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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO 1 N° 19/15 SEMANA: 08/06/15 a 12/06/15 ASSUNTOS: COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA NOVOS CABOS SUBMARINOS COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015 IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV INVESTIMENTOS NO SETOR BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES VIABILIDADE DAS CONCESSÕES INTERNET CARA E LENTA PERISCOPE...ESTE NOME AINDA VAI DAR O QUE FALAR OS DRONES E O PRÓXIMO NATAL NOS USA A APPLE É MUSIC… POR ENQUANTO UMA SENSAÇÃO DE VAZIO 01. COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA Índice Bye, Bye, GVT...A “nova Vivo” se apresenta... Oi recompra obrigações e vai ao mercado de perfil mais arriscado A Taxa do FISTEL poderá aumentar... uma medida questionável! Aprovadas as Especificações do Ginga C Leilão das “Sobras” do Espectro de Radiofrequência Proponentes Habilitadas no Leilão de Posições Orbitais UIT-T cria Grupo de Estudos para Padronização da IoT Comissão Europeia se posiciona sobre o Cabo Submarino Brasil – Europa Visita da AT&T adiada Novas Regras da Internet já estão valendo... nos USA Google paga impostos em S. Paulo Fundo Garantidor Novo Presidente do CpQD Os principais temas da semana selecionados para o registro e comentários do RELATÓRIO SEMANAL seguem abaixo.

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

1

N° 19/15

SEMANA: 08/06/15 a 12/06/15

ASSUNTOS:

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA

NOVOS CABOS SUBMARINOS

COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL

OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV

INVESTIMENTOS NO SETOR BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES VIABILIDADE DAS CONCESSÕES

INTERNET CARA E LENTA

PERISCOPE...ESTE NOME AINDA VAI DAR O QUE FALAR

OS DRONES E O PRÓXIMO NATAL NOS USA

A APPLE É MUSIC… POR ENQUANTO UMA SENSAÇÃO DE VAZIO

01. COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA

Índice

Bye, Bye, GVT...A “nova Vivo” se apresenta...

Oi recompra obrigações e vai ao mercado de perfil mais arriscado

A Taxa do FISTEL poderá aumentar... uma medida questionável!

Aprovadas as Especificações do Ginga C

Leilão das “Sobras” do Espectro de Radiofrequência

Proponentes Habilitadas no Leilão de Posições Orbitais

UIT-T cria Grupo de Estudos para Padronização da IoT

Comissão Europeia se posiciona sobre o Cabo Submarino Brasil – Europa

Visita da AT&T adiada

Novas Regras da Internet já estão valendo... nos USA

Google paga impostos em S. Paulo

Fundo Garantidor

Novo Presidente do CpQD

Os principais temas da semana selecionados para o registro e comentários do RELATÓRIO SEMANAL seguem abaixo.

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Bye, Bye, GVT...A “nova Vivo” se apresenta...

Em entrevista à Revista Exame, o Presidente da Vivo (Telefônica Vivo), Amos Genish, declarou de

forma enfática que vai “matar” a marca GVT da qual foi um dos criadores e mentores. Uma decisão

que, provavelmente, não é só dele, mas, que ganha uma conotação especial pela forma firme como

se posicionou. Podia se esperar alguma emoção; um pouco de sentimentalismo; até, uma

justificativa para postergar a decisão com base no reconhecido conceito da marca. Algo

compreensível partindo do Criador em relação ao destino da Criatura!

Este argumento, ao que parece, foi utilizado de forma inversa. O fato de ser o Criador concedeu a

Amos a “legitimidade” para selar o destino da Criatura. Uma posição pragmática ajustada à

realidade do mercado onde não há espaços para decisões que não estejam focadas em ações

diretamente ligadas ao negócio. E, mais do que isto: tudo deve ser executado muito rapidamente

com os olhos no futuro. O passado passa a ter importância relativa em um cenário no qual as

transformações na prestação dos serviços ocorrem com velocidade acelerada.

Mas, o “Adeus” (Bye, Bye...) seria apenas para a GVT? Parece que não, pelo que se pode induzir de

um trecho das declarações do novo Presidente da Telefônica Vivo:

“Temos de fazer a Vivo ser uma empresa de telecomunicações mais digital, não podemos ficar só

no modelo tradicional de voz. A Vivo já vende TV e internet, mas precisamos vender mais

aplicativos. Hoje já temos uma receita de 1,6 bilhão de reais com 83 aplicativos, que cresce 40% ao

ano. Mas precisamos de muito mais. O WhatsApp, comprado pelo Facebook, está invadindo nosso

território, oferecendo voz, e precisamos entrar no território deles. Temos o acesso direto aos

clientes, e isso é uma vantagem fantástica. Esse é o futuro”.

