boas praticas bovinocultura leiteira

52

Upload: diegopagungambrosini

Post on 17-Jan-2016

34 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

;D

TRANSCRIPT

Page 1: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira
Page 2: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira
Page 3: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

PROGRAMA RIO RURAL

Secretaria de Estado de Agricultura e PecuáriaSuperintendência de Desenvolvimento Sustentável

Alameda São Boaventura, 770 - Fonseca - 24120-191 - Niterói - RJTelefones: (21) 3607-6003 e (21) 3607-5398E-mail: [email protected]

Governador do Estado do Rio de Janeiro

Sérgio Cabral

Secretário de Estado de Agricultura e Pecuária

Christino Áureo da Silva

Superintendente deDesenvolvimento Sustentável

Nelson Teixeira Alves Filho

Florião, Mônica Mateus

Boas práticas em bovinocultura leiteira com ênfase emsanidade preventiva/Mônica Mateus Florião. -- Niterói: ProgramaRio Rural, 2013.

50 p.; 30cm. - (Programa Rio Rural. Manual Técnico; 38)

Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável emMicrobacias Hidrográficas do Estado do Rio de Janeiro. Secretariade Agricultura e Pecuária.

Projeto: Gerenciamento Integrado em MicrobaciasHidrográficas do Norte-Noroeste Fluminense.

ISSN 1983-5671

1. Gado leiteiro. 2. Sanidade animal. 3. Ordenha. 4. Doença -Controle. 5. Vacinação. I. Série. II. Título

CDD 636.2142

Editoração:

Coordenadoria de Difusão de Tecnologia

CDT/Pesagro-Rio

Fotos:

Mônica Mateus Florião

Page 4: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

Sumário

1. Introdução......................................................................................................5

2. Boas Práticas em bovinocultura leiteira com ênfaseem sanidade preventiva..................................................................................8

Condições de bem estar animal, boas práticas na ordenhae no manejo mãe-cria................................................................................8

Tecnologias de manejo preventivo para controle de parasitosese doenças infecciosas, por meio de vacinação preventivae controle estratégico de parasitos..................................................................34

3. Recomendações técnicas..............................................................................44

4. Vantagens e desvantagens das práticas........................................................44

5. Referências...................................................................................................45

6. Bibliografia recomendada..............................................................................49

Page 5: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

Revisores Técnicos

- Carlos Wilson Gomes Lopes, Médico Veterinário, PhD, LD, Professor Titular(Orientador) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ,pesquisador 1A no CNPq.

- Maria do Carmo de Araújo Fernandes, Bióloga, Doutora em Ciências Biológicas,pesquisadora da PESAGRO-RIO/Centro Estadual de Pesquisa em AgriculturaOrgânica.

Colaboradores

- Geovani Pinheiro Lima, Técnico Agrícola da PESAGRO-RIO, setor debovinocultura leiteira do Sistema Integrado de Produção Agroecológica - S.I.P.A.

- Aline Quintanilha de Freitas, Discente de Medicina Veterinária da UniversidadeEstácio de Sá, estagiária bolsista da UFRRJ/S.I.P.A.

Agradecimentos

Aos funcionários Estevão, Marco Antônio, Clemil e Alberto, do setor debovinocultura leiteira do S.I.P.A.

Page 6: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

5

Boas práticas em bovinocultura leiteiracom ênfase em sanidade preventiva

Mônica Mateus Florião1

1. Introdução

O Brasil detém o segundo maior rebanho bovino do mundo, com cerca de200 milhões de cabeças, sendo esse tipo de criação animal um dos principaissegmentos do agronegócio brasileiro. A bovinocultura leiteira é uma dasatividades em destaque no setor agropecuário nacional e o monitoramento dasanidade animal se faz necessário para assegurar os níveis de produtividade nosrebanhos.

No Estado do Rio de Janeiro, essa atividade é predominantementerealizada por pequenos produtores, que têm capacidade de produção em tornode 50 litros de leite/dia, conforme dados divulgados pelo SEBRAE em 2010, noDiagnóstico Estadual da Cadeia Produtiva do Leite. Esse público caracteriza-setambém pela ocupação de pequenas propriedades rurais e adoção de sistemasde criação à base de pastagens de Brachiaria, sistema manual de ordenha, baixopercentual de animais produtivos na composição do rebanho, ausência oudeficiência no registro de índices zootécnicos e dados da propriedade. Essacombinação de parâmetros culmina em baixo nível tecnológico e apresentacorrelação direta com a baixa taxa de remuneração do capital investido naatividade.

A busca por melhores índices produtivos muitas vezes coloca a saúde dorebanho em risco pelo estresse, que desfavorece o funcionamento do sistemaimunológico dos animais e resulta no desenvolvimento de doenças de diversasnaturezas: infecciosas, metabólicas, parasitárias, imunológicas, comportamentaisetc. exigindo o emprego de medicação sistemática para recuperar a sanidade dorebanho.

Por outro lado, os fármacos terapêuticos (medicação/remédios) utilizadosna pecuária convencional resultam em resíduos na carne e no leite, e além decausarem a contaminação do meio ambiente, trazem prejuízos socioeconômicose grandes agravos à saúde humana (SUAREZ, 2002). Esse modelo de tratamentotem-se mostrado problemático, devido à resistência que os patógenos, emespecial parasitos, adquirem às drogas que estão disponíveis no mercado, e ocontrole deles continua sendo um desafio.

1 Médica Veterinária, Mestre em Ciências Veterinárias, concentração em Parasitologia, discente do ProgramaBinacional de Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária da Universidade Federal Rural doRio de Janeiro - UFRRJ. E-mail: [email protected]

Page 7: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

6

Dentre as principais parasitoses que acometem os bovinos em seuscriatórios, causando significativas perdas, tanto de ordem produtiva quantoeconômica, estão a eimeriose ou coccidiose, as helmintoses e a dermatobiose.

A eimeriose ou coccidiose é uma doença comum e importante por estarassociada à diarreia em bovinos e é causada por espécies do gênero Eimeria(ERNST; BENZ, 1986; REBOUÇAS et al., 1997; URQUHART et al., 1998; RIBEIROet al., 2000). Eimeria é um dos mais importantes protozoários que afetam otrato gastrointestinal da espécie bovina, produzindo enterite contagiosa, queproporciona o aparecimento de diarreia (RODRÍGUEZ-VIVAZ et al., 1996) (Fig. 1e 2).

Figuras 1 e 2: Bezerros com coccidiose apresentando diarreia, que pode causar Síndrome da MáAbsorção, com perdas no ganho de peso e aumento da mortalidade.

A introdução de novas técnicas visando ao aumento da produtividade dorebanho pode causar alterações de manejo ou de ambiente, o que favorece ainstalação e manutenção da coccidiose (KANYARI, 1993). Nas situações em quea densidade animal é alta, há acúmulo de matéria orgânica, umidade excessiva epromiscuidade de faixas etárias, determinando maior risco de contaminação dosanimais e maior probabilidade de ocorrência de surtos ou casos clínicos (FOREYT,1990). A umidade existente nos bezerreiros e a má higienização do localfavorecem o desenvolvimento da infecção e, por conseguinte, o aparecimento deoocistos nas fezes (CERQUEIRA, 1988).

As perdas econômicas referentes à doença se iniciam com a confirmaçãodo parasitismo, através de levantamentos epidemiológicos e exameslaboratoriais, e se tornam maiores com a administração de fármacos, desinfecçãoe custos com mudanças de manejo (FITZGERALD, 1980). Além disso, ocorreredução alimentar, com perdas no ganho de peso e aumento da mortalidade deanimais (DAUGSCHIES; NAJDROWSKI, 2005), algumas vezes responsável porsíndrome de má absorção. Qualquer fator estressante, seja temperatura elevada,mudança brusca de temperatura, deficiência nutricional, reagrupamento dosanimais, desmama precoce e outras doenças infecciosas, pode acarretar o

Page 8: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

7

aparecimento precoce da coccidiose clínica (REBHUN, 2000; NORONHA JÚNIOR;BUZETTI, 2002). Os animais adultos são portadores e fontes potenciais deinfecção para os bezerros recém-nascidos, que podem contrair a infecção poucosdias após o nascimento, enquanto estão com as mães (CERQUEIRA, 1988;RODRIGUEZ-VIVAS et al., 1996).

Além desse problema, o controle dos helmintos de rebanhos leiteiros éinfluenciado pelas variações sazonais de suas populações, que são reguladas,principalmente, pelas condições climáticas, raça e susceptibilidade individual dohospedeiro. E ainda pela interação entre hospedeiro e parasito, que pode serinfluenciada pela concentração de animais por área, faixa etária e índicenutricional (CATTO, 1982).

O parasitismo por helmintos é responsável por elevadas perdaseconômicas, ocasionando baixa eficiência reprodutiva, perda progressiva depeso, redução na produção de leite e, em casos extremos, até morte dos animais(Fig. 3 e 4). O controle de parasitos gastrintestinais em vacas de leite é degrande relevância, já que são mantidas em pastejo contínuo, o que as tornavulneráveis às reinfecções, assim como fontes de reinfestações das pastagens(CHARLES; FURLONG, 1992).

Figuras 3 e 4: Bezerras apresentando pelos arrepiados e sem brilho e emagrecimento, aspecto característicoda infestação por helmintos.

Conforme Moya Borja (2004), Dermatobia hominis (Linneus Jr., 1781)(Díptera: Cuterebridae), vulgarmente conhecida no Brasil como “mosca doberne”, tem alta incidência no gado bovino criado em várias regiões do país.Infesta um número relativamente grande de hospedeiros, sendo os bovinos osmais acometidos. A larva desta mosca (Fig. 5), uma vez presente na pele dosanimais, causa a chamada miíase furuncular ou dermatobiose (Fig. 6), que secaracteriza pela formação de nódulos no hospedeiro. A D.hominis se encontrabem adaptada no Brasil, concentrando-se principalmente nas regiões de climaquente e úmido, com vegetação abundante e altitudes inferiores a 1.000 metros.

