briefing - preciso, claro e objetivo

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Ano 6 – Nº 24 – Setembro – 2010 www.cenp.com.br ANUNCIANTES FALAM SOBRE A IMPORTÂNCIA DO CENP A LIBERDADE DE EXPRESSÃO COMERCIAL É A MAIOR LUTA DO SETOR, DIZ PRESIDENTE DA FENAPRO PRECISO, CLARO E OBJETIVO É do briefing que nasce a boa comunicação publicitária e a aprovação da Lei nº 12.232/10 reforça a sua importância na licitação de serviços de publicidade por entes públicos

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CENP EM REVISTA, ano 6, n.24 - setembro - 2010O número trata da boa comunicação publicitária, inclusive sua importância na licitação de serviços de publicidade por entes públicos.

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  • Ano 6 N 24 Setembro 2010www.cenp.com.br

    ANUNCIANTES FALAM SOBREA IMPORTNCIA DO CENP

    A LIBERDADE DEEXPRESSO COMERCIAL AMAIOR LUTA DO SETOR, DIZ

    PRESIDENTE DA FENAPRO

    PRECISO, CLARO E OBJETIVO do briefing que nasce a boa comunicao publicitria

    e a aprovao da Lei n 12.232/10 refora a sua importncia na licitaode servios de publicidade por entes pblicos

  • 4CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    Palavra do Presidente

    O REVIGORANTE EFEITO DAS ELEIES

    ob revigorante efeito das eleies, manifesto

    aqui o que j postei no twitter (@caiobarsotti)

    em 03/10: Me desculpem os pessimistas de planto,

    mas tenho orgulho em habitar numa das maiores de-

    mocracias do mundo. Parabns pra ns!

    Aqui, neste espao, com mais de 140 caracteres,

    complemento que tenho orgulho tambm por partici-

    par da nossa autorregulao comercial, a qual, pelo que

    sabemos, no tem similar em outro pas. Claro, exige

    muito, mas, tambm vale muito! Como disse Gilberto

    Leifert, Presidente do Conar e tambm conselheiro do

    CENP, durante seu discurso no evento de 30 anos da

    entidade que iniciou no Brasil este inteligente modelo

    de autorregulamentao, o CENP o irmo caula

    desta bem-sucedida realizao.

    Ao preparar esta edio, procuramos repercutir

    alguns importantes fatos recentes, como os 60 anos da

    TV brasileira, num artigo do novo Presidente da ABERT,

    Emanuel Soares Carneiro, os Congressos da ABTA e

    ANJ e a Carta de Fortaleza, aprovada em reunio nacio-

    nal da ABAP da qual participamos e que traz um firme

    posicionamento em defesa da criana. Saudamos

    ainda, por meio de moo aprovada pelo Conselho

    Executivo do CENP, os 30 anos do Conar e a criao do

    Instituto Palavra Aberta, que seguramente muito con-

    tribuir para os debates travados hoje na sociedade a

    respeito de consumo e propaganda. J a entidade retra-

    tada em profundidade neste nmero a Fenapro, cujo

    Presidente, Ricardo Nabhan, acaba de ser reeleito. E

    mais: fomos ouvir anunciantes para saber o que pen-

    sam sobre o CENP. Encontramos respostas bastante

    interessantes e inteligentes.

    Por fim, dedicamos nossa capa a um assunto funda-

    mental para a propaganda de boa qualidade: o briefing!

    Tratamos o assunto tanto sob a tica privada como

    tambm sobre sua importncia para a comunicao,

    notadamente aps a Lei 12.232/10.

    Esperamos que este contedo seja uma contribuio

    para as melhores prticas comerciais.

    Aproveite!

    SS

    Tenho orgulho em habitar uma das maiores democracias do mundo e tambm por participar da nossa autorregulao comercial.

    Caio Barsotti

    Sumrio14 MEMRIA:

    OS 60 ANOS DATV BRASILEIRA

    16 DEPOIMENTOS:A PUBLICIDADE BRASILEIRANO UM MERCADOPARA AVENTUREIROS

    22 ENTREVISTA:RICARDO NABHAN, PRESIDENTE DA FENAPRO

    30 CCAAPPAA

    BRIEFINGPRECISO, CLAROE OBJETIVO

    SSEEEESS

    06 EM 1O LUGARMoo homanageia Conare Instituto Palavra Aberta

    08 ACONTECE

    44 REGIONAIS

    46 ACONTECE NO CENP

    48 CRNICA

    50 CARTAS

  • 2000

    934

    2001

    1.904

    2002

    2.358

    2003

    2.728

    2004

    3.110

    2005

    3.623

    2006

    3.753

    2007

    3.909

    2009

    3.532

    201027/9/2010

    2.895

    2008

    3.800

    Agncias certificadas

    Criado em dezembro de 1998, o Conselho Executivo das Normas-Padro (CENP) tem como misso

    o estabelecimento de princpios ticos no relacionamento comercial entre anunciantes, agncias de publi-

    cidade e veculos de comunicao, por meio da autorregulao.

    O CENP foi fundado pela ABA, ABAP, ABERT, ABTA, ANER, ANJ, Central de Outdoor e FENAPRO e

    tem como principal instrumento de trabalho o documento Normas-Padro da Atividade Publicitria, que

    estabelece as bases do relacionamento comercial e tico da atividade.

    O CENP concede Certificado de Qualificao Tcnica s agncias que cumprem as regras estabeleci-

    das pelas Normas-Padro, certificao essa que lhes garante o recebimento do desconto-padro de

    agncia, concedido pela legislao que trata da publicidade.

    A contrapartida certificao o cumprimento, pelas agncias, das Normas-Padro, o que verifi-

    cado rotineiramente pela equipe do CENP por meio de vistoria.

    Conflitos observados ou denunciados so dirimidos pelo Conselho de tica do CENP, formado por

    36 membros, representando anunciantes, agncias e veculos.

    A MISSO DO CENP

    10.431 AGNCIAS CADASTRADAS

    EM 27/9/2010

    334 PROCESSOS AVALIADOS NO TRIMESTRE

    JULHO A SETEMBRO/2010

    1.257 VISITAS TCNICAS E VISTORIAS EM AGNCIAS

    EM 27/9/2010

    @ Escreva para ns (inclusive para questes tcnicas): [email protected] Para questes sobre tica comercial: [email protected] Para questes de cadastro e certificao: [email protected]

    O CENPna internet:

    www.cenp.com.br

    Fale com o CENP:(11) 2172-2367 [email protected]

    Faa download desta revista e dasedies anteriores em nosso site.

    Fonte: CENP

    5

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

  • Em 1 lugar

    art. 5o dos Estatutos Sociais

    CENP incluiu no Item III o de-

    fender a liberdade de expresso publici-

    tria como um dos objetivos sociais

    da entidade, demonstrando claramente

    que, sem aquela estaria ameaada a

    liberdade de expresso, pensamento e

    cultural, tudo o que assegura a existn-

    cia dos estados democrticos de direi-

    to. A histria brasileira recomenda que

    a liberdade de manifestao do pensa-

    mento, que engloba e sintetiza todas as

    outras, deve ser permanentemente sus-

    tentada, evitando-se que, por equvo-

    cos, boa ou m-f, prosperem os movi-

    mentos de restrio, notadamente con-

    tra a comunicao publicitria, assegu-

    radora das manifestaes democrticas

    porque possibilita o acesso aos bens de

    informao e cultura a qualquer do

    povo, sem nenhum tipo de restrio ou

    preconceito.

    O Brasil viveu nas duas ltimas

    dcadas sob o estado de direito, ine-

    OO

    MOO HOMENAGEIA CONAR E INSTITUTO PALAVRA ABERTA

    O Conselho Executivo do CENP, reunido emmeados de setembro, aprovou, por suabela histria de respeito tica, mooem homenagem aos trinta anos do Conar.No mesmo documento, o Conselho saudoua criao do Instituto Palavra Aberta,entidade fundada para a defesa da liberdade de expresso comercial,asseguradora das liberdades de imprensa ede difuso cultural em nosso pas.Confira a ntegra da moo:

    6

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

  • xistindo tentativa de estado contra as

    liberdades fundamentais. Convive, no

    entanto, com equvocos de interpreta-

    o de leis que levam, de fato, a epis-

    dios lamentveis de censura e com as

    tentativas legislativas de romper a

    grandeza do texto constitucional que

    condena qualquer tipo de censura.

    No raro, a comunicao publicitria

    o caminho que buscam os incorrig-

    veis defensores das restries de pen-

    samento e consumo para assegurar

    xito a seus propsitos. Em nome da

    sade, das crianas, das diferenas

    sociais e tudo o mais que respeitvel

    defender, ameaam, pelas restries

    que propem, a liberdade de saber

    para escolher, conhecer para decidir

    sobre o que se deseja.

    H 30 anos, comemorados agora,

    o Conar Conselho Nacional de

    Autorregulamentao Publicitria

    um exemplo de resistncia pela cons-

    truo de um modelo de autocontrole

    em campo de atividade intelectual,

    oferecendo, pela liberdade de questio-

    namento e discusso com absoluto

    respeito ao contraditrio, uma opo

    democrtica de anlise de mensagens

    publicitrias. Acerta at mesmo quan-

    do nem todos aprovam a leitura feita

    pelos seus conselheiros ticos.

    Agora, por iniciativa de entidades

    representativas de veculos e agn-

    cias, foi criado o Instituto Palavra

    Aberta, que uma entidade que se

    dedicar exclusivamente a desenvol-

    ver estudos sobre o impacto do cer-

    ceamento da liberdade de expresso

    comercial nos direitos dos consumi-

    dores informao, atuando, com

    base no que estudar, para mostrar ao

    poder constitudo e sociedade o que

    pode representar, em termos demo-

    crticos, tais iniciativas. a constru-

    o do futuro pela inteligncia atuan-

    do contra a intransigncia.

    So dois instrumentos e dois

    momentos de suma importncia,

    razo pela qual a diretoria do CENP

    resolveu indicar ao conselho a conces-

    so de dois votos de louvor:

    1. Ao Conar, pelo que e j fez, nos

    trinta anos de fundao que est co-

    memorando.

    2. Ao Instituto Palavra Aberta, pela

    pertincia e oportunidade do que se

    prope a fazer em defesa da liberdade

    comercial.

    Aos dois, o reconhecimento de

    veculos, agncias e anunciantes reu-

    nidos no CENP.

    So Paulo, 14 de setembro de 2010

    O Conar umexemplo de resistnciapela construode um modelo deautocontrole,oferecendo uma opodemocrtica de anlisede mensagempublicitria

    7

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

  • 8CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    Acontece

    tema do 80 Congresso Brasileiro

    de Jornais, organizado pela ANJ,

    em agosto, no Rio de Janeiro, foi resu-

    mido em seu ttulo: Jornalismo e demo-

    cracia na era digital.

    O encontro reuniu cerca de oito-

    centos profissionais e teve como um

    dos destaques as presenas e as assina-

    turas dos presidenciveis Declarao

    de Chapultepec. O documento, lanado

    em 1994, no Mxico, defende as liber-

    dades de expresso e de imprensa. Jos

    Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e

    Marina Silva (PV) foram, em momentos

    diferentes, ao evento para assinar a

    declarao.

