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BOLETIM SEMANAL RESERVADO 1 BS N° 07/17 SEMANA: 06/03/17 a 10/03/17 ASSUNTOS: UM COMENTÁRIO PARTICULAR DO BS LIBERADA A UTILIZAÇÃO DO LTE-U NOS ESTADOS UNIDOS SLIM COLOCADO NO “BARCO” DA CONCORRÊNCIA FEROZ E OUTRAS CONSIDERAÇÕES NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES. 01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice Novo Modelo de Fiscalização da Anatel Renúncia de Conselheiro da Oi Plano de intervenção na Oi está pronto, mas há um problema jurídico a ser resolvido Bens Reversíveis – não basta falar, tem de levantar e avaliar... Cautelar das Franquias Na cadência do Tango, o espectro pode ser gratuito… Telefônica Vivo anuncia investimentos Uma luz no fundo do túnel... os Provedores Regionais estão em alta! Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo:

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BOLETIM SEMANAL RESERVADO

1

BS N° 07/17

SEMANA: 06/03/17 a 10/03/17

ASSUNTOS:

UM COMENTÁRIO PARTICULAR DO BS LIBERADA A UTILIZAÇÃO DO LTE-U NOS ESTADOS UNIDOS

SLIM COLOCADO NO “BARCO” DA CONCORRÊNCIA FEROZ E OUTRAS CONSIDERAÇÕES

NOTA: OS TENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.

01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

Novo Modelo de Fiscalização da Anatel Renúncia de Conselheiro da Oi

Plano de intervenção na Oi está pronto, mas há um problema jurídico a ser resolvido

Bens Reversíveis – não basta falar, tem de levantar e avaliar... Cautelar das Franquias

Na cadência do Tango, o espectro pode ser gratuito… Telefônica Vivo anuncia investimentos

Uma luz no fundo do túnel... os Provedores Regionais estão em alta!

Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo:

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Novo Modelo de Fiscalização da Anatel

O equilíbrio é essencial

A Anatel anuncia que está desenvolvendo um novo “Modelo” de Fiscalização Regulatória. Neste “Modelo”, certamente, serão definidos os processos e a forma como a fiscalização passará a atuar no futuro imediato à aprovação da matéria, pois, esta é a questão básica a ser enfrentada.

Um Fiscal, em princípio, não tem a função de “educador” das Operadoras que não cumprem adequadamente suas obrigações. Mas, também, não deve ser o implacável e incansável aplicador de penalidades, por qualquer “deslize” menos crítico. Como situação emblemática, sempre vem à mente, a multa por “obstrução à fiscalização” quando o Fiscal não consegue ter acesso, no momento do ato, a determinadas instalações. Milhares de PADOs e seus consequentes processos foram gerados ao longo do tempo, com base neste singelo fato.

É óbvio que em um ou outro caso, a Operadora pode estar tentando “esconder” algo, ou “ganhar tempo” para corrigir determinada irregularidade. Nestes casos, que são relativamente simples de identificar, as circunstâncias devem ser ponderadas e as penalidades, até, mais duras. Mas, quando se trata de verificações de rotina a questão muda de figura e não seria entendido como “favorecimento” a não aplicação de sanção, substituída por uma medida “educativa”, comumente tratada como “alternativa”, que, por óbvio, não se deve transformar numa rotina.

Uma outra situação crítica é a que envolve a “clandestinidade” na prestação dos Serviços. Trata-se de uma medida grave – talvez a mais grave – com a qual se depara a fiscalização. É uma situação extrema que, uma vez caracterizada, é, passível de ser considerada como crime. Contudo, mesmo em situações como esta, há casos em que o “equilíbrio” deve prevalecer. Uma “alternativa”, não se configurando a “má fé”, e, não havendo a iminência prejuízos maiores para outros Serviços ou atividades, é que se admita a regularização, em prazo razoável.

A questão passa por se estabelecer um equilíbrio que mantenha a essência do processo; não deixe a interpretação dos fatos para o Agente Fiscalizador; mas, também, não lhe deixe outra alternativa que não seja aplicar as penalidades, sob pena de correr riscos funcionais de responsabilidade pessoal. Este é um conceito fácil de entender, mas, de difícil caracterização na sua aplicação prática, pois, sempre haverá uma “zona cinzenta” cuja interpretação fica ao arbítrio de pessoas que cuidam das ações, e de suas possíveis repercussões.

As repercussões do ato fiscalizador

Entre as repercussões, a mais evidente é que que se relaciona com os inevitáveis Recursos Administrativos decorrentes da aplicação das eventuais penalidades. Elas se manifestam sob a forma de quantidade de trabalho burocrático a ser enfrentado (número de Recursos a serem processados e toda a sua formalidade legal) e, sob as dificuldades de ordem prática para relevar, suspender, suavizar, cancelar, ou, mesmo anular, penalidades, uma vez aplicadas pela fiscalização.

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Os efeitos podem ser significativos, e incidem tanto sobre o Agente Fiscalizador (no caso a Anatel) e o Agente Fiscalizado (no caso as Operadoras). Para aquele, a sobrecarga de trabalho provoca a necessidade de mais mão de obra aplicada na fiscalização, que poderia estar sendo empregada em atividades estratégicas (isto sem desvalorizar as atividades da fiscalização). Para estas, o reflexo mais direto está nos custos de estruturas voltadas para o acompanhamento (recursos administrativos diversos, ações judiciais, etc.) de processos sancionatórios, que incluem os inevitáveis gastos advocatícios, sejam eles próprios, sejam de Escritórios especializados contratados.

Por outro lado, a regulamentação deve ser suficientemente prática para inibir situações em que assumir os custos de eventuais penalizações seja mais vantajoso para as Prestadoras de Serviços do que ter de arcar com as despesas e/ou investimentos necessários para se evitar tais penalizações.

O melhor Fiscal é o consumidor

De modo geral, em processos nos quais está estabelecida a ampla competição, o melhor e mais eficiente “Fiscal” é o consumidor. Este, quando não se sente devidamente satisfeito com o produto ou o Serviço, toma a mais “dolorosa penalidade” que pode recair sobre o Agente econômico envolvido: muda de fornecedor, ou troca de bem ou de Serviço. Cancela sua assinatura! Simples assim, e é desta forma que o mercado, de modo geral, funciona.

Naturalmente, há os casos de competição inexistente, reprimida, controlada, ou, velada. Em tais circunstâncias é necessário que o Estado tome as medidas adicionais de “proteção ao consumidor”. Neste ponto, é que se insere a regulamentação que a Anatel está anunciando com a introdução de “radicais” mudanças.

Modelo e Práticas

Talvez mais do que um “Modelo” esteja se falando de “Práticas” que devem substituir as vigentes. Não se pode afirmar com convicção que exista um “Modelo de Fiscalização” que, agora, está sendo modificado, ou, substituído por outro. Quanto às “Práticas”, sem dúvida, o anúncio da Anatel antevê boas perspectivas de que se possa evoluir consideravelmente em relação àquelas historicamente praticadas.

Tudo tem o seu tempo. É, até, possível que em outras épocas, ações mais fortes tenham sido necessárias para não deixar dúvidas quanto à disposição do Agente Regulador e Controlador de fazer cumprir as Normas e aplicar as sanções devidas, nos casos em que isto não ocorresse. Porém, o mundo evoluiu; circunstâncias são outras; o cenário do Setor de Telecomunicações é completamente diferente.

Atua-se num universo muito mais aberto, ainda que, em certos aspectos, algumas situações apresentam perigosos níveis de concentração. Principalmente, no segmento que não é considerado Serviço: o dos Aplicativos. É bem conhecido que alguns destes Aplicativos substituem

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os Serviços de modo bem interessante para os usuários, o que os leva a aceita-los e utiliza-los, mesmo com algumas deficiências identificadas. Também se sabe que, neste segmento, as atividades de fiscalização são, praticamente, inexistentes o que não deixa de ser um contrassenso, justificado pela evidência de que o mesmo “não é regulado”.

A “proteção” do consumidor

É usual considerar que a Fiscalização é uma forma de “proteger” os usuários contra a “ganância”, ou, a imcompetência de fornecedores de bens e serviços. Ainda que haja casos nos quais tal situação se configure, ela não deve ser a base para a elaboração das novas “práticas”. Os consumidores, de modo geral, identificam tais fornecedores “menos sérios” ou “menos competentes”, e eles tendem a se ajustar, ou, a desaparecer. É bem verdade, com alguns traumas que podem resultar em problemas de ordem diversa. Também, é fato que há fornecedores inescrupulosos que atuam fora dos padrões usuais e tentam levar vantagens indevidas às custas dos consumidores. Para estes, naturalmente, as sanções devem ser radicais.

Deve-se, no entanto, reconhecer que este é um “campo” bastante explorado e objeto da atuação de inúmeras Entidades que, formalmente, se dedicam a “proteger” os consumidores. O BS não tem nada contra a ação das mesmas e, até, considera necessária sua existência. O ponto a observar é que elas sejam “subsidiárias” a qualquer “modelo” que for implementado. Que existam mais para orientar e criar “práticas” saudáveis de mercado do que ser mais um “instrumento” de ameaça sobre seus agentes econômicos. Isto pode implicar em consequências ainda piores: passam a “condicionar” as atividades da fiscalização de forma a influenciar, cada vez mais, o nível de rigor na sua aplicação. Um círculo nada virtuoso que deve ser evitado para o bem do processo.

