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43 Ano V Edição I Maio 2013 BSC: uma ferramenta estratégica para tomada de decisão e gestão de pessoas Wellington Aparecido Ribeiro 1 Débora Vargas Ferreira Costa 2 Marcos Paulo do Couto Costa 3 RESUMO O trabalho discute a importância do Balanced Scorecard - BSC no ambiente de negócios, como ferramenta estratégica para a tomada de decisão e gestão de pessoas. O BSC foi mostrado desde a sua origem e definição, além das perspectivas financeira, do cliente dos processos internos da empresa e de aprendizagem e crescimento. Foi discutida a importância do BSC como ferramenta estratégica para a tomada de decisão. A Metodologia utilizada no trabalho foi a pesquisa bibliográfica. O BSC, utilizado de maneira integrada, mostra como maximizar o desempenho da empresa a longo prazo, auxiliando na tomada de decisão e na gestão de Recursos Humanos (RH). PALAVRAS-CHAVE: BSC. ESTRATÉGIA. VANTAGEM COMPETITIVA. INTRODUÇÃO O Balanced Scorecard - BSC se tornou uma forte ferramenta para tomada de decisão, contribuindo para melhoria da competitividade empresarial. A implantação 1 MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, Universidade Federal de Juiz de Fora [email protected] 2 Mestre em Administração de Empresas, Faculdades Integradas Vianna Junior [email protected] 3 MBA em Logística Empresarial, MRS Logística S.A. [email protected]

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    Ano V Edio I Maio 2013

    BSC: uma ferramenta estratgica para tomada de deciso e gesto de pessoas

    Wellington Aparecido Ribeiro1 Dbora Vargas Ferreira Costa2 Marcos Paulo do Couto Costa3

    RESUMO

    O trabalho discute a importncia do Balanced Scorecard - BSC no ambiente de

    negcios, como ferramenta estratgica para a tomada de deciso e gesto de

    pessoas. O BSC foi mostrado desde a sua origem e definio, alm das

    perspectivas financeira, do cliente dos processos internos da empresa e de

    aprendizagem e crescimento. Foi discutida a importncia do BSC como ferramenta

    estratgica para a tomada de deciso. A Metodologia utilizada no trabalho foi a

    pesquisa bibliogrfica. O BSC, utilizado de maneira integrada, mostra como

    maximizar o desempenho da empresa a longo prazo, auxiliando na tomada de

    deciso e na gesto de Recursos Humanos (RH).

    PALAVRAS-CHAVE: BSC. ESTRATGIA. VANTAGEM COMPETITIVA.

    INTRODUO

    O Balanced Scorecard - BSC se tornou uma forte ferramenta para tomada de

    deciso, contribuindo para melhoria da competitividade empresarial. A implantao

    1 MBA em Gesto Estratgica de Pessoas, Universidade Federal de Juiz de Fora

    [email protected] 2 Mestre em Administrao de Empresas, Faculdades Integradas Vianna Junior

    [email protected] 3 MBA em Logstica Empresarial, MRS Logstica S.A. [email protected]

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    desta ferramenta mostra uma viso de um sistema integrado de gesto e qualidade,

    focado nos resultados da organizao.

    um grande desafio para as organizaes se posicionarem no mercado, em

    espaos cada vez mais competitivos e exigentes, portanto, elas precisam atender,

    simultaneamente, exigncias de preos, prazos, qualidade e confiabilidade. Partiu-

    se do pressuposto de que o BSC pode contribuir para melhoria do sistema de gesto

    das grandes corporaes, que ser demonstrado na pesquisa.

    O trabalho buscou responder a seguinte questo de pesquisa: como o BSC

    tem sido utilizado para tomada de deciso no ambiente empresarial relacionado

    gesto de pessoas?

    A escolha do tema se deve disseminao da ferramenta do BSC nos

    negcios, para que possa auxiliar os gestores de empresas, na tomada de deciso.

    Segundo Soares (2001) a implantao do BSC nas organizaes pode ser til

    suprindo a carncia das empresas no que se refere a planejamento e gesto

    estratgica. O objetivo da pesquisa foi discutir a importncia do BSC no ambiente de

    negcios, como uma ferramenta estratgica para a tomada de deciso e gesto de

    pessoas.

    O trabalho foi dividido em 4 sees: a primeira enfocou o planejamento

    estratgico, sua importncia, etapas para sua formulao e a estratgia; o segundo

    captulo apresentou o Balanced Scorecard, com sua origem e definio,

    perspectivas, bem como sua elaborao e implantao; na terceira discutiu-se a

    importncia do Balanced Scorecard como ferramenta estratgica para tomada

    deciso e finalmente na quarta, foi mostrada a gesto de pessoas com sua evoluo

    histrica, o planejamento de RH e a gesto estratgica de pessoas.

    METODOLOGIA

    A metodologia usada, constou de uma pesquisa bibliogrfica, atravs da

    consulta de livros, sites, e demais publicaes que tratam do tema.

    Conforme define Gil (2001. p. 21), a pesquisa bibliogrfica:

    Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vista a torn-lo explcito ou a construir hipteses. Envolve levantamento bibliogrfico; entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado; anlise de exemplos que

    estimulam a compreenso.

  • 45

    Lakatos e Marconi (2003) destacam que a pesquisa bibliogrfica pode ser

    entendida como pesquisa de fontes secundrias, tratando-se basicamente da

    realizao de um levantamento da bibliografia j publicada e apresentada em forma

    de livros tcnicos, artigos e revistas cientficas, dentre outras. Pode-se afirmar que

    sua finalidade colocar o pesquisador em contato direto com a literatura escrita

    sobre um determinado assunto, no intuito de possibilitar ao cientista uma espcie de

    reforo conceitual para suportar a anlise de sua linha de pesquisa.

