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Anuncio_Tiguvon_Bayer_Bovinocultura.pdf 09/03/2011 11:28:50

Quando iniciamos os trabalhos do Imea, após a reestruturação em janeiro de 2008, enten-demos o tamanho do desafio de mostrar a realidade de um Estado que poderia ser considerado um país. Se entender a agricultura localizada nos chapadões e com um número menor de produtores já era algo difícil, o que diríamos da bovinocultura, realizada em Mato Grosso desde o século XIX, com mais de 100 mil produtores e amplamente difundida nos 141 municípios do Estado. Não bastassem as dificuldades geográficas, ao entrarmos neste mundo começamos a per-ceber também o quão variável era a tecnologia de produção e tornou-se fundamental entender essas diferenças para poder trabalhar e produzir informações de qualidade para o desenvolvimento regional. O trabalho do Imea começou com algo simples, que era mapear o Estado em função das características de produção, logística e mercado, e se transformou em um grande projeto, graças não apenas aos levantamentos do Imea, mas também à inesgotável fonte de dados com a qual nos deparamos ao estreitar um convênio com o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso, Indea-MT, que seguramente é a melhor base de dados de movimentação e rebanho da bo-vinocultura do Brasil, com o mapeamento completo das campanhas de vacina e da movimentação dos animais desde 2003. O volume gerado de informações nesses primeiros tempos do Imea nos possibilitou sonhar alto e idealizar um anuário para análise estratégica de investimentos, políticas e mercado para cada uma das 21 microrregiões do nosso Estado, intitulado ‘Caracterização da bovinocultura de corte de Mato Grosso’. A própria história recente da bovinocultura em Mato Grosso justifica a criação deste ins-trumento, que se existisse no início dos anos 2000 certamente teria evitado o crescimento desorga-nizado das indústrias frigoríficas no Estado – cuja capacidade é de cerca de 10 milhões de cabeças por ano, mais que o dobro da capacidade de produção de 2010 – fato que gerou um endividamento tremendo por parte dessas empresas que não suportaram os impactos da crise financeira mundial, em 2008, culminando no pedido de recuperação judicial de cinco grupos frigoríficos e na paralisa-ção de 17 plantas de abate até o início de 2011. Desde a idealização deste projeto tivemos o apoio das instituições mantenedoras do Imea – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) – que, além do apoio financeiro, implementaram juntamente com o Imea a realização de uma série de estudos, que certamente ba-lizaram políticas e fomentaram estratégias para os quatro principais setores do agronegócio mato--grossense: soja, milho, algodão e bovinocultura de corte. Como não poderia deixar de ser, selecionamos para este trabalho os seis estudos de maior relevância, ligados à bovinocultura de corte, realizados nesse período. Alguns destes estudos estão ligados diretamente ao trabalho da caracterização das microrregiões, como o custo de produção, outros não, mas certamente todos são fundamentais para entender a conjuntura desse complexo mercado. Por fim, o leitor também contará com uma área específica com tabelas estatísticas de pre-ços, insumos e indicadores dessa cadeia, cuja demanda foi mais que testada nesses intensos três anos de reestruturação do Imea. Aproveitem e planejem um Mato Grosso melhor! Otávio Lemos de Melo CelidonioSuperintendente

Prefácio

É com grande satisfação que o Instituto de Economia Agropecuária de Mato Grosso (Imea), vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), disponibiliza para os produtores rurais, sociedade, pesquisadores, estudantes e interessados, o primeiro anuário sobre a “Caracterização da Bovinocultura de Corte de Mato Grosso”. O volume de informações presentes neste material foi gerado, inicialmente, com o objetivo de mapear a produção pecuária do Estado. Porém, com o apoio do Instituto de Defesa Agrope-cuária de Mato Grosso (Indea-MT), o projeto foi mais longe e agora dispõe de dados preciosos que permitirão aos leitores analisarem as estratégias de investimento da bovinocultura de corte de Mato Grosso, assim como as políticas e mercado das 21 microrregiões do Estado e as projeções para os próximos dois anos. Há 18 anos, o rebanho bovino mato-grossense, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de apenas 10,14 milhões de cabeças. Naquela época Mato Grosso ocupa-va a 7ª posição no ranking nacional da produção. A partir de 2004 o Estado passou para o 1º lugar do ranking e hoje tem 28,7 milhões de cabeças, conforme dados do Indea-MT levantados durante a campanha de vacinação contra a febre aftosa em novembro de 2010. Pela complexidade que se tornou a produção pecuária de Mato Grosso, é justo e salutar verificar como está esse rebanho, os custos de produção, a relação de oferta x demanda de animais, os impactos das paralisações dos frigoríficos que pediram recuperação judicial, as intenções de confinamento, entre outros assuntos pertinentes à pecuária mato-grossense. As estimativas finais apresentadas neste relatório confirmam que Mato Grosso é um Es-tado promissor e que, mesmo diante das atuais delimitações para o uso da terra, possui grandes chances de manter seu papel de destaque no atendimento ao aumento da produção de alimentos para suprir o crescimento da população mundial.

Boa leitura!

Rui PradoPresidente do Sistema Famato

Carta do PresidenteExpediente

Presidente:Rui Carlos Ottoni PradoConselho Deliberativo:Glauber Silveira da SilvaJosé João BernardesCarlos Ernesto Augustin

Superintendente: Otávio Lemos de Melo CelidonioFone: +55 65 2123-2652e-mail: [email protected]

Equipe:CamillaTrainee e-mail: [email protected] Mauro GomesTrainee e-mail: [email protected] Ivan GarciaAnalista e-mail: [email protected] Cleber NoronhaAnalista e-mail: [email protected] Latorraca FerreiraGestore-mail: [email protected] Moura Administrador Financeiroe-mail: [email protected] Luiz Scherer Analista e-mail: [email protected] Roder e InfantinoAnalista e-mail: [email protected]ãoDoralice Jacomazie-mail: [email protected]

Diagramação GráficaEdiuilson Leite de Almeidae-mail: [email protected] Claúdio R. SantosFotosJoão Medeiros

Índice

1. Colniza ....................................................................................................................................112. Juara.........................................................................................................................................173. Juína.........................................................................................................................................254. Alta Floresta.............................................................................................................................315. Matupá......................................................................................................................................376. Paranaíta...................................................................................................................................437. Água Boa .................................................................................................................................498. São feliz do Araguaia...............................................................................................................559. Vila Rica ..................................................................................................................................6110. Lucas do Rio Verde................................................................................................ ..............6711. Nova Mutum..........................................................................................................................7312. Sinop......................................................................................................................................7913. Araputanga.............................................................................................................................8514. Pontes e Lacerda ...................................................................................................................9115. Sapezal...................................................................................................................................9916. Baixada Cuiabana..................................................................................................................10517. Pantanal..................................................................................................................................11318. Tangará da Serra.....................................................................................................................11919. Barra do Garças......................................................................................................................12720. Primavera do Leste................................................................................................................13321. Rondonópolis.........................................................................................................................13922. Mato Grosso...........................................................................................................................14723. Projeções para a produção agropecuária em Mato Grosso....................................................15124. Relatório do levantamento sobre a morte de pastagem em Mato Grosso..............................15725. Situação atual da faixa leste da cidade de rondolândia em Mato Grosso..............................16126. Cálculo do desmatamento evitado nas áreas de pastagens em Mato Grosso.........................16727. 3º levantamento das intenções de confinamento em 2010.....................................................17128. Análise do custo de produção bovinocultura.........................................................................17529. Formas de comercialização de bovinos para o abate em Mato Grosso..................................17930. Perspectivas de curto prazo para rebanho de machos em Mato Grosso................................18531. Estatísticas..............................................................................................................................189

A microrregião de Colniza, junto com as

microrregiões de Juína e Juara, compõe a

macrorregião Noroeste do Estado, sendo a maior

dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso, com 7,8

milhões de hectares, detendo 8,5% da área total do

Estado. Os municípios que compõem essa

macrorregião são Aripuanã, Colniza, Cotriguaçu,

Juruena e Rondolândia. Pertence ao bioma

Amazônia, tendo como principais rios o Juruena e o

Arinos. É uma das regiões mais isoladas do Estado,

não apenas pela distância dos principais

centros econômicos, mas principalmente

pela precariedade das estradas.

13Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A estratificação das propriedades da microrregião de Colniza mostra um número maior de pequenas propriedades (com até 300 animais), sendo 90% do número total, que detêm 29% do rebanho total da microrre-gião. Na microrregião de Colniza pode-se dizer que 50% dos animais estão em propriedades com mais de mil cabeças, que representam cerca de 3% das propriedades. As propriedades que têm acima de três mil animais e representam menos de 1% do total possuem 26% do rebanho total do município, totalizando 326 mil cabeças. Com isso a média de animais por propriedade ficou em 7,2 mil, sendo a segunda maior do Estado.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 948.217 3,7% 1.046.652 3,9% 0,76

2006 978.122 3,8% 1.234.464 4,7% 0,87

2007 998.349 3,9% 1.230.997 4,8% 0,85

2008 1.003.432 3,9% 1.313.857 5,1% 0,90

2009 1.003.432 3,9% 1.413.549 5,2% 0,96

2010 1.003.432 3,9% 1.499.461 5,2% 1,01

Evolução 6% 5% 43% 33% 27%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº decabeças

% doUF

Até 300 6.059 6,5% 355.871 5,6%

De 301 a 1000 497 4,3% 257.908 4,1%

De 1001 a 3000 162 4,0% 292.322 4,4%

Acima de 3001 45 3,8% 326.150 4,5%

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoColniza MT Dif.

2005 441.239 5,4% 42,2% 39,9% 2,3% 244.987 69,6%

2006 488.130 6,3% 39,5% 39,5% 0,1% 284.135 64,4%

2007 517.061 6,8% 42,0% 39,7% 2,3% 283.290 58,0%

2008 567.633 7,0% 43,2% 40,8% 2,4% 322.633 62,4%

2009 613.930 7,0% 43,4% 41,4% 2,0% 370.039 65,2%

2010 670.703 7,2% 44,7% 41,2% 3,6% 401.884 65,5%

Evolução 52% 34% - 64% -

Quando analisamos o rebanho na microrregião constatamos que houve um crescimento de 43% entre 2005 e 2010. A variação em relação à área de pastagem no período de 2005 a 2008 não foi tão grande, crescen-do apenas 6%. Ainda assim esta variação ficou muito acima da média do Estado, que foi de 0,4% no mesmo período. Como o rebanho cresceu muito mais que a área de pastagem é possível concluir que houve aumento na produtividade na microrregião, tanto que no ano de 2010 a taxa de lotação atingiu o maior valor da série histórica, com 1,01 ua/ha.

Área de pastagem UA

0%

35%

30%

25%

20%

15%

5%

10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

26%

29%

21%24%

90%

7%

2%1%

COLNIZA

14 15Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Entre os anos de 2005 e 2010 a microrregião de Colniza foi onde mais cresceu o rebanho de matrizes no Estado, aumentando 229 mil cabeças no período. Em relação ao rebanho total da microrregião, 27% são bezerros abaixo de 12 meses, que tiveram aumento de 64% no mesmo período. A proporção de matrizes na microrregião ficou acima da média do Estado em toda série, fechando 2010 3,6% acima. A taxa de nascimento na região não se manteve estável, mas fechou 2010 com a taxa de 65,5%, número menor apenas que o de 2005, que chegou a 69,6%. Esses números mostram que a cria é seguramente a atividade mais frequente realizada pelos produtores dessa microrregião.

A especialização no sistema de produção de cria novamente se evidencia nas tabelas anteriores. Tanto que a saída de machos para recria/engorda da microrregião cresceu consecutivamente entre os anos de 2005 e 2010, sendo neste último ano aproximadamente 46% do rebanho dessa categoria exportado dessa microrre-gião. Numa análise mais detalhada da saída dos animais dessa região, observa-se que em 2010 os principais destinos do rebanho de machos de 4 a 24 meses foram as microrregiões de Araputanga e Pontes e Lacerda, com 31% e 22%, respectivamente. A saída de machos com mais de 24 meses mostrou a mesma tendência, tanto que o saldo do transporte do ano de 2010 apresentou um aumento de mais de 15 mil cabeças em relação ao ano de 2005, consolidando a microrregião também como fornecedora de animais desta faixa etária. Em 2010 o principal destino dos ani-

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Colniza (nº cabeças)Percentual da categoria

transportada

2005 172.843 4% -11.188 -6,5%

2006 222.514 4,8% -13.119 -5,9%

2007 206.576 4,5% -34.857 -16,9%

2008 204.881 4,4% -38.523 -18,8%

2009 228.757 4,6% -83.890 -36,7%

2010 229.155 4,2% -105.313 -46,0%

Evolução 33% 17% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Colniza (nº cabeças)Percentual da categoria

transportada

2005 156.512 3% -5.009 -3,2%

2006 199.653 4,2% -10.488 -5,3%

2007 189.105 4,1% -36.697 -19,4%

2008 197.315 4,4% -17.017 -8,6%

2009 186.136 4,5% -29.084 -15,6%

2010 166.713 4,2% -30.424 -18,2%

Evolução 7% 23% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Colniza (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 300.701 6,7% 16.854 5,6%

2006 322.792 7,5% 8.358 2,6%

2007 329.270 7,7% -19.609 -6,0%

2008 338.344 8,0% -9.337 -2,8%

2009 361.370 8,0% -16.937 -4,7%

2010 414.456 8,3% -13.286 -3,2%

Evolução 38% 25% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

COLNIZA

mais com mais de 2 anos produzidos na microrregião de Colniza foi a vizinha Juína, destino de 50% dos trans-portes. Em seguida veio Sapezal, com 20%, que seguramente foi atender à demanda dos confinamentos dessa microrregião. A saída de animais para outros Estados também chama a atenção, mas isso ocorre pela falta de estrutura ligando o município de Rondolândia aos demais, que obriga os produtores locais a comercializarem bovinos com produtores do Estado de Rondônia. O transporte de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses foi menos regular, mas nos últimos quatro anos da série os valores de saída passaram a ser maiores, tanto que em 2010 um volume equivalente a 3,2% deste rebanho efetivamente saiu da microrregião. Mais uma vez a microrregião vizinha, Juína, foi o principal destino da comercialização de animais, sendo origem de 71% das fêmeas entre 4 - 36 meses e principal destino, com 36%. O segundo principal destino foi a microrregião de Araputanga, com 30%.

Durante o censo dos confinamentos, realizado em 2010, não foi identificada nenhuma unidade confina-dora na microrregião de Colniza, já que, como foi dito, esta microrregião está distante da produção agrícola e de frigoríficos.

Entre os anos de 2005 e 2010, o abate de machos teve uma evolução de 53%. Já o abate de fêmeas cres-ceu 138%. Apesar dessa evolução a região ocupa a 18ª colocação no total abatido de machos e a 13ª no total abatido de fêmeas. Esse desempenho é devido às baixas taxas de desfrute, que no caso dos machos é de 18%, que equivale a uma idade média de 5,5 anos, e das fêmeas, de 5,8%, que é de 15 anos. Mesmo com o abate de fêmeas evoluindo o desfrute evoluiu apenas 2,3 pontos percentuais no mesmo período. Esses fatos mostram que a evolução do rebanho desses animais também se incrementou minimizando em termos de produtividade os ganhos de abate geral. Esses índices insatisfatórios ocorrem provavelmente porque, como a microrregião não possui infraestrutura para abater os animais, eles acabam sendo transportados para engorda e abate em outras localidades.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 0 0 0 0 0 0

% do Estado 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 56.086 2,3% 14,9%

2006 72.818 2,8% 15,2%

2007 96.747 3,1% 21,5%

2008 85.493 3,3% 18,2%

2009 87.952 3,3% 18,0%

2010 85.880 3,0% 18,0%

Evolução 53% 29% 20%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 24.836 1,1% 3,7%

2006 48.471 1,9% 6,4%

2007 68.073 3,0% 8,7%

2008 53.967 3,5% 6,4%

2009 50.542 3,4% 5,5%

2010 59.209 4,0% 5,8%

Evolução 138% 262% 57%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

COLNIZA

16 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A falta de infraestrutura fica evidencia-da na tabela ao lado, que mostra o destino de abate dos animais produzidos no município de Colniza. Do total produzido na microrregião, o que foi abatido localmente não representa sequer 3%, que certamente atende apenas à necessidade de consumo da população local. A maior parte dos animais da microrregião de colniza, 38% do total, ou quase 56 mil cabeças, foram abatidas no ano de 2010 fora do Estado, pois, como foi dito, é a única possibilidade de comercialização para produtores do município de Rondolândia. O segundo principal destino foram os frigoríficos da microrregião de Juara, que receberam 22% do total, ou quase 32 mil cabeças. Mesmo estando próximo, Juína recebeu um volume pequeno de animais de Colniza, já que seu principal frigorí-fico não funcionou nesse período. Já os frigorí-ficos da microrregião de Tangará da Serra e da Baixada Cuiabana receberam cerca de 25%, ou 35 mil cabeças, de todos os animais produzidos ali. Isso mostra o grande impacto da falta de lo-gística para os produtores locais, que foram obri-gados a deslocar seus animais por mais de mil quilômetros até estes destinos.

Conclusões:

O percentual de pastagens na microrregião de Colniza é um dos menores do Estado (13%), e provavel-mente este número não deve sofrer grandes alterações, pois, além das pressões antidesmatamento, no bioma Amazônia é permitida a abertura de 20% da área total. Para estimar a área potencial a ser aberta ainda é neces-sário retirar do total as reservas indígenas e áreas de preservação governamental. Aparentemente a microrregião possui pastagens em boas condições para a atividade de engorda, entre-tanto as péssimas condições logísticas, que envolvem não só a baixa qualidade das estradas como também a distância de indústrias frigoríficas, têm feito com que os produtores locais se especializem na atividade de cria. O crescimento dessa especialização é comprovado com o número de rebanho de fêmeas. E essa especialização é novamente confirmada quando se observa que a categoria mais “exportada” é justamente a de bezerros e garrotes. Além da falta de unidades frigoríficas, o problema da distância de centros produtores de grãos também limita a formação de animais para engorda e abate pela microrregião, seja em pastagens como também em confinamentos. Com isso o principal indicador de produção de carne, o desfrute, acaba ficando extremamente prejudicado, já que os animais fatalmente são transportados para engorda em outras microrregiões com melhor infraestrutura.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº

cabeças)(%)

Fora do Estado - 55.618 38%

Colniza - 4.138 3%

Juara 1.245 31.676 22%

Juína 800 11.883 8%

Alta Floresta 3.650 1.691 1%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 1.735 1%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 2.702 2%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 10.014 7%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 25.632 18%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 145.089 100%

Fonte: Indea, Imea

COLNIZA

Compõem a microrregião de Juara os municípios de

Juara, Novo Horizonte do Norte, Porto dos Gaúchos

e Tabaporã. Esses quatro municípios juntos somam

uma área de 3,8 milhões de hectares, que

corresponde a 4,11% da área total do Estado. As

microrregiões de Juara, Juína e Colniza formam a

macrorregião Noroeste do Imea. Assim como a

microrregião de Juína, a maior parte do território

desta região pertence ao bioma Amazônia. Apenas

parte dos municípios de Porto dos Gaúchos e

Tabaporã estão sobre o cerrado, onde a agricultura

tem crescido nos últimos anos.

19Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Mesmo com uma melhora na logística desta microrregião, quando se observa a relação entre o ano de 2005 e 2008, tem-se um aumento da área de pastagem de 2%. Já entre 2007 e 2008 houve uma pequena redu-ção de 0,3%, provavelmente devido à expansão da agricultura. A microrregião possui 28% da área ocupada com pastagem. O crescimento do rebanho não foi grande nos últimos cinco anos, registrando uma ampliação de 8%, mantendo sua participação sobre o rebanho estadual. A taxa de lotação animal seguiu a mesma ten-dência, tendo acréscimo de 4,7% em relação ao ano de 2005. No ano de 2010 encerra com lotação de 0,93 (UA/ha), 19,8% maior que a ocupação estadual. Mesmo assim ainda ocupa a 6ª posição no ranking da taxa de lotação do Estado.

As propriedades com até 300 cabeças possuem representatividade de 77%, sendo 8 p.p. menor que a média do Estado. Essas propriedades, apesar de serem a maioria, quando comparada a posse de animais, possuem 18% dos bovinos da região. As unidades que possuem de 301 a 1000 cabeças representam 23% do rebanho da região, contra 24% da média de Mato Grosso. Os percentuais das unidades produtivas com mais de 1001 cabeças apresentam 8% do número de propriedades, e 59% do número de animais. O número de animais nas propriedades com mais de 3001 cabeças é de 371 mil bovinos, 29% do número de animais, representando cerca de 2% do número de propriedades na microrregião. No ranking esta é a 10ª maior média de animais por propriedade nas fazendas com mais de 3 mil cabeças no Estado.

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 2.748 3,0% 224.940 3,5%

De 301 a 1000 538 4,6% 291.054 4,6%

De 1001 a 3000 227 5,7% 377.658 5,7%

Acima de 3001 68 5,8% 371.264 5,1%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoJUARA MT Dif.

2005 508.704 4,8% 37,9% 39,9% -2,0% 311.855 55,1%

2006 489.647 4,8% 38,0% 39,5% -1,5% 286.184 56,3%

2007 504.817 5,0% 39,8% 39,7% 0,0% 267.150 54,6%

2008 528.023 5,0% 39,8% 40,8% -1,0% 306.658 60,7%

2009 564.282 5,0% 41,2% 41,4% -0,2% 332.295 62,9%

2010 587.903 5,0% 40,7% 41,2% -0,5% 382.182 67,7%

Evolução 16% 4% - 23% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.034.578 4,0% 1.341.144 5,0% 0,89

2006 1.044.945 4,1% 1.289.857 5,0% 0,85

2007 1.053.855 4,1% 1.269.615 5,0% 0,84

2008 1.050.716 4,1% 1.327.269 5,1% 0,87

2009 1.050.716 4,1% 1.369.543 5,0% 0,89

2010 1.050.716 4,1% 1.444.007 5,0% 0,93

Evolução 2% 1% 8% 0% 5%

Área de pastagem UA

6%

4%

2%

0%

-2%

-6%

-4%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

29%

23%77%

15%

6%2%

30%

18%

JUARA

20 21Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

No ano de 2010 o número de matrizes chegou a representar 5% do total existente no Estado. Quando comparado com 2005 o rebanho de matrizes apresentou acréscimo de 16,0%, com 588 mil matrizes, ficando com a 7ª posição no Estado do número de animais desta categoria. O rebanho de bezerros até 12 meses fechou 2010 com participação de 5,0% do total existente no Estado, atingindo 382 mil cabeças, ou seja, acréscimo de 23% no período analisado. Com isso, a taxa de nascimento ficou em quase 68% para 2010. Neste breve histórico, a taxa de nascimento atual está quase 13 pontos percentuais maior que a do ano de 2005.

As tabelas acima mostram que a microrregião de Juara tem atuado como fornecedora de animais para outras microrregiões. A análise do transporte de animais com idade entre 4 e 24 meses mostra que, apesar de ter apresentado uma queda significativa entre os anos de 2007 e 2008, a microrregião teve saldo negativo du-rante todos os anos da série, ou seja, tendo efetivamente exportado em todos os anos da série. Essa informação se contradiz com o fato de a proporção de matrizes na microrregião ser baixa, mas pode ser explicada pelo fato de a taxa de nascimento ter ficado acima da média do Estado em todos os anos da série. As informações de transporte ainda mostram que houve uma saída efetiva equivalente a 9,3% do rebanho de animais dessa categoria. Já o destino dos bezerros e garrotes produzidos em Juara em 2010 foi muito pulverizado, sendo o principal destino a microrregião de Alta Floresta, com 19%, seguido por Lucas do Rio Verde, com 17%, e Juína, com 14%. O transporte de machos com mais de 24 meses teve o mesmo comportamento, chegando a coinci-

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Juara (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 232.958 5% -10.145 -4,4%

2006 237.470 5,0% -15.736 -6,6%

2007 221.989 4,8% -12.720 -5,7%

2008 221.113 4,9% -11.117 -5,0%

2009 205.938 4,9% -16.077 -7,8%

2010 195.326 4,9% -18.137 -9,3%

Evolução -16% -3% - -

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Juara (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 254.251 5% -14.479 -5,7%

2006 244.092 5,2% -24.784 -10,2%

2007 230.756 5,0% -7.199 -3,1%

2008 233.249 5,0% -3.546 -1,5%

2009 239.099 4,8% -14.142 -5,9%

2010 268.685 5,0% -24.876 -9,3%

Evolução 6% -7% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Juara (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 342.401 7,6% -9.655 -2,8%

2006 335.398 7,8% -11.840 -3,5%

2007 332.755 7,8% -4.696 -1,4%

2008 334.060 7,9% -2.826 -0,8%

2009 346.499 7,7% -8.838 -2,6%

2010 354.208 7,2% -18.766 -5,3%

Evolução 3% -6% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

JUARA

Com base no censo do confinamento o número de animais na microrregião de Juara apresenta uma capacidade de confinamento muito pequena, com apenas duas unidades confinadoras. Comparando o núme-ro de animais confinados em 2007 com o ano de 2010, há um incremento de 15,0% no rebanho confinado, reforçando a intenção de cria e recria da região com as dificuldades logísticas em se realizar a engorda pelo confinamento.

Na microrregião de Juara observa-se um aumento no abate dos animais machos entre 2005 e 2010 de 9%, enquanto que no mesmo período os abates de fêmeas tiveram redução de 26%. Apesar dessa diferença, a participação da microrregião sobre o abate de machos caiu 8%, enquanto que a participação sobre o abate de fêmeas subiu 12%. Isso ocorreu porque o abate de machos cresceu menos que o da média do Estado e o de fêmeas caiu menos. A idade média de abate dos machos nos últimos anos foi de 4,5 anos, 8 meses a mais que a média do Estado. No caso das fêmeas o desfrute foi de 10%. Com este valor a idade média de abate de fêmeas foi de 7 anos e 8 meses, ficando 8 meses abaixo da média do Estado.

dentemente exportar o mesmo percentual do rebanho em 2010 (9,3%). Esse comportamento certamente foi intensificado com o aumento dos confinamentos nas regiões produtoras de grãos vizinhas. Tanto é verdade que o principal destino desses animais em 2010 foi a microrregião de Lucas do Rio Verde, que levou 25% do total transportado desses animais. O transporte de fêmeas de 4 a 36 meses também teve um saldo negativo em todo o período, tendo destinado a outras microrregiões 33 mil cabeças, apresentando uma grande saída de animais nessa fai-xa etária na região. Presenciamos no rebanho de fêmeas com esta idade um acréscimo de 3% no intervalo de 2005 a 2010, chegando a 354 mil cabeças, volume que não tinha sido visto na série histórica nesse intervalo. Esse crescimento foi possível mesmo com uma saída expressiva de fêmeas dessa faixa etária no período, que chegou a 5% em 2010. Nesse mesmo ano o principal destino de animais dessa região foram outros Estados, com 20% do total.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 2 3.200 3.047 2.500 3.450 3.500

% do Estado 0,9% 0,4% 0,7% 0,5% 0,5% 0,6%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 109.081 4,5% 20,0%

2006 119.348 4,5% 22,5%

2007 131.797 4,2% 26,2%

2008 105.707 4,1% 20,5%

2009 115.592 4,3% 22,5%

2010 119.280 4,2% 22,0%

Evolução 9% -8% 10%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 121.901 5,4% 15,3%

2006 146.476 5,7% 19,3%

2007 107.540 4,8% 14,0%

2008 79.693 5,1% 9,8%

2009 81.009 5,5% 9,5%

2010 89.810 6,1% 9,9%

Evolução -26% 12% -35%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

JUARA

22 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Conclusões:

O crescimento do rebanho na microrregião de Juara obrigou os produtores a melhorarem seus índi-ces de produtividade nos últimos anos, tanto que a taxa de lotação aumentou consideravelmente, e hoje se tem ali a sexta maior taxa de lotação de Mato Grosso, com 0,92 UA/ha. Essa tendência deve continuar, já que pouco mais de 25% da área desses municípios está ocupada por pastagens e, de acordo com a legislação ambiental atual, o máximo que pode ser ocupado é de 20% no bioma Amazônia e 35% no bioma cerrado. A cria é seguramente a atividade mais frequente nas propriedades dessas localidades, haja vista que o trans-porte de animais mostra a atuação da região como exportadora de animais. Uma particularidade aponta que a pro-porção de fêmeas nesta microrregião ficou na maioria dos últimos anos abaixo da média do Estado. Mas isso deve ser compensado pela alta taxa de nascimento de bezerros, já que, além do transporte de animais, o baixo desfrute de machos em comparação com o baixo desfrute de fêmeas também indica que a atividade de cria deve ser mais comum. As deficiências logísticas e a distância dos centros consumidores e produtores de grãos seguramente devem ser fatores que favorecem a atividade de cria, tanto é que o confinamento local ainda se mostra inci-piente. Apesar disso, o aumento das indústrias frigoríficas locais deve no longo prazo ampliar a demanda da atividade de engorda na microrregião de Juara.

A microrregião de Juara dispõe de duas unidades frigoríficas com inspeção federal (SIF) cuja capacidade registrada de abate é de 1.245 cabeças por dia. Do total produzido de animais em Juara, ou seja 123 mil animais, foram abati-dos e têm origem na própria microrregião. Este montante tem representatividade de 40% na ca-pacidade de abate anual do frigorífico. Os ani-mais enviados para abate em outras microrregi-ões corresponderam a aproximadamente 41% do produzido localmente, cerca de 86 mil cabeças, tendo como destino principal Sinop, com 23%, ou 48 mil cabeças, Tangará da Serra, com 11%, ou 23 mil cabeças, e a Baixada Cuiabana, com participação de 4,4%, ou 9 mil animais. Ambas as indústrias da microrregião estão localizadas no município de Juara e a importância desta in-fraestrutura para abate dos animais produzidos torna-se evidente, já que, de cerca de 188 mil animais totais abatidos nessas plantas, 65% fo-ram oriundos da própria região. Do total que veio de outras microrregiões para abate em Juara, 65 mil cabeças tiveram como principal origem as microrregiões de Colniza, Juína e Paranaíta.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 123.419 59%

Juína 800 2.674 1%

Alta Floresta 3.650 1.663 1%

Matupá 2.700 560 0%

Paranaíta 1.441 55 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 48.011 23%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 23 0%

Baixada Cuiabana 5.018 9.096 4%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 23.373 11%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 36 0%

Rondonópolis 2.917 180 0%

Total 40.534 209.090 100%

Fonte: Indea, Imea

JUARA

A microrregião de Juína se localiza na

macrorregião Noroeste. Com uma extensão

territorial de 4,6 milhões de hectares, os três

municípios que a compõem são: Brasnorte,

Castanheiras e Juína, que juntos representam 5,05%

da área total do Estado. Os municípios de

Castanheiras e Juína estão, em sua totalidade, no

bioma Amazônico, e o município de Brasnorte, além

de pertencer a este bioma ao norte, faz parte do

Cerrado ao sul. A infraestrutura logística é precária,

passando a contar com rodovias pavimentadas nas

ligações com as demais regiões há pouco tempo.

Anuncio pág dupla - anuário IMEA - FESA.ai 1 175.00 lpi 15.00° 28/04/2011 16:12:33Anuncio pág dupla - anuário IMEA - FESA.ai 1 175.00 lpi 75.00° 28/04/2011 16:12:33Anuncio pág dupla - anuário IMEA - FESA.ai 1 175.00 lpi 0.00° 28/04/2011 16:12:33Anuncio pág dupla - anuário IMEA - FESA.ai 1 175.00 lpi 45.00° 28/04/2011 16:12:33Process CyanProcess MagentaProcess YellowProcess Black

26 27Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Depois de três altas seguidas, o rebanho de Juína chegou a 1,34 milhão de cabeças, evolução que o manteve na 13ª posição do ranking estadual. Na comparação com o ano de 2005, este volume de cabeças regis-trou incremento de 5%. A área de pastagem da região, que ficou em 912 mil hectares, também cresceu de 2005 a 2008, porém em um ritmo menor, 3%. Mesmo com este crescimento a área de pastagem da microrregião de Juína ainda representa apenas 20% da sua superfície total. Com uma alta mais expressiva do rebanho, em 2010 a taxa de lotação da micro continuou se recuperando, ficando em 1,00 unidade animal (UA) por hectare, 0,22 UA/HA acima da média de Mato Grosso.

As propriedades com até 300 animais somam 3.864, respondendo por 84% do total das propriedades da região. Esta categoria detém 26% dos animais da região, 2 pontos percentuais acima da média do Estado para esta categoria. As propriedades que possuem entre 301 e 1000 cabeças respondem por aproximadamente 1/4 dos animais da região. Já as propriedades que se encaixam na categoria “acima de 3001”, apesar de deterem a porção de 1% no número de propriedades, se apresentam com a maior fatia do rebanho da região, 320.704 ca-beças, 28% do total da micro. A média de cabeças por propriedade desta categoria é de 6.823, 3ª maior média do Estado.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 884.961 3,4% 1.284.395 4,8% 0,98

2006 898.137 3,5% 1.215.061 4,7% 0,92

2007 906.318 3,5% 1.172.787 4,6% 0,89

2008 912.654 3,5% 1.219.545 4,7% 0,93

2009 912.654 3,5% 1.287.100 4,7% 0,96

2010 912.654 3,5% 1.343.689 4,7% 1,00

Evolução 3% 3% 5% -3% -1%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 3.864 4,2% 297.525 4,7%

De 301 a 1000 525 4,5% 281.361 4,5%

De 1001 a 3000 150 3,7% 245.297 3,7%

Acima de 3001 47 4,0% 320.704 4,4%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoJuína MT Dif.

2005 485.189 6,0% 37,8% 39,9% -2,1% 327.611 67,3%

2006 442.938 5,7% 36,5% 39,5% -3,0% 293.058 60,4%

2007 458.564 6,0% 39,1% 39,7% -0,6% 258.983 58,5%

2008 470.855 5,8% 38,6% 40,8% -2,2% 273.879 59,7%

2009 523.986 6,0% 40,7% 41,4% -0,7% 306.213 65,0%

2010 562.033 6,1% 41,8% 41,2% 0,7% 332.165 63,4%

Evolução 16% 2% - 1% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA4%

2%

0%

-2%

-4%

-8%

-6%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-10%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300177%

3%1%

84%

12%28%

26%

25%21%

Com o fechamento da planta frigorífica, que de certa maneira desviou o foco dos investimentos para a engorda nos anos de 2005 a 2008, a microrregião de Juína voltou a se dedicar, em sua maioria, à atividade de cria nos últimos dois anos. A proporção de matrizes no rebanho, que chegou a ficar 3 pontos percentuais abai-xo da média do Estado em 2006, em 2010 foi superior em 0,7 ponto percentual, registrando a maior proporção do período, 41,8%. Em consequência disso, o rebanho de bezerros também obteve crescimento, atingindo um novo pico na série histórica, 332 mil cabeças. A taxa de nascimento ficou em 63,4%, incremento de aproxima-damente 4 pontos percentuais em relação a 2008.

Reflexo direto da volta do investimento na cria e a consequente alta do rebanho de matrizes, o saldo do transporte de machos de 4 a 24 meses em 2010 foi negativo em 17.647 cabeças, demonstrando que após dois anos as “importações” desses animais superaram as “exportações”. Já em 2009, quando o saldo positivo se reduziu, podia se observar a mudança da estratégia dos produtores da região, devido ao aumento da produção dos bezerros no ano anterior. Em 2010 as microrregiões que mais “importaram” esses animais de Juína foram Tangará da Serra, obtendo a porção de 41%, Araputanga, 17%, e Sapezal, 15%. Apresentando uma significativa redução de 14% de 2005 para 2010, o rebanho dos machos com mais de 24 meses chegou ao seu menor nível, 185 mil cabeças, neste último ano. Com os abates vistos entre os anos de 2005 e 2008, aliado aos saldos negativos e à queda da produção de bezerro nos anos anteriores, estes animais foram se reduzindo nos pastos da região a cada ano que passava. Esta intensificação do saldo negativo

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Juína (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 238.953 5% (3.607) -1,5%

2006 236.713 5,1% (4.926) -2,1%

2007 216.111 4,7% (367) -0,2%

2008 213.804 4,6% 10.536 4,9%

2009 221.755 4,4% 623 0,3%

2010 229.001 4,2% (17.647) -7,7%

Evolução -4% -16% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Juína (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 217.025 5% (1.780) -0,8%

2006 218.471 4,6% (28.262) -12,9%

2007 213.093 4,6% (26.484) -12,4%

2008 242.364 5,4% (9.493) -3,9%

2009 196.528 4,7% (25.651) -13,1%

2010 185.666 4,7% (24.102) -13,0%

Evolução -14% -1% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Juína (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 314.470 7,0% (15.021) -4,8%

2006 315.820 7,4% (9.627) -3,0%

2007 309.009 7,2% (1.817) -0,6%

2008 307.547 7,2% 3.926 1,3%

2009 309.467 6,9% 2.675 0,9%

2010 337.998 6,8% (12.587) -3,7%

Evolução 7% -2% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

JUÍNAJUÍNA

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

28 29Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

a partir de 2009 se deve, principalmente, ao aumento do confinamento nas microrregiões de Sapezal e Lucas do Rio Verde, que juntas representaram 57% das saídas destes animais de Juína em 2010. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses, apesar de ter apresentado um saldo negativo em 2010, registrou uma evolução de 7% na comparação com 2005. Enviando fêmeas para treze microrregiões do Estado e ob-tendo uma importação total de quase 31 mil cabeças, Juína volta a ser uma das microrregiões fornecedoras de fêmeas para o Estado, demonstrando que os anos de 2008 e 2009 foram meras exceções no período. A regiões que mais “importam” estes animais são as vizinhas Colniza, que respondeu por 26% das saídas totais, e Tan-gará da Serra, que representou 22%.

A microrregião de Juína conta com duas unidades confinadoras que juntas possuem uma capacidade estática de 6.200 cabeças, representando 1% da capacidade de Mato Grosso. Todavia, o número de animais confinados no ano de 2010 ficou bem abaixo deste volume, 800 cabeças, registrando uma participação inex-pressiva no total confinado pelo Estado.

Explicando a queda no rebanho de machos com mais de 24 meses, o abate de machos na região, que era de 98 mil cabeças em 2005, obteve incremento de 30% e, em 2010, chegou a quase 127 mil cabeças. Dessa forma, o desfrute, no mesmo período, avançou 38%, chegando a 25,7% em 2010, demonstrando um ganho de eficiência. Mesmo assim, a idade média do abate dos machos ainda é 8 meses superior à média do Estado, registrando 4 anos e 6 meses. Com um movimento oposto, o abate de fêmeas em 2010 fechou o ano em 84 mil cabeças, queda de 7% em relação a 2005. Dessa forma, o desfrute destes animais se reduziu também, re-gistrando 9,9% em 2010. A volta dos investimentos na direção da cria causou este efeito de queda nos abates das fêmeas da região, fato que ocorreu na média do Estado, já que a representatividade dos abates no mesmo período teve alta de 41%.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 2 6.200 280 300 600 800

% do Estado 0,9% 0,8% 0,1% 0,1% 0,1% 0,1%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 97.720 4,1% 18,6%

2006 102.255 3,9% 20,0%

2007 118.312 3,8% 24,7%

2008 114.648 4,5% 22,4%

2009 111.549 4,1% 22,7%

2010 126.643 4,4% 25,7%

Evolução 30% 10% 38%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 90.614 4,0% 11,9%

2006 126.019 4,9% 17,9%

2007 103.300 4,6% 14,9%

2008 65.829 4,3% 9,3%

2009 65.461 4,4% 8,2%

2010 84.302 5,7% 9,9%

Evolução -7% 41% -17%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

JUÍNA

A microrregião de Juína possui apenas uma planta com o serviço de inspeção federal (SIF), que se localiza no município de Juína. Esta planta paralisou seus abates no início de 2009 e só retornou nos últimos meses de 2010. Não obstante a este fato, a representatividade dos animais da região que são abatidos na pró-pria região caiu de 64% em 2008 para 17% em 2010. Diante da escassez de plantas em sua vizi-nhança, os produtores da região se sujeitaram a levar seus animais, para serem abatidos, a regi-ões distantes. Nesse contexto, com uma distância de 750 quilômetros, a Baixada Cuiabana abateu 13% dos animais da região de Juína em 2010. A região que mais recebeu animais de Juína foi Tangará da Serra, que respondeu por 55%. A vizinha Juara abateu 28.764 cabeças e representou os mesmos 14% do total enviado para o abate. A outra vizinha, Sapezal, respondeu por apenas 1% dos abates da região. Com uma capacidade de abate comprometida tanto na re-gião quanto nas regiões mais próximas, o preço praticado na região pode ter sido menor do que o preço em outras regiões mais distantes, já que há um forte desconto do frete.

Conclusões:

Mesmo representando 20% da área total da região, a área de pastagem desta microrregião não deverá sofrer grandes alterações nos próximos anos, haja vista a forte pressão antidesmatamento, principalmente porque a maior parte da microrregião de Juína pertence ao bioma Amazônia. Mesmo possuindo um solo fértil, que fornece boa condição para atividade de engorda, a região, logo após o encerramento das operações do frigorífico da região em 2009, deixou de ter um saldo positivo no transporte de machos de 4 a 24 meses em 2010, demonstrando a perda do fôlego visto em 2008 em relação a esta atividade. Nesse sentido, com a volta das operações no fim do ano passado, esse quadro pode ser revertido novamente dado à alta taxa de lotação que o solo da região propicia. Nesse sentido, os confinamentos, principalmente no município de Brasnorte, em que se nota a expansão da produção de grãos, têm espaço para crescer na região e agregar valor à produção agrícola. Mesmo com a volta do funcionamento da planta, a região, com todo potencial que possui, tem neces-sidade de novas instalações para aumentar a capacidade de abate, fazendo com que os produtores da região e das regiões vizinhas se sintam mais atraídos pela engorda, sem precisar enviar tão longe seus animais para o abate.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 160 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 28.764 14%

Juína 800 35.435 17%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 15 0%

Araputanga 3.900 1.081 1%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 1.779 1%

Baixada Cuiabana 5.018 28.261 13%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 115.420 55%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 30 0%

Total 40.534 210.945 100%

Fonte: Indea, Imea

JUÍNA

A microrregião de Alta Floresta é formada pelos

municípios de Alta Floresta, Carlinda, Colíder, Nova

Canaã do Norte, Nova Guarita e Novo Mundo.

, as áreas desses municípios ultrapassam 2,7

milhões de hectares e representam cerca de 3,0%

da área total de Mato Grosso. As microrregiões de

Matupá, Paranaíta e Alta Floresta formam juntas a

macrorregião Norte. Assim como Colniza e

Paranaíta, toda a microrregião de Alta Floresta

pertence ao bioma Amazônia. A região possui

rodovias pavimentadas que estão ligadas à BR-163,

que liga a região norte do Estado ao sul.

33Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Alta Floresta, em relação ao rebanho, não teve crescimento exagerado, até porque a área de pastagem se expandiu de forma mais amena. Com 1,36 milhão de hectares de pastagem, a microrregião de Alta Floresta detém a 9ª maior área de pastagem do Estado, ocupando 50% da área de seus municípios. Em relação à taxa de lotação, sofreu variações devido ao crescimento irregular do rebanho entre 2005 e 2010. Dessa forma, a taxa de lotação teve retomada a partir de 2008 e fechou 2010 com valor de 1,22 UA/ha, o maior da série histórica, sendo a maior taxa de lotação dentre a 21 microrregiões do Estado, fato que demonstra a alta produtividade destes solos.

Para a estratificação das propriedades na microrregião de Alta Floresta, os dados mostram uma pro-porção maior para aquelas propriedades com até 300 animais, de 86% do total, que detêm 30% dos animais de Alta Floresta, proporção 6 pontos percentuais acima da média do Estado, no que diz respeito ao número de bovinos. Este número corrobora com o fato de que a maior parte dos animais da microrregião está em pro-priedades com até 1000 cabeças. As propriedades com mais de 3000 animais representam pouco mais de 1%, porém estas detêm cerca de 23% do rebanho da microrregião. As 91 propriedades com mais de 3000 animais possuem em média 5.624 animais.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.350.608 5,3% 2.280.641 8,5% 1,15

2006 1.357.366 5,3% 2.159.930 8,3% 1,09

2007 1.361.039 5,3% 2.076.062 8,1% 1,05

2008 1.363.998 5,3% 2.176.782 8,4% 1,10

2009 1.363.998 5,3% 2.329.407 8,5% 1,17

2010 1.363.998 5,3% 2.427.918 8,5% 1,22

Evolução 1% 1% 6% -1% 2%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 8.389 9,1% 645.309 10,2%

De 301 a 1000 995 8,5% 527.418 8,4%

De 1001 a 3000 315 7,8% 499.951 7,5%

Acima de 3001 91 7,7% 511.869 7,1%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoAlta Floresta MT Dif.

2005 881.853 10,8% 38,7% 39,9% -1,2% 556.570 74,3%

2006 824.065 10,6% 38,2% 39,5% -1,3% 490.803 55,7%

2007 806.723 10,6% 38,9% 39,7% -0,9% 460.114 55,8%

2008 852.711 10,5% 39,2% 40,8% -1,6% 490.839 60,8%

2009 915.804 10,4% 39,3% 41,4% -2,1% 545.064 63,9%

2010 973.434 10,5% 40,1% 41,2% -1,1% 592.060 64,6%

Evolução 10% -3% - 6% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

4%

2%

0%

-2%

-6%

-10%

-8%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

6%

8%

-4%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

23%

3%1%

23%

30%10%

24%86%

ALTA FLORESTA

34 35Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Como visto na tabela anterior, o rebanho da microrregião de Alta Floresta não teve crescimento signi-ficativo, apenas 6% ao longo do período observado. Em relação ao rebanho de matrizes, foi um pouco dife-rente, pois cresceu 10%, mais de 973 mil cabeças. Mesmo com essa alta, a proporção de fêmeas no rebanho da microrregião permaneceu abaixo da média do Estado durante todo o período. Já o crescimento do número de bezerros foi mais lento e, com isso, mesmo sendo o segundo maior valor da série histórica, a taxa de nasci-mento de 2010 ficou 10 pontos percentuais abaixo do ano base, 2005.

Os dados de transporte de bovinos da microrregião de Alta floresta mostram uma grande variação no transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses. A região foi exportadora de animais em 2005 e 2006, passando a importar em 2007 e 2008 e retomou o envio de animais nos dois últimos anos, chegando a destinar para outras regiões o equivalente a 5,2% do rebanho de animais dessa categoria em 2010. O principal destino desses animais em 2010 foi a microrregião de Paranaíta, que recebeu 41% do total, ou mais de 45 mil cabeças, seguida pela microrregião de Matupá, com 27% do total, ou pouco mais de 30 mil cabeças. Apesar de no período o percentual do rebanho com mais de 2 anos enviado para outras regiões ter sido pequeno, os números já caracterizam a microrregião como fornecedora de animais para engorda. Mais uma vez as microrregiões vizinhas, Paranaíta e Matupá, foram as principais compradoras, levando, respectivamen-te, 27% e 30% do total. Porém, o saldo do transporte com as vizinhas foi positivo, ou seja, elas contribuíram com a entrada de animais, e as regiões confinadoras (Nova Mutum, Sinop e Lucas do Rio Verde) foram as que

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Alta Floresta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 435.982 9% (7.024) -1,6%

2006 401.918 8,6% (17.408) -4,3%

2007 378.127 8,3% 7.503 2,0%

2008 413.608 8,9% 21.559 5,2%

2009 425.381 8,5% (27.269) -6,4%

2010 485.316 9,0% (25.068) -5,2%

Evolução 11% -2% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Alta Floresta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 374.438 8% (7.049) -1,9%

2006 388.286 8,2% (8.287) -2,1%

2007 378.464 8,1% (10.231) -2,7%

2008 374.559 8,4% (11.901) -3,2%

2009 393.824 9,4% (2.718) -0,7%

2010 368.154 9,3% (9.651) -2,6%

Evolução -2% 13% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Alta Floresta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 582.696 12,7% (22.927) -3,9%

2006 566.369 12,9% (17.346) -3,1%

2007 527.690 12,1% (16.113) -3,1%

2008 544.308 12,6% 3.578 0,7%

2009 574.502 12,6% (3.609) -0,6%

2010 612.491 12,2% (22.166) -3,6%

Evolução 5% -4% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

ALTA FLORESTA

de fato contribuíram para a saída de animais, adquirindo 25%, ou 12 mil cabeças, influenciando negativamente o saldo do transporte local. O transporte de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses também mostrou a microrregião de Alta Floresta como grande fornecedora de animais dessa categoria. No ano de 2010 o saldo do transporte dessa categoria subiu provavelmente em reação ao aumento do rebanho de fêmeas observado no período. Mesmo com essa diminuição, os produtores locais movimentam muito essa categoria, sendo eles os responsáveis pelo 2º maior volume efetivamente exportado em 2010. As microrregiões vizinhas, Paranaíta e Matupá, foram novamente os principais destinos, com 37% das compras e 36% das vendas.

