos testamentrios na sucesso testamentria do que na legtima. (Se o testador disser deixo minha disponvel para Joaquim, Joaquim herdeiro, porque a disponvel a herana).Art. 1831, CC Est previsto um legado ex legis que um direito real de habitao que pro cnjuge sobrevivente morar no imvel da famlia, desde que seja o nico bem do monte.Aula 22/03Aula passada: Herdeiros sucedem a ttulo universal (uma quota parte do patrimnio ou este como um todo) e o legatrio o que sucede a titulo particular, sucedendo um bem especfico destinado a cumprir aquele legado. Herdeiros so considerados os continuadores da pessoa do falecido e os legatrios so considerados credores da herana.Art. 1829, CC - Herdeiro legtimo elegidos pela lei como herdeiros necessrios, no pelo testamento.Herdeiros necessrios no podem ser afastados da sucesso por vontade do de cujus: Descendentes, ascendentes, cnjuges e uma controvrsia quanto aos companheiros.Herdeiros facultativos Para ser herdeiro depende da vontade do autor da herana, do testamento. Podem ser afastados da sucesso bastando que o testador disponha de todo o patrimnio sem os contemplar. Ex: Irmo, tios, tio-av e etc. Se sobrar alguma coisa no testamento que no foi disposta pelo de cujus, a sim chama os herdeiros legtimos facultativos.Legtima ou reserva dos herdeiros necessrio 50% do patrimnio indisponveis. Os herdeiros necessrios tambm podem ser chamados de herdeiros reservatrios. Art. 1845, CC Herdeiros necessrios, porque a eles garantida a legtima ou a reserva que fixada em 50% dos bens do autor da herana.Art. 1846, CC Legtima pertence aos herdeiros necessrios.Art. 1850, CC Para excluir os herdeiros colaterais, basta que o legislador no os contemple na herana. A sucesso vai acontece ou porque a lei estabeleceu os herdeiros ou porque o testador diz quem so os herdeiros. Se o testador avanar na legtima dos herdeiros necessrios, o testamento ser reduzido.Se s tiver herdeiro colateral (facultativo) o de cujus pode dispor no testamento sobre seus bens e no deixar nada para eles. Os herdeiros colaterais s sero chamados a sucesso se o de cujus no dispuser sobre certos bens que sobraram.Na sucesso testamentria no h representao como na sucesso legtima.Deserdao para herdeiro necessrio, no se deserda irmo.Se voc quer deixar um bem para uma pessoa e tem medo dela morrer antes de voc, pode nomear at 6 substitutos.Sempre que faltar a sucesso testamentria, porque o testamento nulo ou caduco, volta para os legtimos.Uma pessoa pode ser herdeira e legatria ao mesmo tempo. Porque pode ser herdeiro legtimo e o testador ter deixado um bem especfico que ele deixou a mais para aquele herdeiro necessrio.Aceitao e renncia da herana:Art. 1784, CC Aberta a sucesso transmite-se a herana, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios. A herana aberta com a morte. A ideia da transmisso imediata para que o patrimnio hereditrio no fique acfalo, no haja uma descontinuidade no patrimnio hereditrio, por isso, morreu, logo transmite.Droit de saisine: Princpio da transmisso imediata dos herdeiros legtimos necessrios. Prev uma transmisso imediata da herana para os herdeiros legtimos e testamentrios. A maior importncia do droit de saisine est na questo da posse.Art. 1923, CC Desde a abertura da sucesso (morte) pertence ao legatrio a coisa certa que lhe foi destinada. Mas e a posse? Parag. 1 do art. 1923, CC O legatrio no tem a posse e esta a questo do droit de saisine, visto que a importncia dele porque no se transmite s a propriedade, mas tambm a transmisso da posse para os herdeiros legtimos e testamentrios. Ento, os herdeiros tm a posse dos bens da herana imediatamente cm a abertura da sucesso. A posse poder ser direta ou indireta, ento, pode ser que eles no tenham a posse direta, mas mesmo assim podem defender os bens da herana pelas medidas possessrias, pois mesmo os que tem posse indireta podem fazer isto. Ento, os herdeiros so aqueles que vo defender a posse dos bens at que a partilha seja feita. O legatrio s receber a posse na partilha que quando se ter certeza daquele legado.Ento, quem tem legitimidade para entrar com medida possessria no o legatrio (que no tem posse, mas foi deixado a ele um bem como legado), mas os herdeiros que tem posse do patrimnio at que a partilha seja ultimada, mesmo que este patrimnio depois da partilha fique para o legatrio.Herdeiro testamentrio Deixo para Joana do meu patrimnio.Herdeiro legatrio Deixo para Joana meu apartamento na Barra da Tijuca.Dentro da disponvel pago primeiro o legatrio e depois os herdeiros testamentrios, porque os legatrios so considerados credores da herana.Desde a abertura da sucesso, pertence ao legatrio a propriedade e os frutos. Ento, aps a partilha o inventariante (que administra o patrimnio) tem que dar a posse e os aluguis do apartamento, por exemplo.Quem mora em algum bem que seja objeto de herana tem pagar a herana, mesmo que seja herdeiro necessrio. Depois o que sobrar divide tudo igualmente. At a partilha os frutos dos bens em conjunto so em proporo dos quinhes. EX: Pai quis que uma loja alugada para o Ita composse a legtima de uma das filhas. A filha pode receber os aluguis desde j, mas at que a partilha seja feita, os outros irmos podem querer compensar os frutos, ou seja, os aluguis recebidos neste perodo de tempo pela filha. Se a filha fosse legatria, os frutos seriam s da filha.Se o bem do esplio, deve remunerar este esplio.Herdeiros testamentrios tambm recebem a posse e a propriedade desde logo, mesmo que seja indireta.A quota do herdeiro testamentrio pode ser reduzida, porque a herana pode ser reduzida ao longo da partilha.Aula 29/03Aceitao e renncia da herana:Fase da delao da herana: Uma vez aberta a sucesso transmite-se imediatamente os bens aos sucessores, iniciando a fase da delao da herana que tem como finalidade convocar os herdeiros a dizer se aceitam ou renunciam a herana.Se a transmisso acontece imediatamente com a morte, a aceitao da herana uma confirmao da transferncia da propriedade. Se o herdeiro pode aceitar, tambm pode repudiar a herana atravs do ato de renncia - Art. 1804, caput e parag. nico.Aceitao da herana pelo herdeiro (Art. 1805, caput e parag. 1, CC):

Aceitao no um ato formal, pois pode ser tcita ou expressa. Se a aceitao for expressa deve se dar por escrito, j a aceitao tcita decorre dos atos prprios da qualidade de herdeiro(parag. nico o ato do herdeiro que organiza o funeral ou pratica atos de conservao dos bens do de cujus).A transmisso de propriedade fato gerador de imposto (imposto de transmisso de propriedade causa mortis). Depois da aceitao, se o herdeiro quiser mudar de idia e resolver renunciar ou ceder para algum, haver o pagamento de outro imposto. Uma vez aceitado, se o herdeiro quiser renunciar, ser uma cesso de direito e no uma renuncia propriamente dita.Art. 1806, CC Diferena da aceitao para a renncia. A renncia um ato formalssimo, pois fao por escritura pblica ou termo judicial nos autos (herdeiro faz uma petio ao juiz dizendo que renuncia a herana e pede que a renncia seja tomada por termo. O juiz ao receber a petio vai dizer que seja tomada por termo a renncia o cartrio vai digitar o termo de renncia e aps o renunciante vai ao cartrio para assinar o termo de renuncia).No pode renunciar enquanto a pessoa esteja viva.Se o herdeiro renunciante casado em regime diferente da separao total de bens (comunho, por