    1 PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    Nesta seo destaca-se a importncia do planejamento estratgico e os

    conceitos de estratgia.

    O planejamento estratgico uma atividade organizacional e como tal pode

    ser entendida como uma forma de aprendizado, identificando o padro de atividade

    que dever ser estabelecido e as caractersticas de estrutura da organizao. Neste

    sentido, importante estabelecer em um plano as principais aes referentes a sua

    formalizao em nvel estratgico (CHIAVENATO e SHAPIRO, 2003).

    Segundo Kotler (2001, p. 189) O planejamento estratgico uma

    metodologia gerencial que permite estabelecer a direo a ser seguida pela

    organizao, visando maior grau de interao com o ambiente.

    Slack, Chambers e Johnston (2002) relatam que o planejamento baseado

    em expectativas, que so apenas esperanas em relao ao futuro, as quais

    podero nem acontecer. Tais previses podem ser determinadas por nveis de

    planejamento, os quais relacionam as estratgias mais importantes e suas

    prioridades dentro da organizao. So consideradas etapas para a formulao do

    planejamento as quais sero vistas a seguir.

    De acordo com Oliveira (2012) a elaborao do planejamento estratgico

    formada por cinco etapas: preparao, detalhamento, implantao,

    acompanhamento e reviso.

    A etapa de preparao constituda por: motivao, procurando-se divulgar

    os benefcios que dele pode se esperar e para divulgar, internamente, os conceitos e

    a metodologia adotada; e, diagnstico, para avaliao da situao estratgica, da

    mentalidade estratgica e da prontido estratgica. Na etapa do detalhamento sero

  • 46

    feitos os planos de ao e projetos especficos, os oramentos de investimento, o

    oramento estratgico e o cronograma de implantao (OLIVEIRA, 2012).

    Em relao implantao, o planejamento estratgico um processo

    contnuo, permanente e progressivo o qual, uma vez implantado, segue uma rotina

    como qualquer outra dimenso da gesto empresarial. Possui dois grandes ciclos de

    reviso: operacional e estratgica. A etapa de acompanhamento um processo

    gerencial de verificao crtica sistemtica do andamento da implantao do plano

    estratgico de uma organizao. Neste processo, verificam-se as condies

    operacionais da implantao dos planos de ao e, tambm, as condies externas

    organizao, revendo-se as hipteses bsicas e at as mudanas nos cenrios ou

    premissas bsicas utilizadas na concepo do plano (OLIVEIRA, 2012).

    Na etapa de reviso, verifica-se, primeiro, a implantao dos planos em

    relao ao programado e se os resultados so os esperados. Depois se o ambiente

    externo, os cenrios e as premissas estratgicas adotadas quando da elaborao do

    plano ainda continuam vlidas ou se houve mudanas (KOTLER, 2001).

    No ciclo operacional, avalia-se se o andamento da implantao est de

    acordo com o planejado no escopo, no prazo e nos resultados intermedirios e

    finais. Caso isto acontea so avaliados os elementos administrativos e operacionais

    envolvidos no projeto. As correes de rumo se do, neste caso, apenas com base

    em alteraes sobre um ou mais desses elementos e recursos. (OLIVEIRA, 2012).

    O desenvolvimento de uma estratgia exige que a empresa faa uma

    previso do futuro, que vai orient-la a tomar grandes decises sobre seu foco, o

    investimento dos recursos e a coordenao das atividades de toda a organizao.

    Oliveira (2012, p. 178) destaca como a seguinte definio de estratgia: um

    conjunto de decises formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da

    empresa no ambiente. Representam diretrizes e regras formuladas com o objetivo

    de orientar o posicionamento da empresa no seu ambiente, visando determinar

    metas bsicas a longo prazo e os seus objetivos bem como, adoo das linhas de

    ao e aplicao dos recursos necessrios para alcanar essas metas. um

    caminho, uma maneira ou ao estabelecida e adequada para alcanar os desafios

    e objetivos da empresa.

    Portanto deve-se considerar, com igual importncia, o ponto que se deseja

    alcanar e como se pode chegar a melhor situao desejada.

  • 47

    Em relao ao conceito de estratgia, o consenso est longe de ser

    alcanado. Reconhecendo essa dificuldade, Porter (1989) prope um conceito

    amplo que busca agregar diversas dimenses. Segundo o autor, estratgia:

    (1) um padro coerente, unificado e integrativo de decises; (2) que determina e revela os propsitos organizacionais em termos de seus objetivos de longo prazo, programas de ao, e prioridades para alocao de recursos; (3) seleciona os negcios em que a organizao est ou vai estar; (4) busca alcanar uma vantagem sustentvel de longo prazo em cada um dos negcios, por meio de respostas adequadas s oportunidades e ameaas do ambiente, e aos pontos fortes e fracos da organizao; (5) engloba todos os nveis da organizao (corporativo, negcio e funcional); e (6) define a natureza das contribuies econmicas e no econmicas aos interessados (PORTER, 1989, p. 89).

    Com referncia forma de chegar situao desejada, a chave do sucesso

    da empresa a habilidade da alta administrao em identificar as principais

    necessidades de cada um dos grupos, estabelecer algum equilbrio entre eles e

    atuar com um conjunto de estratgias que permitam sua satisfao. Este conjunto

    de estratgias, como um modelo, identifica o que a empresa tenta ser (OLIVEIRA,

    2012).

    2 BALANCED SCORECARD

    Nesta seo ser apresentado o Balanced Scorecard - BSC que um

    sistema gerencial organizado em torno de quatro perspectivas: financeira; do cliente;

    processos internos e aprendizagem e crescimento.