De acordo com a tabela, durante o censo dos confinamentos, realizado em 2010, não foi identificada nenhuma unidade confinadora na microrregião de Alta Floresta.

Com o crescimento do rebanho de machos, o abate de machos aumentou 13% no acumulado do perí-odo observado, mesmo assim, sua representatividade perante o abate total de Mato Grosso caiu, passando de 9,2% para 8,8% do total. A consequência direta disso pôde ser observada na taxa de desfrute, que estava acima da média do Estado em todos os anos da série quando caiu em 2008. A idade média de abate dos machos nos últimos anos foi de 3 anos e 10 meses, valor praticamente igual à média do Estado. Para o abate de fêmeas a situação foi pior, já que caiu 31%. A taxa de desfrute só não ficou acima da média do Estado em 2008. A idade média de abate da fêmeas nos anos da série foi de 7 anos e 6 meses, valor 10 meses abaixo da média de Mato Grosso.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 0 0 0 0 0 0

% do Estado 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 222.392 9,2% 24,3%

2006 238.101 9,0% 26,9%

2007 259.149 8,4% 30,4%

2008 197.297 7,7% 22,2%

2009 228.641 8,5% 24,6%

2010 251.056 8,8% 25,8%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 206.484 9,2% 15,1%

2006 245.578 9,5% 19,3%

2007 204.956 9,1% 16,7%

2008 125.197 8,1% 9,7%

2009 133.604 9,0% 9,5%

2010 141.814 9,6% 9,7%

Evolução -31% 4% -36%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

ALTA FLORESTA

36 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Alta Floresta possui seis plantas frigoríficas sendo duas com SIE (Serviço de Inspeção Estadual) e quatro com SIF (Serviço de Inspeção Federal), tendo capacidade total de abate de 3,65 mil cabeças por dia. A últi-ma planta frigorífica construída na microrregião começou a operar em outubro de 2006 no mu-nicípio de Colíder. Não é sem motivo que 65% dos animais produzidos na microrregião foram abatidos ali mesmo, não se fazendo necessário o transporte destes animais para outras microrre-giões. Mesmo assim, as 253 mil cabeças abati-das na própria microrregião utilizaram cerca de 25% da capacidade de abate instalada para 2010, e cerca de 247 mil cabeças vieram de outras mi-crorregiões para morrer nestas plantas frigorífi-cas. Com este volume adicional, a taxa média de ocupação da capacidade industrial instalada ficou em 49%, valor baixo que dificulta a sobre-vivência destas indústrias, tanto que uma parte delas não funcionou integralmente no referido ano. O segundo principal destino de abate dos animais produzidos nesta microrregião foram os frigoríficos das microrregiões de Matupá e Si-nop, destino de 14% e 11%, respectivamente, de toda a produção de 2010.

Conclusões:

As áreas de pastagem da microrregião de Alta Floresta ocupam cerca de 50% da área dos municípios em questão, e mesmo contendo a maior taxa de lotação dentre as 21 microrregiões do Estado, dificilmente novas áreas serão abertas, já que toda a microrregião pertence ao bioma Amazônia, onde a pressão antidesma-tamento é crescente. Mesmo com o crescimento pouco significativo do rebanho na microrregião de Alta Floresta, ao longo do período, a microrregião tem se especializado na recria e engorda, já que o rebanho de matrizes diminuiu. Na contramão dessa tendência, está o transporte de machos com mais de 24 meses, que indica um envio cada vez maior desses animais para outras microrregiões. Esse movimento provavelmente tem sido pressionado pelo aumento da atividade de confinamento em outras regiões. Os produtores da microrregião têm um número de plantas frigoríficas mais que suficiente para atender a sua oferta, tanto é verdade que, mesmo considerando que toda a produção acumulada de 2006, ano com maior volume de abate da série, fosse abatida nos frigoríficos da microrregião, a taxa de ocupação da indústria ainda seria de cerca de 50%. Com isso fica evidente a necessidade de se buscar animais de outras microrregi-ões.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 330 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 253.439 65%

Matupá 2.700 56.138 14%

Paranaíta 1.441 2.907 1%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 44.239 11%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 12.136 3%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 23.254 6%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 391 0%

Rondonópolis 2.917 36 0%

Total 40.534 392.870 100%

ALTA FLORESTA

A microrregião de Matupá abrange os municípios de

Guarantã do Norte, Itaúba, Marcelândia,

Matupá, Nova Santa Helena, Peixoto de Azevedo e

Terra Nova do Norte e, juntamente com as

microrregiões de Alta Floresta e Paranaíta, compõe a

macrorregião Norte do Imea. Matupá faz divisa com

Alta Floresta, Sinop e São Felix do Araguaia, além do

Estado do Pará. Com uma extensão

territorial de mais de 4,6 milhões de hectares, ocupa

em torno de 5% do território mato-grossense e a grande

maioria da região pertence ao bioma Amazônia.

Fonte: Indea, Imea

39Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A evolução de 5% da área de pastagem até 2008 na microrregião de Matupá foi acompanhada, porém em proporções maiores, pela evolução do rebanho. A taxa de crescimento deste último chegou a 8% de 2005 a 2010. A participação do rebanho bovino dessa microrregião em nível estadual ficou ligeiramente superior a sua participação em termos de área disponível à pastagem, atualmente em 5,4% do total dessa área. A taxa de lotação apresentou evolução positiva ao longo dos anos, passando de 0,78 UA/ha para 0,80 UA/ha em 2010. No comparativo com os números em nível de Estado, a microrregião apresenta taxa maior, de 3 pontos per-centuais.

Com relação ao tamanho médio das propriedades rurais na microrregião, esta se caracteriza por ter grande número de pequenas propriedades rurais, de até 300 animais. Essa faixa atinge 89% do total de pro-priedades e apenas 33% do rebanho, ao passo que as grandes propriedades rurais, aquelas com mais de 3001 animais, apresentam apenas 1% das propriedades e 19% do rebanho. As faixas intermediárias, de 301 a 3000 cabeças, representam 9% em termos de número de propriedades e 48% do rebanho estadual. No comparativo com o Estado, a região se destaca pela grande proporção de propriedades pequenas, 4 pontos percentuais aci-ma da média estadual.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.320.216 5,1% 1.518.827 5,7% 0,78

2006 1.339.692 5,2% 1.453.305 5,6% 0,75

2007 1.361.546 5,3% 1.403.283 5,5% 0,71

2008 1.389.034 5,4% 1.423.304 5,5% 0,72

2009 1.389.034 5,4% 1.541.170 5,7% 0,76

2010 1.389.034 5,4% 1.636.378 5,7% 0,80

Evolução 5% 5% 8% 0% -3%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 6.915 7,5% 439.478 6,9%

De 301 a 1000 619 5,3% 333.545 5,3%

De 1001 a 3000 195 4,9% 305.995 4,6%

Acima de 3001 43 3,7% 260.998 3,6%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoMatupá MT Dif.

2005 593.322 7,3% 39,1% 39,9% -0,8% 374.295 64,3%

2006 570.650 7,3% 39,3% 39,5% -0,2% 327.140 55,1%

2007 561.954 7,4% 40,0% 39,7% 0,3% 319.177 55,9%

2008 609.960 7,5% 42,9% 40,8% 2,1% 316.398 56,3%

2009 656.563 7,5% 42,6% 41,4% 1,2% 375.740 61,6%

2010 679.161 7,3% 41,5% 41,2% 0,3% 403.192 61,4%

Evolução 14% 1% - 8% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

4%

2%

0%

-2%

-6%

-10%

-8%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

6%

-4%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

19%

33%

25%

23%

89%

8%

2%1%

MATUPÁ

40 41Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O rebanho de matrizes acima de 24 meses apresentou crescimento de 14% ao longo dos últimos cinco anos, superior ao crescimento estadual, que foi de 8% no mesmo período. A taxa de crescimento foi similar às verificadas nas micros de Juara, Juína e Água boa. A participação dessas matrizes sobre o rebanho total é de 41,5%, indicador muito próximo à média estadual. A evolução dos bezerros abaixo de 12 meses, no entanto, não acompanhou a intensidade da alta das matrizes, crescendo 8% no mesmo período. O resultado disso foi uma redução na taxa de natalidade nesta microrregião, de 64,3% para 61,4%, uma das cinco microrregiões a apresentar decréscimo ao longo do período.

Analisando o rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses, houve um aumento de 9% ao longo dos últimos anos, próximo ao crescimento do rebanho total na microrregião, que foi de 8%. Na mesma tendência, o rebanho de machos de 4 a 24 meses cresceu 5% e, na contramão deste cenário de crescimento, os machos acima de 24 me-ses tiveram redução de 9%. O transporte desses animais, tanto para machos de 4 a 24 meses como para fêmeas entre 4 e 36 meses, para outras regiões, só não foi negativo no ano de 2008. Para todos os demais períodos, a microrregião foi “exportadora” destes animais. A região que mais participou desse intercâmbio de animais com Matupá foi Alta Floresta. Além da proximidade entre essas duas regiões, a presença de frigoríficos em ambas e o fato de Alta Floresta ter características de recria e engorda, favoreceram a troca. Do total de machos de 4 a 24 meses que chegaram a Matupá, 49% vieram de Alta Floresta e, do total que saiu, 57% foram para Alta Floresta. Já a segunda região que mais recebeu animais machos de 4 a 24 meses foi Sinop, com 11%. No

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Matupá (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 280.480 6% (10.079) -3,6%

2006 256.077 5,5% (8.524) -3,3%

2007 244.073 5,3% (25.827) -10,6%

2008 235.652 5,1% 16.089 6,8%

2009 265.705 5,3% (7.333) -2,8%

2010 294.248 5,4% (20.211) -6,9%

Evolução 5% -8% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Matupá (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 241.184 5% (5.204) -2,2%

2006 260.700 5,5% (20.354) -7,8%

2007 245.909 5,3% (32.931) -13,4%

2008 231.883 5,2% 1.798 0,8%

2009 215.417 5,2% 2.163 1,0%

2010 220.333 5,6% (20.800) -9,4%

Evolução -9% 5% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Matupá (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 392.725 8,7% (6.651) -1,7%

2006 378.304 8,7% (7.257) -1,9%

2007 365.361 8,5% (571) -0,2%

2008 362.843 8,5% 13.849 3,8%

2009 393.313 8,7% (1.147) -0,3%

2010 428.521 8,6% (1.565) -0,4%

Evolução 9% -1% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

MATUPÁ

caso do transporte de animais com mais de 24 meses, Alta Floresta também foi o principal destino, porém, os grandes déficits, ou seja, os casos em que as saídas são muito maiores que as entradas, ocorrem com as regiões confinadoras, como Lucas do Rio Verde, que em 2010 foi responsável por quase 50% do déficit dessa catego-ria. Mesmo fazendo fronteira com o Pará, no transporte de animais para outros estados brasileiros, a mi-crorregião de Matupá não participa como grande agente nesse mercado, já que a falta de rodovias pavimenta-das e a distância das principais cidades dificultam esse comércio. O Estado que mais recebeu animais machos dessa região foi São Paulo, e mesmo assim o volume foi muito pequeno, de 316 cabeças. A região toda trans-portou apenas 509 animais para fora do Estado no ano de 2010, apenas 0,4% do total que saiu do Estado.

Os censos de confinamentos realizados nos últimos quatro anos em Mato Grosso pelo Imea indicam crescimento na taxa de animais confinados para terminação. Em 2007 a região confinava apenas 0,7% do re-banho estadual. Em 2010 esse valor passou a ser de 2,7%. A capacidade estática é de 16.500 animais, 2,1% da capacidade do Estado, de 785 mil cabeças.

Por ser uma região com características de cria de animais, Matupá apresentou queda expressiva nos abates de fêmeas de 2005 a 2010, fato que deve estar vinculado a questões de mercado que vêm favorecendo a retenção de fêmeas para a atividade de cria nos últimos anos. Os abates de machos, ao contrário das fêmeas, aumentaram consideravelmente nesse mesmo período, 19%. A taxa de desfrute dos machos, por conseguinte, também aumentou, em 18%. A tendência de queda nos abates de fêmeas e o aumento nos de machos foi, de certa forma, geral no Estado de Mato Grosso, tanto que em nível estadual o abate de fêmeas caiu 35% e o de machos aumentou 18%, indicadores muito próximos aos da região de Matupá.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 3 16.500 2.800 6.200 13.000 16.300

% do Estado 1,4% 2,1% 0,7% 1,1% 2,0% 2,7%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 118.668 4,9% 20,0%

2006 139.643 5,3% 23,9%

2007 149.367 4,8% 27,0%

2008 122.465 4,8% 23,1%

2009 145.299 5,4% 26,0%

2010 141.428 5,0% 23,6%

Evolução 19% 1% 18%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 120.360 5,4% 13,0%

2006 157.590 6,1% 18,1%

2007 125.988 5,6% 14,8%

2008 64.428 4,2% 7,2%

2009 72.957 4,9% 7,4%

2010 86.161 5,8% 8,3%

Evolução -28% 9% -36%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

MATUPÁ

42 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Em mais um ano marcado pela conti-nuidade da crise dos frigoríficos, 2010 foi ca-racterizado por um aumento da ociosidade dos frigoríficos em função do fechamento de várias plantas e em Matupá a situação não foi diferen-te. Os abates nesse mesmo ano representaram apenas 18% da capacidade estática instalada. Os quatro frigoríficos da região registrados sob ins-peção federal (SIF) estão localizados em apenas dois municípios, sendo três em Matupá e um em Guarantã do Norte, porém apenas um estava em funcionamento no final do ano de 2010. Do to-tal de animais que foram abatidos com origem desta região, 54% foram finalizados nesta mes-ma região, 13% saíram para a microrregião de Sinop, 25% para a região de Alta Floresta e 5% foram terminados em Tangará da Serra. No final das contas, os abates totais desta microrregião apresentaram tendência de queda ao longo dos últimos anos, de 5%, levemente inferior à que-da dos abates no Estado, de 7%. Mesmo com a queda, Matupá ainda está entre as dez primeiras microrregiões em número de animais enviados para abate em Mato Grosso.

Conclusões:

Localizada na macrorregião Norte de Mato Grosso, apesar de o transporte de animais indicar certa tendência ao fornecimento de animais para reposição, se fosse considerada uma única propriedade, a micror-região de Matupá poderia ser caracterizada como uma região de ciclo completo, já que vários indicadores das características de Matupá são similares à média estadual, como é o caso da evolução dos abates de machos e fêmeas. O transporte de animais mostra uma dinâmica primordialmente voltada ao comércio com as micror-regiões de Alta Floresta e Sinop, mas regiões onde o confinamento tem roubado a cena, como Lucas do Rio Verde, têm demandado cada vez mais animais e já são responsáveis pela maior parte do saldo negativo no co-mércio inter-regional. O nível de ociosidade dos frigoríficos instalados na microrregião de Matupá aumentou em 2010 depois do fechamento de mais uma unidade frigorífica, fato que preocupa, mas ao mesmo tempo dá condições para que a atividade cresça ao longo prazo na região. Assim como o transporte para outros estados tem pouca importância na região, a atividade de confi-namento ainda engatinha, mas tem grande potencial na microrregião. Isso porque a BR-163, que liga Mato Grosso ao porto de Santarém, no Pará, deve ser concluída nos próximos anos, gerando uma nova rota para o escoamento de grãos e carnes, que certamente intensificará a atividade local de confinamentos.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 185 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 180 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 57.705 25%

Matupá 2.700 123.241 54%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 29.737 13%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 5.173 2%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 10.598 5%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 770 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 227.589 100%

Fonte: Indea, Imea

MATUPÁ

Composta pelos municípios de Apiacás, Nova

Bandeirantes, Nova Monte Verde do Norte e

Paranaíta, a microrregião de Paranaíta possui 4,1

milhões de hectares, que correspondem a 4,51% da

área total de Mato Grosso. A microrregião de

Paranaíta e as microrregiões de Alta Floresta e

Matupá compõem a macrorregião Norte. Os

municípios desta unidade pertencem ao bioma

Amazônia, e são banhados por grandes rios como o

Teles Pires e Juruena. Está ligada à microrregião de

Alta Floresta por rodovias não pavimentadas.

45Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Paranaíta encerrou o ano de 2010 com um rebanho de 1,50 milhão de cabeças, re-gistrando incrementos de 9% e 35% quando comparado com os anos de 2009 e 2005, respectivamente. Esta microrregião se apresenta na 17ª colocação no ranking da área de pastagens entre as 21 microrregiões do Estado. Com 857 mil hectares, 21% da superfície do seu solo é ocupada por área de pastagens. Mesmo com apenas 3,3% da área de pastagem do Estado, esta microrregião detém 5,2% do rebanho, fato que confirma a alta produtividade das pastagens locais, cuja taxa de lotação de 1,19 unidade animal por hectare só não é maior que a da microrregião vizinha, Alta Floresta. Esta taxa é 55% maior que a taxa média de Mato Grosso.

As propriedades com até 300 cabeças possuem representatividade de 83%, sendo 2 p.p. menor que a média do Estado. Essas propriedades, apesar de serem a maioria em relação ao rebanho, possuem 24% dos bovinos da região. As unidades que possuem de 301 a 1000 cabeças representam 25% do rebanho da região, contra 24% da média de Mato Grosso, representando 5,2% do total do Estado. Os percentuais das unidades produtivas com mais de 1001 cabeças são idênticos à média estadual, apresentando 4% do número de pro-priedades e 23% do número de animais. O número médio de animais presentes em propriedades com mais de 3001 animais é de 6.625 bovinos, sendo a 5ª maior em animais por propriedade nas grandes fazendas do Estado.

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 4.066 4,4% 307.352 4,8%

De 301 a 1000 606 5,2% 325.033 5,2%

De 1001 a 3000 178 4,4% 294.548 4,4%

Acima de 3001 55 4,7% 364.393 5,0%

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 814.336 3,2% 1.116.991 4,2% 0,94

2006 832.212 3,2% 1.179.736 4,5% 0,98

2007 853.807 3,3% 1.224.133 4,8% 1,00

2008 857.422 3,3% 1.332.671 5,1% 1,09

2009 857.422 3,3% 1.381.588 5,1% 1,12

2010 857.422 3,3% 1.504.592 5,2% 1,19

Evolução 5% 5% 35% 25% 19%

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoPARANAITA MT Dif.

2005 415.475 5,1% 37,2% 39,9% -2,7% 265.724 78,3%

2006 427.006 5,5% 36,2% 39,5% -3,3% 261.939 63,0%

2007 460.776 6,0% 37,6% 39,7% -2,1% 273.539 64,1%

2008 508.636 6,3% 38,2% 40,8% -2,6% 294.441 63,9%

2009 529.988 6,0% 38,4% 41,4% -3,1% 326.012 64,1%

2010 574.381 6,2% 38,2% 41,2% -3,0% 379.601 71,6%

Evolução 38% 22% - 43% 64,1%

Área de pastagem UA

0%

30%

25%

20%

15%

5%

10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

28%

25%

77%

4%1% 24%

83%

12%

23%

PARANAÍTA

46 47Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Na micro de Paranaíta, em 2010, 38,2% do rebanho era de fêmeas com mais de 24 meses, mantendo a participação acima dos 37% desde 2005. A evolução no número de matrizes do ano de 2005 para 2010, foi de 38%, e o rebanho de bezerros até 12 meses encerrou o ano com 379,6 mil cabeças, sendo desde 2005 o maior número da série histórica. Com isso a taxa de nascimento na região atingiu 71,6% em 2010, sendo a segunda maior da série histórica. Apesar de em toda série história ter permanecido com percentual de matrizes abaixo da média do Estado, a cria na microrregião se mostra altamente eficiente, com uma das maiores taxas de nas-cimento de bezerros do Estado.

O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses não corrobora por completo com a afirmação de que a microrregião de Paranaíta é um polo de engorda. Isso porque mostra a tabela de rebanho desta faixa etária que o saldo foi negativo no ano de 2008, evidenciando que de “importadora” a microrregião passou a “exportar” animais desta categoria em 2008. Para os anos seguintes, como é característico, verifica-se mudan-ça no comportamento desta região. Em 2010, ocorre aumento no número de animais “importados”, chegando aos 55.795 mil animais. Dos machos desta faixa etária que entraram na microrregião, 82% vieram da região de Alta Floresta e 8% tiveram como origem a microrregião de Juara. O movimento do transporte de animais com mais de 24 meses está intimamente ligado à situação da planta frigorífica presente no município de Nova Monte Verde. Em 2008, quando a planta estava em funcio-namento, o saldo dos animais desta faixa etária foi positivo, demonstrando que na época as compras da região

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Paranaíta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 215.656 5% 17.589 8,2%

2006 228.788 4,9% 26.919 11,8%

2007 245.715 5,4% 4.367 1,8%

2008 245.632 5,3% (1.760) -0,7%

2009 259.498 5,2% 333 0,1%

2010 297.985 5,5% 3.036 1,0%

Evolução 38% 22% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Paranaíta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 212.181 5% 13.139 6,2%

2006 237.015 5,0% 6.394 2,7%

2007 238.754 5,1% (8.674) -3,6%

2008 274.756 6,1% 20.098 7,3%

2009 259.506 6,2% (18.231) -7,0%

2010 245.880 6,2% (7.251) -2,9%

Evolução 16% 34% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Paranaíta (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 285.029 6,3% 20.998 7,4%

2006 299.463 7,0% 13.664 4,6%

2007 319.783 7,5% 4.365 1,4%

2008 336.846 7,9% (1.630) -0,5%

2009 345.420 7,7% (1.987) -0,6%

2010 402.653 8,1% 8.790 2,2%

Evolução 41% 28% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

PARANAÍTA

superavam as vendas. Já em 2009, quando a planta encerrou suas operações no início do ano, o saldo se tornou negativo, se mantendo negativo em 2010, uma vez que a planta permaneceu fechada. A regiões que mais rece-beram os animais de Paranaíta foram Alta Floresta, que importou 54% do total, e Sinop, que comprou 26%. De 2005 a 2007 o saldo positivo das fêmeas de 4 a 36 meses foi diminuindo até se tornar negativo nos anos de 2008 e 2009. Esse movimento demonstra que a região estava direcionando seus investimentos para a atividade de cria, chegando a se tornar fornecedora destes animais. Mesmo registrando um crescimento de 41% no rebanho, em 2010 as entradas voltaram a superar as saídas, gerando um saldo positivo que representou 2,2% no rebanho total da micro. A microrregião que mais forneceu estes animais a Paranaíta em 2010 foi a vizinha Alta Floresta, respondendo por 79% dos envios, seguida por Juara, que “importou” 9% do total. Esta forte relação com a vizinha Alta Floresta para todas as categorias demonstradas se deve à infraestrutura logís-tica, uma vez que só tem ligações pavimentadas com esta.

De acordo com a tabela, durante o censo dos confinamentos, realizado em 2010, não foi identificada nenhuma unidade confinadora na microrregião de Paranaíta.

Enquanto a área de pastagem aumentou 5% e o rebanho 35%, no mesmo período o abate de machos aumentou 43%, passando de pouco mais de 100 mil cabeças para quase 144 mil, o que mostra leve crescimento em produtividade na microrregião. Mesmo com esse aumento no abate, a taxa média de desfrute de machos ficou abaixo da média do Estado em todos os anos da série. A idade média de abate dos machos ficou em 4 anos e 2 meses. Com o crescimento do abate de bovinos em 2010, Paranaíta foi a 7ª região que enviou o maior volume de animais para abate. No mesmo período o abate de fêmeas cresceu 18%, passando de pouco mais de 79.658 cabeças para 93.825. Este crescimento fez com que a taxa de desfrute de fêmeas superasse a taxa média do Estado, que em 2010 foi de 8%, além de destinar o 5º maior volume de fêmeas para abate no Estado.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 0 0 0 0 0 0

% do Estado 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 100.322 4,2% 21,4%

2006 122.601 4,6% 24,2%

2007 145.713 4,7% 27,9%

2008 135.004 5,3% 23,9%

2009 129.689 4,8% 22,7%

2010 143.709 5,0% 23,9%

Evolução 43% 21% 12%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 79.658 3,5% 12,3%

2006 109.566 4,2% 16,3%

2007 110.319 4,9% 15,7%

2008 78.734 5,1% 10,3%

2009 76.739 5,2% 9,5%

2010 93.825 6,3% 10,4%

Evolução 18% 79% -15%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

PARANAÍTA

48 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Paranaíta possui uma planta frigorífica com inspeção federal (SIF) cuja capacidade registrada de abate é de 1.441 cabe-ças por dia. Entretanto, essa capacidade de abate não está sendo utilizada, uma vez que a empresa administradora pediu recuperação judicial e en-cerrou suas operações no início de 2009. Desse modo, os abates na região acontecem apenas em abatedouros com serviço de inspeção municipal. Nesse sentido, das 14 mil cabeças encaminha-das para o abate nos frigoríficos municipais da microrregião, em 2010, 68% foram oriundas da própria micro. Como os produtores da região ti-veram que enviar seus animais para outras mi-crorregiões, a vizinha Alta Floresta se tornou o destino principal dos animais. Recebendo, em 2010, 178.374 cabeças, essa região representou 75% dos abates dos animais de Paranaíta. Para as regiões de Sinop e Matupá foram encaminhados, respectivamente, 7% e 5% do total. Para a Bai-xada Cuiabana, microrregião cerca de 900 km de distância, foram 5.666 animais. Portanto, diante da falta de capacidade de abate, os produtores da região tiveram que submeter seus animais a grandes distâncias.

Conclusões:

Mesmo com um crescimento significativo da área de pastagem, o percentual do território da microrre-gião ocupado pela área de pastagem é de pouco mais de 20%, no entanto, dificilmente haverá uma expansão da área de pastagem com as pressões ambientalistas atuais. Essa queda na expansão fica claramente demonstrada, a partir do histórico mencionado, iniciando em 2005, a área de pastagem diminui o ritmo de crescimento. Nos últimos anos, a microrregião, que possui 3,3% da área de pastagem do Estado, sendo a 17ª no ranking, obteve leve evolução em sua área, da ordem de 5%, quando se relaciona aos anos de 2005 e 2008. Apesar dessa estabilidade na área de pasto, o rebanho no mesmo período não deixou de crescer, ultrapassando 1,5 milhão de cabeças em 2010. Portanto, a manutenção da área não significou estagnação na bovinocultura de corte na região, muito pelo contrário. Com o aumento do rebanho, a taxa de lotação registrou crescimento, demonstrando aumento de produtividade no mesmo período. Em 2010 esta taxa foi de 1,19 UA/HA, ficando 0,42 UA/HA acima da média de Mato Grosso. Apesar das grandes distâncias em relação aos centros consumidores, das precárias condições de lo-gística e da falta de indústrias frigoríficas, aparentemente as atividades de recria e engorda têm predominado localmente, fato incomum em outras regiões deslocadas no Estado. Isso porque as condições de fertilidade das pastagens locais permitem altas taxas de lotação que podem ser refletidas até mesmo nas boas condições das taxas de nascimento.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 3.870 2%

Juína 800 831 0%

Alta Floresta 3.650 178.374 75%

Matupá 2.700 11.625 5%

Paranaíta 1.441 9.826 4%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 16.991 7%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 5.666 2%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 10.351 4%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 237.534 100%

Fonte: Indea, Imea

PARANAÍTA

A microrregião de Água Boa abrange os muni-

cípios de Água Boa, Campinápolis, Canarana,

Cocalinho, Gaúcha do Norte, Nova Nazaré e Nova

Xavantina. Localizada no nordeste do Estado a

soma da área dos seus municípios chega aos 6,7

milhões de hectares, representando 7,4% da área

total do Estado. Predominantemente no bioma

cerrado, apenas duas cidades possuem área no

bioma amazônico, sendo elas Gaúcha do Norte e

Canarana. Com grande aptidão para a

bovinocultura, a região se posiciona ao entorno

da BR-158, no trecho

asfaltado, tendo como principal ligação

a cidade de Barra do Garças.

51Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Água Boa encerrou o ano de 2010 com um rebanho de 2,11 milhões de cabeças, registrando um incremento de 13% quando relacionado com o ano de 2005 e de 7% quando comparado com o ano de 2009. Dessa maneira, a região ainda se posiciona na terceira colocação do ranking no Estado. No que diz respeito à área de pastagem, a micro manteve em 2,73 milhões de hectares até 2008, permanecendo no posto de maior área de pastagem de Mato Grosso, com 30% de diferença em relação ao segundo colocado. Diante destes fatos, a lotação na região em 2010, após o salto de 10,9% de 2005 a 2010, ficou em 0,52 UA/hectare, demonstrando aumento de produtividade no período.

Com uma representatividade de 76%, as propriedades com até 300 cabeças, apesar de serem a maioria, possuem apenas 16% do rebanho da região. Em relação à média de Mato Grosso, esta representatividade das propriedades pequenas é inferior em 8 pontos percentuais, mesma diferença negativa observada na compara-ção do rebanho. Sendo assim, as propriedades com mais de 3 mil cabeças detêm o maior rebanho da região, com 649.907 cabeças, 33% do rebanho total da microrregião. Em média as grandes propriedades têm 6.731 cabeças, ficando 450 cabeças maior do que a média do Estado.

AnoArea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 2.753.813 10,7% 1.869.057 7,0% 0,47

2006 2.739.153 10,6% 1.842.330 7,1% 0,47

2007 2.729.910 10,6% 1.874.370 7,3% 0,47

2008 2.730.900 10,6% 1.894.058 7,3% 0,49

2009 2.730.900 10,6% 1.980.597 7,3% 0,50

2010 2.730.900 10,6% 2.111.419 7,4% 0,52

Evolução -1% -1% 13% 5% 7%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 3.865 4,2% 307.693 4,8%

De 301 a 1000 804 6,9% 442.157 7,0%

De 1001 a 3000 333 8,3% 561.472 8,4%

Acima de 3001 102 8,7% 649.907 9,0%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoÁGUA BOA MT Dif.

2005 805.410 9,9% 43,1% 39,9% 3,2% 422.122 50,9%

2006 784.537 10,1% 42,6% 39,5% 3,1% 396.642 49,2%

2007 796.810 10,4% 42,5% 39,7% 2,8% 414.615 52,8%

2008 833.988 10,3% 44,0% 40,8% 3,2% 376.274 47,2%

2009 894.003 10,2% 45,1% 41,4% 3,7% 443.198 53,1%

2010 927.086 10,0% 43,9% 41,2% 2,7% 531.206 59,4%

Evolução 15% 1% - 26% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-2%

12%

10%

8%

6%

4%

0%

2%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300176%

16%

6%2%

33%

16%

22%

29%

ÁGUA BOA

52 53Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Caracterizando-se cada vez mais como uma região de cria, na micro de Água Boa, em 2010, 44% do rebanho era de fêmeas com mais de 24 meses, mantendo a participação acima dos 42% desde 2005. Com a evolução do rebanho destas fêmeas de 4% de 2009 para 2010, o rebanho de bezerros apresentou uma alta ain-da mais acentuada (20%) e chegou às 531 mil cabeças, sendo o maior número da série histórica. Com isso, a taxa de nascimento na região atingiu novo pico na série histórica, com 59,4%. Este movimento de alta, tanto no rebanho de matrizes maiores de 24 meses quanto de bezerros com menos de 12 meses, é reflexo do bom momento do preço do bezerro no mesmo período.

Apesar de registrar um saldo positivo nos anos de 2007 e 2008, o transporte de animais machos de 4 a 24 meses em 2009 e 2010 voltou a ser negativo, demonstrando que a região vendeu cerca de 49 mil cabeças a mais do que comprou nesses anos. Mesmo possuindo um parque industrial com três frigoríficos com SIF, a região ainda se destaca com a atividade da cria. Em relação à engorda, apesar de três plantas, em 2010, a re-gião teve apenas uma planta em operação, comprometendo a demanda por animais para esta finalidade. Nesse sentido, quando se analisa o transporte de machos com mais de 24 meses, o saldo continuou negativo em 5 mil cabeças, evidenciando que a capacidade de abate da região está aquém do necessário. Os principais destinos dos animais que foram exportados pela microrregião foram Barra do Garças, com 22%, seguida por Primavera do Leste, com 16%. Já as microrregiões que mais originaram machos desta faixa etária foram São Félix do Araguaia, 43%, Barra do Garças, 48%, e Primavera do Leste, 36%.

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de ÁGUA BOA (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 319.260 7% (40.978) -12,8%

2006 319.318 6,8% (8.771) -2,7%

2007 319.923 7,0% 18.166 5,7%

2008 333.160 7,2% 11.054 3,3%

2009 330.080 6,6% (48.910) -14,8%

2010 359.578 6,7% (48.961) -13,6%

Evolução 13% -1% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de ÁGUA BOA (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 261.347 6% 10.092 3,9%

2006 280.989 5,9% 3.396 1,2%

2007 274.505 5,9% (17.975) -6,5%

2008 272.241 6,1% (17.266) -6,3%

2009 246.022 5,9% (20.781) -8,4%

2010 216.587 5,5% (4.998) -2,3%

Evolução -17% -4% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de ÁGUA BOA (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 506.295 11,0% (23.286) -4,6%

2006 478.588 10,9% (10.833) -2,3%

2007 477.220 11,0% 5.008 1,0%

2008 504.816 11,7% (970) -0,2%

2009 556.859 12,1% (738) -0,1%

2010 598.003 11,9% 5.278 0,9%

Evolução 18% 8% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

ÁGUA BOA

Já o transporte de fêmeas de 4 a 36 meses, em 2010, teve um saldo positivo em 5 mil cabeças, mos-trando uma grande entrada destes animais na microrregião. Esse fato pode estar associado ao aumento do investimento na atividade da cria na região, uma vez que as compras superaram as vendas. Grande parte dessas fêmeas que chegaram à micro de Água Boa veio das regiões que se localizam nas proximidades desta micro. As regiões que mais venderam fêmeas de 4 a 36 meses foram Barra do Garças, re-presentando 50%, São Félix do Araguaia, com 39%, e em terceiro lugar Primavera do Leste, que representou 25%. Com essas entradas, o rebanho destes animais obteve mais uma alta de 2009 para 2010, chegando às 598 mil cabeças, volume que não tinha sido visto na série histórica de 2005 a 2010. A participação deste rebanho no Estado se manteve mais estável, com 11,9%, uma vez que o rebanho total destas fêmeas teve crescimento.

Mantendo um grande número de cabeças confinadas, a microrregião de Água Boa, apesar de ter re-gistrado uma queda de 2,1% de 2009 para 2010, ainda foi a microrregião com mais cabeças confinadas no Estado, representando 14,6% do total. Em 2010, o número de 86.687 cabeças confinadas representou 31% dos abates totais desta região, aumento de 1% em relação a 2009.

Com o crescimento do rebanho de fêmeas e a diminuição do rebanho de machos, a microrregião tende a cada vez mais se especializar na cria e na recria, não deixando de lado a produção de engorda. Em 2010 o abate de fêmeas atingiu o seu menor nível, com quase 107 mil cabeças, queda de 41% em relação a 2005. Dessa forma, o desfrute ficou em 7,5%. A idade média de abate no período foi de 8 anos e 7 meses, ficando 3 meses acima da média no Estado. Já com relação aos machos, observou-se um crescimento de 2005 para 2010 de 32%, elevando o número para quase 173 mil cabeças. O desfrute de 2010 ficou em 25,2%, com isso a idade média de abate destes animais no período todo foi de 4 anos e 1 mês. Portanto, esta região, que possui como característica a cria, vem evoluindo na engorda ganhando pontos percentuais na participação estadual,

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 31 100.284 63.699 99.190 88.488 86.687

% do Estado 14,0% 12,9% 14,9% 18,2% 13,9% 14,6%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 131.106 5,4% 19,8%

2006 152.447 5,8% 22,3%

2007 189.551 6,1% 27,5%

2008 176.035 6,9% 25,8%

2009 166.808 6,2% 25,1%

2010 172.708 6,1% 25,2%

Evolução 32% 11% 27%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 179.895 8,0% 14,9%

2006 178.540 6,9% 15,4%

2007 145.038 6,5% 12,2%

2008 125.029 8,1% 10,3%

2009 127.622 8,6% 9,7%

2010 106.835 7,2% 7,5%

Evolução -41% -10% -50%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

ÁGUA BOA

54 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Água Boa possui três plantas frigoríficas com inspeção federal (SIF) situadas nas cidades de Água Boa, Canarana e Nova Xavantina. Neste último município tam-bém existe uma planta com o serviço de inspe-ção estadual com capacidade de abate de 50 ca-beças/dia. Apesar de contar com uma capacidade instalada de 2.190 cabeças/dia, em 2010 apenas 24%, ou seja, 66.646 cabeças dos animais da re-gião foram abatidas dentro da própria microrre-gião. Este fato ocorreu devido à permanência da paralisação dos frigoríficos SIF de Canarana e Nova Xavantina. Desse modo, os produtores da microrregião de Água Boa que contaram só com a planta da própria cidade de Água Boa estavam se vendo obrigados a abater em outras micror-regiões. Nesse sentido, a microrregião de Bar-ra do Garças ficou com 36%, 101 mil cabeças, dos abates dos animais da região, seguida pela microrregião de Primavera do Leste, que foi o destino de 82 mil cabeças, representando 29%. Outra solução que os produtores da região en-contraram para abater seus animais foi levá-los para frigoríficos situados no Estado de Goiás. Esta UF responde por 74% dos 25 mil animais abatidos fora do Estado.

Conclusões:

Nos últimos anos, a microrregião que possui 11% da área de pastagem do Estado, sendo a primeira nes-te ranking, não obteve evolução em sua área. Apesar dessa estabilidade na área de pasto, o rebanho no mesmo período não deixou de crescer, ultrapassando as 2,00 milhões de cabeças em 2010. Portanto, a manutenção da área não significou estagnação na bovinocultura de corte na região, muito pelo contrário. Com o aumento do rebanho o indicador UA/HA se expandiu, mesmo que ainda fique 0,25 pontos abaixo da média do Estado. Essa alta no rebanho é explicada principalmente pelo crescimento das fêmeas, que apresentou uma alta de 8% de 2009 para 2010. Esse fato evidencia as principais características da região, cria e recria, e o bom momento do mercado da reposição desde 2008 no Estado. A evolução da atividade de engorda advém dos con-finamentos, que registraram duas quedas consecutivas nos últimos dois anos. Esta queda pode ter relação com o principal gargalo da atividade de engorda na região, que é o fechamento das plantas frigoríficas. Operando com pouco acima dos 10% da capacidade instalada, com duas plantas SIF paradas, os produtores desta região estão vendendo animais até para outros Estados, demonstrando a falta de opção de abate na localidade.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 25.365 9%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaita 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 66.646 24%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 530 0%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 328 0%

Barra do Garças 2.800 100.964 36%

Primavera do Leste 2.050 81.977 29%

Rondonópolis 2.917 3.733 1%

Total 40.534 279.543 100%

Fonte: Indea, Imea

ÁGUA BOA

principalmente com o aumento do confinamento.

Situado na macrorregião nordeste do Estado, São

Félix do Araguaia é composto pelos municípios de

Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Novo

Santo Antônio, Querência, Ribeirão Cascalheiras,

São Félix do Araguaia e Serra Nova Dourada. A área

desses municípios totaliza mais de 5,8 milhões de

hectares, correspondendo a 6,4% da área total do

Estado. O rio Araguaia está no leste da região, no

bioma Cerrado, e o rio Xingu está no oeste, situado

no bioma Amazônia. Está ligada às microrregiões de

Vila Rica e Água Boa por rodovias não totalmente

pavimentadas.

57Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Perdendo apenas para as vizinhas Água Boa e Vila Rica, a microrregião de São Félix do Araguaia teve a terceira maior área de pastagem de Mato Grosso em 2008, registrando 1,89 milhão de hectares. Esta área de pastagem obteve queda de 2% entre 2005 e 2008 e ocupa 32% da área total da micro. Apesar dessa queda na área, o rebanho da região, no mesmo período, apresentou alta de 17%. De 2008 para 2010, o rebanho cresceu mais 22%, chegando a 1,19 milhão de cabeças. Mesmo com essa evolução, a micro é apenas a 15ª no ranking do rebanho. Desse modo, a lotação, mesmo tendo evoluído 38%, ainda fica abaixo da média do Estado em 45%.

As propriedades com até 300 animais são maioria, 87%, e na comparação com a média de Mato Grosso a participação desta categoria fica dois pontos percentuais acima. Em relação ao rebanho, estas propriedades possuem 24%, se mostrando com a mesma representatividade da média do Estado. Já as 57 propriedades que se encaixam na categoria “acima de 3001” detêm um rebanho de 451.084 cabeças, respondendo por 37% do rebanho total da micro. Esta participação é superior em 10 pontos percentuais à média do Estado. Não obstante a isso, São Félix do Araguaia se posiciona no primeiro lugar no ranking da média de cabeças por propriedade desta categoria, com 7.645 cabeças.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.924.623 7,5% 832.602 3,1% 0,30

2006 1.920.925 7,5% 975.295 3,7% 0,35

2007 1.893.486 7,3% 1.021.055 4,0% 0,38

2008 1.887.812 7,3% 977.529 3,8% 0,36

2009 1.887.812 7,3% 1.153.997 4,2% 0,42

2010 1.887.812 7,3% 1.187.680 4,1% 0,43

Evolução -2% -2% 43% 33% 38%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 3.969 4,3% 285.035 4,5%

De 301 a 1000 398 3,4% 215.169 3,4%

De 1001 a 3000 145 3,6% 252.766 3,8%

Acima de 3001 59 5,0% 451.084 6,2%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoSão Félix do Araguaia MT Dif.

2005 360.162 4,4% 43,3% 39,9% 3,4% 183.387 52,0%

2006 381.477 4,9% 39,1% 39,5% -0,4% 209.411 58,1%

2007 373.126 4,9% 36,5% 39,7% -3,2% 218.937 57,4%

2008 400.677 5,0% 41,0% 40,8% 0,2% 204.454 54,8%

2009 486.834 5,6% 42,2% 41,4% 0,7% 286.485 71,5%

2010 522.428 5,6% 44,0% 41,2% 2,8% 301.107 61,9%

Evolução 45% 28% - 64% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-10%

50%

40%

30%

20%

0%

10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

37%

3%1%

24%9%

87%

21%

18%

SÃO FÉLIX

58 59Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Com um crescimento mais intenso em dois pontos percentuais do que o rebanho total da região, o reba-nho de matrizes com mais de 24 meses obteve acréscimo de 45% de 2005 para 2010, terminando este último ano com 522 mil cabeças. Essa evolução possibilitou a recuperação da proporção de fêmeas, que ficou quase três pontos percentuais acima da média do Estado em 2010. Portanto, a produção de bezerro também cresceu, atingindo o seu maior rebanho da série histórica em 2010, com 301 mil cabeças. Com um cenário de preços de bezerros mais favorável a partir de 2008, a atividade de cria na região ganhou novo fôlego, resultando nestas altas vistas tanto nas matrizes quanto nos bezerros.

Destacando-se como um importante fornecedor de machos com idade entre 4 e 24 meses, a microrre-gião sempre apresentou um saldo negativo. Mesmo assim, quando se comparam os rebanhos de 2005 e 2010, nota-se uma evolução de 65%. Nos últimos dois anos as saídas destes animais se intensificaram evidenciando um incremento de 19% entre 2008 e 2010. As microrregiões que mais compraram esse animais em 2010 foram as vizinhas Vila Rica, representando 31%, e Água Boa, com a porção de 25%. Devido à grande proximidade com os municípios produtores no Estado de Goiás, esta região enviou 31% dos seus animais exportados para fora do Estado. Destes 31%, 81% tiveram como destino o Estado de Goiás. Com o reaquecimento do mercado da reposição de 2008 para 2010, a grande maioria dos produtores da região focou seus esforços na atividade de cria, fazendo com que o rebanho de machos com mais de 24 meses tivesse uma redução de 18% de 2008 para 2010. De qualquer forma a região ainda vende mais do que

AnoRebanho de machos de 4 a 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de São Félix do Araguaia (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 135.973 3% (17.388) -12,8%

2006 175.358 3,8% (18.629) -10,6%

2007 165.366 3,6% (36.708) -22,2%

2008 186.687 4,0% 8.557 4,6%

2009 255.691 5,1% (38.843) -15,2%

2010 224.633 4,2% (46.408) -20,7%

Evolução 65% 46% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de São Félix do Araguaia (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 223.377 5,0% (7.973) -3,6%

2006 217.567 5,1% (4.478) -2,1%

2007 316.860 7,4% (7.876) -2,5%

2008 269.017 6,4% (11.745) -4,4%

2009 303.361 6,8% (14.920) -4,9%

2010 308.243 6,3% (14.832) -4,8%

Evolução 38% 26% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

SÃO FÉLIX

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de 24meses de São Félix do Araguaia (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 128.068 3% (24.207) -18,9%

2006 183.319 3,9% (13.171) -7,2%

2007 208.808 4,5% (21.527) -10,3%

2008 149.893 3,4% (12.522) -8,4%

2009 132.227 3,2% (19.528) -14,8%

2010 122.982 3,1% (5.877) -4,8%

Evolução -4% 11% - -

compra, porém em uma proporção menor. As microrregiões que mais “importam” esses animais são Água Boa, que respondeu por 49% dos envios, e Barra do Garças, que comprou 24% do total vendido por São Félix do Araguaia. Depois da renovação do rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses ocorrida em 2007, o saldo do transporte destas fêmeas voltou a ser negativo nos anos seguintes, demonstrando a rápida recuperação do rebanho desses animais nesta região. Em 2010, os principais importadores desses animais foram novamente as microrregi-ões de Água Boa, com uma participação de 49%, e Vila Rica, com uma representatividade de 20%. Como a microrregião não possui todos os seus acessos com rodovias pavimentadas, como com a vizinha Vila Rica, suas comercializações de animais se concentram entre as regiões mais próximas, sendo algumas delas fora do Estado.

As unidades confinadoras na região são duas, e se somadas disponibilizam uma capacidade estática de 7.700 cabeças. Em 2007, quando se confinaram 2.100 cabeças, a capacidade da região foi extremamente subutilizada. De 2007 para 2010 o crescimento do número de animais confinados foi de 648%, subindo para 15.700 cabeças, nas mesmas duas unidades. Portanto, a utilização da capacidade superou os 200% em 2010 com dois giros de animais no ano.