Page 9: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

8

Figura 5: Larva (L3) de D.hominis. Figura 6: Vaca apresentando dermatobiose.

Vem crescendo, principalmente dentro de comunidades mais esclarecidas,uma forte conscientização de que a natureza não é infinita em sua capacidade deabsorver os impactos resultantes de todas as atividades humanas, no ritmo emque vêm ocorrendo, sem que sejam alteradas as condições ambientais globais. Eainda se observa mudança de paradigma no que se refere ao conceito de saúde edoença, o que tem incentivado a execução de pesquisas sobre formas decontrole integrado e de alternativas terapêuticas (THAMSBORG et al., 1999).

Nesse contexto, Florião (2011) apresentou um novo conceito de manejode bovinos leiteiros em que priorizou o bem-estar animal, o controle estratégicode parasitos e o uso de medicamentos homeopáticos. Essas experiências estãosendo realizadas desde setembro de 2009 no rebanho bovino leiteiro do SistemaIntegrado de Produção Agroecológica - SIPA, Fazendinha Agroecológica - Km 47,em cooperação técnica entre a Embrapa Agrobiologia, Embrapa Solos, a Empresade Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO-RIO/CentroEstadual de Pesquisa em Agricultura Orgânica) e a Universidade Federal Rural doRio de Janeiro (ALMEIDA et al., 2003; FLORIÃO, 2011). O SIPA localiza-se nomunicípio de Seropédica, na região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.Assim sendo, o objetivo deste manual é divulgar tecnologias agroecológicas einsumos adequados para o manejo de bovinos de leite de unidades de produçãoconvencional ou orgânica, aumentando não só a oferta de leite de melhorqualidade como também promovendo a redução de custos e a melhoria dosprocessos produtivos.

2. Boas Práticas em bovinocultura leiteira comênfase em sanidade preventiva

Condições de bem-estar animal, boas práticas na ordenhae no manejo mãe-cria

Bem-estar animal

O conhecimento do comportamento animal e o uso de estratégias demanejo racional podem assegurar o bem-estar dos animais e gerar ganhos

Page 10: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

9

diretos e indiretos de produtividade e na qualidade do produto final. Por outrolado, o manejo inadequado, além de causar estresse e sofrimento desnecessário,afeta diretamente a produtividade e a qualidade dos produtos de origem animal.O bem-estar animal deve ser priorizado através da utilização de:

● Instalações seguras para os bovinos, ventiladas, com sombreamento adequadoque garantam funcionalidade higiene e conforto (Fig. 7, 8 e 9).

Para que o conjunto de operações dentro de uma propriedade de produçãoleiteira seja bem sucedido, é de crucial importância que as instalações estejampreparadas para tal e, para que isto ocorra, alguns requisitos básicos devem seratendidos, como localização, orientação e distribuição dos prédios envolvidos. Oterreno escolhido para a edificação das instalações deve, antes de tudo, ser defácil acesso, para que o escoamento da produção seja facilitado e não hajadificuldades no suprimento de energia elétrica e água de boa qualidade, além depermitir que o fluxo de pessoas e animais ocorra sem maiores transtornos.(SOUZA, 2004).

Recomenda-se, nos trópicos, que as instalações destinadas ao manejo dosanimais, em seu eixo longitudinal, estejam orientadas no sentido Leste-Oeste,para que, no verão, haja menor incidência de radiação solar no interior dasinstalações e maior insolação da face Norte no inverno (CARVALHO FILHO et al.,2002; SOUZA, 2004).

Pisos e paredes devem ser compostos por materiais duráveis e de fácilhigienização. O piso deve ter caimento suficiente para facilitar a drenagem daágua em direção aos ralos, e ainda ser áspero, de forma que garanta asegurança no deslocamento dos animais. Os comedouros ou cochos, onde osanimais receberão a alimentação volumosa e concentrada diariamente, devemser amplos para que não ocorram disputas pelo acesso à comida e todos tenhamacesso à alimentação. Eles devem ter fundo liso e formato arredondado paraevitar o acúmulo de resíduos de comida e facilitar a higienização (BRITO, 2005).

Figura 7: Funcionalidade das instalações, piso de cimentoáspero (não liso), canzil simplificado e cocho paraalimentação.

Page 11: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

10

Figura 8: Funcionalidade das instalações; instalações dobezerreiro têm comunicação com sala de ordenha,facilitando o manejo.

Figura 9: Curral bem ventilado, recebendo luz solar, comhigiene adequada e divisões para evitar o contato deanimais jovens com os adultos.

● Água de boa qualidade, isenta de agentes químicos e biológicos que possamcomprometer a saúde e o vigor animal, em bebedouros adequados e limpos (Fig.10).

Os bebedouros devem ser distribuídos nas pastagens de forma que osanimais não tenham que se deslocar por grandes distâncias para saciar sua sede.Também é importante a utilização de um sistema de boias para que haja afrequente renovação e reabastecimento de água.

Page 12: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

11

Figura 10: Bebedouros com água potável, comabastecimento controlado por sistema de boia.

● Piquetes com cercas de contenção seguras, com sombreamento suficiente paragarantir conforto térmico (Fig. 11 e 12).

Mesmo quando submetidos à temperatura ambiente amena, áreas desombreamento nas pastagens se fazem necessárias para reduzir o estressecalórico dos animais nas horas mais quentes do dia. A arborização das pastagensé um importante item na manutenção do bem-estar animal, pois minimiza ogasto energético com a manutenção da temperatura corporal, que pode serdirecionado para outros eventos produtivos (RODRIGUES et al., 2010).

Figura 11: Cercas de contenção eletrificadas econfeccionadas com arame liso, não oferecendo risco deferimento aos bovinos.

Page 13: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

12

Figura 12: Sombreamento de pastagem com espécie deleguminosa arbórea, garantindo sombra com penetração deraios solares para melhor crescimento da forragem, e boaventilação.

● Corredores com espaço adequado para o trânsito de bovinos leiteiros (Fig. 13)

Figura 13: Os corredores, bebedouros e áreas de descanso(com sombreamento) devem ser alocados de modo aminimizar o esforço do animal.

● Alimentação nutritiva, saudável, de qualidade e em quantidade adequada, deacordo com as exigências nutricionais da espécie bovina (Fig. 14 a 20).

Para que o bovino leiteiro seja efetivamente produtivo, sua alimentaçãodeve atender a todas as suas exigências fisiológicas (mantença, crescimento ereprodução) e, então, o leite, subproduto da função reprodutiva do bovino, seráproduzido. Em um sistema de produção de leite, os custos com a alimentaçãopodem chegar a 70% dos gastos totais, portanto, para que uma propriedadeleiteira seja considerada produtiva, a nutrição deve ser ajustada, sem excessosou faltas (CARVALHO et al., 2002).

Page 14: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

13

A arborização das pastagens, além de propiciar conforto térmico, confereao solo maior teor de minerais, que serão transmitidos às gramíneas, sendoessenciais para a nutrição dos animais (PACIULLO; AROEIRA, 2012). Adistribuição uniforme das espécies arbóreas também é capaz de homogeneizar acarga de esterco depositada naturalmente pelos animais durante o período depermanência sobre as pastagens, contribuindo para a biociclagem de nutrientes(BUSATO et al., 2009) (Fig. 14).

Figura 14: Esquema de biociclagem de nutrientes.Fonte: Busato et al. (2009), adaptado pela autora.

A produtividade de vacas de leite também está atrelada à capacidadeprodutiva da pastagem e ao seu valor nutricional. Porém, a produtividade e aqualidade da pastagem estão diretamente ligadas à nutrição do solo e ao seumanejo (CECATO et al., 2002). As pastagens e forragens picadas, bem como autilização de espécies vegetais para a suplementação volumosa no cocho, são asformas mais econômicas de prover suplementação nutricional, e quando bemmanejadas podem compor até 100% da dieta do rebanho leiteiro. Os sistemasde produção a pasto têm muitas vantagens sobre os sistemas de confinamento,já que, quando maiores extensões de terra estão disponíveis, os custos cominstalações, mão de obra e manutenção são menores (PEREIRA; CÓSER, 2010).

A introdução de leguminosas forrageiras em associação com gramíneas éindicada, pois tal associação melhora significantemente a qualidade de matériaorgânica do solo, aumentando a disponibilidade de nitrogênio nas pastagens.Esse fato ocorre porque as leguminosas exercem o papel de biofixadoras donitrogênio atmosférico, aumentando a fertilidade do solo, e ainda servem comofonte de proteína para a alimentação animal (URQUIAGUA et al., 1998).

Page 15: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

14

Quando se garantem boas condições de pastoreio ao rebanho, está-se, porconseguinte, investindo em produtividade e longevidade dos animais (Fig. 15 a 20).

Figuras 15 e 16: Pastagens com espécie de leguminosa arbórea, Gliricidia sepium.

Figura 17: Muda protegida de leguminosa arbórea Albizia sp,para sombreamento de pastagem e fixação de Nitrogênio nosolo.

Figura 18: Plantio de muda de Albizia sp e início de montagem da proteção da muda em pasto para bovinosleiteiros.

Page 16: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

15

Figura 19: Piquete de pastagem para bovinos com mudasprotegidas de Albizia sp, já implantadas e incorporadas aopastoreio.

Figura 20: Fornecimento de suplementação volumosa para bovinos leiteiros com leguminosa (fonte defibra e proteína) no período da seca para composição da dieta e feno de Gliricidia sp (à direita).

● Manutenção da higiene e saúde em todo o processo criatório.

● O estresse psicológico deverá ser evitado (maus tratos, isolamento, pressa nacondução dos animais), uma vez que se trata de um dos principais causadoresde redução na produção leiteira e predisposição a quedas de imunidade nosanimais (Fig. 21 e 22).

Page 17: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

16

Figura 21: O estresse psicológico é evitado, facilitando ocontato e manejo dos animais, que se tornam dóceis.

Figura 22: A condução de vacas leiteiras deve ser feitasempre ao passo e com tranquilidade.