    2.1 Origem e Definio

    O Balanced Scorecard uma expresso inglesa que representa um sistema

    de gesto elaborado dos anos 1990 por Robert Kaplan, professor da Escola de

    Negcios de Harvard e David Norton, Presidente da Renaissance World Strategy

    Group (KAPLAN e NORTON, 2004).

    De acordo com os autores o BSC faz avaliaes sobre o cliente, identificando

    processos internos que podem ser aperfeioados, analisando as possibilidades de

    aprendizado e crescimento, alm de investimentos em RH e sistemas de

    capacitao.

  • 48

    Entre os aspectos de desempenho empresarial, destacam-se como

    merecedores de um enfoque o processo de aprendizado e as possibilidades de

    crescimento. A razo disto que formam a base da melhoria da qualidade e da

    inovao. Essa idia, conforme o autor do modelo, Kaplan (1998), justifica-se em

    virtude de que, uma empresa pode funcionar muito bem, do ponto de vista

    financeiro, ter boas relaes com os clientes e contar com excelentes processos,

    mas se outra empresa obtiver vantagens semelhantes, isso poder no ser

    suficiente. E justamente a capacidade de inovao e aprendizagem que far com

    que a empresa, possa se preparar, continuamente em seu futuro.

    Indicadores relacionados a essa perspectiva de inovao, conforme Hikage,

    Carvalho e Laurindo (2003) esto baseados em ndices de renovao de produtos,

    desenvolvimento de processos internos, avaliao de falhas no planejamento.

    Para Hikage, Carvalho e Laurindo (2003, p. 3) o BSC ajuda na comunicao

    dos objetivos e medidas estratgicas, no planejamento e estabelecimento de metas

    e alinhamento de iniciativas, proporcionando melhoria no feedback e aprendizado.

    Conforme Kaplan e Norton (2004) o BSC auxilia as organizaes a planejar e

    entender sua estratgia de forma balanceada, no se limitando somente

    definio de objetivos e metas estratgicas nicas e exclusivamente financeiras.

    mais do que um novo sistema de indicadores. Empresas inovadoras o utilizam como

    a estrutura organizacional bsica de seus processos gerenciais (KAPLAN e

    NORTON, 2004, p.20).

    Desta forma, o Balanced Scorecard tornou-se um instrumento importante para

    esclarecer e traduzir a viso e a estratgia, comunicar e unir objetivos estratgicos

    e, para mensurar, planejar, estabelecer metas e promover sintonia das iniciativas,

    definir prioridades, fomentar o feedback estratgico por meio da monitorao

    contnua e reavaliao da estratgia com base em resultados e custos da

    capacidade produtiva (LIMA, 1997).

    Para Michael Hammer (apud LIMA, 1997, p. 59) "a principal virtude do

    Balanced Scorecard desmistificar a mensurao do desempenho, integrando-a ao

    gerenciamento estratgico."

    2.2 Perspectivas do BSC

  • 49

    Kaplan e Norton (2004) apresentam quatro perspectivas de mensurao do

    desempenho: financeira, do cliente, dos processos internos da empresa e de

    aprendizagem e crescimento, que sero vistas a seguir.

    Perspectiva financeira:

    Conforme Kaplan e Norton (2004) as medidas de desempenho financeiro

    informam se a estratgia da empresa, bem como sua implementao e execuo,

    esto contribuindo para a melhoria dos resultados financeiros.

    Ao iniciar o desenvolvimento das medidas financeiras, os gestores devem

    identificar as mais adequadas sua estratgia, os objetivos e as medidas precisam

    exercer um duplo papel: primeiro definir o desempenho financeiro esperado e,

    segundo servir de meta principal para os objetivos e metas de todas as outras

    perspectivas (KAPLAN e NORTON, 2004).

    Os objetivos financeiros podem diferir muito em cada fase do ciclo de vida de

    uma empresa. Em funo do tipo de organizao vrias estratgias de negcios

    podero surgir.

    Para Kaplan e Norton (2004) existem temas estratgicos para a perspectiva

    financeira a partir das estratgias de crescimento e sustentao, so eles:

    crescimento e mix de receita, reduo de custos e melhoria de produtividade e

    utilizao dos ativos e estratgias de investimentos.

    Perspectiva do cliente:

    De acordo com Kaplan e Norton (2004), a estratgia da empresa definida de

    acordo com o segmento de cliente e mercado e pode ser formulada atravs de

    pesquisa de mercado. Os segmentos de mercado e as preferncias do cliente

    podem dimensionar o preo, qualidade, funcionalidade, servio e outros.

    O grupo de medidas essenciais dos clientes mostra a relao de causa e

    efeito atravs de indicadores como a participao de mercado, reteno de clientes,

    capacitao de clientes, satisfao de clientes e lucratividade de clientes.

    Essa perspectiva permite que os gestores traduzam a declarao da misso

    da empresa em servio ao cliente e em medidas especificas que refletem os fatores

    preocupantes dos mesmos, que foram agrupadas por Kaplan e Norton (2004) em

    trs categorias distintas: tempo, qualidade e preo.

    Perspectiva dos processos internos da empresa:

  • 50

    A perspectiva dos processos internos da empresa deve ser desenvolvida

    depois da perspectiva financeira e do cliente para que as empresas focalizem as

    metas dos processos internos de acordo com os objetivos dos clientes e acionistas.