Os abates de machos mantiveram certa estabilidade no período, voltando à casa das 90 mil cabeças em 2010. Como no mesmo período o rebanho destes animais registrou crescimento, o desfrute sofreu uma queda de 26%, sendo a segunda maior do Estado no período e demonstrando a diminuição da eficiência da região. A idade média de abate na série de 2005 a 2010 ficou em 4 anos e 5 meses. Em relação às fêmeas, os abates caíram quase pela metade de 2005 para 2010, registrando o maior recuo do período dentre as 21 microrregiões. Com isso, o desfrute destes animais obteve uma queda maior ainda, tendo em vista que o rebanho apresentou uma variação positiva no período. Desse modo, a idade média das fêmeas da região foi de 9 anos e 4 meses,

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 90.335 3,7% 29,9%

2006 79.896 3,0% 19,7%

2007 90.805 2,9% 22,0%

2008 79.059 3,1% 21,3%

2009 94.301 3,5% 21,6%

2010 90.603 3,2% 22,2%

Evolução 0% -15% -26%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 85.743 3,8% 16,2%

2006 82.797 3,2% 14,5%

2007 67.707 3,0% 11,1%

2008 56.832 3,7% 9,4%

2009 52.746 3,6% 7,3%

2010 45.410 3,1% 5,8%

Evolução -47% -20% -64%

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 2 7.700 2.100 6.100 16.100 15.700

% do Estado 0,9% 1,0% 0,5% 1,1% 2,5% 2,6%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

SÃO FÉLIX

60 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de São Félix do Araguaia não possui plantas frigoríficas em sua área de abrangência, abatendo 100% dos seus animais em outras regiões do Estado. A região mais pró-xima a São Félix do Araguaia que possui fri-gorífico é a de Vila Rica, porém contando com apenas uma planta, que não operou na sua capa-cidade de abate máxima e fechou no fim do ano. Esta região participou com apenas 1% do abate dos animais desta micro. Mesmo com duas plan-tas paradas, a região que mais abateu seus ani-mais em 2010 foi Água Boa, com um volume de mais de 60 mil animais, respondendo por 45% dos abates dos animais de São Félix. Logo em seguida, vem a microrregião de Barra do Garças, que abateu mais 44 mil cabeças, representando assim 33% do total. Já a região de Primavera do Leste obteve uma porção de 13%, abatendo cer-ca de 18 mil animais em 2010. Mesmo com a proximidade com o Esta-do de Goiás, os abates fora do Estado tiveram uma representatividade bem menor do que os envios de animais para reposição, fato que pode ser explicado pela cobrança do ICMS para ani-mais que vão para o abate em outras Unidades da Federação.

Conclusões:

O rebanho de São Félix do Araguaia, com um salto de mais de 40%, está em significativa expansão fazendo com que a taxa de lotação da região ganhe novos níveis a cada ano. Mesmo com esta evolução do rebanho, a taxa de lotação ainda é a menor do Estado, uma vez que a microrregião ocupa o terceiro lugar no ranking da área de pastagem em Mato Grosso. De qualquer forma, esta área de pastagem já se estabilizou e se o rebanho continuar a obter as taxas de crescimento que foram vistas nos dois últimos anos a tendência do índice de produtividade da região é de novos incrementos, fator fundamental para melhorar também outros indicadores, como desfrute e taxa de nascimentos. O aumento da proporção de matrizes no rebanho, que possibilitou a região se posicionar acima da mé-dia do Estado a partir de 2008, é um forte indicador de que os produtores da região vêm intensificando seus investimentos na cria. Outro fato que confirma esta tendência é o transporte, principalmente dos machos entre 4 e 24 meses que, com um volume de saída muito maior do que o volume de entrada, registrou o segundo maior saldo negativo em 2010. Os confinamentos na região apresentaram crescimento no período, fazendo mais de um giro na capa-cidade instalada a partir de 2009. Essa alta deve estar associada ao fortalecimento da produção agrícola no sul da região. São Félix do Araguaia, assim como outras quatro microrregiões do Estado, não possui planta frigorífica, obrigando os produtores da região a abater seus animais em regiões vizinhas.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 9.393 7%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 72 0%

Matupá 2.700 1.913 1%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 60.604 45%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 1.139 1%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 0 0%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 0 0%

Barra do Garças 2.800 44.609 33%

Primavera do Leste 2.050 18.283 13%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 136.013 100%

Fonte: Indea, Imea

SÃO FÉLIX

posicionando a região no 19° lugar no ranking de idade de abate de fêmeas do Estado.

Compõem a microrregião de Vila Rica os municípios

de Canabrava do Norte, Confresa, Luciara, Porto

Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Santa

Terezinha, São José do Xingu e Vila Rica. A área total

é de 4,4 milhões de hectares, ou 4,85% do território

mato-grossense. A oeste a região é banhada pelo rio

Xingu, e a leste pelo rio Araguaia, dois dos principais

rios de Mato Grosso. Faz divisa com os Estados do

Tocantins e Pará, com os quais tem ligações por

estradas pavimentadas, diferentemente da ligação

com o restante de Mato Grosso, cuja rodovia

(BR-158) está em processo de pavimentação.

63Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Vila Rica detém a segunda maior área de pastagem do Estado, ficando atrás apenas de Água Boa. Com uma evolução de 2% de 2005 para 2008, neste último ano a área foi de 2,25 milhões de hectares, ocupando 51% do território total da região. O rebanho em 2010 alcançou a marca de 2,17 milhões de cabeças, apresentando alta de 11% em seis anos. Esse crescimento de maior intensidade do rebanho, em rela-ção à área de pastagem, evidencia o aumento da produtividade na região, fato que é comprovado pela evolução da taxa de lotação que saiu de 0,62 UA/ha em 2005 e foi para 0,66 UA/ha em 2010.

Os dados da estratificação das propriedades na região demonstram que 82% dos estabelecimentos ru-rais são pequenas propriedades, todavia a participação destas propriedades no rebanho total foi de apenas 24%. A média nestas propriedades com até 300 cabeças foi de 82 animais, ficando 14 animais acima da média do Estado para esta categoria de propriedade. Mesmo com uma representatividade de 1%, devido as 83 proprie-dades, a categoria com mais de 3000 cabeças possui o maior rebanho da região, registrando 457.101 animais. A média de animais por propriedade nesta categoria é de 5.507 cabeças, menor que a média do Estado.

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 4.615 5,0% 396.114 6,2%

De 301 a 1000 682 5,9% 368.392 5,8%

De 1001 a 3000 260 6,5% 448.248 6,7%

Acima de 3001 83 7,1% 457.101 6,3%

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)*

2005 2.217.371 8,6% 1.949.933 7,3% 0,62

2006 2.244.850 8,7% 2.018.591 7,8% 0,63

2007 2.251.225 8,7% 1.957.158 7,6% 0,61

2008 2.253.539 8,7% 1.919.987 7,4% 0,60

2009 2.253.539 8,7% 2.008.776 7,4% 0,62

2010 2.253.539 8,7% 2.173.172 7,6% 0,66

Evolução 2% 1% 11% 4% 0%

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoVila Rica MT Dif.

2005 777.839 9,6% 39,9% 39,9% -0,0% 403.588 60,3%

2006 792.090 10,2% 39,2% 39,5% -0,2% 425.522 54,7%

2007 794.618 10,4% 40,6% 39,7% 0,9% 420.644 53,1%

2008 784.943 9,7% 40,9% 40,8% 0,1% 405.698 51,1%

2009 827.878 9,4% 41,2% 41,4% -0,2% 445.336 56,7%

2010 871.105 9,4% 40,1% 41,2% -1,1% 512.575 61,9%

Evolução 12% -2% - 27% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Área de pastagem UA

-6%

8%

6%

4%

2%

0%

-4%

-2%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300177%

5%1%

82%

12%27%

22%

24%

27%

VILA RICA

64 65Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O rebanho de matrizes com mais de 24 meses cresceu 12% no período analisado, chegando em 2010 às 871 mil cabeças. Como o rebanho total obteve crescimento no mesmo período, a proporção dessas matrizes no rebanho total demonstrou certa estabilidade. Dessa forma, esta proporção se manteve abaixo da média do Estado, trocando o sinal apenas nos anos de 2007 e 2008. Diante do aumento das matrizes, o rebanho de bezer-ros com menos de 12 meses deu um salto de 27%, indo para a casa das 500 mil cabeças e ocupando a terceira posição no ranking de Mato Grosso. A taxa de nascimento em 2010 foi de 61,9%, ficando 2 pontos percentuais acima da média estadual.

O aumento dos investimentos na cria, evidenciado pelo crescimento ocorrido nos rebanhos de matrizes e bezerros, é também demonstrado pelo saldo do transporte de machos de 4 a 24 meses, que começou a série positivo e no ano seguinte já se tornou negativo. Vendendo em média 29 mil cabeças a mais do que comprou entre 2006 e 2010, a microrregião se apresentou como uma importante fornecedora destes animais no Estado. Mesmo saindo mais do que entrando, o rebanho destes machos obteve incremento de 28% entre 2005 e 2010. As regiões que mais ‘importaram’ animais de Vila Rica em 2010 foram São Félix, com 26%, Água Boa, com 14%, Rondonópolis, com 13%, e Barra do Garças, com 10%. Como o acesso à região ainda é precário, esta enviou 24% desses animais para fora do Estado. O transporte de machos com mais de 24 meses também foi negativo, uma vez que a capacidade de abate da região era pequena e foi diminuindo até chegar a zero em 2010. Como as regiões próximas possuem

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Vila Rica (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 342.978 7% 2.369 0,7%

2006 391.620 8,4% -22.941 -5,9%

2007 362.528 7,9% -29.148 -8,0%

2008 376.714 8,1% -30.846 -8,2%

2009 391.041 7,8% -35.383 -9,0%

2010 439.292 8,1% -27.379 -6,2%

Evolução 28% 13% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Vila Rica (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 360.890 8% -238 -0,1%

2006 348.305 7,3% -9.527 -2,7%

2007 327.237 7,0% -11.864 -3,6%

2008 307.573 6,9% -23.576 -7,7%

2009 297.703 7,1% -20.438 -6,9%

2010 327.921 8,3% -21.772 -6,6%

Evolução -9% 5% - -

Ano Rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses(nº cabeças)

% doUF

Saldo do transporte de fêmeas de 4 a 36meses de Vila Rica (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 515.468 11,2% 1.365 0,3%

2006 527.162 12,0% 662 0,1%

2007 544.950 12,5% -13.383 -2,5%

2008 529.328 12,2% -1.167 -0,2%

2009 538.919 11,9% -12.395 -2,3%

2010 584.194 11,6% -22.886 -3,9%

Evolução 13% 3% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

VILA RICA

mais confinamentos, zonas de produção agrícola e frigoríficos, os machos desta faixa etária geralmente são encaminhados para estas regiões para terminação. Nesse sentido, o município de São Félix do Araguaia, com 46%, foi o principal destino em 2010, seguido por Água Boa, com 34%. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses acompanhou o movimento de alta visto nos machos com idade entre 4 e 24 meses, apresentando incremento de 13%. Não obstante, o transporte destas fêmeas que começou o período positivo, demonstrando a reposição do rebanho destes animais na região, se tornou negativo a partir do ano de 2007. Desse modo, a região voltou a ser fornecedora destes animais através da constante exportação em seu rebanho. O percentual transportado em 2010 chegou a apenas 3,9% do total da categoria, mesmo aumento de cerca de 10 mil cabeças no saldo do transporte de 2009 para 2010.

De acordo com o censo de 2010, a microrregião de Vila Rica possui três unidades confinadoras e a sua capacidade estática é de 1.600 animais. Apesar de ser um número reduzido, apenas 0,4% do total confinado no Estado, os animais confinados na região de 2008 para 2010 registraram alta de 120%, chegando, neste último ano, aos 2.200 animais, valor que representa um bom uso da capacidade estática de confinamento.

O abate de machos na microrregião em 2010 foi de 137 mil cabeças, redução de 28% na comparação com o ano de 2005. Com isso Vila Rica perdeu quatro posições no ranking do Estado e foi para o 9º lugar no número de animais abatidos em 2010. A diminuição da atividade de engorda na região fez com que a taxa de desfrute de machos caísse para 16,3%. Diante deste número, a idade média de abates dos machos da região foi de 4 anos e 5 meses, sendo menos eficiente em 7 meses em comparação à média estadual. Com o abate de fêmeas não foi diferente, pois, com uma redução de 38% de 2005 para 2010, os abates destes animais na região atingiu 86 mil cabeças. Em consequência disso, a taxa de desfrute saiu de 11,9% em 2005 e foi para 6,5% em 2010. Com isso, a idade média de abate das fêmeas ficou em 9 anos e 2 meses, à frente apenas das microrregiões Baixada

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 3 1.600 0 1.000 1.850 2.200

% do Estado 1,4% 0,2% 0,0% 0,2% 0,3% 0,4%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 140.132 6,2% 11,9%

2006 156.466 6,1% 13,0%

2007 168.824 7,5% 14,0%

2008 119.602 7,7% 10,1%

2009 121.507 8,2% 9,7%

2010 86.682 5,9% 6,5%

Evolução -38% -6% -45%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 190.036 7,9% 24,6%

2006 174.524 6,6% 21,4%

2007 205.574 6,6% 27,4%

2008 169.208 6,6% 22,8%

2009 167.084 6,2% 22,2%

2010 137.152 4,8% 16,3%

Evolução -28% -39% -34%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

VILA RICA

66 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Dentre as 223 mil cabeças encami-nhadas para o abate em 2010, apenas 30%, ou seja, 68.252 cabeças foram abatidas na própria região. Essa baixa participação se deve à redu-ção da capacidade de abate da região nos últi-mos dois anos com a parada da planta frigorífica de Confresa no início de 2009 e a finalização da operação da planta de Vila Rica no final de 2010. A capacidade efetiva de abate na região, em 2010, foi ocupada em 98% pelos animais da região e os 2% restantes foram ocupados pela região vizinha, São Félix do Araguaia. Das ou-tras 155 mil cabeças que não foram abatidas ali, 80% foram para outras microrregiões do Estado e 20% foram encaminhadas para outros Estados. Os principais destinos dos animais de Vila Rica foram as microrregiões de Água Boa, com 21% dos abates em 2010, e Barra do Garças, com uma participação de 20%. Destaca-se que os acessos para os Estados do Pará e Tocantins, que pos-suem frigoríficos próximos à região, têm me-lhores condições do que a ligação com o resto de Mato Grosso, todavia a participação do aba-te fora do Estado ainda é inferior, por conta do ICMS incidido no animal que sai para o abate.

Conclusões:

Com uma grande área de pastagem, que lhe confere o segundo lugar no ranking do Estado, a micror-região de Vila Rica pratica a bovinocultura em mais de 50% de sua área territorial. Com o desmatamento zero essa área de pastagem tende a se estabilizar, ou até diminuir com o aumento da agricultura. O rebanho cresce a um ritmo acelerado devido ao aumento no rebanho dos animais mais jovens e das matrizes, que têm se tornado cada vez mais peças-chaves para a renda dos produtores, uma vez que estes têm se especializado principalmente na atividade de cria e recria. Este aumento do rebanho da região, aliado à estabilização da área de pastagem, resultou em alta na taxa de lotação, a qual saiu de 0,62 UA/ha em 2005, chegando a 0,66 UA/ha em 2010. Apesar dessa melhora, essa taxa de lotação ainda fica abaixo da média do Estado, que é de 0,77 UA/ha. Em relação à atividade de engorda, esta vem perdendo força à medida em que os frigoríficos da região paralisaram suas atividades nos últimos anos. A microrregião possui duas plantas com SIF, porém, em 2010, apenas uma operou em parte do ano com uma capacidade de abate bem abaixo da instalada. As regiões mais próximas também tiveram suas capa-cidades de abate comprometidas, agravando ainda mais a situação dos produtores na macrorregião nordeste do Estado. Uma das soluções para este problema seria o abate destes animais nas unidades da federação vizinha, entretanto existe uma barreira tarifária chamada ICMS para gado em pé, que inibe os envios com a finalidade de abate.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 44.837 20%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 4.727 2%

Matupá 2.700 12.067 5%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 47.809 21%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 68.252 30%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 60 0%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 0 0%

Barra do Garças 2.800 44.455 20%

Primavera do Leste 2.050 1.627 1%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 223.834 100%

Fonte: Indea, Imea

VILA RICA

Cuiabana, São Félix do Araguaia, Pantanal e Colniza.

Lucas do Rio Verde é a maior das três microrregiões

do médio-norte mato-grossense. Compõem esta

região os municípios de Lucas do Rio Verde, Ipiranga

do Norte, Itanhangá, Nova Maringá, Nova Ubira-

tã, Sorriso, Tapurah e Vera. Esses oito municípios

juntos somam quase 5,2 milhões de hectares, que

representam quase 5,7% da área total do Estado.

O bioma Amazônia sobrepõe todos os municípios

da microrregião, mas Sorriso e Lucas do Rio Verde

têm a maior parte de suas áreas sobre o cerrado. A

microrregião possui boas estradas ligadas à BR-163,

que corta o Estado ao meio.

69Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A área de pastagem na microrregião de Lucas do Rio Verde reduziu cerca de 4% entre 2005 e 2008. Mesmo assim, o total acumulado de 2008 é maior apenas que a área de pastagens das microrregiões de Nova Mutum e Sapezal, e ocupa apenas 11% da área total da microrregião. No mesmo período o rebanho bovino da microrregião aumentou cerca de 31% e com isso a taxa de lotação aumentou cerca de 29%, passando de 0,33 UA/ha em 2005 para 0,45 em 2010, valor que supera somente a taxa de lotação da microrregião de São Félix do Araguaia. Isso mostra que, a despeito dos altos investimentos realizados nas lavouras da microrregião, fal-tam investimentos na bovinocultura a pasto nesta microrregião que possui solos com necessidade de correção da fertilidade.

A maioria das propriedades da microrregião possuem até 300 cabeças, representando 89% do universo de propriedades, valor 4 pontos percentuais acima da média estadual, que por sua vez detém 24% do rebanho. Essa alta concentração de propriedades com poucos bovinos ocorre provavelmente porque a maioria destas se dedica à produção agrícola e possui bovinos apenas para a produção de leite. O volume de animais da mi-crorregião nas propriedades que possuem entre 301 e 1000 cabeças, que representam 8% das propriedades, sendo 3 pontos percentuais menor que a média Estadual, retendo 21% do rebanho. O maior volume de animais é observado nas propriedades que possuem de 1001 a 3000 animais, sendo 4% das propriedades da microrre-gião, e contam com 31% do rebanho. As grandes propriedades, acima de 3001 cabeças, são menos de 1% das propriedades e 18% dos animais.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 594.855 2,3% 295.575 1,1% 0,33

2006 593.784 2,3% 327.777 1,3% 0,38

2007 568.071 2,2% 349.834 1,4% 0,43

2008 569.740 2,2% 359.720 1,4% 0,43

2009 569.740 2,2% 361.436 1,3% 0,43

2010 569.740 2,2% 387.002 1,3% 0,45

Evolução -4% -5% 31% 22% 29%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 3.065 3,3% 131.953 2,1%

De 301 a 1000 270 2,3% 147.967 2,3%

De 1001 a 3000 97 2,4% 166.543 2,5%

Acima de 3001 19 1,6% 94.648 1,3%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoLucas do Rio Verde MT Dif.

2005 116.740 1,4% 39,5% 39,9% -0,4% 72.624 55,8%

2006 121.829 1,6% 37,2% 39,5% -2,3% 68.428 58,6%

2007 129.307 1,7% 37,0% 39,7% -2,8% 73.116 60,0%

2008 145.193 1,8% 40,4% 40,8% -0,4% 78.600 60,8%

2009 148.675 1,7% 41,1% 41,4% -0,3% 83.630 57,6%

2010 157.972 1,7% 40,8% 41,2% -0,4% 98.935 66,5%

Evolução 35% 19% - 36% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-10%

40%

30%

20%

0%

10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

3%

89%

8%0%

18%

27%

24%

31%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

LUCAS DO RIO VERDE

70 71Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O rebanho total nos últimos cinco anos apresentou crescimento de 31%, já o rebanho de fêmeas maio-res que 24 meses aumentou em 35%. Mesmo assim, a proporção de fêmeas sobre o rebanho total ficou em 41% , valor 0,4% abaixo da proporção média de fêmeas no rebanho do Estado. Isso indica que os produtores da microrregião de Lucas do Rio Verde têm a engorda como atividade predominante em seu sistema de pro-dução. O rebanho de bezerros até 12 meses apresenta participação de 1% no rebanho estadual, e está na 19ª posição do ranking mato-grossense. Nos últimos cinco anos a taxa de nascidos evoluiu significativamente e no ano de 2010 foi de 66,5%, sendo esta 7 pontos percentuais acima da média do Estado.

O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses já apresenta sinais de que a região, apesar de não ter planta frigorífica, possui características para a engorda. O que explica uma entrada maior que as saídas a partir de 2006 é o crescimento dos confinamentos na região, que em 2007 girava em torno de 89 mil cabe-ças e em 2010 foi para cerca de 74 mil cabeças. Desse modo, a entrada efetiva em 2010 representou 27% do rebanho destes machos, que registraram aumento no rebanho de 38% entre 2005 e 2010. As regiões que mais forneceram animais desta faixa etária foram Juara, com 21%, Alta Floresta, com 17%, e Matupá, com 16%. Na mesma linha, o transporte de machos com mais de 24 meses também apresentou um saldo positivo que vem crescendo a cada ano. A representatividade do saldo positivo no rebanho em 2010, equivalente a 98% do rebanho da categoria, evidencia a intensa reposição de animais que é proporcionada pela grande eficiência presente nas unidades confinadoras. Esses animais, como em sua grande maioria vai para unidades confinado-

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24meses de Lucas do Rio Verde (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 53.096 1% -2.047 -3,9%

2006 56.547 1,2% 10.653 18,8%

2007 64.415 1,4% 17.701 27,5%

2008 70.966 1,5% 7.497 10,6%

2009 63.225 1,3% 2.944 4,7%

2010 73.194 1,4% 20.048 27,4%

Evolução 38% 21% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de 24meses de Lucas do Rio Verde (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 39.671 0,9% 2.782 7,0%

2006 61.643 1,3% 37.364 60,6%

2007 69.165 1,5% 58.177 84,1%

2008 53.409 1,2% 25.692 48,1%

2009 51.976 1,2% 33.845 65,1%

2010 49.260 1,2% 48.576 98,6%

Evolução 24% 34% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Lucas do Rio Verde (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 82.222 1,9% -1.151 -1,4%

2006 88.204 2,1% 3.350 3,8%

2007 90.364 2,2% 8.154 9,0%

2008 99.322 2,4% 616 0,6%

2009 99.142 2,2% 2.880 2,9%

2010 99.609 2,0% 4.580 4,6%

Evolução 21% 10% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

LUCAS DO RIO VERDE

ras, entram na região e ficam cerca de três meses até serem encaminhados para o abate em outras microrregiões do Estado. No ano de 2010 as principais fornecedoras de animais foram as microrregiões de Nova Mutum, com 39%, seguida por Juína, com 22%, e Sinop, com 10%. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses cresceu 21% entre 2005 e 2010, ao passo que a microrregião de Lucas do Rio Verde passou de exportadora em 2005 para importadora desses animais nos anos subsequentes. Com isso o percentual desses animais que ingressam na região vem aumentando a dependência de fêmeas de outras microrregiões do Estado. As microrregiões que mais forneceram foram a Baixada Cuiabana, Sinop e Nova Mutum, com 19%, 11% e 9%, respectivamente. Diferentemente dos machos, essas fêmeas em sua gran-de maioria vem sendo retidas, por conta de um cenário bom de preço do bezerro, fenômeno que não é locali-zado e tem permitido a retomada ou ao menos o aumento dos investimentos na atividade de cria em todas as microrregiões do Estado.

No levantamento realizado pelo Imea, foram identificados 14 confinamentos na microrregião de Lucas do Rio Verde. O número de animais confinados em 2007, que era de 89 mil cabeças, caiu para 70 mil cabeças em 2010, redução de 21% em três anos. Com toda esta redução, o número de 2010 foi suficiente para utilizar apenas 35% da capacidade anual de confinamento da região, considerando dois giros, e ainda assim represen-tou 12% do total confinado no Estado em 2010.

O abate de machos na microrregião de Lucas do Rio Verde aumentou em 223%, quando analisada a evolução entre 2005 e 2010. Com esse considerável incremento, a taxa de desfrute de machos na região saltou de 28% para 67% no mesmo período. Com isso, fica confirmado o ciclo de vida curto destes animais na re-gião, já que boa parte deles fica apenas 90 dias nos confinamentos locais, fato que faz com que a idade média teórica de abate dos machos nesta região seja de 1 ano e 11 meses entre 2005 e 2010. No que diz respeito aos abates de fêmeas, a tendência vista nos últimos anos foi inversa, pois, diante de uma queda de 20% no número

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 14 100.300 89.123 59.696 42.650 70.428

% do Estado 6,3% 12,9% 20,9% 11,0% 6,7% 11,9%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 30.024 1,2% 27,7%

2006 61.747 2,3% 46,2%

2007 108.051 3,5% 71,8%

2008 61.071 2,4% 43,5%

2009 74.862 2,8% 55,8%

2010 96.833 3,4% 67,1%

Evolução 223% 173% 142%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 32.585 1,4% 17,4%

2006 32.104 1,2% 16,5%

2007 47.040 2,1% 23,6%

2008 12.843 0,8% 5,9%

2009 14.427 1,0% 6,4%

2010 25.983 1,8% 10,7%

Evolução -20% 21% -39%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

LUCAS DO RIO VERDE

72 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Assim como as microrregiões de Colniza, São Félix do Araguaia, Sapezal e Nova Mutum, a microrregião de Lucas do Rio Verde não possui plantas frigoríficas com SIF, tendo sido apenas 1% dos animais abatidos localmente em abate-douros municipais. Como a microrregião não possui infra-estrutura para abater seus animais, os produtores precisam fazer o abate em outras microrregiões onde existam frigoríficos. Como é o caso de Tangará da Serra e da Baixada Cuiaba-na, que juntos abateram cerca de 77% dos ani-mais produzidos localmente em 2010, com 53% e 24%, respectivamente. O número de animais abatidos no ano de 2010, oriundos de Lucas do Rio Verde, na microrregião de Tangará da Serra, foi de 64 mil animais. O que seria capaz de ocu-par as indústrias frigoríficas por apenas 13 dias, representando 5% da capacidade de abate total da planta em um ano. Os animais com origem em Lucas do Rio Verde com destino à Baixada Cuiabana, 30 mil, ocupariam a planta frigorífica por apenas seis dias, ou seja, 2% da capacidade anual de abate. Oriundos de Lucas do Rio Verde com destino a Primavera do Leste foram quase 17 mil animais, que ocupariam a planta frigorífi-ca local por oito dias.

Conclusões: A microrregião de Lucas do Rio Verde vem perdendo área de pastagem para a agricultura, enquanto o rebanho registrou acréscimo de 31% em relação a 2005. Essa movimentação inversa indicou aumento da taxa de lotação, mas ainda assim esse indicador está muito abaixo da média do Estado e tem grande potencial de melhora caso os produtores locais lancem mão do uso de fertilizantes e técnicas de integração lavoura--pecuária. Apesar de ter um dos menores rebanhos dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso, Lucas do Rio Verde apresentou crescimento significativo na categoria de machos acima de 24 meses, o que é um fator ca-racterístico de regiões que tendem a ser especializadas na engorda de animais. Esse crescimento foi favorecido pelo aumento das atividades de confinamento e do número de animais confinados nos anos de 2010 em relação a 2007, que apresenta uma forma de complementar e agregar valor à produção agrícola. Não existem frigoríficos para abate de bovinos na microrregião de Lucas do Rio Verde, no entanto, mesmo com a inserção dos confinamentos, a viabilidade da instalação de uma planta frigorífica para abate de bovinos é discutível, já que o volume de produção é relativamente baixo. Além disso, a BR-163 permite um bom acesso à rede de frigoríficos das microrregiões da Baixada Cuiabana, Tangará da Serra e Sinop, que con-seguem suprir sem dificuldades a oferta de animais para abate da microrregião de Lucas do Rio Verde.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 81 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 1.378 1%

Matupá 2.700 72 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 1.007 1%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 8.476 7%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 47 0%

Baixada Cuiabana 5.018 29.911 24%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 64.791 53%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 16.977 14%

Rondonópolis 2.917 76 0%

Total 40.534 122.816 100%

Fonte: Indea, Imea

LUCAS DO RIO VERDE

de cabeças abatidas, o desfrute passou de 17,4% em 2005 para 10,7% em 2010. Como as fêmeas passam mais tempo na região do que os machos, a idade média de abate dessas ficou em 7 anos e 6 meses, sendo 10 meses menor que a média estadual.

Composta por apenas três municípios, Nova Mutum,

Santa Rita do Trivelato e São José do Rio Claro, a

microrregião de Nova Mutum tem área de quase

1,8 milhão de hectares, que representa menos de

2% da área total do Estado, sendo esta a menor

dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso. Apenas

uma pequena porção do município de São José do

Rio Claro pertence ao bioma Amazônia, e todo o

restante pertence ao bioma Cerrado. Nova Mutum é

cortado pela BR-163, que liga a microrregião ao sul e

ao norte do Estado.

75Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Apresentando pouca aptidão para produção extensiva, a microrregião de Nova Mutum, que tem como principal característica a produção de grãos, possui boa parte do seu rebanho em semiconfinamentos ou es-truturas de confinamento. Nesse sentido a sua área de pastagem, que só é maior do que a da microrregião de Sinop, obteve redução de 2% entre 2005 e 2010. Enquanto isso, no mesmo período, o rebanho bovino da mi-crorregião aumentou 24%, elevando a taxa de lotação da microrregião de 0,48 UA/ha em 2005 para 0,59 em 2010. Desse modo, mesmo com o incremento visto no rebanho a taxa de lotação ainda é menor em 0,18 UA/ha do que a média do Estado, posicionando a microrregião na 17ª posição do ranking estadual.

As propriedades da microrregião com até 300 cabeças, assim como no restante do Estado, possuem a maior porção no número de propriedades. Com representatividade de 89%, valor 5 pontos percentuais (p.p.) acima da média do Estado, estas propriedades, por outro lado, detêm apenas 19% do número de cabeças da micro, contra 24% da média estadual. O volume de animais nas propriedades que possuem entre 301 e 1000 cabeças representa 6% das propriedades e detém 15% do rebanho da micro. As propriedades que possuem de 1001 a 3000 animais, cerca de 3% das propriedades, têm participação de 22% no rebanho da micro. As pro-priedades com rebanho acima de 3001 cabeças registraram um volume de animais de 127.511 cabeças, ou 44% do total, valor 17 p.p. acima da média estadual.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 313.486 1,2% 218.332 0,8% 0,48

2006 313.835 1,2% 224.485 0,9% 0,50

2007 312.099 1,2% 246.942 1,0% 0,56

2008 306.836 1,2% 235.715 0,9% 0,53

2009 306.836 1,2% 241.830 0,9% 0,54

2010 306.836 1,2% 270.150 0,9% 0,59

Evolução -2% -3% 24% 15% 13%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 1.093 1,2% 53.526 0,8%

De 301 a 1000 76 0,7% 43.735 0,7%

De 1001 a 3000 38 0,9% 64.044 1,0%

Acima de 3001 19 1,6% 127.511 1,8%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoNova Mutum MT Dif.

2005 88.441 1,1% 40,5% 39,9% 0,6% 48.035 55,9%

2006 91.651 1,2% 40,8% 39,5% 1,4% 45.109 51,0%

2007 92.061 1,2% 37,3% 39,7% -2,5% 45.243 49,4%

2008 96.494 1,2% 40,9% 40,8% 0,2% 47.214 51,3%

2009 102.357 1,2% 42,3% 41,4% 0,9% 52.625 54,5%

2010 114.740 1,2% 42,5% 41,2% 1,3% 66.306 64,8%

Evolução 30% 14% - 38% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-5%

25%

20%

15%

10%

0%

25%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300189%

6% 2%3%

19%

22%

15%

44%

NOVA MUTUM

76 77Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Analisando o rebanho total nos últimos seis anos, o crescimento observado foi de 24%. No mesmo período, o rebanho de fêmeas maiores que 24 meses aumentou em 30%, fazendo com que a proporção de fêmeas sobre o rebanho total ficasse em 42,5%, valor 1,3% acima da proporção média de fêmeas no rebanho do Estado em 2010. Isso indica que os produtores da microrregião de Nova Mutum têm evoluído sua dedica-ção à atividade de cria. Por consequência disso, o rebanho de bezerros até 12 meses apresentou alta de 38% no mesmo período, fazendo com que a taxa de nascidos no ano de 2010 fosse de 65%, sendo a mais alta do período e 5 p.p. acima da média de Mato Grosso.

Apesar de a proporção de fêmeas e o nascimento de bezerros indicarem uma retomada da cria, o trans-porte de animais coloca a microrregião como um polo de recria e engorda, já que vem ‘importando’ muitos animais nos últimos anos. O bom momento do mercado na região em 2010 acarretou um aumento de 774% no saldo positivo dos animais desta faixa etária em relação a 2009. Desse modo, o processo de entrada efetiva ao longo dos anos, aliado ao aumento dos nascimentos, acarretou 20% de aumento no rebanho entre os anos de 2005 e 2010. As regiões que mais forneceram animais desta faixa etária foram Tangará da Serra, 17%, Lucas do Rio Verde, 20%, e Matupá, 22%. Na mesma linha, o transporte de machos com mais de 24 meses também tem um saldo positivo que teve seu auge em 2007 e a partir de 2009 voltou a crescer. A evolução da participação do saldo positivo no rebanho em 2010, 35,8%, mostra um grande investimento na atividade de confinamento. Esses animais, em

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Nova Mutum (nº cabeças)Percentual da categoria

transportada

2005 35.625 1% -3.004 -8,4%

2006 38.333 0,8% 9.104 23,7%

2007 43.391 0,9% 24.329 56,1%

2008 41.005 0,9% 10.747 26,2%

2009 40.485 0,8% 1.401 3,5%

2010 42.717 0,8% 12.274 28,7%

Evolução 20% 6% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de24 meses de Nova Mutum (nº cabeças)

Percentual da categoriatransportada

2005 35.334 1% -206 -0,6%

2006 39.215 0,8% 8.475 21,6%

2007 53.677 1,2% 59.784 111,4%

2008 36.338 0,8% 2.584 7,1%

2009 33.882 0,8% 6.701 19,8%

2010 36.068 0,9% 12.922 35,8%

Evolução 2% 18% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Nova Mutum (nº cabeças)Percentual da categoria

transportada

2005 60.828 1,4% -678 -1,1%

2006 60.802 1,4% 4.441 7,3%

2007 63.186 1,5% 14.765 23,4%

2008 59.666 1,4% 8.591 14,4%

2009 65.617 1,5% 6.701 10,2%

2010 77.141 1,6% 10.107 13,1%

Evolução 27% 15% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

NOVA MUTUM

sua grande maioria, entram na região e ficam cerca de 90 dias nos cochos até serem encaminhados para o abate em outras microrregiões do Estado, sendo as principais fornecedoras de animais para esta microrregião Sinop, com 15%, e Lucas do Rio Verde, 16%. Devido à proximidade e o sistema de produção semelhante, a micror-região de Nova Mutum tem grande relação comercial com Lucas do Rio Verde. O rebanho de fêmeas na microrregião de Nova Mutum obteve um acréscimo de 27% durante o período observado, atingindo seu maior número da série. Isso demonstra que a demanda por fêmeas foi forte no perí-odo, o que certamente contribuiu para o crescimento do rebanho desta categoria no período. As microrregiões que mais forneceram animais foram Alta Floresta, 24%, Lucas do Rio Verde, 23%, e Baixada Cuiabana, 16%. As fêmeas, em sua grande maioria, estão sendo retidas, por conta do cenário de preço do bezerro. Com a lota-ção abaixo da média do Estado, este movimento de alta no rebanho das fêmeas é de grande importância para a manutenção da atividade pecuária na região.

Em levantamento realizado pelo Imea, foram registrados cinco confinamentos na microrregião de Nova Mutum. O número de animais confinados em 2007 era de 46.640 cabeças e foi para 6.800 animais em 2010. Portanto, em quatro anos este número reduziu 85%. Com essa oscilação negativa no rebanho destinado ao confinamento, o número em 2010 ficou longe do giro da capacidade estática, que é de 37.850 cabeças, uti-lizando apenas 9% da capacidade anual.

O abate de machos na microrregião de Nova Mutum aumentou 135%, quando analisada a evolução para o período de 2005 a 2010. Com esse considerável incremento, a taxa de desfrute de machos na região saltou de 22% para 45% no mesmo período. Com isso, confirmando o ciclo de vida curto desses animais na região, a idade média de abate no período foi de 2 anos e 2 meses, sendo a segunda maior do Estado. No que diz respeito aos abates de fêmeas, a tendência vista nos últimos anos foi inversa à de bovinos machos, apresen-tando redução no número de fêmeas abatidas em cerca de 15%; o desfrute obtido caiu 33% no mesmo período.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 5 37.850 46.640 24.491 13.000 6.800

% do Estado 2,3% 4,9% 10,9% 4,5% 2,0% 1,1%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 18.271 0,8% 22,4%

2006 27.331 1,0% 31,0%

2007 79.420 2,6% 73,6%

2008 51.086 2,0% 56,6%

2009 37.180 1,4% 43,1%

2010 42.986 1,5% 45,3%

Evolução 135% 99% 102%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 18.124 0,8% 13,2%

2006 23.432 0,9% 17,2%

2007 38.606 1,7% 27,8%

2008 22.161 1,4% 15,2%

2009 15.162 1,0% 9,8%

2010 15.476 1,0% 8,8%

Evolução -15% 30% -33%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

NOVA MUTUM

78 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Assim como as microrregiões de Colni-za, São Félix do Araguaia, Sapezal e Lucas do Rio Verde, a microrregião de Nova Mutum não possui plantas frigoríficas. Isso explica por que não foi registrado o encaminhamento de animais para abate localmente. Como a região não possui infraestrutura para abate, os produtores enviam seus animais para microrregiões próximas onde poderão ser abatidos. Como é o caso da Baixada Cuiabana e Tangará da Serra, que abatem juntos 97% dos animais produzidos na microrregião de Nova Mutum. A Baixada Cuiabana responden-do por 53% do total abatido e Tangará da Serra apresentando 44% do total abatido de animais. O número de animais abatidos em 2010, oriun-dos de Nova Mutum para o frigorífico da Bai-xada Cuiabana, foi de quase 31 mil cabeças, o que seria capaz de ocupar a indústria frigorífi-ca por apenas seis dias. Os animais com origem em Nova Mutum e destino Tangará da Serra so-maram um total de quase 26 mil, e ocupariam o frigorífico por no mínimo cinco dias, apenas 2% da capacidade anual de abate das indústrias vizinhas.

Conclusões: A microrregião de Nova Mutum apresentou redução da área de pastagem enquanto o rebanho apresen-tou acréscimo de 24% quando relacionado a 2005. Isso mostra que houve investimentos na atividade, através da melhoria das pastagens locais, como pelo uso de técnicas de integração lavoura-pecuária. Apesar da sig-nificativa melhora, a taxa de lotação da microrregião continua baixa, condição que é consequência da baixa fertilidade dos solos de cerrado, mas que tem potencial de aumento ainda maior com o uso das técnicas citadas. Apesar de ter um dos menores rebanhos dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso, Nova Mutum apresentou acréscimo significativo na categoria de machos acima de 24 meses, o que é um fator característico de regiões que tendem a ser especializadas na engorda de animais através de confinamento. Mesmo com o crescimento do rebanho, o confinamento no ano de 2010 apresentou redução significativa, o que provavelmen-te aumentou o uso de técnicas de semiconfinamento. Não existem frigoríficos para abate de bovinos na microrregião de Nova Mutum, no entanto, mesmo com a inserção de confinamentos, a viabilidade de instalação de uma planta frigorífica para abate de bovinos é discutível, já que o volume de produção atual é baixo. Além disso, a BR-163 permite um bom acesso aos frigoríficos da Baixada Cuiabana, Tangará da Serra e Primavera do Leste, que conseguem suprir esta oferta de abate.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 151 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 95 0%

Araputanga 3.900 84 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 30.750 53%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 25.932 44%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 1.318 2%

Rondonópolis 2.917 132 0%

Total 40.534 58.462 100%

Fonte: Indea, Imea

NOVA MUTUM

A grande redução do abate de fêmeas se deu tanto pelas condições positivas do mercado de reposição, como pela redução da atividade de confinamento.

A microrregião de Sinop é formada pelos municí-

pios de Cláudia, Feliz Natal, Santa Carmem, Sinop e

União do Sul. Com uma extensão territorial próxima

de 2,7 milhões de hectares, é uma das menores

regiões do Estado, sendo maior apenas que as

microrregiões de Araputanga e Nova Mutum. Junta-

mente com as micros de Lucas do Rio Verde e Nova

Mutum, compõe a macrorregião Médio-Norte do

Imea. A localização de Sinop a torna polo de ligação

entre as regiões norte e sul de Mato Grosso, através

da BR-163. Os municípios que a compõem perten-

cem ao bioma Amazônia.

81Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Ao contrário de várias microrregiões do Estado, Sinop apresentou decréscimo considerável da área de pastagem ao longo dos últimos anos, de 12%, e hoje apresenta a menor área de pastagem por microrregião do Estado. Apesar dessa queda, fato diretamente relacionado ao crescimento da produção agrícola, o avanço tecnológico, através da integração com agricultura, proporcionou aumento no rebanho de 28%. Com isso, a taxa de lotação teve o maior crescimento do Estado, 46%, passando de 0,49 UA/ha para 0,71 UA/ha, porém ainda inferior à média estadual, que é de 0,77 UA/ha. Além da menor área de pastagem, a microrregião tem o menor rebanho estadual, 245 mil cabeças, 0,85% do total.

A caracterização das propriedades rurais da microrregião de Sinop a define como uma região em que a maioria absoluta, 90%, são pequenas propriedades rurais, com rebanho de até 300 cabeças, valor 5 pontos percentuais abaixo da média estadual. As maiores propriedades, que possuem rebanho acima de 3001 cabeças, são apenas três de um total de 1.353. Essas três propriedades somam juntas um rebanho de mais de 10 mil ca-beças, que representam 6% do rebanho desta microrregião, 21 pontos percentuais abaixo da média do Estado. Apenas Colniza e a Baixada Cuiabana são similares quanto ao perfil de propriedades de Sinop.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 263.216 1,0% 192.222 0,7% 0,49

2006 257.177 1,0% 193.533 0,7% 0,51

2007 227.412 0,9% 202.833 0,8% 0,60

2008 230.739 0,9% 221.263 0,9% 0,65

2009 230.739 0,9% 239.660 0,9% 0,70

2010 230.739 0,9% 245.192 0,9% 0,71

Evolução -12% -13% 28% 19% 46%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças%doUF

Até 300 1.219 1,3% 53.604 0,8%

De 301 a 1000 94 0,8% 49.163 0,8%

De 1001 a 3000 37 0,9% 60.724 0,9%

Acima de 3001 3 0,3% 10.581 0,1%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoSinop MT Dif.

2005 76.595 0,9% 39,8% 39,9% -0,0% 49.928 63,8%

2006 76.287 1,0% 39,4% 39,5% -0,0% 43.952 57,4%

2007 79.986 1,0% 39,4% 39,7% -0,3% 48.338 63,4%

2008 89.906 1,1% 40,6% 40,8% -0,2% 49.029 61,3%

2009 98.739 1,1% 41,2% 41,4% -0,2% 57.461 63,9%

2010 103.816 1,1% 42,3% 41,2% 1,2% 63.764 64,6%

Evolução 36% 19% - 28% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-20%

50%

40%

30%

20%

10%

-10%

0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300190%

7%

3%0%

31%

28%

6%

35%

SINOP

82 83Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O rebanho de matrizes acima de 24 meses apresentou crescimento de 36% ao longo dos últimos cinco anos, superior ao crescimento estadual, que foi de 11% no mesmo período e também superior à alta do reba-nho total desta micro, que foi de 28%. Dessa forma, a participação das fêmeas sobre o rebanho total passou de 39% para 42,3%, superior à participação das fêmeas na média do Estado, que hoje é de 41,2%. O rebanho de bezerros também cresceu, porém à taxa menor, de 28%. Esse comportamento pode evidenciar direcionamento à cria, já que o rebanho de fêmeas cresceu mais do que o de machos, mas não houve significativos ganhos na eficiência de produção de bezerros.

Os números do rebanho de machos e transportes de animais para outras microrregiões do Estado cer-tificam que a microrregião de Sinop, apesar de estar se direcionando para a cria, ainda detém traços fortes de atividade de engorda. O saldo dos transportes de machos acima de 24 meses foi positivo desde 2006; em 2008 a entrada chegou a representar mais de 20% do rebanho dessa categoria. O saldo de transportes das fêmeas de 4 a 36 meses também foi positivo para a maioria da série histórica, inclusive superior ao transporte de machos acima de 24 meses nos anos de 2007 e 2008. A região que mais participou desse comércio de bovinos para cria, recria ou engorda em 2010 foi a microrregião de Matupá, que recebeu 45% dos machos acima de 24 me-ses e, ao mesmo tempo, enviou à microrregião de Sinop 46% do total de fêmeas de 4 a 36 meses produzidas localmente. A segunda região de maior comércio com Sinop foi a microrregião de Lucas do Rio Verde, segui-da por Alta Floresta. Ambas fazem divisa territorialmente com Sinop.

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Sinop (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 35.328 1% -2.806 -7,9%

2006 35.195 0,8% 1.442 4,1%

2007 32.687 0,7% 4.702 14,4%

2008 40.345 0,9% 11.827 29,3%

2009 43.258 0,9% 3.088 7,1%

2010 41.380 0,8% -7.412 -17,9%

Evolução 17% 3% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Sinop (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 25.455 1% 217 0,9%

2006 28.246 0,6% 575 2,0%

2007 33.530 0,7% 2.226 6,6%

2008 29.908 0,7% 6.196 20,7%

2009 33.338 0,8% 5.029 15,1%

2010 31.970 0,8% 4.089 12,8%

Evolução 26% 45% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Sinop (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 53.050 1,2% -739 -1,4%

2006 53.953 1,3% 3.413 6,3%

2007 58.186 1,4% 12.016 20,7%

2008 68.530 1,6% 10.615 15,5%

2009 69.383 1,6% 1.195 1,7%

2010 71.178 1,5% -668 -0,9%

Evolução 34% 22% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

SINOP

Apesar de ser uma microrregião de engorda, se caracteriza pela entrada de animais. O saldo negativo no transporte de machos de 4 a 24 meses de pouco mais de 7 mil cabeças observado em 2010 é pequeno quando comparado a outras microrregiões como Colniza, que enviou 105.313 cabeças a mais do que recebeu para essa categoria. Nos transportes de animais para outros estados, Sinop, assim como a grande maioria das microrregiões da região central do Estado, não é um grande agente deste mercado. Em 2010, do rebanho de machos de 4 a 24 meses, apenas 18 cabeças saíram para outros estados, que provavelmente não tiveram como finalidade o uso como gado comercial e sim de elite. Para machos acima de 24 meses e fêmeas não houve comércio entre Sinop e outros estados do Brasil e para as fêmeas também houve um pequeno volume (19 cabeças) destinado a outras unidades federativas.

Depois da queda verificada em 2009, o rebanho de gado confinado na microrregião de Sinop voltou a crescer, apesar de ainda não ter alcançado as cifras verificadas em 2007 e 2008. Com apenas duas unidades confinadoras, a capacidade estática chega a 2,6% da estadual, que em 2010 fechou em 776 mil cabeças, mas a quantidade confinada chegou a 5,2% do total confinado em Mato Grosso.