Então, em termos figurados, é legítimo afirmar que Amos também está “matando” a “velha Vivo”

ainda que a marca se mantenha! Pelas suas palavras, pode se entender que ele está decidido a

criar uma “nova Vivo”; uma Vivo “mais digital”.

Seja lá o que isto signifique, a entrevista demonstra que ele pretende dar um novo rumo na

maneira da Vivo prestar os serviços. O “discurso” não dá indicações de como isto ocorrerá. Mas,

claramente, ele diz que “o Brasil é o país mais importante para a Telefônica. Temos mais acessos

que a Espanha e nossa receita poderá até mesmo ultrapassar a da matriz em breve”.

E, completa: “O plano inicial de deixar a GVT separada durante três anos tinha o risco de manter a

ideia de duas empresas”. Sem dúvida, um risco real considerando a muito provável possibilidade

de estimular “lutas” internas, certamente desagregadoras e destrutivas. E, provavelmente, uma

incompreensão externa do mercado ao observar duas empresas materializando uma falsa

expectativa de competição.

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Não se deve manter a ilusão de admitir que os rumos seguidos na fusão GVT – Vivo foram

convencionais. Na verdade, tomaram uma direção que poucos ou ninguém esperava. Mas, é

evidente que não foram fruto do acaso. Amos parece ser uma peça ajustada aos “novos tempos”

que a Companhia pretende enfrentar. E, fica claro que não é, somente, em razão do que fez na

GVT, no passado; mas, pelo seu perfil capaz de posicionar a Companhia nos rumos dos negócios do

futuro, em um ambiente com muitas incertezas, menos uma: deverá haver bastante competição.

Isto, exigirá decisões ágeis e efetivas com o intuito de manter a rentabilidade da Empresa em níveis

compatíveis com um desejável e necessário grau de solidez econômico-financeiro. Um fator

imprescindível para fazer frente às necessidades crescentes de investimentos na planta e nos

sistemas de suporte à operação decorrentes, principalmente, das rápidas mudanças tecnológicas

do Setor e de uma dinâmica na prestação dos serviços jamais vista.

Estas observações, naturalmente, são aplicáveis à realidade operacional e empresarial de qualquer

Operadora do Setor, no Brasil ou em outro lugar do mundo e, não somente, à Vivo.

Em se configurando na prática esta avaliação os resultados devem ser positivos para o Setor como

um todo, pois, é de se esperar que os movimentos da Telefônica Vivo sejam acompanhados pelas

outras Prestadoras que atuam no mercado brasileiro até como uma reação para, no mínimo,

manterem suas posições.

E, por fim, cabe observar que deve haver algumas “nuances” na atitude prática de “matar” a GVT,

pois, ao que consta, o Cade impôs alguns condicionantes temporais em relação a este aspecto.

Oi recompra obrigações e vai ao mercado de perfil mais arriscado

A Oi anunciou no início da semana a sua intenção em recomprar obrigações emeitidas pela PT International Finance e pela própria Oi que tem data de vencimento em 2016 e 2017. O anuncio foi feito em Comunicado ao regulador britânico dos mercados. Na verdade, trata-se de um convite aos detentores de quatro emissões de obrigações para trocarem tais obrigações por pagamento em dinheiro. O limite da oferta é 2,09 bilhões de euros.

Um dos condicionantes da oferta-convite, colocado no documento, é o lançamento de uma nova emissão de obrigações da Oi Brasil Holdings que deverão ser garantidas incondicional e irrevogavelmente pela Oi, em um montante e condições que sejam aceitáveis pela Companhia.

A operação é coordenada pela Merrill Lynch, HSBC, Santander e BB Securities.

Já na edição de 12/06/2015, o Valor Econômico publicou reportagem com o título “Bônus da Oi reabre mercado para emissões de perfil mais arriscado”, onde é comentado:

“Um ano depois de mergulhar em uma nova crise societária e financeira, a operadora de telefonia Oi captou ontem 600 milhões de euros por meio de uma emissão de bônus. A empresa, que volta a

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acessar o mercado externo de dívida depois de quase trêa anos, foi a primeira sem o selo de grau de investimento a fazer uma oferta após a reabertura do mercado para o Brasil no mês passado.