    Para Kaplan e Norton (2004, p. 97-98):

    Recomendamos que os executivos definam uma cadeia de valor completa dos processos interno que tenha inicio com o processo de inovao identificao das necessidades atuais e futuras dos clientes e desenvolvimento de novas solues para essas necessidades -, prossiga com os processos de operaes entrega dos produtos e prestao dos servios aos clientes existentes e termine com o servio ps-venda oferta de servios ps-venda que complementem o valor proporcionado aos clientes pelos produtos ou servios de uma empresa.

    Os sistemas convencionais se preocupam apenas em monitorar e melhorar

    os indicadores de custos, qualidade e tempo dos processos. O BSC, ao contrrio,

    faz com que os requisitos de desempenho decorram das expectativas de

    participantes externos especficos (KAPLAN e NORTON, 2004).

    Perspectiva de aprendizagem e crescimento:

    A quarta perspectiva do BSC tem como objetivo apresentar os resultados das

    demais. Para Kaplan e Norton (2004) a capacidade dos funcionrios, capacidade

    dos sistemas de informao, a motivao, empowerment (delegar poder) e

    alinhamento so as categorias principais dessa perspectiva.

    Um grupo essencial de trs indicadores focados nos funcionrios satisfao, produtividade e reteno monitora resultados a partir dos investimentos feitos em funcionrios, sistemas e alinhamento organizacional. Os vetores desses resultados so, at o momento, um tanto genrico e menos desenvolvidos do que os das outras trs perspectivas do Balanced Scorecard. Eles incluem ndices agregados de cobertura de funes Estratgicas, disponibilidade de informaes estratgicas e nvel de alinhamento pessoal , de equipe e de departamento com os objetivos estratgicos (KAPLAN e NORTON, 2004, p. 152).

    Em sntese, o Balanced Scorecard traduz a estratgia em objetivos e medidas

    atravs de um conjunto equilibrado de perspectivas. O Scorecard inclui medidas

    dos resultados desejados e dos processos capazes de assegurar a obteno desses

    resultados desejados no futuro (MARTINS e TURRIONI, 2002, p. 3).

    2.3 Implantao do BSC

  • 51

    Com a adoo do BSC como ferramenta estratgica e j se nota diferenas

    em sua implementao, nas empresas no Brasil. Segundo Soares Jnior e Prochink

    (2009) as empresas ainda tm dificuldades na implantao de ferramentas

    estratgicas, no exclusivamente no BSC. preocupante o percentual elevado das

    falhas da implantao.

    Na opinio de Soares Jnior e Prochink (2009) as falhas na implementao

    do BSC esto na deficincia dos processos organizacionais, podendo ser apontado

    a falta de comprometimento da alta administrao; o envolvimento de poucas

    pessoas; encastelamento do scorecard no topo; processos de desenvolvimento

    muito longos, o BSC como projeto de mensurao de ocasio nica; tratamento do

    BSC como projeto de rea de sistemas; contratao de consultores inexperientes;

    implementao do BSC apenas para fins de remunerao. Em estudos de

    competitividade foi observado que,

    [...] nos estgios iniciais de um projeto de BSC, durante a construo dos mapas de estratgia, as pessoas tendem a estabelecer relaes de causa e efeito entre a maioria dos objetivos. Isso revela, tambm, uma dificuldade das equipes em separar o que estratgico do que operacional. Ou seja, h uma cultura, ainda presente, de ater-se a aspectos pontuais e operacionais, relegando-se, a um segundo momento, a discusso das questes estratgicas para o negcio (SOARES JNIOR e PROCHNIK, 2009, p.20).

    Neste caso, para os autores, deve ser contratada uma consultoria externa

    trazendo experincias de outras empresas evitando propostas, opinies internas e

    contribuindo para que as equipes possam separar o operacional do que estratgia.

    Os indicadores escolhidos so importantes e devem ser claramente definidos

    evitando ser trocados em curto espao de tempo. O tempo mnimo do ciclo anual

    de reviso do BSC.

    Na perspectiva financeira, segundo Ching (2004) os indicadores financeiros

    podem ser separados em 3 grupos: sobrevivncia da empresa pela gerao do fluxo

    de caixa; sucesso da empresa pelo aumento da receita incluindo lucro operacional e

    retorno sobre o investimento e prosperidade significando o aumento da participao

    de mercado englobando valor do acionista e valor econmico agregado (EVA).

    Na perspectiva do cliente, alguns indicadores podem ser: tempo de

    tratamento do pedido at a entrega, time-to-market para os novos produtos e

    entregas no tempo demandado pelo cliente. A qualidade que mede os defeitos na

    percepo do cliente, pode ter como indicadores o atendimento das especificaes

  • 52

    definidas por ele. Na perspectiva do aprendizado e crescimento, destaca-se a

    habilidade da empresa em inovar, melhorar, aprender e se superar est em

    consonncia com a maximizao do valor da empresa. A perspectiva dos processos

    internos tem enfoque nas medidas baseadas em clientes importantes, mas devem

    ser correspondidas em medidas internas do que a empresa deve fazer para atender

    as expectativas deles. Essas medidas devem provir dos processos de negcio que

    tenham o maior impacto na satisfao dos clientes, os processos que so os

    direcionadores de valor (CHING, 2004).

    Esta a parte em que os conceitos da organizao vista como uma

    seqncia de atividades e da Cadeia de Valor (Value Chain) se encaixam

    perfeitamente no Modelo de Balanced Scorecard. As medidas devem ser elaboradas

    para medir a eficincia das atividades e dos processos de negcio.

    As empresas de um modo geral buscam a implantao do BSC para ajudar

    na operacionalizao do planejamento estratgico e na gesto de desempenho num

    ambiente instvel.