Boas práticas na ordenha - os conhecimentos sobre o comportamentodas vacas leiteiras e das técnicas corretas para a realização da ordenha sãopontos chaves para a implantação de práticas adequadas de manejo na ordenhae para a obtenção de leite com alta qualidade. Também é necessário que oresponsável pela ordenha seja capaz de perceber as necessidades das vacas sobseus cuidados, que goste dos animais e de seu trabalho.

Para a obtenção de um leite de boa qualidade, é fundamental que as vacasestejam saudáveis. O ordenhador deve estar sempre atento a alguns sinaisexibidos pelas vacas, como olhos fundos, pelos arrepiados e sem brilho,diminuição da ingesta, parada da ruminação, diminuição da produção de leite ealterações na urina ou nas fezes (muito mole, ou muito seca, ou com sangue),que podem ser indicativos de problemas de saúde.

Para que a ordenha seja executada de forma correta, é necessário que osresponsáveis por ela conheçam o seu trabalho, realizando-o de forma adequada,paciente e cuidadosa, evitando estressar as vacas.

Page 18: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

17

As vacas leiteiras estabelecem rotinas, sendo fundamental a definição dehorários específicos para alimentação e descanso, e também para a ordenha.Elas devem ser conduzidas ao local da ordenha com zelo, preferencialmente nosmesmos horários e pelas mesmas pessoas. São de responsabilidade doordenhador: o cumprimento dos horários de ordenha, a preparação dasinstalações, o acompanhamento da saúde das vacas, a realização da ordenha e oacompanhamento da qualidade do leite. Além de cumprir suas responsabilidades,o responsável pela ordenha deve demonstrar paciência, habilidade esensibilidade no manejo das vacas. Também é importante que esteja bempreparado fisicamente para o desempenho do seu trabalho.

O local onde é realizada a ordenha deve ser projetado de forma que oordenhador tenha segurança e os animais estejam confortáveis. As instalaçõesdevem ser bem ventiladas para se evitar a proliferação de patógenos (Fig. 23 e 24).

Figura 23: Sala de ordenha bem arejada, ampla e comcalha no piso para escoamento de umidade, facilitando alimpeza e evitando a proliferação de patógenos.

Figura 24: A rotina estabelecida deve ser seguidacriteriosamente pelo ordenhador, garantindo conforto paraas vacas e evitando acidentes e riscos para os animais eordenhador.

Page 19: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

18

Linha de Ordenha - a ordem em que as vacas são ordenhadas é chamada delinha de ordenha (Fig. 25), que geralmente é definida com base no diagnósticode mastite. A ordenha é realizada na seguinte sequência:

- Vacas primíparas (de primeira cria), sem mastite.- Vacas pluríparas, que nunca tiveram mastite.- Vacas que já tiveram mastite, mas que foram curadas.- Vacas com mastite subclínica.- Vacas com mastite clínica.

Figura 25: Exemplo de quadro informativo para sala de ordenha,contendo a sequencia da linha de ordenha com a ordem em que asvacas deverão ser ordenhadas.

Este é um esquema lógico que deve ser aplicado com a finalidade de evitara transmissão da mastite contagiosa no momento da ordenha. Ao esquematizara linha de ordenha, lembre-se de respeitar a individualidade das vacas, nãomisturando, na mesma bateria, animais que não são companheiros.

Situações especiais - vacas recém-paridas passam por um período de estressenatural. Assim, devem receber atenção especial durante a ordenha. Isso éimportante principalmente em vacas de primeira cria (primíparas), pois elasgeralmente ficam mais estressadas e reativas devido à falta de contato préviocom o ordenhador e com a sala de ordenha.

É recomendado condicionar com antecedência as primíparas, conduzindo-as à sala de ordenha a partir de trinta dias antes do parto. Isso deve ser feito aofinal da ordenha e de forma tranquila. Nos primeiros dias, elas devem ficar soltasna instalação e o ordenhador deverá caminhar entre elas e falar suavemente.Depois de alguns dias, é recomendado prendê-las no canzil de ordenha eestimulá-las com toques suaves nas pernas e no úbere.

Page 20: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

19

Vacas com problemas de saúde deverão ficar por último na linha deordenha para que o ordenhador possa lhes dar atenção especial. Essa práticatambém reduz o risco de transmissão de doenças às outras vacas.

É importante lembrar que vacas com problemas de casco, mastite ou comoutras enfermidades, geralmente sentem dor e desconforto e caminham maislentamente que as demais. É importante que se respeite o tempo de locomoçãode cada vaca para evitar que elas se acidentem.

Tipos de ordenha - a ordenha pode ser realizada de forma manual oumecanizada. A escolha do tipo de ordenha depende de vários fatores, dentreeles: o número de vacas em lactação, a capacidade de investimento do produtor,a disponibilidade de pessoas capacitadas para realizar a ordenha e, por fim, onível de produção das vacas.

A ordenha manual é o sistema mais antigo de ordenha, e ainda muitofrequente, principalmente em pequenos rebanhos. O investimento emequipamentos é baixo, o que exige maior esforço do ordenhador.

A ordenha mecanizada possibilita a extração do leite mais rápido do que aordenha manual e, quando bem realizada, tem menor risco de contaminação.

Preparação para a ordenha - as vacas devem ser conduzidas à sala deordenha de forma tranquila e paciente, calmamente, tocando-as e chamando-aspelos nomes. Quando a contenção for feita através de canzil (Fig. 26) oucorrente (Fig. 27), eles devem estar abertos antes da chegada dos animais nasala de ordenha e, após o posicionamento dos animais, devem ser fechados semmovimentos bruscos. Para evitar acidentes, pode ser necessário o uso de peias.Neste caso, as pernas traseiras das vacas devem ser amarradas calmamente.

Figura 26: Contenção das vacas na sala de ordenha por meiode canzil.

Page 21: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

20

Figura 27: Contenção das vacas na sala de ordenha por meiode correntes.

Sempre que o ordenhador se aproximar das vacas deve, se possível,chamá-las pelos nomes, e encostar a mão na perna ou no úbere da vaca antesde pegar em seu teto. Isso é muito importante para que a vaca não se assustecom a sua presença, reduzindo o risco de coices (Fig. 28).

.

Figura 28: Abordagem adequada da vaca antes da ordenha.

Quando houver muita sujidade sobre os tetos, será necessário lavá-los,porém o jato d’água deve ser direcionado apenas para os tetos, sem molhar oúbere. Com isso, evita-se que sujidades escorram do alto do úbere para dentroda teteira, contaminando o leite.

Na fase de lactação, deve-se ter atenção especial com a mastite, doençaque causa grandes prejuízos para a atividade leiteira. Conforme o tipo demicroorganismo causador da mastite, ela pode ser classificada em contagiosa eambiental (Quadro 1).

Page 22: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

21

Mastite contagiosa: causada por micróbios que estão presentes no úbere e sãotransmitidos pelas mãos do ordenhador e equipamentos de ordenha. Essesmicróbios entram no canal do teto e causam a infecção. Esse tipo de mastite éfacilmente transmitido de um animal para outro durante a ordenha, por isso aimportância da adoção de boas práticas de higiene e desinfecção.

Mastite ambiental: causada por micróbios presentes no ambiente (solo, camas,material vegetal, pisos dos currais etc.), ocorrendo com maior frequência emperíodos quentes e úmidos. O maior risco de contágio é logo após a ordenha,quando os esfíncteres (orifícios) dos tetos ainda estão abertos e a vaca deitasobre solo ou material contaminado, facilitando a entrada de micro-organismosno canal do teto, o que leva à infecção (Fig. 29 e 30).

Figura 29: Esquema da morfologia da glândula mamária das vacas e a “porta de entrada”para os agentes causadores de mastite.

Figura 30: Tetas em contato com sujidades do solo logo após aordenha significa risco iminente de contaminação e mastite.

Page 23: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

22

Quadro 1: Características gerais das mastites contagiosa e ambiental em função doindicador utilizado.

MASTITES

Indicadores Contagiosa Ambiental

% vacas CMT ++/+++ Maior que 15% Menor que 15%

% mastite clínica Variável Maior que 3%

Ocorrência dos casos Durante a lactação Geralmente, ao parto einício da lactação

Principais vetoresMãos do ordenhador,panos, esponjas, teteiras emoscas

Solo, fezes, lama e camasorgânicas

Microrganismosenvolvidos

Streptococcus agalactiaeStaphylococcus aureusCorynebacterium bovis

Escherichia coliKlebsiela sp.Enterobacter sp.Streptococcus uberisStreptococcus dysgalactiaeSerratia sp.

Incidência de infecção Alta: casos subclínicosBaixa: casos clínicos

Alta: casos clínicosBaixa: casos subclínicos

Fonte: Fonseca; Santos (2001), adaptado pela autora.

Quanto ao diagnóstico, a mastite pode ser classificada como clínica e sub-clínica.

Mastite clínica: é mais fácil de ser percebida, pois geralmente causa diminuiçãona ingestão de alimentos, a vaca fica com o úbere inflamado (com aumento devolume, avermelhado e quente) e o leite com grumos, pus ou sangue. Paramelhor controle desse tipo de mastite, deve-se fazer o teste da caneca de fundopreto em todas as vacas e em todas as ordenhas. Além do teste da caneca, podeser feita a palpação do úbere nos casos de suspeita de mastite; úbere maisrígido que o normal, quente e avermelhado é sinal de mastite.

Vacas com mastite clínica podem apresentar o úbere inchado e dolorido,por isso, aproxime-se suavemente e toque o úbere com delicadeza. Tire trêsjatos de leite de cada um dos tetos, acondicione na caneca de fundo preto econfira um por um se há alguma alteração, como grumos (Fig. 31) ou pus e sehá sangue ou coloração alterada. Caso haja alteração no leite de algum dostetos, limpe a caneca antes de continuar o teste. Ao deixar o leite contaminadona caneca, corre-se o risco de contaminação dos tetos sadios.

Page 24: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

23

Figura 31: Teste da caneca de fundo preto com resultado positivopara mastite clínica.