    Entre os painis realizados, o mais

    polmico foi o dedicado discusso

    sobre a autorregulamentao dos jor-

    nais e a criao de um conselho de tica

    da ANJ. Os palestrantes Aluzio Ma-

    ranho, editor de opinio de O Globo, e

    Sidnei Basile, vice-presidente de rela-

    es institucionais do Grupo Abril,

    admitiram a existncia de dificuldades

    na implantao de um Conselho de

    tica dos jornais brasileiros.

    O vice-presidente da ANJ, Nelson

    Sirotsky, esclareceu na ocasio que o

    objetivo do projeto elaborado por uma

    comisso composta por membros da

    diretoria da ANJ estender para todos

    os jornais associados os princpios de

    liberdade expressos no estatuto da enti-

    dade. Queremos um cdigo de tica

    que avalie tambm os nossos associa-

    dos, afirmou.

    No encerramento do encontro, reali-

    zado a cada dois anos, foi eleita em

    Assembleia Geral a nova diretoria da

    entidade. Judith Brito, da Folha de

    S.Paulo, foi reeleita presidente e deve

    permanecer frente da ANJ at 2012.

    Nossa misso continua absolutamen-

    te a mesma: defender a liberdade de

    expresso, afirmou a executiva em seu

    discurso, acrescentando que outra

    meta fundamental discutir as novas

    mdias digitais e como encontrar um

    modelo saudvel para preservao do

    jornalismo de qualidade.

    OO

    JORNALISMO E DEMOCRACIANA ERA DIGITAL

    SITE DA ANJ PASSA A DISPONIBILIZARLISTA DE AGNCIAS CERTIFICADAS

    esde setembro, quem acessa o

    site da ANJ Associao Nacio-

    nal de Jornais (www.anj.org.br) encon-

    tra a lista completa das agncias certifi-

    cadas pelo CENP.

    Como explica Oscar Mattos, diretor

    do Comit Mercado Anunciante, res-

    ponsvel pela implantao da nova fer-

    ramenta, a iniciativa de disponibilizar a

    informao de forma rpida e fcil para

    os veculos associados importante

    em muitos sentidos, inclusive para esti-

    mular que os jornais de todo o pas

    atentem para a necessidade de respei-

    tarem as Normas-Padro da Atividade

    Publicitria.

    No endereo, ao clicar no banner

    com o logotipo do CENP, o internauta

    tem acesso a um texto explicativo sobre

    a entidade, com nfase no papel da

    ANJ (que uma das signatrias das

    Normas-Padro), e tem como consul-

    tar as agncias certificadas. Para isso,

    basta escolher a regio de interesse ou

    digitar o CNPJ da agncia.

    A incluso desta opo no site da

    ANJ faz parte de uma srie de iniciati-

    vas adotadas para acrescentar mais

    prestao de servios ao endereo ele-

    trnico da associao. Por exemplo: foi

    DD

  • 9CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    includo tambm um link semelhante

    para abordar a importncia do Projeto

    Inter-Meios, explicando passo a passo

    como os veculos associados devem

    proceder para fazer parte do estudo

    organizado pela publicao Meio &

    Mensagem.

    No caso do CENP, Oscar conta que

    a ideia surgiu durante a realizao do

    ltimo congresso da entidade e, para

    viabiliz-la, a associao contou com o

    apoio do prprio CENP. Caio Barsotti

    fez uma apresentao para os integran-

    tes do Comit e nos ajudou no que foi

    preciso, diz, observando que como

    uma das fundadoras e mantenedoras

    do CENP, a ANJ entende que sua mis-

    so ajudar a promover as Normas-

    -Padro.

    Aprimorar a atuao da entidade no

    campo das melhores prticas comer-

    ciais justamente o objetivo do Comit

    Mercado Anunciante, que tem reunies

    a cada dois meses e coordena diversas

    iniciativas que auxiliam na dissemina-

    o de boas prticas. Ficam sob a res-

    ponsabilidade deste grupo, tambm,

    outras atividades, como as campanhas

    da ANJ para datas promocionais e a

    realizao do Prmio ANJ.

    edio de 2010 da Feira e Con-

    gresso ABTA, realizada em agos-

    to, em So Paulo, registrou nmeros re-

    cordes em termos de pblico. Foram

    mais de 9 mil visitantes durante os trs

    dias de evento, entre profissionais do

    setor e autoridades. O encontro tambm

    superou as expectativas no volume de

    expositores: duzentas empresas partici-

    param com 97 estandes, um crescimen-

    to superior a 30% em relao a 2009.

    A abertura do evento, que foi nortea-

    do pelo tema Revoluo na Convergn-

    cia, colocou em destaque a evoluo do

    mercado e os desafios que programado-

    res e distribuidores devem enfrentar. A

    TV por assinatura alcana hoje 8,5 mi-

    lhes de lares brasileiros, o que significa

    quase 30 milhes de espectadores.

    Presente ao evento, Roberto Irineu

    Marinho, presidente das Organizaes

    Globo, fez uma anlise positiva da situa-

    o do setor, estimando que o meio atin-

    ja, em 2015, cerca de 15 milhes de lares.

    A abertura do mercado de TV por

    assinatura foi o tema central no primeiro

    dia do Congresso, em um debate que

    contou tambm com as presenas de

    Alexandre Annerberg, presidente da

    ABTA; embaixador Ronaldo Sardenberg,

    presidente da Anatel; deputado Julio

    Semeghini, vice-presidente da Comisso

    de Cincia, Tecnologia, Comunicao e

    Informtica da Cmara; senador Antnio

    Carlos Jr., membro da Comisso de

    Cincia, Tecnologia, Inovao e Comu-

    nicao do Senado Federal; e senador

    Flexa Ribeiro, presidente da Comisso

    de Cincia, Tecnologia, Inovao e

    Comunicao do Senado Federal.

    O evento ainda discutiu questes

    bastante atuais para a evoluo da

    indstria da TV por assinatura no Brasil,

    como o papel dos diferentes players no

    desenvolvimento do setor e os desafios

    na produo de contedo, considerando

    as novas tecnologias. Nas sesses tem-

    ticas, os profissionais acompanharam

    os debates relacionados regulamenta-

    o, programao e as novas platafor-

    mas de distribuio de contedo.

    AA

    ABTA 2010 ABORDOU OS DESAFIOSDA TV PAGA NO BRASIL

    A iniciativa importante em muitossentidos, inclusivepara estimular que osjornais atentem para anecessidade derespeitarem as Normas--Padro

    Congresso da ABTA aconteceu emSo Paulo

  • 10

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    ficador e avana por legitimar a escolha

    de uma agncia pela melhor tcnica,

    onde a criatividade tem que nortear, no

    o preo, disse Luiz Lara, presidente

    nacional da Abap. Para ele, o CENP e o

    Conar so ncoras da atividade publi-

    citria no Brasil.

    Pastore lembrou o escndalo do

    mensalo (ele respondia pela presidn-

    cia da Abap na poca) e o envolvimento

    de agncias. Surgiu uma aura de culpa,

    e a Abap tomou as dores do setor,

    demonstrando que era uma questo

    isolada, de uma minoria, disse ele.

    Para Cardozo, a nova lei no elimina a

    corrupo, mas a dificulta. Ela torna as

    relaes mais transparentes. Terminar o

    meu mandato com uma lei como esta

    gratificante, pois ela surgiu em um

    momento difcil, quando fui sub-relator

    da CPMI dos Correios, que envolveu

    vrios dos meus companheiros. Muitos

    pagaram os custos das aes inescru-

    pulosas de poucos, disse ele. A nova

    lei torna mais difcil os possveis vcios

    das licitaes. Ela traz transparncia e

    tranquilidade a todo o processo de lici-

    tao de publicidade, emendou o

    deputado Milton Monti. Ottoni, princi-

    pal interlocutor do mercado publicitrio

    no governo federal, disse que a Se-

    cretaria de Comunicao do governo j

    adotava os princpios da lei antes

    mesmo da sua promulgao. Ele consi-

    dera que a medida profissionaliza o

    mercado, principalmente para estados

    e municpios. As pequenas e mdias

    agncias sero beneficiadas, e a comu-

    nicao pblica, mais correta e precisa.

    Para Petrnio, a legislao d um ru-

    mo vital propaganda, que livre e con-

    tinuar assim.

    lmoo para mais de cem convi-

    dados, promovido pela Abap em

    agosto, em So Paulo, homenageou os

    principais personagens da luta do mer-

    cado publicitrio pela aprovao da Lei

    n0 12.232/10, que disciplinou os proces-

    sos de licitao e a gesto dos contratos

    de publicidade por rgos da adminis-

    trao pblica. A lei considerada uma

    grande vitria tambm por reconhecer o

    modelo de agncia brasileira.

    Durante o almoo foram entregues

    placas comemorativas ao deputado Jos

    Eduardo Cardozo, autor do projeto de

    lei, ao deputado Milton Monti, presiden-

    te da Frente Parlamentar da Comuni-

    cao Social, a Ottoni Fernandes Jnior,

    secretrio executivo da Secretaria de

    Comunicao Social do governo, e a

    Dalton Pastore, presidente do Conselho

    da Abap e do Frum Permanente da

    Indstria da Comunicao (ForCom).

    Ele foi importante interlocutor do Poder

    Legislativo para a elaborao da lei.

    O trabalho realizado pelo CENP, ins-

    titucionalizado como rgo certificador

    de qualidade do setor da publicidade

    brasileira pela lei, tambm foi reconheci-

    do por meio de placa, entregue a

    Petrnio Corra e Caio Barsotti. A Lei no

    12.232 consagra o modelo brasileiro de

    agncias, reconhece o CENP como certi-

    AA

    ABAP HOMENAGEIA PERSONAGENS DA APROVAO DA LEI N 12.232/10

    Dan

    ise A

    ndra

    de

    A partir da esquerda Lara, Caio, Montie Petrnio

    A partir da esquerda Monti, Pastore,Cardozo e Ottoni

  • 12

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    Que a proteo da criana um dever de todos, igual-mente, e julga presunosa, inconveniente e desalinha-

    da dos propsitos de liberdade e democracia, toda e

    qualquer tentativa de faz-la bandeira de propriedade

    exclusiva de determinados segmentos, entidades ou

    indivduos.

    Que a proteo da criana tarefa de grande respon-sabilidade e de alta complexidade e, portanto, deplora

    as opinies simplistas que pregam a contextualizao

    da publicidade, por definio, como vil.

    Que a proteo da criana, no que se refere ao usoda mdia publicitria, est contemplada na Cons-

    tituio Federal, no Cdigo de Defesa do Consu-

    midor e no Cdigo Brasileiro de Aurorregulamen-

    tao Publicitria.

    Que a proteo da criana deve ser, necessariamente,objeto de um debate global permanente e inspirador

    de propostas equilibradas, realistas e embasadas por

    uma percepo sociocultural alinhada com a contem-

    poraneidade.