    2.4 Elaborao e Dificuldades

    Para Soares (2001) os mtodos usados na elaborao do BSC deve ser

    enquadrados em quatro etapas: definio da arquitetura de indicadores, consenso

    em funo dos objetivos estratgicos, escolha e elaborao dos indicadores e

    elaborao do plano de implementao.

    No programa de gerenciamento do BSC so necessrias duas fases em sua

    implementao: elaborao e a implementao.

    A fase de elaborao compreende todo o processo de construo do Balanced Scorecard, a definio de perspectivas, objetivos estratgicos, indicadores de desempenho, metas de superao e iniciativas que promovero seu alcance. Fazem parte desta fase tambm o desenvolvimento do programa de implementao que garantir a associao das medidas aos bancos de dados e sistemas de informao, programas de divulgao aos funcionrios e integrao do Balanced Scorecard filosofia gerencial. Na Fase de Implantao ocorre a execuo dos programas de ao desenvolvidos na Fase de Elaborao. quando o Balanced Scorecard comea a ser incorporado ao processo gerencial da empresa. Ela compreende a comunicao do Balanced Scorecard para toda a organizao, o alinhamento das metas individuais, das iniciativas estratgicas, dos investimentos e oramento com o Scorecard e o processo de feedback, como um mecanismo de aprendizagem contnua (SOARES, 2001, p. 73).

  • 53

    A problemtica de muitas empresas a falta de planejamento do seu ingresso

    no mercado, convive com a falta de RH qualificados e a falta de recursos

    financeiros. Estas problemticas so barreiras que geraram a necessidade de

    sistemtica para elaborao do BSC nas empresas.

    Deve ser feita uma avaliao peridica do Scorecard para avaliar se os

    objetivos elaborados so vlidos ou no. Independente do alcance de metas quando

    a empresa est inserida num ambiente instvel.

    As principais falhas apontadas por Croce Filho e Costa (2008) na implantao

    e implementao do BSC so: a falta de comprometimento e ser uma ao isolada

    da alta administrao no dividindo papis e responsabilidades.

    Outras falhas relatadas so utilizar o BSC como evento nico e no como

    processo contnuo, poderia ter sua execuo minimizada atravs de comunicao e

    informao.

    A falta de alinhamento com os sistemas e objetivos existentes, metas difceis

    de controlar e incorretas, levam perda dos objetivos de vista, o BSC subutilizado

    por no ser baseado na estratgia, no quebrar paradigmas, no ser implementado

    de forma eficiente. Como a organizao no est voltada para o aprendizado,

    confunde-se o BSC com a estratgia, tratando esta ferramenta como projeto de uma

    nica rea, contratando de consultores inexperientes, criando dificuldades em

    monitorar as medidas no-financeiras e estabelecendo objetivos de curto e longo

    prazo e no acesso e entendimento das informaes.

    Relaes de causa e efeito mal estabelecidas, como a falta de liderana para

    comandar a implantao e de infra-estrutura da organizao, desafios polticos,

    varivel no-financeira incorreta, falta de abordagem cientfica, envolvimento de

    poucas pessoas e dificuldades de se definir boas medidas, so exemplos de

    impedimento para implantao bem sucedida do BSC.

    Estas falhas registradas podem retardar o processo de implantao do BSC,

    causando grandes prejuzos para as empresas.

    3 GESTO DE PESSOAS

    3.1 Evoluo Histrica do RH

  • 54

    A Administrao de RH surgiu a partir do crescimento e da complexidade das

    tarefas organizacionais.

    Por meio de modelos de desenvolvimento da Administrao possvel

    analisar melhor o desenvolvimento da rea de RH.

    Chiavento (2008) relata sobre os quatro modelos: autocrtico, protetor, de

    apoio e de colegiado, que representam a evoluo histrica, na prtica da

    administrao, durante, aproximadamente, os ltimos cem anos. Assim como as

    organizaes so diferentes, o modelo comportamental tambm no o mesmo

    dentro de suas prprias unidades organizacionais. Tambm, as prticas dos

    gerentes podem diferir do modelo que prevalece na organizao em funo das

    diferenas inerentes pessoa do gerente e contingncias da unidade ou rgo.

    No que se refere ao modelo autocrtico, este tornou-se o modelo que

    prevaleceu na Revoluo Industrial. Apoiando-se no poder, a orientao gerencial

    formal. Parte do princpio que os empregados tm que ser dirigidos, obedecem as

    ordens.

    Segundo Davis (2002) o modelo protetor surgiu quando, para satisfazer as

    necessidades de segurana dos empregados, um certo nmero de companhias

    adotou programas de bem-estar, por volta dos anos 1890 e 1900. Conhecidos como

    paternalismo, incluam uma variedade de benefcios. Desde que as necessidades

    fsicas dos empregados j estejam razoavelmente atendidas, o empregador se volta

    para as necessidades de segurana como uma fora motivacional. Como resultado

    do tratamento dado, os empregados se mantm contentes, mas no fortemente

    motivados, onde retribuem com uma "cooperao passiva". Os estudos da

    Universidade de Michigam, nas dcadas de 40 e 50, relatavam que "o empregado

    feliz no necessariamente o empregado mais produtivo".

    O comportamento de apoio no do tipo que requer dinheiro. muito mais

    um estilo de liderana do gerente no trabalho com relao a seus colaboradores. O

    modelo de apoio funciona bem com ambos: empregados e gerentes, entretanto,

    conforme as necessidades de recompensa material e segurana forem sendo

    satisfeitas e os empregados passem a conhecer outras empresas, outros modelos,

    espera-se que os mesmos reivindiquem uma orientao de maior apoio.

    O modelo colegiado pode ser considerado uma extenso do modelo de apoio.