Mastite subclínica: é mais difícil de ser percebida, pois a vaca não apresentasintomas claros do problema, a não ser pequena queda na produção de leite. Amastite subclínica pode ser detectada pelos testes de contagem de célulassomáticas no leite - CCS ou pelo Califórnia Mastite Teste - CMT (Fig. 32).

Figura 32: Raquete para Califórnia Mastite Teste e detecção damastite subclínica.

A preocupação com a higiene pessoal é fundamental, devendo-se lavar asmãos antes e durante as ordenhas, lavar as mãos após ir ao banheiro, mantercabelo preso e unhas cortadas e usar roupas, aventais e botas limpos. Tudo issocontribui para melhorar a saúde das vacas e a qualidade do leite.

Page 25: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

24

Deve-se realizar o teste de CMT ou CCS pelo menos duas vezes por mês.Os resultados devem ser utilizados para planejar a linha de ordenha.

O CMT é o teste mais comum por ser de fácil execução. É necessárioutilizar uma raquete própria e a solução CMT para realizá-lo, materiais quepodem ser adquiridos em lojas agropecuárias (Fig. 33). Para executá-locorretamente, coleta-se o leite de cada teto em cada um dos compartimentos daraquete; em seguida, inclina-se a raquete até que o leite atinja a marca inferior(indicada no compartimento da raquete e que corresponde a 2 ml de leite);depois, adiciona-se a solução CMT até atingir a marca superior(aproximadamente 2 ml de solução). Feito isso, devem-se realizar movimentoscirculares com a raquete para promover a mistura do leite com a solução CMTpara, em seguida, fazer a leitura do teste.

A leitura do CMT leva em conta a reação do leite com a solução CMT e odiagnóstico deve ser sempre realizado por pessoa capacitada, medianteorientação de um médico veterinário.

Figura 33: Diagnóstico de mastite subclínica com o Califórnia MastiteTeste, utilizando-se a raquete própria e a solução reagente CMT.

O pré-dipping é um método de desinfecção dos tetos antes da ordenha eseu objetivo é a prevenção da mastite ambiental. Consiste no mergulho dos tetosem solução desinfetante, podendo ser empregada solução de iodo (0,25%),solução de clorexidine (de 0,25 a 0,5%) ou ainda de cloro (0,2%) (Fig. 34). Opré-dipping deve ser aplicado em todas as vacas, inclusive nas que apresentammastite clínica. Nestes casos, devem-se tomar cuidados específicos para evitarcontágios, realizando a troca ou a desinfecção do copo aplicador. Dê preferênciaao uso de copo aplicador sem retorno, em que o desinfetante aplicado no tetonão se mistura com a solução que será aplicada nos outros tetos. Inicie aaplicação pelos tetos que ficam mais distantes para os mais próximos. Depois daaplicação, deixe a solução agir por 30 segundos e, então, seque os tetos compapel toalha (Fig. 35).

Page 26: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

25

Figura 34: Pré-dipping. Figura 35: Secagem do teto com papel toalha.

Logo após a ordenha, é recomendado soltar os bezerros junto às mães,permitindo que mamem até que parem naturalmente, e só depois apartá-los desuas mães (Fig. 36). Isto será fundamental para a ingestão de leite pelo bezerroe esvaziamento completo do úbere.

Figura 36: Após a ordenha, os bezerros devem ficar em contato com suas mãespara mamarem completamente o leite do úbere, evitando o leite residual eimpedindo que as vacas deitem logo após a ordenha, predispondo a mastite.

Page 27: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

26

Sequência das ações até a ordenha propriamente dita

A. Contenção das vacas no canzil de ordenha (Fig. 37).

Figura 37: Após a entrada no canzil de ordenha, as vacas devem ser contidas com peias.

B. Pré-dipping ou desinfecção dos tetos antes da ordenha (Fig. 38).

Figura 38: Desinfecção de tetos com solução desinfetante, pré-dipping.

C. Secagem das tetas com papel toalha (Fig. 39).

Figura 39: Secagem de todos os tetos com papel toalha.

Page 28: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

27

D. Higiene das mãos do ordenhador com sabão neutro (Fig. 40)

Figura 40: Higienização das mãos do ordenhadorcom sabão neutro, antes de iniciar a ordenha.

E. Abordagem da vaca antes de iniciar a ordenha, utilizando-se o dorso damão com afagos para evitar que a mesma se assuste (Fig. 41).

Figura 41: Aproximação suave do ordenhador paraevitar que a vaca de leite se assuste.

F. Ordenha propriamente dita (Fig. 42).

Figura 42: Com a vaca adequadamente contida, oordenhador procede à ordenha.

Page 29: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

28

Em ordenhas mecanizadas, em que vacas e bezerros ficam presos nocanzil de ordenha, aconselha-se abrir o portão de saída e estimulá-los a sair,batendo palmas e falando com eles, permitindo que mãe e filho mantenhamcontato durante pelo menos 20 minutos.

O pós-dipping é a imersão dos tetos em solução desinfetante glicerinada,sendo geralmente utilizada solução de iodo (0,5%), de clorexidine (de 0,5 a1,0%) ou de cloro (de 0,3 a 0,5%). Esse procedimento tem o objetivo deproteger os tetos contra a infecção por microrganismos causadores da mastite.

O alimento deve ser fornecido para a vaca assim que ela sair da sala deordenha. Ao fazê-lo, diminui-se a probabilidade de ela se deitar. É importanteque ela fique de pé por no mínimo 30 minutos, tempo necessário para que oesfíncter do teto se feche, diminuindo o risco de mastite ambiental.

Limpeza e desinfecção da sala de ordenha e equipamentos - a remoçãodas fezes do ambiente de ordenha deve ser feita cuidadosamente para minimizaro risco de contaminação, devendo ocorrer entre uma bateria e outra de animais.Utilize um rodo ou uma pá para empurrar (ou puxar) a maior parte das fezespara a calha de drenagem e utilize água para remover o restante de fezes e/ouurina, lavando o local.

Não se deve fazer uso de mangueira de água para empurrar as fezes, poisesse procedimento aumenta o risco de contaminação (Fig. 43).

Figura 43: Na higiene da sala de ordenha, é importante aremoção das fezes e urina após a ordenha e entre as bateriasde ordenha, utilizando-se rodo e pá e, posteriormente,mangueira d’água para lavagem.

Imediatamente após a ordenha, deve-se realizar a limpeza das instalaçõese dos equipamentos. Para a lavagem e desinfecção de equipamentos de ordenhamecanizada, siga as instruções do fabricante.

Page 30: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

29

Na ordenha manual, os baldes e os utensílios deverão ser lavados comágua corrente e detergente. Depois de lavados, coloque-os virados para baixoem local limpo para secarem naturalmente. Após cada ordenha, deixe asinstalações e todos os equipamentos, materiais e utensílios preparados para oinício da próxima.

Manejo mãe-cria - para garantir que a atividade produtiva torne-se lucrativa, énecessário que o índice de reprodução dos animais seja elevado. Quando sealcança a meta de uma parição/ano/vaca, assegura-se a lactação da mesma,assim como a produção de novilhas e tourinhos que garante renda adicional aoprodutor. Para que isso aconteça, o zelo com a saúde da mãe e da cria éindispensável.

Os cuidados com a saúde do bezerro começam com o manejo adequado desuas mães. Ainda antes da cobertura, é fundamental proteger o feto contra asdoenças que podem causar sua expulsão, ou seja, o abortamento. Érecomendável a realização do exame ginecológico das matrizes e, em certoscasos, exame laboratorial complementar para identificar se são acometidas pordoenças como Brucelose, Leptospirose, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) eDiarreia Bovina a Vírus (BVD), entre outras que causam o aborto e atéinfertilidade.

Manejo no período pré-parto - nos sessenta dias que antecedem o parto,deve-se estabelecer o período seco, que tem o objetivo de garantir a boarecuperação do tecido mamário, desgastado pelo período de lactação anterior e obom acúmulo de colostro, além de assegurar o desenvolvimento fetal erecuperar as reservas corporais da vaca.

Nesse período, devem cessar as ordenhas e as vacas devem seracondicionadas em instalações especiais, denominadas piquetes maternidade.Esses piquetes devem oferecer pastagens de boa qualidade, cochos ebebedouros amplos, ambiente limpo, sombreado, bem ventilado, espaçoso e defácil acesso, de preferência próximo à maternidade (Fig. 44).

O local deve ser calmo, pois no momento do parto, vaca e bezerro passampor um processo de reconhecimento mútuo. Os estímulos externos podemprejudicar o reconhecimento entre mãe e filhote. Sabe-se que, em locaisagitados, as vacas geralmente interrompem o contato com o bezerro, deixandode cuidar dele para ficar em vigilância. Com isso, aumenta o tempo que osbezerros levam para levantar e mamar.

Page 31: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

30

Figura 44: Piquetes maternidade devem ser, de preferência,planos e próximos ao curral, além de garantirem conforto esegurança para a vaca no pré-parto.

Até 70% das enfermidades de vacas leiteiras se manifestam ou têm iníciono período pré-parto, sendo que a maioria se manifesta no imediato pós-parto.Os fatores predisponentes são a diminuição da resposta imunológica, dificuldadeem manter o metabolismo em seu correto funcionamento, alterações hormonaisdo fim da gestação e grandes alterações nutricionais.

A adoção de técnicas alimentares corretas, específicas para essa fase, temgrande influência na incidência de desordens metabólicas e enfermidadesinfecciosas. O escore corporal é um parâmetro que pode ser utilizado paracontrolar os riscos de desordens metabólicas, visto que tanto vacas muitogordas, quanto vacas muito magras, são pré-dispostas a padecerem por taisdesordens.

O manejo de vacas prenhes, especialmente ao final da gestação, deveocorrer apenas quando for realmente necessário. Nesses casos, o manejo deveser muito calmo, conduzindo as vacas sempre ao passo, evitando aglomerações(curral, corredor), agressões e uso de choque. Submeter vacas prenhes asituações estressantes pode induzir abortos.