exemplo) tambm precisa da outorga conjugal, salvo se o regime. Ento, nos regimes de comunho exige-se a outorga.Quanto tempo o herdeiro tem para dizer se aceita ou renuncia?Os herdeiros que so citados por oficial de justia para entrar no inventrio so aqueles que residem na comarca onde se realiza o inventrio, os que moram fora da comarca so citados por edital. Entende-se que os herdeiros tambm tm a obrigao de perseguir seus interesses, eles devem praticar atos para resolver a situao que a partilha.Art. 1807, CC A pessoa interessada em saber se o herdeiro vai ou no aceitar a herana pode pedir ao juiz que pea para a pessoa se manifestar em um prazo que no vai passar de 30 dias (podendo ser menor), o juiz vai enviar um mandado para a pessoa se manifestar e se a pessoa no fizer nada vai ser presumida como aceita a herana. Enquanto a pessoa no aparecer, o juiz vai nomear um curador para representar este herdeiro na partilha.A regra geral que os atos de aceitao e renncia no podem ser feitos parcialmente Art. 1808, CC. (Condio evento futuro e incerto. Termo evento futuro e certo).Excees:- Art. 1808, parag. 1, CC Se o herdeiro tambm for legatrio, ele pode aceitar um e renunciar outro.- Art. 1808, parag. 2, CC O herdeiro que tem mais de um quinho sob ttulos sucessrios diversos (ou herdeiro legal ou testamentrio, no tem outro ttulo que a pessoa possa ser herdeiro). O legislador imaginou algum que herdeiro testamentrio e tambm herdeiro legal, pode renuncia um e aceitar outro.Ex: Herdeiro falece antes de dizer se aceita ou no a herana. Art. 1809, CC Regulamenta esta situao, o legislador diz que o poder de aceitar ou repudiar transmite-se aos seus herdeiros.Art. 1810 e 1811 CC O que acontece se um herdeiro renunciar? A renncia pressupe a volta do quinho do renunciante para o monte de forma que o renunciante seja tratado como se ele no existisse naquela sucesso. A parte do herdeiro renunciante acresce aos demais herdeiros da mesma parte, no sendo possvel que haja representao de herdeiro renunciante. Ento se o pai de dois filhos morre e este filho tem dois filhos (no caso netos do de cujus) e o filho renunciar; o seu quinho passa para seu irmo e os netos no podero representar. Se o filho quisesse passar seu quinho aos seus filhos (netos do de cujus) ele deveria aceitar e fazer uma cesso de direitos e incidiria outro imposto.Se os dois irmo renunciam e o irmo A tem dois filhos e o irmo B tem apenas 1 filho, a herana vai ser 1/3 para cada filho (neto do de cujus). Mas se eles aceitam e depois cedem, o filho do B ficaria com que a parcela da herana que o pai dele ganhou pela morte de seu av.Renncia abdicativa a renncia propriamente dita (renncia em favor do monte, pois voltou para o monte).Renncia translativa Quando voc renuncia em favor de algum, mas na verdade no est renunciando e sim cedendo direitos hereditrios.Ex: Se A (pai) morre e deixa 600 reais para os seus herdeiros: Filhos A,B e C (cada um ganha 200 reais). B deve 100 reais ao Joca, B insolvente, mas renuncia a herana do pai. Art. 1813, CC O herdeiro no pode renunciar fraudando e prejudicando seus credores. Este artigo prev o que a doutrina chama de aceitao indireta, porque o credor aceita a herana em nome do herdeiro. Joca aceita a herana em nome do B, mesmo no sendo herdeiro de A. Ento, Joca pode entrar no processo de inventrio pedindo para que aceite a herana de B, mas para isto deve mostrar o ttulo do crdito. Joca tem direito a receber 100, o que sobr (os outros 100) volta para os outros co herdeiros (B e C) na forma da renncia, sob pena de enriquecimento sem causa do Joca (parag. 2, art. 1813, CC).Tenho um prazo de 30 dias seguintes do conhecimento do fato (renncia - tenho que provar) para entrar no processo de inventrio e solicitar ao juiz a aceitao indireta, se perder o prazo entra com a ao pauliana no prazo de 4 anos a contar do ato.Indignidade uma pena civil que importa na excluso do sucessor da sucesso. A indignidade alcana todos os sucessores ou que tenham algum direito sobre a herana. A indignidade uma pena civil para quando os herdeiros praticam atos que o legislador considerou indigno para a pessoa suceder. Por isso tem o captulo dos excludos da sucesso.Em linhas gerais os atos de indignidade so aqueles que atentam contra a vida, honra e liberdade de testar do testador.Indignidade (serve para qualquer sucessor se praticar um ato indigno que esta previsto no art. 1814 e que em linhas gerais so atos contra a vida, honra e liberdade de testar contra o autor da herana) Deserdao (s cabvel para herdeiro necessrio e pressupe uma manifestao de vontade do testador para deserdar o herdeiro).Aula 22/03 Professora faltou, no teve aula.Aula 30/03Indignidade:Art. 1814, I, CC Atentar contra a vida do autor da herana, cnjuge, companheiro, descendente ou ascendente do autor da herana.Art. 935, CC - No precisa necessariamente existir uma condenao do juzo penal para que haja uma excluso por indignidade. Mas se houver uma condenao no juzo penal, esta situao ser levada ao juzo cvel, mas no necessrio. Pode ser que a condenao penal no exista porque prescreveu ou ocorreu o indulto e isto no significa que no ter uma condenao no cvel. Se a justia penal disser que isto (tentativa de homicdio, por exemplo) no aconteceu ou ficar decidido que no foi ele o autor do fato, no vai haver a possibilidade de excluso por indignidade, mas se for por prescrio, indulto ou ausncia de provas, por exemplo, no vincula a justia civil, que poder discutir a possibilidade da indignidade. O que importa para o juzo cvel a comprovao do acontecimento do fato.O comum que o processo cvel de indignidade cvel fique suspenso at que a deciso seja resolvida na justia criminal, mas a condenao no juzo criminal no condio para a indignidade.Art. 1814, II, CC Denunciao caluniosa (art. 339, CP comete este crime quem d causa a instaurao de um inqurito policial quando na verdade o crime no aconteceu) e crimes contra honra (injria, difamao e calnia). Alguns autores defendem que s est incurso em um crime (como diz o artigo: incorrer em crime contra a sua honra) aquele que est condenado no mbito do juzo penal.O inciso II da lei no estendeu ao cnjuge, companheiro, ascendente e descendente. Poderamos interpretar extensivamente? Estamos diante de uma norma restritiva de direitos, uma norma que impe uma pena, por isso no se admite uma interpretao ampliativa.Os pais podem deserdar o filho por desamparo, assim como o filho pode deserdar os pais tambm por desamparo. Houve um caso em que o velhinho faleceu por fora de uma negligencia da companheira que no cuidou do velhinho e a herana iria toda para companheira, pois ela vinha primeiro que os irmos na vocao hereditria. Os irmos entraram com ao de indignidade para excluir a companheira, argumentando que ao negligenciar o cuidado com o velhinho ela assumiu o risco, agindo em dolo eventual do crime de homicdio e, portanto estava includa na indignidade (art. 1814, I). Neste caso, o Tribunal decidiu pela excluso da companheira pela indignidade. A hiptese estaria encaixada no caso de deserdao, mas o velhinho no tinha deixado testamento e apostaram na tese da indignidade. Ento, foi feita uma analogia e o acrdo fez um link com a deserdao, mas optou pela indignidade.H um projeto de lei para incluir o desamparo a pessoa como hiptese de excluso por indignidade.Art. 1814, III, CC Atentado