    O termo "colegiado" diz respeito a um corpo de pessoas com finalidade comum.

    Neste modelo os gerentes so vistos como colaboradores em lugar de patres. O

  • 55

    gerente o treinador que constri o time melhor e o empregado responde a essa

    situao com responsabilidade (DAVIS, 2002).

    A Teoria Z, proposta por William Ouchi, pode ser considerada um modelo

    hbrido que combina elementos da prtica gerencial japonesa com uma avaliao

    das necessidades dos trabalhadores norte-americanos. Esta teoria est baseada

    numa preocupao compartilhada das mltiplas necessidades dos empregados,

    caracterizando a tendncia no sentido dos enfoques de apoio e colegiado, isto,

    devido o uso das decises orientadas para o consenso. (DAVIS, 2002).

    Acompanhando a evoluo dos processos administrativos, a evoluo do RH

    comea a Revoluo Industrial, sendo chamada Relaes Industriais, tinha como

    objetivo buscar o equilbrio entre o capital e o trabalho (organizao e pessoas),

    procurando evitar ou diminuir os conflitos entre os interesses das organizaes e os

    interesses individuais das pessoas que trabalham nestas organizaes. Em 1950

    passou a se chamar Administrao de Pessoal (LACOMBE, 2011).

    Em 1960, as pessoas passam a ser reconhecidas como recursos

    fundamentais para o sucesso empresarial. Surge ento, como se conhece

    atualmente o conceito de Administrao de RH.

    Ao longo do sculo XX, a rea de RH passou por trs etapas distintas:

    relaes industriais, RH e gesto com pessoas. Cada abordagem est diretamente

    relacionada s necessidades de sua poca e mentalidade predominante.

    Conforme existiram as sociedades agrcola e a industrial, hoje vive-se na

    sociedade da informao, a qual destacou o trabalhador intelectual. Essa nova tica

    empresarial mais o processo de globalizao repercutiram na rea de RH, a qual

    busca alinhar-se com a incessante inovao na gesto do capital humano da

    empresa. (LACOMBE, 2011).

    Nesse novo contexto, cabe rea de gesto de pessoas ajudar a

    organizao a realizar sua misso, proporcionar competitividade, favorecer o

    desenvolvimento dos funcionrios por meio de programas de treinamento que

    possam mant-los motivados, aumentar a satisfao dos colaboradores,

    desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho, administrar a mudana e

    manter polticas ticas e de responsabilidade social.

    3.2 Gesto Estratgica de Pessoas

  • 56

    interessante admitir a necessidade de adaptao das empresas, em

    resposta s mudanas no ambiente de negcios na rea de RH.

    No contexto atual da Administrao, a atividade de RH vem valorizando

    crescentemente as pessoas que ocupam posies de liderana e tm encargos de

    pessoal, independentemente da rea de atuao.

    Dessa forma, houve uma mudana nas organizaes quanto a sua viso das

    pessoas: antes as pessoas eram vistas simplesmente como recursos, dotadas de

    habilidades, capacidade, destreza e conhecimentos para a execuo de tarefas para

    alcanar objetivos organizacionais; hoje a viso das pessoas como pessoas,

    dotadas de caractersticas prprias de personalidade, aspiraes, valores, crenas,

    atitudes, motivaes e objetivos individuais. Pessoas que fazem parte da

    organizao e significa talentos que precisam ser desenvolvidos e mantidos, o

    capital intelectual que movimenta a organizao na direo por ela determinada.

    A gesto de pessoas baseia-se no fato de que o desempenho de uma

    organizao depende fortemente da contribuio das pessoas que a compem e a

    forma como as pessoas esto organizadas, so estimuladas e capacitadas, e como

    so mantidos num ambiente de trabalho e num clima organizacional adequados. E

    ainda, como esto estruturados e organizados os membros da fora de trabalho, de

    modo a habilit-los a exercer maior poder e liberdade de deciso, levando maior

    flexibilidade e reao mais rpida aos requisitos mutveis do mercado.

    Os profissionais de RH, alm de atuarem em reas tcnicas, empresas

    modernas procuram levar as pessoas talentosas a contribuir ao mximo para a

    competitividade, e dos fundamentos necessrios para as constantes mudanas.

    Com isso, o especialista em RH passa a ser um consultor interno que lida com a

    capacidade criativa e empreendedora das pessoas, habilitando-as para trabalhar

    com novas formas organizacionais num mercado em expanso.

    4 IMPORTNCIA DO BSC COMO FERRAMENTA ESTRATGICA PARA

    TOMADA DE DECISO E GESTO DE PESSOAS

    Com as mudanas organizacionais e a reestruturao de funes, cada vez

    mais importante estabelecer parmetros de qualidade e competncia.

    O Balanced Scorecard busca o equilbrio entre os objetivos, de curto e longo

    prazos, entre medidas financeiras e no financeiras, entre indicadores e tendncias

  • 57

    e ocorrncias e entre perspectivas interna e externa. Por meio de uma relao

    ntima entre as competncias organizacionais e individuais.

    4.1 Determinantes para a tomada de deciso

    As atividades de uma empresa podem ser vistas como o mecanismo pela

    qual os recursos so utilizados para realizar o trabalho, determinado por menor

    custo e qualidade para realizar as atividades.

    Segundo Ching (2004) tradicionalmente, as empresas tm conduzido seus

    negcios sob dois aspectos: gesto de custos e mensurao de desempenho.

    No primeiro aspecto as empresas organizam-se por departamentos ou

    centros de custos, utilizando-se de rateios arbitrrios atribudos aos produtos,

    relacionados sobre material direto empregado, mo de obra direta ou hora mquina,

    dando uma importncia demasiada aos relatrios financeiros, na forma de

    demonstrativo de resultados e balanos. No se consegue estabelecer uma relao

    precisa entre o custo dos diversos recursos e os produtos fabricados e os clientes

    atendidos.