Parto - o período de gestação da vaca chega ao fim por volta de 285 dias após acobertura. E para que se possa auxiliar, caso necessário, é de extremaimportância que os tratadores sejam treinados para saber identificar quando omomento do parto se aproxima.

Um pouco antes de parir, as vacas ficam inquietas, geralmente seafastando do rebanho em busca de local para o parto. Esse período pode durarde 4 a 24 horas. Vacas muito gordas ou muito magras apresentam maior riscode problemas de parto; as gordas por apresentarem contrações mais fracas e asmagras por poderem não ter a energia necessária para o trabalho de parto. Amaioria das vacas que parem facilmente permanece deitada até o nascimento do

Page 32: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

31

bezerro, finalizando o parto ao se levantar, o que resulta no rompimento docordão umbilical. O fato de a vaca parir em pé pode estar relacionado às causasambientais (presença de cães ou urubus no pasto), à dificuldade de parto(bezerro fraco, muito grande, condição corporal não adequada da vaca) e àinexperiência da vaca (novilhas).

Em condições normais, o parto tem duração de 30 minutos a 4 horas. Aexpulsão da placenta ocorre de 4 a 5 horas após o parto, não devendoultrapassar 24 horas, o que é indicativo de retenção de placenta. Em geral avaca ingere a placenta (Fig. 45).

Figura 45: Após um parto normal com expulsão completa daplacenta, a vaca ingere a placenta.

O ideal é que o bezerro mame pela primeira vez em até três horas após oparto. Esse tempo é geralmente maior em casos de novilhas, que são maissensíveis ao estresse do parto e inexperientes no cuidado com os filhotes,resultando em movimentos que dificultam o acesso dos bezerros ao úbere ouatos agressivos (coices e cabeçadas) dirigidos aos mesmos. Geralmente, essescomportamentos ocorrem nas primeiras horas após o parto, diminuindo oucessando à medida que se acostumam com os bezerros.

No momento do parto os seguintes cuidados são recomendados:

- Utilizar luvas descartáveis, que protegem todo o braço (luva de inseminação).

- Lavar bem com água e sabão o posterior da vaca, principalmente a região doreto e da vulva.

- Caso seja necessário amarrar os membros do bezerro para auxiliar a retirada,utilize material limpo e desinfetado.

- A retirada do bezerro deve ser feita com cautela e segurança (quando fornecessário ajudar). Não utilize força demasiada.

- Após a retirada do bezerro, observe se o mesmo consegue respirarnormalmente e, se necessário, retire as secreções placentárias da sua boca e

Page 33: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

32

narinas e faça movimentos cadenciados com as duas mãos, massageando o seutórax.

- Deixe o bezerro e a mãe sozinhos, mas fique por perto para observar se a vacaconsegue se levantar e se o bezerro vai conseguir mamar.

Não se deve permitir que outros animais, como cães e galinhas, tenhamacesso às vacas recém-paridas, pois sua presença pode levá-las a reagir commovimentos bruscos que podem causar acidentes com os bezerros (Fig. 46).

Figura 46: Após o parto, deve-se permitir que vaca e bezerropermaneçam juntos para que ocorra um reconhecimento mútuo.

Cuidados indispensáveis para a saúde do bezerro, logo após onascimento - em dias frios, principalmente nos partos que ocorreram no inícioda manhã, os bezerros ficam mais lentos e, portanto, mais sujeitos a atrasos oufalhas na primeira mamada. Lembre-se sempre disso. Dê atenção especial aosbezerros que nascerem sob essas condições, principalmente em dias de chuva. Acontenção do bezerro deve ser feita de maneira calma e gentil.

Quando se percebe que o bezerro não mamou, aconselha-se conduzi-locom a vaca ao curral, procedendo à apartação e contenção da vaca no troncopara, em seguida, amarrar suas patas de trás. Quando a vaca estiver bemcontida, massageie levemente o úbere, tirando 2 ou 3 jatos de leite de cada teto.Logo em seguida, posicione o bezerro próximo ao úbere e, com dois dedos, aliseo céu de sua boca até que ele comece a chupá-los. Então, com a outra mão,comece a espirrar leite em sua boca para, pouco a pouco, aproximar sua boca deum dos tetos até que o abocanhe e mame. Caso o bezerro perca o teto, repita oprocesso. O ideal é deixar o bezerro mamar até que fique satisfeito,apresentando a barriga cheia (Fig. 47).

Page 34: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

33

Figura 47: Manejo mãe-cria, colostragem do recém-nascido nasprimeiras 3 horas de vida.

O tratamento do cordão umbilical também é medida a ser realizada compresteza após o nascimento do bezerro. A desinfecção deve ser feitamergulhando-se o coto umbilical em solução alcoólica iodada a 5%, duas vezesao dia, durante dois ou três dias seguidos (Fig. 48). A cura do umbigo previneinfecção e disseminação bacteriana para outros órgãos.

Figura 48: Manejo mãe-cria, curativo do umbigo do recém-nascido.

A condução de vacas e bezerros deve ser realizada apenas quando osbezerros já apresentarem boa agilidade e resistência, o que ocorre com uma aduas semanas de vida (Fig. 49). Caso o deslocamento tenha que ser feito antes,assegure-se de que vacas e bezerros já se conheçam para evitar risco deabandono.

Page 35: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

34

Figura 49: Aconselha-se que a condução de vacas e bezerrosseja feita após os recém-nascidos apresentarem boa agilidade,evitando-se o risco de abandono por parte da vaca.

Em relação aos bezerros, aconselha-se registrar o número de identificação,seu peso (ou tamanho) e vigor (bom, fraco, morto). Registre também qualqueração executada que não faça parte da rotina (por exemplo, ajudar a mamar,aplicação de medicamento etc.).

As principais enfermidades enfrentadas pelos bezerros são diarreia,tristeza parasitária e pneumonia, que estão relacionadas ao manejo inadequadoe à falta de higiene ambiental e alimentar.

Tecnologias de manejo preventivo para controle de parasitoses e doençasinfecciosas, por meio de vacinação preventiva, controle estratégico deparasitos e terapêutica homeopática

● Imunização vacinal preventiva - em qualquer tipo de manejo dos bovinos,deve-se enfatizar a boa relação entre o homem e o animal. A vacinação é umaação necessária na criação animal, quer seja pela obrigatoriedade de leis quevisam à prevenção ou erradicação de algumas doenças, quer para assegurarboas condições de saúde aos animais, minimizando riscos de doenças econsequentes prejuízos econômicos.

Vacinas são substâncias que, ao serem introduzidas no organismo de umanimal, induzem uma reação do sistema imunológico (sistema de defesa)semelhante à que ocorreria no caso de infecção por determinado agente(micróbio), tornando esse animal imune (protegido) a esse agente e às doençaspor ele provocadas.

É importante ressaltar que, para uma boa resposta do sistema de defesa,o animal deve estar em perfeita condição de saúde e nutrição. Mesmo assim,alguns indivíduos não são capazes de responder à vacinação. Sendo assim,pode-se dizer que em um grupo de animais vacinados adequadamente, emmédia, 5% dos animais não ficarão protegidos.

Page 36: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

35

No Quadro 2, encontra-se o Quadro Geral de vacinação dos bovinos.

Quadro 2: Quadro Geral de vacinação de bovinos

Doenças Época de vacinação Sexo dosanimais

Brucelose Bovina - infecçãoocasionada pela bactéria Brucellaabortus, que pode causar o abortoe/ou infertilidade das fêmeas.*

Entre três e oito meses de vida. Fêmeas

Clostridiose - dentre as doençasmais comuns causadas pela bactériado gênero Clostridium, citam-se:carbúnculo sintomático, gangrenagasosa, enterotoxemia, morte súbitae tétano, que podem levar à mortedos bovinos. Deve-se observar nabula da vacina contra quais doençasela protege, uma vez que existegrande variedade de vacinaspolivalentes no mercado.

A partir dos três meses de vida. Machos efêmeas

Botulismo - intoxicação causada pelatoxina botulínica, que é produzidapelo microrganismo Clostridiumbotulinum.

A partir dos três meses de vida. Machos efêmeas

Febre Aftosa - protege o bovinocontra infecção pelo vírus da febreaftosa, que causa lesões ulcerativasnos membros e boca, podendo levaros animais à morte.

Seguir a orientação do órgão dedefesa agropecuária da região.

Machos efêmeas

Leptospirose - protege contrainfecção pelos micro-organismos dogênero Leptospira, que podem causarinfertilidade, aborto, mastite e até amorte.

A partir dos três meses de vida,com dose de reforço após 30dias para os animais vacinadospela primeira vez.

Machos efêmeas

Raiva dos herbívoros - protegecontra infecção pelo vírus da raiva,que causa a morte e pode contaminaro ser humano.

Seguir a orientação do órgão dedefesa agropecuária da região.

Machos efêmeas

Fonte: http://www.agricultura.gov.br/animal/sanidade-animal* É importante assinalar que os humanos podem contrair a brucelose.

Cuidados importantes no processo de vacinação - vacinas são produtosbastante delicados, principalmente em relação à temperatura em que devem serguardadas. No momento da compra, certifique-se de que as vacinas estão bemarmazenadas e que o cuidado será mantido durante o transporte e napropriedade até o momento da aplicação. Devem estar protegidas do sol e emambiente refrigerado, de 2º a 8ºC (Fig. 50). Além desses cuidados, é importanteverificar a validade das vacinas, descartando, de forma segura para o ambiente(incinerar), as que estiverem vencidas. Tenha cuidado também para que avacina não congele, o que pode causar nódulo no local da aplicação, além defalta de eficácia.

Page 37: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

36

Ao planejar a vacinação, verifique a dosagem a ser aplicada (indicada pelofabricante) e compre a quantidade que será usada. Considere perdas em tornode 3%. Leia as recomendações de uso da vacina (no rótulo ou na bula), pois emalguns casos deve-se agitar o frasco antes de carregar a seringa.