    Que a proteo da criana deve estar no foco de todosos profissionais de comunicao incumbidos de a ela

    se dirigirem, recomendando vigorosamente o uso res-

    ponsvel e criterioso dos recursos da publicidade e de

    seu inegvel poder de seduo e influncia.

    Que a proteo da criana, no que diz respeito publicidade, deve incluir a resistncia s propostas

    alienantes, que sugerem proibies incondicionais,

    censura pura e simples e outras iniciativas que

    tenham, como princpio, a negao da informao.

    Que a proteo da criana deve ser objeto de campa-nhas publicitrias especficas dirigidas a pais ou res-

    ponsveis, educadores e sociedade em geral, esti-

    mulando prticas saudveis e alertando sobre riscos

    de qualquer origem.

    Que a proteo da criana deve prever, no curriculumescolar, que a criana, o quanto antes, passe a convi-

    ver com contedos que a familiarizem com os cdigos

    publicitrios, estimulando seu senso crtico sobre as

    diversas manifestaes da publicidade.

    Que a proteo da criana garantida, primordial-mente, pela famlia e pelos sistemas educacionais,

    que devem ser permanentemente encorajados a for-

    mar jovens intelectualmente livres, aptos a escolhas e

    plenamente conscientes a respeito do mundo em

    que vivem.

    Fortaleza, 27 de agosto de 2010.

    ABAP Associao Brasileira de Agncias de Publicidade

    A PUBLICIDADE E APROTEO DA CRIANA

    CARTA DE FORTALEZA

    A ABAP, Associao Brasileira das Agncias de Publicidade, diante da disseminao de conceitos, oriundos de seto-

    res pontuais, porm movidos por uma determinao afeita s organizaes de vocao absolutista, e que buscam rela-

    cionar a imagem da atividade publicitria ameas proteo da criana, declara:

  • 14

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    Memria

    OS 60 ANOS DA TV BRASILEIRAEmanuel Soares CarneiroPresidente da Abert

    om penetrao de 95,7% dos

    domiclios (2009, Pnad/IBGE),

    este meio popular por vocao tem sido

    capaz de integrar milhes de pessoas,

    valorizar as realidades regionais, e dar-

    -lhes acesso gratuito a informao, cul-

    tura e entretenimento. Seu papel para o

    fortalecimento da identidade nacional

    incontestvel.

    Nos mais longnquos rinces, pos-

    svel encontrar cidados que se conec-

    tam com o restante do Brasil e com o

    mundo por intermdio de seu televisor

    e, independente de classe social ou

    nvel de instruo, tm acesso s mes-

    mas informaes.

    Em entrevista revista poca, em

    2006, o socilogo francs Dominique

    Wolton afirma que a televiso provocou,

    nos ltimos anos, uma revoluo na

    vida de milhes de pessoas. Para ele,

    que um dos mais respeitados especia-

    listas em comunicao no mundo, a

    televiso produz uma cultura mediana

    acessvel, sensibiliza o telespectador

    para outras culturas e reflete o mundo

    contemporneo, instigando o cidado

    a buscar informao e conhecimento

    antes ignorados.

    Nas palavras de Wolton, a cultura

    televisiva popular , em sntese, o que

    as pessoas tm em comum, mas que ao

    ser repartida entre os pares, fortalece a

    noo de democracia. Dessa forma, a TV

    promove um indiscutvel processo de

    evoluo social, como observamos no

    Brasil nessas ltimas dcadas.

    Dados de uma recente pesquisa

    encomendada empresa Meta pela

    Secretaria de Comunicao Social da

    Presidncia da Repblica (Secom), so-

    bre o acesso informao e a formao

    da opinio da populao brasileira, mos-

    tram que as percepes de Wolton em

    relao ao papel deste meio de comuni-

    cao esto corretas.

    A pesquisa revela, por exemplo, que

    para 66,3% das pessoas a televiso aber-

    ta o meio de comunicao mais rele-

    vante para buscar informao, e para

    69,4% a mdia mais confivel. Quanto

    programao, 64,6% dos entrevista-

    CC

    A televiso aberta completou sessenta anos no pas em 18 de setembro. Desde a primeira transmisso da TV Tupi,em So Paulo, na iniciativa ousada de Assis Chateaubriand, aevoluo tecnolgica, o arrojo empresarial e o talento dosnossos profissionais fizeram da TV brasileira um case depadro internacional.

  • 15

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    dos consideram os telejornais os progra-

    mas mais importantes, seguidos das

    novelas, com 16,4%. O levantamento

    ouviu 12 mil pessoas, em 639 cidades de

    cinco regies do pas.

    Com noticirios, reportagens, entre-

    vistas e debates entre candidatos, a tele-

    viso tem sido fundamental tambm

    para a consolidao da democracia.

    Alm de prover informao e promover

    a discusso de temas de interesse nacio-

    nal, com a produo regular de sries

    e campanhas de utilidade pblica que

    este meio estabelece compromisso com

    as demandas sociais, seja de dimenso

    nacional ou comunitria, de qualquer

    pequena cidade interiorana.

    Isso s possvel graas ao modelo

    federativo de radiodifuso, semelhante

    ao que acontece em outros pases de

    dimenses continentais. Baseado no

    conceito de redes de programao bsi-

    ca, ele combina grandes centros de pro-

    duo, dotados de tecnologia avanada e

    profissionais altamente qualificados,

    capazes de fornecer contedo a milhares

    de emissoras e municpios. O mesmo

    acontece no sentido inverso as emisso-

    ras afiliadas s redes nacionais contri-

    buem com a sua viso regional e local.

    Marcado pela diversidade e plurali-

    dade, este modelo compreende 496

    emissoras de televiso, sendo 295

    comerciais e 201 educativas, e mais de 5

    mil estaes retransmissoras. A inds-

    tria televisiva brasileira gera mais de

    200 mil postos de trabalho, diretos e

    indiretos, produz 70 mil horas/ano e,

    apenas em programas jornalsticos, 180

    mil horas/ano. Cerca de 70% desse con-

    tedo nacional 90% se considerado

    apenas o horrio nobre.

    Uma das grandes contribuies do

    setor , por certo, de estmulo ao desen-

    volvimento econmico e social do pas.

    Estudo da empresa Tendncias Con-

    sultoria Integrada, realizado em 2007,

    com base no conceito economtrico,

    verificou que a insero de meios de

    comunicao, entre eles a TV, tem efeito

    positivo sobre o ndice de Desenvol-

    vimento Humano (IDH).

    A televiso leva informao sobre

    tendncias de mercado, oportunidades

    de trabalho, novos produtos e tecnolo-

    gias, contribuindo para o desenvolvi-

    mento dos mercados regionais e locais.

    Esse modelo oportuniza s pequenas e

    mdias empresas anunciarem seus pro-

    dutos e servios localmente a um custo

    adequado a sua realidade financeira,

    alcanando o pblico-alvo, melhorando

    suas vendas e gerando empregos.

    At 2012, teremos disseminado no

    Brasil o padro digital de televiso que,

    mais do que qualidade superior de ima-

    gem e som, permitir o avano da mobi-

    lidade e da portabilidade, ou seja, a

    capacidade de o telespectador receber o

    sinal em aparelhos portteis ou celula-

    res. O sistema nipo-brasileiro tambm

    se internacionaliza, sendo adotado at o

    momento por onze pases.

    um passo decisivo para a insero

    da TV no ambiente de acelerada conver-

    gncia tecnolgica, que permitir cada

    vez mais o acesso a voz, vdeo, dados e

    texto nas mais variadas plataformas.

    Portanto, ao completar sessenta

    anos de existncia, percebemos que a

    televiso brasileira continua forte e reju-

    venescida, cumprindo o seu papel para

    o crescimento econmico e a consolida-

    o da democracia.

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    Depoimentos

    A aprovao da Lei no 12.232 sublinhou a relevncia do CENP para a atividade publicitria. Nesta e nas pginas seguintes,seis anunciantes de diferentes setores,portes e origens do a sua opinio sobre a importncia da publicidade e de se trabalhar com agncias profissionais e certificadas segundo as Normas-Padro da Atividade Publicitria.

    Marcos Caetano, diretor de comu-

    nicao corporativa do Ita BBA, no

    tm dvidas: a criao do CENP uma

    grande conquista para os trs princi-

    pais atores do setor publicitrio brasi-

    leiro: anunciantes, agncias de publici-

    dade e veculos de comunicao.

    Temos no Brasil um mercado muito

    maduro. As agncias brasileiras so de

    nvel internacional, mais de uma delas

    j tendo sido eleita como agncia do

    ano no importante Festival de Cannes.

    Da mesma forma, os veculos de

    comunicao do Brasil j conquista-

    A PUBLICIDADEBRASILEIRA NO UM MERCADO PARAAVENTUREIROSAnunciantes falam sobre a importncia do CENP

    Anunciante: Ita BBA

    Setor: Financeiro

    Depoimento de: Marcos Caetano

    Sede: So Paulo

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    ram importantes prmios internacio-

    nais, como o Emmy e o New York Film

    Festival, apenas para citar alguns.

    Toda hora, vemos a qualidade dos tra-

    balhos dos veculos sendo reconheci-

    da, aqui e no mundo. E os anuncian-

    tes tambm tm um comportamento

    muito tico num mercado bem orga-

    nizado, diz ele, que considera a pu-

    blicidade um setor de vanguarda. O

    mercado brasileiro j forte o bastan-

    te a ponto de permitir um trnsito

    intenso, do exterior para o Brasil e do

    Brasil para o exterior, idntico ao que

    se v nos mercados de Primeiro Mun-

    do. As empresas de uma forma geral

    esto passando por essa fase, mas a

    publicidade j est nela desde o final

    dos anos 90.

    Para Caetano, o mercado publicit-

    rio brasileiro fruto da qualidade do

    relacionamento entre os anunciantes,

    as agncias e os veculos. Sempre con-

    vivemos de forma harmnica, e o CENP

    um grande marco dessa maturidade.

    em funo de tudo isso que conside-

    ro a chegada do CENP um grande avan-

    o para o mercado publicitrio.

    Segundo ele, natural que as regras

    de governana e concorrncia sejam

    preservadas, com liberdade e espao

    para negociao e aperfeioamentos,

    mas que exista um parmetro que evite

    o que chama de barbrie. A publicida-

    de brasileira no um mercado para

    aventureiros. por estar apoiado em

    leis e autorregulamentao que o que

    . O CENP contribui fundamentalmen-

    te para que este ambiente torne os

    negcios to fluentes. Qualquer coisa

    no sentido inverso seria um atraso, um

    retrocesso. Precisamos preservar este

    modelo, que no implica mais burocra-

    cia e controles indevidos, e que efetiva-

    mente protege o mercado.

    Ele no tem dvidas de que o CENP

    precisa ser preservado. um rgo

    necessrio porque procura estabelecer

    regras mnimas de convivncia merca-

    dolgica, adequadas a um setor muito

    competitivo, disse, lembrando que

    existem milhares de agncias de publi-

    cidade no Brasil so perto de 3 mil

    apenas as certificadas pelo CENP. A

    publicidade um dos setores mais

    competitivos da economia brasileira.