A operação também marca a estreia de uma compamnhia brasileiroa de perfil mais arriscado (“high yield”, no jargão do setor) no mercado de títulos denominados na moeda europeia.

A Oi pagará cupom (juros) de 5,625% ao ano nos novos papéis, que têm vencimento em 2021. Os títulos saíram com retornno ao investidor (“yield”) de 5,75% ao ano, um pouco abaixo do que a empresa esperava. A emissão atraiu 140 participantes, sobretudo investidores institucionais europeus.

O resultado surpreeendeu a companhia. “Há seis meses, ninguém diria que a Oi conseguiria captar no mercado”, afirmou o diretor financeiro da empresa Flávio Guimarães. A percepção dos investidores sobre o país e a própria empresa melhorou, o que animou a operadora a testar o mercado. Segundo Guimarães, a emissão começou a ser estudada há cerca de um mês – quado as companhias brasileirias voltaram a captar no exterior.”

Como se pode verificar, há uma correlação entre os dois movimentos da Oi: um de recompra e outro de colocação de títulos no mercado. A Empresa, provavelmente, adotou uma estratégia de liquidar dívidas relacionadas com a PT, por ela assumidas no proceso de venda para a Altice.

A associação de ambas as notícias, ainda que não seja suficiente para tirar conclusões aprofundadas sobre a real situação econômico-financeira da Companhia, dá uma indicação clara de que a Oi está buscando alternativas para o seu equacionamento e estabilização. Uma medida imprescindível para o seu reposicionamento operacional e para a retomada de um papel mais agressivo na disputa do mercado local de telecomunicações.

A Taxa do FISTEL poderá aumentar... uma medida questionável!

São intensos os rumores de que o Governo editará uma MP reajustando as alíquotas do FISTEL com

o evidente objetivo de aumentar a arrecadação do Tesouro. E não será pouca coisa: algo em torno

de 189%! A justificativa é que se trata de uma medida vidando reduzir a defasagem da alíquota

que ao longo dos anos não tem sido reajustada pelo IPCA.

Este fato é verdadeiro. Mas, não menos verdade é que a arrecadação do FISTEL extrapolou as

previsões mais otimistas relacionadas à época em que foi implantado em razão do estrondoso

crescimento da planta, principalmente, dos terminais de assinantes do SMP. Muito acima do que

se poderia esperar com a simples correção da taxa se o crescimento da planta não tivesse sido tão

significativo. Atualmente, o Brasil tem cerca de 283 milhões de celulares dos diversos tipos sendo

mais ou menos 75% Pré-Pagos.

Como se observa, a grande massa está no Pré-Pago. As Operadoras conseguiram viabilizar Planos

mesmo arcando com os custos de R$ 26,83 de TFI – Taxa de Fiscalização de Instalação (uma vez) e

de R$ 13,41 de TFF – Taxa de Fiscalização de Funcionamento (anual) por cada acesso celular (inclui

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os acessos de Banda Larga). Estes valores passarão a ser de R$ 77,53 (TFI) e R$ 38,78 (TFF), caso se

confirme o reajuste acima mencionado.

É óbvio que as Operadoras terão enormes dificuldades para viabilizar a continuidade dos usuários

de baixo ARPU em suas Redes. Somente para pagar o FISTEL seriam R$ 3,23 por mês; a este valor

tem de se acrescentar o FUST e o FUNTEL (cobrados tendo como base o faturamento líquido). E,

isto, sem falar dos impostos que incidem sobre a prestação dos serviços (ICMS, PIS, COFINS). Uma

conta difícil de fechar tanto para as Empresas que deverão fazer repasses para os consumidores

quanto para estes que terão seus custos majorados e, portanto, tenderão a diminuir o uso – ou

mesmo eliminá-lo - para equilibrar as suas finanças.

Desta forma, é natural supor que a quantidade de usuários se reduzirá substancialmente. Com isto,

a arrecadação do FISTEL diminuirá. A do FUST e do FUNTEL também. Se considerarmos que em

função da crise econômica a tendência é de haver redução das taxas de crescimento das adições

liquidas mensais (podem vir, até, a ser negativas), então, o cenário pode se tornar bastante crítico.

Desgastes na imagem do Governo são factíveis de ocorrer. E, os resultados financeiros (para o

Governo), ainda que venham a ser superiores aos atualmente obtidos, podem não ter volume que

compense este possível inconveniente. Assim, as expectativas geradas pelos 189% de aumento

podem ser frustradas pela realidade da situação econômica das pessoas e das Empresas.