Figura 50: Imunização vacinal preventiva; as vacinassempre devem ser mantidas em refrigeração.

Aplique a vacina na tábua do pescoço do animal. Para aplicaçãosubcutânea, posicione a seringa na posição paralela ao pescoço do animal, puxeo couro, introduza a agulha e aplique a vacina. Para vacina intramuscular,mantenha a seringa na posição perpendicular ao pescoço do animal, introduza aagulha e injete a vacina.

Controle estratégico de parasitos - para o controle preventivo de parasitoses,a higiene dos currais, instalações para bezerros e bebedouros será sempre fatorfundamental, além da associação de práticas como manejo de pastagens visandoà redução da infestação e infecção por parasitos e nutrição adequada dorebanho.

Deve-se salientar que a prevenção será sempre o tópico mais importanteem relação ao tratamento. Além da utilização de raças menos sensíveis àsparasitoses e bem adaptadas ao ambiente (aumento do sangue zebuíno) (Fig.51), constituem práticas fundamentais: remover sempre as fezes das instalações(Fig. 52 e 53); evitar o acúmulo de água nos piquetes, proximidades dos currais,instalações para bezerros e no entorno dos bebedouros; impedir que os animaisjovens tenham contato com o acúmulo de fezes dos animais adultos, uma vezque os adultos são mais resistentes às infecções por parasitos e tornam-seportadores assintomáticos, liberando formas infectantes de parasitos noambiente, os quais irão infectar os animais jovens que são mais susceptíveis eprovavelmente adoecerão. Assim, constitui medida preventiva dividir o rebanhoem lotes de animais jovens e adultos (Fig. 54, 55 e 56).

Page 38: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

37

Figura 51: Rebanho mestiço Zebu x Europeu (Girleiteiro x Holandês).

Figuras 52 e 53: Na sala de ordenha, curral de espera e bezerreiro, a remoção das fezes com pá e rodoe posterior lavagem com água.

Figura 54: Lote de bezerros em aleitamento; instalaçõesseparadas dos animais mais velhos.

Page 39: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

38

Figura 55: Lote de bezerras desmamadas (dos 7 mesesaos 330 kg de peso vivo), separadas dos adultos.

Figura 56: Lote das vacas adultas e touro, separados dosanimais jovens.

Os métodos de manejo racional de pastagens baseiam-se em reduzir afonte de parasitos e minimizar ou impedir o contato dos parasitos com animaissensíveis. Entre as possibilidades estão: a utilização de áreas anteriormenteempregadas em outros cultivos para o pastejo dos animais; a alternância anualde ovinos e bovinos nas pastagens; pastejo alternado entre bovinos adultos epequenos ruminantes; pastejo alternado ou misto entre animais da mesmaespécie, porém de diferentes idades, e pastejo rotacionado. A rotação depastagens é uma prática zootécnica, normalmente empregada para garantir aqualidade nutricional das forrageiras, podendo também ser utilizada com ointeresse de controlar o parasitismo, tendo como princípio a descontaminaçãoatravés do descanso da pastagem. A prática determina o repouso da pastagemdurante certo tempo, determinado, de acordo com a ação das condiçõesclimáticas da região, as fases de vida livre dos parasitos.

Uma nutrição adequada, em quantidade e qualidade, permite compensar,ao menos parcialmente, a má absorção dos nutrientes provocada pela presença

Page 40: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

39

dos helmintos nos animais parasitados. Uma alimentação equilibrada determina,também, melhor resistência do hospedeiro às infecções, ocasionando redução dainstalação e da fertilidade dos parasitos.

Para controle das infestações por carrapatos, devem ser adotadas práticasde manejo visando reduzir o nível de infestação do ambiente (pastagens). Dentreas medidas mais eficazes, destacam-se o rodízio de pastagens com descanso depelo menos 30 dias por piquete, ou tempo suficiente para inviabilizar as formasimaturas do carrapato presentes no ambiente. A utilização de raças resistentesao carrapato e bem adaptadas também contribui para o controle, sendo osbovinos com maior grau de sangue indiano (Zebu) mais resistentes aectoparasitas (Fig. 57).

Figura 57: Touro Gir leiteiro (Zebu), reprodutor em serviçono Projeto SIPA - Fazendinha Agroecológica Km 47.

A pastagem tem grande influencia no controle de carrapatos. Pastagensmantidas altas, ou de folhas largas, permitem melhor desenvolvimento esobrevivência de carrapatos (Fig. 58). Além disso, permitem maior lotação dosanimais, que encontram facilmente as larvas e produzem mais carrapatos. Énecessário maior cuidado para que não se tornem altamente infestadas, poisserá difícil limpá-las. A rotação ou vedação por períodos superiores a 30 dias,durante os meses quentes do ano, faz com que se tornem mais limpas, poisgrande parte das larvas morre de fome caso não encontrem os bovinos. Na voltaao pasto vedado, os animais devem estar limpos de carrapatos para que não seperca a limpeza conseguida. Por fim, equinos e bovinos devem ser mantidos empastos separados, pois os carrapatos dos equinos (carrapato-estrela) podeminfestar os bovinos.

Page 41: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

40

Figura 58: Pastagem com forrageira de folha largainfestada por carrapatos.

Para controle da infestação por bernes, algumas práticas de manejo sãomuito importantes, como: reduzir a presença de moscas nos estábulos atravésdo manejo correto de composteiras e do esterco nas proximidades dasinstalações; buscar selecionar, entre os animais do rebanho, aqueles que seapresentem resistentes ou menos susceptíveis à infestação por bernes, semdeixar de levar em consideração, é claro, o potencial produtivo desses animais.Em estudo recente desenvolvido na Fazendinha Agroecológica Km 47, Florião etal. (2011) observaram que, no rebanho composto por animais mestiços Zebucom Europeu (Gir Leiteiro x Holandês), a pelagem com maior ocorrência deinfestação por bernes foi a preta pintada de branco (Fig. 59 e 60), enquanto apelagem com menor propensão para o referido parasitismo foi a pelagem bovinamarrom em tonalidades típicas e a branca pintada de preto (Fig. 61 e 62).

Figura 59 e 60: Pelagem preta pintada de branco e preta respectivamente.

Page 42: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

41

Figuras 61 e 62: Pelagem castanho em tonalidades típicas e branca pintada de preto.

A associação de animais de diferentes espécies na mesma instalação, porvezes empregada em sistemas agropecuários, deve ser considerada com cautelasob os aspectos sanitários, devido às diferenças entre as espécies em relação àsusceptibilidade a determinados agentes patogênicos. Por exemplo, em relação àassociação de bovinos e suínos, a presença do nematóide Ascaris suum,normalmente encontrado no intestino de suínos sem comprometer a saúde deles,pode determinar doença pulmonar grave em bovinos.

O uso de “vassoura de fogo” para desinfecção das instalações estárecomendado, já que, além da eficiência, trata-se de opção não geradora deresíduos ambientais.

No manejo do rebanho bovino leiteiro na Fazendinha Agroecológica Km 47,utiliza-se enxofre para a alimentação animal (400g/mês), como parte daformulação do suplemento mineral oferecido ao rebanho, para auxiliar nocontrole parasitário dos bovinos (custo do enxofre pecuário: saco de 25 kg emtorno de R$ 42,00).

Terapêutica homeopática - atualmente, o tema bem-estar animal tem papelcentral nas discussões sobre produção animal sustentável.

A demanda por novas formas de criação que busquem respeitar ocomportamento natural dos animais, utilizar manejo voltado para a prevenção dedoenças e que preconize o uso de terapêuticas mais suaves contrapõe-se aomodelo convencional de criação.

Dentre essas terapêuticas, destaca-se a homeopatia, por ser consideradaalternativa aos medicamentos alopáticos, em função de seu menor custo, suamais fácil aplicabilidade e também por não eliminar resíduos de medicamentos,possibilitando que o leite e seus derivados possam ser consumidos sem riscos àsaúde humana e ao ambiente. A prática homeopática contempla o bem-estaranimal, uma vez que o medicamento pode ser fornecido na água, na ração ousob a forma de diluições, não havendo necessidade de contenção dos animais, oque é um fator altamente gerador de estresse. Contempla o bem-estar também

Page 43: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

42

por enfatizar o olhar mais atento ao indivíduo e a suas particularidades, visandorestabelecer o equilíbrio do organismo como um todo.

A adoção da homeopatia está associada a alterações na rotina de manejoe na percepção das pessoas em relação aos animais e à propriedade como umtodo.

Atualmente, tanto animais de companhia como de produção,principalmente na produção orgânica, têm sido tratados com a medicinahomeopática. São tratadas doenças agudas ou crônicas (EUROPEAN COUNCILFOR CLASSICAL HOMEOPATHY, 2003).

Na medicina de rebanhos, é muito importante a aplicação de princípiospreventivos para minimizar ou eliminar doenças infecciosas. Por isso, tem havidoaumento na demanda de veterinários que utilizem a homeopatia (DAY, 1992).Portanto, apesar de a homeopatia ser descrita como uma medicina que só podeser prescrita com base nos sintomas individuais do paciente, alguns estudos têmsido feitos para validar sua aplicação no tratamento de grupo. Pesquisas emhomeopatia na criação animal têm enfatizado seus efeitos sobre a saúde doúbere em vacas leiteiras (FOSSING, 2003) e também no controle de nematódeosgastrintestinais de ruminantes naturalmente infectados (ALBERTI, 2005) eectoparasitas em rebanho bovino (MENDONÇA, 2000).

É imprescindível, porém, que se esclareça que o processo de cura pelo“sistema homeopático” é diferente do convencional, portanto, resultados comoaumento nos valores de CCS (Contagem de Células Somáticas) em vacas deleite, nos primeiros meses de uso dos medicamentos homeopáticos, são comunse até esperados, em função da reação do organismo que antecede a cura(MITIDIERO, 2004).