    O CENP contribuifundamentalmentepara um ambientede negcios fluentes.O sentido inversoseria um atraso, umretrocesso

    Continua na pgina 20

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    A IMPORTNCIA DO CENP

    QUALIDADE, TICA, CREDIBILIDADE, TCNICA, SEGURANA E

    Anunciantes destacam a importncia de trabalhar com agncias certificadas pelo CENP

    Anunciante: Grupo Dias Neto

    Setor: Concessionrias de motos e

    automveis e postos de combustveis

    Depoimento de: Antnio Dias Neto

    Sedes: Paraba, Pernambuco,

    Alagoas e Rio Grande do Norte

    Para uma agncia de publicidade, ter a certificao do CENP ter um verdadeiro atestado de credibilidade.O fato de trabalharmos com uma agncia certificada nos d maior confiana e tranquilidade ao anunciar,porque sabemos que estamos protegidos por um rgo fiscalizador, srio e eficaz.

    Antnio Dias Neto, Presidente do Grupo Dias Neto, grupo empreendedor com negcios em quatro estados do Nordeste e com planos de expanso para toda a regio.

    Anunciante: Beach Park

    Setor: turismo e lazer

    Depoimento de: Clarisse de

    Carvalho Linhares

    Sede: Fortaleza

    Particularmente, nunca trabalhamos com uma agncia que no fosse certificada pelo CENP, ento no podemos abordar as desvantagens. Um dos quesitos importantes para o processo de certificao o emprego de pesquisas de mdia,e considero fundamental que a agncia tenha e faa uso constante de pesquisas de mdia. No existe boa campanha publicitria sem o embasamento tcnico das pesquisas. A fundamentao do plano de mdia elemento--chave para o sucesso de qualquer propaganda.

    Clarisse de Carvalho Linhares, diretora de marketing do Beach Park, complexo de turismo e lazer de Fortaleza que recebe anualmente mais de 1 milho de pessoas.

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    COMPETNCIA

    Anunciante: Dental Gold

    Setor: Servios odontolgicos

    Depoimento de: Josuel Gomes

    Sede: Paraba

    Saber que a agncia responsvel pela nossa comunicao certificada pelo CENP nos d mais segurana, pois temos a certeza de que a empresa sria e trabalha dentro das normas e padres necessrios, assegurando que as campanhas que veiculamos estejam sempre dentro dos acordos propostospelo conselho.

    Anunciante: Celpa

    Setor: Concessionria de energia

    eltrica

    Depoimento de: Jackson C. Santos

    Sede: Par

    No dia a dia de nossas atividades e na execuo profissional de nossas aes de comunicao, temos como pr--requisito o trabalho com agncias certificadas pelo CENP. O acesso s ferramentas e recursos que a certificao permite e seu uso eficiente,com tica e competncia, nos do tranquilidade e confiana no retorno dos investimentos.Como profissional que j atuounos trs agentes da propaganda, me sinto muito vontade para trabalhar e recomendar o trabalho com agncias certificadas.

    Jackson C. Santos, Comunicao, Celpa, concessionria deenergia eltrica que atende a mais de 1,6milho de clientes no Par, beneficiandomais de 7 milhes de habitantes.

    Josuel Gomes, Diretor-presidente da Dental Gold, maior rede de servios odontolgicos da Paraba.

    Anunciante: MRN

    Setor: Minerao

    Depoimento de: Ana Cunha

    Sede: Par

    Ter como parceira de trabalho uma agncia certificada nos garante maior confiabilidade e transparncia nas relaes estabelecidas e principalmente maior qualidade nos servios prestados. Um processo de certificao eficaz resulta numa gesto mais profissional e eficiente. Alm disso, comoanunciantes, temos acesso a ferramentas mais precisas para avaliao de mercado e pblico, o que nos possibilita fazer sempre a melhor escolha de como aplicar a verba de mdia disponvel, aferindo melhores resultados.

    Ana Cunha, Gerente de Comunicao da MRN Minerao Rio do Norte, que chega aos seus trinta anos consolidada como um dos maiores empreendimentos mundiais na produo de bauxita, o minrio de alumnio.

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    A IMPORTNCIA DO CENP

    Temos canais de TV s centenas,

    emissoras de rdio, revistas e jornais

    que se contam aos milhares e vrios ou-

    tros meios de comunicao slidos e de

    alta qualidade, sem falar nos milhares

    de anunciantes em todo o pas. Sob to-

    dos os ngulos, vemos um mercado

    bastante competitivo e que, at por

    isso, precisa ter regras mnimas, disse

    Caetano.

    Para ele, outra grande contribuio

    da publicidade, principalmente num

    mercado como o financeiro, trazer o

    que chama de provocaes para dentro

    do anunciante. da natureza da publi-

    cidade promover um debate fora do dia

    a dia da operao, que muito saud-

    vel. Uma das funes da agncia dis-

    cutir tica, sustentabilidade, branding,

    design e tantas outras coisas funda-

    mentais para o futuro das empresas.

    As agncias foram pioneiras em mui-

    tos destes temas. Branding, por exem-

    plo, at os anos 80, no era um valor

    mensurado pelas empresas e hoje as

    marcas esto entre os seus ativos mais

    valiosos. Agncias de publicidade tiram

    as anunciantes das suas zonas de con-

    forto. Elas provocam discusses sobre

    legado, viso de futuro, padres ticos,

    propsito da empresa e sustentabilida-

    de, que so muito importantes, que

    nos ajudam a renovar, a melhorar e que

    esto entre as principais preocupaes

    da cpula das empresas.

    Para Caetano, provocaes dessa

    natureza podem at vir de outras ori-

    gens, como uma empresa de consulto-

    ria, por exemplo. Mas dificilmente

    voc ter um consultor que no tenha

    uma identidade maior com a empresa

    tendo, talvez, at trabalhado na rea.

    Na agncia sempre ser o oposto. A

    formao, o ponto de vista, a viso de

    mundo do publicitrio ser diferente e

    bom que seja assim, pois a diversida-

    de desejvel. Quanto mais as empre-

    sa puderem refletir diferentes maneiras

    de ver a sociedade, mais probabilidade

    de sucesso elas tero. As agncias so

    ambientes propcios para isso, inclusi-

    ve pela multiplicidade de clientes com

    que lidam. Agncias sempre esto na

    linha de ataque, apoiando o anuncian-

    te em vendas, em gerao de receitas e

    lucros, falando direto com o consumi-

    dor final. Elas tm o pulso de mercado.

    A agncia que atende um banco tam-

    da naturezada publicidadepromover um debatefora do dia a dia daoperao, que muito saudvel.Uma das funesda agncia discutirtica, sustentabilidade,branding, designe tantas outrascoisas fundamentaispara o futurodas empresas.As agncias forampioneiras em muitosdestes temas

    Agncias sempreesto na linha deataque, apoiando oanunciante emvendas, em geraode receitas e lucros,falando direto com oconsumidor final

    Continuao da pgina 17

  • bm ajuda a vender cerveja.

    Caetano se disse um defensor per-

    manente de mais flexibilidade nas

    regras do mercado publicitrio, para

    que os modelos de remunerao das

    agncias possam ser inovadores, mas

    sempre dentro de regras mnimas. Ele

    considera, porm, que essa discusso

    tem que ser conduzida sempre dentro

    CENP. Na minha opinio, qualquer

    modelo que no passe pelo CENP vai

    prestar um desservio ao mercado

    publicitrio, permitindo que empresas

    com pssima qualidade possam, na

    base de preos menores, na base de

    concorrncia predatria, ganhar espa-

    o num mercado hoje muito bem ocu-

    pado por brilhantes agncias que

    temos no Brasil. Sem o CENP seria ver

    agncias que tm grande capacidade

    criativa e remuneram bem profissio-

    nais excepcionais serem destrudas,

    serem devastadas por outras agncias

    que no tm essa qualidade mas que

    fariam abordagens aos anunciantes

    por puro e simples preo.

    Caetano considera que nesse cen-

    rio os prejuzos seriam de todos, atin-

    gindo inclusive o consumidor, que te-

    ria publicidade da pior qualidade, com

    menos informao. Seria ruim, consi-

    dera ele, para os anunciantes, para as

    pessoas que trabalham nas agncias,

    que sofreriam com o inevitvel impac-

    to negativo na sua remunerao, da

    mesma forma que para as pessoas que

    trabalham em veculos. Seria realmen-

    te um caso de grande retrocesso se fos-

    semos desregular, mesmo que de for-

    ma mnima, a concorrncia entre em-

    presas do setor publicitrio, disse ele.

    Ele reafirma a importncia para os

    anunciantes da existncia do CENP, da

    sua permanncia, e defende que a enti-

    dade tenha cada vez mais apoio do

    governo e de todos os setores da socie-

    dade, em todas as instncias. muito

    importante para os anunciantes que

    existam regras claras de concorrncia e

    de convivncia, que se mantenha uma

    previsibilidade, que se saiba que traba-

    lhamos dentro de um terreno regulado

    e no onde impere a barbrie, com um

    ambiente de competio desenfreada e

    sem sentido para um anunciante.

    Como anunciante, eu gostaria de dizer

    que o CENP, para ns, tem esse carter

    normativo, esse carter de dar uma

    base, de dar um piso, de dar um cho

    a partir do qual construmos o relacio-

    namento com nossas agncias de

    publicidade. Tirar esse cho para os

    anunciantes, assim como para os

    demais elos do mercado publicitrio,

    seria bastante ruim. Considero muito

    importante preservar o CENP para que

    possamos manter a publicidade brasi-

    leira no mesmo patamar observado

    nos ltimos anos, uma publicidade

    que invejada no mundo inteiro, que

    respeitadssima, que muito premia-

    da, que informa cada vez mais e

    melhor ao consumidor, disse

    Caetano. Se a lei de defesa do consu-

    midor pegou, foi porque o prprio

    setor publicitrio brasileiro vestiu a

    camisa, comprou esta causa: anun-

    ciantes, veculos e agncias decidiram

    informar com mais qualidade aos con-

    sumidores. por isso que a propagan-

    da no Brasil cada vez mais evoluda,

    por isso que a propaganda enganosa

    est sendo banida do nosso dia a dia e

    por isso que acredito que o CENP

    precisa continuar conquistando espa-

    o e sendo apoiado e prestigiado, para

    que o mercado publicitrio, seja do

    ponto de vista dos anunciantes, seja

    das agncias, seja dos veculos, possa

    ser realmente um terreno seguro, bom

    de se investir e que, acima de tudo,

    preste e continue prestando um excep-

    cional servio para o consumidor, que

    no final das contas o grande benefi-

    ciado em todas essas iniciativas.