As Operadoras também deverão arcar com algum ônus de imagem junto aos usuários que na sua

grande maioria não entenderão o que se passa. Aumento de custos, usualmente, é imputado à

Prestadora dos Serviços. Além do mais, haverá uma queda de receita, em função, da provável

redução da base de usuários. Um cenário deveras inconveniente e preocupante em um momento

no qual as Operadoras já enfrentam dificuldades de outra ordem.

As consequências mais imediatas se refletirão na capacidade de investimentos das Empresas. Esta

possibilidade leva a questão para o pior dos mundos. E, o final do “drama” é claro: todos sairão de

cena perdendo alguma coisa.

Por que insistir numa medida cujos resultados são tão duvidosos?

Aprovadas as Especificações do Ginga C

O Fórum da TV Digital, uma Entidade que reúne os fabricantes do Setor de TV, os Radiodifusores e

membros da Comunidade Acadêmica, aprovou as Especificações Técnicas do Ginga C. Estas

Especificações deverão ser oficializadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas para

o que deverá realizar uma Consulta Pública.

Como se sabe, o Ginga C é um software que permite a interatividade na TV Digital e deverá ser

integrado nos Set-top Boxes (“Caixinhas”) a serem distribuídos gratuitamente aos beneficiários do

Bolsa Família no contexto do processo de introdução da TV Digital no País e da limpeza da faixa de

700 MHz para a instalação das Redes Celulares 4G LTE.

Houve algumas reações de representantes da Indústria alegando não terem sido feitos testes de

campo e os de Laboratório serem considerados insuficientes. Neste sentido, será desenvolvida uma

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programação para acompanhamento do processo na fase de Consulta Pública da ABNT quando

ocorrerá o seu detalhamento. É muito provável que os testes de campo efetivos ocorram no

projeto pioneiro de Rio Verde.

Com esta providência, a Indústria está habilitada a tomar as ações necessárias visando o início do

processo produtivo destes Dispositivos. Da mesma forma, a EAD poderá iniciar o processo de

aquisição dos mesmos.

Leilão das “Sobras” do Espectro de Radiofrequência

A Anatel anunciou os pontos básicos de sua estratégia para a liberação de novos blocos do espectro

de radiofrequência, a serem utilizados na prestação de serviços de telecomunicações,

materializada no futuro Leilão das chamadas “sobras”; blocos de espectro que em Leilões

anteriores não tiveram interessados.

Já está praticamente decidida a disponibilização de três conjuntos conforme as faixas envolvidas.

(i) bloco em 1,8 GHz na cidade de S. Paulo e algumas capitais do Nordeste;

(ii) blocos na faixa de 2,5 GHz, sendo uma para LTE FDD (utilização móvel) e duas LTE TDD (utilização

fixa);

(iii) blocos em 3,5 GHz com 10 MHz (4 Bandas), em todos os Municípios brasileiros.

Um outro conjunto a ser incluído no Leilão (ainda em avaliação), é o de 10 MHz + 10 MHz, na faixa

de 700 MHz (nacional), que não teve comprador no Certame realizado no ano passado.

O item (i) se refere à faixa de frequências retomada da Unicel por descumprimento de obrigações.

De acordo com a regulamentação vigente, não pode ser disputada pelas atuais Operadoras por

terem atingido o limite (cap) de espectro na Área onde ocorrerá a operação. Há a expectativa de

que a Anatel possa introduzir alguma alteração na regulamentação referente a este aspecto. O

ponto apresenta sensibilidades por ter conexões com um dos itens mais “caros” do processo de

competição instaurado no País, ou seja, o equilíbrio nas Autorizações de uso do espectro entre os

competidores que operam em uma dada Região, que pode ser todo o País.

Observa-se, portanto, que há definições importantes a considerar. A possibilidade de não permitir

a entrada das atuais Operadoras é um contraponto em relação ao interesse que o Leilão pode

despertar em “Novas Entrantes”. O mercado já está bastante desenvolvido e a viabilidade de uma

5ª. Competidora – mesmo se tratando do importantíssimo mercado da cidade de S. Paulo – deve

ser examinada com todos os cuidados. Não será fácil – pelo menos dentro dos modelos

convencionais do negócio móvel celular – que essa possível 5ª. Operadora consiga participar do

mercado de forma sustentada. Além disto, o valor mínimo dos lances a ser fixado terá,

necessariamente, de ser baixo para não inviabilizar, ainda mais, o projeto.