contra a liberdade testamentria da pessoa. Ex: Rasgou o testamento particular que a pessoa fez; ou chama um falso tabelio; oculta o testamento e etc. um dispositivo aberto. No necessariamente a conduta da pessoa criminosa ou no, importa que ela tenha atentado contra a liberdade testamentria da pessoa. Deve ser uma violncia ou meio fraudulento, a insistncia (deixa aquele carro para mim) deve ser por um meio violento ou fraudulento ou no vai encaixar na hiptese.Como esta pena estabelecida? Art. 1815, caput, CC Atravs de uma ao judicial, no basta s a prtica do ato, necessrio que seja ajuizada uma ao prpria de excluso por indignidade. um processo autnomo ao processo de inventrio. S tem indignidade se o juiz declarar por sentena a excluso do herdeiro, ento vai ter contraditrio, ampla defesa e etc. Mesmo que haja uma condenao cabal no juzo penal, o legislador manda que haja uma ao prpria (h um projeto de lei para tentar afastar a ao autnoma se j tiver uma condenao cabal no juzo penal).Se a pessoa j foi condenada no juzo penal, qual defesa ele pode ter na justia cvel? Uma das defesas o prazo, porque este pode decair, pode se esgotar. Art. 1815, parag. nico, CC Prazo de 4 anos. O juiz no pode excluir de ofcio a pessoa da herana, se a pessoa que tem legitimidade para entrar com a ao no o fizer, a ao estar prescrita.SE A MULHER TENTOU MATAR O MARIDO, ELE NO MORREU, TRES ANOS DEPOS ELE MORRE POR UMA CAUSA ALHEIA. OUTRO HERDEIRO PODE ENTRAR COM AO DE INDIGNIDADE?Legitimidade para entrar com ao de indignidade:Art. 1816, CC Os efeitos da indignidade so pessoais e os descendentes do herdeiro indigno sucedem por representao, tal como se o herdeiro indigno tivesse falecido.Ex: A morreu e B (filho) cometeu um ato de indignidade. C e D (irmos do indigno). E e F so filhos do herdeiro indigno e netos de A. Quem fica com a herana quem tem legitimidade para entrar com a ao de excluso por indignidade, porque uma pretenso patrimonial. Neste caso, teria legitimidade para entrar com ao aquele que vai ficar com a herana do indigno, ou seja, E e F (filhos do indigno). Se o B no tivesse mais herdeiros, quem teria legitimidade para entrar com a ao seria C e D.*Alguns autores sustentam que a pretenso to patrimonial que a ao divisvel. Ex: Se A deixou 300, caberia 100 cada filho (B, C e D). Ento, no caso em que B (indigno) no tem mais herdeiros e s o irmo C entra com a ao de indignidade recebendo 50 a mais de B. Os outros 50 reais que seriam de D caso ele entrasse com a ao de indignidade ficariam com B, mesmo sendo indigno.Como est questo ficou confusa surgiu um Enunciado 116 da primeira jornada de direito civil que defendeu a possibilidade do MP ajuizar a ao de indignidade toda vez que estiver presente o interesse pblico. Continua sendo uma questo ampla (interesse pblico), pois o MP e o juiz que vai decidir se de interesse pblico, ser examinado caso a caso. Mas quem fica com a herana no o MP, mas os outros herdeiros receberiam uma coisa que no querem. Poderia ter renncia? No pode haver renncia parcial, e o irmo que no quis entrar com ao de indignidade teria que renunciar tudo (150-100 dele mesmo + 50 da parcela da herana do indigno). OBS: PODE SER UM TPICO DE MONOGRAFIA (CALOS MAXIMILIANO).S pode entrar com ao de indignidade quem tem interesse por causa do aumento de seu quinho e somente se o herdeiro indigno no possuir seus prprios herdeiros, descendentes, por exemplo.No 1 caso, em que o B (indigno) tem filhos (E e F) e estes so menores e o patrimnio dos filhos ficam submetidos a administrao dos pais que podem usar e fruir dos bens dos filhos menores sem prestar contas de nada. Se a me de E e F entrou com a ao de indignidade contra B, porque responsvel pelos filhos menores que so interessados na ao de indignidade. Mas o usufruto dos pais e conjuntos. -> Art. 1816, parag. nico, CC - Sendo menores os descendentes, o excludo por indignidade no poder ter usufruto, administrao ou ser sucessor dos bens que o filho herdou pela indignidade do pai.At que o herdeiro seja declarado indigno, ele tem uma aparncia de herdeiro, ento ele ainda pode praticar atos que envolvam terceiros (ex: contrato de locao), pois ele tem uma aparncia de herdeiro -> Art. 1817, CC Proteo dos terceiros de boa-f dos que tenham contratado ou negociado com o herdeiros que no final das contas foi excludo da sucesso, tendo o herdeiro indigno que devolver os usufrutos que tenham recebido durante aposse daquela herana, mas garantido-lhe receber o que possa ter gastado com manuteno ou conservao dos bens da herana.O indigno pode ser perdoado (se o ato de indignidade no gerou a morte da pessoa) pelo autor da herana. O perdo dado atravs de testamento ou qualquer outro ato autntico (escritura pblica). No basta fazer as pazes, necessrio que o perdo conste de forma expressa ou tcita (Art. 1818, parag. nico, CC - Ex: pai sofreu o atentado e mesmo depois de ter sofrido o atentado faz um testamento e deixa para o filho um bem. O indigno vai perder toda a herana que viria receber, mas receber aquele bem, pois ele receber no limite da disposio testamentria).Se aps o perdo, h outro ato de indignidade.Quem entra com a ao de indignidade sempre aquele que vai se beneficiar com a excluso do herdeiro indigno.Aula 12/04Deserdao:Deserdao especfica dos herdeiros necessrios, pois estes no podem ser afastados da herana por vontade do testador.Os herdeiros necessrios podem praticar certos atos que levem a manifestao da vontade do autor da herana para retir-los da herana.Para que3 tenha deserdao necessrio que haja uma manifestao da vontade expressa do autor da herana, tem que estar no testamento a clusula testamentria determinando a excluso do herdeiro necessrio da sucesso por meio de deserdao.Causas da deserdao:Art. 1961, CC.Em todas as hipteses da indignidade (art. 1814, CC) o herdeiro tambm poder ser deserdado. Ex: Tentou matar o pai pode ensejar uma ao de indignidade ou uma clusula testamentria de deserdao.Se o autor vtima de uma tentativa de homicdio praticada pelo filho dele a nica opo que ele tem a deserdao, porque a indignidade uma ao que vai ser ajuizada aps a morte pelo interessado na indignidade. Ento, no h uma escolha, mesmo sendo as mesmas causas (indignidade e deserdao), no se faz uma opo, uma mesma causa que pode gerar uma coisa ou outra. Se o testador nada disser no testamento os irmos interessados vo poder entrar com uma ao de indignidade. Mas esta ao de indignidade pode ser trancada por outra clusula no testamento que o perdo, dado este os interessados no podem entrar com ao de indignidade.Alm das causas de indignidade h outras previstas nos artigos 1962 e 1963, CC. Os ascendentes podem deserdar os descendentes assim como os descendentes podem deserdar os ascendentes.Herdeiros necessrios Ascendentes, descendentes, cnjuges e h uma discusso sobre o companheiro.Se o cnjuge ou companheiro agride o outro no cabe deserdao, no posso estender o afastamento ao cnjuge, porque uma restrio de direitos. Muitos autores criticam a deserdao, pois acham que um bis in idem com a indignidade. Estes autores argumentam que a deserdao estimula a vingana, mas ela se mantm no cdigo.No adianta somente a clusula deserdatria, esta por si s no tem efeito automtico da deserdao, pois o testador pode inventar uma histria. Portanto, alm da clusula necessrio que seja ajuizado uma ao de deserdao, de excluso daquele herdeiro