Somente Punição pode não ser a solução

É óbvio que o BS não defende práticas nas quais não estejam definidas as penalidades que devem ser aplicadas aos agentes do processo que não cumprirem com seus deveres e suas obrigações. Mas levanta a questão de se aplicar a punição como forma conceitual de compelir tais agentes a seguirem as leis e os regulamentos e, com isto, se alcancem os objetivos desejados que são os de atender bem à sociedade nas suas necessidades de bens e Serviços, com custos razoáveis, compatíveis com sua situação econômica e social.

A punição tem complicações de ordem econômica direta e indireta para as Empresas. De ordem direta, pelo valor das multas em si mesmo e por outros custos associados. De ordem indireta, pela imagem criada junto a mercado que, dependendo das circunstâncias, pode ter consequências indesejáveis. Talvez, até, muito maiores do que os custos diretos.

Os efeitos de realimentação são evidentes. Se há um problema, e as punições são muito elevadas, os recursos gastos, seja para recorrer das multas, seja para paga-las, ou ambos, drena recursos que poderiam estar sendo utilizados pelas Empresas para sanar os problemas que deram causa à penalidade. Em determinadas situações, isto pode gerar a inviabilidade da atuação de Empresas

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que se envolverem em situações desta natureza. Os exemplos práticos não estão muito distantes da realidade presente do País.

Multa não é imposto

O BS aproveita a oportunidade para lembrar o fato evidente de que multa não é imposto. Há uma tendência a confundir os dois pelo fato de o Agente associado a ambos ser o mesmo, ou seja, o Estado. Claro que as multas associados aos impostos estão a eles intrinsicamente associadas.

Nesta perspectiva, causa estranheza ao BS ser senso comum, entre uma legião considerável de pessoas, que as multas previstas em Regulamentos e nos Contratos, que se destinam a coibir uma possível prática de desrespeito aos Termos Contratuais, gerando prejuízos para a sociedade, devam, obrigatoriamente, ser recolhidas ao Tesouro. Com isto, não podem ser objeto de tratamento diferenciado como, por exemplo, sua utilização para determinados fins que venham de encontro ao atendimento de necessidades de interesse público. Fica evidente, que se admite (ou se obriga) que estes recursos sejam aplicados pela própria Empresa que recebeu a punição!

Esta questão é registrada pelo BS em razão das discussões relativamente recentes que vem sendo travadas em relação à celebração de TACs – Termos de Ajuste de Conduta – que merece críticas acirradas de muitas pessoas, com a alegação indevida de que se estaria favorecendo as Empresas e “deixando de recolher aos cofres públicos” significativas quantias.

Não se procura com o comentário fazer uma correlação direta dos TACs com a questão da fiscalização, mas, ela acaba sendo uma consequências das práticas associadas a tal atividade.

Ampliar a competição, o segredo do processo...

O que, realmente se espera dos Órgãos incumbidos da fiscalização é que eles se dediquem e sejam eficientes em uma outra missão comumente a eles atribuída: promover a competição, mantendo-a em níveis que garantam a viabilidade dos fornecedores dos Serviços, mas, sem que tal viabilidade seja alcançada à custa dos usuários ou consumidores. Na prática isto significa ampliar de forma estruturada as alternativas de fornecimento dos bens e serviços colocados à disposição da sociedade, que devem considerar aspectos de quantidade, qualidade e preços dos mesmos.

Esta é uma das tarefas mais desafiadoras das Agências Reguladoras de qualquer Setor, em qualquer País ou Região. Pode-se afirmar sem sombra de dúvida que, em havendo sucesso neste quesito, muitos dos problemas que envolvem os “direitos” dos usuários (consumidores) estarão razoavelmente equacionados, por princípio. A Fiscalização pode ficar mais “leve”; menos invasiva; menos punitiva. Enfim, ela não deve ser um meio para se garantir a qualidade dos Serviços e o cumprimento das obrigações das Prestadoras. Sua finalidade maior deve ser a de coibir abusos, quando se verificarem indícios ou fatos reais sobre sua existência.

Neste sentido, o ideal é que na eventual aplicação de uma penalidade, haja o reconhecimento por parte do infrator de que ele cometeu o deslize e, portanto, a punição é devida e sua obrigação é

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corrigir as deficiências, assumir os ônus dos eventuais prejuízos causados aos consumidores, e desenvolver “práticas” para que o fato não se repita. Quase uma autoregulação!

Quem sabe, em vez de estar se recorrendo aos intermináveis, custosos e desgastantes recursos administrativos, consigam se desenvolver procedimentos nos quais o “ajuste de conduta” possa ser um procedimento usual. Neste mundo ideal, em vez de um Recurso, se apresentaria uma alternativa de solução através de alguma forma de “ajuste” no qual estivessem estabelecidas as compensações devidas; de preferência que resultem em benefícios para os usuários.

É de uma simplicidade cristalina entender que para existir uma boa competição, é necessário que existam bons competidores. Criando-se um ambiente com estas características, as vantagens para os usuários serão mera consequência, reduzindo consideravelmente o nível de intervenção no processo por parte do agente Regulador, inclusive, a fiscalização.

A Boa Fé e a má Fé

No processo de fiscalização há um elemento importante que, via de regra, é ignorado. Deslizes ocorrem; é praticamente impossível que uma Prestadora não os cometa tal é a complexidade e abrangência das atividades envolvidas com a prestação dos Serviços. Há o elemento humano que, por natureza, é suscetível de cometer falhas. Porém, tais deslizes, ainda que cometidos de forma involuntária, portanto, sem “má fé”, podem trazer prejuízos aos consumidores (usuários dos Serviços). Assim, é natural que alguma sanção seja imposta às Prestadoras e, como já foi mencionado, de forma a criar “compensações” para as Partes prejudicadas e, não, como forma de ampliar a “arrecadação” do Tesouro Nacional.

Desta forma, sempre é interessante que se parte do princípio que as Prestadoras agem com “boa fé” e que as evetuais e inevitáveis falhas são decorrentes de fatos ou ações imprevistas, e, não, de atos deliberados na busca de alcançar maiores vantagens à custa dos consumidores. Isto, reforça a tese da “compensação”.

Obviamente, que não se entenda esta posição como ingenuidade diante do mundo real no qual é fato a existência de ações desvirtuadas e de Empresas mal intencionadas. Sempre que casos desta natureza forem identificados e comprovados então a fiscalização deve ser atuante, dura, implacável, e os processos punitivos exemplarmente aplicados.

Encerrando...

O BS pode estar “delirando”. Mas, é interessante que certos princípios sejam mencionados em contraponto à tendência do mundo atual de considerar que a intervenção do Estado, com sua força fiscalizatória e punitiva, seja a maneira mais adequada de tratar os conflitos que sempre surgirão nas relações humanas e econômicas. Pode-se entender que o processo atingiu um grau de maturidade em que a via da autoregulação, considerada no processo de fiscalização, possa alcançar bons resultados. Reconhece-se, no entanto, que partir da teoria para a prática neste campo exige imensos esforços. Mas, “quem não procura, não alcança” já disse acertadamente o poeta!

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Renúncia de Conselheiro da Oi

A Oi publicou COMUNICADO AO MERCADO informando sobre o pedido de renúncia de um dos Membros do Conselho de Administração da Oi, o Sr. Rafael Luís Mora Funes, devendo assumir o seu Suplente o Sr. João do Passo Vicente Ribeiro. Ambos representam a Pharol, maior acionista da Oi, no seu CA.

Apesar da situação empresarial em que se encontra a Companhia, o pedido de renúncia não deveria merecer maiores atenções. Eis que, o jornal Valor Econômico publica uma longa reportagem tendo como pano de fundo tal renúncia. O BS que não tinha dado relevância ao assunto, mudou de ideia e decidiu traze-lo à consideração de seus leitores que poderão fazer o seu próprio juízo sobre o mesmo.

Fica claro, que já estão sendo colocadas as peças neste verdadeiro “jogo de xadrez” que será a Assembleia Geral da Companhia, a ser realizada em abril próximo futuro.

A reportagem é enfática ao indicar que se trata de uma ação do Grupo liderado por Nelson Tanure, no sentido de fortalecer sua posição na referida AG e, assim, aprovar aquilo que for de seu interesse. Aparentemente, a Pharol, que vinha disputando espaço com este Grupo está na perspectiva de se aliar a ele. Se isto vier a ocorrer, não há dúvida de que se trata de uma linha forte que pode definir os rumos da Companhia, pelo menos, no curto e médio prazo. Mas, aparentemente, está aberto o caminho para uma disputa de acionistas na referida AG.

Dois pontos chamam particularmente a atenção na reportagem: o primeiro, a informação de que o valor em Bolsa da Companhia foi praticamente multiplicado por quatro desde que Tanure entrou no seu CA, por meio de representantes. O segundo, o fato de em momento nenhum da reportagem ser feita qualquer referência ao PLC 79/2016. É possível a interpretação de a aprovação deste instrumento legal deixou de fazer parte das estratégias dos Grupos que disputam o controle da Companhia, no contexto mais amplo do sucesso do Plano de Recuperação Judicial em andamento.