A grande participação de animais confinados em 2010, quando comparada com outras microrregiões de Mato Grosso, proporcionou um expressivo crescimento de machos abatidos nesta micro, 155% de 2005 a 2010, uma das maiores taxas verificadas no Estado, atrás apenas de Lucas do Rio Verde e Sapezal, que cresceram 222% e 197%, respectivamente. Apesar de o número de confinamentos ser pequeno, mais de 80% dos machos abatidos foram terminados neles. O desfrute de machos cresceu, desta forma, 109%. O abate de fêmeas também apresentou crescimento expressivo, de 60% nos últimos anos. O desfrute das fêmeas também teve um bom crescimento, mas não descolou da média do Estado, o que mostra uma pequena participação de

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 2 20.500 32.550 32.550 28.000 31.000

% do Estado 0,9% 2,6% 7,6% 6,0% 4,4% 5,2%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 14.086 0,6% 20,1%

2006 15.851 0,6% 21,9%

2007 27.402 0,9% 35,8%

2008 34.131 1,3% 42,6%

2009 25.203 0,9% 28,7%

2010 35.891 1,3% 42,0%

Evolução 155% 115% 109%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 9.190 0,4% 7,5%

2006 13.525 0,5% 11,2%

2007 22.957 1,0% 18,2%

2008 17.512 1,1% 12,4%

2009 11.014 0,7% 7,2%

2010 14.698 1,0% 9,2%

Evolução 60% 143% 22%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

SINOP

84 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Sinop possui três plantas fri-goríficas, sendo uma com SISE (Serviço de Ins-peção Estadual) e duas com SIF (Serviço de Ins-peção Federal). As três plantas juntas possuem capacidade de abate de 1.250 cabeças/dia e estão na 13ª posição no ranking de capacidade de aba-te do Estado. Depois da microrregião de Sinop, estão apenas Juara, Juína, Paranaíta, Pantanal, além das microrregiões que não possuem plantas frigoríficas. Em 2010, os dois frigoríficos com SIF permaneceram inativos durante certo perío-do de tempo. Em um deles as atividades ficaram paralisadas durante todo o ano de 2010 e em ou-tro durante os meses de maio e junho, o que fez com que reduzisse a participação dos abates de animais provenientes desta mesma microrregião. Em 2008, 85% do total abatido na microrregião de Sinop era advindo de Sinop. Em 2010 essa participação caiu para 77%, ou seja, 35 mil cabe-ças de um montante de quase 46 mil. A região de Matupá foi então a maior beneficiada e recebeu em 2010 mais de 8 mil cabeças provenientes de Sinop, respondendo por 18% dos abates dos ani-mais produzidos na microrregião.

Conclusões:

A microrregião de Sinop, até mesmo pela pequena área disponível à pastagem, tem se tornado uma região de agricultura e os números da redução de área de pastagem ao longo dos últimos seis anos registram essa ten-dência. Com relação à bovinocultura, esta microrregião possui características de região de engorda, porém tem aumentado também a participação do sistema de cria, através do crescimento dos investimentos no rebanho de fêmeas. Apesar de deter apenas 2,6% da capacidade estática dos confinamentos, a microrregião confinou 5,2% do total de animais no Estado, que representou mais de 80% do abate dos machos produzidos localmente.O ano de 2010 foi marcado pelo fechamento das duas unidades confinadoras com SIF, apesar de uma delas ter ficado paralisada por apenas dois meses. Mesmo assim, vários produtores levaram animais para serem abati-dos em outras microrregiões e a principal delas foi Matupá.Os números de aumento do rebanho de matrizes e o consequente crescimento da participação delas sobre o rebanho total confirmam a tendência para a atividade de cria. Todavia, o aumento dos abates de machos, que cresceu 155% de 2005 a 2010, juntamente com a retomada do número de animais confinados em níveis próxi-mos aos de 2007, demonstra que a principal característica da microrregião de Sinop ainda é a engorda, apesar da redução da capacidade de abate observada de 2008 para 2010.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 1.162 2%

Matupá 2.700 8.307 16%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 35.427 70%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 224 0%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 4.699 9%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 770 2%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 50.589 100%

Fonte: Indea, Imea

SINOP

fêmeas nos confinamentos.

A microrregião de Araputanga possui menos de 2

milhões de hectares e é a segunda menor dentre

as 21 do Estado, representando 2,1% da área total.

Compõem a microrregião os municípios de

Araputanga, Curvelândia, Figueirópolis D’Oeste,

Glória D’Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste,

Mirassol D’Oeste, Porto Espiridião, Reserva do

Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu, São José dos

Quatro Marcos e Vale do São Domingos. Apesar de

a microrregião ser banhada por rios da

Bacia do Paraguai, praticamente

toda ela pertence ao bioma Amazônia.

87Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Entre 2005 e 2008 a área de pastagem total da microrregião de Araputanga teve crescimento de 0,6%, passando de 1,19 milhão de hectares para 1,20 milhão. Esta é apenas a 11ª maior área de pastagem dentre as 21 microrregiões, entretanto, esta área de pastagem ocupa cerca de 61% da área total da microrregião, sendo esta a maior taxa de ocupação por pastagem do Estado. Nesse mesmo período o rebanho de bovinos sofreu queda de 2% e consequentemente a taxa de lotação caiu também, 11%. Com isso a microrregião, que detinha a maior taxa média de lotação do Estado em 2005, ficou com o 3º lugar em 2010, valor, ainda assim, 50% maior que a média do Estado.

A estratificação das propriedades mostra que a maioria das unidades produtoras tem até 300 animais e esta mesma categoria de propriedade possui 31% dos bovinos, mostrando uma proporção maior dessas pro-priedades do que a observada na média do Estado. As propriedades com até 1000 cabeças são donas de 56% dos animais, valor sete pontos percentuais acima da média de Mato Grosso. As propriedades com mais de 3000 cabeças representam 22% dos animais, valor cinco pontos percentuais abaixo da média do Estado. As 71 fazendas com mais de 3000 cabeças têm em média 5.512 cabeças, média maior apenas do que cinco outras microrregiões.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.195.524 4,7% 2.067.747 7,7% 1,20

2006 1.196.867 4,6% 1.931.867 7,4% 1,14

2007 1.200.932 4,7% 1.858.973 7,2% 1,09

2008 1.202.537 4,7% 1.803.013 7,0% 1,05

2009 1.202.537 4,7% 1.860.506 6,8% 1,06

2010 1.202.537 4,7% 2.033.675 7,1% 1,14

Evolução 0,6% 0% -2% -9% -11%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº decabeças

% doUF

Até 300 7.559 8,2% 565.764 8,9%

De 301 a 1000 896 7,7% 471.543 7,5%

De 1001 a 3000 253 6,3% 428.808 6,4%

Acima de 3001 71 6,0% 391.340 5,4%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoAraputanga MT Dif.

2005 759.378 9,3% 36,7% 39,9% -3,2% 469.050 61,7%

2006 713.205 9,2% 36,9% 39,5% -2,5% 382.168 50,3%

2007 685.082 9,0% 36,9% 39,7% -2,9% 368.498 51,7%

2008 660.517 8,2% 36,6% 40,8% -4,2% 365.774 53,4%

2009 688.994 7,9% 37,0% 41,4% -4,4% 421.339 63,8%

2010 726.443 7,9% 35,7% 41,2% -5,5% 494.091 71,7%

Evolução -4% -16% - 5% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-4%

2%

0%

-6%

-10%

-14%

-12%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-8%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

21%

31%

25%

23%

3%1%

10%

86%

ARAPUTANGA

88 89Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Enquanto o rebanho total caiu 2%, o rebanho de matrizes, fêmeas com mais de 36 meses, caiu cerca de 4%. Com isso, a proporção de matrizes passou a ser de 35,7%, valor 5,5% inferior à proporção média no rebanho do Estado. Esta proporção de matrizes no rebanho de Araputanga é uma das menores do Estado, fato que indica que a atividade de engorda é mais frequente nesta microrregião. Mesmo com a queda da proporção de matrizes a atividade de cria apresentou bons resultados com o aumento do número de bezerros e consequen-temente da taxa de nascimento, que em 2010 chegou a quase 72%.

O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses corrobora com a ideia de que a engorda é a ativi-dade predominante na região, já que em todos os anos da série o saldo é positivo, ou seja, houve uma entrada efetiva de animais dessa categoria na microrregião de Araputanga. O volume efetivo de entrada em 2010 foi o maior da série, com uma adição de quase 27% ao rebanho da categoria. A importância desta movimentação é novamente confirmada quando se verifica que a microrregião de Araputanga foi a maior compradora de ani-mais dessa categoria em 2010, sendo a principal origem desses animais a microrregião do Pantanal, com 30%, seguida por Pontes e Lacerda, com 20%, e Colniza, com 19%. O mesmo comportamento foi observado no transporte de machos com mais de 24 meses, porém neste caso em uma escala menor. A maior entrada efetiva de animais dessa categoria ocorreu em 2007, quando os produtores locais compraram o equivalente a 11% do rebanho de machos com mais de 24 meses daquele ano. Mesmo com um saldo de quase 4 mil cabeças em 2010, o volume comprado nesse ano pelos produtores locais

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Araputanga (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 370.316 8% 24.057 6,5%

2006 334.470 7,2% 26.977 8,1%

2007 346.862 7,6% 40.735 11,7%

2008 352.338 7,6% 52.055 14,8%

2009 373.747 7,5% 65.888 17,6%

2010 445.252 8,2% 119.161 26,8%

Evolução 20% 6% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Araputanga (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 448.292 10% 15.325 3,4%

2006 450.125 9,5% 29.435 6,5%

2007 416.427 9,0% 48.304 11,6%

2008 389.779 8,7% 11.350 2,9%

2009 361.607 8,7% (5.760) -1,6%

2010 353.498 8,9% 3.712 1,1%

Evolução -21% -9% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Araputanga (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 496.608 10,8% (6.639) -1,3%

2006 473.857 10,8% (3.940) -0,8%

2007 457.209 10,5% (2.930) -0,6%

2008 435.295 10,1% 6.737 1,5%

2009 448.464 9,9% 4.238 0,9%

2010 509.077 10,2% 23.535 4,6%

Evolução 3% -6% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

ARAPUTANGA

foi o 8º dentre as 21 microrregiões, sendo a principal origem desses animais a microrregião de Pontes e La-cerda, com 27%, seguida pelo Pantanal, com 24%, e Tangará da Serra, com 16%. O transporte de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses mostra que nos últimos três anos houve um au-mento na aquisição destas pelos produtores da microrregião. Esse movimento ocorreu provavelmente devido ao aumento dos preços da arroba e do bezerro, que levou a um aumento da atividade de cria e também de en-gorda de fêmeas. Tanto que em 2010 o saldo do transporte destas fêmeas representou 4% do total do rebanho, o maior volume desta categoria ingressado em uma microrregião em 2010. A principal origem destes animais foi a microrregião do Pantanal, com 33%, seguida por Pontes e Lacerda, com 26%, e Colniza, com 12%.

O Imea identificou na microrregião de Araputanga apenas nove unidades confinadoras. Entre 2007 e 2010 o crescimento deste sistema de produção na microrregião foi de 37%, mesmo assim o volume fechado em 2010 representa apenas 0,8% do total confinado no Estado. A taxa de utilização da infraestrutura construída foi de aproximadamente menos que 0,5 vez, ou seja, um quarto do potencial anual de confinamento.

Entre 2005 e 2010 o abate de machos da microrregião de Araputanga caiu 2%, mesma proporção do rebanho. Ainda assim houve um pequeno aumento da taxa média de desfrute de machos que chegou a 29,6%. Como a taxa de lotação caiu, esse aumento da produtividade foi decorrente de melhora no ganho de peso indi-vidual dos animais, como o confinamento e o semiconfinamento. Com os dados apresentados, a idade média do abate de machos na microrregião ficou em 3 anos e 1 mês, valor 9 meses menor que a média de Mato Gros-so. No mesmo período o abate de fêmeas na microrregião caiu 43%, e com isso o desfrute diminuiu 42%. Mesmo com essa queda, o desfrute permaneceu acima da média do Estado em todos os anos da série, e conse-quentemente, a idade de abate foi de 6 anos e 8 meses, valor 18 meses abaixo da média de Mato Grosso.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 9 9.860 3.267 7.045 6.375 4.503

% do Estado 4,1% 1,3% 0,8% 1,3% 1,0% 0,8%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 268.495 11,1% 29,4%

2006 302.038 11,4% 34,8%

2007 339.498 10,9% 40,5%

2008 234.725 9,2% 28,9%

2009 246.838 9,2% 30,1%

2010 264.275 9,3% 29,6%

Evolução -2% -17% 1%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 180.354 8,0% 15,6%

2006 224.912 8,7% 21,2%

2007 187.859 8,4% 18,4%

2008 136.061 8,8% 13,7%

2009 108.072 7,3% 10,4%

2010 102.915 7,0% 9,0%

Evolução -43% -13% -42%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

ARAPUTANGA

90 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Araputanga possui três plantas frigoríficas, sendo todas com serviço de inspeção federal (SIF). Estão localizadas nos municípios de Araputanga, Mirassol D’Oeste e São José dos Quatro Marcos. Com a ampliação da capacidade de abate da planta de Mirassol no início de 2008, as unidades frigoríficas ficaram com uma capacidade de registro de abate no SIF de 3,8 mil cabeças por dia. A maior parte dos animais produzidos na microrregião de Arapu-tanga, 64% do total, foi abatida nestas plantas, ocupando quase 22% da capacidade anual de abate delas. Como esses frigoríficos receberam mais de 320 mil cabeças vindas de outras mi-crorregiões, a taxa efetiva de ocupação deles em 2010 foi de 52%. Ainda que todos os animais produzidos em 2010 fossem abatidos nestes fri-goríficos, a utilização teria sido de quase 35%. O segundo principal destino foi Tangará da Serra, com 18%, ocupando 11% da capacidade de abate daquela planta em 2010. Os frigoríficos da Bai-xada Cuiabana receberam ainda 11% do total, o do Pantanal (Cáceres) ficou com 7% e Pontes e Lacerda com 1%.

Conclusões:

Com uma taxa de ocupação de 61%, a área de pastagem praticamente não sofreu alterações e dificil-mente sofrerá, já que esta taxa de ocupação é maior que a permitida por lei, como no caso das áreas com o bioma Amazônia, onde o limite de desmatamento até 2002 era de 50%. Os números deixam claro que a atividade de engorda se destaca neste cenário, já que a proporção de matrizes é baixa e o saldo do transporte de machos foi positivo em todos os anos da série. Apesar do cenário mostrar uma queda da produção de animais a pasto, os valores de abate de machos e fêmeas indicam ganhos de produtividade através da melhora do ganho de peso, que pode vir com adoção de sistemas de manejo dife-renciado como o confinamento e o semiconfinamento. As unidades construídas na microrregião são suficientes para atender toda a oferta gerada pelos produ-tores da microrregião de Araputanga. No entanto, esta capacidade é suficiente para absorver quase o triplo dos animais produzidos na microrregião em 2010 e, portanto, precisou comprar animais em microrregiões vizinhas tendo como principais fornecedores os produtores das microrregiões de Pontes e Lacerda e Sapezal.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 233.548 64%

Pontes e Lacerda 2.100 2.270 1%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 40.286 11%

Pantanal 718 26.348 7%

Tangará da Serra 5.140 64.738 18%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 367.190 100%

Fonte: Indea, Imea

ARAPUTANGA

A microrregião de Pontes e Lacerda, junto com as

microrregiões de Sapezal e Araputanga, forma a

macrorregião Oeste. É composta pelos municípios

de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda, Pontes e

Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, cujas

áreas somam mais de 2,9 milhões de hectares, que

correspondem a 3,2% da área total do Estado,

sendo esta apenas a 17ª maior microrregião de

Mato Grosso. Toda a região pertence ao bioma

Amazônia e é cortada pela BR-174,

que liga Mato Grosso a Rondônia.

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CMY

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94 95Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Com aproximadamente 1,31 milhão de hectares, a microrregião de Pontes e Lacerda detém a 10ª maior área de pastagem dentre as 21 microrregiões do Imea. O aumento de pouco mais de 4 mil hectares entre 2005 e 2008 representou somente 0,4% sobre a área de pastagem de 2005 e com o volume ocupado em 2008 cerca de 44% da área total da microrregião está atualmente ocupada por pastagens. Entre 2005 e 2010 o rebanho da microrregião diminuiu cerca de 69 mil cabeças, o que reduziu em 7% a taxa média de lotação local. Ainda assim, a microrregião de Pontes e Lacerda detém a 7ª maior taxa de lotação dentre as 21 microrregiões do Estado.

A estratificação das propriedades da microrregião de Pontes e Lacerda mostra que, apesar de represen-tar 85% do número de propriedades, em relação ao número de bovinos, as propriedades pequenas são menos de um quarto do total. Dessa forma, a proporção do número de propriedades com mais de 301 animais detém 76% do total de bovinos. No entanto chama a atenção o volume de animais nas propriedades com mais de 3001 cabeças, o qual representa a maioria absoluta de propriedades da microrregião. Cento e treze é o maior número de grandes propriedades dentro de uma microrregião no Estado, ainda assim o número médio de cabeças é de 6,5 mil.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.307.013 5,1% 1.768.813 6,6% 0,94

2006 1.308.546 5,1% 1.694.928 6,5% 0,91

2007 1.310.241 5,1% 1.601.301 6,2% 0,86

2008 1.311.796 5,1% 1.572.841 6,1% 0,84

2009 1.311.796 5,1% 1.595.391 5,9% 0,85

2010 1.311.796 5,1% 1.699.889 5,9% 0,87

Evolução 0,4% 0% -4% -11% -7%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 6.035 6,5% 468.629 7,4%

De 301 a 1000 640 5,5% 335.469 5,3%

De 1001 a 3000 264 6,6% 434.775 6,5%

Acima de 3001 113 9,6% 738.401 10,2%

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoPontes e Lacerda MT Dif.

2005 644.339 7,9% 36,4% 39,9% -3,5% 389.338 53,4%

2006 626.111 8,0% 36,9% 39,5% -2,5% 342.853 53,2%

2007 604.507 7,9% 37,8% 39,7% -2,0% 309.902 49,5%

2008 621.905 7,7% 39,5% 40,8% -1,2% 331.691 54,9%

2009 630.784 7,2% 39,5% 41,4% -1,9% 337.945 54,3%

2010 636.994 6,9% 37,5% 41,2% -3,7% 413.924 65,6%

Evolução -1% -13% - 6% -

Área de pastagem UA

-4%

2%

0%

-6%

-10%

-12%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-8%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

37% 24%

22%

17%

4%2%

9%

85%

Enquanto o rebanho total caiu 4%, o rebanho de matrizes (fêmeas com mais de 24 meses) caiu 1% entre 2005 e 2010. Com isso a proporção de fêmeas na microrregião aumentou em 2010, ficando em 37,5%, valor 3,7% abaixo da proporção média de fêmeas em Mato Grosso. Isso mostra que a atividade de cria superou as demais na microrregião. A proporção de fêmeas na microrregião só não é menor porque principalmente na região de fronteira com a Bolívia existem terrenos alagáveis onde a atividade de engorda é pouco frequente. Mesmo assim, a eficiência da atividade de cria aumentou consideravelmente, atingindo uma taxa de nascimen-to de 65,6% em 2010.

O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses mostra uma entrada efetiva de animais dessa faixa etária em todos os anos da série. O volume de animais comprados chegou a ser de 19% do rebanho de animais dessa categoria, o que indica a forte presença das atividades de recria e engorda. As mais de 96 mil cabeças compradas pelos produtores da microrregião de Pontes e Lacerda em 2010 representam o 4º maior volume de entrada de animais dessa categoria em uma mesma microrregião. O maior volume de machos dessa faixa etária foi fornecido pela microrregião de Araputanga, com 32%. Um volume significativo (25%) veio de Colniza, que está muito distante, mas tem se consolidado como região de cria. A compra de machos com mais de 24 meses teve comportamento diferente, tendo sido retomada nos dois últimos anos, provavelmente devido ao aumento da atividade de confinamento. Mesmo assim os produtores de Pontes e Lacerda movimentaram aproximadamente 60 mil cabeças de machos com mais de 24 meses. A maior parte desse comércio foi direta-

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24meses de Pontes e Lacerda (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 348.364 7% 45.351 13,0%

2006 312.158 6,7% 14.768 4,7%

2007 301.098 6,6% 24.711 8,2%

2008 289.335 6,2% 55.723 19,3%

2009 322.705 6,5% 47.500 14,7%

2010 370.958 6,9% 33.399 9,0%

Evolução 6% -6% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

PONTES E LACERDA

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Pontes e Lacerda (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 364.050 8% 8.017 2,2%

2006 376.667 7,9% 2.213 0,6%

2007 344.110 7,4% -302 -0,1%

2008 305.620 6,8% 1.418 0,5%

2009 277.512 6,7% 6.248 2,3%

2010 264.661 6,7% 15.093 5,7%

Evolução -27% -16% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36meses de Pontes e Lacerda (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 414.416 9,1% 7.343 1,8%

2006 412.448 9,5% 5.654 1,4%

2007 398.550 9,2% 7.252 1,8%

2008 372.787 8,7% -646 -0,2%

2009 389.785 8,6% -465 -0,1%

2010 405.614 8,2% 943 0,2%

Evolução -2% -10% - -

PONTES E LACERDA

96 97Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

mente com os municípios da microrregião de Araputanga, destino de origem de 54% do total. Sapezal aparece em segundo em importância, com 33%. A movimentação de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses mostrou que nos anos de 2008 e 2009 os produtores da microrregião de Pontes e Lacerda aturam como vendedores de fêmeas dessa categoria, mas em 2010 mudaram a posição e fecharam o ano como compradores. Essa posição se deu provavelmente devido ao maior interesse de animais para cria e engorda com a melhora do preço do bezerro e da arroba. Com esse movimento os produtores de Pontes e Lacerda destinam o 9º maior volume de animais dessa categoria para outras microrregiões. A principal origem desses animais foi a microrregião de Araputanga, com 37%, seguido por Tangará e Juína, com 16%.

As 17 propriedades com confinamentos deixa Pontes e Lacerda como a 6ª microrregião com maior nú-mero de confinamentos do Estado. Esta atividade mais que dobrou entre 2007 e 2010. No último ano da série 8% dos animais confinados no Estado vieram de Pontes e Lacerda. A taxa de utilização da estrutura construída ficou em praticamente uma vez, ou seja, utilizando metade do potencial anual de confinamento da microrre-gião.

Enquanto o rebanho total do Estado diminuiu 4%, o abate de machos caiu 1% e com isso o desfrute de machos cresceu 8% sobre o valor inicial. Esse aumento deixou a microrregião com valores superiores à média de Mato Grosso em todos os anos da série e com isso a idade média de abate, que foi de quase 3 anos e 3 meses na média do período observado, ficou cerca de 7 meses abaixo da média do Estado. O abate de fêmeas caiu ainda mais, o que impactou diretamente na Taxa de Desfrute, já que o rebanho aumentou. O desfrute da microrregião de Pontes e Lacerda ficou acima da média do Estado em todos os anos da série e, com isso, a idade média de abate das fêmeas entre 2003 e 2008 foi de 7 anos e 2 meses, valor 14 meses inferior à média do Estado.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 17 49.980 21.440 39.126 45.800 49.020

% do Estado 7,7% 6,4% 5,0% 7,2% 7,2% 8,3%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 153.246 6,8% 15,7%

2006 166.807 6,5% 17,8%

2007 159.893 7,1% 17,8%

2008 111.475 7,2% 12,2%

2009 94.716 6,4% 10,2%

2010 97.588 6,6% 10,0%

Evolução -36% -3% -36%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 215.899 9,0% 27,2%

2006 212.052 8,0% 27,9%

2007 261.363 8,4% 37,1%

2008 209.213 8,2% 31,7%

2009 210.030 7,8% 31,5%

2010 212.965 7,5% 29,5%

Evolução -1% -17% 8%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

PONTES E LACERDA

A microrregião de Pontes e Lacerda possui duas unidades frigoríficas, ambas localizadas no mu-nicípio de Pontes e Lacerda e com selo do ser-viço de inspeção federal. No entanto, estas uni-dades frigoríficas, com capacidade registrada de abate de quase 2 mil cabeças por dia, fica-ram fechadas durante praticamente todo o ano de 2010 devido à crise frigorífica. A capacidade de abate reduzida foi a razão do maior volume de animais enviados para abate, 67% do total, nos frigoríficos da microrregião de Araputanga. Essas 138 mil cabeças enviadas para abate nos frigoríficos da microrregião de Araputanga ocu-param 19% da capacidade de registro anual de abate daquelas plantas em 2010. Apenas 7%, 21 mil cabeças, foram abatidos nos frigoríficos lo-cais, volume que, mesmo somando os animais que vieram de outras microrregiões, contribuiu para utilização efetiva da capacidade diária de abate de 5%. Com isso, o segundo principal des-tino dos abates foi a microrregião de Tangará da Serra, destino de quase 44 mil cabeças.

Conclusões:

A área de pastagem da microrregião de Pontes e Lacerda sofreu poucas alterações, como se esperava, já que a ocupação da área total da microrregião por áreas de pastagens se aproxima dos 50%. Apesar de con-tinuar com indicadores acima da média do Estado, o respeito às leis ambientais não se traduziu em ganhos de produtividade, pois, com a queda do rebanho observada até 2008, a taxa de lotação ficou abaixo dos patamares de 2005. Os dados do rebanho de matrizes indicam que a atividade de engorda deve ser mais relevante na mi-crorregião de Pontes e Lacerda. Esses dados são confirmados principalmente pelo transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses. A forte presença de confinamentos na microrregião também confirma esta tese, já que esta atividade cresceu mesmo com uma atividade agrícola marginal e infraestrutura pequena para o arma-zenamento de grãos. A indústria frigorífica instalada no município de Pontes e Lacerda até o final de 2010 é capaz de aten-der a toda oferta de animais da microrregião, pois, caso toda produção local de 2010 fosse abatida nesses frigoríficos, a taxa de utilização seria de 57%, valor que mostra que é possível que estas indústrias absorvam um crescimento de médio prazo do rebanho e consequentemente o abate da microrregião. No entanto, essa grande capacidade de abate desta e de outras microrregiões de Mato Grosso mostra que as unidades frigoríficas fechadas durante a crise das indústrias dificilmente conseguirão operar com um volume interessante no curto prazo.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 135 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 206.934 67%

Pontes e Lacerda 2.100 21.042 7%

Sapezal - 132 0%

Baixada Cuiabana 5.018 22.992 7%

Pantanal 718 15.578 5%

Tangará da Serra 5.140 43.740 14%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 310.553 100%

Fonte: Indea, Imea

PONTES E LACERDA

Junto com as microrregiões de Pontes e Lacerda

e Araputanga, a microrregião de Sapezal forma a

macrorregião Oeste. Os municípios de Campo Novo

do Parecis, Campos de Júlio, Comodoro e Sapezal

compõem a microrregião. Somadas, as áreas dessa

microrregião chegam a mais de 5,1 milhões de

hectares, que representam 5,6% da área total do

Estado. Apenas a porção sul do município de Como-

doro pertence ao bioma Amazônia, o restante faz

parte do bioma Cerrado. A microrregião está ligada a

Pontes e Lacerda pela BR-174 e também a Tangará

da Serra pela rodovia MT-358.

101Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A área de pastagem da microrregião de Sapezal cresceu 0,4% até o ano de 2007 e permaneceu prati-camente estabilizada em 2008, o que lhe rendeu a 19ª colocação no ranking Estadual. Em relação à utilização de seu território pela pecuária, a microrregião ocupa cerca de 10%. O rebanho da microrregião cresceu 20%, sendo registradas no último levantamento do Indea 445 mil cabeças, ocupando a 18ª colocação no ranking es-tadual. Como a área de pastagem se estabilizou e o rebanho demonstrou intenso incremento, a taxa de lotação apresentou acréscimo de 11%, quando levados em consideração os últimos cinco anos, chegando aos 0,62 UA/ha em 2010. Mesmo assim, este valor ainda é 20% menor que a média estadual de 0,77 UA/ha.

Na microrregião de Sapezal as propriedades com até 300 animais representam 86% da composição da microrregião, e estas detêm aproximadamente 19% do número de animais existentes. Nas propriedades entre 301 e 1000 animais se observam 17% do total de animais da região, e apenas 9% do total das propriedades. As propriedades da categoria 1001 a 3000 animais obtiveram participação de 22% dentro do rebanho da micro, e no número de propriedades tem uma participação de 4%. As propriedades dos grandes pecuaristas da região, aqueles que possuem acima de 3001 animais, respondem por 2% do total das propriedades, mas em contrapar-tida a participação do rebanho é de 42%, valor 15 pontos percentuais acima da média estadual, com número médio de 6.619 cabeças por propriedade.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 488.859 1,9% 370.503 1,4% 0,53

2006 491.685 1,9% 369.537 1,4% 0,53

2007 490.433 1,9% 376.144 1,5% 0,54

2008 490.775 1,9% 375.621 1,4% 0,55

2009 490.775 1,9% 414.682 1,5% 0,59

2010 490.775 1,9% 445.494 1,6% 0,62

Evolução 0% 0% 20% 12% 11%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 1.113 1,2% 72.506 1,1%

De 301 a 1000 112 1,0% 63.433 1,0%

De 1001 a 3000 51 1,3% 82.126 1,2%

Acima de 3001 24 2,0% 158.856 2,2%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoSAPEZAL MT Dif.

2005 149.161 1,8% 40,3% 39,9% 0,4% 77.635 52,1%

2006 142.111 1,8% 38,5% 39,5% -1,0% 71.854 48,2%

2007 150.231 2,0% 39,9% 39,7% 0,2% 69.630 49,0%

2008 100.759 1,2% 26,8% 40,8% -14,0% 66.902 44,5%

2009 179.842 2,1% 43,4% 41,4% 1,9% 90.722 90,0%

2010 188.091 2,0% 42,2% 41,2% 1,0% 102.624 57,1%

Evolução 26% 11% - 32% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

0%

20%

15%

5%

10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

19%

22%

17%42%

4%2%

9%

85%

SAPEZAL

102 103Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Na evolução quinquenal, observa-se grande oscilação, tanto do número de matrizes maiores de 24 meses, quanto em bezerros menores de 12 meses. No ano de 2010 o número de matrizes fêmeas maiores de 24 meses representou 2% do Estado. Quando comparado com 2008 o rebanho teve uma acréscimo de 87%, com 188 mil matrizes, ficando no ranking do Estado na 18ª posição. Com isso, a proporção de matrizes ficou 1 ponto percentual acima da média de Mato Grosso. Como o crescimento do rebanho de matrizes foi inferior em 6 pontos percentuais em relação à alta vista no rebanho de bezerros, se constatou de 2005 para 2010 um aumento na eficiência dos nascimentos de 5 pontos percentuais, mas ainda mantém a microrregião abaixo da média estadual.

O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses já apresenta sinais de que a região, apesar de não ter planta frigorífica, está voltada para atividade de engorda. O que explica uma entrada maior que as saídas a partir de 2006 é o crescimento dos confinamentos na região, que em 2006 girava em torno de 6 mil cabeças e em 2010 foi de cerca de 78 mil cabeças. Desse modo, o saldo da entrada em 2010 representou 17% do rebanho destes machos, que registraram aumento no rebanho de 31% de 2005 para 2010. A regiões que mais fornece-ram animais desta faixa etária foram Pontes e Lacerda, com 29% do total de entradas, e Juína, que deteve a porção de 25%. Na mesma linha, o transporte de machos com mais de 24 meses também tem um saldo positivo que

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Sapezal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 62.441 1% -6.103 -9,8%

2006 59.817 1,3% 2.008 3,4%

2007 66.325 1,4% 1.248 1,9%

2008 59.485 1,3% 1.044 1,8%

2009 67.993 1,4% 4.947 7,3%

2010 82.079 1,5% 13.841 16,9%

Evolução 31% 16% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Sapezal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 67.733 1% 2.613 3,9%

2006 73.187 1,5% 4.997 6,8%

2007 70.597 1,5% (416) -0,6%

2008 122.946 2,8% 34.152 27,8%

2009 60.522 1,5% 51.503 85,1%

2010 54.427 1,4% 43.496 79,9%

Evolução -20% -7% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Sapezal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 94.540 2,1% (3.685) -3,9%

2006 99.951 2,4% 7.736 7,7%

2007 105.016 2,5% 5.320 5,1%

2008 109.945 2,6% 8.262 7,5%

2009 106.841 2,4% 5.437 5,1%

2010 110.097 2,3% 3.161 2,9%

Evolução 16% 6% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

SAPEZAL

cresce a cada ano. A representatividade do saldo positivo no rebanho em 2010, 80%, evidencia a intensa reposição de animais que é proporcionada pela grande eficiência presente nas unidades confinadoras. Esses animais, em sua grande maioria, entram na região e ficam por menos de um ano até serem encaminhados para o abate em outras microrregiões do Estado. A macrorregião noroeste do Estado, juntamente com as microrre-giões de Pontes e Lacerda e Araputanga, é a principal fornecedora de machos com mais de 24 meses. Nesse sentido, as microrregiões de Juína, Colniza e Juara obtiveram participação no total de entradas de 37%, 15% e 6%, respectivamente. Já Pontes e Lacerda respondeu por 15% e Araputanga obteve a porção de 9%. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses evoluiu irregularmente de 2005 para 2010, fazendo com que as entradas, que chegaram a 8,26 mil cabeças em 2008, fossem de apenas 3,16 mil em 2010. Com isso a região demonstrou que vem se tornando a cada ano autossuficiente destes animais, necessitando cada vez menos das fêmeas de outras microrregiões do Estado. Pontes e Lacerda é a microrregião que mais fornece este animais, respondendo por 35% dos envios totais em 2010. Em seguida, vem as regiões de Juína, com 17%, e a Baixada Cuiabana, com 13% de representatividade. Diferentemente dos machos, estas fêmeas, em sua grande maioria, estão sendo retidas, por conta de um cenário bom de preço do bezerro.

No levantamento realizado pelo Imea, foram registrados 15 confinamentos na microrregião de Sapezal. O número de animais confinados em 2007, que era de 8.321 cabeças, foi de 78.010 animais em 2010. Portanto, os animais confinados na região em três anos aumentaram em quase 10 vezes. Mesmo com todo este cresci-mento, o número em 2010 não atingiu nem um giro da capacidade estática, que é de 96 mil cabeças.

O abate de machos na microrregião de Sapezal aumentou 197%, entre 2005 e 2010. Com esse in-cremento, a taxa de desfrute de machos na região saltou de 23,1% para 61,5% no mesmo período. Com isso, confirmando o ciclo de vida curto destes animais na região, a idade média de abate nos cinco anos da série foi

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 15 96.160 8.321 34.267 94.249 78.010

% do Estado 6,8% 12,4% 2,0% 6,3% 14,8% 13,1%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 33.716 1,4% 23,1%

2006 35.910 1,4% 24,3%

2007 45.958 1,5% 30,9%

2008 62.692 2,4% 31,9%

2009 96.425 3,6% 64,5%

2010 100.209 3,5% 61,5%

Evolução 197% 151% 166%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 31.332 1,4% 14,0%

2006 33.932 1,3% 15,3%

2007 36.544 1,6% 16,1%

2008 24.788 1,6% 13,8%

2009 24.041 1,6% 9,1%

2010 24.547 1,7% 8,7%

Evolução -22% 19% -38%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

SAPEZAL

104 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Assim como as microrregiões de Colni-za, São Felix do Araguaia, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, a microrregião de Sapezal não possui plantas frigoríficas com serviço de ins-peção federal para abate. O volume destinado a essa microrregião provavelmente foi abatido em abatedouros municipais. Nesse sentido, somente 1% do total produzido de bovinos foi abatido na própria microrregião. Como a região não possui infraestrutura para abater seus animais, os produ-tores da região se veem obrigados a enviar seus animais para regiões próximas onde poderão ser abatidos. Como é o caso das microrregiões de Araputanga e Tangará da Serra, que abatem juntas cerca de 89% dos animais produzidos na microrregião de Sapezal. Araputanga respondeu por 53% do total e Tangará da Serra, por 36%. O número de animais abatidos no ano de 2010, oriundos de Sapezal, na microrregião de Tanga-rá da Serra, 45 mil animais, seria capaz de ocupar as indústrias frigoríficas por 22 dias. Os animais com origem em Sapezal com destino a Arapu-tanga, 66 mil animais, ocupariam as plantas fri-goríficas por no mínimo 17 dias. Já na Baixada Cuiabana o total de animais oriundos de Sapezal, quase 11 mil cabeças, seria capaz de ocupar as plantas frigoríficas da região por 2 dias.

Conclusões: A microrregião de Sapezal apresentou estabilidade na área de pastagem enquanto que o rebanho re-gistrou acréscimo de 20% em relação a 2005. No entanto, como a produção agrícola é predominante nesta microrregião, é possível que esse aumento venha da rotação com áreas de lavoura e não necessariamente com desmatamento. Mesmo que isso ocorra, como a taxa de lotação ainda é muito baixa, é possível concluir que na região a maior parte das pastagens utilizadas é marginal e de baixa produtividade. Apesar de ter um dos menores rebanhos dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso, Sapezal apresen-tou um crescimento significativo na categoria de machos acima de 24 meses, o que é um fator característico de regiões que tendem a ser especializadas na engorda de animais. Esse crescimento foi favorecido pelo aumento das atividades de confinamento, e, mesmo com redução no ano de 2010 em relação a 2009, apresenta uma forma de complementar e agregar valor à produção agrícola, que é muito frequente na microrregião de Sape-zal e que, assim como a integração lavoura-pecuária, o confinamento, que já representa 78% dos abates, deve crescer ainda mais nesta microrregião com grande potencial para produção de grãos. Não existem frigoríficos para abate de bovinos na microrregião de Sapezal, no entanto, mesmo com a inserção do confinamento, a viabilidade da instalação de uma planta para abate de bovinos ainda é discutí-vel, já que o volume de produção é relativamente baixo. Apesar do volume apresentar grande acréscimo nos últimos cinco anos, os produtores situados no centro dessa microrregião estão a pelo menos 300 km de uma unidade frigorífica, fato que desestimula a produção, pois as opções de comercialização são menores.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 66.080 53%

Pontes e Lacerda 2.100 1.392 1%

Sapezal - 645 1%

Baixada Cuiabana 5.018 10.931 9%

Pantanal 718 435 0%

Tangará da Serra 5.140 45.273 36%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 0 0%

Total 40.534 124.756 100%

Fonte: Indea, Imea

SAPEZAL

de 2 anos e 6 meses, terceira menor do Estado, só perdendo para as microrregiões de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. Essa influência é tão grande que cerca de 78% dos abates de machos em 2010 vieram dos con-finamentos. No que diz respeito aos abates das fêmeas, a tendência vista nos últimos cinco anos foi inversa, pois, diante de uma queda de 22% no número de cabeças abatidas, o desfrute foi de 14,0% em 2005 para 8,7% em 2010. Como as fêmeas são destinadas à atividade de cria, a idade média de abate destas ficou em 7 anos e 10 meses, sendo 6 meses menor do que a média estadual.

A microrregião da Baixada Cuiabana chama a

atenção pela disponibilidade de rios e nascentes,

que pertencem à Bacia do Paraguai. Pertencente

ao bioma Cerrado, a microrregião é composta pelos

municípios de Acorizal, Chapada dos Guimarães,

Cuiabá, Jangada, Nobres, Nossa Senhora do

Livramento, Rosário Oeste e Várzea Grande. As

áreas dos municípios, quando somadas, atingem

pouco mais de 3 milhões de ha, representando 3,3%

da área total. Como a capital do Estado pertence à

esta microrregião, a infraestrutura presente nela é

uma das melhores de Mato Grosso.

108 109Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

No que se diz respeito à área de pastagem da Baixada Cuiabana, a variação de 2005 para 2008 foi ne-gativa em 1%, se estabilizando nos quase 991 mil ha. Apresentando o mesmo movimento, o rebanho da micro também recuou mais em uma intensidade maior. O número de cabeças, que era de 934 mil em 2005, passou para 849 mil em 2010, obtendo uma redução de 9%. Desse modo, a taxa de lotação, que era de 0,64 UA/HA em 2005, foi para 0,59 UA/HA, queda de 11%. Possuindo terras que não disponibilizam alto suporte de pas-toreio e já debilitadas, a microrregião aos poucos vai cedendo suas áreas de pastagens para outros fins.

Predominantemente composta por pequenos produtores, já que 91% das propriedades presentes na micro pertencem à categoria de até 300 animais, a Baixada Cuiabana conta com apenas 25 propriedades cujo rebanho fica acima das 3001 cabeças. Em relação ao número de cabeças, a categoria de até 300 cabeças, 32%, o percentual desta microrregião só fica atrás de Matupá e Sinop. As propriedades entre 301 e 1000 animais detêm 256 mil cabeças, 29%, obtendo o segundo maior rebanho da região. Este grande número de pequenos produtores pode explicar a redução das áreas de pastagens e rebanho na região, no sentido de que, por não terem escala, têm resultados restritos.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 997.898 3,9% 934.566 3,5% 0,64

2006 995.241 3,9% 843.435 3,2% 0,59

2007 992.789 3,9% 808.017 3,2% 0,57

2008 990.893 3,8% 785.758 3,0% 0,56

2009 990.893 3,8% 813.834 3,0% 0,57

2010 990.893 3,8% 848.978 3,0% 0,59

Evolução -1% -1% -9% -16% -11%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 5.960 6,4% 273.788 4,3%

De 301 a 1000 465 4,0% 255.924 4,1%

De 1001 a 3000 140 3,5% 220.171 3,3%

Acima de 3001 25 2,1% 123.918 1,7%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoBAIXADA CUIABANA MT Dif.

2005 428.504 5,3% 45,9% 39,9% 6,0% 222.519 53,7%

2006 378.431 4,9% 44,9% 39,5% 5,4% 178.181 41,6%

2007 369.531 4,8% 45,7% 39,7% 6,0% 177.709 47,0%

2008 359.700 4,4% 45,8% 40,8% 5,0% 165.637 44,8%

2009 379.246 4,3% 46,6% 41,4% 5,2% 185.044 51,4%

2010 394.435 4,3% 46,5% 41,2% 5,3% 200.241 52,8%

Evolução -8% -19% - -10% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-6%

0%

-2%

-8%

-12%

-14%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-10%

-4%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

14%

29%

25%

32%

91%

7%

2%0%

Depois de atingir os seus menores níveis de rebanho em 2008, tanto as matrizes com mais de 24 meses quanto os bezerros da microrregião se recuperaram e registraram um crescimento de, respectivamente, 10% e 21% de 2008 para 2010. Mesmo com esta recuperação, o rebanho destas categorias em 2010, quando compa-rado com o de 2005, ainda registra queda de, respectivamente, 8% e 10%. Com um dos custos mais altos do Estado, aliado a uma arroba desvalorizada, o período 2005 a 2008 foi marcado pela deteorização da rentabili-dade do produtor, fato que aumentou o abate das matrizes. Nesse sentido, a taxa de nascimento em 2006 teve recuo de 12 p.p. em relação a 2005.

Como em sua grande maioria a microrregião possui propriedades de pequeno porte, esta se caracteriza como uma região de ciclo completo. Observa-se que ao mesmo tempo em que se vendeu mais machos de 4 a 24 meses para todos os anos da série histórica, se comprou mais machos com idade superior a 24 meses em todos os anos, com exceção de 2009. Portanto, a região se caracteriza como uma boa fornecedora de animais mais jovens e uma boa compradora de animais mais velhos. As microrregiões que mais compraram os machos de 4 a 24 meses em 2010 foram as regiões vizinhas, Pantanal, respondendo por 31%, e Tangará da Serra, 14%, além da região de Rondonópolis, que obteve uma participação de 13% do total “exportado”. A superioridade das entradas em relação às saídas dos machos com mais de 24 meses se deve ao grande parque frigorífico presente na região. Desse modo, pondera-se que o rebanho pronto para o abate da região não é suficiente para abastecer as plantas da localidade. Diante desse fato, os frigoríficos e confinamentos da região

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24meses de Baixada Cuiabana (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 145.310 3% (24.287) -16,7%

2006 137.426 2,9% (31.035) -22,6%

2007 130.431 2,9% (33.209) -25,5%

2008 124.141 2,7% (11.561) -9,3%

2009 126.243 2,5% (29.806) -23,6%

2010 134.260 2,5% (42.349) -31,5%

Evolução -8% -19% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de 24

meses de Baixada Cuiabana (nº cabeças)Percentual da categoria

transportada

2005 99.564 2% 3.078 3,1%

2006 111.636 2,3% 1.678 1,5%

2007 101.374 2,2% 1.920 1,9%

2008 102.372 2,3% 7.017 6,9%

2009 96.493 2,3% (4.705) -4,9%

2010 87.057 2,2% 14.741 16,9%

Evolução -13% 1% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36meses de Baixada Cuiabana (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 277.443 6,2% 2.169 0,8%

2006 236.242 5,5% (13.749) -5,8%

2007 230.421 5,4% (8.141) -3,5%

2008 215.812 5,1% (2.526) -1,2%

2009 222.698 5,0% (4.761) -2,1%

2010 235.263 4,8% (12.737) -5,4%

Evolução -15% -22% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

BAIXADA CUIABANAPANTANAL

110 111Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

vão buscar animais principalmente nas regiões do Pantanal, que responde por 34% das entradas, de Primavera do Leste, 24%, e de Rondonópolis, que detém a porção de 14% das entradas destes animais na região. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses em 2010 foi de 235 mil cabeças, apresentando redução de 15% no comparativo com 2005. Com esta queda, a Baixada Cuiabana, que respondia por 6,2% do rebanho destas fêmeas no Estado em 2005, passou a representar 4,8% em 2010. De qualquer forma, a região ainda se destaca como fornecedora destas fêmeas chegando, no ano de 2010, a movimentar cerca de 46 mil cabeças, número que fez o saldo ficar negativo em quase 13 mil cabeças. Devido à proximidade, a microrregião do Pantanal teve novamente a maior participação nas compras destas fêmeas, com 41%.

Das cinco unidades confinadoras existentes na região, quatro funcionaram em 2010 confinando um volume de 25.000 cabeças. Acompanhando o movimento de baixa no Estado, este volume, em relação a 2009, registrou queda de 33%, utilizando 63% da capacidade estática. A representatividade no total confinado pelo Estado também caiu no período, passando de 5,9% para 4,2% entre 2009 e 2010.

Os abates de machos na Baixada Cuiabana saltou de 39.745 cabeças para 67.303 cabeças de 2005 para 2010, obtendo alta de 69%. Com isso, o desfrute desses animais foi de 13,8% para 25,8% no mesmo período. Esse fato demonstra que a atividade da engorda tem aumentado de tal forma que os seus benefícios vêm sendo sentidos nas microrregiões vizinhas. Esse aumento na engorda deve estar atrelado à capacidade de abate na região. Por outro lado, como a produção ganhou novo fôlego a partir de 2008, os produtores da região optam por segurar seus rebanhos de matrizes, uma vez que a atividade de cria também é forte na localidade. Dessa forma, os abates das fêmeas na região, no período de 2005 a 2010, caíram 53%, fazendo com que o desfrute em 2010 atingisse o seu menor nível, 5,5%. A idade média de abate das fêmeas da região no período foi de 9 anos e 4 meses, ficando abaixo da média do Estado em 1 ano.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 5 39.500 6.500 17.700 37.325 25.000

% do Estado 2,3% 5,1% 1,5% 3,3% 5,9% 4,2%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 39.745 1,6% 13,8%

2006 55.069 2,1% 19,4%

2007 62.337 2,0% 23,8%

2008 48.983 1,9% 19,0%

2009 54.918 2,0% 21,1%

2010 67.303 2,4% 25,8%

Evolução 69% 43% 88%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 68.467 3,0% 10,6%

2006 92.994 3,6% 16,6%

2007 79.847 3,6% 14,6%

2008 49.502 3,2% 9,4%

2009 42.286 2,8% 7,6%

2010 32.291 2,2% 5,5%

Evolução -53% -28% -48%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

BAIXADA CUIABANA

Contando com cinco plantas SIF e uma planta com SISE, a microrregião da Baixada Cuiabana detém a maior capacidade de abate de todas as microrregiões do Estado. Por isso, a micro, apesar de possuir capacidade ociosa de quase 50%, foi a segunda no número de abates por destino em 2010, só ficando atrás da micror-região de Araputanga. No ano passado foram abatidos na região quase 550 mil animais. Todavia, esta micro, que tem capacidade para abater cerca de 1,00 milhão de cabeças por ano, ocupou com seus próprios animais cerca de 9% desta capacidade em 2010. Mesmo com essa baixa utilização, 93%, ou seja, 92.877 ca-beças, enviadas para o abate da região foram encaminhadas para a própria região. O restante foi para as micros de Tangará da Serra, Prima-vera do Leste e Rondonópolis. Dessa maneira, como o rebanho de animais prontos para o abate é pequeno na região, esta capacidade é suficiente para abater seus animais. Por outro lado, caso a capacidade de abate se elevasse, esta micro be-neficiaria outras regiões do Estado que não con-tam com o mesmo número de plantas.