    Se a lei de defesado consumidorpegou, foi porqueo prprio setorpublicitriobrasileiro comprouesta causa

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    Entrevista

    RICARDO NABHAN, PRESIDENTE DA FENAPROCuidar da preservao de valores de nossa atividade exige um esforo supremo

    Reeleito presidente da Fenapro em junho de 2010, para mais um mandato de trs anos,Nabhan formado em Administrao de Empresas, com ps-graduao em Propaganda eMarketing pela ESPM. Ele dirige a ZN Marketing, agncia do Mato Grosso do Sul e, na vidaassociativa, j foi presidente do Sindicato das Agncias de Propaganda de Mato Grosso do Sul,ex-vp da Fenapro e atuou tambm como membro do Comit de tica do CENP. Nesta entrevista, ele aborda o trabalho realizado na Fenapro desde 2007, revela as prioridades para aprxima gesto e analisa os desafios que devem ser enfrentados pela indstria da publicidade.

    Como voc avalia a atuao

    da Fenapro nos ltimos anos?

    A atuao da Fenapro foi bastante positiva, com avanos

    importantes, principalmente para o fortalecimento dos

    Sinapros e dos mercados regionais. Entre as principais con-

    quistas da entidade, podemos destacar a atuao no IV Con-

    gresso Brasileiro de Publicidade, realizado em 2008, no qual

    comandamos o painel As Realidades dos Mercados Re-

    gionais, do qual saram as 21 recomendaes para promover

    o desenvolvimento, o crescimento e a valorizao regional da

    indstria da comunicao em todo o Brasil, alm da formao

    de grupos de trabalho para acompanhar a sua implementao

    e consolidao.

    O apoio ao Projeto de Lei do deputado Jos Eduardo

    Cardoso, que culminou com a Lei no 12.232, foi uma das reco-

    mendaes importantes feitas no painel. Outras foram a

    ampliao das relaes com as entidades e o mercado, as

    aes permanentes junto s instituies de ensino com o

  • 23

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    objetivo de colaborar para a melhoria da formao educacio-

    nal dos jovens.

    Outra iniciativa importante foi o fortalecimento dos laos

    com demais entidades de defesa do setor, tais como a Abap,

    Abert, CENP, Conar e ABA, entre outras, com o objetivo de rea-

    lizar um trabalho conjunto na defesa de questes importantes

    que afetam o mercado de comunicao.

    Entre os inmeros projetos realizados,

    quais voc destacaria como fundamentais

    para ajudar na profissionalizao da indstria

    da publicidade no Brasil?

    Alm de levantar a bandeira da regionalizao, que deve ser

    entendida como um esforo permanente pela valorizao dos

    mercados regionais, a Fenapro promoveu aes em parceria

    com os Sinapros, como os encontros regionais realizados nas

    diversas regies do Brasil, com a presena dos presidentes

    dos sindicatos de todo o pas e diretores regionais de cada um

    deles. Isto tem permitido promover uma aproximao com os

    mercados locais e, principalmente, ampliar o conhecimento

    sobre as caractersticas de cada mercado.

    Considero estes encontros fundamentais, por reunir

    agncias, veculos, anunciantes e profissionais, e permitir

    ouvir in loco os seus problemas e buscar as melhores solu-

    es e alternativas para resolv-los. J realizamos encontros

    na Bahia, Pernambuco, Rio Grande Norte, Minas Gerais, So

    Paulo, Paran, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Esprito Santo e

    Santa Catarina. O nosso objetivo percorrer todo o Brasil.

    Entre as atividades desenvolvidas

    hoje pela Fenapro, quais tm sido mais

    importantes para ajudar a preparar o futuro

    da atividade no Brasil?

    Cito as oficinas de capacitao para os mercados locais que

    acontecem durante os encontros regionais, com o objetivo de

    levar o know how dos mercados mais desenvolvidos a outras

    regies. As atividades, ministradas por profissionais experien-

    tes, abordam as diversas reas de operao de uma agncia,

    como atendimento, gesto, mdias alternativas, novas mdias,

    planejamento, legislao, licitaes etc.

    Alm das oficinas, a entidade organiza palestras para estu-

    dantes de propaganda e marketing de todo o Brasil, com o

    objetivo de colaborar para a formao dos futuros profissio-

    nais. Centenas de estudantes j participaram dessas palestras.

    Entendemos que fundamental trabalhar na formao dos

    jovens que vo estar frente do negcio da propaganda no

    futuro. A grande mudana que esperamos que todo esse

    esforo, no futuro, se transforme em mais qualidade, profis-

    sionalismo, tica e respeito.

    Do ponto de vista das agncias, quais as

    mudanas que devemos ter neste cenrio

    nos prximos anos?

    O mundo da comunicao est se transformando rapida-

    mente em funo da internet, das redes sociais, das novas tec-

    nologias como o mobile. Isto impacta diretamente os veculos,

    a distribuio de verbas e as estratgias de comunicao. As

    agncias tambm so fortemente influenciadas e tm que

    ampliar sua rea de atuao em reas como digital, compor

    equipes preparadas para os novos desafios e, sobretudo,

    acompanhar e buscar se antecipar s novas tendncias. H

    Entendemos que fundamental trabalhar na formao dos jovens que vo estar frente do negcio da propaganda no futuro

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    tambm movimentos macro que devem ser observados,

    como o prprio crescimento regional e a expanso das classes

    C e D. preciso que as agncias conheam melhor esse pbli-

    co e suas demandas.

    Qual hoje, em sua opinio, a principal luta

    conjunta que o setor publicitrio deve enfrentar?

    A liberdade de expresso comercial sem dvida a maior

    luta que estamos enfrentando. Temos muitos problemas a

    enfrentar, como as medidas de restries propaganda por

    parte da Anvisa, alm de outras centenas de projetos de lei

    antipropaganda que tramitam no Congresso e que imputam a

    culpa de tudo propaganda.

    Este tipo de problema s pode ser enfrentado se conseguir-

    mos unir o setor para conscientizar os demais rgos sobre a

    importncia da propaganda, pois atravs dela que as marcas

    lanam os seus produtos e os consumidores recebem as

    informaes, permitindo assim a liberdade de escolha do con-

    sumidor final.

    Especificamente em sua gesto, quais as

    iniciativas que exigiram mais esforo da Fenapro?

    Acredito que todas as iniciativas realizadas tm exigido

    esforos da entidade, ainda mais quando sabemos que elas

    representam os interesses de um universo de empresas que

    conta, hoje, com mais de 10 mil agncias, entre pequenas,

    mdias e grandes.

    Um dos esforos, realizado em parceria com as demais enti-

    FENAPRO

    A liberdade de expresso comercial sem dvida a maior luta que estamosenfrentando

  • dades do setor, foi o fato de termos conseguido levar ao TCU,

    por exemplo, o pleno conhecimento do que somos e o que faze-

    mos. A ideia que se fazia dos servios prestados pelas agncias

    de propaganda era muito diferente da nossa realidade.

    Tambm estamos levando informaes, tirando dvidas e

    ajudando o mercado na aplicao da Lei no 12.232, por meio

    de encontros com os responsveis por este setor nos estados

    e municpios e, em alguns casos, realizando encontros com

    os prprios prefeitos, ajudando-os no melhor entendimento

    dessa nova lei.

    Cuidar da preservao de valores de nossa atividade exige

    um esforo supremo, no apenas das entidades, mas de cada

    um de seus profissionais.

    Fenapro e Abap assinaram recentemente uma

    declarao conjunta de princpios e objetivos;

    a Fenapro tambm tem desenvolvido iniciativas em

    parceria com a ABA. Como voc avalia a

    importncia de as entidades atuarem

    com propostas comuns? Este movimento

    importante para fortalecer as diversas iniciativas?

    Quanto mais as entidades trabalharem juntas, melhor para

    as agncias, para o mercado e para o desenvolvimento do pas

    como um todo. Um bom exemplo disso o Guia da melhor

    prtica assinado pela ABA e Fenapro, um trabalho que tem

    norteado muitos anunciantes no momento de selecionar a

    agncia ou agncias para atenderem suas contas.

    Outro exemplo a Declarao Conjunta de Princpios e

    Objetivos assinado com a Abap. Este acordo visa a criao de

    uma agenda comum que contribua para o crescimento e o de-

    senvolvimento das agncias. Sem dvida, esses movimentos

    so importantes para fortalecer as diversas iniciativas em defe-

    sa do setor e, principalmente, para o seu desenvolvimento.

    Qual a anlise que podemos fazer hoje sobre

    o mercado publicitrio? Como a Fenapro tem

    apoiado as atividades das suas associadas,

    para que as agncias possam aproveitar o

    bom momento econmico do pas?

    Nosso mercado cresce em propores significativas. Basta

    ver que um mercado como o de Pernambuco, por exemplo,

    cresceu, apenas em maio deste ano, mais de 10%. Temos

    duas classes sociais, a C e a D, que at outro dia no tinham

    a importncia que tm hoje e que esto consumindo muito

    acima do que se poderia imaginar.

    Isso mostra que estamos vivendo um bom momento para

    o negcio da propaganda, de mais consumo e produo, o

    que certamente ir ampliar as oportunidades para o desenvol-

    vimento da atividade em todo o pas.

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    Estamos vivendo um bommomento para o negcio dapropaganda, o que certamenteir ampliar as oportunidades

    Quanto mais as entidades trabalharem juntas, melhorpara as agncias, para o mercado e para o desenvolvimento do pas como um todo

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    ficialmente, a Fenapro Federa-

    o Nacional das Agncias de

    Publicidade foi criada em 1982, com a

    assinatura da Carta Sindical pelo minis-

    tro do Trabalho, Murillo Macedo. Mas as

    negociaes para a instituio da entida-

    de haviam comeado em 1977, quando

    os seis sindicatos existentes at ento

    lanaram publicamente a ideia.

    Refletindo mudanas que ocorreram

    no Brasil nas ltimas dcadas, a

    Fenapro congrega hoje em seus qua-

    dros dezoito sindicatos patronais

    (Sinapros) e mais de 10 mil agncias de

    propaganda em todo o pas, conside-

    rando as empresas que fazem constar

    do seu contrato social a atividade.

    Destas, cerca de 3 mil encontram-se

    certificadas pelo CENP. Alm de admi-

    nistrar o recolhimento da contribuio

    sindical patronal e prestar assessoria

    jurdica para todos os Sinapros, faz

    parte do escopo de atividades da entida-

    de orientar os sindicatos das agncias

    nas reas tributria e de administrao

    e tambm no que diz respeito s ques-

    tes relacionadas legislao da ativi-

    dade publicitria e de direito autoral.

    Para otimizar os esforos nessa fren-

    te, um dos projetos mais importantes

    da Fenapro a realizao dos Encon-

    tros das Lideranas Regionais, organi-

    zados em diversos estados para discutir

    o negcio da comunicao em mbito

    regional. Nessas ocasies, os profissio-

    nais participam de palestras, semin-

    rios e oficinas em torno de temas como

    gesto de agncia, licitaes, legislao

    da propaganda, planejamento de mdia,

    criao, atendimento etc. Na ltima edi-

    o, que aconteceu em meados de

    agosto, em Florianpolis, um dos des-

    taques foram os debates relacionados

    implementao da Lei no 12.232, que

    definiu as regras para as licitaes p-

    blicas na rea de comunicao.