Grande parte dos contatos entre o tratador ou ordenhador e seus animaisestá relacionado a estímulos negativos, como vacinações, tratamento veterinárioou transporte. No gado leiteiro, existe ainda o contato diário devido à ordenha,que pode ser positivo ou negativo, dependendo do ambiente da ordenha,incluindo aí o ordenhador. Vários estudos demonstraram correlação desfavorávelentre medo de humanos e aspectos da produtividade de bovinos leiteiros, comoa produção de leite ou a taxa de concepção após inseminação artificial (BREUERet al., 2000; RUSHEN, 1999).

Além das condições de saúde dos animais, a escolha por diferentes opçõesterapêuticas deve ser feita também pelos seus efeitos na saúde humana e noambiente. Souza (1998), em uma pesquisa sobre resíduos de antibióticos noleite comercializado para consumo humano, em Santa Catarina, encontrou50,52% das amostras positivas, 44,01% suspeitas e somente 5,46% negativas.Considerando-se os efeitos danosos à saúde humana e ao ambiente causadospelos resíduos de tratamentos convencionais, principalmente para endo eectoparasitos e mastites (piretróides, ivermectinas e antibióticos), os

Page 44: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

43

medicamentos alternativos, como os homeopáticos, devem ser utilizados comoprincipal opção terapêutica para tratamento de animais de produção.

A terapêutica homeopática é oficialmente uma especialidade veterináriaoficialmente amparada pela resolução n° 625, de 16 de março de 1995, doConselho Federal de Medicina Veterinária, que dispõe sobre o registro de títulode especialista no âmbito dos conselhos regionais (BRASIL, 1995).

Atualmente, o crescente interesse pelo uso de homeopatia na produçãoanimal, associado – mas não exclusivamente – ao interesse pela produçãoorgânica, confronta-se com uma incipiente experiência tanto por parte deextensionistas como de produtores. Para garantir o sucesso da adoção daterapêutica homeopática, especialmente no período de transição, faz-senecessário conhecer a sua efetividade a campo, as suas limitações, asmotivações e restrições dos agricultores para o seu uso e os efeitos da transiçãopara essa forma terapêutica nas relações dos agricultores com os animais e apropriedade rural como um todo. Essas informações podem ser utilizadas paraconstruir uma base confiável para a transição para sistemas de produçãoagroecológica.

Como já foi mencionado anteriormente, um novo conceito de manejoproposto por Florião (2011) para a Fazendinha Agroecológica do Km 47, baseadono bem-estar animal, controle estratégico de parasitos e terapêuticahomeopática está em utilização desde setembro de 2009: o esquema terapêuticohomeopático preventivo consistiu na administração mensal (Fig. 63) dosmedicamentos Calcarea carbonica 6cH, exceto para os jovens desmamados quereceberam C. phosphorica 6cH e Sulphur 6cH, separadamente. Os jovenslactentes receberam ainda Silicea terra 6cH uma vez por mês. Os medicamentosforam administrados por aspersão, na dose de 2ml, por via vaginal para asfêmeas adultas e via nasal para os jovens e o touro (Fig. 64 A, B e C). Oesquema foi eficiente em manter a saúde do rebanho bovino leiteiro (rebanhomestiço Gir Leiteiro x Holandês).

Figura 63: Frascos com medicamentos homeopáticos e acondicionamento dos medicamentos em borrifadorespara administração no rebanho.

Page 45: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

44

Figura 64: Medicamentos administrados por aspersão, via vaginal, em fêmeas adultas (A) e via nasal emjovens e touro (B e C).

3. Recomendações técnicas

A utilização do “protocolo de boas práticas” é uma necessidade para ocontrole dos riscos na manutenção da saúde de rebanhos bovinos.

Os medicamentos homeopáticos não devem ser colocados próximo aaparelhos que emitam radiação ou ondas eletromagnéticas (celulares e fornomicro-ondas, por exemplo), nem próximo a substâncias com odor forte, comoperfumes ou medicamentos convencionais.

4. Vantagens e desvantagens das práticas

O respeito às condições de bem-estar animal e o manejo sanitáriopreventivo reduzem significantemente a incidência de doenças que possamacometer os bovinos, portanto, mesmo que os pontos de vista humanitário esanitário não sejam levados em consideração por alguns produtores, a reduçãode gastos com medicamentos e o aumento da produtividade tornam essaspráticas indicadas economicamente em qualquer tipo de produção animal.

Por outro lado, essas práticas exigem maior atenção por parte das pessoasque lidam diretamente com os animais, uma vez que a higienização dasinstalações e equipamentos deve ser constante, o bem-estar deve sempre serpreconizado em qualquer etapa da produção e o monitoramento da condição desaúde do rebanho deve ser intensivo. Portanto, faz-se necessária a afinidadecom o trabalho, a sensibilidade na lida com os animais e o compromisso com arotina do manejo por parte dos ordenadores, dos encarregados e de todos osenvolvidos na produção.

A B C

Page 46: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

45

Indicadores com estimativas de custos

Tabela 1: Quantidade de medicamento homeopático* (do esquema preventivo) paracada animal, dividida por classe do rebanho, por mês e por período de um ano.

Classes do rebanhoMedicamento homeopático: esquema preventivo

Período de um mês Período de um ano

Vacas 4 ml 120 ml

Bezerros em aleitamento 6 ml 180 ml

Bezerras desmamadas 4 ml 120 ml

*Custo do medicamento homeopático, frasco de 60 ml, em torno de R$ 20,00. Os medicamentos podem seradquiridos em farmácias homeopáticas.

5. Referências

ALBERTI, H. et al. Eficácia do composto homeopático (fator ovino) no controle denematódeos gastrointestinais, em ovinos naturalmente infectados e criados acampo (resultados preliminares). In: SIMPÓSIO SOBRE CONTROLE DEPARASITAS EM PEQUENOS RUMINANTES, 2005, São Paulo. Avanços eAlternativas. Nova Odessa, SP: Instituto de Zootecnia, 2005. p. 47-51.

ALMEIDA, D. L. de; GUERRA, J. G. M.; RIBEIRO, R. L. D. Sistema integrado deprodução agroecológica: uma experiência de pesquisa em agriculturaorgânica. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2003. 37 p. (Embrapa Agrobiologia.Documentos, 169).

BRASIL. Conselho federal de medicina veterinária. Resolução n° 625, de 16 demarço de 1995. Dispõe sobre o registro de título de especialista no âmbito dosconselhos regionais de Medicina Veterinária. Diário [da] República Federativado Brasil, Brasília, DF, 24 abr. 1995. Seção 1, p. 5694. Disponível em:<http://www.cfmv.org.br-res625.htm>. Acesso em: 21 nov. 2012.

BREUER, K.; HEMSWORTH, P.; BARNETT, J. Behavioural response to humans andthe productivity of commercial dairy cows. Applied Animal Behaviour Science,v. 66, n. 4, p. 273-288, 2000.

BRITO, L. G. et al. Cartilha para o produtor de leite de Rondônia. VolumeI: instalações, sanidade animal e a Instrução Normativa 51. Porto Velho:Embrapa Rondônia, 2005. 2 v. 45 p.

BUSATO, J. G. et al. Guia para a adubação orgânica: baseado na experiênciacom solos e resíduos do Norte Fluminense. Niterói: Programa Rio Rural, 2009. 28p. (Programa rio Rural. Manual Técnico, 14).

Page 47: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

46

CARVALHO, L. A. et al. Sistema de alimentação. Juiz de Fora: Embrapa Gadode Leite, 2002. Disponível em:<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Leite/LeiteCerrado/alimentacao.html>. Acesso em: 21 nov. 2012.

CATTO, J. B. Desenvolvimento e sobrevivência de larvas Infectantes denematódeos gastrintestinais de bovinos, durante estação seca, no pantanalmato-grossense. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 17, n. 6, p.923-927, 1982.

CECATO, U. et al. Pastagens para produção de leite. In: SIMPÓSIO SOBRESUSTENTABILIDADE DA PECUÁRIA LEITEIRA NA REGIÃO SUL DO BRASIL, 2.,2002, Maringá. Anais... Maringá: UEM/CCA/DZO-NUPEL, 2002. p. 267.Disponível em:<http://www.nupel.uem.br/pos-ppz/pastagens-08-03.pdf>.Acesso em: 21 nov. 2012.

CERQUEIRA, M. M. O. P. Controle da coccidiose bovina através daadministração contínua de anticoccídios na ração e no sal mineral. 1988.61f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva) - UniversidadeFederal de Minas Gerais, 1998.

CHARLES, T. P.; FURLONG, J. Doenças parasitárias dos bovinos de leite.Coronel Pacheco: EMBRAPA-CNPGL, 1992. 34 p.

DAY, C. E. I. Alternative medicine. In: ANDREWS, H. Bovine medicine: diseasesand husbandry of cattle. London: Blackwell Science Ltd., 1992. 922 p.

DAUGSCHIES, A.; NAJDROWSKI, M. Eimeriosis in cattle: current understanding.Journal of Veterinary Medicine: B, Infectious Diseases and VeterinaryPublic Health, Berlin v. 52, n. 1, p. 417-427, 2005.

ERNST, J. V.; BENZ, G. W. Intestinal coccidiosis in cattle. Veterinary ClinicalNorth America, v. 2, n. 2, p. 283-291, 1986.

EUROPEAN COUNCIL FOR CLASSICAL HOMEOPATHY. The homeopathictreatment of animals in Europe. 2. ed. Nortfolk, UK: School House,Kenninghall, 2003. Disponível em: <www.homeopathy-ecch.org>. Acesso em:Acesso em: 21 nov. 2012.

FITZGERALD, P. R. The economic impact of coccidiosis in domestic animals.Advances in Veterinary Science and Comparative Medicine, v. 24, p. 121-143, 1980.·.

FLORIÃO, Mônica Mateus. Abundância e fatores de risco de Dermatobiahominis (Linnaeus Jr., 1781) (Díptera: Cuterebridae) em bovinos empecuária orgânica na Fazendinha Agroecológica Km 47, RJ. 2011. 42p.

Page 48: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

47

Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias, Parasitologia Veterinária).Instituto de Veterinária, Departamento de Parasitologia Animal, UniversidadeFederal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2011.