Conclusões:

Com uma proporção de matrizes mais elevada do que a média do Estado e uma intensificação em 2010 na “exportação” de machos de 4 a 24 meses, a bovinocultura da Baixada Cuiabana se caracteriza pela atividade da cria e pelo grande número de pequenas propriedades. O rebanho da região apresentou significativa redução de 2005 para 2008, mas deste último ano até 2010 se observou uma recuperação, por conta do aumento de preço do bezerro. Com o bom momento do mercado, possibilitando assim novos investimentos na produção e a evolução do confinamento na região, a taxa de desfrute dos machos deu um salto de 2005 a 2010. Como a micro conta com uma grande capacidade de abate e o rebanho dos animais prontos para serem terminados da região ainda é inferior a esta capacidade, deverá ser observado um aumento nas estruturas de confinamento da região nos próximos anos, uma vez que os solos da região não são propícios para a atividade de engorda. Em relação à capacidade de abate, a Baixada Cuiabana, que conta com a capital do Estado, além do uso antigo de suas terras com a pecuária, está muito bem servida, gerando até uma demanda extra que é ocupada pelas mais diversas regiões do Estado. Em 2010, 83% da capacidade de abate utilizada pelas plantas da região foi ocupada por animais de outras regiões do Estado, que se localizam até 1.250 quilômetros de distância da capital.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 84 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 92.877 93%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 3.958 4%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 1.399 1%

Rondonópolis 2.917 1.276 1%

Total 40.534 99.594 100%

Fonte: Indea, Imea

BAIXADA CUIABANA

A microrregião do Pantanal é formada pelos mu-

nicípios de Barão do Melgaço, Cáceres, Poconé e

Santo Antônio de Leverger. Esses municípios somam

uma área de 6,5 milhões de hectares, ou 7,1% da

área do Estado. Junto com a Baixada Cuiabana e

Tangará da Serra, forma a macrorregião Centro-

-Sul. O bioma Pantanal cobre quase toda a região,

chegando a invadir os municípios de Itiquira, Nossa

Sa. do Livramento e Várzea Grande. Os municípios

do Pantanal não possuem bom acesso entre si, mas

formam uma microrregião pelas semelhanças de

seus sistemas produtivos.

115Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Com 1,7 milhão de hectares, os quatro municípios da região pantaneira somam a 4ª maior área de pas-tagem do Estado, sendo cerca de 26% da superfície total da microrregião ocupada com pastagens. Entre 2005 e 2010 o rebanho diminuiu quase 70 mil cabeças, ou 3% de acordo com a tabela acima, já a taxa de lotação diminuiu 9%. A despeito dos números, é possível concluir que a área de pastagem identificada nesta região via satélite não condiz com a realidade, haja vista que a taxa de lotação está muito alta para as condições pantanei-ras. Esta diferença deve ser resultado da dificuldade de se inferir pela análise das imagens de satélite as áreas de pastagens nativas localizadas nesta região. Este problema não foi identificado nas demais regiões de Mato Grosso.

A estratificação das propriedades na microrregião do Pantanal mostra que 82% das unidades com bo-vinos detêm apenas 18% dos bovinos. Essa relação mostra que as pequenas propriedades do Pantanal têm um número menor de cabeças por propriedade do que a média do Estado. As fazendas que têm entre 301 e 1000 cabeças representam 23% do total, valor abaixo da média do Estado. A maioria do rebanho está nas proprieda-des com mais de 1000 cabeças; as fazendas com mais de 3000 detêm 32% do total, valor 16% acima da média do Estado. Uma fazenda com mais de 3000 cabeças possui em média 6.360 bovinos, 10ª maior média de Mato Grosso.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.692.188 6,6% 1.974.153 7,4% 0,81

2006 1.693.837 6,6% 1.856.090 7,1% 0,77

2007 1.699.361 6,6% 1.763.850 6,9% 0,74

2008 1.701.807 6,6% 1.785.412 6,9% 0,74

2009 1.701.807 6,6% 1.788.980 6,6% 0,74

2010 1.701.807 6,6% 1.907.613 6,6% 0,77

Evolução 1% 0% -3% -10% -9%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 5.215 5,6% 336.658 5,3%

De 301 a 1000 746 6,4% 419.687 6,7%

De 1001 a 3000 295 7,3% 485.648 7,3%

Acima de 3001 91 7,7% 578.751 8,0%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoPantanal MT Dif.

2005 908.717 11,2% 46,0% 39,9% 6,1% 454.625 53,1%

2006 861.122 11,1% 46,4% 39,5% 6,9% 386.646 42,5%

2007 746.908 9,8% 42,3% 39,7% 2,6% 369.939 43,0%

2008 856.119 10,6% 48,0% 40,8% 7,2% 382.016 51,1%

2009 853.784 9,7% 47,7% 41,4% 6,3% 398.636 46,6%

2010 895.761 9,7% 47,0% 41,2% 5,8% 462.298 54,1%

Evolução -1% -13% - 2% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-4%

2%

0%

-6%

-10%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-8%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

18%

27%

23%

32%

77%

5%1%

82%

12%

PANTANAL

116 117Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Nos quatro municípios da região do Pantanal o rebanho de matrizes, fêmeas com mais de 24 meses, não cresceu no mesmo ritmo que o rebanho total. Mesmo com a queda de quase 13 mil cabeças de fêmeas entre 2005 e 2010, houve um aumento da proporção de fêmeas no rebanho, que em 2005 era de 46,0% e em 2010 passou para 47,0%, sendo a maior proporção de fêmeas sobre o rebanho dentre as 21 microrregiões de Mato Grosso e 6 pontos percentuais maior que o valor médio do Estado. Mesmo com a queda do rebanho de fêmeas, o rebanho de bezerros aumentou 2%, assim como a taxa de nascimento, que chegou a 54% em 2010. Toda essa diferença indica claramente que a atividade de cria é mais frequente nesta área.

A importância como polo de cria novamente é evidenciada quando se observa o quadro de transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses, destinados à recria e engorda. É possível observar que em todos os anos da série um volume significativo de bovinos dessa faixa etária foi comprado por produtores de outras microrregiões. Em 2010 foram enviados para outras regiões o equivalente a 19,3% do rebanho desta categoria. Em 2007 os produtores dessa região chegaram a transportar 30% de seus animais. Além disso, as 126 mil ca-beças transportadas para fora da microrregião deixaram o Pantanal como o maior vendedor destes animais no ano de 2008, com um volume 13% superior ao segundo colocado. O principal destino dos animais produzidos na região do Pantanal em 2010 foi a microrregião de Araputanga, que levou 43% do total, em seguida vieram os produtores de Rondonópolis, com 25%, e da Baixada Cuiabana, com apenas 9% do total. O transporte de machos com mais de 24 meses seguiu a mesma linha, porém o volume transportado foi

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Pantanal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 312.268 7% (57.325) -18,4%

2006 292.200 6,3% (70.664) -24,2%

2007 259.721 5,7% (78.445) -30,2%

2008 265.543 5,7% (60.955) -23,0%

2009 294.321 5,9% (56.955) -19,4%

2010 308.616 5,7% (59.461) -19,3%

Evolução -1% -13% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Pantanal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 252.129 6% (36.886) -14,6%

2006 250.200 5,3% (40.962) -16,4%

2007 311.660 6,7% (47.458) -15,2%

2008 217.263 4,9% (19.294) -8,9%

2009 198.796 4,8% (1.304) -0,7%

2010 199.513 5,1% (20.582) -10,3%

Evolução -21% -9% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Pantanal (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 524.986 11,4% 4.355 0,8%

2006 493.935 11,3% (13.255) -2,7%

2007 501.429 11,5% (12.498) -2,5%

2008 473.056 11,0% (17.774) -3,8%

2009 463.445 10,2% (3.972) -0,9%

2010 503.589 10,1% (1.958) -0,4%

Evolução -4% -12% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

PANTANAL

menor, com uma venda equivalente a 10,3% do rebanho em 2010. Quinta maior vendedora de animais dessa categoria, o principal destino desses animais foi a microrregião da Baixada Cuiabana, com 31%, seguida por Araputanga, com 24%, Rondonópolis, com 17%, e Pontes e Lacerda, com 12%. A movimentação de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses teve comportamento diferenciado. Enquanto no primeiro anos da série a microrregião foi “importadora” de animais dessa categoria, após 2006 passou a “exportar” fortemente esses animais, apresentando uma retração nessa exportação nos dois últimos anos, pro-vavelmente devido à melhora das condições do mercado. Mesmo com essa retração, em 2010 a microrregião do Pantanal foi a segunda maior exportadora de animais dessa categoria do Estado. A microrregião que com-prou o maior volume de fêmeas entre 4 e 36 meses foi Araputanga, com 37%, seguida pela Baixada Cuiabana, com 24%, e por Rondonópolis, com 16%.

Com seis unidades confinadoras (3% do total), a microrregião do Pantanal confinou em 2010 o equi-valente a 1,4% da produção de bovinos a cocho do Estado. Segundo dados do censo, a produção dos confi-namentos começou na região em 2007, mas expressou-se em 2008. Com apenas 2% dos cochos do Estado, o aproveitamento da estrutura construída foi de 0,6 vez, ou seja, foi utilizada menos de um terço da capacidade local de produção.

Enquanto o rebanho diminuiu, o abate de machos cresceu 9% na microrregião do Pantanal. Isso mostra ganhos de produtividade, entretanto, a taxa de desfrute evidencia números ainda aquém da média do Estado, que em 2010 foram mais de 7 pontos percentuais acima. O valor médio de desfrute de machos equivale a uma idade média de abate de 6,2 anos, que é 1 ano e 4 meses a mais que o obtido na média de Mato Grosso no período observado. Esse baixo valor pode ser consequência da alta taxa de “exportação” de machos da micror-região. Os dados ainda mostram que até 2008 a grande força do abate da região foi de fêmeas, mas a partir de 2009 o abate de fêmeas passou a ser menor que o de machos, consequência nítida do aumento das margens da

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 6 14.000 1.020 12.620 14.320 8.300

% do Estado 2,7% 1,8% 0,2% 2,3% 2,2% 1,4%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 133.561 5,9% 10,1%

2006 163.421 6,3% 13,2%

2007 150.770 6,7% 13,4%

2008 107.088 6,9% 8,7%

2009 93.444 6,3% 7,7%

2010 81.499 5,5% 6,2%

Evolução -39% -7% -38%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 92.929 3,9% 14,2%

2006 87.568 3,3% 14,1%

2007 102.179 3,3% 16,0%

2008 98.327 3,8% 17,5%

2009 104.615 3,9% 18,3%

2010 101.385 3,6% 16,8%

Evolução 9% -8% 19%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

PANTANAL

118 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Os quatro municípios que compõem a região do Pantanal possuem uma indústria frigo-rífica com serviço de inspeção federal, cuja ca-pacidade de abate é de 700 cabeças por dia e está localizada no município de Cáceres. Durante o ano de 2010 apenas 21%, das mais de 182 mil cabeças produzidas para abate pelos produtores do Pantanal, morreram na indústria frigorífica local. Essa baixa utilização ocorreu porque esta indústria paralisou suas operações em agosto de 2010. Os números do Indea mostram que em 2010 o total abatido no frigorífico da microrre-gião foi de quase 81 mil cabeças. Mas, mesmo contando com animais de outras regiões, esta microrregião teve uma taxa de utilização média de 70%, nos meses em que sua indústria funcio-nou. Com esse fechamento, o principal destino dos animais produzidos na planície pantaneira foi a Baixada Cuiabana, que recebeu pouco mais de 96 mil cabeças, ou 53%. O volume enviado para os frigoríficos da Baixada Cuiabana foi su-ficiente para ocupar menos de 7% da capacidade anual de abate. A microrregião de Araputanga recebeu quase 26 mil cabeças, ou 14% do total, e Rondonópolis, quase 19 mil cabeças, cerca de 10% do total.

Conclusões:

A atividade de cria é a que predomina na microrregião do Pantanal. As características específicas das pastagens e do ambiente a tornam menos interessante para atividades de engorda, se comparada com outras regiões, no entanto, como não é possível o desenvolvimento de outras atividades do agronegócio, já que boa parte dessas pastagens fica alagada durante o ano, a pecuária de cria segue reinando na região que pertence à maior planície alagável do planeta. A recuperação dos preços do bezerro melhorou a condição dos produtores locais a partir de 2008. Isso pode ser observado no número de abate de fêmeas, que caiu bastante e ficou abaixo dos valores de abate de macho em 2009 e 2010. Além disso o volume de abate de machos pode aumentar caso cresça o número de confinamentos. Em 2010 este sistema de produção de bovinos teve recuo e representou cerca de 4,5% do total abatido pelos produtores da microrregião, volume significativo, mas que ainda tem pouca interferência nos índices de produtividade. A indústria local não é suficiente para atender uma grande oferta como a ocorrida em 2006 e 2007, no entanto, pela proximidade da capital e consequentemente dos frigoríficos ali instalados, não prejudica a comer-cialização dos animais por parte dos produtores da microrregião do Pantanal, fato que minimizou os efeitos da parada do frigorífico localizado na cidade de Cáceres, já que não só Cuiabá, mas também frigoríficos da microrregião de Araputanga e até mesmo Rondonópolis estão relativamente próximos.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 25.882 14%

Pontes e Lacerda 2.100 746 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 96.313 53%

Pantanal 718 38.256 21%

Tangará da Serra 5.140 2.671 1%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 117 0%

Rondonópolis 2.917 18.899 10%

Total 40.534 182.884 100%

Fonte: Indea, Imea

PANTANAL

atividade de cria, que permitiu a retenção de fêmeas e levou a uma redução drástica do desfrute de fêmeas.

Junto com a Baixada Cuiabana e o Pantanal, a microrre-

gião de Tangará da Serra forma a macrorregião Centro-

-Sul. Possui 3,8 milhões de hectares, que representam

4,2% da área total do Estado. Compõem a microrregião

os municípios de Alto Paraguai, Arenápolis, Barra do

Bugres, Denise, Diamantino, Nortelândia, Nova Ma-

rilândia, Nova Olímpia, Porto Estrela, Santo Afonso e

Tangará da Serra. Boa parte de Diamantino e Tangará

da Serra pertence ao bioma Cerrado, mas o restante

dos municípios pertence ao bioma Amazônia. Vários

rios da Bacia do Paraguai nascem nesta microrregião.

�2�0�1�1�_�0�7�_�2�8�_�A�n� � �n�c�i�o� �S�i�s�t�e�m�a� �F�A�M�A�T�O�-�O�K�_�A�P�R�O�V�A�D�O�-�a�l�t�e�r�a�d�o

�s�e�x�t�a�-�f�e�i�r�a�,� �2�9� �d�e� �j�u�l�h�o� �d�e� �2�0�1�1� �1�1�:�1�1�:�1�1

122 123Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Tangará da Serra possui a 12ª maior área de pastagem dentre as 21 microrregiões do Imea. Os quase 1,1 milhão de hectares ocupam 28% da superfície de seus municípios. Enquanto a área de pastagem se manteve estável crescendo apenas 1% entre 2005 e 2008, o rebanho da microrregião sofreu queda de 4% no mesmo período. Com isso, a representatividade do rebanho saiu de 4,6% em 2005 para 4,1% no ano de 2010. Com a estabilização da área de pastagem e o decrescimento do rebanho, a taxa de lotação da região recuou 9%, e atualmente é inferior a 0,03 UA/ha na relação com a média do Estado.

Representando 86% do universo de propriedades da microrregião de Tangará da Serra, as unidades produtivas com até 300 cabeças detêm 23% dos bovinos da microrregião. A categoria de propriedade que detém o maior número de cabeças é a de fazendas que possuem entre 1001 e 3000 cabeças, que são donos de 28% dos animais da microrregião. Existem 43 unidades produtivas com mais de 3000 animais na região e estas possuem 22% de todo o rebanho da região, tendo em média 5.615 animais por fazenda, número 9% abaixo da média de Mato Grosso. A distribuição do número de cabeças por estrato de propriedades em Tangará da Serra é uma das mais equilibradas do Estado.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.062.617 4,1% 1.219.599 4,6% 0,79

2006 1.064.596 4,1% 1.140.174 4,4% 0,74

2007 1.065.972 4,1% 1.108.472 4,3% 0,72

2008 1.071.266 4,2% 1.076.705 4,2% 0,70

2009 1.071.266 4,2% 1.119.832 4,1% 0,72

2010 1.071.266 4,2% 1.171.317 4,1% 0,74

Evolução 1% 0% -4% -11% -9%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 4.514 4,9% 254.291 4,0%

De 301 a 1000 529 4,5% 293.205 4,6%

De 1001 a 3000 187 4,7% 308.363 4,6%

Acima de 3001 43 3,7% 241.467 3,3%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoTANGARÁ DA SERRA MT Dif.

2005 446.236 5,5% 36,6% 39,9% -3,3% 258.723 53,3%

2006 414.669 5,3% 36,4% 39,5% -3,1% 234.482 52,5%

2007 404.871 5,3% 36,5% 39,7% -3,2% 233.147 56,2%

2008 403.241 5,0% 37,5% 40,8% -3,3% 228.450 56,4%

2009 425.185 4,8% 38,0% 41,4% -3,5% 246.666 61,2%

2010 441.051 4,8% 37,7% 41,2% -3,5% 271.695 63,9%

Evolução -1% -13% - 5% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-4%

2%

0%

-6%

-10%

-14%

-12%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-8%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

22%

23%

27%28%

3%1%

10%

86%

Em um ritmo menos acentuado do que o do rebanho total, o rebanho de matrizes diminuiu 1% entre 2005 e 2010. Porém, na contramão desse movimento, o rebanho de bezerros até 12 meses aumentou 5%. Diante dessa oposição de movimentos, a taxa de nascimento registrou um incremento de 10 pontos percentuais no mesmo período, chegando a quase 64%, valor 5 pontos percentuais acima da média estadual. Desse modo, o ganho de eficiência nos nascimentos da região deve estar associado à intensificação dos investimentos em genética, que foram realizados com base na expectativa de bons preços que rondou o mercado da cria nos três últimos anos.

Mesmo com a recuperação do rebanho de matrizes na região de 2008 para 2010, a variação dos últimos cinco anos foi negativa, mantendo a proporção do rebanho destas fêmeas abaixo da média do Estado. Ainda nesse contexto, os transportes dos animais da região corroboram com a indicação de que a engorda é mais frequente na microrregião. O transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses possui um saldo positivo, o qual atingiu um novo pico em 2010, com 42,59 mil cabeças, demonstrando que a região é uma importante “importadora” destes animais em Mato Grosso. As regiões que mais “exportaram” estes machos para Tangará da Serra foram: Juína, representando 28%, Colniza, 16%, e Baixada Cuiabana, 11%. No rebanho dos machos com mais de 24 meses se observou uma retração de 24% no período. Apesar disso, os produtores da microrregião atuaram também como importadores desses animais, o que indica que provavelmente houve uma intensificação na engorda e abate desses animais, resultando na redução do esto-

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24meses de Tangará da Serra (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 237.104 5% 18.027 7,6%

2006 222.622 4,8% 20.100 9,0%

2007 217.250 4,7% 32.924 15,2%

2008 214.387 4,6% 29.128 13,6%

2009 239.136 4,8% 40.289 16,8%

2010 253.000 4,7% 42.592 16,8%

Evolução 7% -6% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de

24 meses de Tangará da Serra (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 233.047 5% 11.938 5,1%

2006 229.275 4,8% 20.518 8,9%

2007 220.345 4,7% 23.558 10,7%

2008 203.621 4,6% 6.516 3,2%

2009 190.515 4,6% 23.157 12,2%

2010 176.374 4,5% 5.805 3,3%

Evolução -24% -13% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36meses de Tangará da Serra (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 316.092 7,0% 437 0,1%

2006 290.441 6,8% 5.040 1,7%

2007 272.189 6,4% 8.094 3,0%

2008 268.801 6,4% 6.954 2,6%

2009 265.124 5,9% 5.991 2,3%

2010 277.931 5,6% 10.445 3,8%

Evolução -12% -19% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

TANGARÁ DA SERRATANGARÁ DA SERRA

124 125Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

que deles. As microrregiões que mais abasteceram Tangará da Serra com estes animais foram praticamente as mesmas que forneceram machos mais jovens. Respondendo por 35% dos envios, a microrregião de Juína se apresenta como a principal parceira da região nas comercializações dos animais de ambos os sexos para repo-sição. O rebanho de fêmeas de 4 a 36 meses acompanhou a variação verificada no rebanho total de fêmeas na região e recuou em 12% entre 2005 e 2010. Ao contrário do que se viu na maioria das regiões do Estado, o rebanho de fêmeas obteve decréscimo no período, demonstrando a forte aptidão da região para engorda. Com a queda do rebanho de machos com mais de 24 meses, estas fêmeas provavelmente complementaram os abates na região, principalmente em 2006 e 2007. Esse movimento fez com que seu saldo positivo de transporte fosse aumentando constantemente de 2005 para 2010, a despeito da queda do rebanho de fêmeas.

O censo do confinamento realizado no ano de 2010 mostra que existem 23 unidades confinadoras na microrregião de Tangará da Serra com capacidade estática de 70.040 cabeças. Entretanto, a região nunca utilizou sequer a metade da sua capacidade máxima, que é de 140 mil cabeças, considerando-se dois giros na capacidade atual. Em 2010, houve uma queda de 18% em relação a 2009, e o número de cabeças confinadas foi de pouco menos de 38 mil.

Analisando o abate de machos da microrregião de Tangará da Serra conclui-se que a evolução de 4% no desfrute é consequência da diferença de intensidade da queda do rebanho e do abate, pois, enquanto o reba-nho decresceu 4%, o abate obteve recuo de 3%. A idade média de abate dos machos da região no período foi de 3 anos e 2 meses, 9 meses abaixo da média do Estado. Por mais que seja uma região de engorda, o abate de fêmeas vem diminuindo em consequência dos últimos acontecimentos do chamado ciclo da pecuária, que, devido à alta de preço, fez com que o produtor retivesse as fêmeas, causando assim esta redução de 49% no abate entre 2005 e 2010. Mesmo com esta retenção, a idade média de abate das fêmeas da região foi de 6 anos

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 23 70.040 39.955 41.031 46.185 37.706

% do Estado 10,4% 9,0% 9,4% 7,5% 7,2% 6,4%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 125.718 5,6% 18,1%

2006 144.865 5,6% 22,6%

2007 105.669 4,7% 17,0%

2008 77.617 5,0% 12,6%

2009 60.674 4,1% 9,5%

2010 63.829 4,3% 9,4%

Evolução -49% -23% -48%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 155.062 6,4% 29,5%

2006 171.380 6,5% 34,3%

2007 185.929 6,0% 38,1%

2008 141.266 5,5% 30,6%

2009 133.842 5,0% 27,8%

2010 151.101 5,3% 30,8%

Evolução -3% -18% 4%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

TANGARÁ DA SERRA

A microrregião de Tangará da Serra pos-sui quatro plantas frigoríficas, sendo três com serviço de inspeção federal, SIF, e uma com serviço de inspeção estadual, SISE, que juntas somam uma capacidade diária de abate de 5.018 cabeças, detendo a segunda maior capacidade de registro do Estado. Dentre as quatro plantas existentes na região, duas, uma planta com SIF e outra com SISE, se localizam no município de Tangará da Serra e as demais em Diamantino e Barra do Bugres. Mesmo com os quatro frigorí-ficos em operação, no ano de 2010 pouco menos de 60% dos animais produzidos nas fazendas da região foram encaminhados para o abate nos frigoríficos da própria microrregião. Para a Bai-xada Cuiabana foram enviados 32%. Com repre-sentatividade de 9%, a microrregião de Arapu-tanga foi o terceiro principal destino dos animais da região. Tangará da Serra, em 2010, recebeu para o abate 592 mil animais, sendo a microrre-gião que mais abateu bovinos em Mato Grosso. Portanto, de tudo que foi abatido na região, ape-nas 21%, 126 mil cabeças, foram produzidas ali. Além dos animais da própria micro, os frigorífi-cos da região abateram animais de mais outras 17 microrregiões do Estado.

Conclusões: Os produtores da microrregião de Tangará da Serra seguiram a tendência do desmatamento zero, já que a área de pastagem aumentou apenas 1% entre 2005 e 2008. No entanto, fica clara a falta de investimentos em produtividade, já que foi observado uma queda na taxa de lotação da região enquanto que na média do Estado esse número subiu. O sistema de produção de bovinos que domina a microrregião de Tangará da Serra é a engorda. Isso é confirmado não só pela relação de matrizes sobre o rebanho total como também pelo transporte de animais. Além disso, podemos observar que, mesmo com a queda dos confinamentos na região, ela está entre as 10 regiões que mais confinam no Estado. Isso se explica pela relação com a produção agrícola, que convive di-retamente com a atividade pecuária, facilitando o seu convívio e a agregação de valor, já que os custos para colocar o animal no cocho ficam menores. O abate dos animais produzidos na microrregião foi praticamente dividido entre as microrregiões de Tangará da Serra, Baixada Cuiabana e Araputanga. O que mostra que a capacidade atual de produção de carne dos produtores da microrregião não é suficiente para atender à demanda dos frigoríficos da região, tendo estes que ir buscar animais em outras 17 microrregiões do Estado. Além de custos logísticos, a comercialização de bovinos para abate em outras microrregiões está mais difícil, já que diversas plantas foram inauguradas em microrregiões vizinhas gerando uma grande ociosidade quando se considera todas as plantas construídas em Mato Grosso.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 0 0%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 13 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 19.738 9%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 172 0%

Baixada Cuiabana 5.018 67.811 32%

Pantanal 718 348 0%

Tangará da Serra 5.140 126.727 59%

Barra do Garças 2.800 0 0%

Primavera do Leste 2.050 0 0%

Rondonópolis 2.917 121 0%

Total 40.534 214.930 100%

Fonte: Indea, Imea

TANGARÁ DA SERRA

e 9 meses, sendo a segunda menor de Mato Grosso, perdendo apenas para a microrregião de Nova Mutum.

A microrregião de Barra do Garças é formada pelos

municípios de Alto Araguaia, Alto Garças, Araguaiana,

Araguainha, Barra do Garças, General Carneiro, Pontal

do Araguaia, Ponte Branca, Ribeirãozinho e Torixoréu.

Esses 10 municípios juntos somam uma área de 3,7

milhões de hectares, que corresponde a 4% da área

total de Mato Grosso. Toda a microrregião pertence

ao bioma cerrado e forma a porção mais alta da Bacia

do Araguaia. A BR-070 é a principal via de acesso à

microrregião de Rondonópolis e ao Estado de Goiás,

e a BR-158 comunica Barra do Garças a todos os

municípios do Vale do Araguaia.

129Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Entre 2005 e 2008 a área de pastagem da microrregião de Barra do Garças teve um discreto aumento de 3.392 hectares, registrando menos de 1%. O 1,58 milhão de hectares de pastagem representa a 5ª maior área de pastagem dentre as 21 microrregiões do Estado. Nesse período, o rebanho de Barra do Garças diminuiu 7%, passando de 1,51 milhão de cabeças para pouco mais de 1,39 milhão. A diminuição do rebanho, em reação contrária ao aumento da área de pastagem, mostra uma queda na taxa de lotação, que caiu 6% no período, pas-sando de 0,66 UA/ha para 0,60. Esta foi a sexta maior queda da taxa de lotação do Estado e está 22% abaixo da taxa média de lotação de Mato Grosso.

As propriedades com até 300 animais detêm 15% do rebanho bovino da microrregião e têm em média 82 cabeças de bovinos, enquanto que na média do Estado essas propriedades têm 68 animais. As propriedades com até 300 animais representam cerca de 71% do universo de propriedades com bovinos de Barra do Garças, 14 pontos percentuais abaixo da média do Estado. As propriedades que possuem entre 1001 e 3000 animais são donas de 25% dos animais, mesma média do Estado. Já as propriedades que têm entre 301 e 1000 e mais de 3001 cabeças detêm 60% dos bovinos, enquanto que na média de Mato Grosso possuem 52%. O número médio de cabeças nas propriedades com mais de 3001 animais ficou em 5.911 cabeças, 4% a menos do que a média de Mato Grosso.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.580.201 6,2% 1.510.110 5,7% 0,66

2006 1.581.726 6,1% 1.339.292 5,1% 0,59

2007 1.589.082 6,2% 1.348.624 5,3% 0,59

2008 1.583.593 6,1% 1.357.173 5,2% 0,60

2009 1.583.593 6,1% 1.409.601 5,2% 0,62

2010 1.583.593 6,1% 1.399.356 4,9% 0,60

Evolução 0% 0% -7% -14% -6%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 2.510 2,7% 205.742 3,2%

De 301 a 1000 763 6,6% 422.685 6,7%

De 1001 a 3000 220 5,5% 347.516 5,2%

Acima de 3001 72 6,1% 425.560 5,9%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoBarra do Garças MT Dif.

2005 623.914 7,7% 41,3% 39,9% 1,4% 339.757 55,1%

2006 565.624 7,3% 42,2% 39,5% 2,8% 285.109 45,7%

2007 577.565 7,6% 42,8% 39,7% 3,1% 306.810 54,2%

2008 596.401 7,4% 43,9% 40,8% 3,2% 285.931 49,5%

2009 615.556 7,0% 43,7% 41,4% 2,2% 315.638 52,9%

2010 608.919 6,6% 43,5% 41,2% 2,3% 349.183 56,7%

Evolução -2% -14% - 3% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

-4%

2%

0%

-6%

-10%

-12%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-8%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

30%

30%

15%

25%71%

6%2%

21%

BARRA DO GARÇAS

130 131Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Enquanto o rebanho da microrregião de Barra do Garças caiu 7% nos últimos seis anos, o número de fêmeas com mais de 24 meses, consideradas as matrizes do rebanho, diminuiu cerca de 2%, cerca de 15 mil cabeças. O percentual de fêmeas com mais de 24 meses sobre o rebanho total é de 43,5% enquanto que na média do Estado esta relação é de 41,2%, ou seja, 2,3 pontos percentuais acima. A tabela ainda mostra que a microrregião de Barra do Garças, pelo menos nos últimos seis anos, sempre teve uma proporção maior de ma-trizes, fato que indica que, assim como a Baixada Cuiabana e o Pantanal, esta micro continua sendo um polo de cria.

Corroborando com o dado apontado, o transporte de machos com idade entre 4 e 24 meses indica que a região desenvolve com mais intensidade a atividade de cria, já que em cinco dos seis anos da série o saldo do transporte de animais dessa categoria foi negativo. Os anos em que a microrregião se destacou como “ex-portadora” dessa categoria foram 2005, 2006 e 2009, quando foram enviados o equivalente a 15,0%, 13,8% e 11,8%, respectivamente, do rebanho desta categoria. Do total de saídas destes machos em 2010, 33% tiveram como destino a microrregião de Rondonópolis e 32% foram encaminhados para fora do Estado. Destes 32%, 38% foram enviados para o Estado de São Paulo e 37% para o Estado de Goiás. O transporte de machos com mais de 24 meses teve comportamento diferente. Em apenas dois anos da série o saldo foi negativo, ainda assim com volume pouco expressivo em 2006, chamando a atenção somente nos números de 2010. A contínua paralisação de frigoríficos na própria região e em regiões vizinhas a partir

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24meses de Barra do Garças (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 267.719 6% (41.552) -15,5%

2006 223.775 4,8% (33.105) -14,8%

2007 222.637 4,9% (19.470) -8,7%

2008 229.481 4,9% 17.189 7,5%

2009 230.802 4,6% (27.195) -11,8%

2010 246.519 4,6% (12.611) -5,1%

Evolução -8% -19% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de24 meses de Barra do Garças (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 228.119 5% 2.415 1,1%

2006 213.226 4,5% (2.374) -1,1%

2007 197.233 4,2% 10.301 5,2%

2008 189.463 4,2% 16.201 8,6%

2009 209.052 5,0% 18.959 9,1%

2010 165.001 4,2% (12.003) -7,3%

Evolução -28% -17% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36meses de Barra do Garças (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 397.957 8,8% (10.474) -2,6%

2006 357.634 8,3% (21.937) -6,1%

2007 351.413 8,2% (3.479) -1,0%

2008 350.856 8,2% (4.675) -1,3%

2009 361.683 8,0% (13.384) -3,7%

2010 351.105 7,1% (15.648) -4,5%

Evolução -12% -19% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

BARRA DO GARÇAS

de 2009 pode explicar a inversão do saldo destes machos em 2010. Em 2007, um percentual significativo de animais com mais de 24 meses veio de outras regiões. Barra do Garças foi a 19ª maior importadora dentre as 21 microrregiões, com a entrada de 41 mil cabeças. A principal origem destes animais foi Água Boa, com 48%, seguida por Rondonópolis, com 15%, e Vila Rica e São Félix do Xingu, ambas com 14%. Assim como o transporte de machos de 4 a 24 meses, o transporte das fêmeas de 4 a 36 meses evidencia mais uma vez que a região é uma grande fornecedora de animais tanto para Mato Grosso quanto para outras unidades da federação. Do total das saídas destas fêmeas 20% foram encaminhadas para Água Boa e 17% tive-ram como destino a micro de Rondonópolis. Para fora do Estado foram 46% do total “exportado”. Destaca-se que deste total enviado para fora do Estado 68% foram para São Paulo.

As 20 unidades confinadoras da microrregião têm capacidade estática para confinar quase 57 mil cabe-ças. A tabela acima mostra que, em 2010, a capacidade de confinamento da região foi subutilizada, diferente-mente do que vinha acontecendo em 2008 e 2009. Com a queda de 31,2% ocorrida de 2009 para 2010, a região saiu do terceiro lugar do ranking estadual e foi para a quinta posição em 2010.

O abate de machos em Barra do Garças vem diminuindo desde 2007, quando teve o maior número de machos abatidos. De 2007 até 2010, devido à crise mundial e à crise da indústria frigorífica, o abate na região caiu, porém, se forem analisados os últimos seis anos, houve um acréscimo de 10% no abate de machos. No caso das fêmeas, entretanto, a queda no abate é expressiva, ficando 47% mais baixo do que o abate de 2005. Esse movimento de desestímulo em relação à engorda se deve primeiramente à capacidade de abate em opera-ção na região e nas vizinhas obteve um recuo, desvalorizando o preço da arroba, e o preço do bezerro devido ao cenário do mercado se valorizou, estimulando a retenção de fêmeas.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 20 56.708 47.154 77.106 71.713 49.328

% do Estado 9,0% 7,3% 11,1% 14,2% 11,2% 8,3%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 120.528 5,0% 21,3%

2006 131.623 5,0% 26,4%

2007 149.613 4,8% 30,6%

2008 143.752 5,6% 29,7%

2009 136.360 5,1% 26,9%

2010 132.281 4,6% 27,0%

Evolução 10% -7% 27%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 154.179 6,9% 16,3%

2006 155.413 6,0% 18,5%

2007 107.103 4,8% 12,5%

2008 82.664 5,3% 9,5%

2009 88.275 5,9% 9,8%

2010 81.984 5,5% 9,0%

Evolução -47% -19% -45%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

BARRA DO GARÇAS

132 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Barra do Garças pos-sui duas plantas frigoríficas com selo de inspe-ção SIF. A capacidade de abate dessas unidades é de 2.800 cabeças por dia. Essas duas plantas se situam no município de Barra do Garças, e apenas um deles operou nestes últimos anos. A maior parte dos bovinos enviados para abate pe-los produtores da microrregião de Barra do Gar-ças, 59% (126 mil cabeças), foram abatidos nas indústrias locais. O segundo principal destino do abate dos animais produzidos em Barra do Gar-ças foi a microrregião de Rondonópolis, onde morreram 31 mil cabeças em 2010, ou 15% do abate, e o terceiro principal local de abate dos animais originários da microrregião de Barra do Garças foi a região de Água Boa, que absorveu 7 mil cabeças, ou 4% do total. Além disso, mais de 40 mil cabeças foram abatidas fora do Estado, mesmo pagando 7% a mais de ICMS. A concentração dos frigoríficos no Esta-do tem dificultado e honerado o transporte dos animais para o abate, e as indústrias da micror-região de Barra do Garças se favoreceram desta particularidade em 2010.

Conclusões:

A área de pastagem da microrregião praticamente se manteve estável nos últimos anos, e os investi-mentos em produtividade ficaram estagnados, uma vez que a taxa média de lotação mostrou uma leve altera-ção em 2009 e retornou aos 0,60 UA/ha em 2010, que é 22% inferior à média do Estado. A diferença de taxa de lotação em relação à média do Estado aumentou, em comparação a 2008, quando a microrregião estava 14% abaixo da média do Estado. O ano de 2010 ficou marcado pela estiagem prolongada, que afetou drasticamente as pastagens, oca-sionando a morte de capins e, num segundo momento, favorecendo o aparecimento de pragas e debilitando ainda mais os pastos, que são a base da produção de bovinos no Estado. Esta alteração nas pastagens poderá dificultar a manutenção de animais prontos para o abate. Os confinamentos diminuíram no ano de 2010 em Barra do Garças. Os principais fatores que in-fluenciaram negativamente o desenvolvimento dos confinamentos foram os preços do boi magro e dos grãos, principais componentes na alimentação dos animais confinados e também dos custos de confinamento. A estrutura de frigoríficos local é suficiente para atender à oferta gerada pelos produtores locais, e nos últimos anos precisou buscar animais em outras regiões para atender a toda sua demanda. Ainda assim, um número significativo de animais foi abatido fora do Estado, o que mostra a defasagem de preços na região em relação à média estadual, que, mesmo descontando 7% de ICMS, levaram parte dos animais de Barra do Garças.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 40.983 19%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaita 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 7.625 4%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 0 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 1.441 1%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 0 0%

Barra do Garças 2.800 126.803 59%

Primavera do Leste 2.050 5.817 3%

Rondonópolis 2.917 31.596 15%

Total 40.534 214.265 100%

Fonte: Indea, Imea

BARRA DO GARÇAS

A microrregião de Primavera do Leste é formada

pelos municípios de Campo Verde, Nova Brasilândia,

Novo São Joaquim, Paranatinga, Planalto da Serra,

Primavera do Leste, e Santo Antônio do Leste. So-

madas, as áreas desses setes municípios totalizam

cerca de 4,9 milhões de hectares, que representam

aproximadamente 5,3% da área total de Mato Grosso.

A sua localização é estratégica, pois interliga a região

norte ao sul do Estado, através da BR-163. Quase

toda a microrregião de Primavera do Leste pertence

ao bioma cerrado, apenas uma parte do município de

Paranatinga faz parte do bioma Amazônia.

135Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Em relação à pastagem, a região de Primavera do Leste teve uma leve queda entre 2005 e 2008 de apro-ximadamente 43 mil hectares, que representa 3%. Com 1,40 milhão de hectares de pastagem, a microrregião de Primavera do Leste detém a 7ª maior área de pastagem do Estado e ocupa 29% da área de seus municípios. Seguindo o mesmo ritmo, o rebanho teve uma leve queda de 2009 para 2010, de 0,6%, porém, comparando com o ano de 2005, teve um incremento de 1,3%. Desse modo, a região ocupa o 14º lugar no ranking. Em re-lação à taxa de lotação, sofreu poucas alterações, fechando 2010 com 0,59 UA/ha, 0,18 ponto abaixo da média do Estado.

Na microrregião de Primavera do Leste, os dados mostram uma proporção maior para propriedades com até 300 animais, com um total de 2.930 propriedades, totalizando 81%. Deste total, este estrato de pro-priedades da microrregião detém 17% dos animais, proporção sete pontos percentuais abaixo da média do Estado, no que diz respeito ao número de bovinos. Desse modo, percebe-se que a maior parte dos animais da microrregião está nas 60 propriedades que possuem rebanho acima de 3000 animais por propriedade, com 392 mil cabeças, representando 34% dos animais. Já nas propriedades entre 1000 e 3000 cabeças a microrregião representa 28% do número de bovinos.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.452.280 5,7% 1.192.984 4,5% 0,57

2006 1.440.539 5,6% 1.103.289 4,2% 0,54

2007 1.424.872 5,5% 1.117.046 4,4% 0,55

2008 1.409.626 5,5% 1.092.119 4,2% 0,55

2009 1.409.626 5,5% 1.215.221 4,5% 0,60

2010 1.409.626 5,5% 1.208.506 4,2% 0,59

Evolução -3% -3% 1% -6% 5%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 2.930 3,2% 203.002 3,2%

De 301 a 1000 440 3,8% 246.386 3,9%

De 1001 a 3000 190 4,7% 328.503 4,9%

Acima de 3001 60 5,1% 392.218 5,4%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoPrimavera do Leste MT Dif.

2005 512.400 6,3% 43,0% 39,9% 3,1% 262.662 51,3%

2006 477.452 6,1% 43,3% 39,5% 3,8% 227.153 44,3%

2007 483.381 6,3% 43,3% 39,7% 3,5% 230.920 48,4%

2008 488.220 6,0% 44,7% 40,8% 3,9% 218.709 45,2%

2009 521.788 6,0% 42,9% 41,4% 1,5% 275.615 56,5%

2010 533.730 5,8% 44,2% 41,2% 3,0% 294.720 56,5%

Evolução 4% -8% - 12% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

0%

6%

4%

2%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-6%

-4%

-2%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

34%

17%

21%28%77%

5%2%

81%

12%

PRIMAVERA DO LESTE

136 137Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Como já foi visto, o rebanho da microrregião de Primavera do Leste não teve crescimento significativo, apenas 1% ao longo do período observado. Em relação ao rebanho de matrizes foi um pouco diferente, pois teve um aumento de 4%. Esse aumento deixou a microrregião com um rebanho de matrizes cerca de 3,0 pontos percentuais acima da proporção média de fêmeas no rebanho do Estado. Vale destacar que o rebanho de bezer-ros < 12 meses aumentou 12%, resultando em 294.720 cabeças em 2010. Essa informação indica que a maioria dos produtores da microrregião teve uma tendência de realizar a atividade de cria, melhorando também a taxa de nascimento.

O fato de a microrregião estar se tornando especializada na atividade de cria é comprovado através dos dados demonstrados acima, que evidenciam que o transporte do rebanho de machos entre 4 e 24 meses teve um aumento de 2% em relação ao ano de 2005. Já o saldo do transporte permaneceu negativo durante o período analisado, o que configura esta região como “exportadora” de animais. As microrregiões que mais re-ceberam animais dessa categoria foram as regiões de Rondonópolis, com 56%, Pantanal, com 10 %, e Baixada Cuiabana, com 7%. Já em relação aos machos acima dos 24 meses o número do rebanho caiu em 14%, saindo de aproxi-madamente 180 mil cabeças em 2005 para 154 mil cabeças em 2010. Seguindo o mesmo ritmo, a proporção de animais dessa categoria que deixou a região também diminuiu ao longo dos anos, chegando a -6,1% em 2009, e tendo um leve aumento, fechando 2010 com 0,1%, provavelmente devido ao aumento da atividade de

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Primavera do Leste (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 193.237 4% (31.063) -16,1%

2006 179.550 3,8% (16.882) -9,4%

2007 189.366 4,1% (18.112) -9,6%

2008 162.966 3,5% (15.293) -9,4%

2009 211.899 4,2% 3.966 1,9%

2010 196.206 3,6% (12.874) -6,6%

Evolução 2% -11% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de 24meses de Primavera do Leste (nº cabeças)

Percentual da categoriatransportada

2005 179.545 4% (8.443) -4,7%

2006 177.616 3,7% (10.263) -5,8%

2007 175.397 3,8% (17.785) -10,1%

2008 170.551 3,8% (4.593) -2,7%

2009 181.223 4,3% (11.137) -6,1%

2010 154.157 3,9% 213 0,1%

Evolução -14% -1% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Primavera do Leste (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 307.328 6,8% (10.045) -3,3%

2006 287.372 6,7% (3.188) -1,1%

2007 282.992 6,6% (1.716) -0,6%

2008 269.963 6,4% (7.596) -2,8%

2009 288.444 6,4% (6.265) -2,2%

2010 312.154 6,3% (11.192) -3,6%

Evolução 2% -7% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

PRIMAVERA DO LESTE

confinamento. Destaque para as microrregião de Lucas do Rio Verde, que recebeu 25% do rebanho de Prima-vera do Leste, seguida por Rondonópolis, com 23%, e Baixada Cuiabana, com 22%. Analisando o rebanho das fêmeas de 4 a 36 meses, vislumbra-se um leve aumento de 2%, chegando a 312.154 cabeças em 2010. Por outro lado, o saldo de transporte desses animais foi negativo ao longo do período, com 3,6% em 2010, comprovando que a região “exportou” mais animais do que “importou”. As mi-crorregiões que receberam o maior número de animais da região de Primavera do Leste foram as regiões de Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Barra do Garças, com 29%, 21% e 15%, respectivamente.

De acordo com o censo dos confinamentos realizado pelo Imea, foram identificadas 19 unidades con-finadoras na microrregião de Primavera do Leste, representando 8,6% do total do Estado. Destas 19 unidades, 14 estão operando com uma capacidade estática de 81.300 cabeças. Vale destacar que, em volume confinado, a microrregião de Primavera do Leste está em 4º lugar no ranking, com quase 63 mil cabeças, representando 10,2% do total do Estado em 2010.

O abate de machos mostra um aumento de 58%, passando de 78 mil cabeças em 2005 para aproxima-damente 124 mil cabeças em 2010, representando 4,3% do abatido no Estado. Consequentemente, a taxa de desfrute cresceu ao longo do período observado em 64%, resultando em uma taxa de 30% em 2010, sendo 4 pontos percentuais acima da média do Estado. Já o abate de fêmeas mostrou uma queda significativa de 51%. Em 2005 a microrregião abateu 113 mil cabeças e em 2010 este número caiu para próximo de 56 mil cabeças. O desfrute seguiu a mesma linha e teve uma queda de 53%. Desse modo, a região, nesse período, intensificou suas atividades na retenção de fê-meas em virtude dos bons preços do boi e, principalmente, dos bezerros, o que configura a tendência da região à criação de bovinos.