buscando provar que a causa da deserdao ocorreu (Art. 1965, CC). A ao de deserdao tem que ser ajuizada por aquele que se beneficia da deserdao provando que a causa deserdatria verdadeira e o prazo de 4 anos a contar da abertura do testamento (no abertura da sucesso, pois o testamento um processo a parte, antes de abrir a sucesso existe um processo de abertura, registro e cumprimento do testamento, este processo autnomo ao processo de sucesso. Ento, depois que o juiz abrir o testamento e verificar os requisitos, registrando e mandando cumprir que abre a sucesso).Art. 1964, CC No basta o testador dizer que quer deserdar o filho, mas tem que dizer o motivo da deserdao. Ento, atrelada a clusula deserdatria deve haver o motivo da deserdao que deve estar previsto na lei. O motivo pressupe a defesa do deserdado, pois para se defender ele deve saber do que est se defendendo.O testador no entra com a ao de deserdao, ele s faz a clusula testamentria. Somente quando abre o testamento que os beneficiados podem entrar com a ao. O testador pode direcionar no testamento onde esto as provas e se for um processo penal ele pode dar queixa na delegacia, entrar com um processo penal ou civil de indenizao, mas somente processos adjacentes a causa da deserdao (ao homicdio, roubo, agresso e etc.), mas no pode entrar com ao referente deserdao.Herana jacente: A herana jacente aquela cujos herdeiros ainda no so conhecidos. H uma investigao para saber quem so os sucessores e a herana jacente uma fase transitria, pois a herana s vai ser jacente pelo perodo em que vou investigar e buscar saber quem so os herdeiros.Art. 1819, CC Faleceu uma pessoa que no deixou testamento nem herdeiro legtimo notoriamente conhecido. Os bens so arrecadados e so confiados a administrao e guarda de um curador at que se descubra um sucessor ou a herana ser declarada vacante (deferida ao Estado, herana que por se vaga do Estado).Quem vai entrar com processo de jacncia?Ex: Um locatrio do autor da herana pode entrar com esta ao. Um scio ou credor do falecido. Pessoas que tinham alguma relao com o autor da herana e aps instaurar o processo o juiz vai chamar o Procurador do Municpio, pois se a herana for vacante o municpio quem vai se beneficiar.O CPC autoriza at que o juiz de ofcio instaure um processo de jacncia (o que mais difcil). Se for descoberto um herdeiro legtimo converte em processo sucessrio, se no acha ningum converte a herana ao Estado (Art. 1844, CC).A investigao feita atravs da publicao de editais, atravs destes vai tentar buscar os sucessores (Art. 1820, CC). Primeiro arrecada os bens (listar os bens), nomeia curador para administrar e depois expede editais de convocao dos sucessores publicados 3 vezes com intervalos entre eles. Aps 1 anos da primeira publicao, se ningum aparecer a herana ser considerada vacante.A declarao de vacncia defere a herana para o Estado, mas trata-se de uma propriedade resolvel (Art. 1822, CC). A declarao de vacncia no prejudicar os herdeiros que legalmente se habilitaram, mas os colaterais no podem mais se manifestar aps a declarao de vacncia. Depois da sentena de declarao de vacncia, o filho, pai, me, cnjuge (herdeiros necessrios) podem buscar uma habilitao e tero que ajuizar uma ao de petio de herana, pois j vai ter havido uma sentena que declarou a herana vacante e a petio vai pedir que se desconstitua a sentena. Mas o artigo estabelece um prazo de 5 anos da abertura da sucesso para que a propriedade estatal no seja mais resolvel.No possvel usucapio de bens pblicos, mas e se a posse de usucapio ocorrer no perodo da jacncia? Se no final da jacncia o Estado for considerado o herdeiro retroagiria a sentena desde a abertura da sucesso, este seria um argumento do Estado. O STJ se manifestou no sentido de que se a posse se consuma no perodo da jacncia, o usucapio possvel, se a posse se consuma no perodo da vacncia o usucapio no possvel, ou seja o Estado no um herdeiro imediato.Aula 13/04Art. 1829 Ordem de vocao hereditria.Art. 1833, CC - A representao pressupe a pr morte de um dos descendentes. O legislador nos diz que os descendentes de grau mais prximo excluem os de grau mais remoto, salvo na representao.Art. 1835, CC - a sucesso por direito prprio ou por representao, a partilha que por cabea ou por estirpe.Estirpe um conjunto de pessoas que se coloca no lugar de outra. Ex: Av (A) morreu e tinha trs filhos (B, C e D), B morre e tem dois filhos (E e F) que entram na partilha por estirpe sucedem por representao a cada um deles cabe 1/6 da herana e aos filhos (C e D) recebem 1/3 cada por direito prprio (Obs.: C tem um filho que o W e D tem trs filhos que so T, I e J, por isso 1/6).Sucesso dos ascendentes:Art. 1836, CC - A morre sem deixar descendentes (se A tiver descendentes no cabe sucesso de ascendentes, esta excluda). Neste caso, vamos falar na hiptese de sucesso de ascendentes. A morre e tem seu pai Caio, me Bruna (ascendentes em 1 grau). Avs por parte de pai Marcos e Jlia e avs por parte de me Otvio e Maria (ascendentes em 2 grau).Parag. 1 do art. 1836, CC Sem distino de linha materna ou paterna. A partilha na classe dos ascendentes sempre feita por linhas (materna e paterna). Na classe dos ascendentes no existe direito de representao, a sucesso ocorre sempre por direito prprio (art. 1852, CC). O grau mais prximo sempre excluir o grau mais remoto no importando a linha.Parag. 2 - Caio e Bruna esto no mesmo grau (1) e em linhas distintas (paterna do Caio e materna da Bruna). Portanto, Bruna e Caio sucedem por direito prprio em 50%.Imaginemos que Caio tenha morrido em 2003 e A s veio a morrer em 2012. Portanto, Caio j era pr morto e neste caso, toda a herana vai ficar com Bruna (100%). Os avs no sucedem por representao e, portanto no recebem nada.Imaginemos que Caio morreu em 2003, Bruna morreu em 2004 e Maria (av por parte de me) morreu em 2007. Como h igualdade em graus (todos em 2 grau) e diversidade em linhas (Otvio na linha materna e Marcos e Jlia na linha paterna), Otvio receber da herana e Marcos e Jlia com cada um. Obs.: Um ascendente em primeiro grau nunca vai concorrer com um ascendente de segundo grau.Art. 1840, CC Na classe dos colaterais o grau mais prximo exclui os mais remotos salvo o direito de representao concedido aos filhos de irmos. C/c art. 1853, CC Linha transversal (colateral) somente se d o direito de representao em favor dos filhos de irmos. Os filhos dos filhos de irmo no podem suceder, pois s pode suceder por representao os filhos de irmo pr morto e somente estes.Dvidas at quinta 17h: [email protected] 26/03 Faltei.Aula 27/03 Faltei (Peguei com a Beta).Sucesso de ColateraisNa classe dos colaterais o grau mais prximo exclui o mais remoto, havendo representao somente para os filhos de irmos.Filho do mesmo pai e da mesma me Colateral germano ou bilateralFilho to somente do mesmo pai Colateral unilateralArt. 1841, CC: Os imos germanos recebem o dobro do que couber aos irmos unilaterais.Art. 1842, CC: Se no tiver irmo bilateral , os irmos unilaterais dividem em partes iguais.Art. 1843, CC: Quando os tios concorrem com os sobrinhos, o legislador d preferncia aos sobrinhos (filhos dos irmos). Se no tiver sobrinhos que os tios concorrem a sucesso.Art. 1843, 1, CC: A pessoa faleceu e deixou apenas sobrinhos, a herana ser divida por cabea, esto todos no mesmo grau.Art. 1843, 2, CC: Os sobrinhos filhos de irmos germanos recebem o dobro do que couber aos sobrinhos filhos de irmo unilaterais.Art. 1843, 3, CC: Se todos forem filhos de irmos bilaterais, ou todos forem filhos de irmos unilaterais, divide por cabea.