Da mesma forma, a realização da AG – pelo texto da reportagem – não tem vinculações com os desdobramentos de tal Pedido de Recuperação Judicial. Ainda que que do ponto de vista formal isto possa ser real, na prática, as coisas parecem não ser bem assim. Na visão do BS seria de todo conveniente que, por ocasião da realização da AG, já estejam, no mínimo, definidos os parâmetros que balizarão a Recuperação da Empresa.

Mesmo porque, se não for assim, parecem restar somente dois caminhos: a Falência, ou, a Intervenção. Provavelmente, destes um teria mais chance de ocorrer devido à condição de Concessionária da Companhia. Num cenário mais radical desta natureza, provavelmente, as disputas acionárias passariam para um outro patamar, de consequências bem menos previsíveis.

De qualquer forma, a sensação é que os “protagonistas” do caso passaram a dar menos relevância a um possível encaminhamento da questão com viés político direto, traduzido no processo legislativo, bem intenso, até o final do ano passado.

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O BS encara esta possibilidade de forma positiva, mas, não há como desconsiderar o fato de que parte significativa dos problemas da Companhia estão vinculados a dívidas com o Estado, seja sob a forma direta (impostos e multas) seja através de dívidas com Entidades Estatais (BNDES, CEF e BB).

Fato Novo

Um fato novo, foi proporcionado por outra reportagem do mesmo Valor Econômico, no dia 10/03/2017. Tal reportagem com o título “Tanure reforça participação na Oi” pode ser acessado clicando aquioi2.

O texto reforça a matéria do dia anterior fornecendo mais elementos para configurar o anunciado aumento da influência do Grupo de Nelson Tanure, nas decisões da Companhia. Ainda que a ação não seja nova e, até, podia ser esperada, é bem possível que a forma como ela está sendo implementada traga algumas surpresas.

A notar a forma como a Anatel deverá se posicionar perante a situação, pois, a se confirmarem os fatos reportados que estariam em andamento, novos players passam a ter influência na Administração da Companhia e, portanto, são passiveis de ser considerados como fazendo parte do Grupo de Controle. E, neste caso, estariam sujeitos à aplicação dos conceitos da Resolução nº 101, desta Agência Reguladora. Incluindo a necessidade de uma Anuência Prévia (configurada tal perspectiva de controle).

O BS reproduz trechos da mencionada reportagem do Valor Econômico cuja íntegra pode ser acessada pelo link antes indicado. Nele se dá uma ideia sobre a forma como as questões antes abordadas estão se desenvolvendo na prática.

”Um dos principais acionistas da Oi, o empresário Nelson Tanure está alugando ações da operadora para tentar reforçar sua participação no capital da companhia, o que em tese aumenta seu poder de fogo na assembleia geral de acionistas marcada para 28 de abril. Além da participação de 7% do capital votante da Oi, o fundo Société Mondiale - veículo de investimentos de Tanure - detinha em novembro do ano passado mais de 15,58 milhões de papéis com direito a voto alugados, conforme indicam dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Levando em conta o capital social da Oi, essas ações representam outros 2,3% das ações com direito a voto. Com isso, o Société Mondiale possuía 9,3% dos papéis ordinários. À época, Tanure alugava também 1 milhão de papéis preferenciais. "Os direitos inerentes às ações são exercidos durante o período em que o investidor carrega os papéis", explica João Pedro Barroso do Nascimento, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio do Freitas Leite Advogados.

Além de poder contar com o direito de voto referente às ações alugadas, Tanure afirma ter o apoio de grandes fundos internacionais, atuais acionistas ou não da Oi, especialmente americanos e canadenses. A referência a esses possíveis aliados alimenta especulações sobre a posição de dois outros acionistas com participação relevante na Oi: os fundos americanos PointState Capital e o

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Marathon Asset Management. O primeiro detinha 5,16% do capital votante da operadora em 17 de fevereiro. Já o Marathon tinha 9,19% dos papéis preferenciais (sem direito a voto) da operadora, mas na assembleia geral ordinária (AGO) deste ano os detentores destas ações também poderão votar por estarem sem receber dividendos há três exercícios. Se de fato o apoio dos fundos americanos se confirmar, Tanure teria condições de fazer frente à Pharol (ex-Portugal Telecom), maior acionista individual da Oi, com 27,49% do capital votante.

Disposto a manter a composição de sua carteira em segredo, o administrador do Société Mondiale solicitou à CVM a não identificação dos ativos do fundo. No site da autarquia, os dados referentes aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro não aparecem detalhados, sob a justificativa de que "por solicitação do administrador do fundo, a identificação dos seguintes ativos foi omitida ao público em geral". Mas, desde novembro, a única operação de venda de ativos registrada pelo Société Mondiale na CVM foi uma negociação de ações no valor de R$ 5,12 milhões em janeiro.

Em junho de 2016, quando a Oi apresentou seu pedido de recuperação judicial, o Société Mondiale já contava com 42,9 milhões de papéis ordinários e mais 11,27 milhões de preferenciais. Foi nessa época também que as ações alugadas da Oi passaram a constar entre os ativos do fundo. Já como acionista da companhia, Tanure pretendia realizar uma assembleia extraordinária em setembro do ano passado com o objetivo de destituir representantes da Pharol no conselho de administração da Oi. A assembleia acabou não acontecendo”.

Na sequência, o BS reproduz os termos do COMUNICADO AO MERCADO e o texto do jornal Valor Econômico, para aqueles leitores que não tiveram a oportunidade de o ver antes. O BS dá os devidos créditos ao veículo e aos profissionais que realizaram este esclarecedor trabalho.

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial COMUNICADO AO MERCADO

Renúncia de Conselheiro

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial ("Oi" ou "Companhia") vem informar aos seus acionistas e ao mercado em

geral que o Presidente do Conselho de Administração da Companhia recebeu nesta data carta de renúncia do

Sr. Rafael Luis Mora Funes ao cargo de membro do Conselho de Administração da Oi. Com sua renúncia, o Sr.

João do Passo Vicente Ribeiro, anteriormente suplente do Sr. Rafael Funes, passará a conselheiro titular.

Rio de Janeiro, 07 de março de 2017.

Ricardo Malavazi Martins

Diretor de Finanças e de Relações com Investidores

Oi S.A. - Em Recuperação Judicial

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Valor Econômico – 08/03/2017

Conselheiro sai e Tanure amplia influência na Oi

Por Graziella Valenti e Rodrigo Carro | De São Paulo e do Rio

Um dos conselheiros mais polêmicos e articulador ferrenho dos interesses da Pharol (ex-Portugal Telecom), o espanhol Rafael Mora apresentou ontem sua renúncia ao conselho de administração da Oi, em benefício do investidor, e até então rival, Nelson Tanure. A vaga ocupada por Mora será oferecida pela Pharol ao fundo que representa Tanure, o Societé Mondiale, conforme o Valor apurou. Por enquanto, o posto será representado pelo suplente de Mora, João do Passo Vicente Ribeiro.

Quando Tanure montou sua posição, a operadora valia pouco mais de R$ 1 bilhão. Ontem, a companhia fechou o pregão avaliada em R$ 4,1 bilhões

Quando assumir a vaga de Mora, o investidor brasileiro passará a ter três assentos no colegiado da tele e a Pharol reduzirá sua participação de cinco para quatro membros - de um total de 11. A sociedade portuguesa é a maior acionista individual da Oi, com 27,2% do capital, excluída a tesouraria.

A expectativa dos envolvidos com as definições sobre a Oi é que Tanure terá grande influência sobre o conselho de administração a partir de agora - mesmo antes de ocupar a vaga - e que deve ser contra a apresentação do novo plano pretendido pela gestão executiva da tele - com previsão de conversão de dívida em capital e privação de dividendos até saneamento das dívidas. O Societé Mondiale detém 7,7% do capital total.

A aposta é que Tanure tentará ganhar tempo, até a realização da assembleia ordinária da Oi (prevista para abril), para então avançar sobre a gestão da empresa. Nesse intervalo, deve evitar se opor frontalmente ao novo plano sugerido pela diretoria, mas ao mesmo tempo deve adiar a apresentação do aditamento à Justiça. Para uma mudança maior, via assembleia, ele conta com apoio de fundos estrangeiros e já acionistas, como PointState, Marathon, Discovery, entre outros. Mais recentemente, embora o investidor brasileiro negue, especula-se no mercado que esses mesmos fundos e mais outros montaram posição acionária na própria Pharol. Em janeiro, o Discovery anunciou ter adquirido 2%.

Tanure declarou em nota ao Valor, via assessoria de comunicação, que "é muito cedo para tratar da pauta da assembleia de abril" e que o fundo permanece com a atual representação no conselho. Disse também ser favorável ao plano da administração da Oi e "às medidas necessárias para o soerguimento da companhia, que poderão incluir capitalização, reperfilamento da dívida, conversão de parte dela em participação acionária, no intuito de fortalecer a empresa e torná-la mais competitiva".