    No segundo aspecto, com a mensurao de desempenho e performance, a

    empresa utiliza-se os mtodos tradicionais de focar em medidas financeiras, que

    podem culminar em decises disfuncionais.

    As medidas financeiras utilizadas pelas empresas podem fornecer anlises

    histricas, centradas para os aspectos internos dos negcios. Enquanto que, a

    medidas no financeiras pecam na sua utilidade e contribuio ao negcio.

    Exemplos dessas medidas so o market share (participao no mercado) da

    empresa, ndices de absentesmo (faltas, ausncias de funcionrios). As medidas de

    desempenho no focam nos objetivos chaves do negcio para atingir resultados,

    no conseguem responder rapidamente s mudanas do mercado e no atendem

    as necessidades dos gerentes na tomada de deciso (CHING, 2004).

    O foco em atividades direciona a ateno dos gerentes para os processos de

    negcio, pois estes atraem recursos dos departamentos. Somente quando usam o

    enfoque baseado em atividades, podem enxergar a performance atual dos seus

    processos e direcionar esforos para melhor-los.

  • 58

    4.2 Anlise do BSC como Ferramenta Estratgica

    O BSC define custos em termos de atividades e processos de uma

    organizao e determina custos associados com as atividades, rastreia custos de

    suporte/indiretos para as atividades de acordo com o seu consumo. Uma vez

    determinados os custos das atividades, estes so levados aos objetos de custo

    (produtos, servios, clientes etc) com base na sua demanda (CHING, 2004).

    Diz-se, ento, que atividades consomem recursos e objetos de custos

    demandam atividades na medida das suas necessidades.

    O modelo de Balanced Scorecard reflete a primeira tentativa de desenvolver um sistema de mensurao de desempenho que foca ateno nos objetivos da organizao, coordenao da tomada de deciso individual e proviso de uma base para o aprendizado da organizao (KAPLAN, 1998, p. 530).

    O scorecard balanceia a mensurao de desempenho considerando tanto os

    resultados e as causas do desempenho nos objetivos da empresa.

    Para estar balanceado, o sistema de mensurao de desempenho deve refletir o entendimento da organizao das causas do desempenho nos objetivos da empresa, isto , deve monitorar tanto o desempenho quanto o que a administrao acredita que sejam os direcionadores deste desempenho. Isto a profundidade requerida de estar balanceada. E este sistema tambm deve medir os aspectos mais crticos ou diferenciadores do desempenho da organizao. Estes aspectos do a organizao as habilidades em atingir seus objetivos. Esta a largura requerida de estar balanceada (KAPLAN, NOTORN, 2004, p. 533).

    O modelo de Balanced Scorecard visto a partir do desempenho de uma

    empresa ou unidade de negcio conforme as quatro perspectivas (financeira, do

    cliente, do aprendizado e de processos) destacadas na Figura 1.

    No modelo, cada empresa deve decidir o que importante para se medir em

    relao a sua viso e estratgia.

  • 59

    Neste modelo, a administrao da empresa requerida a discutir, considerar

    e concordar as principais medidas de desempenho em cada uma das perspectivas.

    Figura 1 - Modelo de Balanced Scorecard

    Fonte: Ching (2004, p. 94).

    No existem conjunto de medidas pr determinadas que se encaixam em

    todas as situaes de negcio. Cada empresa deve decidir o que importante para

    se medir em relao a sua viso e estratgia. Assim, tanto o valor do acionista como

    o valor econmico agregado so uma tentativa de olhar o desempenho financeiro

    para frente, mas a crtica a respeito indicadores que no so baseados nas

    atividades e processos que direcionam o fluxo de caixa e se preocupam somente

    com o fluxo de caixa resultante.

    O objetivo mximo da administrao de uma empresa maximizar o investimento dos acionistas, o valor da empresa. Porm este objetivo o resultado final de fazer as coisas certas, isto , agregando valor aos clientes, melhorando o negcio e os seus processos operacionais, inovando constantemente, possibilitando a empresa a aprender e dividindo este aprendizado com o resto da organizao. O Balanced Scorecard reconhece tudo isso atribuindo igual nfase aos fatores necessrios para faz-los certo, o que resultar no atingimento do objetivo mximo. No entanto, todas as medidas so dirigidas pela viso do negcio (MORROW, 1997, p. 156).

    Identificar os fatores que so importantes aos clientes a exigncia deste

    modelo. Normalmente as preocupaes dos clientes se encaixam em quatro

    Como enxergamos

    nossos acionistas?

    Perspectiva Financeira

    Como os clientes

    nos percebem?

    Perspectiva do Cliente

    Somos capazes de

    sustentar e inovar?

    Aprendizado

    Organizacional

    Que processos

    agregam valor?

    Perspectiva de

    Processos

    Viso

  • 60

    categorias: tempo, qualidade, desempenho e servio e so nestas categorias que

    precisamos identificar os indicadores.

    Segundo Ching (2004) isto provem de trs fontes principais: pessoas,

    sistemas e procedimentos organizacionais que vo resultar em vrios indicadores:

    qualidade dos funcionrios no tocante a treinamento e capacitao; sugestes dos

    funcionrios para aumento da receita/economias; liderana na tecnologia traduzida

    em tempo de desenvolvimento; porcentagem de vendas proveniente de novos

    produtos; rotatividade do pessoal; parceria com clientes e concorrentes para alargar

    amplitude do negcio.