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 19 81.300 18.050 34.841 41.095 62.902

% do Estado 8,6% 10,5% 4,2% 6,4% 6,4% 10,6%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 78.453 3,3% 18,3%

2006 86.131 3,3% 21,3%

2007 103.800 3,3% 25,1%

2008 92.870 3,6% 24,4%

2009 92.548 3,4% 20,4%

2010 123.662 4,3% 29,9%

Evolução 58% 33% 64%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 113.295 5,0% 14,8%

2006 114.885 4,5% 16,4%

2007 87.212 3,9% 12,4%

2008 61.597 4,0% 8,7%

2009 62.132 4,2% 8,2%

2010 56.077 3,8% 7,0%

Evolução -51% -25% -53%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

PRIMAVERA DO LESTE

138 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A microrregião de Primavera do Leste possui duas plantas frigoríficas, sendo uma com Serviço de Inspeção Estadual (SISE), localizada na própria cidade, Primavera do Leste, e uma com Serviço de Inspeção Federal (SIF), situada em Paranatinga, tendo juntas capacidade total de abate de 2.050 cabeças por dia. Do volume abatido na microrregião, 53% são produzidos na própria região, ou quase 96 mil cabeças no ano de 2010. Aumento de 33% em relação ao ano de 2008. A região que abateu o segundo maior vo-lume do rebanho produzido na microrregião de Primavera do Leste foi a microrregião da Baixa-da Cuiabana, que recebeu cerca de 20% do total destinado ao abate, resultando em cerca de 37 mil cabeças. A microrregião de Rondonópolis abateu cerca de 21 mil cabeças em 2010, provenientes do rebanho da região de Primavera do Leste, o que representa em percentual 12%, praticamen-te o mesmo valor de Barra do Garças. Vale des-tacar que o percentual de bovinos da região em análise que são abatidos em outros Estados foi muito pequeno, ficando em apenas 1% em 2010.

Conclusões:

As áreas de pastagem da microrregião de Primavera do Leste tiveram uma leve queda em relação ao ano de 2005 e, mesmo com esta queda, a região detém a 7ª maior área de pastagem do Estado. Em relação ao rebanho, houve um leve incremento de 2005 a 2010, ficando em 14º lugar no ranking do Estado. A taxa média de lotação continua em baixa em relação à média do Estado, ficando 0,18 ponto abaixo, o que pode ser expli-cado pela utilização de pastagens com baixa produtividade, presentes nos solos arenosos da microrregião. Como já foi visto, o rebanho da microrregião de Primavera do Leste não teve crescimento significativo, porém em relação ao rebanho de matrizes foi um pouco diferente, ocorrendo um aumento significativo. Este aumento deixou a microrregião com um rebanho de matrizes cerca de 3,0% acima da proporção média de fê-meas no Estado. Vale destacar que o rebanho de bezerros com menos de 12 meses aumentou 12%, indicando que nos últimos anos os produtores da microrregião intensificaram a atividade de cria. Os produtores da microrregião têm um número de plantas frigoríficas mais que suficiente para aten-der a sua oferta, tanto é verdade, que a região busca animais de outras microrregiões para atender à evidente necessidade de abate nos frigoríficos da região. Vale ressaltar que esta folga acaba beneficiando o sistema de confinamento na região, que tende a crescer cada vez mais, agregando valor à crescente produção de grãos da região.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 904 1%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 3.353 2%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 169 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 36.520 20%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 822 0%

Barra do Garças 2.800 20.995 12%

Primavera do Leste 2.050 95.781 53%

Rondonópolis 2.917 21.195 12%

Total 40.534 179.739 100%

Fonte: Indea, Imea

PRIMAVERA DO LESTE

A microrregião de Rondonópolis é composta pelos

municípios de Dom Aquino, Guiratinga, Itiquira,

Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Poxoréu,

Rondonópolis, São José do Povo, São Pedro da Cipa e

Tesouro. Somadas, as áreas desses municípios totali-

zam 5,1 milhões de hectares, representando cerca de

5,6% da área total de Mato Grosso. A maioria desta

microrregião em estudo está

localizada sobre o cerrado, sendo apenas uma pequena

parte no Pantanal. A região possui rodovias importan-

tes pavimentadas, as BRs-163 e 364, que interligam a

microrregião a outros estados e regiões do país.

142 143Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Em relação ao rebanho, a microrregião de Rondonópolis teve um leve crescimento de 4%, isto é, um aumento de 64.390 cabeças de 2005 a 2010. Possui a 6ª maior área de pastagem do Estado e representa 27% da área de seus municípios, que caiu 1% entre 2005 e 2008, provavelmente devido ao avanço da agricultura sobre áreas de pastagem. Em relação à taxa de lotação, a microrregião em estudo sofreu poucas variações, passando de 0,82 UA/ha em 2005 para 0,83 UA/ha em 2010. Comparando à média do Estado, que é de 0,77 UA/ha, a microrregião de Rondonópolis possui uma taxa de lotação 8% superior.

Na microrregião de Rondonópolis, os dados de estratificação das propriedades mostram uma propor-ção maior para aquelas propriedades com até 300 animais, cerca de 85%. Apesar disso, estas detêm 28% dos animais da microrregião. Comparando com a média do Estado, o número de cabeças de bovinos é 4 pontos percentuais superior neste estrato de propriedades. As propriedades entre 300 e 1.000 animais representam 11% dos número de propriedades, porém estas detêm cerca de 30% do rebanho da região. As 43 propriedades com mais de 3.000 animais possuem em média 5.877 cabeças.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 1.492.198 5,8% 1.710.593 6,4% 0,82

2006 1.486.878 5,8% 1.635.135 6,3% 0,79

2007 1.484.497 5,8% 1.630.553 6,4% 0,78

2008 1.478.902 5,7% 1.682.862 6,5% 0,81

2009 1.478.902 5,7% 1.720.318 6,3% 0,82

2010 1.478.902 5,7% 1.774.983 6,2% 0,83

Evolução -1% -1% 4% -4% 0%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº de cabeças% do

UF

Até 300 6.963 7,5% 472.942 7,4%

De 301 a 1000 947 8,1% 518.091 8,2%

De 1001 a 3000 277 6,9% 460.275 6,9%

Acima de 3001 43 3,7% 252.696 3,5%

AnoMatrizes - Fêmeas > 24

meses (nº cabeças)% do

UF

Proporção de matrizes no rebanho Bezerros < 12 meses(nº cabeças)

Taxa denascimentoRondonópolis MT Dif.

2005 625.616 7,7% 36,6% 39,9% -3,3% 324.080 51,6%

2006 603.214 7,7% 36,9% 39,5% -2,6% 294.563 47,1%

2007 591.940 7,7% 36,3% 39,7% -3,4% 299.764 49,7%

2008 601.215 7,4% 35,7% 40,8% -5,1% 309.667 52,3%

2009 633.035 7,2% 36,8% 41,4% -4,6% 334.481 55,6%

2010 654.615 7,1% 36,9% 41,2% -4,3% 358.791 56,7%

Evolução 5% -8% - 11% -

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

0%

3%

2%

-1%

-3%

-5%

4%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

-2%

1%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 3001

15%

30%

28%

27%77%

3%1%

85%

11%

O rebanho da microrregião de Rondonópolis teve um leve crescimento, de apenas 4% ao longo do período observado. Analisando o rebanho de matrizes, não foi diferente, pois teve um aumento de 5%. Cresci-mento mais significativo foi em relação aos bezerros com menos de 12 meses, com 11%, consequencia de um aumento da taxa de nascimento que chegou a 56,7%. A pequena evolução do rebanho das matrizes manteve a microrregião com proporção no rebanho total 4,3% abaixo da proporção média de fêmeas no Estado. Vale ressaltar que, mesmo com aumento de retenção de matrizes, causado pelo bom momento do preço observado a partir de 2008, esta região continua com características típicas de atividades de engorda.

Os dados demonstrados acima evidenciam que o transporte do rebanho de machos entre 4 e 24 meses tem aumentado, chegando a representar uma entrada efetiva de 26% do número de rebanho dessa categoria em 2010. Essa constante entrada de animais dessa faixa etária comprova ainda mais a característica de engorda da região. Desse modo com a entrada de mais de 128 mil cabeças de bovinos entre 4 e 24 meses, a microrregião de Rondonópolis foi a segunda principal compradora desses animais em 2010, sendo as principais origens de animais dessa categoria as microrregiões do Pantanal, com 25%, Primavera do Leste, com 23%, e Barra do Garças, com 14%. Analisando os machos acima dos 24 meses que são considerados para engorda, vislumbra-se que ao longo dos últimos anos o número do rebanho diminuiu cerca de 17% se comparado com o ano de 2005 e a proporção de animais dessa categoria que deixaram a região teve no decorrer dos últimos cinco anos grande

AnoRebanho de machos de 4 a 24 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos de 4 a 24

meses de Rondonópolis (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 304.547 6% 34.537 11,3%

2006 298.824 6,4% 54.028 18,1%

2007 331.972 7,3% 79.503 23,9%

2008 349.585 7,5% 81.974 23,4%

2009 366.543 7,3% 86.379 23,6%

2010 382.452 7,1% 95.466 25,0%

Evolução 26% 11% - -

AnoRebanho de machos acima de 24

meses (nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de machos acima de24 meses de Rondonópolis (nº cabeças)

Percentual dacategoria transportada

2005 395.644 9% 4.675 1,2%

2006 389.820 8,2% 14.487 3,7%

2007 353.035 7,6% 11.493 3,3%

2008 375.999 8,4% 18.052 4,8%

2009 344.827 8,3% 800 0,2%

2010 329.037 8,3% 2.614 0,8%

Evolução -17% -4% - -

AnoRebanho de fêmeas de 4 a 36 meses

(nº cabeças)% do

UFSaldo do transporte de fêmeas de 4 a 36

meses de Rondonópolis (nº cabeças)Percentual da

categoria transportada

2005 421.482 9,3% 738 0,2%

2006 374.291 8,6% 7.147 1,9%

2007 378.225 8,8% 6.690 1,8%

2008 373.810 8,8% 13.962 3,7%

2009 386.237 8,6% 9.190 2,4%

2010 403.521 8,1% 16.691 4,1%

Evolução -4% -12% - -

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

RONDONÓPOLISRONDONÓPOLIS

144 145Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

oscilações, porém o número de entrada ainda foi maior que de saídas. O saldo desta categoria transportada chegou a 0,8% em 2010, mostrando que a concorrência com outras regiões vem se acirrando, provavelmente com o aumento dos confinamentos. Prova disso foi o elevado número de animais que saíram dessa região para outro Estado (9%). As principais origens foram Primavera do Leste e Pantanal, com 31% e 21%, respectiva-mente, já que estas são regiões onde a cria é mais intensa. O comportamento do rebanho de fêmeas com idade entre 4 e 36 meses também indica que as atividades de recria e engorda são mais frequentes na microrregião de Rondonópolis. Percebe-se isso pela queda em 4% no rebanho de fêmeas com idade inferior (4 e 36 meses) que seriam características de cria e recria. No ano de 2010 o saldo do transporte dessa categoria contradiz essa afirmação, já que apresentou crescimento. Isso sugere que essas fêmeas seguiram para engorda e abate na maioria das propriedades dessa região.

A microrregião de Rondonópolis possui o maior número de confinamentos do Estado, com 44 unidades confinadoras, representando 19,8% do total do Estado. Deste total a região confinou 45 mil cabeças em 2010, queda de 27% em relação ao ano anterior, quando confinava 62 mil cabeças. Já a variação com o ano de 2005 é mais expressiva, com 101,8%. No ranking de número de animais confinados a microrregião ficou em 7º lugar em 2010.

Analisando o abate de machos, percebe-se um aumento de 12% no acumulado do período observado. Mesmo assim, sua representatividade perante o aumento do abate total de Mato Grosso ficou inferior em 6%, mostrando um crescimento ainda maior na média das outras regiões. Na mesma linha, vislumbra-se um amen-to de 8% na taxa de desfrute, com isso a idade média de abate dos machos nos últimos anos foi de 3 anos e 3 meses, valor 7 meses menor que a média do Estado. Para o abate de fêmeas a situação não foi melhor, já que caiu 50%. A taxa de desfrute ficou acima da

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 44 64.370 40.559 47.803 62.783 45.450

% do Estado 19,8% 8,3% 9,5% 8,8% 9,8% 7,7%

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 227.463 9,4% 29,9%

2006 253.026 9,6% 34,0%

2007 251.008 8,1% 33,7%

2008 199.194 7,8% 25,3%

2009 233.852 8,7% 30,0%

2010 255.206 8,9% 32,4%

Evolução 12% -5% 8%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 178.389 7,9% 18,8%

2006 161.334 6,3% 18,1%

2007 123.152 5,5% 13,9%

2008 75.009 4,8% 8,4%

2009 88.224 5,9% 9,4%

2010 89.216 6,0% 9,0%

Evolução -50% -24% -52%

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Imea, Cepea, Assocon, Acrimat

RONDONÓPOLIS

Conclusões:

A manutenção e possivelmente a queda da área de pastagem é uma realidade na microrregião de Ron-donópolis, já que, além das pressões antidesmatamento, as áreas de pastagem concorrem com a agricultura que é amplamente difundida nesta região. Apesar da manutenção da área de pastagem, o rebanho aumentou e consequentemente a taxa de lotação também. Como não poderia deixar de ser em regiões de produção agrope-cuária, atividades paralelas como o confinamento vêm crescendo fortemente na região. Esta opção pode agre-gar valor ao produto dos agricultores, bem como maximizar a renda dos pecuaristas que estão estrategicamente colocados próximos de fonte de alimento barata e com qualidade. A menor proporção de matrizes no rebanho, bem como a alta proporção de compra de machos para recria e engorda, indicam que as propriedades que desenvolvem a atividade de engorda são mais frequentes na microrregião. As principais fontes de animais para a atividade de recria e engorda foram as microrregiões de Primavera do Leste, Barra do Garças e o Pantanal. Como todas elas estão ao redor de Rondonópolis pratica-mente foi excluída a necessidade de comercializar animais fora do Estado, como é comum em outras micror-regiões. Além disso, as indústrias frigoríficas locais atendem à oferta de animais, e normalmente necessitam comprar animais de outras microrregiões para suprir sua demanda.

Microrregiãodestino

Capacidade de abateSIF/SISE (cabeças/dia)

Abate 2010(nº cabeças)

(%)

Fora do Estado - 4.128 1%

Colniza - 0 0%

Juara 1.245 0 0%

Juína 800 0 0%

Alta Floresta 3.650 0 0%

Matupá 2.700 0 0%

Paranaíta 1.441 0 0%

Água Boa 2.190 0 0%

São Félix do Araguaia - 0 0%

Vila Rica 2.615 0 0%

Lucas do Rio Verde - 0 0%

Nova Mutum - 0 0%

Sinop 1.250 260 0%

Araputanga 3.900 0 0%

Pontes e Lacerda 2.100 0 0%

Sapezal - 0 0%

Baixada Cuiabana 5.018 46.831 14%

Pantanal 718 0 0%

Tangará da Serra 5.140 108 0%

Barra do Garças 2.800 2.328 1%

Primavera do Leste 2.050 18.434 5%

Rondonópolis 2.917 272.333 79%

Total 40.534 344.422 100%

Rondonópolis possui cinco plantas frigoríficas que representam a 5ª maior capacidade de abate dentre as 21 microrregiões do Estado. Dentre as quase 345 mil cabeças enviadas para abate pelos produtores da microrregião em 2010, a maioria, 79%, ou 272 mil cabeças, morreram nos frigorí-ficos locais. Mesmo considerando que dentre as cinco plantas frigoríficas da região duas ficaram desativadas em 2010 e que portanto a capaci-dade efetiva de abate foi de 2.257 cabeças por dia, as 272 mil cabeças ocuparam pouco mais de 43% da capacidade anual de abate das indústrias locais. Os frigoríficos da região receberam quase 78 mil cabeças de outras regiões, que somadas à produção local ainda permitiram uma taxa de ociosidade de mais de 55%. O segundo princi-pal destino dos animais produzidos na microrre-gião de Rondonópolis foi a Baixada Cuiabana, que recebeu 46 mil cabeças, ou 14% do total, ocupando 3% da capacidade dessas indústrias. Outro importante destino foi Primavera do Les-te, que recebeu 18 mil cabeças, ou 5% do total. Mesmo estando na divisa com Mato Grosso do Sul um volume pequeno do abate foi destinado a outros estados.

Fonte: Indea, Imea

RONDONÓPOLIS

média do Estado entre 2004 e 2007, mas ficou ligeiramente abaixo em 2008. A idade média de abate das fême-as nos anos da série foi de 7 anos e 9 meses, valor 7 meses abaixo da média de Mato Grosso.

149Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O Estado de Mato Grosso possui 90,33 milhões de ha de extensão, representando 11% da área total do território brasileiro. Com esta participação, o Estado tem a terceira maior extensão no país, ficando atrás apenas da Amazônia e do Pará. Além disso, possui três biomas, sendo eles: Amazônia, Cerrado e Pantanal, fato que lhe garante uma grande diversidade de fauna e flora. A infraestrutura logística existente não acompanhou a mesma evolução da produção nas últimas décadas, gerando uma série de gargalos ao longo do Estado.

Com um número de cabeça em 28,72 milhões, no ano de 2010, esta unidade da federação, além de manter o status de maior rebanho do país, atingiu o seu maior plantel da história. Isso só foi possível por conta da evolução de 8% ocorrida entre o ano de 2005 e 2010. Enquanto isso, no mesmo período, a área de pasta-gem, que atingiu 25,80 milhões de hectares em 2008, se manteve estável. Diante desses dois fatos, a taxa de lotação média do Estado, que era de 0,72 UA/ha em 2005, saltou para 0,77 UA/ha em 2010. O bom momento do mercado a partir do ano de 2008 fez com que os produtores se estimulassem novamente, aumentando seus plantéis através da retenção de suas matrizes.

Atualmente, o número de propriedades que estão na bovinocultura é de 109,50 mil, sendo que destas, 84% possuem até 300 cabeças. Já as propriedades que detêm mais de 3001 animais representam apenas 1%. As propriedades com 1001 a 3000 cabeças tem a segunda maior participação no Estado com 11%. Entretanto, quando se observa a particação no número de cabeças total a distribuição é mais equilibrada. Neste sentido, as propriedades com até 300 cabeças responde pela porção de 24%, já as propriedades com mais de 3001 detém 27%. A média de animais por propriedade acima de 3001 cabeças é de 6.164.

AnoÁrea de pastagem % do

UFRebanho

(nº cabeças)% do

UFLotação(UA/ha)(ha)

2005 25.689.057 100% 26.695.439 100% 0,72

2006 25.780.113 100% 26.028.111 100% 0,70

2007 25.775.298 100% 25.642.049 100% 0,69

2008 25.798.017 100% 25.933.204 100% 0,70

2009 25.798.017 100% 27.247.018 100% 0,73

2010 25.798.017 100% 28.720.471 100% 0,76

Evolução 0% 0% 8% 0% 2%

Categoria(animais/propriedade)

Nº depropriedades

% doUF

Nº decabeças

% doUF

Até 300 92.666 100,0% 6.351.722 100%

De 301 a 1000 11.642 100,0% 6.309.325 100%

De 1001 a 3000 4.014 100,0% 6.665.753 100%

Acima de 3001 1.176 100,0% 7.249.417 100%

Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea Fonte: Acrimat/Sinoptica, Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Área de pastagem UA

6%

4%

2%

0%

-2%

-4%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

8%

N de propriedadeso N de cabeçaso

Até 300

De 301 a 1000

De 1001 a 3000

Acima de 300177%

4%1%

84%

11% 27%

24%

24%25%

MATO GROSSO

150 151Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Em 2010 o total confinado no Estado ficou em 593,63 mil cabeças, apresentando variação negativa de 7% em relação a 2009. Entretanto, na comparação com 2007 se verifica uma alta de 39%. Assim como o volume confinado, a capacidade total do confinamento também cresceu, atingindo o número de 1,55 milhão de cabeças, se for considerada a possibilidade de dois giros da capacidade estática.

AnoAbate de machos

(cabeças)% do

UFDesfrute de machos

(abate/rebanho)

2005 2.410.417 100% 23,0%

2006 2.641.359 100% 25,1%

2007 3.103.573 100% 30,2%

2008 2.562.226 100% 25,2%

2009 2.693.588 100% 25,9%

2010 2.852.799 100% 26,5%

Evolução 18% 0% 15%

AnoAbate de fêmeas

(cabeças)% do

UFDesfrute de fêmeas

(abate/rebanho)

2005 2.248.063 100% 13,9%

2006 2.579.127 100% 16,6%

2007 2.248.397 100% 14,6%

2008 1.547.628 100% 9,8%

2009 1.484.654 100% 8,8%

2010 1.480.233 100% 8,2%

Evolução -34% 0% -41%

Unidadesconfinadoras

Capacidade estática deconfinamento (cabeças)

Número de animais confinados (cabeças)

2007 2008 2009 2010

Total 222 776.052 426.505 543.566 637.983 593.634

% do Estado 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Segundo o IBGE, o Estado de Mato Grosso é a unidade da federação que mais abate bovinos no Brasil desde 2005. Apesar disso o abate total desse ano para 2010 caiu 7%, após ter atingido seu nível máximo no ano de 2007, quando foram abatidos 5,33 milhões de cabeças. Nos últimos cinco anos as estruturas físicas do mercado da bovinocultura de corte se transformaram, disponibilizando uma capacidade de abate de 10,13 milhões de cabeças em 2010. No entanto, esse crescimento não foi sustentável e, mesmo com essas indústrias trabalhando abaixo da sua capacidade de processamento, a demanda nacional e internacional ficou abaixo da oferta, reduzindo os preços aos produtores. Essa redução dos preços aos produtores levou ao aumento do abate de fêmeas, que representou 47% do total entre 2005 e 2007. Esse aumento do abate de fêmeas inflou ainda mais a oferta, e teve como consequência a redução da produção de bezerro que, por sua vez, culminou na redução do abate de machos de 2008 a 2010. A redução do abate de machos elevou os preços dos bezerros e viabilizou a atividade de cria, reduzindo assim a taxa de abate de fêmeas para a casa dos 36% no mesmo período. Esse movimento prejudicou vários grupos frigoríficos, mas permitiu a retomada do crescimento do rebanho estadual e o aumento do uso de tecnologias no campo, que reduziram significativamente a idade mé-dia de abate dos machos. Nesse sentido, o desfrute de machos, que era de 23,0% em 2005, foi para 26,5% em 2008, registrando um acréscimo de 15% no período.

MATO GROSSO

Conclusões: As áreas de pastagem do Estado, que ocupam 29% da área total, apresentaram estabilidade nos últimos anos devido à pressão ambiental e concientização dos produtores. Desse modo, passa-se por um processo de renovação de pastagem, uma vez que a maioria destas foram formadas há 11 anos. Sinais desse processo já podem ser verificados nos indicadores do mercado, como, por exemplo, a evolução do rebanho sobre a mesma área. Com a atrativa rentabilidade das atividades agrícolas, essas áreas de pastagem tendem a diminuir à me-dida em que as terras proprícias para a agricultura vão sendo ocupadas por agricultores. Diante desse fato, nos últimos anos se observou um aumento dos investimentos na intensificação da produção, como é o caso dos confinamentos, e na redução da idade de abate. Apesar de ter registrado uma que-da de 7% de 2009 para 2010, a tendência para esse sistema de produção é de alta, já que em 2010 a utilização da capacidade foi de apenas 38%. Desde 2008 o mercado da bovinocultura passa pelo ciclo de alta no preço da arroba do boi gordo devido à oferta restrita desses animais. Esse período de alta trouxe dois movimentos opostos para o mercado, pois, se por um lado a renda do produtor se incrementou, por outro, cinco grupos fri-goríficos não suportaram o período, entrando com pedido de recuperação judicial, gerando problemas pontuais para os produtores. A longo prazo as perspectivas para a bovinocultura do Estado são positivas, haja vista a crescente de-manda interna e mundial por esse produto essencial para a alimentação humana. Nesse contexto, Mato Grosso tem todas as condições para acompanhar o incremento dessa demanda, se posicionando cada vez mais como um importante fornecedor de carne para o mundo, tanto a pasto como via cocho.

Microrregiãodestino

Capacidade deabate SIF/SISE(cabeças/dia)

%Total de

Unidades

Fora do Estado - - -

Colniza - - -

Juara 1.245 3,1% 2

Juína 800 2,0% 2

Alta Floresta 3.650 9,0% 6

Matupá 2.700 6,7% 4

ParanaÍta 1.441 3,6% 1

Água Boa 2.190 5,4% 4

São Félix do Araguaia - - 0

Vila Rica 2.615 6,5% 2

Lucas do Rio Verde - - -

Nova Mutum - - -

Sinop 1.250 3,1% 3

Araputanga 3.900 9,6% 3

Pontes e Lacerda 2.100 5,2% 3

Sapezal - - -

Baixada Cuiabana 5.018 12,4% 6

Pantanal 718 1,8% 3

Tangará da Serra 5.140 12,7% 4

Barra do Garças 2.800 6,9% 2

Primavera do Leste 2.050 5,1% 2

Rondonópolis 2.917 7,2% 5

Total 40.534 - 52

Fonte: Indea, Imea

Com o processo de interiorização das plantas frigoríficas do país, Mato Grosso atual-mente conta com a maior capacidade frigorífi-ca, podendo abater 40.534 cabeças/dia, ou seja, 10.133.500 em um ano. Todavia, do total da ca-pacidade instalada no Estado apenas 33,2% fo-ram utilizados em 2010, uma vez que em 2010 foram abatidos 4,02 milhões de cabeças. Essa baixa utilização é reflexo de uma crise no setor frigorífico que teve início no final do primeiro se-mestre de 2008 e se agravou no final do segundo semestre do mesmo ano, com a crise mundial. De 2009 para 2010, grandes grupos recém-chegados no Estado entraram com pedido de recuperação judicial, paralisando suas operações. As micror-regiões de Tangará da Serra e Baixada Cuiaba-na detêm as maiores capacidades instaladas, re-presentando, respectivamente, 12,7% e 12,4%. Em número de unidades Mato Grosso possui 52 plantas, considerando as com Serviço de Inspe-ção Federal, SIF, e com Serviço de Inspeção Sa-nitária Estadual, Sise.

MATO GROSSO

154 155Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

METODOLOGIA

A produção agropecuária em Mato Grosso vinha crescendo, até alguns anos atrás, fundamental-mente através da incorporação de novas áreas agríco-las disponíveis. A tecnologia empregada nas ativida-des também era fator importante deste crescimento, porém com uma participação menor. Nos últimos anos, entretanto, as restrições mundiais com relação à utilização de áreas de florestas para produção agrí-cola, mesmo legalmente permitida, tem alterado o cenário de crescimento da produção. A partir de ago-ra, o aumento da tecnologia na produção de carnes, disponibilizando aos poucos áreas de pastagens para produção agrícola, juntamente com os investimentos em agregação de valor à produção estadual com vistas a reduzir os custos em infra-estrutura proporcionais, são os novos fatores a serem considerados nas proje-ções futuras. É com essa visão que o Imea identifica trajetórias possíveis para o desenvolvimento do Esta-do. Os dados-base utilizados nas projeções in-cluem uma série temporal de 10 anos e a safra de re-ferência é a 2009/10. As fontes utilizadas são o Imea para as últimas três safras e a Conab para as demais. Os valores projetados consideram o cresci-mento dos anos anteriores, porém infere de forma mais concisa o potencial atual do Estado dentro das delimitações já estabelecidas, como exemplo as res-trições ambientais e as propostas do Zoneamento So-cioeconômico Ecológico de Mato Grosso. Além dis-so, a participação de agentes da área e as projeções de entidades nacionais, como a Conab e o Ministério da Agricultura, e internacionais, como o Usda, FAO e Fapri foram consideradas no modelo. As produtividades foram estimadas pelo mo-delo de crescimento linear e a área de plantio conside-ra os limites mínimo e máximo de crescimento. Em algumas situações o crescimento é linear, porém é reduzido na metade do ciclo. Isso acontece para a suinocultura e avicultura, que crescem atual-mente a taxas elevadas, porém deverão reduzir a ve-locidade de crescimento num prazo médio de 5 anos. As atividades incluídas no estudo são soja, milho, arroz, bovinocultura de corte, avicultura e sui-nocultura, que são acompanhadas direta ou indireta-

mente pelo Imea. As estimativas finais confirmam que Mato Grosso é um Estado promissor e que, mesmo diante das atuais delimitações pelo uso da terra, tem gran-des chances de ter papel de destaque no atendimento ao aumento da produção de alimentos com vistas no crescimento da população mundial. As projeções ainda podem ser revistas e/ou ajustadas conforme se alteram os cenários.

SOJA A cultura da soja continuará sendo a ativida-de mais importante em termos de área de cultivo em Mato Grosso nos próximos 10 anos, de acordo com projeções deste Instituto. Esse fato direcionará tam-bém a área de cultivo de outras culturas como o milho 2º safra, arroz e algodão.

Produtividade: a produtividade da soja foi es-timada com base em entrevistas a pesquisadores, ór-gãos de pesquisas e também empresas de sementes. De acordo com esses agentes, é provável um cresci-mento linear de 1,5% ao ano. A produtividade atual, de 50 sacas por hectare, aumentará em 8 sc/ha, 16% em 10 anos.

O texto seguinte apresenta as projeções do Imea para a produção agropecuária em Mato Grosso nos próximos 10 anos e também justifica a metodologia utilizada pelo Instituto para as projeções. Atualmente o Estado já ocupa posição de destaque na produção nacional e internacional e, mesmo com maiores possibilidades de crescimento, as estimativas foram realizadas considerando um cenário conservador.

PROJEÇÕES

Área plantada: o Imea projeta crescimento linear de 2,5% ao ano, passando de 6 milhões para 7,7 milhões de hectares em 10 anos. Essa taxa considera o cresci-mento baseado nos projetos atuais e já em andamento de infraestrutura logística para exportação da produ-ção interna. Em segundo ponto, o consumo mundial pela oleaginosa também foi considerado nas estimati-vas. O limite mínimo, de 1,5% ao ano, e o máximo, de 3,5% ao ano, dependerão fundamentalmente do avanço desses projetos logísticos. Além disso, esses

valores consideram a progressiva, porém moderada, utilização de áreas de pastagens para produção de grãos.

Produção: a produção acompanhou as estima-tivas de produtividade e área de produção. Com essa metodologia o Imea estima que a produção de soja em Mato Grosso crescerá 49% até 2020, ou, passar das atuais 18,22 milhões de tone-ladas para 27,07 milhões de toneladas, com limites mínimo e máximo de 24,5 milhões a 29,8 milhões, respectivamente.

MILHO 2° SAFRA

Produtividade: assim como na soja, a taxa de crescimento da produtividade do milho foi estimada dentro das previsões de empresas de sementes e de pesquisas, através da introdução de novas variedades de sementes com maior tecnologia. A previsão é de incremento de 3% ao ano (linear). Na safra corrente o Imea estima que Mato Grosso colha produtividade de 76 sc/ha. Desta forma, a produtividade em 10 anos será de 91,4 sc/ha.

PROJEÇÕES

ARROZ

Produtividade: a produtividade do arroz po-derá crescer até 2% num cenário conservador, de 50,4 para 60,4 sc/ha. Assim como na soja e no milho, os in-vestimentos em tecnologia permitem esse incremento ao longo dos próximos anos.

Área plantada: a área plantada de milho acompanha o crescimento e os cenários da área de soja, de baixo,

médio e alto crescimento. A projeção é uma partici-pação estável em 35% da área de soja. Atualmente, a área de milho segunda safra ocupa 28% da área de soja. O Imea projeta um pequeno incremento nessa participação. Os motivos são a concorrência com o cultivo do algodão segunda safra, o mercado para esse milho e, também, a utilização de outras forragei-ras no processo de rotação de culturas. Desta forma, a área de milho passará dos atuais 1,7 milhão para 2,7 milhões de hectares. O limite inferior é de crescimen-to para 2,5 milhões e o limite superior de 3 milhões de hectares.

Produção: a produção acompanha as estima-tivas de área e produtividade de milho e aumentará de 7,6 milhões de toneladas para 14,9 milhões, cres-cimento de 95%, com limites que variam entre 13,5 milhões e 16,4 milhões de toneladas.

156 157Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Área plantada: similar à soja, a área plantada de arroz deverá crescer 2,5% ao ano, saindo dos atuais 260 mil para 333 mil hectares de cultivo, com limites de 1,5% a 3,5% ao ano. O avanço do cultivo de arroz acontecerá em áreas de pastagens no sistema de rota-ção de cultura. Essa é uma tendência que já acontece em Mato Grosso e, com investimentos em aumento de capacidade de suporte do rebanho, mais áreas de pas-tagem estarão disponíveis à agricultura nos próximos anos.

Produção: a produção acompanha as estimati-vas de área e produtividade de arroz. O Imea estima que a produção aumente para 1,2 milhão de toneladas, crescimento de 56%. Os li-mites máximo e mínimo são de 1,1 milhão a 1,3 mi-lhão de toneladas, crescimento de 41% a 72%, depen-dendo do cenário.

PROJEÇÕES

CARNES

Assim como na agricultura, a produção de car-nes possui alto potencial de crescimento. Isso aconte-ce porque o Estado de Mato Grosso tem investido em tecnologia para aumentar o valor agregado da produção interna, visto que grande parte disso tem como mercado consumidor o externo e a infraestrutura de escoamento até os portos é extremamente cara.

Bovinocultura de corte: a estimativa para crescimen--to do rebanho bovino em Mato Grosso, de 2% ao ano (crescimento linear) dever-se-á a fatores de manejo e aumento da capacidade de suporte. O indicador mais importante para o crescimento dos abates no Estado, entretanto, está relacionado ao crescimento da taxa de desfrute, estimado em 4% ao ano. O atual cenário de crescimento do número de confinamentos, juntamen-te com a melhoria das pastagens com vistas a dispo-nibilizar maiores áreas para a agricultura e a melhoria do manejo reprodutivo e alimentar, proporcionarão esse crescimento. Dessa forma, o rebanho bovino aumentará em

Diante do crescimento do abate de bovinos, aves e suínos, a produção de carnes em Mato Grosso passará dos atuais 1.555 toneladas equivalente car-caça para 3.098 t, crescimento de 99% ao longo dos próximos 10 anos. A participação da carne bovina re-

22%, passando dos atuais 27,2 milhões para 33,9 mi-lhões de cabeças de gado, e o abate, de 4,1 milhões para 8 milhões de cabeças, crescimento de 80%.

Avicultura: o crescimento da produção de aves foi estimado considerando os investimentos que

que estão sendo realizados atualmente pelas indús-trias frigoríficas e também pela perspectiva do setor de incremento nos próximos anos. Diante desses números, o Imea estima cresci-mento de 10% ao ano nos primeiros 5 anos e 6% ao ano a partir do 6º ano. Sendo assim, o abate de aves passará dos atuais 138 milhões de cabeças para 327 milhões em 2020, crescimento de 116%. As atividades de avicultura e suinocultura são de 2° ciclo em Mato Grosso e tenderão a ganhar mais representatividade nos próximos anos.

Suinocultura: assim como a avicultura, a suinocul-tura também apresenta grande potencial de cresci-mento. Por se tratar de atividades com crescimento recente em Mato Grosso e com grande oferta de pro-dutos para alimentação desses animais, elas possuem crescimento superior às demais. Para a suinocultura, o Imea estima crescimento de 20% ao ano nos 5 primei-ros anos e 10% ao ano para os demais. Essa taxa de incremento também considera os atuais investimentos na expansão da capacidade de abate, assim como as projeções dessas indústrias para os próximos anos.Com essas taxas, Mato Grosso abaterá 4,3 milhões de cabeças ao ano em 2020. A taxa de crescimento final é de 180%. O abate atual é de 1,3 milhão de cabeças.

As projeções acima confirmam que Mato Grosso possui grande potencial de crescimento, mes-mo diante das atuais restrições ao uso da terra. Pode--se perceber ainda que a infraestrutura logística é fa-tor determinante desse incremento. O Imea estima o crescimento baseado nos projetos atualmente em an-damento, como os corredores da BR-158 e BR-163. A não-finalização desses projetos reduz as estimativas, da mesma forma que a introdução de novos (ainda como proposta) interfere de forma positiva no de-senvolvimento, aumentando a participação de Mato Grosso no contexto mundial da produção de alimen-tos.

PROJEÇÕES

duzirá de 64% para 58% e a produção de carne suína e de aves aumentará em 3% cada uma. Hoje, aves re-presentam 26% e suínos 10% da produção estadual de carnes.

160 161Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

1. Introdução

Diante de inúmeros relatos de morte súbita de pastagem no Estado, o Imea, a pedido da Acrimat, re-alizou no mês de fevereiro um levantamento sobre o tópico em todas as regiões, a fim de se observar prin-cipalmente o tamanho, as causas e as consequências do problema que afeta os produtores do Estado. Neste sentido, o objetivo deste relatório é analisar os resul-tados macroeconômicos do levantamento. Como o Estado tem um grande espaço territorial, as análises presentes neste relatório, além de serem apresentadas em nível estadual, vão ser expostas conforme a divi-são por macrorregiões do Imea, que se encontra nos anexos deste relatório. Atualmente, em Mato Grosso, existem 108.185 produtores rurais com atividades ligadas à bovinocultura, segundo dados do Indea. Todavia, foram entrevistados 495 produtores, que possuem 1,21 milhão de hectares de área de pastagem. Deste modo, adotou-se na pesquisa um grau de confiança de 95,5%, com uma margem de erro respectiva de 4,5% para mais ou para menos.

2. Principais resultados

Dos produtores entrevistados no Estado, 57% relataram que tiveram problemas com morte de pasta-gem em 2011. Neste sentido, na tabela 1 está exposto este resultado por região:

Regiões Produtores afetados

Noroeste 60%

Norte 60%

Nordeste 68%

Médio-Norte 63%

Oeste 46%

Centro-Sul 49%

Sudeste 61%

Mato Grosso 57%

46%, ficando 11 pontos percentuais abaixo da média estadual. Em relação à área afetada, o resultado obteve uma representatividade expressiva, de 8,6% no total de área de pastagem, que é de 25,80 milhões de hecta-res. Portanto, a área afetada em Mato Grosso ficou em 2,23 milhões de ha. Dentre as regiões, a com maior percentual afetado em relação à área total foi a região sudeste, com 15%, ou seja, 672 mil ha. Na tabela 2 podem-se observar a área afetada e a sua representa-tividade em relação à área total de Mato Grosso e das regiões.

Figura 1 - A área afetada pela morte de pastagem em Mato Grosso

Tabela 2 – A área afetada pela morte de pastagem em Mato Grosso

RegiõesÁrea afetada

(ha) Participação (%)

Noroeste 268.783 9,1%

Norte 79.623 2,2%

Nordeste 705.023 10,3%

Médio-Norte 89.446 8,1%

Oeste 180.081 6,0%

Centro-Sul 235.576 6,3%

Sudeste 672.695 15,0%

Mato Grosso 2.231.226 8,6%

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Tabela 1 – Parcela dos produtores que tiveram proble-mas com morte de pastagem em Mato Grosso

Nas regiões noroeste, norte, nordeste, médio-norte e sudeste os reportes foram maiores do que a média do Estado. Destaque para a região nordeste, que quase atingiu os 70% dos entrevistados. Por outro lado, a região que menos registrou relatos foi a oeste, com

PASTAGEM

A região que registrou a maior área afetada no Esta-do foi a nordeste, que obteve 705 mil ha impactados, com 10,3% da área total de pastagem. A região menos afetada foi a norte, com 79 mil ha, área que repre-senta 2,2% do total de pastagem. Além de informa-rem sobre dados da sua propriedade, os entrevistados responderam se na sua localidade houve outro caso de morte de pastagem. Neste contexto, na tabela 3 pode-se verificar a porcentagem dos informantes que disseram que houve mortes na região e os que infor-maram que não observaram nenhum problema relati-vo à morte de pasto.

Tabela 3 – Participação das respostas relativas à per-gunta de existência ou não de morte de pastagem na localidade do informante (%)

Região Sim Não

Noroeste 97% 3%

Norte 93% 7%

Nordeste 95% 5%

Médio-Norte 89% 11%

Oeste 79% 21%

Centro-Sul 73% 27%

Sudeste 83% 17%

Mato Grosso 86% 14%

A região em que os informantes mais disseram que houve outros casos na sua localidade foi a noroes-te, que registrou 97%. Em seguida, as regiões nordes-te e norte, apresentando uma participação da resposta “sim” acima dos 90%. Vale destacar que em nenhuma das regiões a participação da resposta “não” superou a “sim”, evidenciando que o impacto foi realmente generalizado, mas em intensidades diferentes.

3. Causas apontadas pelos produtores

Quando questionados sobre a causa da morte do pasto, a maioria dos informantes atribuiu à seca o fato ocorrido. Outro ponto com grande impacto foi o ataque de pragas, protagonizado, principalmente, pela cigarrinha e pela lagarta.

Gráfico 1 – Causas da morte da pastagem em MT (%)

Tabela 4 - Causas da morte de pastagem em MT

Regiões

Área

afetada Seca

Ataque de

pragas

Excesso de

água

Noroeste 9,1% 35% 60% 5%

Norte 2,2% 8% 84% 8%

Nordeste 10,3% 83% 17% 0%

Médio-Norte 8,1% 67% 33% 0%

Oeste 6,0% 45% 41% 14%

Centro-Sul 6,3% 49% 49% 2%

Sudeste 15,0% 69% 31% 0%

Mato Grosso 8,6% 53% 43% 4%

Como se pode notar na tabela 5, nas regiões noroeste e norte o ataque de pragas foi mais obser-vado do que a seca. Destaca-se que mais de 80% dos relatos na região norte foram atribuídos ao ataque de pragas. Por outro lado, na região nordeste, 83% dos reportes associaram o problema com a seca. Na re-gião oeste 14% dos informantes disseram que a morte da pastagem aconteceu devido ao excesso de água, obtendo a maior representatividade dentre as regiões nesta causa. Vale lembrar que na pesquisa foi levan-tada uma série de outras informações para relacionar estas com a causa da morte. Todavia, a análise destas informações e o estudo da influência de cada um des-tes itens serão feitos em conjunto com a Embrapa.

4. Impactos econômicos

O próximo passo para a grande maioria dos entrevistados é o replantio do pasto, uma vez que na maior parte das propriedades a área impactada é de extrema importância. Outro movimento importante aconteceu nas regiões próximas às plantações de soja, principalmente na região nordeste do Estado. O pecu-

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

PASTAGEM

Excesso

de água

4%

Ataque de

pragas

43%

Seca

53%

162 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Pousio

25%

Gradear

10%

Replantio

65%

arista que perdeu o pasto nesta região vai aproveitar a oportunidade para gradear e plantar lavoura/grãos. No gráfico 2 consta a participação dentre as medidas que estão sendo tomadas.

Gráfico 2 – Participação das medidas na área de pas-tagem impactada

Como 65% da área impactada vai ser replan-tada, estimou-se o custo total deste replantio para o Estado sob duas óticas: na primeira os gastos levam em consideração os custos com destoca e no segundo este custo não é levado em consideração. Na tabela 5 pode-se verificar a estimativa do desembolso.

Como se pode notar, o custo estimado para se replantar 65% do total, ou seja, 1,46 milhão de hecta-res do pasto prejudicado, seria de R$ 2,25 bilhões, se a operação de destoca for incluída na recuperação, e de R$ 1,24 bilhão, se não envolver a destoca na ope-ração. De qualquer forma, o custo total se apresentou elevado, podendo comprometer a rentabilidade de produtores que possuem grande parte da propriedade sem condições de pastoreio. WWNos 25%, ou 549 mil ha, da área que ficou em pousio, provavelmente o produtor não tem condições financeiras para realizar a operação de replantio. Para os produtores que optaram por gradear, também foi estimado um custo, não levando em con-

Área replantada (ha) 557.807

Custos Unitário (R$/ha) Total (R$ bilhões)

Com destoca 1.538,94 0,86

Sem destoca 851,14 0,47

Portanto, o prejuízo total deve ficar perto dos R$ 3,00 bilhões para o Estado como um todo, fora as perdas intangíveis, como o custo de oportunidade do pasto afetado que terá que ficar sem utilização por alguns meses. 5. Consideraçõesfinais

• O levantamento confirmou o que o sentimento de mercado relativo ao grande impacto da morte de pastagem já havia demonstrado.

• A área afetada foi de 2,23 milhões de hectares, representando 8,6% da área de pastagem total do Es-tado.

• As principais causas atribuídas ao problema foram a seca e o ataque de pragas.

• O próximo passo da maioria dos pecuaristas será o replantio do pasto.

• Por outro lado, o custo do replantio é alto, refletindo negativamente na rentabilidade, além de comprometer o planejamento de compra e venda de animais para este ano.

Área replantada (ha) 1.464.018

Custos Unitário (R$/ha) Total (R$ bilhões)

Com destoca 1.538,94 2,25

Sem destoca 851,14 1,24

Fonte: Imea

Fonte: Imea

sideração as possíveis operações que serão feitas a partir desta operação.

Tabela 6 – Custo estimado para recuperar as áreas que ficaram em pousio em MT

Tabela 5 – Custo estimado do replantio das áreas pre-judicadas em MT

PASTAGEM PASTAGEM

164 165Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 22. DESCONTO DO FRETE E DISPOSIÇÃO DE PLANTAS FRIGORÍFICAS................................. 33. DESTINO DOS ABATES DA FAIXA LESTE DE MATO GROSSO PARA FORA DO ESTADO..........................................................................................................................54. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................ 6

FAIXA LESTE

1. Introdução

No final de 2008 e início de 2009 uma série de plantas frigoríficas entrou em colapso financeiro, le-vando muitas delas a iniciarem um processo de recuperação judicial devido às baixas taxas de abate e à falta de capital para manter as indústrias em funcionamento. Visando minimizar o impacto da crise em uma das regiões mais afetadas com a parada dessas indústrias, o governo estadual lançou mão da redução da alíquota do ICMS para transporte de bovinos em pé (vivos) para abate em outros Estados em municípios da faixa leste do Estado, presentes no anexo deste trabalho. Com a redução de 50%, esse tributo passou de 7% para 3,5% de abril a setembro de 2009. Essa redução beneficiou os produtores da região contemplada, pois eles tiveram acesso a mercados alternativos, fato que aumentou a competitividade no período em que a redução vigorou. A tabela 1 mostra o impacto real da crise, que praticamente acabou com o abate de bovinos nas cidades de Canarana, Confresa, Nova Xavantina e Vila Rica. A tabela também demonstra curiosamente que os envios de animais para fora do Estado cresceram 37% de 2009 para 2010, uma vez que na região os abates caíram em 17%. Apesar da permanência da alíquota de ICMS em 7% durante todo o ano de 2010, esse fato esteve direcionado e foi impulsionado principalmente pela redução da capacidade de abates devido ao fechamento de algumas unidades frigoríficas na região e, também, ao bom cenário no mercado de preços em outros Estados, que tornava viável a saída de animais para serem abatidos fora de Mato Grosso. No comparativo mês a mês dos abates na região, o ano de 2010 registrou queda em relação a 2009 em todos os meses, exceto no mês de agosto. Com aproximadamente 12 mil cabeças, o mês de dezembro de 2010 obteve o maior fluxo de animais para outros Estados. Não obstante a isso o frigorífico de Vila Rica paralisou suas operações no mesmo período.