    Tambm ficou acertado no encontro

    que a Fenapro deve reforar a ao dos

    Sinapros para a fiscalizao da aplica-

    o das Normas-Padro da Atividade

    OO

    FENAPRO28 ANOS EM PROL DA QUALIFICAO DAS AGNCIAS DE PROPAGANDA

    O intuito da entidade atuar de forma ainda mais estreita com os sindicatos e o CENP para ajudar aesclarecer dvidas, a fim de que as Normas-Padrosejam respeitadas e cumpridas

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    ISTA

    Publicitria. Para isso, foi constitudo

    um comit coordenador para visitar os

    estados, acompanhando as demandas

    das agncias e ajudando a identificar

    situaes sensveis envolvendo as

    Normas-Padro e a legislao relacio-

    nada atividade publicitria. Como foi

    defendido na ocasio pela Fenapro, o

    intuito da entidade atuar de forma

    ainda mais estreita com os sindicatos e

    o CENP no sentido de ajudar a esclare-

    cer dvidas para que as normas sejam

    respeitadas e cumpridas por meio da

    adeso dos veculos regionais.

    Unindo esforos

    Ricardo Nabhan, frente da entida-

    de desde 2007 (e deve permanecer at

    2013, uma vez que foi reeleito), comen-

    ta que uma das prioridades de sua ges-

    to tem sido justamente o fortalecimen-

    to dos laos com outras entidades do

    setor, como ABA, Abap, ABP, CENP e

    APP, com o objetivo de realizar um tra-

    balho conjunto na defesa das questes

    que afetam o setor.

    Nos ltimos anos este esforo de a-

    proximao tem rendido bons frutos.

    Em 2009, por exemplo, em parceria com

    a ABA foi organizado um grande evento

    para debater o fortalecimento da ativida-

    de econmica publicitria brasileira. O I

    Frum Mercados Brasileiros reuniu cer-

    ca de duzentos dirigentes e executivos de

    empresas anunciantes, agncias de pro-

    paganda e veculos de todo o pas. A edi-

    o no 21 da CENP em Revista publicou

    reportagem sobre o Frum.

    A Fenapro tambm teve participao

    ativa na realizao do IV Congresso

    Brasileiro de Publicidade, quando foi

    responsvel pelo painel sobre a realida-

    de dos mercados regionais, que contou

    com mais de duzentos delegados de

    todo o pas. Neste sentido, outra esfera

    importante de atuao da entidade a

    que envolve a aproximao com o

    poder pblico, visando defender os

    interesses do setor publicitrio em

    questes legais, projetos de leis e regu-

    lamentaes relacionadas propagan-

    da. Para isso, alm dos contatos com

    diversos rgos do governo, entre eles

    a Secom e o TCU, destacam-se a reali-

    Estima-se que no perodo de 2007 a 2010 tenham passado pela anlise daFenapro mais de trezentos processos de licitao

  • 28

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    FENAPRO

    zao de inmeras reunies com minis-

    tros, parlamentares e senadores, alm

    da participao em audincias pblicas.

    Nabhan cita como exemplo o acompa-

    nhamento direto e a participao na ela-

    borao de emendas do projeto de lei

    do deputado Jos Eduardo Martins

    Cardozo, que se transformou na Lei no

    12.232, e o envolvimento de represen-

    tantes da entidade na conduo do

    debate para a elaborao do texto do

    Anexo C, do CENP.

    Em outra frente, a Fenapro tem traba-

    lhado em prol da melhor qualificao e

    conhecimento das agncias no mbito

    da legislao, das licitaes pblicas e

    da gesto de agncia. Pensando no futu-

    ro da questo, a atual gesto intensifi-

    cou a aproximao com o setor educa-

    cional, visando ampliar o conhecimento

    da atividade publicitria pelos alunos

    dos cursos de comunicao. Para tanto,

    a entidade realiza palestras em universi-

    dades em todo o pas, j tendo coberto

    mais de 10 mil estudantes de propagan-

    da, marketing e comunicao.

    A questo das licitaes pblicas

    tem exigido bastante ateno da entida-

    de, que tem atuado, com o apoio dos

    Sinapros, junto aos Tribunais de Contas

    dos estados, realizando consultas e

    orientando os responsveis para que as

    licitaes regionais adotem os padres

    legais, face ao grande nmero de erros

    usualmente constatados nesses editais.

    Em prol da busca de melhores prti-

    cas nesta rea, foram desenvolvidos

    inclusive materiais especficos sobre o

    assunto, disponvel no site www.fena-

    pro.org.br. A iniciativa faz parte do

    esforo de levar ao conhecimento dos

    mercados regionais todos os procedi-

    mentos de uma licitao pblica, ter-

    mos e regras que devem ser seguidas

    para a realizao de uma concorrncia,

    explica Nabhan.

    Para se ter uma ideia da dimenso

    deste trabalho, estima-se que no pero-

    do de 2007 a 2010 tenham passado

    pela anlise da Fenapro mais de trezen-

    tos processos de licitao.

    Ex-presidentes da Fenapro

    Luiz Marcelo Dias Salles (1982-1985)

    lvaro Costa Resende (1985-1988)

    Jos Daltro Franchini (1989-1992 e 1992-1995)

    Valdir Batista Siqueira (1995-1998)

    Antonio Luiz de Freitas (1998-2001)

    Jos Antonio Calazans (2001-2004 e 2004-2007)

    Ricardo Nabhan (2007-2010 e 2010-2013)

    A Fenapro hoje

    Ricardo Nabhan de Barros presidente

    SaintClair de Vasconcelos vice-presidente

    Antonio Lino Pinto diretor-secretrio

    Csar Paim diretor de assuntos ticos

    Fernando Brettas diretor de relaes governamentais

    Alexandre Oliveira diretor de relaes interassociativas

    Aas Lopes diretor-tesoureiro

    Bruno Gonzalez diretor de planejamento

  • 30

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    riefing vem da palavra inglesa

    brief, que quer dizer sumrio,

    sntese, fazer resumo. No tomo sobre

    Mdia Uma tentativa de padroniza-

    o do vocabulrio tcnico de mdia na

    lngua portuguesa corrente no pas, do

    Dicionrio Brasileiro de Comunicao, de

    1977, no verbete sobre briefing, antes de

    defini-lo diretriz, sumrio de orienta-

    o, resumo informativo os autores,

    Neyza Bravo Mendes Furgler e Izacyl

    Guimares Ferreira, publicitrios com

    belas formaes universitrias, confes-

    saram no prefcio que, sem xenofobia,

    tentavam com a obra defender a lngua

    por ser o elemento mais aglutinante de

    BB do briefing que nasce a boa comunicao publicitria,e a aprovao da Lei no 12.232/10 refora a sua importncia na licitao de servios de publicidade por entes pblicos

    Joo Luiz Faria NettoConsultor jurdico do CENP, Diretor deAssuntos Legais do CONAR e DiretorJurdico do SINAPRO-RJ

    Capa

    PRECISO, CLARO E OBJETIVO

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    ISTA

    um grupo, tribo ou pas; no verbete do

    briefing, no entanto, depois das expres-

    ses em portugus, concordaram que

    se podia continuar usando briefing....

    E assim se fez e faz.

    Faz-se tanto que a expresso, a par-

    tir de 29 de abril deste ano, foi incorpo-

    rada ao vasto e sempre crescente

    repertrio legal do pas, passando ele,

    o briefing, j incorporado nossa lin-

    guagem tcnica, a ser palavra de texto

    legal e pea indispensvel e obrigatria

    nos editais de licitao e contratao

    pela administrao pblica de servios

    de publicidade prestados por interm-

    dio de agncias de propaganda.

    Segundo o artigo 6o da Lei no

    12.232/10, os editais obedecero ao

    disposto no artigo 40 da Lei no

    8.666/93, que trata de uma maneira

    geral das licitaes, com excees que

    lista e novas obrigaes, dentre elas a

    obrigao de incluir o briefing: As in-

    formaes suficientes para que os

    interessados elaborem propostas

    sero estabelecidas em um briefing, de

    forma precisa, clara e objetiva. Quer

    dizer, a diretriz, sumrio de orienta-

    o, resumo informativo deve ser pre-

    ciso, claro e objetivo.

    LICITAES

    Preciso, clareza e objetividade so

    inerentes aos projetos bsicos, o que o

    briefing passou a ser para as licitaes

    e contrataes pelos entes pblicos de

    agncias de propaganda. Como proje-

    to bsico, deixou de ser mero instru-

    mento de especulao criativa, o que

    ocorria at o advento da Lei, quando,

    no raro, o que os planejadores, cria-

    dores e homens de mdia das agncias

    estudavam exausto era material que

    resultaria numa proposta especulativa

    que possivelmente jamais seria execu-

    tada pelo contratante.

    O briefing no setor privado e nas

    empresas do setor pblico que dispu-

    tam o mercado, ao contrrio, sempre

    foi um instrumento de identificao de

    determinado problema de comunica-

    o. J mereceu estudos acurados e

    tem modelagem clssica e pode ser

    dividido em:

    definies de produto;

    histrico de compra e consumo;

    mercado/concorrncia;

    pblico-alvo;

    verba/perodo e

    objetivos de marketing e comunicao.

    Tudo escrito de forma precisa, clara

    e objetiva.

    No setor pblico, o modelo est

    sendo construdo e deve ser pensando

    a partir da constatao de que se trata

    de atender com a publicidade ao inte-

    resse pblico, notadamente no que diz

    respeito ao direito de cada um a ser

    informado sobre os atos e fatos de

    governo, o que indispensvel ao

    aglutinamento de grupo, tribo, pas de

    que falam os autores do dicionrio

    pioneiro sobre a comunicao.

    Na prtica, de forma precisa, clara e

    objetiva, o briefing de licitao pblica

    de publicidade deve ser e ter um con-

    junto de informaes resumidas no

    quadro da pgina seguinte.

    Preciso, clarezae objetividade soinerentes aos projetos bsicos, o que o briefingpassou a ser para as licitaese contrataespelos entes pblicos deagncias de propaganda. Deixou de ser mero instrumento de especulao criativa

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    BRIEFING

    O briefing o projeto bsico e como tal deve obedecer ao princpios do artigo 37 da

    Constituio, que trata da administrao pblica ][

    SERVIOS ESPECIAIS

    Os servios prestados pelas agn-

    cias de propaganda so de natureza

    especial, executados de forma cont-

    nua, o que implica dizer que no tempo

    de vigncia do contrato, outros brie-

    fings especficos podem ser exigidos

    na relao anunciante-agncia. Tero o

    mesmo comando, embora de conte-

    do mais simples, porque relacionados

    a problemas novos enfrentados pela

    administrao pblica, que precisam

    do instrumento de comunicao para

    se tornar de conhecimento pblico, o

    que constitui direito do cidado

    comum.

    O briefing o projeto bsico e como

    tal deve obedecer aos princpios do

    artigo 37 da Constituio Federal, que

    trata da administrao pblica, com

    especial ateno para a impessoalida-

    de, respeitada com rigor, o que prev o

    pargrafo 1o daquele artigo: A publici-

    dade dos atos, programas, obras, ser-

    vios e campanhas dos rgos pbli-

    cos, dever ter carter educativo, infor-

    mativo ou de orientao social, dela

    no podendo constar nomes, smbo-

    los ou imagens que caracterizam pro-

    moo pessoal de autoridades ou ser-

    vidores pblicos.