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A assembleia geral da Oi deste ano terá uma peculiaridade: os detentores de ações preferenciais (que normalmente não votam) terão direito de votar, como determina a Lei das Sociedades por Ações, pois estão sem receber dividendos há três exercícios.

Embora desde que montou posição na Oi, Tanure tenha objetivo semelhante ao defendido por Mora, de evitar ou reduzir a diluição da atua base acionária, ambos rivalizavam no conselho. O espanhol representante da

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Pharol era considerado um obstáculo às pretensões do investidor. A expectativa é que nenhum representante da sociedade portuguesa dedicará o mesmo empenho de Mora ao tema, nem com a mesma energia.

Ao longo da derrocada das finanças da Oi, Mora atuou para preservar a fatia da Pharol ao máximo numa esperada conversão de dívida em capital para reestruturação financeira da tele. Essa pressão foi o motor da decisão de Bayard Gontijo de deixar o comando da empresa, em 10 de junho do ano passado, ao ver frustrada por esse interesse a tentativa de reorganização das dívidas em negociação privada com detentores das dívidas internacionais de mercado - os chamados bondholders, que têm R$ 32 bilhões em créditos contra a empresa. Na ocasião, esses credores estavam perto de um acordo para ficarem com 80% da tele.

Doze dias após a saída de Gontijo, a Oi pediu recuperação judicial na 7ª Vara da Justiça do Rio de Janeiro, com R$ 65 bilhões em pendências totais e uma lista de quase 66 mil credores. Com a renúncia do executivo, o pedido de recuperação era amplamente esperado.

Cerca de uma semana antes de a companhia ir de fato à Justiça, se tornou público que a Oi era a mais nova aposta de Tanure. Passado um mês, vieram as compras relevantes de PointState e Marathon.

Quando Tanure fez sua posição, a Oi valia pouco mais de R$ 1 bilhão. Ontem, a tele fechou o pregão avaliada em R$ 4,1 bilhões. Logo ao chegar, o objetivo do investidor era trocar a administração da Oi, especificamente os representantes da Pharol no conselho. Mas os acionistas alcançaram acordo para que Tanure elegesse dois membros efetivos e quatro suplentes (conseguiu só dois suplentes).

A Oi tem sido alvo de interesse de diversos fundos de investimento dedicados a empresas em recuperação. Um grupo de bondholders se organizou com o bilionário egípcio Naguib Sawiris, da Orascom, e propôs colocar até US$ 1,25 bilhão na reestruturação.

O americano Elliott, fundo do economista Paul Singer, tem US$ 3 bilhões para aplicar no negócio, em troca de uma posição relevante no capital que assegure participação na gestão. Representantes do fundo dialogam com a La Place, assessoria financeira da Oi sobre uma oferta que possa ser aceita por acionistas e credores. E o fundo Cerberus, representa no Brasil pela RK Partners, está fechando a estrutura de sua proposta, com US$ 2 bilhões no bolso.

Os acionistas da Oi têm especial poder sobre o processo de recuperação dada justamente a expectativa de que será muito difícil escapar de uma conversão de dívida em ações. A operação é, na prática, um aumento de capital e precisa ser submetida a assembleia de acionistas. Sem aval dos sócios, nada avança. Trata-se de uma peculiaridade do processo no Brasil - pela qual a gestão que causou o problema ao negócio é preservada com poderes políticos. Portanto, há dois grandes eixos de poder na tele, dentro da recuperação, que estão até o momento em polos opostos - acionistas e credores.

A movimentação entre Pharol e Tanure coloca os interessados em estado de "alerta", ainda que a Anatel tenha declarado ontem que não vê necessidade de anuência prévia mesmo se Tanure assumir o posto de Mora. Mesmo antes das notícias de ontem, o entendimento dos interessados já era que o risco de intervenção pelo governo, por meio da Agência Nacional Telecomunicações (Anatel), não está afastado e, ao contrário, dependendo da percepção dos trabalhos, pode aumentar.

O comitê interministerial que acompanha a empresa deve se reunir ainda neste mês para avaliar a situação - movimento previsto antes da renúncia de Mora. Desde o começo de novembro, a Anatel acompanha como ouvinte as reuniões de conselhoda Oi na tentativa de garantir celeridade ao processo de recuperação.

O que Tanure, Pharol, bondholders e os interessados em investir na Oi miram é o destravamento do valor do negócio com o fim da recuperação judicial e a solução das dívidas. A expectativa é que, depois de resolver as dívidas, a tele passe a ser avaliada acima de R$ 20 bilhões - cinco vezes o valor atual. Além disso, todos esperam ganhar ainda mais, num aguardado (há anos) movimento de consolidação do setor no país.

(Colaborou Heloisa Magalhães, do Rio)

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Plano de intervenção na Oi está pronto, mas há um problema jurídico a ser resolvido O Presidente da Anatel, Juarez Quadros deu uma entrevista ao jornalista Samuel Possebon que pode ser acessada no Site do Teletime, com a data de 10 de março de 2017. Entre os diversos temas tratados na entrevista, alguns deles foram “espinhosos”; a despeito disto, o Presidente não se furtou a emitir sua opinião ou a dar as informações possíveis. Um deles, é o que se refere à possibilidade de haver uma “Intervenção” na Oi. O Presidente confirmou, aquilo que se especulava, que o “Plano de intervenção está pronto”. Mas, “há um problema jurídico a resolver”. A Intervenção, como é bem conhecido, está prevista na LGT e há um “rito” estabelecido sobre as causas de sua aplicação e os procedimentos para que isto ocorra. A situação da Oi apresenta a complicação adicional de que é uma Companhia em Recuperação Judicial. Então, uma eventual Intervenção, enquanto durar tal Recuperação, poderia representar um caso único na história. Por outro lado, a eventual Intervenção, caso a Recuperação tenha bom desfecho, seria uma incongruência, inclusive com possíveis consequências jurídicas. Por outro lado, é inegável que as dívidas da Oi com o Estado são bastante acentuadas e as dificuldades para alguma forma de “acordo” são restritas, senão inviáveis. Este, sem dúvida, é um dos fatores que complicam o processo de Recuperação. O outro, é a questão de que a Oi não é somente uma Concessionária que presta Serviço no Regime Público. Ela também presta Serviços como Autorizada, no Regime Privado, situação que não é atingida por uma possível Intervenção. Mas, o Presidente, é previdente ao afirmar: “A intervenção hoje ainda é improvável e não desejada, e na situação atual da empresa, com a dívida não equacionada, trará para cima do próprio governo e da agência um grande risco jurídico que precisa ser bem dimensionado”. A situação da Oi, como se pode observar, desenvolve-se em campos diversos tratados por diferentes “atores” e com características que não guardam relação direta entre eles. De um lado, está em andamento, todo o processo para a realização de uma Assembleia Geral dos Acionistas da Empresa, em abril próximo, na qual se espera sejam tomadas decisões importantes sobre o seu futuro. Isto, se não houver decisões judiciais que inviabilizem a sua realização, como é frequente em casos desta natureza. De outro lado, está o Processo de Recuperação Judicial sobre o qual não se tem uma perspectiva de desfecho a curto prazo, ainda que sua duração já se estenda para alcançar um ano. E, completando o outro lado do “triângulo” (AG, PRJ, Intervenção) a Anatel “lembra” que há a possibilidade de uma “Intervenção” (ainda que não desejada) e que, para tanto, “tudo está preparado”. É possível que existam outras circunstâncias que o BS não consegue captar de pronto.

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Bens Reversíveis – não basta falar, tem de levantar e avaliar...

Como tem sido comentado em BS anteriores, os Bens Reversíveis são um dos pontos de fixação entre aqueles que questionam a aprovação do PLC 79/2016, sem uma discussão mais profunda nas Comissões Temáticas do Senado Federal. Discutir, sempre é interessante e proveitoso. Mas, sem substância, tais discussões tendem a ficar estéreis e, via de regra, perdem o sentido, transformando-se em “bate boca”, ou, virando instrumento de posicionamentos políticos com viés ideológico.

Desta forma, o BS considera que, independentemente do andamento do PLC 79/2016 deveria se iniciar, com a maior brevidade possível, o levantamento e avaliação dos Bens que estão sendo referidos. Ou, que seja feita a confirmação de dados existentes baseados em levantamentos anteriores.

Isto é necessário em qualquer cicunstância, inclusive, se o PLC não for adiante. Afinal, um dia a Concessão terá seu término estabelecido e algum procedimento em relação a estes Bens deve acontecer.

Cautelar das Franquias

Ainda fazendo referência à entrevista do Presidente Quadros, ao Teletime, vale salientar o tópico em que ele responde sobre a questão da Cautelar que impede as Operadoras de comercializarem planos nos quais estejam previstas “franquias” em relação ao uso de Dados.

Os leitores do BS já conhecem sua posição em relação a este assunto. Devem existir Planos Ilimitados nos quais se permita estabelecer algum “teto” de uso, e, definir as condições de continuidade da prestação do Serviço mais restritivas (não pode haver interrupção) após se atingir tal limite.