    Medidas baseadas em clientes so importantes, mas devem ser

    correspondidas em outras medidas internas do que a empresa deve fazer para

    atender as expectativas deles. Essas medidas devem provir dos processos de

    negcio que tenham o maior impacto na satisfao dos clientes, os processos que

    so os direcionadores de valor.

    Conforme foi dito anteriormente, o sucesso de uma empresa pode ser

    definido pela maneira como organiza e gerencia sua seqncia de atividades. Uma

    seqncia de atividades que cria um produto ou servio pode ser entendido como

    cadeia de valor, uma vez que cada etapa na cadeia deve agregar algo no produto

    que o cliente valorize.

    Esta a parte em que os conceitos da organizao vista como uma

    seqncia de atividades e da Cadeia de Valor (Value Chain), descritos

    anteriormente, se encaixam perfeitamente no Modelo de Balanced Scorecard.

    4.3 Integrando a Gesto de Pessoas com o BSC

    O dinamismo do dia-a-dia, a constante necessidade da tomada de decises

    rpidas e precisas, coloca a organizao na situao de estar sempre bem

    informada e, sobretudo bem assessorada sob todos os ngulos. Para tomar

    decises corretas, contundentes, assegurando o interesse coletivo e protegendo o

    patrimnio comum, preciso que contar com profissionais capazes, garantindo uma

    total confiana, versatilidade e segurana.

    O comportamento humano se mostra cada vez mais complexo no que diz

    respeito ao ambiente das organizaes nas quais trabalham. Se por um lado, essas

    organizaes se mostram preocupadas em atingir seus objetivos e obter resultados,

  • 61

    por outro percebem que as pessoas naturalmente buscam alcanar sua auto-

    realizao, atravs da consecuo de objetivos pessoais, sem que isso represente

    uma orientao antagnica quela das organizaes das quais fazem parte.

    Neste sentido o BSC pode trabalhar numa integrao com a Gesto de

    Pessoas. Chiavenato e Shapiro (2003) apontam que as mudanas representam a

    maneira pela qual a organizao executa suas tarefas e produz seus servios e

    produtos. Outro tipo de mudana a dos produtos e servios que afetam os

    resultados ou sadas da organizao. E por fim a mudana nas pessoas e na cultura

    da organizao que provoca alteraes nos comportamentos, atitudes, expectativas,

    aspiraes, necessidades, que afetam a cultura organizacional.

    De acordo os autores as organizaes que resolvem promover mudana

    devem avaliar qual dimenso ou tipo de mudana que esto dispostas a fazer, pois

    se percebe que as mudanas so traumticas e esto crescendo muito ao longo das

    ltimas dcadas.

    CONSIDERAES FINAIS

    Com a realizao do trabalho foi possvel concluir que o Balanced Scorecard

    constitui uma ferramenta estratgica para o desempenho eficiente das empresas,

    demonstrando como preciso fazer para criar valor para os clientes.

    O aumento da competitividade obriga as empresas a um desenvolvimento

    sistemtico e dirio com objetivo de sobreviverem no mercado, diante disto os

    empresrios precisam tomar deciso cada vez mais rpido e uma das preocupaes

    dos gestores nas organizaes a necessidade de medio de desempenho.

    Verificou-se que as perspectivas RH juntamente com o Modelo de Balanced

    Scorecard ajudam a especificar a importncia que investimentos em pessoas e

    sistemas podem contribuir para a melhoria dos processos internos e o

    relacionamento com os clientes.

    A perspectiva do aprendizado ressalta a importncia que investimentos em

    pessoas e sistemas podem contribuir para a melhoria dos processos internos e o

    relacionamento com os clientes. Por fim, a perspectiva financeira traduz todos os

    esforos acima em aumento do valor da empresa.

    O Balanced Scorecard avalia como se deve competir, que clientes conquistar,

    o que preciso fazer para criar valor para esses clientes. Ele mostra se a empresa

  • 62

    est tendo lucro ou no com os seus clientes e produtos, os mercados em que atua

    e o custo da capacidade produtiva, em especial o excesso.

    Nos tempos de hoje, as empresas lidam com constantes inovaes

    tecnolgicas, clientes exigentes e muito mais concorrentes no apenas localmente

    mas de todo o mundo. Para satisfazer esses clientes exigentes e manter seus

    produtos competitivos, as empresas criam mais produtos e servios neste ambiente

    complexo e rpido, onde os erros so mais provveis e suas conseqncias so

    imediatas e severas.

    Nesse contexto, o Balanced Scorecard permite as organizaes melhorarem

    seus processos de negcio, identificarem e controlarem seus custos e possibilita um

    melhor processo de tomada de deciso. Usando um enfoque orientado para

    processo, atravs da tcnica de mapeamento de processos, a empresa enxerga que

    o trabalho e o custo fluem ao longo dos departamentos e est em condies de

    separar aquelas atividades que agregam valor aos produtos e servios para os

    clientes daquelas que no agregam.

    Utilizado de maneira integrada, o Balanced Scorecard mostra como

    maximizar os lucros e criar valor econmico para a empresa a longo prazo.

    REFERNCIAS

    CHING, Hong Yuh. Medindo e gerenciando atividades: os modelos de ABC e Balanced Scorecard. So Paulo: 2004.

    CHIAVENATO, Idalberto; SHAPIRO, Aro. Planejamento estratgico: fundamentos e aplicaes, da inteno aos resultados. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

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    DAVIS, Keith. Comportamento humano no trabalho. So Paulo: Pioneira, 2002.

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    OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouas de. Planejamento estratgico: conceitos, metodologia e prticas. 30.ed. So Paulo: Atlas, 2012.

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