No caso da Faixa de 2,5 GHz as Bandas a ser leiloadas são: P (FDD) (10 MHz + 10 MHz); T (TDD) (15

MHz); e, U (TDD) (35 MHz). A perspectiva é que as Faixas TDD sejam ofertadas por Município o que

vem de encontro a interesses específicos de Empresas Locais e Regionais. Cabe registrar que,

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atualmente, a Sky e a On Telecom estão prestando, em regiões determinadas, a Banda Larga Fixa

Sem Fio com tecnologia 4G LTE. Naturalmente, elas poderão se interessar por localidades onde não

estejam, ainda, prestando serviços.

Em relação à Faixa de 3,5 MHz as possibilidades que surgem, na forma colocada pela Anatel, são

muito interessantes para os Pequenos Provedores. Os Leilões devem ser por Município permitindo

o atendimento a propriedades rurais ou, mesmo, dentro das cidades, sempre que a instalação de

cabos não seja adequada ou possível. Trata-se de um facilitador adicional para a viabilização do

BLPT desde que as condições de acesso a financiamento e apoio ao conjunto desses Pequenos

Provedores se transformem em uma realidade prática.

Quanto à Faixa de 700 MHz a questão envolve aspectos de ordem diversa. Um deles, é que somente

poderá ser utilizada a partir de 2019. Um outro, é a possibilidade de a licitação ficar restrita a Novas

Entrantes, ou, se será aberta às atuais Operadoras. Considerações na linha exposta para a Faixa de

1,8 GHz seriam, da mesma forma, aplicáveis.

Objetivamente falando, ambos os casos estariam relacionados com as intenções do Governo de

promover os Leilões para obter recursos adicionais para o Tesouro em 2015. A estratégia, diante

dos fatos colocados, pode apresentar fragilidades prejudiciais à obtenção dos efeitos desejados

quanto a este aspecto.

Síntese da questão:

A Anatel está sinalizando, na prática, sua disposição de disponibilizar meios que favoreçam uma

dinâmica de mercado compatível com as necessidades demandadas pelos usuários; inclusive, em

regiões escassamente atendidas. Cabe, agora, ao “mercado” movimentar-se no sentido de dar uma

resposta a iniciativas desta natureza.

Por seu lado, ao Governo cabe tomar decisões que, com o mínimo de riscos, se mostrem aderentes

aos seus interesses financeiros imediatos. Sem, no entanto, criar sobressaltos no ambiente do

sistema brasileiro de telecomunicações que já tem de conviver com outros problemas inerentes ao

processo operacional e à realidade das profundas mudanças ditadas pela evolução tecnológica,

conforme tem sido ressaltados em sucessivos RELATÓRIO SEMANAL anteriores.

A “Agenda” de liberação de novas faixas do espectro; “refarming” das existentes; e, a

“garimpagem” de blocos de espectro que tenham tenham baixa utilização nas aplicações para as

quais estão destinados, está presente em grande parte dos Órgãos Reguladores de todo mundo.

No Brasil não poderia ser diferente, até, pelas características particulares do nosso País. Assim, a

iniciativa da Anatel, independentemente de outros interesses, parece estar ajusta a tendências que

se observam em âmbito universal.

Proponentes Habilitadas no Leilão de Posições Orbitais

A Comissão de Licitação designadas para conduzir o processo da Licitação nº 1/2015-SOR/SPR/CD-

ANATEL para conferir Direito de Exploração de Satélite Brasileiro para Transporte de Sinais de

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Telecomunicações declarou habilitadas as proponentes com melhores ofertas para as 1ª, 2ª, 3ª e

4ª etapas do certame.

O resultado da habilitação foi publicado nesta segunda-feira, 8, no Diário Oficial da União e está

sintetizado na tabela que se segue:

Etapa Proponente Proposta vencedora Ágio

1ª Telesat Brasil Capacidade de Satélites LTDA R$ 42.500.020,00 56,86%

2ª Telesat Brasil Capacidade de Satélites LTDA R$ 46.860.000,00 72,96%

3ª Star Satellite Communications Company R$ 44.100.000,00 62,77%

4ª Hispamar Satélites S.A., R$ 50.295.000,00 85,63%

Outros dados referentes a esta licitação podem ser obtidos clicando em anatel.licitação.satélite.

Ainda que os valores absolutos não sejam muito elevados o fato de se ter quatro empresas

habilitadas e os ágios superiores a 50% dão uma indicação de que as perspectivas do mercado

brasileiro de telecomunicações são atrativas a despeito de algumas incertezas de momento ditadas

pelo cenário de tendência recessiva que o país enfrenta no momento.