Esta é uma prática que está ganhando um consenso universal. A questão básica reside, então, em se definir qual seria esse “teto” de franquia e, também, a velocidade mínima que seria atribuída ao usuário, uma vez que se tivesse atingido o “teto” de franquia mensal.

Parece haver uma incongruência na proposta, mas, esta é a forma mais viável que o mercado encontrou, para não criar “amarras” para os usuários que se transformem em “pegadinhas” financeiras nas suas contas, mas, permitam às Operadoras condições para “administrar” suas Redes, em benefício próprio e dos usuários, no seu coletivo.

Uma das formas de administração é, por exemplo, não aplicar a restrição de redução de velocidade de Dados, quando a Rede não estiver congestionada. Portanto, nestes casos, independentemente de se ter alcançado o “teto” da franquia, os usuários continuariam operando normalmente, mas, sem criar prejuízos para os demais usuários.

É fato, que a probabilidade de congestionamento das Redes aumenta com o nível de insuficiência de seu dimensionamento (menos investimentos); com o aumento “incentivado” da quantidade de

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usuários (mais vendas); ou, com situações imprevistas, como o aumento circunstancial e temporário de grande números de usuários em um determinado local (eventos, congestionamentos, aglomerados de pessoas, etc.).

Circunstâncias deste tipo é que influenciarão os usuários a optarem por esta ou aquela Prestadora que ele julgar administrar melhor o conjunto destes fatores e, com isto, na sua percepção, proporciona a melhor Qualidade de Serviço, entre aquelas que operam no mercado.

Infelizmente, no Brasil, os valores de referência para o “teto” ainda são baixos, quando comparados ao de outros países com características simiares às do Brasil. Isto é uma consequência do fato de que as taxas médias de transmissão no nosso Paíssão baixas, sendo a observação válida para o conjunto das Operadoras e, não, para uma ou outra avaliada individualmente.

Como resolver esta questão? Fazendo investimentos significativos na expansão e modernização das Redes de Telecomunicações de Dados. Neste ponto, não se pode deixar de fazer referência ao item “Telefônica Vivo anuncia investimentos” que faz parte do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS Nº 07/17.

O BS considera bastante ponderada e objetiva a posição exposta pelo Presidente Quadros. Uma solução que atenda aos anseios da sociedade, no entanto, depende de ações que fazem parte do contexto geral econômico sobre o qual se desenvolve a prestação de Serviços de Telecomunicações, no Brasil.

Na cadência do Tango, o espectro pode ser gratuito…

O BS, inseriu o item “Argentina “desamarra” a regulação do Setor de Telecomunicações...mas, há problemas!”, no COMENTÁRIO GERAL da Edição Nº 01/07.

Se existiam dúvidas sobre tais problemas, elas se dissiparam agora: o Governo Macri outorgou à Nextel da Argentina – que foi adquirida pelo Grupo Clarín – frequências nas Faixas de 900 MHz e 2,6 GHz, que permitem a exploração do Serviço Móvel Celular com o padrão 4G LTE. Não haveria nada de especial a comentar não fosse o fato de que a outorga foi feita sem licitação e sem qualquer pagamento pela outorga recebida.

Naturalmente, os concorrentes, principalmente a Telefónica e a América Móvil, demonstram sua “indignação” com o privilégio e, até, ameaçam recorrer ao “Centro Internacional de Resolução de Diferenças Relacionadas com Investimentos”, uma Instituição de arbitragem do Banco Mundial, com Sede em Washington.

Há, também, uma questão relacionada com a possibilidade de oferta de Serviços de TV. O Grupo Clarín pode continuar oferecendo tais Serviços, enquanto as demais somente poderão presta-los a partir de janeiro de 2018.’

A Enacom, publicou um Comunicado defendendo a medida dizendo: “o Governo busca promover uma maior competição para que os usuários tenham acesso a uma maior oferta e a um melhor

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serviço”. Esta declaração é um tradicional “chavão” para justificar a entrada de mais um competidor no mercado. E, informa ainda, que “a compensação econômica que o Clarín deve pagar pelas frequências ainda não está fechada”. Aqui, soa um pouco estranho, pois uma outorga é feita sem que se estabeleça o valor a ser pago por ela.

O BS tomou conhecimento do fato através de reportagem do jornal El País, a qual é reproduzida para os leitores que desejem mais detalhes sobre o assunto.

El Gobierno de Macri otorga a Clarín la licencia 4G de telefonía móvil

Telefónica denuncia un trato de favor hacia el grupo de comunicación, que no ha tenido que pagar por las

frecuencias como el resto de operadores

Ramón Muñoz

Madrid 9 MAR 2017 - 18:34 BRT

El Ente Nacional de Comunicaciones (Enacom) argentino ha concedido a Nextel, operadora de telecomunicaciones del grupo Clarín, la autorización para dar servicios de telefonía móvil 4G en las bandas de 900 MHz y 2,6 GHz, convirtiéndose en la cuarta operadora móvil del país, junto con Claro (América Móvil), Movistar (Telefónica) y Personal (Telecom).

De esta forma, se consuman los temores de Telefónica, que ha denunciado un trato de favor por parte del Gobierno argentino de Mauricio Macri hacia el grupo Clarín, al cambiar la legislación para otorgarle una licencia sin apenas desembolso alguno. Las tres operadores actuales tuvieron que abonar 2.233 millones de dólares en 2014 por la asignación de las bandas de 700 Mhz, 1,7 GHz y 2,1 GHz para dar servicios de 4G, y a día de hoy ni siquiera han recibido esas frecuencias.

Según las condiciones de la concesión, y el precio por MHz, el coste para Nextel de las frecuencias otorgadas sería de 178 millones de dólares. No obstante, de esa cantidad habrá que descontar el valor de las frecuencias que debe devolver al Estado, y que provienen de los pequeños operadores de móvil regionales (Trixco, Calbi, Infotel, Skyonline, Netizen y Eritown), adquiridos en enero de 2016 por el grupo, por lo que el pago será sustancialmente menor.

Condiciones de la concesión

No obstante, el Enacom defendió la operación y señaló en un comunicado que el Gobierno "busca promover una mayor competencia para que los usuarios accedan a una mayor oferta y un mejor servicio", y que la compensación económica que debe pagar Clarín por las frecuencias “aún no está cerrada”.

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Los competidores de Nextel denuncian también que, si bien el decreto adelanta a enero del 2018 el levantamiento de la prohibición para permitir a las empresas de telefonía volver a dar servicios de televisión, de los que se les privó en 2015, Clarín seguiría gozando de una ventaja competitiva ya que esa prohibición no le afecta a su operador de banda ancha y televisión Cablevisión.

Los intentos de negociación de la multinacional española con el Gobierno argentino no han fructificado pese a que el presidente de la operadora, José María Álvarez-Pallete, se reunió con Mauricio Macri, aprovechando la visita del presidente argentino a España el pasado mes de febrero. Telefónica puede ahora acudir, junto a América Móvil, al Centro Internacional de Arreglo de Diferencias Relativas a Inversiones (CIADI), una institución de arbitraje del Banco Mundial con sede en Washington, para defender sus intereses en el país.

Telefônica Vivo anuncia investimentos

O Presidente da Telefônica Vivo, Eduardo Navarro, anunciou, por ocasião da teleconferência de apresentação dos resultados do último trimestre de 2016, que a Empresa investirá R$24 bilhões no País, no período de 2017/2019. A maior parte deste valor, está destinada ao Estado de S. Paulo.

Ainda que a cifra seja “vistosa”, o BS chama a atenção dos leitores para a modéstia da mesma, considerando os níveis de investimentos que devem ser feitos no País, na expansão e modernização da Planta.

Na verdade, não existem estudos publicamente divulgados que indiquem a magnitude de tais investimentos. O BS vem “batendo na tecla” da cifra mínima de $200 bilhões, em dez anos, o que, em média, significa $20 bilhões, ou, R$60 bilhões, aproximadamente, por ano. Isto, considerando todos os itens de investimento nos Sistemas, incluindo os aparelhos terminais dos assinantes. Estes aparelhos, principalmente os do tipo Smartphone, podem ser considerados como parte integrante da Rede.

O valor parece “estratosférico”; mas, com esta premissa, somente os aparelhos correspondem a algo em torno de $10 bilhões, por ano. Uma cifra conservadora, imaginando-se que serão comercializados, anualmente, 40 milhões de aparelhos a um custo médio de $250. A previsão é de que os usuários substituam seus terminais a cada 3 anos.

Entretanto, uma parte deste valor será assumida pelos próprios usuários, não pela Operadora. Assim, seu reflexo no total de investimentos das Companhias pesa menos, em porcentual que depende das políticas de aquisição e de retenção de clientes. Em algumas situações, na verdade, o valor será considerado como OPEX e não como CAPEX.

O BS não fez nenhuma pesquisa e nem qualquer estudo mais detalhado para dar o mínimo de veracidade aos dados acima. Trata-se, tão somente, de uma hipótese baseada em dados trabalhados dentro do bom senso, de observações do mercado, e, de experiências vividas no Setor.