** Dentro dos colaterais de 4 grau (primos, tios-avs) no h preferncia, divide por cabea. Sucesso do CnjugeCnjuge aquele que se casou, aquele que tem uma certido de casamento. Mas a pessoa pode ser separar de fato embora tenha uma certido de casamento, ento como fazer? Temos que verificar se este cnjuge est enquadrado no Art. 1830, CC, artigo que prev o requisito de legitimidade do cnjuge para suceder.- Somente reconhecido direito ao cnjuge se na poca da abertura da sucesso no estavam separados judicialmente.- A separao de fato ser suficiente para afastar o cnjuge da sucesso, desde que superior a 2 anos. Exceo: Separao de fato a mais de 2 anos pode herdar se provar que a convivncia se tornara insuportvel no por sua causa.- A sucesso do cnjuge conjugada com o regime de bens do casamento Lei 4121/62.Art. 1829, CC.Art. 1829, I, CC: nico momento que analiso o regime de bens do casamento, que quando o cnjuge est concorrendo com o descendente.- O cnjuge no concorre com os descendentes se for casado no regime da comunho universal, da separao obrigatria, comunho parcial sem bens particulares (bens doados, herana, bem anterior ao casamento, subrogados, etc.)- O cnjuge concorre com os descendentes se for casado no regime da comunho parcial com bens particulares, separao convencional, participao final nos aquestos e regimes mistos.O legislador penso que quando o cnjuge tem meao ele no precisa ter sucesso, porque a meao dele j o protege na esfera patrimonial. Se o cnjuge no tem meao, a ele tem que receber algo na herana.PEGAR FINAL COM A MICHE! (NO E-MAIL)Aula 03/05No concorre: Comunho universalComunho parcial sem bens particularesSeparao obrigatria de bensConcorre: Comunho parcial com bens particulares ( o legislador no deixou claro como o cnjuge sucede no caso da comunho parcial).Separao convencional: Se o legislador diz que o cnjuge herdeiro no regime da separao convencional no art. 1829, I ao se referir ao regime da separao obrigatria de bens, deveria ter dito separao de bens para que no seja violada a vontade do cnjuge eleita no regime de bens.Existem 3 posies no STJ afastando o cnjuge casado no regime da separao total convencional de bens afastado da sucesso, ou seja, no herdeiro com concorrncia com os descendentes. A justificativa que se os cnjuges elegeram a separao convencional no queria que os bens se comunicassem com o outro.A ministra Nancy Andrighi trouxe uma linha de pensamento de que o que os cnjuges escolheram no pacto, tem que ser espelhado na sucesso. Portanto, se o cnjuge escolheu a separao total convencional porque no queria que os bens se comunicassem. E na comunho parcial os cnjuges pretenderam compartilhar os bens comuns e os bens particulares ficassem s para si, ento na comunho parcial a sucesso deveria incidir sobre os bens comuns e no sobre os bens particulares, pois foi isso o escolhido pelos cnjuges (dividir os bens comuns e deixar os bens particulares para si prprio, no partilhando-os).O problema desta tese que o legislador no pode achar que o pacto nupcial espelhe a sucesso, pois o prprio legislador no artigo 426 diz que no pode ser objeto de pacto ante nupcial ou de qualquer contrato herana de pessoa viva. Por isso no se pode aceitar o argumento um querer de um pacto nupcial que no seja admitido pelo legislador.Outro problema a questo da ponderao do limite da vontade da pessoa, pois o legislador optou por trazer o cnjuge como herdeiro necessrio o protegendo. O legislador quis proteger o cnjuge, descendente e ascendente (a famlia nuclear).A questo no pacfica na doutrina ou na jurisprudncia sobre a interpretao do artigo 1829 do CC. Participao final dos aquestos:Regimes mistos:Art. 1832, CC.A e B se casaram e tiveram 2 filhos C e D. A morreu. Se casaram no regime da separao convencional de bens e o assunto no chegou no STJ, ento estamos olhando para a lei estrito sensu como ela . Hiptese do art. 1829, I do CC. Para saber se o cnjuge herda ou no tenho que saber se ele esta de acordo com o art. 1830 (estava casado). Segundo maior parte da doutrina o cnjuge herda (art. 1832, CC ). A quota do cnjuge tem que ser igual a quota dos descendentes que sucedem por direito prprio. Ou seja 1/3 para cada um. Mas o cnjuge no pode receber menos que a quarta parte da herana quando o cnjuge ascendente dos filhos do de cujus. Se ele ganhou 1/3 est timo, tudo certo.Vamos imaginar que o A e B tivessem 4 filhos. O cnjuge casado at o momento da morte, vivendo junto, o A morreu e o cnjuge casado no regime da separao total convencional sucessor (no estamos nos baseando na tese do STJ), caberia 1/5 a cada um. Mas o cnjuge no pode receber menos que a quarta parte da herana ento ter que dar para o cnjuge que o mnimo que ele pode receber e depois dividir o resto entre os outros herdeiros, ou seja, 3/16 para cada um dos quatro filhos.A era casado com B e teve dois filhos C e D. A se separou de B e casou com Eva e teve mais dois filhos F e G. Sero herdeiros do A: Eva, seu filho F, G, C e D. Eva ascendente de dois dos filhos com quem ela concorre a herana. A doutrina comeou a chamar esta situao de filiao hbrida (deixou descendentes de um primeiro relacionamento e de um segundo relacionamento).Se a Eva no tivesse filhos com o de cujus, a sucesso por cabea, mesmo que o A tenha 4 filhos com a primeira mulher que estava divorciado.Por fora do art. 1852, tem duas correntes, mas a corrente que prevalece a que diz que para o cnjuge ter a quota mnima necessrio que o cnjuge seja ascendente de todos os filhos com quem ele concorre. Se no for descendente de todos, ele sucede por cabea. Esta tese est no Enunciado 527 da 5 jornada de Direito Civil.Sucesso do cnjuge com os ascendentes:O cnjuge tambm concorre com os ascendentes do falecido Art. 1829, II do CC. No preciso analisar regime de bens do casamento na concorrncia do cnjuge com os ascendentes, s preciso saber se est diante do crivo do art. 1830 (casado, morando junto e tal). Ento, se A casado com B e no tem descendentes. A morreu deixou o cnjuge (B) e seus ascendentes: D (pai Dan) C (me Carla) e avs maternos e paternos (E e F avs por parte de pai) e H e G (avs por parte de me). Art. 1837, CC Dan e Carla so ascendentes em primeiro grau. Portanto, o cnjuge B levar 1/3 da herana. Os outros 2/3 sero divididos entres os ascendentes que esto concorrendo, ento ser 1/3 para Dan e 1/3 para Carla. Se Dan morreu antes que A e o grau mais prximo exclui o mais remoto sem direito de sucesso por representao, B leva e Carla fica com os outros . Se Dan, Carla e H (Hugo av por parte de me) morreram e existem ascendentes em 2 grau (Evo, Fiona e Gilda). Cnjuge recebe e a outra metade ser dividida entre os ascendentes cabendo para Gilda, 1/8 para Eva e 1/8 para Fiona.Se tiver cnjuge os colaterais no herdam, s se houver um testamento. O cnjuge afasta os colaterais. Descendentes em segundo graus vo receber por representao ou por cabea.Aula 04/05Art. 1831, CC Previso do direito real de habitao que uma prerrogativa conferida ao cnjuge para que ele possa permanecer residindo no imvel que era destinado residncia da famlia por ocasio da abertura da sucesso. Permite ao cnjuge to somente morar naquela casa, no