    RECEITA DE BRIEFINGPARA O SETOR PBLICO Uma proposta de questionrio para construo de um briefing de um ente pblico que organiza uma licitao para contratao de servios publicitrios.

    1. Histrico de quem licita, o que , onde atua, para quem atua, com que

    caractersticas e circunstncias.

    2. Dados geogrficos e estatsticos pertinentes ao objetivo do projeto

    de comunicao.

    3. Problemas fticos constatados e que tipos de aes esto sendo

    desenvolvidas para san-los ou amenizar os seus efeitos.

    4. Recursos materiais e humanos aplicados, de que forma e com

    que abrangncia.

    5. Resultados fticos de aes desenvolvidas, mostrando de forma clara

    o que foi feito e ser ainda implementado.

    6. O que era, passou a ser e caminha para se transformar, no ambiente

    institucional de quem licita, o objeto da licitao diante das aes

    desenvolvidas e a ser realizadas.

    7. Chamados e apelos pblicos indispensveis participao geral nas

    aes de governo.

    8. Desafios de comunicao constatados caractersticas socioculturais

    especficas, grupos socioeconmicos a serem atingidos, quadro

    social e etrio.

    9. O que espera o ente contratador da estrutura de atendimento

    a ser contratada em termos de criatividade, estratgia e instrumentos

    de comunicao com o pblico-alvo a que se destina a

    comunicao publicitria.

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    PROFTICO

    Na apresentao do dicionrio que

    no quis abrasileirar a palavra briefing,

    embora fosse tentativa de colocar em

    portugus os termos em uso no que

    era considerado poca de extraordi-

    nria evoluo tcnica da mdia brasi-

    leira, parece proftico para quem vai

    estudar e elaborar um briefing o que

    disse, falando das razes do livro,

    Walter Clark, um pioneiro do talento

    da mdia brasileira: ... certo que os

    problemas encontram solues me-

    lhores quando estas surgem natural-

    mente e nos momentos mais adequa-

    dos; ... certo que as necessidades que

    esto no ar so atendidas quando

    maior o reconhecimento de que algo

    precisa ser feito....

    Quem vai estudar um briefing e

    indicar caminhos e estratgias; quem

    vai criar as peas publicitrias que

    melhor comuniquem as mensagens

    que atendam ao interesse pblico da

    comunicao; quem vai estudar e

    entender as pesquisas para indicar os

    meios e veculos da divulgao precisa

    conhecer os problemas e encontrar as

    sadas naturais porque deve ser con-

    vencido pelo conhecimento dos pro-

    blemas que se decidiu resolver.

    do briefing que nasce a boa

    comunicao publicitria. o projeto

    que o talento e a tcnica devero

    seguir para a boa prestao dos servi-

    os publicitrios.

    do briefing que nasce a boa comunicao publicitria. o projeto que o talento e a tcnica devero seguir

    para a boa prestao dos servios ][

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    histria comea com um antigo

    comercial de TV da vodca

    Smirnoff, criado pela DPZ no comeo dos

    anos 80, mais ou menos assim: um avio

    mostrado em diferentes ngulos, com

    um dilogo em off de um casal. Fala a

    mulher: Estamos descendo em Casa-

    blanca e voc est triste?. Responde o

    homem: J pensou? Tem Smirnoff em

    143 pases e vamos descer justamente em

    um que no tem.... Resposta da mulher:

    Ah, a gente compra amanh em

    Katmandu....

    Em seguida, Stalimir destrincha os

    caminhos que levaram do briefing cria-

    o (obviamente eficiente, sem falar na

    extrema elegncia), a partir de um exer-

    ccio prprio para publicitrios mas

    que, bem entendido, revelador de

    importantes segredos: ao ver um ann-

    cio, tente deduzir qual foi o briefing

    apresentado.

    No entanto, como recomenda

    Stalimir, preciso ponderar antes outra

    AA

    GRANDES E PEQUENOS SEGREDOS DE UM BOM BRIEFINGPara anunciantes e tambm para publicitrios, extrados de dois trabalhos antolgicos sobre o tema briefing

    BRIEFING

    Um importante importantssimo segredo de um bom briefing nem sempre fcil de serapreendido por profissionais de marketingjovens ou nem tanto: ele, o briefing, no deve sepreocupar minimamente em fazer o trabalho dopublicitrio, de planejamento, criao ou mdia.Em seu livro Raciocnio criativo na publicidade, opublicitrio Stalimir Vieira resume a coisa todacom uma histria mais cristalina impossvel. De quebra, fornece importantes lies sobre a arte do briefing, tanto para anunciantes quanto para colegas de profisso.

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    P EM

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    coisa: o criativo um apaixonado no

    atacado e no varejo, tanto pela sua rela-

    o densa com a vida quanto por fora

    da sua necessria identificao com a

    publicidade, que o leva a ocupar-se de

    determinado assunto sintetizado em

    um briefing e emprestar ao tema o seu

    talento criativo. A paixo prpria do

    publicitrio o levar a no se conformar

    com informaes burocrticas. Ele vai

    querer mais: a resposta para a pergunta

    ainda no feita, novos caminhos, possi-

    bilidades at ento impensadas. O

    criativo um desestruturador de frmu-

    las, de modelos conhecidos, de forma-

    tos convencionais. Ele quer experimen-

    tar o contrrio (e se?), por isso pensa

    ao contrrio. Quando um criativo tem

    de criar um comercial, por exemplo,

    esta a primeira coisa que ele se per-

    gunta: como que todo mundo faz?,

    escreve Stalimir, frisando mais adiante:

    pensar ao contrrio no significa

    esquecer a adequao e a pertinncia

    das propostas. O objetivo exatamente

    exacerbar o aspecto dramtico da

    forma.

    Voltando ao comercial de Smirnoff,

    resta bvio que o conceito de marketing

    proposto no briefing pelo anunciante,

    apurado por pesquisa, feeling, experin-

    cias anteriores, inclusive oriundas da

    matriz, ou uma combinao disso tudo,

    podia ser resumido em uma nica pala-

    vra: internacionalidade. Nela esto re-

    sumidos atributos, diferenciais e benef-

    cios capazes de fazer com que consu-

    midores e consumidores em potencial

    do produto no s memorizem o co-

    mercial como gerem neles uma atitude

    de compra que feche o circuito deseja-

    do pelo marketing a partir do conceito

    de que beber internacionalidade d

    prestgio ao consumidor, como explica

    Stalimir. Alm disso, o marketing do

    anunciante informou os publicitrios

    que a vodca Smirnoff estava presente

    em 143 pases. Fim do briefing.

    Pensar ao contrrio no significa esquecer a adequaoe a pertinncia das propostas. O objetivo exatamente

    exacerbar o aspecto dramtico da forma ][

  • 36

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    BRIEFING

    Poderia haver briefing mais simples e

    direto? claro que resumir a coisa toda

    na palavra internacionalidade levou cer-

    tamente muito tempo, demandou pes-

    quisas, testes etc., mas esta outra his-

    tria, assim como tambm est em

    outro campo da atividade publicitria o

    fato de os profissionais de atendimen-

    to, planejamento, criao e mdia da

    agncia virem eventualmente a se

    envolver com o cliente, dividindo com

    ele os seus conhecimentos acumulados

    em marketing e publicidade para desen-

    volver o briefing a quatro, seis, oito ou

    mais mos.

    Resta outra parte da histria de

    Stalimir, esta til para quem faz o brie-

    fing entender um pouco mais do traba-

    lho do publicitrio. Ele repete que, ao

    criativo cabe, sempre, pensar ao con-

    trrio, fugindo de tratamentos bvios

    que, no caso de Smirnoff poderia ser

    mostrar a vodca sendo consumida em

    diversos pases. A questo que se

    espera da criao algo mais do que o

    correto; espera-se o surpreendente,

    explica Stalimir. A formulao criativa

    uma necessidade vital na valorizao do

    uso do espao comercial. sua funo,

    mais do que demonstrar uma inteno

    de marketing, dramatizar essa inteno,

    de forma a torn-la memorvel e, assim,

    otimizar o investimento feito pelo clien-

    te naquele espao. Por isso, no exemplo

    apresentado, os criativos da DPZ pensa-

    ram ao contrrio e nasceu o conceito

    de comunicao pas que no tem

    Smirnoff. Dizer que h Smirnoff em 143

    pases uma informao relevante; citar

    um pas que no tem Smirnoff uma

    afirmao surpreendente. O contedo

    da informao continua o mesmo: h

    Smirnoff em muitos pases. O que

    muda a forma, que, em publicidade,

    tem a obrigao de quebrar a monoto-

    nia e emocionar o pblico, exatamente

    por trabalhar a informao de um jeito

    que ele no espera.

    Em seu livro, Stalimir trata o briefing

    de outra maneira bem interessante.

    Para ele, briefings trazem alguns dados

    racionais que so como pontinhas de

    icebergs de conhecimento que suposta-

    mente o publicitrio j possui. Pela

    pontinha visvel do iceberg, voc deve

    ser capaz de identificar o iceberg inteiro.

    Ou seja, devem fazer sentido para voc

    o tipo de informao que o briefing car-

    rega e a qualidade da inteno do mar-

    keting. Esse fazer sentido produto

    de cultura e maturidade, que so refle-

    xos diretos do que voc trouxer em sua

    bagagem de vida.

    Para Stalimir, nada ajuda mais do

    que um bom briefing e nada atrapalha

    mais do que um mau briefing. Ele o

    pavimento por onde a criao vai trafe-

    gar. uma estrada. Quanto mais bem

    sinalizada, mais rpido e em segurana

    chegaremos a nosso destino. Quanto

    menos sinalizada e mais esburacada,

    menores sero as chances de chegar a

    algum lugar, alm de corrermos o risco

    de cair num abismo. Todo criativo deve

    ter o bom-senso de avaliar bem um brie-

    fing antes de comear a trabalhar nele.

    Claro que a pouca experincia, muitas

    Para Stalimir, nada ajuda mais do que um bom briefing e nada atrapalha mais do que um mau briefing. Ele o

    pavimento por onde a criao vai trafegar ][

  • 38

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    REV

    ISTA

    Tudo o que est no briefing deve conduzir a um foco principal, a um

    objetivo clarssimo ][

    BRIEFING

    a) Tornar acessveis para a rea de propaganda todas as

    informaes relevantes sobre seus produtos e mercados.

    b) Ajudar a rea de propaganda a formular objetivos ade-

    quados aos de marketing e de rentabilidade do produ-

    to/empresa.

    c) Aprovar os objetivos, planos e custos preparados pela

    rea de propaganda, bem como tomar a deciso final sobre

    planejamento estratgico.