O ideal é que seja desenvolvido um estudo desta natureza (o Plano Nacional de Banda Larga) no qual, inevitavelmente, haverá um Capítulo, tratando dos investimentos nas Redes e nos Sistemas

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de Suporte à Operação, bem como nos Terminais. A partir daí, seria possível ter uma ideia mais precisa das necessidades do País e como cada Operadora, ou conjunto de Operadoras, deveriam se posicionar diante de tais necessidades.

Desta forma, poderia se estabelecer um padrão de investimentos e como cada uma dessas Operadoras se posicionaria em Programas a serem estabelecidos. Operadoras que poderiam ser as que estão atuando no Mercado e/ou outras que vierem a nele se posicionar.

Assim, voltando à Telefônica Vivo, que é um dos principais, senão o principal, veículo de investimentos no Setor, atualmente e nos anos futuros, fica claro que a cifra anunciada pelo seu Presidente, da ordem de $2,7 bilhões, por ano, está longe da cifra de $20 bilhões, considerando que a tendência para as demais Operadoras é de valores, ainda menores.

Sabe-se, por exemplo, das dúvidas que pairam sobre a Oi que, no contexto das operações do País, seria, provavelmente, a responsável pela maior parte dos investimentos.

O BS pode estar “forçando a barra” nos seus números, criando uma visão meio “apocalíptica” do assunto. O BS gostaria de estar tremendamente equivocado nas suas previsões. Mas, o BS gostaria também que houvessem números concretos, resultantes de estudos sérios, indicando claramente, os valores de investimentos que o Brasil necessita para a próxima década.

Para isto, é necessário, tão somente, definir as estratégias do País para o Setor e desenvolver o Planejamento adequado, com as tradicionais indicações de Objetivos e Metas a serem alcançadas, bem como os Planos e Projetos que permitirão que isto aconteça.

Obviamente, deve se levar em consideração que tais estudos sejam desenvolvidos, levando em conta aspectos de atratividade que incentivem positivamente os investidores que aportarão seus recursos no Setor.

Uma luz no fundo do túnel... os Provedores Regionais estão em alta!

Parece inacreditável, mas é a pura realidade: os Provedores Regionais, no seu conjunto, foram responsáveis por 78% das novas adições de Banda Larga Fixa, no mês de janeiro de 2017, o que corresponde a pouco menos de 135 mil ativações.

Os números podem não ser, ainda, muito representativos no contexto global do País. Mas, é emblemático o fato deste segmento do mercado, no qual atuam os Provedores Regionais, estar em ascensão, enquanto os demais, via de regra, estão caindo, ou, crescem de forma praticamente vegetativa.

Este fato, reforça bastante a linha que o BS vem defendendo de se aumentar consideravelmente o apoio a estes Provedores Regionais. Não, simplesmente, com gestos e palavras incentivadoras. Mas, com medidas efetivas que os auxiliem a desenvolver seus negócios.

Entre elas, está a criação de “Unidade” de atendimento da Anatel que se transforme em ponto de apoio para esclarecimentos e auxílio às atividades operacionais desses Provedores que, via de

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regra, não têm a familiaridade com os aspectos regulatórios, como acontece com as grandes Operadoras. E, são cobrados quase da mesma forma, ainda que haja discrepâncias gritantes entre as estruturas de uma grande Operadora e outra, de Pequeno Porte.

Também se reconhecem algumas “assimetrias” de tratamento. Mas, estas devem ser melhor clarificadas e, quem sabe, ampliada sua abrangência.

Uma outra, é a viabilização de fontes de financiamento, a custos razoáveis, para que possam ampliar a capilaridade de suas Redes e melhorar a operação dos Serviços. Uma outra forma, é a viabilização – há longo tempo prometida pelo Governo – de um Fundo Garantidor com condições de acesso simplificadas que permita a esses Provedores buscarem as fontes de financiamento, com a perspectiva de que terão como dar as garantias naturalmente exigidas em tais circunstâncias.

02. UM COMENTÁRIO PARTICULAR DO BS

Verificando o que ocorre pelas Feiras e Congressos de Telecomunicações pelo mundo, um ponto que se destaca e mais chama a atenção são as tecnologias deslumbrantes que estão sendo exibidas. O recente MWC 2017, foi um paradigma para ressaltar esta constatação. Para não fugir à regra, qualquer Stand das maiores Empresas do Setor, apresentava um inefável Headset de Realidade Virtual, um carro dito autônomo, ou um Robot, invariavelmente batendo tambores, ou, realizando “piruletas”.

Passada a “festa”, vem a realidade e a sensação de um vazio; a impressão de não haver substância por trás disso tudo. As tecnologias são, até, estimulantes, mas há dúvidas fundamentais em relação aos modelos de negócio que sustentarão tudo o que se apresenta, e se supõe ser uma tendência do futuro.

Na verdade, o que o evento deste ano desnudou claramente foi um fato que já vinha se verificando, mas, sem uma caracterização inequívoca: a indústria, de modo geral, está se defrontando com uma crise de identidade. Pelo menos as Telcos – e com elas os fabricantes - não conseguiram identificar, ainda, como devem enfrentar os desafios da situação com que se deparam, e que se consolida a cada dia.

O fato real é que, a despeito de inúmeras declarações feitas em relação à transformação digital, tem havido poucos progressos na direção de se atingirem patamares significativos do potencial esperado da chamada “economia digital”, considerando a maioria dos Países individualmente, e, muito menos, em escala mundial.

Se esta é uma questão constatada em todo o mundo, imagine-se o que se passa no Brasil. Na verdade, o País não foi atingido, ainda, por essa “onda” de Realidade Virtual, de Carros Autônomos, e casos similares. Ainda se está no campo da implementação da infraestrutura mínima básica que

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suportará estas “maravilhas” do futuro imediato. Mas, o tempo passa correndo e as mudanças correm “mais rápido do que o tempo”. Assim, não há tempo a perder.

Os fornecedores disputam espaços e mercados, e isto pressupõe que eles mostrem suas visões do futuro. Mas, não devem fazer isto de uma forma “chamativa”. Além dos riscos que eles próprios correm – de certa forma inerentes ao seu negócio- levam as dúvidas e incertezas aos mercados, personificados nas Operadoras.

Estas, por sua vez, ficam mais perdidas que os fornecedores, entre outros fatores, por disporem de menos instrumentos de avaliação. Por outro lado, estão mais próximos dos consumidores o que lhes dá uma melhor percepção do que os mercados realmente necessitam ou estão buscando. Contudo, parece não existir um “canal” sistematizado eficaz, que conduza essas necessidades práticas e reais do mercado, até os pesquisadores que em seus laboratórios se debruçam em explorar os potenciais das mais avançadas tecnologias disponíveis. Um dilema que o BS julga necessário equalizar e solucionar.

As “Mega” Operadoras, no entanto, parecem ter “acordado” para este fato, e estão começando a definir seus rumos com base nos seus próprios recursos e informações. Não, naquelas providas por terceiras Partes, entre elas os fabricantes. Aparentemente, esta é uma tendência que elas estão adotando no sentido de avançar para atender às necessidades do mercado, por elas próprias identificadas, de forma mais ágil.

É inegável que para alcançar essa possível vantagem, correm-se os riscos inerentes a decisões ousadas ou ainda não devidamente estabilizadas. O caso do 5G e suas relações com a IoT, parece ser um exemplo emblemático desta constatação.

03. LIBERADA A UTILIZAÇÃO DO LTE-U NOS ESTADOS UNIDOS A FCC acaba de liberar a utilização do LTE-U, nos Estados Unidos. A medida, anunciada pelo Presidente da FCC, Ajit Pai, com a “pompa e circunstâncias” de costume, materializa mais de 3 anos de atividades para desenvolver o novo padrão – criado pela Qualcomm – no âmbito do LTE-U Forum. Este Forum, foi formado em 2014 e, além da Qualcomm, inclui: Alcatel-Lucent Ericsson, e Samsung. As Operadoras que desde sempre mostraram maior interesse em utilizar a nova tecnologia foram a Verizon e a T-Mobile. Esta, anuncia que deverá estar iniciando sua implantação no segundo semestre deste ano. O LTE-U Forum criou as especificações técnicas para o novo Sistema que operará na Faixa Não Licenciada de 5 GHz. O “U” deriva, exatamente, da palavra “Unlicensed”, no idioma inglês. A Entidade desenvolveu as Especificações mínimas de desempenho para a operação de Estações