pode alugar, emprestar ou vender. Mas necessrio que s haja um nico imvel residencial no monte a inventariar e este imvel tem que estar sendo destinado a residncia da famlia por ocasio da abertura da sucesso, ou seja, se a famlia antes da morte do de cujus tiver decidido morar em um barco, aquele imvel no ser objeto de direito real de habitao em relao ao nico imvel do monte a inventariar destinado a residncia da famlia. No importa o regime de bens, em qualquer regime de bens, o cnjuge poder ter o direito real de habitao.O objetivo desta norma proteger e garantir a moradia, pois o direto real de habitao confere o direito de habitar. A moradia um direito social garantido na constituio no art. 6 e esta indispensvel para a concretizao de uma vida digna.O requisito da lei que exige que s exista um nico imvel no monte a inventariar pode acabar prejudicando o cnjuge. Ento, poderamos advogar uma defesa de tempero e ponderao deste requisito quando percebermos que aquela proteo vai ser necessria para que o cnjuge tenha algum amparo social. Pois o cnjuge pode no ter herana (por serem s bens particulares) e ter vrios bens no monte e portanto no ter o direito real de habitao o que seria contrrio ao princpio da dignidade da pessoa humana e a proteo a moradia do cnjuge e com isso a concretizao da sua vida digna.Sucesso do companheiro:No h qualquer norma relacionada sucesso do companheiro, pois esta no esta regulamentada no captulo da sucesso legitima, no obstante, tratar de sucesso legtima. A sucesso do companheiro est regulamentada no art. 1790 do CC. Isto j demonstra um descuidado do legislador com relao unio estvel, o cdigo foi criado com uma viso unitria de famlia (casamento). Porm, com o tempo, foi se reconhecendo outras entidades familiares e este artigo de sucesso do companheiro ficou na parte geral das sucesses.Cada entidade familiar vai ter sua prpria disciplina, mas evidente que existiro regras que sero comuns a todas, pois decorre da solidariedade familiar e no da formalidade matrimnio.O legislador foi expresso no sentido de limitar a sucesso do companheiro aos bens adquiridos onerosamente na vigncia da unio estvel. Ento, para o companheiro receber herana necessrio que haja na sucesso bens adquiridos onerosamente na vigncia da unio estvel, se no existir de acordo com o art. 1790, o companheiro no herda.Ento, se a velhinha viveu com o velhinho em unio estvel por 30 anos e eles viviam em uma casa que foi recebida pelo velhinho por doao, a velhinha no tem direito sucessrio, pois a casa vai para os herdeiros legtimos ou at colaterais (se ele tiver um primo distante vai para ele ao invs da velhinha). Toda a doutrina e jurisprudncia esto tentando melhorar a situao da companheira nesta situao.PEGAR COM A ROBERTAA questo saber se constitucional tratar cnjuge e companheiro de maneira diferente no mbito sucessrio.Aula 10/05Testamento:Testamento um instrumento que o legislador faculta aos particulares para que eles possam dispor dos seus bens, estabelecendo disposies para depois da morte. So vedados os pacto sucessrios (art. 452, CC), portanto somente pode dispor dos bens aps a morte.Sucesso legtima - Quando aqueles que vo receber o patrimnio so enumerados pela lei.Sucesso testamentria - Quando aqueles que recebem a herana so aqueles dispostos no testamento.O testamento no se limita a disposies de cunho patrimonial, pois posso reconhecer um filho e nomear um tutor em um testamento por exemplo. Ento, o testamento um ato de mltiplos efeitos (eficcia mltipla), pois podem conter disposies de diversas searas.Art. 1857, caput e 2 do CC - Poder fazer testamento aquela pessoa que tem capacidade para fazer testamento, ento para o negcio jurdico ter validade necessrio que o testador seja capaz. No testamento no existe a diviso entre capacidade absoluta ou relativa, no existe testamento por procurao ou testamento de algum assistido pelos seus pais. O testamento sempre um negcio jurdico personalssimo, ou tem capacidade para testar ou no se tem capacidade para testar.Art. 1860, CC - A capacidade testamentria tem um limite de idade de 16 anos, ou seja, ao completar 16 anos a pessoa pode testar sem assistncia do pai. Alm disto, no podem testar os que no tiverem pleno discernimento (pessoa embriagada, sonmbula e etc no podem testar) e os incapazes (art. 3 do CC que so os menores de 16 anos, aqueles que tem enfermidade mental que os privem de praticar os atos da vida civil e os que no tiverem discernimento por uma causa transitria, como sonambulismo e etc.).O legislador no fez distino entre os incapazes absolutos e os relativos e quanto aos incapazes relativos a uma discusso sobre a capacidade de testar (no h discusso quanto aos incapazes absolutos, estes no tm capacidade testamentria). Ento, a interpretao desta incapacidade deve ser restritiva (s os absolutos e os relativos analiso caso a caso) ou de forma ampla (ambos no tem capacidade testamentria)?

Se a pessoa tem um laudo mdico declarando que incapaz o testamento vai ser declarado nulo, mas muitas vezes no tem isso.Art. 1861, CC - A capacidade do testador analisada na hora em que ele testa. E se ele se torna incapaz depois no leva invalidade do testamento e vice versa.*Prdigos - Aqueles que gastam dinheiro desenfreadamente e ficam endividados. Caractersticas do testamento:-Art. 1858, CC - Testamento um ato personalssimo, ou seja, depende de um ato da pessoa feito s por ela, no vale testamento por procurao ou por assistncia. (PROVA: Idade testamentria de 16 anos sem necessidade de assistncia).-O testamento pode ser mudado a qualquer tempo, um ato sempre revogvel e para isto deve ter capacidade para testar.-Tambm um negcio jurdico, cujos efeitos decorrem da nossa vontade.-Ato unilateral, porque pressupe um nica vontade em uma nica direo.-Negcio jurdico causa mortes, pois s produz efeito depois da morte do agente.- Negcio jurdico forma e solene, o testamento s pode produzir efeitos se estiver de acordo com as disposies da lei. Com exceo dos codicilos que so testamentos de bens de pequeno valor.-O testamento um ato gratuito, ou seja, o beneficiado no testamento recebe o benefcio sem necessidade de um contra prestao. Mas o testador pode impor ao beneficirio um encargo, por exemplo, e por isso alguns autores criticam a caracterstica da gratuidade, mas uma caracterstica que est em todos os manuais.Art. 1862, CC - So testamentos ordinrios (feito por pessoas em situaes normais): Pblico (pessoa vai ao tabelio e lavra uma escritura pblica), cerrado (pessoa chega no cartrio com um testamento pronto e o tabelio lavra apenas o auto de aprovao que aprova que aquilo um testamento, mas no l o que esta escrito e manda as testemunhas assinarem para aps lacrar a cdula. Mas o segredo do testamento prerrogativa do testador, mas se abrir o testamento ele revogado, pois aps o lacre s quem pode abrir o juiz) e particular (pessoa lavra em casa ou no escritrio, por exemplo e chama as testemunhas para comprovar). E os testamentos especiais: Martimo, aeronutico e militar. No existem outros testamentos especiais que no esto dispostos pelo CC. Art. 1859, CC - Esta relacionado a questo dos prazos. Diz o artigo: "Extingue-se em 5 anos o direito de impugnar a validade do testamento contado o prazo da data do seu registro" (quando o juiz olhar o testamento e confirmar que um testamento, pois cumpre todas as solenidades).