Tabela 1: Destino do abate de animais da região contemplada com a redução do ICMS (número de cabeças)

Na região contemplada Outras regiões Outros Estados

2009 2010 Variação 2009 2010 Variação 2009 2010 Variação

jan 72.477 52.125 -28% 12.546 19.393 55% 1.288 9.307 623%

fev 67.204 48.109 -28% 10.582 16.370 55% 1.499 8.328 456%

mar 59.803 52.428 -12% 24.434 19.458 -20% 2.068 9.585 363%

abr 41.122 55.450 35% 18.377 17.450 -5% 3.200 8.782 174%

mai 59.198 55.447 -6% 20.798 17.287 -17% 6.101 10.923 79%

jun 67.793 65.096 -4% 17.073 14.918 -13% 2.568 8.073 214%

jul 58.465 49.873 -15% 16.489 12.048 -27% 6.186 7.835 27%

ago 42.466 44.580 5% 13.069 9.357 -28% 14.326 8.702 -39%

set 54.845 45.612 -17% 11.031 8.927 -19% 13.558 10.042 -26%

out 56.619 39.469 -30% 11.274 10.107 -10% 9.515 7.374 -23%

nov 54.120 31.878 -41% 16.190 7.272 -55% 8.018 7.112 -11%

dez 51.488 31.703 -38% 15.966 11.114 -30% 10.196 11.710 15%

Total 685.600 571.770 -17% 187.829 163.701 -13% 78.523 107.773 37%

Ainda na tabela 1 verificam-se o abate total da região, 572 mil cabeças, o abate total da região fora do Estado, 108 mil cabeças, e o abate dos animais da região em outras regiões do Estado, 164 mil cabeças. Dessa forma, quando se analisa a participação de cada destino deste, pondera-se que 68% dos animais foram abatidos na região, 19% foram abatidos em outras regiões do Estado e 13% foram enviados para fora do Estado. Apesar de parecer baixa, a taxa de envio de gado para fora de Mato Grosso para a região contemplada, no mesmo pe-ríodo o restante do Estado vendeu apenas 2% do abate para fora de Mato Grosso. Levando-se em consideração o desconto que os frigoríficos incidem na arroba do boi gordo quando a cidade na qual vai buscar os animais está fora do seu raio de atuação, 32% dos animais comercializados em 2010 na região contemplada tiveram deságio por conta do frete. Esses fatos ocorreram no ano passado, pois o cenário do mercado como um todo estava positivo, pos-

Fonte: Indea, Imea

FAIXA LESTE

166 167Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

sibilitando que os frigoríficos de fora do Estado praticassem um preço superior aos que estavam sendo pagos pelas plantas remanescentes na região, compensando assim o pagamento do imposto. Já em 2011, com mais uma nova planta paralisada, a situação na região é outra, uma vez que a pressão de baixa no preço se intensi-ficou, apertando ainda mais as margens dos produtores da região. Nesse sentido, quando se analisa a margem líquida média das propriedades das regiões se observa que, em 2010, esta foi negativa para quase todas as regiões impactadas.

2. Descontodofreteedisposiçãodeplantasfrigoríficas

Uma das principais implicações, quando se tem um cenário de alíquotas de ICMS para transporte de animais para outros Estados sem redução de base de cálculo ou alíquota e reduzida capacidade de abates, é a intensificação dos descontos recebidos pelos produtores rurais nos preços da arroba do boi gordo para aqueles que estão longe de frigoríficos. Não tendo a opção de enviar o gado para fora do Estado, os pecuaristas têm apenas a opção de abater os animais em frigoríficos mais distantes e para isso recebem descontos no valor da arroba do boi gordo ou vaca gorda, devido ao frete. No mapa da figura 1 consta o resultado da análise de descontos mínimos na arroba do boi gordo, devido ao pagamento deste frete, praticados nas cidades do Estado. Nas cidades que estão preenchidas na cor cinza o desconto mínino é zero, ou seja, pelo menos um frigorífico busca os animais sem descontar o frete. Já nas cida-des que apresentam tons de vermelho o desconto mínino é maior do que zero. Nesse sentido, o município que registrou o desconto mais elevado foi Santa Terezinha, que recebe o preço pago pela arroba com no mínimo R$ 5,00 de desconto. Em seguida, vêm os municípios de Santa Cruz do Xingu e Vila Rica, com o desconto de R$ 4,00. Na faixa do desconto mínimo de R$ 3,00 estão as cidades de Cana Brava do Norte, Confresa, Luciara, Porto Alegre do Norte, São Felix do Araguaia e São José do Xingu. Já para as cidades de Alto da Boa Vista, Rondolândia e Serra Nova Dourada, o mínimo descontado na arroba é R$ 2,00. Por fim, para os municípios de Bom Jesus do Araguaia, Novo Santo Antonio e Querência, o desconto é de R$ 1,00.

Figura 1 – Desconto no frete da arroba do boi gordo nas cidades de Mato Grosso

Fonte: Imea

FAIXA LESTE

Portanto, exceto a cidade de Rondolândia, que atualmente não possui conexão direta por rodovia com outros municípios de Mato Grosso, todas as cidades do Estado que pagam um desconto mínimo superior a zero se localizam na região nordeste. Outro ponto importante a se destacar, é a presença de plantas frigoríficas dentre os municípios de Mato Grosso. Quando se relaciona a disposição das plantas frigoríficas em funciona-mento em março de 2010 com os descontos praticados por elas, pode-se observar que o problema é maior do que se verificou na figura 1. Na figura 2 verificam-se em níveis diferentes de cores as cidades do Estado analisando-se quantas plan-tas não descontam frete para ir buscar os animais nelas. Ou seja, se, por exemplo, uma cidade se enquadrar na cor referente a “sempre desconta frete”, nesta nenhum frigorífico do Estado vai buscar animais sem descontar o frete na arroba. Mais uma vez as cidades que se destacam são as da faixa leste, juntamente com Rondolândia e gran-de parte da região do noroeste do Estado. Desse modo, sem muitas opções de frigoríficos sem descontos, os produtores da faixa leste e, neste caso, da região noroeste, recebem arrobas bem inferiores à média do Estado, prejudicando a bovinocultura de corte nestas localidades com a mitigação de seus rendimentos.

Figura2–Quantidadedefrigoríficosquenãodescontamfreteparasedeslocaratéascidadesdestinos

Vale ressaltar que os resultados obtidos na figura acima são baseados na distância entre as cidades de Mato Grosso. Fazendas distantes do perímetro urbano podem não estar no mesmo nível de desconto.

3. Destino dos abates da faixa leste de Mato Grosso para fora do Estado

A tabela 2 mostra os destinos de abate dos animais produzidos na região contemplada com redução do

Fonte: Indea, Imea

FAIXA LESTE

168 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

ICMS em 2009. Os Estados de Goiás e Tocantins foram os principais destinos no ano de 2010 com recebimen-to de, respectivamente, 49.048 cabeças e 38.907 cabeças, representando juntos 82% dos envios totais. Além disso, estes dois estados obtiveram os maiores incrementos de 2009 para 2010 com, respectivamente, 214% e 73%. Os envios para o Estado do Pará diminuíram 98%, perdendo representatividade nos envios totais. Já o Estado de São Paulo, apesar de ainda ter recebido 17% dos animais que saíram da região, registrou um recuo de 30%.

Por mais um ano, o município que mais mandou animais para abate fora de Mato Grosso continua sendo Vila Rica. Com mais de 25 mil cabeças desde janeiro, aumentou seus envios em 108% na comparação com 2009. Os municípios de Cocalinho, Araguaiana e Santa Terezinha enviaram mais de 10 mil cabeças para fora do Estado no ano passado, reconfirmando a falta de compradores de animais gordos na região. Quando se analisa a quantidade total de animais que foi abatida fora do Estado em 2010 se observa que 59% saíram da região contemplada.

4. Consideraçõesfinais

Os desdobramentos da crise vivida pelo setor frigorífico levaram a sérios impactos não somente eco-nômicos como sociais, causando, além do aumento do preço da carne para o consumidor final, a ampliação do desemprego em várias cidades do Estado. Em muitas delas a atividade econômica depende diretamente do desempenho da pecuária de corte. Mato Grosso foi um dos Estados mais prejudicados com esta crise, pois possui proporcionalmente o maior parque industrial frigorífico e rebanho bovino do Brasil. As paralisações das atividades dos frigoríficos em decorrência da crise trouxeram distorções nos preços para os produtores. Neste contexto, os produtores mais afetados foram os da região nordeste do Estado e os do município de Rondolândia, sendo submetidos a descontos na arroba que inviabilizam suas produções. Uma medida importante durante o início da crise foi a redução da alíquota do ICMS para o envio de animais para abate em outros estados, que caiu de 7,0% para 3,5% sobre o valor do animal. Essa medida atin-giu apenas a região nordeste, mas minimizou os impactos da crise dando mais opções de comercialização para os produtores daquela região. O fim dessa medida aumentou o custo do frete descontado dos produtores na região nordeste, que atualmente chega a R$ 5,00/@, e os obrigou a aumentar os envios de animais para outros estados, consequência da falta de plantas para abater. As opções de comercialização desses produtores ficaram seriamente comprometidas, ainda mais com a união dos grupos JBS e Bertin, que hoje detêm 100% das plantas no sul desta região. A volta dessa medida seria de fundamental importância para evitar a marginalização dos produtores que hoje se encontram distantes de plantas frigoríficas dentro do Estado.

Tabela 2: Estado destino do abate de bovinos da faixa leste de MT em 2010

BA DF GO MS PA SE SP TO

jan/2010 4.945 110 603 3.649

fev/2010 3.063 355 4.910

mar/2010 3.102 1.351 5.132

abr/2010 3.716 1.470 3.596

mai/2010 3.812 2.165 4.946

jun/2010 3.990 21 758 3.304

jul/2010 3.369 2.035 2.431

ago/2010 2.988 3.466 2.248

set/2010 3.189 50 2.665 4.138

out/2010 4.149 2.411 814

nov/2010 12 5.761 729 610

dez/2010 557 35 6.964 1.025 3.129

Total 557 47 49.048 50 110 21 19.033 38.907

2009 210 0 15.644 0 5.258 0 27.078 22.508

Variação 165% - 214% - -98% - -30% 73%

Fonte: Indea, Imea

FAIXA LESTE

170 171Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

1. Introdução

A produção de carnes em Mato Grosso tem passado por transformações relevantes nos últimos anos. Os avanços tecnológicos adentraram as pro-priedades rurais, e a relação custo/beneficio é posi-tiva para os produtores, deixando a cadeia produtiva bovina ainda mais competitiva. O grau tecnológico empregado na produção nos dias atuais, como a utili-zação de sistemas de confinamento, práticas agrícolas para correção de solo e melhoria de pastagem, além do avanço em material genético, têm melhorado con-sideravelmente o desempenho da bovinocultura de corte. Esse avanço da tecnologia proporcionou uma redução na necessidade de área disponível à bovino-cultura de corte nos últimos anos, ampliando então o número do chamado “desmatamento evitado” – área que se evitou de ser utilizada pelo sistema produtivo em função do aumento de indicadores de produção. Um dos melhores indicadores para avaliar esse “desmatamento evitado” na bovinocultura de corte é relacionar a variação da área de pastagem com os abates efetivos. Outro indicador de grande referên-cia para se avaliar aumento em tecnologia é a taxa de desfrute, que porém não será objeto do estudo. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo geral observar a influência da tecnologia em-pregada no desenvolvimento da pecuária em Mato Grosso e o impacto que este avanço do grau tecno-lógico pode ter ocasionado na mitigação do desmata-mento em áreas de cerrado, pantanal e floresta.

2. Metodologia

A relação entre o rebanho e o abate nos últi-mos oito anos será medida pela taxa de desfrute dos animais direcionados ao abate. Para isso, foi realizada uma consulta no banco de dados do próprio Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). Com base nos dados consultados nas institui-ções citadas, chegou-se ao cálculo do desfrute através da divisão do abate com o seu respectivo rebanho de um mesmo período.

Legenda:D: DesfruteR: RebanhoA: Abatet: Período

Para determinação da área de desmatamen-to evitado, observaram-se primeiramente as áreas de pastagens segundo levantamentos realizados pela Acrimat/Sinoptica, nos quais, por imagens de satélite, foram verificadas as áreas de pastagens nos anos de 2002 a 2010. Com a relação existente entre a área de pasta-gem total com o abate, tem-se a utilização de área em hectares, por um bovino abatido.

D(t) =A(t)

R(t)

Legenda:UT: Utilização de TerraApt: Área de Pastagem TotalAb: Abate

Para determinar a área de pastagens necessá-ria no ano t, utiliza-se da área de ocupação animal no ano-base multiplicando-se a evolução do número de animais destinados ao abate. Com base na utilização da área de pastagem em 2002, calcula-se a área de pastagem necessária para os anos seguintes, mantendo-se a utilização de 9,8 (ha/cab. abatida). Após determinada a área neces-sária, subtrai-se a área de pastagem real pela área de pastagem necessária para determinar o desmatamento evitado. O ano-base de 2002 foi escolhido porque é quando se inicia a série de dados de rebanho e abates disponibilizados pelo Indea, melhor fonte atual de da-dos básicos sobre a bovinocultura no Estado de Mato Grosso.

3. Análise dos dados

A análise dos dados ao longo dos últimos anos evidencia que a área destinada à pastagem, dada à tec-nologia empregada no ano-base 2002, seria maior em Mato Grosso para se manter o mesmo nível de abate verificado nos últimos anos. Para os anos de 2006 e 2007 seriam necessá-rias áreas de até 99% e 105% superiores ao que real-mente foi utilizado caso mantivesse o mesmo nível

UT =Apt

Ab

DESMATAMENTO

tecnológico de 2002, ou seja, de 51,3 e 52,7 milhões de hectares, respectivamente, mais da metade de toda a extensão territorial de Mato Grosso. Esses dois anos, no entanto, apresentam situações atípicas, de alto ín-dice de abates ocasionado pelo descarte de fêmeas, não mostrando a tendência praticamente linear dos outros anos. Fazendo a mesma análise para o ano de 2010, que apresenta uma linha de abates similar aos verifi-cados em 2005, 2008 e 2009 e se apresenta como um ano referência para essa análise, seria necessária uma área 65% superior ao que foi efetivamente utilizado, de 25,8 milhões de hectares, quando se mantém a pro-dutividade do ano-base. Através desses números é possível verificar que o avanço da tecnologia empregada na produção de carnes e, consecutivamente, a redução de área pelo número de animais prontos para o abate, proporcio-nou uma melhora considerável do aproveitamento de área. Para o Estado abater um montante de 4,3 mi-lhões de animais (abate de 2010), seria necessário uma área disponível para pastagem de 42,6 milhões de hectares.

A diferença entre essa área total de pastagem e a área necessária ocasionou uma área evitada de des-matamento de cerca de 16,8 milhões de hectares.

4. Conclusões

• O avanço da tecnologia através da melhora da pastagem e da genética do rebanho e utilização do sis-tema de confinamento melhorou o desfrute em Mato Grosso.• O ganho de tecnologia propiciou melhor apro-veitamento de área pelos produtores rurais, favore-cendo um incremento no número de animais por área ocupada de pastagem.• O desmatamento evitado foi de 16,8 milhões de hectares em Mato Grosso quando se toma como base os dados de 2002 para nível tecnológico e 2010 para pastagem e abates.• A área que “seria” utilizada nos anos de maior abate ocuparia mais da metade da extensão territorial de Mato Grosso.

Área depastagem real

(ha)

Rebanho(cabeças)

Abate(cabeças)

Utilização(ha/cab.abatida)

Área de pastagemnecessária (ha)

Desmatamentoevitado* (ha)

Aumento deárea** (%)

2002 24.036.277 22.250.816 2.444.180 9,8 24.036.277 - 0%

2003 24.471.168 24.704.245 3.096.772 7,9 30.453.923 5.982.756 24%

2004 25.287.387 26.004.415 3.770.743 6,7 37.081.812 11.794.425 47%

2005 25.689.057 26.844.149 4.658.480 5,5 45.811.895 20.122.837 78%

2006 25.780.113 26.172.468 5.220.486 4,9 51.338.710 25.558.597 99%

2007 25.775.298 25.740.012 5.365.979 4,8 52.769.501 26.994.203 105%

2008 25.798.017 25.933.204 4.122.478 6,3 40.540.805 14.742.788 57%

2009 25.798.017 27.294.923 4.181.547 6,2 41.121.694 15.323.677 59%

2010 25.798.017 28.769.469 4.332.707 6,0 42.608.215 16.810.198 65%

* Em relação à utilização de área por cabeça abatida em 2002

** Aumento de área necessária em relação à produtividade do ano de 2002

Fonte: Acrimat/Sinoptica; Indea, Elaboração: Imea

DESMATAMENTO

174 175Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Devido à grande importância que os animais de confinamento vêm tendo nos abates totais ao longo dos últimos anos, o Imea elaborou este relatório referente aos números finais deste sistema de produção no ano de 2010 em Mato Grosso.

1. Números gerais

Do dia 1º de outubro ao dia 29, o Imea reali-zou seu terceiro, e último, levantamento das intenções de confinamento para 2010. Neste levantamento fo-ram confirmados os números anteriores com 71%, ou seja, 158 informantes, do total da amostra de contatos que o instituto possui para este levantamento. Foram contatados informantes em todas as macrorregiões do Estado. Na tabela 1 podem-se observar os números de animais confinados em Mato Grosso e a comparação com o ano de 2009.

Registrando um total de 592,83 mil cabeças, os confinamentos do Estado em 2010 ficaram 7,08% abaixo do que o número visto em 2009. A única ma-crorregião que obteve incremento foi a médio-norte, com uma variação positiva de 29,38%. Já as macror-regiões que apresentaram as maiores quedas foram: norte, centro-sul e noroeste, que tiveram recuo de 32,08%, 27,42% e 13,58%, respectivamente. Em re-lação aos outros dois levantamentos realizados nes-te ano, um em março e outro em julho, o número de cabeças confinadas registrou ligeira queda de 0,06%, na comparação com março, e uma alta de 10,21% na comparação com julho. Esta alta de 10,21%, em rela-ção ao último levantamento, deve-se principalmente à intensa valorização da arroba do boi gordo. Neste sen-

tido, diante desta valorização do preço, alguns pro-dutores mudaram suas estratégias confinando alguns animais que não foram projetados no levantamento de agosto. Este movimento se deu em sua grande maioria através de parcerias e do sistema chamado “Boitel”, pelo qual o dono da unidade confinadora aluga o es-paço para outro produtor colocar os seus animais. No gráfico 1, estão presentes a evolução do preço da ar-roba do boi gordo à vista em Mato Grosso e o número de cabeças confinadas no Estado, verificados nos três levantamentos.

Portanto, analisando-se o mercado ao longo do ano, nota-se que tivemos três cenários distintos, e sem dúvida os números dos levantamentos revela-vam as expectativas para a entressafra 2010. No início do ano a expectativa estava relativamente boa, pois a cotação da arroba tinha conseguido sair da casa dos R$ 60,00/@ e vinha em uma tendência forte de alta, puxada pela demanda crescente tanto interna quanto externamente. Entretanto, com o início da entressa-fra, alguns indicadores e notícias não deixaram os produtores do Estado se arriscar. O preço elevado da reposição e as incertezas em relação a alguns países da União Europeia são exemplos desses indicadores e notícias. O segundo levantamento foi realizado em julho e apresentado em agosto. Nesse período era fato

RegiõesTotal

Variação (%)

2009 2010*

Noroeste 4.050 3.500 -13,58%

Norte 24.000 16.300 -32,08%

Nordeste 106.438 104.587 -1,74%

Médio-Norte 83.650 108.228 29,38%

Oeste 146.424 131.533 -10,17%

Centro-Sul 97.830 71.006 -27,42%

Sudeste 175.591 157.680 -10,20%

MATO GROSSO 637.983 592.834 -7,08%

18%

Fonte: Indea, Imea Fonte: Indea, Imea * Estimativa outubro/10

Tabela 1 – Número de animais confinados por ma-crorregião de MT (cab.)

Gráfico 1 – Evolução do preço da arroba do boi gordo e número de cabeças confinadas em MT

PROJEÇÕES

que a reposição ainda estava alta e o preço da arroba havia perdido força, devido a alguns fechamentos de plantas no Estado, influenciando negativamente o nú-mero de animais confinados. De lá para cá, o preço voltou a subir em uma intensidade maior do que vista no início do ano, e as notícias sobre a União Europeia não se confirmaram, ocasionando assim o alívio da queda em relação a 2009 de 15% em agosto para 7% em novembro. Na tabela 2 pode-se observar a situ-ação das unidades confinadoras e a participação das operações de hedge no total de animais confinados.

RegiõesUnidades

ematividade

Unidadesfora da

atividade

Hedge (%)

Termo BM&F

Noroeste 3 1 0% 0%

Norte 3 0 0% 0%

Nordeste 28 7 9% 29%

Médio-Norte 16 1 16% 4%

Oeste 32 8 14% 25%

Centro-Sul 23 10 2% 4%

Sudeste 58 19 9% 20%

MATO GROSSO 163 46 7% 12%

As unidades em atividade chegaram a 163, re-presentando 78% do total de unidade no Estado. As operações de hedge, nas quais os produtores travam o preço da arroba, ainda são relativamente pequenas. Já as operações a termo, que são acordos feitos com os frigoríficos, responderam por 7% e as operações na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F) representa-ram 12%.

2. Previsão de entrega dos animais

A previsão de entrega não obteve grandes variações na proporcionalidade em relação ao ano passado. Os meses de maior entrega continuam sendo setembro e outubro, com, respectivamente, 23% e 24%. No gráfi-co 2, é apresentada a comparação de 2010 com 2009 do levantamento.

Na tabela 3 pode-se notar a previsão de en-trega em número de animais por macrorregião. Na região sudeste, foram abatidas 39,60 mil cabeças no mês de outubro.

RegiõesPrevisão de entrega dos animais em 2010

jun jul ago set out nov dez

Noroeste - - - 0,95 0,75 1,00 -

Norte - 6,35 2,35 2,35 3,35 0,85 1,05

Nordeste 8,09 5,05 9,62 19,42 22,74 18,96 12,45

Médio-Norte 0,60 8,04 11,49 17,68 24,22 17,94 9,55

Oeste 2,80 4,37 21,15 26,59 18,87 17,53 16,25

Centro-Sul - 0,99 6,02 11,60 16,26 11,10 7,60

Sudeste 5,58 9,64 23,85 42,66 39,60 29,84 8,10

MATO GROSSO 17,07 34,44 74,46 121,24 125,79 97,21 55,00

3. Distribuição do abate

Nesta última seção é demonstrada a distribui-ção do abate por macrorregião e por mês em Mato Grosso. Destaca-se que foram utilizados como base para este cálculo os números da capacidade de abate disponível no Estado. Portanto, nos meses de setem-bro e outubro os animais confinados responderam, respectivamente, por 30,6% e 31,8% da capacidade disponível de abate em Mato Grosso.

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea

Fonte: Indea, Imea Tabela 2 – Situação das unidades confinadoras e ope-rações de hedge em MT

Tabela 3 – Previsão de entrega dos animais confinados em MT (mil cabeças)

Gráfico 2 – Previsão de entrega dos animais confina-dos ao longo dos meses (%)

PROJEÇÕES

176 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Regiões jun jul ago set out nov dez

Noroeste 0,0% 0,1% 0,1% 3,0% 2,4% 3,2% 0,0%

Norte 0,2% 5,3% 5,9% 8,1% 11,2% 6,8% 4,0%

Nordeste 12,1% 7,2% 16,7% 34,9% 40,3% 34,8% 20,6%

Médio-Norte 0,4% 5,4% 10,1% 16,0% 21,9% 16,6% 8,2%

Oeste 2,5% 3,7% 23,6% 31,6% 23,9% 22,4% 18,6%

Centro-Sul 1,6% 7,7% 18,2% 29,6% 34,1% 26,6% 15,5%

Sudeste 9,4% 10,9% 29,4% 56,6% 55,2% 44,3% 15,5%

MATO GROSSO 4,2% 8,1% 18,2% 30,6% 31,8% 25,5% 13,4%

Fonte: Indea, Imea

Tabela 4 – Distribuição e representatividade dos aba-tes de animais confinados por macrorregião (%)

PROJEÇÕES

178 179Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A análise dos indicadores de custos de produção da bovinocultura de corte apresenta-se como uma boa ferramenta de avaliação da caracterização de uma atividade agropecuária. Com esse foco e, visando entender a dinâmica do sistema em Mato Grosso, o Imea realizou um levantamento dos custos de produção da bovino-cultura de corte estadual. Neste estudo foram levantados os indicadores produtivos e técnicos das principais microrregiões de Mato Grosso, bem como os sistemas produtivos mais frenquentes para cada situação. A metodologia utilizada constituiu em estruturar o sistema produtivo de acordo com informações e dados repassados pelos agentes-chaves da cadeia, a saber: pesquisadores, técnicos da área de nutrição animal, professores universitários, além de pecuaristas e representantes do setor e, posteriormente, os mesmos indica-dores estimados foram validados por cada um dos participantes. Como resultado, o Imea apresenta os indicadores de custo de produção da bovinocultura de corte em Mato Grosso nos anos de 2009 e 2010 e por ramo de atividade: ciclo completo, cria e engorda, além do cálculo de uma média estadual. O estudo apresenta também estimativas de rentabilidade, que são avaliadas considerando-se o custo de produção e o preço médio praticado no mercado de comercialização de gado.

Resultados preliminares

O ano de 2010 foi marcado pela retomada dos preços no mercado da bovinocultura de corte no mer-cado interno e também internacional. Com isso, os pecuaristas puderam auferir margens melhores quando comparadas com os números de 2009, mesmo diante de elevação nos custos de produção. Como pode ser observado na tabela 1, tanto o custo operacional efeito (COE) quanto o custo operacional total (COT) apresen-taram elevação de um ano para outro. Ainda assim, com exceção da engorda no ano de 2010, em todos os casos houve prejuízo quando consi-derada a margem sobre o COT. Como o resultado sobre o COE foi positivo em todos os casos, pode-se afirmar que em ambos os anos muitos produtores tiveram uma falsa sensação de lucro. Isso porque o COT representa a soma do COE e dos custos de depreciação e de oportunidade do capital terra, ou seja, nesta situação o produtor pode estar deixando de ganhar dinheiro com o capital investido em terras.

Tabela 1: Resultados do custo de produção de Mato Grosso por sistema de produção

Sistema deprodução

Tipo de custo2009 2010

Custo (R$/@) Margem (%) Custo (R$/@) Margem (%)

Ciclo CompletoCOE 62,74 3,7% 65,73 14,4%

COT 86,06 -32,1% 86,66 -12,9%

CriaCOE 59,25 10,3% 66,14 14,6%

COT 78,53 -18,9% 83,47 -7,8%

EngordaCOE 61,34 7,2% 65,82 15,1%

COT 72,13 -9,2% 75,60 2,5%

MédiaMato Grosso

COE 60,75 7,8% 65,93 14,8%

COT 77,01 -16,9% 80,58 -4,1%

A análise dos principais centros de custo da produção de bovinos mostrou alta em praticamente todos os indicadores. O indicador com menor alta foi o valor da mão de obra, já o que teve a maior variação foi o manejo das pastagens, isso porque entre 2009 e 2010 o preço dos fertilizantes e corretivos subiu em média 18% e o custo das sementes quase dobrou. O único item que apresentou redução foi o do valor do custo da terra, mas na verdade no valor deste item sofre desconto dos custos de manejo das pastagens, já que este é baseado no valor do arrendamento e é de

Fonte: Indea, Imea

PROJEÇÕES

praxe que o arrendatário não precisa pagar pelo manejo das pastagens e, portanto, ao cobrar o valor integral, estes custos estariam sendo duplicados. Dessa maneira, o aumento acentuado dos custos com manejo das pas-tagens acabou por diminuir o valor final do custo da terra devido à metodologia utilizada.

Tabela 2: Variação do custo de acordo com as principais fontes

Item do custoCusto (R$/@)

Variação (%)2009 2010

Manejo sanitário e alimentar 8,87 9,26 4,4%

Manejo das pastagens 12,78 15,35 20,1%

Aquisição de animais 17,58 19,03 8,2%

Mão de obra 7,50 7,71 2,9%

Custos administrativos 14,02 14,58 4,0%

COE 60,75 65,93 8,5%

Depreciação 1,48 1,53 3,4%

Custo da terra 14,78 13,12 -11,3%

COT 77,01 80,58 4,6%

Na variação temporal apresentada no gráfico 1, é possível verificar que a alta dos custos se intensificou a partir de julho de 2010, ultrapassando a barreira dos R$ 80,00 por arroba, valor que só havia sido observado em janeiro de 2009. Quanto à margem final do produtor, o mês mais crítico da série foi março de 2009, en-quanto que o melhor mês para os produtores foi novembro de 2010, quando o preço médio da arroba chegou a R$ 97,84 e o custo ficou em R$ 86,56, ou seja, mais de R$ 11,00 por arroba produzida de margem.

Fonte: Indea, Imea

PROJEÇÕES

jan/0

9

fev/

09

mai/0

9

jun/0

9

jul/0

9

ago/09

set/0

9

nov/09

dez/09

mar/0

9

abr/09

out/09

jan/1

0

fev/

10

mai/1

0

jun/1

0

jul/1

0

ago/10

set/1

0

nov/10

dez/10

mar/1

0

abr/10

out/10

Variação mensal do custo de produção da bovinocultura em Mato Grosso

90,00

80,00

70,00

60,00

50,00

40,00

30,00

20,00

10,00

0,00

Custo da terra

Aquisição de animais

Custos administrativos

Manejo das pastagens

Mão de Obra

Depreciação

Arroba do boi

Manejo sanitário e suplementação alimentar

100,00

180 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Visando analisar a margem final de lucro na bovinocultura por um período maior, foi realizado um estudo cruzando a variação dos indicadores de custo de produção do Imea com o do Cepea, obtendo assim o lucro antes dos juros e imposto de renda (EBIT), conforme o gráfico 2. Neste é possível observar que após meados de 2005 os resultados da margem sobre o EBIT somente ultrapassaram a casa dos 5% em novembro e dezem-bro de 2010, ficando negativa na maior parte do período observado. Isso mostra mais uma vez que durante um longo período a produção de bovinos teve resultado ruim em Mato Grosso, não permitindo pelo menos o pagamento da depreciação e do custo da terra.

Conclusões:

Os dados do Imea mostram que em 2009 e 2010 o resultado da atividade na bovinocultura de corte foi capaz de pagar apenas os custos operacionais, sendo os valores de depreciação e custo da terra remunerados apenas no caso da atividade de engorda no ano de 2010. O manejo das pastagens foi o item que mais contribuiu entre 2009 e 2010 para a elevação dos custos da bovinocultura de corte, fato que indiretamente influenciou o custo de capital da terra. As margens negativas observadas em 2009 e em maior parte de 2010 vieram se arrastando desde o início de 2005, mostrando que o produtor de bovinos para corte já vem tendo dificuldades há muito tempo.

PROJEÇÕES

30,0%

25,0%

20,0%

15,0%

10,0%

5,0%

0,0%

-5,0%

-10,0%

-15,0%

-20,0%

-25,0%

Lucro antes dos juros e imposto de renda (Ebit) na bovinocultura em MT

jan/0

9

fev/

09

mai/0

9

jun/0

9

jul/0

9

ago/09

set/0

9

nov/09

dez/09

mar/0

9

abr/09

out/09

jan/1

0

fev/

10

mai/1

0

jun/1

0

jul/1

0

ago/10

set/1

0

nov/10

dez/10

mar/1

0

abr/10

out/10

182 183Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A histórica difícil tarefa de comercializar os animais que vão para o abate aos poucos vem sofrendo alterações, melhorando a relação entre os frigoríficos e o pecuarista. Entretanto, ainda há muito a ser feito para que essa melhora na relação continue evoluindo.

1. Introdução

A comercialização dos animais que vão para o abate na bovinocultura de corte nunca foi uma tarefa fácil para os pecuaristas de Mato Grosso. Isso porque a relação entre o produtor e o frigorífico sempre foi marcada por desconfianças e problemas. No intuito de se demonstrar de que forma esta comercialização vem ocorrendo no Estado, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, Imea, realizou uma pesquisa no mês de junho de 2010 com 107 produtores de todas as regiões do Estado. As entrevistas foram feitas atra-vés de um questionário com 27 perguntas via telefone e e-mail. Neste relatório serão apresentados os princi-pais resultados desta pesquisa. Para melhor estruturar o desenvolvimento deste trabalho, ele foi dividido em seis seções, sendo elas: Balança nas fazendas, Formas de pagamento, Rendimento de carcaça e peso médio, Preferência por frigoríficos, Horas de curral antes do embarque e Considerações finais.

2. Balança nas fazendas

Em relação às balanças nas fazendas os en-trevistados responderam a sete perguntas. Com base nos resultados encontrados, se observou que a maio-ria dos produtores, 76%, possui uma balança em sua propriedade. Apesar disso, se constatou que o peso destas balanças, geralmente, não é utilizado como re-ferência na hora da comercialização com o frigorífico, já que 74% dos entrevistados que possuem balança disseram que não venderam nenhum lote de animais para o abate com o peso vivo da fazenda. Na verdade estas balanças são utilizadas apenas para uma confe-rência do peso morto considerado pelo frigorífico na hora da comercialização. E é a partir deste momento que começam os problemas entre os agentes, pois, como o frigorífico considera o peso morto, ou seja, apenas o rendimento de carcaça, e o produtor faz uma estimativa deste rendimento quando pesa na fazenda o animal vivo, quase sempre os rendimentos não coin-cidem. Não obstante a esse fato, 92% dos produtores que possuem a balança na fazenda relataram que pe-sam o gado antes de ir para o abate no frigorífico. Para garantir que o peso da balança da fazen-

da seja o mais correto possível, 76% dos produtores que têm o instrumento responderam que o aferem pe-riodicamente e 96% deles pontuaram que o limpam periodicamente. Portanto, a pesquisa demonstrou que boa parte dos pecuaristas possui balanças nas suas fazendas e dão a manutenção devida para que estas permaneçam em condições de medir o peso dos ani-mais quando saem para o abate. Para confirmar que investimentos para pesagem dos animais que vão para o abate estão sendo feitos pelos produtores do Estado, se observou que 57% dos pecuaristas entrevistados possuem balança eletrônica. Apenas 34% deles res-ponderam que têm balança mecânica. Além destes, 9% possuem duas balanças na fazenda, sendo uma eletrônica e uma mecânica, conforme o gráfico 1. Todavia, a comercialização em quase sua tota-lidade no Estado ainda é realizada com base no peso morto, depois que os frigoríficos fazem a limpeza, ou toalete, de carcaça, no qual são retirados da conta as vísceras, cabeça, rabo, couro e patas. Como o eterno problema do rendimento de carcaça mora neste está-gio da comercialização, este paradigma deveria ser quebrado em Mato Grosso eliminando este principal entrave na comercialização. Nos países como Estados Unidos, Uruguai e Argentina, que junto com o Bra-sil são os principais exportadores mundiais de carne bovina, o peso de venda dos animais é o peso vivo da balança da fazenda dos produtores. A unidade do preço é em kilogramas, chamado de kilo vivo, e não em arrobas. No Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul, devido à proximidade territorial e cultural com o Uruguai e a Argentina, a comercialização também se dá através do kilo vivo da balança da fazenda dos produtores. De qualquer forma, para que essa mudança aconteça seriam necessários investimentos nessas balanças por parte dos produtores que ainda não as possuem e uma organização/estruturação de um mo-delo de aferição que acabasse com as desconfianças de ambas as partes.

PROJEÇÕES

PerguntasRespostas

Sim Não

Possui balança na fazenda? 76% 24%

É aferida periodicamente? 76% 24%

É limpa periodicamente? 96% 4%

Pesa o gado na balança da fazenda antes do abate? 92% 8%

Vendeu algum lote de animais para o abate com peso vivo da fazenda? 26% 74%

Conhece alguém que vendeu? 42% 58%

Gráfico 1 – Participação dos entrevistados por siste-mas de balança presentes em suas propriedades em MT

Gráfico 2 – Participação dos entrevistados por for-mas de pagamento em MT

3. Formas de pagamento

Em Mato Grosso sempre se verificou venda de boi gordo para pagamento a prazo. Era uma prática que beneficiava o fluxo de caixa do frigorífico e o pro-dutor, que recebia um diferencial no preço para 30 dias. Todavia, com a chegada da crise ao setor e o consequente não-cumprimento dos contratos esta prá-tica foi diminuindo no Estado a partir de 2009. Nesse sentido, na pesquisa realizada os produtores foram questionados com relação a este tema e o resultado mostrou que 78% deles estavam fazendo suas comer-cializações à vista e apenas 22% estavam vendendo os animais a prazo. Vale ressaltar que em 2010 alguns frigoríficos do Estado não tinham nem cotação para preço a prazo.Portanto, com a crise, o paradigma de só vender a pra-zo se quebrou, minimizando o risco do calote. Esta quebra de paradigma precisa ser sustentada após o

susto que o mercado tomou com o não-pagamento visto em 2009 e 2010, pois, quanto menor o risco na hora de receber pagamento, mais saudável será a saú-de financeira do produtor.

Tabela 2 – Participação dos entrevistados por formas de pagamento nas macrorregiões de MT

Macrorregiões À vista A prazo

Noroeste 84% 16%

Norte 71% 29%

Nordeste 100% 0%

Médio-Norte 64% 36%

Oeste 80% 20%

Centro-Sul 67% 33%

Sudeste 73% 27%

Mato Grosso 78% 22%

PROJEÇÕES

P

22%

V

78%

Legenda

A prazo

Á vista

M/E

9%

E

57%

M

34%

Legenda

Mecânica

Eletrônica

Eletrônica/Mecânica

184 185Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Na tabela 2 pode-se verificar que existem ma-crorregiões em que 100% da comercialização foi feita à vista. A macrorregião em questão é a Nordeste, a mais prejudicada com a crise dos frigoríficos. Nela existem quatro frigoríficos com o serviço de inspeção federal, SIF, porém apenas um deles se encontra em operação. As macrorregiões Médio-Norte e Centro--Sul registraram os menores valores no pagamento à vista, 64% e 67%, respectivamente. Não obstante a isso, estas duas regiões, apesar de terem sido impac-tadas pela crise, não tiveram consideráveis alterações em sua capacidade de abate, pois na Médio-Norte existe só um frigorífico com SIF abatendo nos últimos anos e no Centro-Sul existe grande número de plantas em operação de grupos que não tiveram problemas de caixa.

4. Rendimentodecarcaçaepesomédio

Com a evolução das tecnologias emprega-das na produção dos bovinos do Estado, os animais produzidos em Mato Grosso a cada dia morrem mais cedo e mais pesados. Nesse sentido, quando são ana-lisados os abates dos machos de 24 a 36 meses dos últimos anos se nota uma evolução, enquanto que o abate dos machos com mais de 36 meses decresce na medida em que os animais mais jovens começam a não chegar mais nessa faixa etária. Mesmo com esta gradativa diminuição da idade de abate, o peso médio dos animais tem obtido evolução, pois, como conven-ção, na bovinocultura de corte em Mato Grosso, se utiliza 16,5 @ como peso médio de abate de macho e 12,5 @ para o peso médio de abate de fêmeas. Para confirmar essas convenções que já são utilizadas por alguns anos, os produtores foram questionados sobre o peso médio dos machos e fêmeas que foram abati-dos e o resultado foi de 18,5@ para machos e 13,7 @ para fêmeas. Dessa forma, o peso médio dos machos ficou 2 @ acima da convenção utilizada e as fêmeas se apresentaram 1,2 @ mais pesadas. Diante desse aumento do peso médio, o ren-dimento de carcaça dos animais dos produtores entre-vistados ficou na média do Estado, de 53% para ma-chos e 49% para fêmeas. Apesar de toda discussão em torno da toalete de carcaça, este rendimento de ma-chos chegou a obter média de 54% nas macrorregiões Nordeste e Sudeste. As fêmeas registram os maiores rendimentos médios, 50%, nas macrorregiões Norte, Médio-Norte, Centro-Sul e Sudeste. Esta evolução dos rendimentos se deve principalmente à intensifica-ção da produção através de estruturas de confinamen-

to e semiconfinamento. Além disso, se perguntou para os entrevistados se o rendimento esperado foi obtido e 68% deles disseram que sim.

Tabela 3 – Rendimento e peso médio de carcaça de machos e fêmeas nas macrorregiões do Estado

MacrorregiõesRendimento de Carcaça (%) Peso Médio (@)

Machos Fêmeas Machos Fêmeas

Noroeste 52% 48% 18,2 13,6

Norte 53% 50% 18,9 13,6

Nordeste 54% 49% 18,0 13,9

Médio-Norte 53% 50% 18,5 14,1

Oeste 53% 49% 18,5 13,2

Centro-Sul 53% 50% 19,3 13,2

Sudeste 54% 50% 17,7 14,1

Mato Grosso 53% 49% 18,5 13,7

5. Preferênciaporfrigoríficos

Na última década a capacidade de abate do Estado se alterou consideravelmente, disponibilizan-do, atualmente, estrutura para abater cerca de 11 mi-lhões de cabeças em um ano. Todavia, o Estado nun-ca abateu este volume de cabeças, obtendo um abate máximo de 5,3 milhões de cabeças em 2007. Apesar disso o Estado ocupa o primeiro lugar no ranking na-cional de abate desde o ano de 2005. Assim como no mundo inteiro, em Mato Gros-so o processo de formação de oligopólios, ou seja, um mercado com poucos compradores (frigoríficos) e muitos vendedores (pecuaristas), vem acontecendo a partir da crise mundial que teve início em outubro de 2008. De 2008 para 2010 aconteceram pedidos de recuperação judicial por parte de alguns grupos, que tiveram as plantas arrendadas, adquiridas ou fundidas a grandes grupos. O resultado de tudo isso é que mais de 50% da capacidade em operação no Estado está na mão de três grandes grupos mundiais de processa-mento de carne. Nesse contexto, os produtores foram perguntados sobre a preferência por frigoríficos na hora da venda dos seus animais. A pesquisa revelou que 63% dos produtores costumam vender seus ani-mais para um mesmo frigorífico, e o principal motivo apontado por eles foi a proximidade da fazenda com a planta. Apenas 24% dos entrevistados associaram a venda contínua para um frigorífico com a limpeza de carcaça e 34% deles disseram que comercializaram seus animais com apenas um frigorífico por conta da diferenciação de preço. Esses resultados demonstram que a preferên-

PROJEÇÕES

cia por vender seus animais para apenas um frigorí-fico está mais ligada à proximidade com a planta do que a algum outro tipo de vantagem como a confian-ça na limpeza e o preço diferenciado. Em relação a esta última vantagem, os entrevistados responderam se receberam preços diferenciados devido à qualida-de do couro ou pelo acabamento de carcaça. Apenas 4% deles disseram que receberam preço diferenciado devido à qualidade do couro e 24% disseram que re-ceberam preço diferenciado por conta do acabamento de carcaça. O resultado inexpressivo no que diz res-peito à qualidade do couro pode ser explicado pela desconsideração do couro no preço pago pelo animal, uma vez que a precificação é dada só pela carcaça. A proposta de se levar em consideração o peso vivo do animal medido na balança da fazenda incluiria o couro no cálculo do preço, possibilitando uma dife-renciação em relação a esta parte do animal. Por outro lado a diferenciação por acabamento de carcaça teve um resultado maior em 20 pontos percentuais, mas ainda é pequena quando se pensa em estímulo ao in-vestimento na produção do animal. O resultado dessa pergunta evidencia que na maioria dos casos os pro-dutores, que se utilizam desde sistemas de produção precários até ultramodernos, recebem o mesmo preço se suas carcaças forem do mesmo peso.

Tabela 4 – Perguntas sobre a preferência por frigoríficos em MT

PerguntasRespostas

Sim Não

Costuma vender para um mesmo frigorífico? 63% 37%

Se vende: Por que a limpeza é melhor? 24% 76%

Se vende: Por que é mais perto da fazenda? 47% 53%

Se vende: Por que o preço é diferenciado? 34% 66%

Recebeu preço diferenciado pela qualidade do

couro? 4% 96%

Recebeu preço diferenciado pelo acabamento

de carcaça? 24% 76%

No gráfico 3 estão presentes os frigoríficos aos quais os produtores entrevistados costumam vender seus animais. Corroborando com o principal motivo pelo qual o produtor costuma vender seus animais, proximidade, o grupo JBS/Bertin, que possui o maior número de plantas no Estado, detendo 15 das 40 com SIF, obteve uma representatividade de quase 50%, dentre as empresas presentes em Mato Grosso. Segui-do pelo grupo Marfrig, que possui duas grandes plan-tas no Estado, as quais compram bovinos de todas as

Gráfico 3 – Empresas para as quais os produtorescostumam vender seus animais

6. Horas de curral antes do embarque

À espera do caminhão do frigorífico ou das transportadoras, os animais ficam fechados no curral para realizar o embarque para o abate. A decisão de que momento fechar estes animais antes do embar-que pode interferir negativamente no rendimento de carcaça deles, caso a espera seja longa. Portanto, esta é uma importante decisão que não depende só do pe-cuarista, uma vez que podem ocorrer atrasos por parte das transportadoras. De qualquer forma, esse momen-to precisa ser bem planejado haja vista que perdas podem ocorrer também no caminho até o frigorífico dependendo da distância e das condições do desloca-mento. Na tabela 5 verifica-se que a média de horas de curral em Mato Grosso é de 5 horas. A macrorre-gião Noroeste registrou o maior número de horas, 9, e a macrorregião Centro-Sul apresentou o menor, 2.

Tabela 5 – Média das horas de curral antes do embarque nas macrorregiões de MT

Macrorregiões Média (horas)

Noroeste 9

Norte 7

Nordeste 3

Médio-Norte 5

Oeste 6

Centro-Sul 2

Sudeste 5

Mato Grosso 5

regiões de MT.

PROJEÇÕES

Marfrig

19%

Outros

7%

BR Foods

9%Frialto

16%

Pantanal

4%

JBS

48%

186 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

7. Conclusões

• A maioria dos entrevistados possui balança na fazenda, porém esta serve apenas como conferência da balança do frigorífico.

• Em 2010 os produtores, em sua maioria, co-mercializou seus animais com pagamento à vista, quebrando um velho paradigma de venda só a prazo.

• O peso médio de abate tem evoluído nos últi-mos anos através dos investimentos na produção.

• A grande maioria dos produtores do Estado não recebe preços diferenciados por conta da qualida-de do couro ou por acabamento de carcaça e tem pou-cos motivos para se fidelizar a uma empresa, sendo o principal deles a proximidade da fazenda.

• É necessário haver mais quebra de paradig-mas, a começar pela venda com o peso vivo da fa-zenda, que eliminaria grande parte dos problemas que hoje existem neste mercado.

PROJEÇÕES

188 189Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

O acompanhamento da evolução do rebanho de bovinos machos é de fundamental importância para se analisar e estimar quais serão os próximos cenários no mercado da bovinocultura de corte em Mato Grosso, pontuando suas causas e consequências.

1. Introdução

Nos últimos anos, a bovinocultura de corte em Mato Grosso vem apresentando altas e baixas nos pre-ços do boi gordo que foram sentidos no bolso dos pe-cuaristas, que passaram vários anos trabalhando com margens negativas. Um dos principais fatores que explicam essas oscilações do preço são as estratégias realizadas pelos próprios produtores do Estado. Como ao longo dos anos essas estratégias vêm se repetindo em períodos subsequentes, forma-se um ciclo, que é chamado de ciclo da pecuária. Dessa forma, com base neste ciclo, este relatório possui dois objetivos princi-pais. O primeiro é apontar as causas das variações do preço nos últimos anos e o segundo é estimar o cená-rio do mercado em 2011 e nos próximos dois anos.

2. Ciclo da Pecuária

O ciclo da pecuária revela as causas e conse-quências da tomada de decisão dos produtores que sempre visam à maior lucratividade em suas ativida-des. Essas decisões podem influenciar o mercado no momento em que são tomadas ou em períodos poste-riores, já que na bovinocultura comercial existe mer-cado, ou seja, interesses de compra e venda, desde o momento em que o animal ainda tem oito meses até dois anos após o nascimento. Além disso, a produção desses animais é extremamente ineficiente, uma vez que uma vaca gera apenas um bezerro por gestação. No gráfico 2 é apresentada a evolução do pre-ço do bezerro e do abate de fêmeas em Mato Grosso. Observa-se que, quando o preço do bezerro está des-valorizado, o abate de vacas tende a subir, e, quando o preço do bezerro está valorizado, o abate de fêmeas tende a cair. Este gráfico demonstra o início de um ciclo da pecuária, pois a decisão de abater uma fê-mea ou não está intimamente ligada com o preço do bezerro. E como a cotação deste animal acompanha as oscilações do preço do boi gordo, como exposto no gráfico 1, o abate de fêmeas tende a subir quando o cenário do mercado está indicando preços desvalo-rizados. Por outro lado, se o mercado apresenta um cenário altista, o abate de fêmeas tende a cair.