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Rádio Base LTE-U; as Especificações dos Dispositivos dos usuários; e, as Especificações para a coexistência do LTE-U com o Wi-Fi e o Bluetooth, que já operam na referida faixa. Na prática, trata-se de um LTE preparado para operar em faixas de frequências não exclusivas, ao contrário do que ocorre nos Sistemas Móveis Celulares, onde as condições de interferência entre os Sistemas de Transmissão são mais restritas. É uma forma de as Operadoras ampliarem a capacidade de suas Redes utilizando espectro pelo qual não necessitam pagar pelo uso. Naturalmente, as condições de utilização serão sensivelmente diferentes. O LTE-U é conceitualmente utilizado em spots e sua destinação principal é tirar tráfego das Redes Convencionais (tráfego offload), como, aliás, é realizado pelo Wi-Fi tradicional. Portanto, trata-se de uma alternativa a ser explorada pelas Operadoras. A vantagem de utilizar o LTE-U em relação ao Wi-Fi tradicional reside, exatamente, no fato de ser o mesmo padrão empregado na Rede Móvel Celular. O que isto significará em termos da melhoria da qualidade do Serviço e de redução de custos é algo que não está, ainda, bem caracterizado. Mas, as expectativas são no sentido de que é compensadora sua utilização. A reposta definitiva será obtida após se terem os resultados das primeiras operações comerciais. Segundo o Site do LTE-U Forum, “as especificações suportam a operação do LTE nas bandas UNII-1 E UNII-3 da Faixa de 5GHz como portadoras SDL (Suplemental Downlink), em conjunto com o LTE implantado nas Faixas Licenciadas, tendo como base o Release 10 e especificações posteriores, já publicadas pelo 3GPP”. E, mais: “LTE-U estende os benefícios do LTE e do LTE Advanced para o espectro Não Licenciado, permitindo às Operadoras o offload do tráfego de Dados nas Faixas Não Licenciadas de modo mais eficiente e efetivo. Com o LTE-U, as Operadoras podem oferecer aos consumidores uma Banda Larga Móvel mais robusta e transparente, com melhor cobertura e taxas de transmissão de download mais rápidas”. Não se tem, ainda, uma exata ideia de como o GPP se posicionará em relação à utilização da nova tecnologia em outras partes do mundo. É possível que existam dúvidas para que um Órgão de Especificações técnicas libere o padrão para uma utilização disseminada. O Brasil – diferentemente dos Estados Unidos – tem alguns compromissos com o 3GPP que, provavelmente, o resultará no aguardo de uma definição. Mas, em se tratando de utilização de Faixa Não Licenciada, que também está liberada no País, o espaço para decisões mais individuais parece estar livre. O assunto é importante, na medida em que possibilita a utilização do LTE em Faixas Não Licenciadas, portanto, independe de Autorização da Anatel. Somente é necessário que os equipamentos estejam homologados.

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Uma questão imediata que se coloca é como isto poderá ser empregado para prover com mais eficiência e a custos mais baixos a Banda Larga Móvel, não só nas grandes Metrópoles congestionadas, mas, também, as cidades de menor porte do Interior. É possível, por exemplo, que seja uma alternativa adequada para os Provedores Regionais. Segue, abaixo, um texto adaptado retirado do Site Network World no qual estão indicadas algumas características do LTE-U.

What is LTE-U?

When we connect to the Internet with our smartphones, the phone connects at a frequency to handle all of its communication needs. Typically, carriers buy out spectrum (in the U.S. from the FCC) to exclusively carry their devices and the network connectivity. This is how our usual LTE, HSPA, CDMA, 3G, 4G, and other services work.

However, not all spectrum is reserved for specific uses. For example, the 5GHz spectrum is assigned by the FCC as “unlicensed,” meaning that anyone can create devices within certain rules and regulations to handle wireless connectivity in that spectrum. Many new Wi-Fi devices use this spectrum per FCC regulations, but now carriers like Verizon and T-Mobile also want to use the 5GHz spectrum to speed up our smartphones in congested areas with the LTE-U standard.

LTE-U stands for LTE-Unlicensed, referring to its connectivity in the unlicensed 5GHz spectrum. LTE-U isn’t intended to replace existing LTE connectivity, but supplement its speed and services in high-congestion areas. A device would connect simultaneously on a typical LTE connection while acquiring additional bandwidth through nearby LTE-U signal.

Due to the regulations set by the FCC, LTE-U devices must meet the same power limitations as the Wi-Fi devices that exist today, limiting their range to about 300 feet. Areas like shopping malls and stadiums are therefore prime targets for improving congested traffic with LTE-U.

LTE-U (short for Long-Term Evolution in unlicensed spectrum) uses the same “language” to operate on the unlicensed spectrum, which the carriers don’t have to spend billions of dollars to acquire.

And the reason they’re willing to spend it is that their networks are creaking under the truly crazy demand for data that they’re facing – all that Netflix and YouTube and Twitch and even the stuff that isn’t video (although video is the biggest issue by a long shot) is creating serious capacity problems for the big carriers.

That’s why they’re doing everything they can to stay ahead of it – building new infrastructure, acquiring new spectrum and trying to impose data caps without looking like they’re imposing data caps. LTE-U is part of that, since it would let them offload some of the spiraling demand onto the unlicensed band.

Tthere’s Wi-Fi that operates on the unlicensed band in the 2.4GHz and 5GHz ranges. Which is exactly the piece of spectrum that LTE-U will use. Two radio waves in the same physical location at the same frequency means interference, which means crappy service .

Qualcomm – that invented LTE-U - swears that they’re incorporating coexistence features that will prevent it from harming existing Wi-Fi installations, and to be fair, it seems highly unlikely that they’re just planning to throw LTE-U out there, your home Wi-Fi be damned.

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The idea will be to use a system called CSAT (Carrier Sense Adaptive Transmission, to make LTE-U stations pause their transmissions for tiny periods to allow Wi-Fi to make use of the same frequencies. The principle is called duty cycling.

Verizon and T-Mobile, the strongest advocates for LTE-U, have said that they’re planning to roll the technology out next months, once FCC approved the use of new technology. As Ajit Pai said, FCC is convinced the coexistence problem is solved.

04. SLIM COLOCADO NO “BARCO” DA CONCORRÊNCIA FEROZ E OUTRAS CONSIDERAÇÕES Há algum tempo, Carlos Slim reina absoluto no México, principalmente no Setor de Telecomunicações. Chegou a deter algo em torno de 80% do mercado do país, incluindo os acessos fixos (Telmex) e móveis (Telcel). No caso da Rede Fixa, foi e, ainda é, praticamente, um monopólio que vai diminuindo na medida em que são introduzidos acessos de fibras ópticas, e a Rede Celular serve como plataforma para substituir os acessos fixos em diversas situações. Diversas Empresas fazem parte do conglomerado Slim entre elas: Telmex/Telnor, Telecel, América Móvil, Grupo Carso e, Inbursa. Tomando como referência o período anterior a 2014, a concorrente histórica mais próxima, a Telefónica, foi “recebida” como investidora no País, principalmente nas Redes Celulares. Sempre teve que se defrontar com a realidade de competir com um fortíssimo Empresário local, com estreita ligação com as estruturas de Governo. Sua presença, no entanto, era importante, pois contribuía para reforçar a sensação de que existia uma real concorrência no mercado. Na prática, se verificaram alguns problemas que levaram a Telefónica a recorrer algumas vezes a ações judiciais na busca de preservar o que considerava seus direitos. Outras Operadoras menores, não chegavam a ameaçar o domínio do Grupo Slim. Além dos negócios em Telecomunicações, os mais importantes, Slim atuava em outros segmentos da economia mexicana por meio da Carso; o Consórcio original da família, que foi o ponto de partida para o “Império” formado. No caso das Telecomunicações, tendo como base esta participação no mercado Mexicano, Slim avançou por toda a América Latina, onde a Telefónica e a TIM vinham disputando mercado, a partir do início dos movimentos de privatização do Setor no final do Século XX. A Empresa Italiana não teve folego para se manter na disputa, com a honrosa exceção do Brasil, onde continua como uma das 4 grandes Operadoras. A sua saída dos mercados latino americanos abriu mais espaços para a América Móvil, a Holdig que congrega todas as operações, que passou a usar a marca “Claro” em todo o Continente, exceto no México onde mantém o Telecel. Diga-se de passagem, que a marca Claro foi criada no Brasil, no Rio Grande do Sul, em 1998, e, foi herdada pela América Móvil, quando adquiriu a Telet, uma das novas entrantes no processo da chamada Banda B. Ao agir desta forma, foi transplantada para o Brasil a concorrência que existia

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no México com a Telefónica. No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, a Empresa dominante era a Telefónica que havia adquirido a CRT, Operadora da Banda A no Estado, anteriormente privatizada. Estava sendo dada a largada para um processo de competição na América Latina, de um lado a Movistar (marca da Telefónica) e de outro a Claro (marca da América Móvil, que é sinônimo de Slim), que persiste até os dias atuais. No caso do Brasil, por razões que não cabe comentar neste texto, a Telefónica manteve a marca “Vivo”. O BS, no entanto, não pode deixar de mencionar o que julga um “equívoco histórico” da Telefónica. O fato de a Companhia não ter estendido esta marca para toda a América Latina substituindo a “Movistar”. Talvez uma atitude “patriótica” para não confrontar esta marca que era a estabelecida no mercado Espanhol, a qual também não conseguiu fazer prevalecer no mercado Europeu. Tanto que teve de manter a denominação da O2 quando ela adquiriu o controle desta Empresa que, posteriormente, tentou vender, sem sucesso. Aliás, um processo que, ainda, se mantém vivo e que poderá ter desdobramentos a qualquer momento. Slim, também entrou no mercado dos Estados Unidos. De forma relativamente discreta, pois sabia que não teria condições para concorrer com os gigantes locais. Porém, mesmo com tal “discrição” conseguiu se transformar no maior Operador local de MVNO, com quase 30 milhões de clientes. Na Europa, tentou adquirir o controle da Telecom Itália, um processo que foi contido pelo “protecionismo” europeu. A Telefónica acabou sendo a “salvadora”, adquirindo participação acionária relevante na Companhia Italiana que estava em uma situação econômica crítica. Esta ação veio a se constituir, posteriormente, em fonte de problemas de ordem regulatória com diversas ramificações, inclusive, no Brasil. Boa parte dos leitores do BS devem se recordar desta história. No mercado europeu a única aquisição que Slim conseguiu foi uma participação significativa na Telekom Austria. A evolução dos negócios levou Slim a transformar-se em um dos Homens mais ricos do mundo. Atualmente, está entre os quatro primeiros, mas, em determinado período, chegou a ocupar a primeira colocação, ultrapassando Bill Gates. Este, recentemente retornou ao primeiro posto em razão da valorização das Bolsas nos Estados Unidos e de desvalorização da América Móvil. Como curiosidade, no início deste ano, o segundo desta lista era Amâncio Ortega, o espanhol fundador da Zara, e o terceiro era Warren Buffett (Berkshire Hathaway CEO). A desvalorização da América Móvil ocorreu em contraponto à valorização das Bolsas nos Estados Unidos, onde ela era listada na Nasdaq e na NYSE. No ano passado, Slim continuou somente na NYSE deixando a Nasdaq. Alguns analistas, comentam ser esta atitude uma decorrência da queda de rentabilidade das ações da Companhia.