Ao falar de invalidade estamos falando de gnero. A regra especial quanto aos testamentos derroga a regra geral (negcio nulo no convalesce com o decurso do tempo).Causas de anulabilidade - Erro, dolo, leso, estado de perigo, fraude contra credores e menor relativamente incapaz sem assistncia (hiptese esta fora, pois este no tem capacidade para celebrar testamento). As causas de anulabilidade so mais presentes no testamento nos casos de erro, dolo e coao (art. 1909, CC - o prazo de 4 anos contados de quando o interessado tiver conhecimento do vcio).Ento, temos dois artigos no CC falando sobre os prazos. O art. 1859 faz referncia s hipteses de nulidade, pois os casos de anulabilidade tm uma disposio especial com prazo prprio (4 anos).Aula 11/05Art. 1862, CC - Prev os tipos de testamento ordinrios.Em relao ao testamento a forma testamentria muito importante, pois tem trs funes que s podem ser efetuadas a partir da forma: Executiva (atravs da forma eu consigo executar as disposies testamentrias). Preventiva (funo de evitar que o testador seja vtima de captao, dolo, coao). Probante (prova as disposies testamentrias e aquela vontade foi manifestada e portanto deve ser cumprida). Portanto, as formas testamentrias exercem uma trplice funo.Mas existem vrias situaes em que o testamento foi declarado nulo porque algum destes requisitos no foram respeitado.No CC de 2002 o legislador flexibilizou as solenidades testamentrias em comparao ao CC de 1916 para atender uma necessidade de simplificar o testamento, mas conseguindo manter as 3 funes descritas acima. Em vrias decises judiciais o legislador tempera a nulidade pela ausncia das formas, ou seja, quando uma das solenidades no foi respeitada, mas se verifica que a vontade foi manifestada de forma livre, voluntria e etc.Tambm podemos ponderar sobre a conveno do negcio jurdico (quando se tem um negcio jurdico nulo, mas que pode ser aproveitado por outro negcio jurdico). Como o testamento tem trs formas possveis, eventualmente um que era para ser pblico, por exemplo, pode ser aproveitado como particular, se todos os requisitos para tal tipo estiverem presentes.As formas testamentrias no podem ser combinadas, devo seguir a linha de um especfico que eu quero e no existe hierarquia entre as formalidades testamentais, todos tm as mesma hierarquia. O quem importa na revogao a anterioridade, no a hierarquia entre os testamentos.Art. 1863, CC - No se admite testamento conjuntivo (testamento acordado, por exemplo, quando duas pessoas fazem testamento juntas). O testamento ato personalssimo, unilateral. Se o testamento estrangeiro for conjuntivo viola a ordem pblica e no poder ser executado no Brasil. E quando o legislador prev esta hiptese existe uma discusso sobre o alcance deste dispositivo, pois na verdade comum que as pessoas combinem esse tipo de coisa entre casais, irmos e etc. Alguns autores entendem que se h esta proibio no mesmo instrumento tambm deveria ser proibido em instrumentos distintos (quando a pessoa faz um testamento e a outra faz outro, mas eles combinam o que vo deixar e tal), mas esta viso minoritarssima e no vedado. O STJ diz que se cada um fizer o seu instrumento sobre o seu patrimnio o testamento vlido, mas no se pode demonstrar a conjuntividade no testamento, pois algo vedado pela lei. Trs formas ordinrias de testamento:Art. 1864, CC - Prev as formalidades do testamento pblico. Este lavrado no livro de notas do cartrio, nada mais do que uma escritura pblica e segue os mesmo requisitos desta com algumas particularidades.O testamento um ato privativo do tabelio, ou seja, o testamento s pode ser lavrado pelo tabelio. O testamento pblico pode ser escrito manualmente, mas no muito comum atualmente, pois tudo est informatizado. Ou ainda pode ser imprimida a folha do livro.Antes da assinatura o testamento deve ser lido em voz alta para o testador e as 2 testemunhas a um s tempo, a oralidade essencial ao testamento pblico. Existe uma unidade do ato testamentrio, tem que ser feito tudo de uma vez, a leitura deve ser feita uma vez para todos (testador e testemunhas), o testamento um ato uno e o testador e as testemunhas tem que estar presentes em todo o momento durante o testamento, no posso fracionar a execuo testamentria. Existem certas caractersticas que impedem a pessoa de fazer certos tipos de testamentos, por exemplo, o analfabeto no poder fazer um testamento particular, pois este deve ser escrito pelo testador. Isto no significa que a pessoa incapaz, mas impede que a pessoa faa determinados tipos de testamento, porque ela no est apta a fazer aquele tipo de testamento. O analfabeto s pode fazer testamento pblico. O testador que no souber ou no puder assinar no impede que faa um testamento pblico, pois uma testamunha pode assinar a rogo e o tabelio anota a situao no testamento.O testamento pblico em que necessria a presena do tabelio que uma pessoa idnea e que tem f pblica, at que se prove contrrio consegue proteger o testador melhor.Quanto pessoa cega que tem plena capacidade civil, mas a ausncia da viso emprega uma ateno maior, porque a pessoa cega tem uma maior limitao. Por isso, o cego s pode fazer testamento pblico, porque precisa de maior proteo, tendo em vista que pode ser vtima de captao mais fcil. Tambm necessrio que o testamento seja lido em voz alta duas vezes e no apenas uma para ter a certeza da proteo.Art. 1866, CC - A pessoa surda tambm possui uma limitao que pressupe uma maior proteo. Ento, o surdo ainda que no possa escutar a leitura esta ser feita por ele prprio ou por uma testemunha.Ento, existe a previso da capacidade testamentrias, mas certas caractersticas das pessoas vo as impedir de fazer certos tipos de testamento como o privado ou cerrado.O testamento pblico s pode ser escrito no idioma nacional.O testamento cerrado um ato complexo, pois pressupe dois momentos distintos: Momento em que o testador elabora a cdula testamentria e o segundo momento em que o testador leva a cdula testamentria para ser aprovada pelo tabelio. Diante de um testamento cerrado, este s se torna perfeito quando ele lavrado, portanto preciso aferir a capacidade testamentria no segundo momento, na aprovao do testamento cerrado. (Se a pessoa estava completamente bbada ao fazer o testamento, mas depois no momento da lavratura a pessoa tinha capacidade e viu que aquilo era o que ele queria, ele tem capacidade testamentria, pois no caso do testamento cerrado a capacidade verificada no segundo momento).O testador pode escrever o testamento, mas o legislador prev que outra pessoa escreva o testamento por ele (esta pessoa no pode ser beneficiada), mas essencial que o testador assine o testamento, por isso fundamental que a pessoa saiba ler.A cdula fica com o testador. O segredo prerrogativa do testador, mas no pode abrir o testamento, caso tenha aberta trata-se de uma revogao.O testamento cerrado (art. 1861, CC) pode ser escrito em lngua estrangeira, mas o testador deve conhecer a lngua estrangeira que est sendo escrita.Aula 17/05Art. 1876, CC - Do testamento particular.O testamento particular um documento particular que pode ser escrito deprprio punho ou pelo computador pelo testador.O testamento particular precisa ser lido na presena de pelo menos trs testemunhas que depois vo subscrever o testamento com o testador. Ento, o testador elabora o testamento e depois l o testamento e assina e as testemunhas tambm iro assinar o testamento.A questo que este testamento um documento frgil, pois o testador quem vai ficar com a cdula testamentria e se esta se perder no tem nenhum vestgio do testamento particular, ento aquele que celebra um testamento particular tem que dar subsdios para as pessoas (no testamento pblico este fica no cartrio e no cerrado h um vestgio de que ele aconteceu por causa do testamento lavrado).O testamento particular precisa ser confirmado em juzo atravs das testemunhas que presenciaram o ato e assinaram o testamento com o testador havendo uma audincia com os herdeiros. As testemunhas no precisam se lembrar o que estava escrito no testamento, o juiz pergunta se a pessoa foi chamada para presenciar o testamento e reconhecer sua assinatura no testamento. O juiz busca saber se o ato seguiu as formalidades legais.Art. 1878, CC - Obrigatoriedade de confirmao do testamento pelas testemunhas. nico - O legislador admite que o juiz possa ouvir apenas uma testemunha e se achar que foi um depoimento verdadeiro pode confirmar o testamento. Ento, vale a pena o testador colocar mais testemunhas no ato, pois garante mais ainda a confirmao