Gráfico 1 – Preço do bezerro desmama e boi gordo no Estado de Mato Grosso

Gráfico 2 – Preço do bezerro e o abate de fêmeas em Mato Grosso

Portanto, se se começa a abater mais fêmeas a produção de bezerro do período cai também, com-prometendo assim a oferta de animais prontos para o abate nos próximos anos. No gráfico 2, pode-se veri-ficar que na medida em que o preço do bezerro foi se desvalorizando, a partir de janeiro de 2004, o abate de fêmeas foi aumentando. Nesse sentido, acompanhan-do o mesmo movimento da arroba do boi gordo, o preço do bezerro se desvalorizou, pois, além de outros

Fonte: Imea

Fonte: Indea, Imea

PROJEÇÕES

fatores, havia uma oferta grande de animais gordos, devido à retenção de fêmeas e a consequente alta na produção de bezerro ocorrida nos períodos anteriores. Com o preço do bezerro desvalorizado, a decisão de abater as fêmeas está ligada a dois fatores: o abate deste animal para fechar a conta do período e a expec-tativa pessimista em relação ao rendimento esperado com a venda de um bezerro. Com os preços do mercado em baixa, além de uma menor produção de bezerro, os investimentos na produção reduzem, já que o ganho esperado não seduz os produtores. De 2004 a 2007, com a manu-tenção dos preços em baixa, o abate de fêmeas foi ele-vado, chegando a representar 50% dos abates totais deste último ano. Como os bezerros que deixaram de nascer nesse período virariam boi gordo de 2008 a 2012, a oferta destes animais começou a ficar restri-ta a partir deste primeiro ano e o preço tanto do boi gordo quanto do bezerro começou a se valorizar. Essa relação entre os preços desses animais se dá quando o produtor que faz a atividade de engorda, prevendo um lucro ou prejuízo futuro, aumenta ou diminui a demanda dos animais para reposição do produtor que faz a cria, pressionando o preço destes animais para cima ou para baixo.

3. Perspectivas

Em 2010 o mercado continuou com uma oferta de machos restrita e os preços da arroba do boi gordo e do bezerro atingiram novos picos, com a recuperação da demanda que se mostrou baixa no ano de 2009, devido à crise mundial. O ano de 2011 iniciou com o preço ainda valorizado, pois a manutenção da oferta escassa e da demanda firme não permitiu que o preço voltasse aos níveis vistos em 2009. Os cálculos das perspectivas para o rebanho de machos nos anos de 2012 e 2013 tiveram como base o número do rebanho anunciado todo o início do ano pelo Instituto de Defesa Animal de Mato Gros-so, Indea. Como os dados do rebanho são coletados no período da vacinação contra a aftosa todo mês de novembro, considera-se que os machos anuncia-dos nesse período são o estoque do próximo ano. Por exemplo, os animais anunciados na vacinação de no-vembro de 2010 são os animais que entram em 2011. Desse modo, na tabela 1 pode-se observar os estoques de machos de 2007 a 2011.

Tabela 1 – Estoque de machos em Mato Grosso (mi-lhões de cabeças)

Era* 2007 2008 2009 2010 2011

0-12 2,89 2,83 2,89 3,3 3,72

12-24 2,87 2,8 2,83 2,93 3,09

24-36 2,92 2,75 2,71 2,64 2,62

>36 1,83 1,89 1,76 1,54 1,33

Total 10,52 10,28 10,19 0,41 10,77

Desde 2007 os animais prontos para o abate, ou seja, com mais de 24 meses, vêm obtendo quedas consecutivas, saindo de um rebanho de quase 5,00 milhões de cabeças em 2007 e chegando a um reba-nho de pouco menos de 4,00 milhões de cabeças em 2011. A variação negativa desse período é de 17%. Já o rebanho de bezerros, ou seja, os animais que têm entre 0 e 12 meses, registrou considerável crescimen-to de 29% no mesmo período. Este aumento na pro-dução de bezerro é resultado da retenção de fêmeas que ocorreu de 2008 para 2010. A tabela 1 demonstra o quanto a oferta de boi gordo no Estado foi restrita em 2010 e como ela está mais restrita em 2011. Desse modo, o ciclo não deve se inverter este ano, uma vez que a expectativa em relação aos preços é boa, devido à baixa oferta e à firmeza da demanda.

3.1 2012

Conforme a metodologia adotada, os animais que serão estoque em 2012 vão ser divulgados em no-vembro de 2011. Entretanto, com base na evolução entre as eras, se estimou o número de machos com mais de 12 meses para o próximo ano. Esta evolução se baseia no cálculo exposto na figura 1.

Era Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

0-12 A

12-24B

A-m+(e-s)

24-36C

B-(m+a)+(e-s)

>36 DE

(C-(m+a)+(e-s))+esD

Figura 1 – Metodologia da evolução do rebanho de machos

onde:

Fonte: Indea*em meses

PROJEÇÕES

300

250

200

100

50

150

Abate

de

fêm

eas

(mil)

Pre

ço

do

bezerr

o

750,00

700,00

650,00

600,00

550,00

500,00

450,00

400,00

350,00

300,00

Abate de Fêmeas (cab.) Preço bezerro (R$/cab.)

jun/1

0

ago/0

4

set/08

jan/0

4

fev/0

8

mai/06

jul/07

nov/0

9

dez/0

6

mar/

05

abr/

10

out/05

Pre

ço

do

bezerr

o

700,00

650,00

600,00

550,00

500,00

450,00

400,00

350,00

300,00

Arroba do Boi (R$/@)Preço bezerro (R$/cab.)

jun/1

0

jul/04

jul/08

jan/0

4

jan/0

8

jan/0

6

jan/0

7

jul/09

jul/06

jan/0

5

jan/0

9

jul/05

jul/07

jul/10

Pre

ço

do

boigord

o

100,00

95,00

90,00

85,00

80,00

75,00

70,00

55,00

50,00

65,00

60,00

190 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

A – animais de 0 a 12 meses nascidos no ano 1B – animais de 12 a 24 meses nascidos no ano 1C – animais de 24 a 36 meses nascidos no ano 1D – animais com mais de 36 meses nascidos no ano 0E – animais com mais de 36 meses nascidos no ano 1m – morte naturale – entradas de animais no Estado da mesma eras – saídas de animais do Estado da mesma eraa – abatesesD – estoque de animais de mais de 36 meses do ano 3

Foi considerado como premissa o crescimento de 5% do abate total de machos em Mato Grosso, ten-do em vista a crescente demanda por carnes no Brasil. Desse modo, com base na metodologia adotada e na premissa, se chegou aos números de rebanho de ma-chos com mais de 12 meses em 2012, como pode se observar na tabela 2.

Tabela 2 – Perspectiva para o rebanho de machos com mais de 12 meses em 2012 (milhões de cabeças)

Era 2009 2010 2011 2012*

0-12 2,89 3,30 3,72

12-24 2,83 2,93 3,09 3,63

24-36 2,71 2,64 2,62 2,85

>36 1,76 1,54 1,33 1,21

Os animais com mais de 24 meses, que são o estoque de machos para o abate, deve ficar em 4,05 milhões de cabeças. Em comparação com o número destes animais que entraram em 2011 se observa uma alta de 2,6%. Todavia, quando se relaciona este núme-ro com o que foi visto em 2010 ainda se verifica queda de 3,1%, demonstrando a permanência da oferta em baixa.

a. 2013

Usando a mesma metodologia e premissa de 2012 se estimou o rebanho de machos com mais de 24 meses para 2013, a fim de se averiguar a oferta de machos prontos para o abate para esse ano. Nesse sentido, na tabela 3 estão presentes os números para 2013.

Tabela 3 - Perspectiva para o rebanho de machos com mais de 12 meses em 2013 (milhões de cabeças)

Era 2010 2011 2012* 2013*

0-12 3,30 3,72

12-24 2,93 3,09 3,63

24-36 2,64 2,62 2,85 3,38

>36 1,54 1,33 1,21 1,16

Como os bezerros de 2010 chegam à era na qual o animal fica pronto para ser abatido, a oferta de machos com mais de 24 meses cresce 8,6% em relação a 2010, sendo a maior oferta desses animais desde 2008. Portanto, para que o preço não se desva-lorize em 2013 a demanda terá que crescer em uma proporção maior do que a oferta prevista. Se isso não acontecer, volta-se ao começo da história, quando o preço do bezerro se desvaloriza.

4. Conclusões

• O preço da arroba do boi gordo se desvalori-zou entre 2004 e 2007, dentre outros fatores, devido ao excesso de animais prontos para o abate.

• Com o preço desvalorizado de 2004 a 2007, o abate de vacas se elevou, diminuindo a produção de bezerro no período.

• Devido à baixa produção de bezerros de 2004 a 2007, a oferta de boi gordo a partir de 2008 ficou restrita, corrigindo o preço da arroba para cima.

• Para 2011 e 2012 a oferta de boi gordo conti-nua restrita, indicando a manutenção dos preços em alta.

• Já em 2013 a oferta de machos começa a se recuperar efetivamente, colocando em risco a manu-tenção da valorização da arroba do boi gordo.

*estimativa jan/11

*estimativa jan/11

PROJEÇÕES

estatísticas

192 193Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Macrorregiões Microrregiões 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ranking 2010

Nordeste Água Boa 1.874.990 1.848.887 1.878.534 1.894.058 1.983.133 2.111.419 3°

Norte Alta Floresta 2.288.148 2.165.939 2.076.717 2.176.782 2.329.481 2.465.552 1°

Oeste Araputanga 2.069.134 1.936.353 1.858.976 1.803.013 1.860.582 2.033.675 4°

Centro-sul Baixada Cuiabana 937.369 855.560 832.526 785.758 814.423 848.978 17°

Sudeste Barra do Garças 1.512.742 1.342.544 1.351.173 1.357.173 1.414.170 1.407.740 12°

Noroeste Colniza 1.052.996 1.237.468 1.241.675 1.313.857 1.421.957 1.499.461 10°

Noroeste Juara 1.350.632 1.297.860 1.270.941 1.327.269 1.374.165 1.444.007 11°

Noroeste Juína 1.293.600 1.218.119 1.176.323 1.219.545 1.289.064 1.343.689 13°

Médio-norte Lucas do Rio Verde 299.966 332.557 358.403 359.720 361.679 387.002 19°

Norte Matupá 1.524.251 1.462.293 1.404.287 1.423.304 1.543.500 1.636.378 8°

Médio-norte Nova Mutum 220.660 224.670 247.048 235.715 242.047 270.150 20°

Centro-sul Pantanal 1.989.351 1.880.943 1.771.832 1.785.412 1.790.690 1.907.613 5°

Norte Paranaíta 1.120.000 1.179.897 1.227.183 1.332.671 1.381.950 1.504.592 9°

Oeste Pontes e Lacerda 1.770.310 1.695.605 1.601.368 1.572.841 1.595.674 1.699.889 7°

Sudeste Primavera do Leste 1.198.709 1.106.884 1.118.466 1.092.119 1.216.247 1.208.506 14°

Sudeste Rondonópolis 1.715.705 1.645.274 1.635.696 1.682.862 1.725.400 1.774.983 6°

Nordeste São Félix do Araguaia 854.018 992.627 1.030.869 977.529 1.154.922 1.190.660 15°

Oeste Sapezal 373.568 370.049 376.426 375.621 415.264 445.494 18°

Médio-norte Sinop 192.423 193.542 202.860 221.263 239.660 245.192 21°

Centro-sul Tangará da Serra 1.225.400 1.151.483 1.115.975 1.076.705 1.126.967 1.171.317 16°

Nordeste Vila Rica 1.980.177 2.033.914 1.962.734 1.919.987 2.013.948 2.173.172 2°

Mato Grosso 26.844.149 26.172.468 25.740.012 25.933.204 27.294.923 28.769.469 -

Macrorregiões Microrregiões 2005 2006 2007 2008 Ranking 2010

Nordeste Água Boa 2.753.813 2.739.153 2.729.910 2.730.900 1°

Norte Alta Floresta 1.350.608 1.357.366 1.361.039 1.363.998 9°

Oeste Araputanga 1.195.524 1.196.867 1.200.932 1.202.537 11°

Centro-sul Baixada Cuiabana 997.898 995.241 992.789 990.893 15°

Sudeste Barra do Garças 1.580.201 1.581.726 1.589.082 1.583.593 5°

Noroeste Colniza 948.217 978.122 998.349 1.003.432 14°

Noroeste Juara 1.034.578 1.044.945 1.053.855 1.050.716 13°

Noroeste Juína 884.961 898.137 906.318 912.654 16°

Médio-norte Lucas do Rio Verde 594.855 593.784 568.071 569.740 18°

Norte Matupá 1.320.216 1.339.692 1.361.546 1.389.034 8°

Médio-norte Nova Mutum 313.486 313.835 312.099 306.836 20°

Centro-sul Pantanal 1.692.188 1.693.837 1.699.361 1.701.807 4°

Norte Paranaíta 814.336 832.212 853.807 857.422 0°

Oeste Pontes e Lacerda 1.307.013 1.308.546 1.310.241 1.311.796 10°

Sudeste Primavera do Leste 1.452.280 1.440.539 1.424.872 1.409.626 7°

Sudeste Rondonópolis 1.492.198 1.486.878 1.484.497 1.478.902 6°

Nordeste São Félix do Araguaia 1.924.623 1.920.925 1.893.486 1.887.812 3°

Oeste Sapezal 488.859 491.685 490.433 490.775 19°

Médio-norte Sinop 263.216 257.177 227.412 230.739 21°

Centro-sul Tangará da Serra 1.062.617 1.064.596 1.065.972 1.071.266 12°

Nordeste Vila Rica 2.217.371 2.244.850 2.251.225 2.253.539 2°

Mato Grosso 25.689.057 25.780.113 25.775.298 25.798.017 -

Fonte: IndeaElaboração: Imea

Fonte: IndeaElaboração: Imea

Tabela 1 - Rebanho de bovinos por microrregião de Mato Grosso e o ranking em 2010 Unidade: cabeças

Tabela 2 - Área de pastagem por microrregião de Mato Grosso e o ranking em 2010Unidade: ha

ESTATÍSTICAS

Macrorregiões MicrorregiõesNúmero de propriedades Número de cabeças

Até 300 de 301 a 1000 de 1001 a 3000 acima de 3001 Até 300 de 301 a 1000 de 1001 a 3000 acima de 3001

Nordeste Água Boa 3.865 804 333 102 307.693 442.157 561.472 649.907

Norte Alta Floresta 8.389 995 315 91 645.309 527.418 499.951 511.869

Oeste Araputanga 7.559 896 253 71 565.764 471.543 428.808 391.340

Centro-sul Baixada Cuiabana 5.960 465 140 25 273.788 255.924 220.171 123.918

Sudeste Barra do Garças 2.510 763 220 72 205.742 422.685 347.516 425.560

Noroeste Colniza 6.059 497 162 45 355.871 257.908 292.322 326.150

Noroeste Juara 2.748 538 227 68 224.940 291.054 377.658 371.264

Noroeste Juína 3.864 525 150 47 297.525 281.361 245.297 320.704

Médio-norte Lucas do Rio Verde 3.065 270 97 19 131.953 147.967 166.543 94.648

Norte Matupá 6.915 619 195 43 439.478 333.545 305.995 260.998

Médio-norte Nova Mutum 1.093 76 38 19 53.526 43.735 64.044 127.511

Centro-sul Pantanal 5.215 746 295 91 336.658 419.687 485.648 578.751

Norte Paranaíta 4.066 606 178 55 307.352 325.033 294.548 364.393

Oeste Pontes e Lacerda 6.035 640 264 113 468.629 335.469 434.775 738.401

Sudeste Primavera do Leste 2.930 440 190 60 203.002 246.386 328.503 392.218

Sudeste Rondonópolis 6.963 947 277 43 472.942 518.091 460.275 252.696

Nordeste São F. do Araguaia 3.969 398 145 59 285.035 215.169 252.766 451.084

Oeste Sapezal 1.113 112 51 24 72.506 63.433 82.126 158.856

Médio-norte Sinop 1.219 94 37 3 53.604 49.163 60.724 10.581

Centro-sul Tangará da Serra 4.514 529 187 43 254.291 293.205 308.363 241.467

Nordeste Vila Rica 4.615 682 260 83 396.114 368.392 448.248 457.101

Mato Grosso 92.666 11.642 4.014 1.176 6.351.722 6.309.325 6.665.753 7.249.417

Macrorregiões Microrregiões 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ranking 2010

Nordeste Água Boa 9.150 27.079 63.699 99.190 88.488 86.687 1°

Norte Alta Floresta 0 0 0 0 0 0 19°

Oeste Araputanga 1.880 2.018 3.267 7.045 6.375 4.503 15°

Centro-sul Baixada Cuiabana 0 0 6.500 17.700 37.325 25.000 10°

Sudeste Barra do Garças 25.006 37.203 47.154 77.106 71.713 49.328 5°

Noroeste Colniza 0 0 0 0 0 0 20°

Noroeste Juara 4.312 3.404 3.047 2.500 3.450 3.500 16°

Noroeste Juína 0 0 280 300 600 800 18°

Médio-norte Lucas do Rio Verde 1.830 6.775 89.123 59.696 42.650 70.428 3°

Norte Matupá 1.000 1.700 2.800 6.200 13.000 16.300 11°

Médio-norte Nova Mutum 0 7.700 46.640 24.491 13.000 6.800 14°

Centro-sul Pantanal 0 0 1.020 12.620 14.320 8.300 13°

Norte Paranaíta 0 0 0 0 11.000 0 21°

Oeste Pontes e Lacerda 580 7.900 21.440 39.126 45.800 49.020 6°

Sudeste Primavera do Leste 8.464 17.436 18.050 34.841 41.095 62.902 4°

Sudeste Rondonópolis 22.517 30.576 40.559 47.803 62.783 45.450 7°

Nordeste São Félix do Araguaia 1.600 1.600 2.100 6.100 16.100 15.700 12°

Oeste Sapezal 4.100 5.700 8.321 34.267 94.249 78.010 2°

Médio-norte Sinop 150 500 32.550 32.550 28.000 31.000 9°

Centro-sul Tangará da Serra 37.290 31.090 39.955 41.031 46.185 37.706 8°

Nordeste Vila Rica 0 0 0 1.000 1.850 2.200 17°

Mato Grosso 117.879 180.681 426.505 543.566 637.983 593.634 -

Tabela3-Númerodepropriedadesecabeçasestratificadoemnúmerodeanimaisporpropriedadenasmicrorregiõesde Mato Grosso Unidades: propriedades e cabeças

Fonte: IndeaElaboração: Imea

Fonte: Imea

Tabela4-ConfinamentopormicrorregiãoemMatoGrosso Unidades: cabeças

ESTATÍSTICAS

194 195Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Macrorregiões Microrregiões 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ranking 2010

Nordeste Água Boa 428.876 483.679 464.105 322.512 362.164 392.870 5°

Norte Alta Floresta 311.001 330.987 334.986 301.280 294.430 279.543 1°

Oeste Araputanga 448.849 526.950 527.357 370.878 354.671 367.190 2°

Centro-sul Baixada Cuiabana 369.145 378.859 421.256 319.726 304.665 310.553 19°

Sudeste Barra do Garças 179.980 232.167 256.032 213.758 206.399 237.534 10°

Noroeste Colniza 230.982 265.824 239.337 185.501 196.541 209.090 15°

Noroeste Juara 405.852 414.360 375.206 274.291 321.571 344.422 12°

Noroeste Juína 330.168 330.990 376.200 290.198 288.591 223.834 11°

Médio-norte Lucas do Rio Verde 239.028 297.233 275.355 187.503 218.081 227.589 18°

Norte Matupá 188.334 228.274 221.612 180.812 176.998 210.945 7°

Médio-norte Nova Mutum 274.707 287.036 266.019 227.060 224.422 214.265 20°

Centro-sul Pantanal 226.490 250.989 252.949 212.974 197.781 182.884 13°

Norte Paranaíta 280.780 316.245 291.598 218.986 194.297 214.930 6°

Oeste Pontes e Lacerda 80.922 121.289 164.820 139.569 138.487 145.089 4°

Sudeste Primavera do Leste 191.748 201.016 191.012 154.818 154.555 179.739 14°

Sudeste Rondonópolis 176.078 162.693 159.973 136.531 147.040 136.013 3°

Nordeste São Félix do Araguaia 108.212 148.063 142.184 99.704 102.555 99.594 16°

Oeste Sapezal 62.609 93.851 155.091 73.914 89.289 122.816 17°

Médio-norte Sinop 65.048 69.842 82.502 87.480 120.452 124.756 21°

Centro-sul Tangará da Serra 36.395 50.763 118.026 73.340 52.341 58.462 9°

Nordeste Vila Rica 23.276 29.376 50.359 51.643 36.217 50.589 8°

Mato Grosso 4.658.480 5.220.486 5.365.979 4.122.478 4.181.547 4.332.707 -

Macrorregiões Microrregiões 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ranking 2010

Nordeste Água Boa 0,47 0,47 0,47 0,49 0,50 0,52 19°

Norte Alta Floresta 1,15 1,09 1,05 1,10 1,17 1,22 1°

Oeste Araputanga 1,20 1,14 1,09 1,05 1,06 1,14 3°

Centro-sul Baixada Cuiabana 0,64 0,59 0,57 0,56 0,57 0,59 16°

Sudeste Barra do Garças 0,66 0,59 0,59 0,60 0,62 0,60 15°

Noroeste Colniza 0,76 0,87 0,85 0,90 0,96 1,01 4°

Noroeste Juara 0,89 0,85 0,84 0,87 0,89 0,93 6°

Noroeste Juína 0,98 0,92 0,89 0,93 0,96 1,00 5°

Médio-norte Lucas do Rio Verde 0,33 0,38 0,43 0,43 0,43 0,45 20°

Norte Matupá 0,78 0,75 0,71 0,72 0,76 0,80 9°

Médio-norte Nova Mutum 0,48 0,50 0,56 0,53 0,54 0,59 17°

Centro-sul Pantanal 0,81 0,77 0,74 0,74 0,74 0,77 10°

Norte Paranaíta 0,94 0,98 1,00 1,09 1,12 1,19 2°

Oeste Pontes e Lacerda 0,94 0,91 0,86 0,84 0,85 0,87 7°

Sudeste Primavera do Leste 0,57 0,54 0,55 0,55 0,60 0,59 18°

Sudeste Rondonópolis 0,82 0,79 0,78 0,81 0,82 0,83 8°

Nordeste São Félix do Araguaia 0,30 0,35 0,38 0,36 0,42 0,43 21°

Oeste Sapezal 0,53 0,53 0,54 0,55 0,59 0,62 14°

Médio-norte Sinop 0,49 0,51 0,60 0,65 0,70 0,71 12°

Centro-sul Tangará da Serra 0,79 0,74 0,72 0,70 0,72 0,74 11°

Nordeste Vila Rica 0,62 0,63 0,61 0,60 0,62 0,66 13°

Mato Grosso 0,72 0,71 0,71 0,72 0,74 0,77 -

Tabela 5 - Abate de bovinos por origem nas microrregião em Mato Grosso Unidades: cabeças

Tabela6-TaxadelotaçãomédianasmicrorregiãoemMatoGrosso Unidades: UA/ha

Fonte: IndeaElaboração: Imea

Fonte: Imea

ESTATÍSTICAS

Tabela 7 - Dados dos principais destinos das exportações de Mato Grosso

Fonte: SecexElaboração: Imea

Tabela 8 - Preço do boi gordo à vista livre de Funrural em Mato Grosso Unidades: R$/@

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 62,22 61,26 64,13 67,47 71,23 80,68 81,81 80,43 79,47 80,28 76,22 68,64

2009 68,31 66,19 62,92 65,84 67,10 67,69 66,88 65,95 66,31 68,03 66,23 65,06

2010 66,50 67,92 69,60 73,52 72,65 72,49 73,54 76,58 82,49 86,99 97,79 89,47

Fonte: Imea

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 55,13 54,87 57,29 60,49 63,93 71,77 73,91 73,44 73,23 73,83 70,73 62,92

2009 62,37 60,81 58,21 60,89 62,25 62,82 62,26 61,65 61,97 63,52 62,02 61,20

2010 62,41 63,68 65,14 68,12 67,53 67,18 68,28 70,77 76,38 80,35 91,06 81,34

Tabela 9 - Preço do vaca gorda à vista livre de Funrural em Mato GrossoUnidades: R$/@

Fonte: Imea

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 936,33 1025,92 1045,70 1014,16 995,67 992,66 945,14 866,82

2009 866,64 885,54 842,83 862,91 875,02 897,72 899,12 874,31 857,33 862,30 854,01 830,78

2010 830,17 839,97 861,83 892,67 912,49 910,82 908,39 916,93 954,57 1001,90 1053,88 1045,48

Tabela 10 - Preço do Boi Magro (12@) em Mato GrossoUnidades: R$/cabeça

Fonte: Imea

ESTATÍSTICAS

Blocos e países 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Volume (tec)

União Européia 69.910 112.863 75.150 19.661 11.356 12.317

Oriente Médio 13.977 19.782 21.555 41.775 33.810 72.899

China 3.298 5.239 9.242 10.232 17.633 13.464

Rússia 32.867 68.152 104.603 38.180 63.746 55.938

Egito 13.866 33.873 21.634 9.564 15.633 30.475

Venezuela 0 9.234 29.762 59.689 20.743 16.352

Outros 22.537 38.203 44.487 48.629 22.740 18.293

Total 156.455 287.346 306.434 227.731 185.663 219.737

Valor (US$)

União Européia 74.828.484 223.676.203 205.654.662 54.325.999 51.777.742 67.599.367

Oriente Médio 17.716.686 27.037.693 30.866.236 102.923.156 95.725.349 236.029.773

China 4.871.495 8.401.929 16.231.421 28.509.833 42.815.650 35.900.399

Rússia 48.342.492 129.900.396 183.857.583 104.178.895 137.565.894 157.692.045

Egito 19.658.364 47.598.888 31.067.938 26.646.061 34.233.956 82.472.048

Venezuela 0 18.017.206 60.810.987 196.956.972 60.117.690 50.861.290

Outros 21.969.784 48.897.810 63.189.331 125.255.784 50.767.999 51.184.565

Total 187.387.305 503.530.125 591.678.158 638.796.700 473.004.280 681.739.487

Preço nominal (US$/t)

União Européia 1.070,35 1.981,83 2.736,58 2.763,08 4.559,33 5.488,41

Oriente Médio 1.267,54 1.366,81 1.431,98 2.463,73 2.831,28 3.237,74

China 1.476,94 1.603,82 1.756,19 2.786,21 2.428,14 2.666,42

Rússia 1.470,86 1.906,03 1.757,68 2.728,61 2.158,03 2.819,07

Egito 1.417,75 1.405,20 1.436,04 2.786,08 2.189,81 2.706,23

Venezuela 0,00 1.951,13 2.043,25 3.299,70 2.898,18 3.110,38

Outros 974,85 1.279,96 1.420,39 2.575,77 2.232,49 2.798,09

Total 1.197,71 1.752,35 1.930,85 2.805,04 2.547,66 3.102,52

196 197Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 764,07 849,91 871,97 849,96 835,77 828,74 786,64 723,47

2009 716,48 731,52 690,01 712,31 733,74 760,67 763,84 741,57 724,71 725,28 715,50 697,13

2010 696,06 708,17 736,39 760,73 775,93 772,05 768,85 774,09 793,69 825,26 866,16 855,48

Tabela 11 - Preço do Garrote de 18 meses (9,5@) em Mato GrossoUnidades: R$/cabeça

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 645,37 709,69 725,88 714,00 701,47 693,43 661,19 599,34

2009 596,76 612,44 579,92 593,91 619,88 639,75 639,26 624,42 612,79 613,12 609,71 599,84

2010 602,33 613,78 635,00 660,87 672,28 663,24 653,63 654,78 664,54 679,07 703,21 699,59

Tabela 12 - Preço do Bezerro de 12 meses (7@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Tabela 13 - Preço do Bezerro de 8 meses (5,5@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 580,37 638,89 650,52 645,06 634,14 621,95 587,31 524,59

2009 524,78 540,37 516,39 528,60 553,92 571,73 571,27 561,25 548,81 552,88 548,60 536,43

2010 541,91 556,00 574,33 595,87 612,32 605,36 600,32 601,58 609,98 625,85 646,67 639,67

Tabela 14 - Preço da Vaca solteira (10,5@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 691,48 773,76 777,50 766,66 762,00 757,17 729,39 668,02

2009 662,12 666,17 634,80 650,34 671,10 693,64 690,08 679,77 668,54 671,38 665,30 646,83

2010 653,77 671,88 687,50 717,53 737,38 730,62 726,18 730,87 751,39 779,47 819,94 816,93

Tabela 15 - Preço da Novilha de 18 meses (8,5@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Tabela 16 - Preço da Bezerra de 12 meses (6@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 559,23 631,63 649,97 631,71 623,62 616,37 591,31 536,56

2009 518,82 527,74 499,60 503,38 534,02 555,06 548,90 542,63 535,79 540,05 536,37 520,48

2010 522,41 527,90 536,08 560,87 580,47 580,84 577,95 582,81 605,79 628,02 657,35 656,30

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 379,07 437,91 452,64 446,03 432,75 424,06 399,97 372,24

2009 364,99 369,60 349,08 362,07 380,09 393,76 395,15 391,09 385,85 385,73 379,61 370,63

2010 375,84 383,35 390,11 409,80 422,84 421,32 416,97 419,97 427,10 440,87 458,41 447,74

ESTATÍSTICAS

Fonte: Imea

Tabela 17 - Preço da Bezerra de 8 meses (5@) em Mato Grosso Unidades: R$/cabeça

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2008 379,07 437,91 452,64 446,03 432,75 424,06 399,97 372,24

2009 364,99 369,60 349,08 362,07 380,09 393,76 395,15 391,09 385,85 385,73 379,61 370,63

2010 375,84 383,35 390,11 409,80 422,84 421,32 416,97 419,97 427,10 440,87 458,41 447,74

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Fonte: Imea

Tabela 18 - Preço da carne no atacado em Mato Grosso (Traseiro com osso) Unidades: R$/kg

Tabela 19 - Preço da carne no atacado em Mato Grosso (Dianteiro com osso) Unidades: R$/kg

Tabela 20 - Preço da carne no atacado em Mato Grosso (Ponta de Agulha) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 3,90 3,90 3,73 3,53 3,53 3,80 3,93 4,10 4,27 4,45 4,35

2004 4,55 3,80 3,95 3,80 3,85 3,95 4,08 4,40 4,25 4,45 4,53 4,55

2005 4,35 4,10 4,10 4,00 3,90 3,85 3,68 3,78 3,82 4,59 4,48 4,31

2006 4,13 3,75 3,75 3,88 3,90 3,85 3,77 3,52 3,67 4,63 4,47 4,40

2007 4,47 4,33 4,33 4,33 4,23 4,33 4,57 4,83 4,80 5,00 5,47 5,77

2008 5,40 5,47 5,33 5,37 5,46 5,93 5,87 6,03 6,09 6,65 6,79 6,71

2009 6,65 6,28 5,73 5,94 5,65 5,84 5,78 5,78 6,01 6,14 6,00 6,18

2010 6,28 6,08 6,17 6,23 6,30 6,32 6,42 6,65 7,02 7,72 8,94 8,55

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2,57 2,47 2,33 2,33 2,30 2,47 2,77 2,87 2,80 2,90 2,85

2004 2,60 2,65 2,65 2,65 2,75 2,70 2,70 2,98 2,90 2,85 2,85 2,75

2005 2,55 2,70 2,70 2,74 2,72 2,81 2,78 2,85 2,78 3,15 2,95 2,65

2006 2,35 2,35 2,35 2,43 2,45 2,43 2,32 2,13 2,37 2,87 2,77 2,53

2007 2,37 2,33 2,37 2,43 2,40 2,57 2,70 2,87 2,80 3,00 3,47 3,60

2008 3,33 3,40 3,67 4,03 4,17 4,77 4,82 5,00 4,78 4,95 4,47 3,76

2009 3,77 3,53 3,82 4,22 4,22 4,24 4,13 4,01 4,02 3,82 3,67 3,57

2010 3,51 3,59 3,96 3,99 3,91 4,06 4,14 4,41 4,80 4,99 5,39 4,55

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 2,27 2,27 2,47 2,30 2,22 2,27 2,40 2,57 2,57 2,60 2,55

2004 2,60 2,55 2,55 2,55 2,45 2,60 2,45 2,60 2,60 2,50 2,63 2,84

2005 2,53 2,50 2,50 2,43 2,10 2,25 2,45 2,38 2,50 3,23 2,72 2,43

2006 2,13 2,10 2,10 2,10 2,10 2,03 1,93 1,83 2,00 2,40 2,78 2,17

2007 2,17 2,13 2,20 2,23 2,20 2,17 2,53 2,57 2,50 2,63 3,23 3,50

2008 2,87 2,87 3,07 3,53 3,73 3,97 4,13 4,11 4,28 4,47 4,37 4,17

2009 4,08 3,71 3,62 3,98 3,93 3,93 3,87 3,83 3,83 3,78 3,57 3,52

2010 3,51 3,61 3,70 3,77 3,89 3,88 3,97 4,23 4,62 5,19 5,98 5,36

ESTATÍSTICAS

198 199Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Fonte: Imea

Tabela 21 - Preço da carne no atacado em Mato Grosso (Carcaça Casada) Unidades: R$/kg

Tabela22-PreçodacarnenovarejoemMatoGrosso(média*) Unidades: R$/kg

Tabela23-PreçodacarnenovarejoemMatoGrosso(FiléMignon) Unidades: R$/kg

Tabela24-PreçodacarnenovarejoemMatoGrosso(Contra-filé) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 10,14 9,65 9,39 9,10 8,99 8,89 8,93 8,89 9,23 9,49 9,49 10,10

2007 9,82 11,18 10,33 10,13 9,85 9,45 10,13 10,14 10,14 10,48 11,79 12,39

2008 12,91 12,99 12,99 12,75 12,70 12,57 13,45 13,49 13,77 14,50 15,45 15,45

2009 16,42 16,90 15,95 14,74 14,59 14,59 14,59 14,59 14,91 16,00 15,34 16,44

2010 17,54 14,68 16,32 15,57 15,74 14,90 14,49 15,66 16,59 17,99 22,21 22,08

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2003 3,06 3,06 2,98 2,88 2,88 3,05 3,24 3,41 3,45 3,58 3,47

2004 3,52 3,18 3,25 3,18 3,39 3,27 3,27 3,60 3,48 3,55 3,58 3,60

2005 3,46 3,36 3,36 3,33 3,29 3,29 3,21 3,23 3,23 3,86 3,62 3,55

2006 3,13 2,96 2,96 3,03 3,08 3,08 2,95 2,87 3,00 3,38 3,47 3,43

2007 3,32 3,23 3,22 3,29 3,24 3,33 3,52 3,76 3,70 3,86 4,36 4,70

2008 4,18 4,25 4,28 4,57 4,69 5,17 5,26 5,37 5,39 5,69 5,53 5,18

2009 5,17 4,86 4,67 5,03 4,94 4,96 4,88 4,82 4,94 4,92 4,79 4,82

2010 4,79 4,76 4,96 5,02 5,02 5,10 5,21 5,42 5,73 6,24 7,05 6,50

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 7,02 6,41 6,32 6,47 6,13 6,09 6,22 6,30 6,39 6,56 6,60 7,17

2007 6,80 7,37 6,89 6,79 6,67 6,41 6,64 6,72 6,65 6,97 7,93 8,00

2008 8,20 8,01 8,42 8,49 8,79 8,91 10,24 10,32 10,30 10,67 11,11 11,09

2009 11,15 11,36 10,60 9,81 10,38 10,38 10,14 10,24 10,30 10,66 10,23 10,52

2010 10,81 9,50 9,73 9,79 10,13 10,16 9,99 10,48 11,76 12,43 14,31 13,49

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 15,95 14,38 14,30 14,34 14,42 15,05 15,02 15,19 15,07 15,69 17,29 16,94

2007 17,00 16,94 15,99 15,75 15,44 15,07 14,66 15,45 14,58 15,68 17,99 18,74

2008 19,19 19,99 18,87 18,49 18,74 18,49 21,35 22,99 22,97 21,40 21,45 21,45

2009 21,46 21,47 18,94 17,22 18,24 18,24 18,24 18,99 18,99 18,05 19,72 21,31

2010 22,91 21,65 21,24 18,46 19,03 23,02 20,96 20,27 25,38 24,77 33,27 36,65

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

*metodologia retirada de Bonilha, 2003 Fonte: APR Elaboração: Imea

ESTATÍSTICAS

Tabela 25- Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Picanha) Unidades: R$/kg

Tabela 26 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Alcatra) Unidades: R$/kg

Tabela 27 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Coxão Mole) Unidades: R$/kg

Tabela 28 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Coxão Duro) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 16,74 17,36 16,39 16,24 16,72 16,31 16,64 17,14 16,85 16,94 17,21 16,73

2007 18,43 19,62 18,54 18,33 18,86 16,56 17,22 16,24 16,73 18,17 19,99 18,72

2008 20,13 24,90 22,34 21,49 22,24 21,49 23,35 22,99 23,47 31,38 33,80 39,99

2009 33,17 38,59 33,31 26,18 32,95 32,95 19,97 21,57 32,95 32,95 22,95 24,02

2010 25,10 24,05 24,77 22,52 22,69 21,04 20,59 24,31 29,70 31,05 40,04 41,53

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 10,21 10,04 9,88 10,14 9,36 9,22 9,36 9,62 9,79 9,94 10,09 10,79

2007 10,26 10,69 10,45 10,21 10,06 9,97 10,28 10,49 10,14 11,11 13,17 13,21

2008 13,45 13,45 13,45 13,35 12,68 12,95 13,95 13,95 14,07 14,92 15,89 15,65

2009 16,87 17,45 15,66 14,24 13,99 13,99 13,99 13,99 13,49 16,62 14,99 15,90

2010 16,81 15,89 15,52 13,49 16,29 14,96 15,20 14,89 17,49 17,74 23,13 21,65

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 8,46 7,67 7,54 7,84 7,80 7,78 7,84 8,04 8,25 8,29 8,34 9,19

2007 8,55 9,19 8,72 8,60 8,45 7,95 8,53 8,69 8,65 9,34 10,67 10,59

2008 10,70 10,03 10,75 10,80 10,81 10,84 13,20 13,20 13,07 13,28 13,35 13,35

2009 13,35 13,35 13,02 12,77 12,75 12,75 12,85 12,75 12,75 12,76 12,77 13,01

2010 13,25 11,81 12,09 12,29 12,22 12,41 12,39 12,66 14,69 15,28 16,19 14,74

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 6,34 6,79 6,70 6,64 6,80 6,73 6,92 6,97 7,09 7,27 7,32 7,99

2007 7,47 7,99 7,59 7,49 7,26 6,98 7,38 7,44 7,68 8,21 9,47 9,32

2008 9,54 8,93 9,64 9,61 9,60 9,95 12,45 12,45 12,18 12,25 12,45 12,45

2009 12,20 12,45 11,46 10,62 10,74 10,74 10,89 10,89 10,89 10,89 11,14 11,41

2010 11,68 10,98 10,93 11,18 11,43 11,11 11,28 11,19 12,83 13,25 15,32 13,66

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

Tabela 29 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Patinho) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 7,95 7,26 7,17 7,39 7,30 7,29 7,33 7,61 7,61 7,52 7,51 9,14

2007 8,05 8,93 8,39 8,38 8,38 6,97 7,85 7,99 7,80 8,48 9,54 9,52

2008 9,69 9,55 9,69 9,75 10,01 10,14 12,45 12,45 12,31 12,49 12,59 12,69

2009 12,69 12,69 12,09 11,57 11,94 11,94 12,12 12,12 12,19 12,29 12,04 12,20

2010 12,35 11,02 10,90 11,55 11,87 11,60 11,41 11,67 13,66 14,18 16,02 14,76

Fonte: APRElaboração: Imea

ESTATÍSTICAS

200 201Caracterização da Bovinocultura/IMEA Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Tabela30-PreçodacarnenovarejoemMatoGrosso(Acém) Unidades: R$/kg

Tabela 31 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Músculo) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 6,07 4,97 4,87 5,97 4,70 4,44 4,74 4,71 4,88 4,94 4,91 5,26

2007 5,00 5,29 5,19 5,12 4,95 4,99 5,47 5,45 5,39 5,31 5,45 5,60

2008 5,89 5,49 6,62 6,99 6,99 6,99 6,99 6,99 6,99 8,72 9,49 8,99

2009 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,99 8,49 7,99 7,99 7,99 7,50 9,16

2010 10,83 7,68 6,99 7,49 7,99 8,06 6,49 7,49 9,34 8,84 10,43 9,49

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 5,68 4,74 4,80 4,84 4,48 4,41 4,65 4,83 4,90 5,20 5,12 5,89

2007 5,27 5,89 5,43 5,31 5,29 5,22 4,91 4,95 4,94 4,95 5,98 5,98

2008 5,94 5,55 6,17 6,29 6,64 6,70 8,45 8,45 8,31 8,60 8,85 8,85

2009 8,60 8,85 8,03 7,29 8,97 8,97 8,69 8,99 8,97 8,98 8,74 8,30

2010 7,87 6,95 7,46 7,62 7,74 8,12 8,24 8,56 9,12 10,37 10,57 9,62

Tabela 32 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Costela) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 4,30 4,41 4,19 4,24 3,83 4,01 3,96 3,74 3,61 3,64 3,64 3,46

2007 3,91 4,18 3,50 3,49 3,34 3,57 3,67 3,79 3,60 3,84 3,99 3,99

2008 4,31 4,39 4,62 4,75 6,34 6,99 6,99 6,99 6,99 6,69 6,99 6,99

2009 6,79 6,99 6,79 5,99 5,98 5,98 5,98 5,98 6,49 6,49 5,39 5,37

2010 5,34 4,54 4,99 6,09 6,08 6,04 6,24 6,63 7,43 7,70 9,79 8,64

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

Tabela 33 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Fraldinha) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 7,19 6,47 6,46 6,49 6,45 6,49 6,32 6,29 6,46 6,71 6,84 6,79

2007 6,91 7,14 6,93 6,88 6,71 6,01 6,91 6,94 6,87 7,39 8,26 8,37

2008 8,89 9,24 8,99 9,19 9,27 9,09 9,67 10,58 10,99 10,76 11,82 11,82

2009 12,95 12,65 11,47 10,32 9,95 9,95 9,30 9,90 8,54 9,99 10,12 10,74

2010 11,36 11,04 10,31 10,37 10,91 10,58 10,39 12,08 12,83 13,08 16,05 17,68

Fonte: APRElaboração: Imea

ESTATÍSTICAS

Tabela 34 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Lagarto) Unidades: R$/kg

Tabela 35 - Preço da carne no varejo em Mato Grosso (Maminha) Unidades: R$/kg

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 8,39 7,77 7,40 7,31 7,01 7,08 7,27 7,49 7,41 7,46 7,60 8,69

2007 7,82 8,69 8,09 7,94 7,84 6,80 7,41 7,74 7,55 8,36 8,58 8,99

2008 9,19 9,33 9,62 9,59 9,65 9,89 11,34 10,90 10,90 11,31 11,85 11,60

2009 11,85 11,85 11,60 10,74 9,99 9,99 9,99 9,99 10,05 10,57 10,07 10,79

2010 11,51 9,81 10,17 10,27 10,39 10,90 10,53 11,24 12,12 13,53 15,17 13,23

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2006 9,89 9,60 9,28 8,98 9,24 8,99 8,99 8,99 8,94 8,94 8,99 9,99

2007 9,49 9,99 9,19 8,99 8,99 8,99 9,74 9,99 9,67 10,59 12,55 12,59

2008 13,59 11,99 11,99 11,99 11,99 11,99 13,99 13,99 13,99 14,36 15,64 15,89

2009 16,62 16,99 14,79 14,37 13,99 13,99 12,64 12,64 12,64 15,99 16,99 16,56

2010 16,13 16,80 14,15 13,82 15,27 14,60 14,76 16,16 17,92 19,02 22,86 21,00

Fonte: APRElaboração: Imea

Fonte: APRElaboração: Imea

ESTATÍSTICAS

202 Caracterização da Bovinocultura/IMEA

Tabela 13 - Preço dos insumos da produção de gado de corte Tipo Produto 2009 2010 Varição

Antibiotico Agrovet Plus - R$/50 ml 26,24 25,10 -4,35%

Antitoxico Mercepton - R$/100 ml 13,11 13,27 1,27%

Corretivo De Solo Calcário Dolomítico - R$/t 40,25 45,21 12,32%

Espalhante Adesivo Iharaguen-S - R$/l 3,13 2,15 -31,32%

Herbicida 2,4 D - R$/l 5,86 4,98 -14,94%

Herbicida Dma - 20 R$/l 9,62 7,98 -17,06%

Herbicida Dominun - R$/20 l 67,71 75,25 11,12%

Herbicida Gamit - R$/l 20,91 20,98 0,37%

Herbicida Garlon - R$/20 l 95,46 87,61 -8,22%

Herbicida Glifosato - R$/l 5,11 3,70 -27,56%

Herbicida Padron - R$/20 l 101,70 92,20 -9,34%

Herbicida Plenum - R$/20 l 184,29 188,43 2,24%

Herbicida Togar Tb - R$/20 l 38,23 33,64 -12,00%

Herbicida Tordon - R$/20 l 42,51 38,88 -8,54%

Herbicida Velpar-K - R$/20 l 491,53 492,34 0,16%

Inseticida Barrage - R$/l 35,59 36,52 2,61%

Inseticida Cidental - R$/250 ml 4,70 4,84 3,17%

Inseticida Cipermetrina - R$/l 9,77 8,99 -8,03%

Inseticida Conect - R$/10 l 36,25 36,25 0,00%

Inseticida Engeo Pleno - R$/10 l 46,31 51,21 10,57%

Inseticida Evidence - R$/kg 80,00 80,00 0,00%

Inseticida K-Otrine - R$/kg 16,00 16,00 0,00%

Inseticida Regente - R$/kg 109,13 111,66 2,32%

Macronutriente Kcl - R$/t 790,27 596,71 -24,49%

Macronutriente Sulfato De Amônia - R$/t 296,46 374,77 26,42%

Macronutriente Super Simples - R$/t 260,31 343,42 31,93%

Macronutriente Uréia - R$/t 449,70 532,06 18,31%

Micronutriente Fte - Br 12 - R$/t 910,00 910,00 0,00%

Sal Mineral Sal Mineral 45G P - R$/30 kg 25,32 25,69 1,48%

Sal Mineral Sal Mineral 65G P - R$/30 kg 31,03 31,03 0,01%

Sal Mineral Sal Mineral 90G P - R$/30 kg 36,26 35,53 -2,03%

Semente Brizantha vc 32 - R$/20 kg 3,97 7,71 94,56%

Vacina Aftobov - R$/dose 1,19 1,20 1,37%

Vacina Alurabifa - R$/dose 0,39 0,38 -1,36%

Vacina Anabortina - R$/dose 0,67 0,78 16,64%

Vacina Sintoxan T - R$/dose 0,81 0,80 -1,80%

Vermifugo Duotim - R$/l 110,63 113,06 2,20%

Vermifugo Ivomec - R$/l 281,54 286,03 1,59%

Fonte: Imea

ESTATÍSTICAS