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A causa de tal queda reside, basicamente, no aumento da concorrência no mercado Mexicano e na desvalorização do Peso. O aumento da concorrência é uma consequência direta das modificações introduzidas na legislação de telecomunicações do México forçando uma maior abertura do mercado. Para tornar efetivas tais medidas, foi criada uma nova Agência Reguladora Independente: o IFT – Instituto Federal de Telecomunicaciones, sucessor da COFETEL – Comisión Federal de Telecomunicaciones. A nova legislação, e ação do IFT resultaram em uma série de medidas que atingiram o status das Empresas de Slim. Uma delas é que, na prática, as obriga a terem participação máxima de 50% nos diversos segmentos do mercado de telecomunicações. Esta é uma condição para que ela não seja obrigada a ceder os meios de suas Redes para os concorrentes, mediante condições estabelecidas pelo IFT. Por outro lado, a AT&T que tinha uma significativa participação na América Móvil vendeu-a totalmente para o próprio Slim, em uma operação de mais de $5 bilhões. Isto teria importância relativa, se a AT&T não resolvesse entrar com força no mercado Mexicano, comprando a Iusacel e a Nextel e ampliando suas operações. Atualmente, a AT&T já é a segunda Operadora Celular do México, tendo ultrapassado a Movistar, da Telefónica. Slim, também tenta atender a legislação Mexicana por meio de alternativas que aparentem a redução do seu Poder de Mercado. Por exemplo: criou uma Empresa para cuidar da infraestrutura, principalmente torres das Redes Móveis. A ATT&T, depois que deixou de ser “parceira” de Slim, tornou-se uma “feroz” concorrente. Desde que entrou no mercado Mexicano, em 2015, já acumula 12 milhões de usuários. Não há dúvidas de que o México está incluído nos planos estratégicos da gigante norte-americana. Assim, a tendência é aumentar a sua participação, provavelmente, às custas de uma redução das Empresas de Slim. A estratégia de ampliar a oferta de vídeo, incluindo TV, está posta na mesa. Neste jogo, a Telefónica também tenta se reposicionar no mercado. Um dos mais importantes na estratégica LATAM, dos Espanhois. Portanto, Slim terá de enfrentar novos tempos cuja dinâmica é bastante radical quando se consideram Grupos com o perfil do tipo que ele comanda. Em essência, um conglomerado familiar que depende bastante de “evoluções” para continuar sendo “bem aceito” no seleto grupo dos principais empreendedores pessoais do Planeta. Um dos pontos de atenção está relacionado com as mudanças políticas ocorridas nos Estados Unidos com a eleição do Presidente Donald Trump. O BS fez comentários quanto a este aspecto em edições anteriores. Em uma delas, mencionou o jantar privado que Slim teve com o Presidente, em

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um momento em que ela não havia ainda tomado posse no Cargo. Ultimamente, Trump não te falado muito do “muro” físico na fronteira do México com os Estados Unidos. Mas, tão ou mais importante do que o muro físico sejam as possíveis “barreiras” econômicas. Slim, certamente, está bastante atento a estes movimentos que são fundamentais para a estabilidade operacional e estratégica do seu Grupo. Neste cenário, o Brasil pode ganhar um status bem mais significativo no Grupo Slim, através de suas 3 Empresas: Claro, Net, e, Embratel. Como se sabe, estão sendo desenvolvidas ações para a sua integração plena em uma só Companhia. O BS faz este ligeiro retrospecto a respeito da atuação de Slim, em razão de o seu Grupo ser operacional e estrategicamente importante para as telecomunicações brasileiras. A necessidade de investimentos no País é grande e sua participação é importante. Infelizmente, recentemente foi anunciado que ocorrerá uma queda nesses investimentos no próximo triênio. Naturalmente, tal perspectiva preocupa na medida em que o Brasil necessita de aumentos significativos nos investimentos e, não a sua redução. Mas, também influenciou o presente comentário a reportagem do jornal El País com o título: “Es buque que quiere desplazar a Carlos Slim”, cuja leitura o BS sugere aos interessados no tema.

El buque que quiere desplazar a Carlos Slim

La estadounidense AT&T acumula 12 millones de usuarios en México desde su llegada en 2015

El País – Sonia Corona - México 28 FEB 2017

La tienda insignia de AT&T en Ciudad de México. Oswaldo Ramírez

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En el pueblo de Atécuaro (Estado de Michoacán, centro de México) no había señal de telefonía móvil hasta hace unos meses. A pesar de que la pequeña comunidad está a 17 kilómetros al sur de la ciudad de Morelia, sus 437 habitantes tenían que conducir unos 40 minutos entre las montañas para hacer una llamada telefónica. La estadounidense AT&T vió en Atécuaro una oportunidad para conectar a una población expulsora de migrantes con Estados Unidos e instaló una antena que ahora enlaza los celulares con la red de telefonía 3G de la compañía.

AT&T llegó a México un año después de que el Congreso aprobara la reforma de telecomunicaciones en junio de 2013, un conjunto de leyes que permitió la apertura del sector de la telefonía que desde la década de los 90 estuvo dominada por el magnate de la telecomunicaciones Carlos Slim. Los herederos de Alexander Graham Bell --fundador de la American Telephone and Telegraph Company-- aterrizaron en México con la compra de Iusacell y Nextel en sendas operaciones que sumaron los 4.375 millones de dólares. La fusión de los pequeños peces de las telecomunicaciones mexicanas dieron paso al primer serio competidor de Slim.

La reforma en telecomunicaciones ha conseguido en los últimos tres años la caída de los precios de la telefonía móvil en un 32,4%

La competencia llegó desde Estados Unidos con una bolsa de 3.000 millones de dólares adicionales para expandir la red de la telefónica hasta 2018. En la calle Masaryk del acomodado barrio de Polanco, en la Ciudad de México, se erige la tienda insignia de AT&T en México. La primera de su tipo fuera de Estados Unidos que está llena de novedosos productos tanto de telefonía como de conexión a Internet. Un escaparate dedicado a mostrar las experiencias con diversos productos, además de venderlos. En dos años, la estadounidense ha abierto 870 tiendas y ha captado la atención de 12 millones de personas en todo el país.

La reforma en telecomunicaciones ha conseguido en los últimos tres años la caída de los precios de la telefonía móvil en un 32,4%. Los cargos para llamadas de larga distancia nacional desaparecieron y los de llamadas internacionales se redujeron un 40%. AT&T ha aprovechado estos cambios para impulsar la conexión con los países de América del Norte: México. Estados Unidos y Canadá. A pesar de los señalamientos del Instituto Federal de Telecomunicaciones (IFT) para redistribuir a la competencia en telefonía móvil, Telcel --la telefónica de Slim en México-- todavía posee un 66% del mercado.

“La razón por la que entramos a México fue la reforma en telecomunicaciones. Hemos sido muy enfáticos en que México está en un momento histórico para cumplir con los objetivos de participación de cada una de las compañías. La reforma tiene muchísima visión y enormes beneficios para los usuarios y confiamos en que el Instituto Federal de Telecomunicaciones conseguirá las metas”, apunta Anabel López, directora de Comunicación y Medios de AT&T en México. Entre los retos que cualquier compañía de telecomunicaciones tiene al pisar México está ampliar la red de

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cobertura y mejorar los servicios de atención a clientes. “Es proceso en el que nos falta pero estamos trabajando en ello”, reconoce López. La firma estadounidense también se concentra en difundir el internet de la cosas: herramientas que conecten con la vida diaria a través de su red móvil, desde el automóvil hasta el cuidado de mascotas en casa.

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NOTA: Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O eventual uso das informações na tomada de decisões deve ocorrer sob exclusiva responsabilidade de quem o fizer. Também não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiroscujos termos o BS não endossa ecessariamente. É apreciado o fato de ser mencionada a fonte no caso de utilização de alguma informação do BOLETIM SEMANAL.