FLORIÃO, M. M. et al. Mapeamento corporal quanto a presença de larvas deDermatobia hominis (linnaeus jr., 1781) (diptera: cuterebridae) embovinocultura leiteira orgânica. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.33, n. 1, p. 23-28, 2011.

FONSECA, L. F. L.; SANTOS, M. V. Qualidade do leite e controle da mastite.São Paulo: Lemos, 2001. 175 p.

FOREYT, W.J. Coccidiosis and cryptosporidiosis in sheep and goats. VeterinaryClinics of North America: food animal practice, v. 6, n. 3, p. 655-670, 1990.

FOSSING, E. C. Application of alternative medicine in organic dairy herdswith special emphasis on the effect of veterinary homeopathy on udderhealth. Descrição do projeto, 2003. Disponível em:<http://pt.scribd.com/doc/34987025/Alternative-Health-Practices-for-Livestock>. Acesso em: 21 nov. 2012.

KANYARI, P. W. N. The relationship between coccidial and helminth infections insheep and goats in Kenya. Veterinary Parasitology, v. 51, n. 1, p. 137-141,1993.

LEVINE, N. D. Protozoan parasites of domestic animals and of man. 2nd ed.Minneapolis: Burgess Publishing Company, 1973. 406 p.

MENDONÇA, A. Resultados preliminares do estudo a campo sobre ocontrole auxiliar de endoparasitas (nematodeos), ectoparasitas: berne(dermatobia hominis), carrapato (boophilus microplus), mosca do chifre(haematobia irritans) e mosca domestica (musca domestica) em propriedadeshomeopatizadas com o fator c&mc®, e não homeopatizadas na bacia leiteira deabrangência da Coopasul na Região do Alto Uruguai-RS de fevereiro a maio de2000. Disponível em: <http://www.arenales.com.br/biblioteca/ResultadosPreliminaresdEstudoaCamposobreoControleAuxiliardeEndoparasitas.pdf>. Acessoem: 21 nov. 2012.

MITIDIERO, A. M. A. Potencial do uso de homeopatia, bioterápicos efitoterapia como opção na bovinocultura leiteira: avaliação dos aspectossanitários e de produção. Florianópolis, 2004, 119 f. Dissertação. (Mestrado emAgroecossistemas) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,2004.

Page 49: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

48

MOYA BORJA, G. E. Controle biológico do berne, Dermatobia hominis e de seusforéticos: crise e perspectiva. Revista Brasileira de ParasitologiaVeterinária, v. 13, supl. 1, p. 111-113, 2004.

NORONHA JÚNIOR, A. C. F.; BUZETTI, W. A. S. Eimeriose em Búfalos. CiênciasAgrárias e da Saúde, v. 2, n. 1, p. 47-53, 2002.

PACIULLO, D. S. C.; AROEIRA, L. J. M. Sistemas silvipastoris para aprodução de leite: Seis vantagens. Disponível em <http://planetaorganico.com.br/site/index.php/sistemas-silvipastoris-para-a-producao-de-leite-seis-vantagens> acesso em 21 de novembro de 2012 às 17:00h.

PARANHOS-COSTA, M. J. R.; MACEDO-TOLEDO, L.; SCHIMIDECK, A. Boaspráticas de manejo: vacinação. Jaboticabal-SP: Funep, 2006.

PEREIRA, A. V.; CÓSER, A. C. Forrageiras para corte e pastejo. Juiz de Fora,Embrapa Gado de Leite, 2010. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/R6606n_000fkv0o0eq02wyiv80sq98yq4eecslu.pdf>.Acesso em: 21 nov. 2012.

REBHUN, W. C. Doenças do Gado Leiteiro. São Paulo: Roca, 2000. 642 p.

REBOUÇAS, M. M. et al. Eimeriose bovina: prevalência e distribuição de espéciesdo gênero Eimeria (Apicomplexa Eimeriidae) em oito Municípios do Estado deSão Paulo, Brasil. Arquivo do Instituto Biológico, v. 64, n.1, p. 63-67, 1997.

RIBEIRO, M. G. et al. Identification of enteropathogens from buffalo calves withand without diarrhoea in the Ribeira Valley, State of São Paulo, Brazil. BrazilianJournal of Veterinary Research and Animal Science, v. 37, n. 2, p. 159-165, 2000.

RODRIGUES, A. L.; SOUZA, B. B.; PEREIRA FILHO, J. M. Influência dosombreamento e dos sistemas de resfriamento no conforto térmico de vacasleiteiras. Agropecuária Científica no Semi-Árido, v. 6, n. 2, p. 14-22, 2010.

RODRÍGUEZ-VIVAS, R. I.; DOMINGUEZ-ALPIZAR, J. L.; TORRES-ACOSTA, J. F.Epidemiologic factors associated to bovine coccidiosis in calves (Bos indicus) in asub-humid tropical climate. Revista Biomedica, Yucatan, v. 7, n. 1, p. 211-218,1996.

RUSHEN, J.; de PASSILLÉ, A. M. B.; MUNKSGAARD, L. Fear of people by cowsand effects on milk yield, behavior, and heart rate at milking. Journal DairyScience, v. 82, n. 4, p. 720-727, 1999.

SOUZA, N. G. Ocorrência de resíduos de antibióticos no leite de consumoproduzido no Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 1998, 57 f.

Page 50: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

49

Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) - Universidade Federal deSanta Catarina. Florianópolis, 1998.

SUAREZ, V. H. Helminthic control on grazing ruminants and environmental risksin South America. Veterinary Research, v. 33, n. 5, p. 563-73, 2002.

THAMSBORG, S. M.; ROEPSTORFF, A.; LARSEN, M. Integrated and biologicalcontrol of parasites in organic and conventional production systems. VeterinaryParasitology, v. 84, n. 3-4, p. 169-86, 1999.

URQUHART, G. M. et al. Parasitologia Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1998. 273 p.

URQUIAGA, S. et al. Caracterização de degradação de pastagens eavaliação de técnicas de recuperação usando-se leguminosasforrageiras. Seropédica-RJ. Embrapa Agrobiologia, 1998. 18 p. (EmbrapaAgrobiologia. Documentos, 66).

6. Bibliografia recomendada

ALVES, P. A. M. Estruturação de rebanhos. In: PALHANO, H. B. Reprodução embovinos: fisiopatologia, terapêutica, manejo e biotecnologia. 2. ed. Rio deJaneiro: L. F. Livros, 2008. p. 137-148.

ANDREWS, A. H. et al. Medicina bovina: doenças e criação de bovinos. 2. ed.São Paulo: Roca, 2008.

BLOOD, D. C.; RADOSTITS, O. M. Clínica Veterinária. Rio de Janeiro:Guanabara Koogans, 1991. 1263 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponívelem:<http://www.agricultura.gov.br/animal/sanidade-animal>. Acesso em:Acesso em: 21 nov. 2012.

CURSO de Formação de Especialista em Homeopatia Para Médicos Veterinários.Rio de Janeiro: Instituto Hahnemanniano do Brasil, 2011. Apostilas.

FURLONG, J.; MARTINS, J. R.; PRATA, M. C. A. O Carrapato dos bovinos e aresistência: temos o que comemorar? A Hora Veterinária, ano 27, n. 159,set./out., 2007.

GONÇALVES P. M. Epidemiologia e controle da tristeza parasitária bovina naregião Sudeste do Brasil. Ciência Rural, n. 1, v. 30, p. 187-194, 2000.

Page 51: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira

50

HAHNEMANN, S. Exposição da doutrina homeopática ou organon da artede curar. 2. ed. Trad. David de Castro; Rezende Filho, Kamil Cury. São Paulo:GEHSP Benoit Mure, 1995. 191 p.

JESUS, V. L. T. Doenças da reprodução e doenças que interferem na reprodução.In: PALHANO, H. B. Reprodução em bovinos: fisiopatologia, terapêutica,manejo e biotecnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: L. F. Livros, 2008. p. 69-88..

KITCHING, R. P. Febre aftosa. In: ANDREWS A. H. et al. Medicina bovina:doenças e criação de bovinos. 2. ed. São Paulo-SP: Roca, 2008.

LEVINE, N. D. Protozoan parasites of domestic animals and of man. 2nd ed.Minneapolis: Burgess Publishing Company, 1973. 406 p.

PACIULLO, D. S. C.; HEINEMANN A. B.; MACEDO, R. O. Sistemas de produção deleite baseados no uso de pastagens. Revista Eletrônica Faculdade MontesBelos, v. 1, n. 1, p. 88-106, 2005. Disponível em:<http://www.fmb.edu.br/revista/edicoes/vol_1_num_1/Sistema_de_Producao_de_Leite.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2012.

PARANHOS-COSTA, M. J. R.; MACEDO-TOLEDO, L.; SCHIMIDECK, A. Boaspráticas de manejo: vacinação. Jaboticabal-SP: Funep, 2006.

PFUETZER, M. R.; ZYLBERRSZTAJN, A.; AVILA-PIRES, F. D. Evolução da medicinaveterinária preventiva e saúde pública. Ciência Rural, n. 5, p. 1661-1668,2008.

SCOTT, P. R. et. Diarréia dos bezerros. In: ANDREWS, A. H. ET al. Medicinabovina: doenças e criação de bovinos. 2. ed. São Paulo: Roca, 2008. p. 162-188.

VIEIRA, G. A.; QUADROS, D. G. A sanidade animal e sua importância nocontexto do agronegócio da pecuária de corte. In: EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIADE BARREIRAS, 27., 2009. Barreiras. Anais: Textos das palestras. Barreiras:Prefeitura Municipal de Barreiras, 2009. p. 58-68. Editado por Franklin de Lima eDanilo Gusmão de Quadros.

WALLER, P. J.; THAMSBORG, S. M. Nematode control in “green” ruminantproduction systems. Trends in Parasitology, v. 20, n. 10, p. 493-497, 2004.

Page 52: Boas Praticas Bovinocultura Leiteira