daquele testamento. Tambm ideal que o testador coloque como testemunha pessoas que sejam facilmente encontradas, como advogado, por exemplo, que pode ser identificado pelo n da OAB.Art. 1880, CC - Admite que o testamento particular seja escrito em lngua estrangeira, desde que no futuro seja devidamente traduzido por traduto juramentado. Mas as testemunhas e o testador (bvio) devem compreender o que est sendo escrito em lngua estrangeira.As testemunhas do mais segurana ao ato.Art. 1879, CC - Neste artigo o legislador temperou bem as formas testamentrias, pois diz que em casos excepcionais o testamento particular pode valer mesmo sem a presena das testemunhas. Ex.: A pessoa foi sequestrada e est na iminncia de morrer e tem papel e caneta e resolveu fazer um testamento sem a presena de testemunha. Mas o testador deve explicar o que est acontecendo com ele. Segundo este artigo este escrito particular do testador pode ser confirmado critrio do juiz. Este testamento um testamento especial, mas est dentro do captulo dos testamentos ordinrios, mas a doutrina consolidada no sentido de que este testamento s vai ser confirmado se a pessoa morrer no evento que deu ensejo ao testamento ou ainda se ele morrer no prazo de 90 dias (analogia ao testamento especial) subsequentes chegada do testador a um locaal em que ele possa lavrar o testamento (ex: acharam o testador, mas depois de 1 ms ele morreu por um acidente qualquer). Outro exemplo seria se o testador fosse encontrado, mas permanecesse em coma por mais de 90 dias subsequentes ao evento, deveria valer, mas no h legislao sobre isto.Art. 1895, CC - A caducidade dos testamento especiais (martimo, aeronutico e martimo) ocorre se o testador no falecer no evento (viagem de navio ou avio) que ensejou a elaborao do testamento especial ou nos 90 dias subsequentes caso o testador no lavre o testador no local em que chegou.>>Codicilo:Art. 1881 e 1882, CC - Um escrito particular datado e assinado pelo testador que tem contedo prprio, pois no qualquer disposio testamentria que pode estar contida em um codicilo. Este vale para nomear bens de pequeno valor (a anlise da disposio ser ou no de pequeno valor vai depender do monte, ser verificado no caso concreto, ento o critrio do legislador) e para nomear testamenteiro (pessoa que o testador designa para cumprir as disposies testamentrias).Obs.: Normalmente imvel no pode ser disposto em codicilo, pelo prprio valor. O comum que as pessoas disponha sobre jias, objetos da casa e etc.A pessoa pode cerrar o codicilo (art. 1885, CC) e este ser aberto do mesmo modo que feita a abertura do testamento cerrado (em audincia e etc.).O codicilo serve para facilitar a vida da pessoa que quer fazer disposices de menor valor ou ento quando o testador fez um testamento e o testamenteiro morreu e faz um codicilo para nomear um novo testamenteiro ou retirar o testamenteiro.Art. 1884, CC - Posso revogar um codicilo atravs de um outro codicilo, se eu quiser que o codicilo posterior no revogue o anterior o testador tem que dizer. Se a pessoa faz um codicilo e depois resolve fazer um testamento, para que o codicilo permaneca o testador tem que mencionar e confirmar o codicilo no testamento. O testamento posterior ao codicilo vai revogar este se for inteiramente feito sem nem mencionar o codicilo anterior, mesmo que os contedos sejam diferentes. *O testamento anterior ao codicilo no tem problema nenhum, ou seja, o codicilo no revoga o testamento, mesmo que haja disposies conflitantes, porque o testamento mais formal. Mas uma parte da doutrina no concorda com esta situao, pois o legislador teve uma finalidade de facilitar as finalidades testamentrias sem perder a sonelidade e se o testador fez um codicilo e faz uma disposio contrria ao testamento, mas que tratando de seu contedo especfico observando as finalidades prprias do codicilo(bens de menor valor ou testamenteiro) demonstra que a vontade do testador foi alterada e deve se admitir a revogao total ou parcial do testamento. Mas h esta divergncia na doutrina. (Autor Zeno Veloso - autor paraense que escreve muito sobre testamentos. Livro: Testamentos).A lei que rege a forma do testamento a lei em vigor na data da realizao do testamento. A forma testamentria obedece a lei em vigor na data da realizao do testamento. A formalidade testamentria e a capacidade testamentria ativa so verificados na lavratura do ato. Porm, a eficcia das disposies testamentrias (contedo do testamento) e a capacidade testamentria passiva (beneficirio do testamento) so aferidas no momento da abertura da sucess (lei em vigor na data do bito). Art. 2041, CC - Legislador prev que o art 1829 no se aplica s sucesses abertas na vigncia do cdigo novo, s se aplica s sucesses abertas na vigncia deste cdigo.Aula 18/05Art. 1897, CC - Tanto a nomeao de heredeiro ou legatrio pode dar-se pura e simplesmente, ou seja, tem por finalidade produzir efeitos imediatamente no estando suejeita a nenhum elemento acidental do negcio jurdico (termo, condio e etc.)Disposies testamentrias condicionais - Facultado ao legislador subordinar a eficcia do testamento a uma condio (evento futuro e incerto). As condies podem ser suspensivas (suspendem a eficcia do ato at que se implemente o evento futuro e incerto que o testador estipulou) e resolutivas (resolve o negcio, ou seja, uma vez implementada a condio resolve aquela situao e o patrimnio volta para aquele em benefcio de quem a condio se implementou. Ex.: O testador deixa a fazenda para Jos, mas se gear na fazendo at julho os bens retornaro aos herdeiros legtimos).

Fase de pendncia da condio - Enquanto o evento no ocorreu. Nesta fase, se o beneficirio morrer, seus herdeiros no tm legitimidade para suceder, cabe aos herdeiros legtimos do testador suceder (art. 125, CC - Direito no era adquirido at o implemento da condio).Aula 18/05/12Art. 1897, CC: Disposies testamentrias> Existem vrias hipteses de disposies testamentrias: pura e simples; sob condio, para certo fim ou modo; ou a disposio motivada. Pura e Simples: No est sujeito a nenhum elemento acidental do negcio jurdico, ir produzir seus efeitos imediatamente. Condicionais: O legislador faculta ao testador a colocar uma condio na disposio testamentria; ele condiciona, subordina a eficcia do negcio jurdico (testamento) a uma condio.A condio evento futuro e incerto.Elas podem ser de dois tipos: suspensivas e resolutivas.As suspensivas so aquelas que suspendem a eficcia do ato at que se implemente o evento futuro e incerto indicado na clusula. O direito do herdeiro considera-se no adquirido at o implemento da condio - Art. 125, CC.Existe uma fase de pendncia da condio, onde os bens ficam sob administrao dos herdeiros legtimos. Ento a condio opera efeito retroativo? Se disser que sim os herdeiros legtimos teriam que devolver os frutos do bem. Nosso Direito no tem regra que estabelea essa retroatividade, ento para analisar se ter ou no esse efeito temos que analisar caso a caso. No exatamente um efeito retroativo que existe em nosso Direito, mas vou buscar os efeitos da posse de boa e de m-f, ou seja, saber se tem direito aos frutos percebidos, a restituio de benfeitorias necessrias e teis, etc. Art. 2.214 e seguintes so aplicados ao nosso caso.Ex: Se Joo ganhar o concurso ele ter direito de ficar com a casa. Enquanto isso a casa fica sob a administrao dos herdeiros legtimos.J a resolutiva aquela que resolve o negcio jurdico. Uma vez implementada ela resolve a situao, fazendo com que o direito se perca, sendo assim, os bens do patrimnio voltam para a sucesso legtima.Ex: Quem fica com a propriedade o Joo, e quando ocorrer o efeito resolutivo o patrimnio volta para os herdeiros legtimos.Art. 1359, CC . Se tiver vendido ou dado em usufruto o bem em questo, esses direitos reais que eventualmente tenham sido concedidos na pendncia dessa condio se resolvem junto com a propriedade.Existem condies que fogem daquilo que o legislador permite. No Art. 123, CC diz expressamente que as condies impossveis, ilcitas, contraditrias elas invalidam o negcio jurdico, embora a condio seja elemento acessrio.A questo saber se a deixa testamentria ser invalidada na forma desse artigo, ou se ir aproveitar a disposio testamentria. Na legislao antiga as condies ilcitas, impossveis e contraditrias elas no invalidavam a disposio testamentria, havia uma tentativa de aproveit-las de algum modo. Esse posicionamento continua sendo percebido na doutrina ainda ps o CC de 2002.A condio seria ento considerada no inscrita, e a disposio poder produzir seus efeitos. Mas h a