    DEFININDO RESPONSABILIDADESSobre o que cada rea de anunciante e agncia devem se responsabilizar

    reas de marketing

    a) Assegurar que as aes de propaganda sejam uma con-

    tribuio favorvel ao plano de marketing.

    b) Obter das reas de marketing as necessrias informa-

    es relevantes para a formulao dos objetivos de propa-

    ganda. Conseguir informaes adicionais de fontes externas

    (agncia, institutos de pesquisa, dados publicados).

    c) Formular objetivos de propaganda compatveis com as

    verbas, custos e retornos previsveis, ajustando-os com

    as reas de marketing e a agncia.

    d) Preparar um briefing bsico (e por escrito) para a agn-

    cia, contendo as informaes essenciais sobre o produto, o

    a) Aconselhar e assistir a rea de propaganda na formula-

    o dos objetivos de propaganda.

    b) Obter da rea de propaganda (ou atravs dela) e de suas

    prprias fontes todas as informaes necessrias para a

    execuo do planejamento estratgico, dos planos de traba-

    lho e levantamento dos custos para alcanar os objetivos.

    c) Executar o planejamento estratgico, os planos de traba-

    lho e o oramento, para submet-los ao anunciante.

    d) Executar as tarefas aprovadas, sob a direo da rea de

    propaganda de seu cliente.

    Extrado de Propaganda de A a Z de Rafael Sampaio

    mercado e o consumidor, alm de uma definio clara dos

    objetivos de propaganda.

    e) Tornar acessveis para a agncia informaes adicionais

    necessrias para possibilitar a preparao e a execuo do

    planejamento feito para alcanar os objetivos aprovados.

    f) Aprovar em primeira instncia o planejamento geral

    estratgico e os planos de trabalho feitos pela agncia, sub-

    metendo-os nos casos necessrios aprovao final

    pela rea de marketing.

    rea de propagandaAgncia de propaganda

  • Um bom briefing deve responder claramente pergunta: O que voc quer?. Se no

    responder, no est completo ][

    vezes, nos deixa inseguros para ques-

    tionar um briefing teoricamente elabora-

    do por profissionais: temos medo de

    parecer burros. Porm, h muito mais

    briefings burros por a do que possa

    imaginar nossa v filosofia. Se h dvi-

    das, preciso perguntar. Perguntar no

    ofende. muito mais econmico do

    que pegar um caminho errado na tenta-

    tiva de preencher as falhas do briefing

    com suposies. Um briefing deve res-

    ponder claramente pergunta: O que

    voc quer? Se no responder, no est

    completo. No tem foco. Foco. Esta

    uma palavrinha to usada que, muitas

    vezes, nem nos damos conta da impor-

    tncia de seu significado. Tudo o que

    est no briefing deve conduzir a um foco

    principal, a um objetivo clarssimo. Se

    esse objetivo no for absolutamente

    perceptvel, pare: h um problema com

    ele ou com voc. Tentar sair criando

    uma campanha sem questionar seria-

    mente o briefing a respeito do que ele

    quer como levantar voo sem ter che-

    cado os instrumentos do avio.

    O outro trabalho antolgico sobre o

    tema est contido no livro Propaganda

    de A a Z, de Rafael Sampaio, vice-presi-

    dente da ABA e membro do Conselho

    Executivo do CENP. O briefing ocorre

    todas as vezes que uma informao

    passa de um ponto para outro e o pro-

    psito de organiz-lo corretamente o

    de assegurar a passagem da informa-

    o certa da pessoa certa para a pes-

    soa certa na hora certa, da maneira

    certa com o custo certo. O sucesso ou

    fracasso dessa operao depende,

    claro, de saber o que certo no contex-

    to, pois o que certo para uma situao

    pode no ser certo para outra, escre-

    veu Rafael.

    Segundo ele, os erros mais comuns

    nos briefings so:

    Briefing muito extenso

    caracterizado pela extenso, por ser

    excessivamente elaborado, abarrotado

    de fatos. Tende a confundir, e no a es-

    clarecer. Ele no errado somente por-

    que longo, mas porque no seletivo.

    Briefing demasiadamente

    sistematizado

    Aqui o perigo que o sistema se

    torna mais importante que a informa-

    o que deveria ser resumida e transmi-

    tida. Um exemplo tpico um questio-

    nrio excessivamente elaborado que

    tenta dar a todos os aspectos uma

    importncia igual.

    Briefing curto demais

    Isso significa um briefing com defi-

    cincias de informao, deixando muito

    espao para o pensamento ilimitado do

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    CEN

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    BRIEFING

    CHECK-LIST DAS INFORMAESNECESSRIAS PARA FAZER O BRIEFING

    De acordo com Rafael Sampaio, estes so os pontos mais provveis de ser

    questionados e discutidos durante o processo de reunio de informaes e

    briefing. Segundo explica, nem todos sero relevantes ou igualmente

    relevantes numa situao particular. Os pontos de maior relevncia vo se

    tornar claros medida que o trabalho for sendo feito.

    O Produto (ou Servio) Nome Descrio Propriedades Histrico Aparncia fsica Embalagem Preo e tendncia aumento, estabili-zao, reduo Custo x benefcio Vantagens nica, principal, secun-dria Desvantagens (e efeitos colaterais) Como usado? local e forma Frequncia de compra e uso Local de fabricao Capacidade de produo Disponibilidade no presente e futuro Concorrentes Vantagens e desvantagens relativasaos concorrentes Diferencial Imagem e marca

    O Mercado Canal(is) de venda da categoria Importncia relativa (se vendido emmais de um canal)

    Como o produto vendido (unidade,

    pacotes, grandes quantidades, varejo

    tradicional, autosservio, distribuidores

    exclusivos, revendas etc.)?

    Como o servio prestado (direta ou

    indiretamente, de forma centralizada ou

    descentralizada, pessoalmente, via tele-

    fone/internet etc.)?

    Tamanho do mercado em volume

    e valor

    Sobreposies de mercado

    Influncia e atitudes do atacado e

    varejo

    Tendncia das vendas do produto/

    servio; da categoria; do mercado total

    Influncias: regionais (geogrficas);

    sazonais; demogrficas (raa, sexo, ida-

    de, profisses, padro sociocultural etc.)

    Distribuio

    Organizao do mercado

    Influncia da fora de vendas (para a

    rede de distribuio e para os consumi-

    dores)

    Efeitos da propaganda (promoo,

    merchandising etc.) no mercado

    Investimentos em comunicao (total

    e de cada concorrente)

    Concorrncia: Participao e tendncias de evolu-o do share-of-market Grau de organizao (de cada um) Participao e tendncias de evolu-o do share-of-voice Objetivos e estratgias de marketinge comunicao percebidas Tticas de marketing e comunicaoempregadas Imagem de cada concorrente

    Pesquisa Disponveis, regulares (que

    podem ser compradas) e ad hoc (que po-

    dem ser contratadas)

    Os ConsumidoresAtuais, da concorrncia e potenciais(Os itens a seguir se aplicam a cada umdos trs grupos acima, quando essaseparao tiver sentido no caso espec-fico)

    Ocupao, profisso

    Posio social e cultural

    Quantidade

    Nvel de escolaridade mdia

    Localizao (onde moram, trabalham,

    passeiam etc.)

    Grupos de idade

    Sexo

    Nvel de renda

    Segmentao psicodemogrfica

    Decisores de compra (formais e infor-

    mais)

    Influenciadores da compra (dentro da

    casa/empresa e fora delas)

    Necessidade do produto/servio (para

    o consumidor)

  • 41

    CEN

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    ISTA

    pessoal criativo. Como resultado, suas

    ideias podem no ser direcionadas para

    o foco correto.

    Briefing muito dogmtico

    Ocorre, por exemplo, quando algum

    na organizao do cliente tem ideias

    fortes, preconcebidas sobre qual deve

    ser o approach da propaganda. Pode

    tambm ocorrer quando as concluses

    da pesquisa so interpretadas muito

    literalmente.

    Briefing na hora e da maneira erradas

    A falta de coordenao leva a ideias

    confusas e at conflitantes. Muito

    tempo gasto com coisas secundrias.

    Pouqussimo tempo para o desenvolvi-

    mento criativo ou talvez at muito,

    tornando o interesse e o entusiasmo

    menores.

    Rafael lembra que o briefing e o pla-

    nejamento de propaganda so insepa-

    rveis. No momento em que o planeja-

    mento comea com a anlise do proble-

    ma, tambm comea o processo de

    briefing. Para ele, o processo de planeja-

    mento total em publicidade tem como

    meta chegar a concluses sobre:

    Quem estamos tentando influenciar?

    Como queremos influenci-los?

    Quando?

    A que custo?

    Para se chegar a concluses basea-

    das em fatos, so envolvidas a passagem

    e a troca de informaes entre as reas

    de marketing e propaganda do anuncian-

    te e sua agncia (incluindo as respectivas

    reas de pesquisa), escreve Rafael. O

    processo uma investigao sistemtica

    e uma troca meticulosa de informaes,

    anlise e exame, mantendo o que for

    relevante e descartando o que no for,

    at que o objetivo timo de propaganda

    aparea, to claro e preciso quanto pos-

    svel. Portanto, o briefing um processo

    contnuo e cumulativo atravs de todos

    os estgios do planejamento de propa-

    ganda. Se cada estgio for corretamente

    realizado, o passo seguinte torna-se

    muito mais claro, fcil, certo e preciso.

    Para Rafael, o briefing um processocontnuo e cumulativo atravs de todos

    os estgios do planejamento de propaganda ][

    Atitudes racionais e emocionais com relao a

    preo, qualidade, utilidade, convenincia

    Hbitos de compra e uso

    Frequncia da compra e uso

    Os Objetivos Objetivos estratgicos da empresa

    Objetivos de marketing (da empresa, linha,

    marca, produto ou servio) em termos de volu-

    me, valor, participaes, ampliao de mercado e

    rentabilidade

    Objetivos de comunicao (quem e quantos

    atingir, o que comunicar, que atitudes e respostas

    se deseja motivar a curto e longo prazos)

    Problemas (que dificultam atingir os objetivos)

    Oportunidades (que facilitam atingir os objeti-

    vos)

    A Estratgia Bsica Ferramentas de comunicao sugeridas

    Peas sugeridas e contedo bsico

    Posicionamento (como a empresa, linha, pro-

    duto, servio ou marca quer ser percebida no

    mercado)

    Approach criativo (sugestes)

    Pontos obrigatrios a serem destacados ou evi-

    tados

    Target primrio ou secundrio

    Mercados (regies e segmentos) a serem

    cobertos

    Meios de comunicao e veculos sugeridos

    Perodo de veiculao desejado

    Estilo (da empresa, linha, marca) a ser seguido

    Verba disponvel

  • 42

    CEN

    P EM

    REV

    ISTA

    BRIEFING

    No processo de determinao de

    quais influncias se quer exercer sobre

    quais pessoas, quando e a que custo, as

    informaes mais relevantes devem ser

    as centradas no produto, mercado e

    nas pessoas que devem comprar ou

    influenciar a compra do produto.

    A primeira pergunta, portanto, :

    como saber qual a informao certa?

    O melhor e mais rpido mtodo conhe-

    cido, segundo Rafael, pelo questiona-

    mento seletivo atravs de pessoas com

    experincia em propaganda. Ou seja,

    fazer perguntas com um objetivo defini-

    do em vista. Isso importante porque

    se o gerente de marketing ou de produ-

    to escre