UIT-T cria Grupo de Estudos para Padronização da IoT

A ITU-T criou um novo Grupo de Estudos (ITU-T Sudy Group 20) que tratará da padronização de requisitos das tecnologias focadas, em um primeiro momento, em aplicações voltadas para as chamadas “Cidades Inteligentes” (Smart Cities). Este Grupo se denominará: ”IoT e suas Aplicações, Incluindo Cidades Inteligentes e Comunidades”. A decisão de criar este novo Grupo de Estudos na estrutura da ITU-T partiu do TSAG – Telecommunication Standardization Advisory Group – em reunião realizada em Genebra, no período de 2-5 de junho. De modo geral, estes Grupos de Estudo desenvolvem a padronização (ITU-T Recomendations) que suporta a interconexão e interoperabilidade das redes e dispositivos dos sistemas ICT. O Grupo será responsável pela elaboração de padrões internacionais que permitam o desenvolvimento coordenado de tecnologias IoT, incluindo comunicações M2M e redes disseminadas de sensoriamento. O propósito do Grupo será criar padrões que influenciem as tecnologias IoT e suportem as ações para enfrentar os desafios do desenvolvimento das cidades do futuro. A reunião inicial deste Grupo deverá ocorrer em Singapura. Como comentário geral, pode-se concluir que a decisão do TSAG é oportuna. É uma forma de a Comunidade internacional de Redes, Serviços e Dispositivos de Telecomunicações, vinculada à IoT,

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se posicionar sobre uma questão que, obviamente, está “atropelando” todo o conjunto de inovações que surgem no mercado e que tende a se acelerar ainda mais. Os interesses envolvidos são muito grandes e se ramificam por diversos segmentos da indústria de Hardware, Software, e Serviços, principalmente, as associadas a sistemas de supervisão, monitoração, e controle, relacionados com os mais abrangentes aspectos da vida humana, animal, e, de modo geral, ambiental (a Terra como um todo). Os processos de automação mais diversificados, também, são um importante segmento envolvido com este tema. Contudo, é reconhecido que o encaminhamento dos processos da UIT-T, tradicionalmente, não é dos mais ágeis: e, nas circunstâncias em que ele se desenvolve é difícil que possa ser diferente. Os chamados “padrão da indústria” têm sido muito frequentes neste campo e tendem a “deixar para trás” os encaminhados por Organismos Oficiais. A Internet como um todo se desenvolveu neste ambiente e é senso comum que ela chegou onde está em função desta forma de proceder. Trata-se de uma prova cabal de que pode haver sucesso em um empreendimento quando uma “Comunidade” se engaja e, com um mínimo de organização, desenvolve um trabalho de interesse coletivo. No caso, a referência é o IETF – Internet Engineering Task Force. Então, a iniciativa da ITU-T é louvável e oportuna; mas, não pode ficar sem registro o fato de que a Entidade deve concentrar esforços em acelerar os resultados sem o que corre o risco de ser “ultrapassada” pela realidade dos fatos. Com isto, pode-se deixar de levar em conta estudos do mais elevado padrão por absoluta perda do “timing” dos processos. O RELATÓRIO SEMANAL registra o fato por considerar a importância da IoT nos desenvolvimentos envolvendo as telecomunicações do futuro e os impactos na forma de viver das pessoas. Os interesses econômicos e financeiros também serão gigantescos como se pode depreender dos diversos Estudos e Relatórios que têm sido divulgados pela Indústria e Institutos de Pesquisa especializados. A Anatel e outras Entidades do País, envolvidas com aspectos deste tema, devem se preparar para participar das ações propostas pela ITU-T, ora anunciadas. Neste sentido, seria interessante desde logo desenvolver uma Agenda que permita ao Brasil ter uma atuação marcante na questão, principalmente, em relação a segmentos de atividade prioritários dentro das estratégias de desenvolvimento nacional. Envolver a Comunidade Acadêmica no assunto poderia ser um passo importante na linha de se tentar fortalecer um modelo através do qual a Anatel se apoiaria nos seus posicionamentos e decisões quando estiverem envolvidas discussões relacionadas com o processo de inovações tecnológicas no Setor de Telecomunicações como, evidentemente, é o caso em pauta. O RELATÓRIO SEMANAL coloca esta possibilidade na linha de reflexões que, seguidamente, vem colocando aos seus leitores como uma forma de criar um ambiente de discussões mais ampliado para tratar dos emergentes temas que as inovações tecnológicas estçao trazendo para o Setor.

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Comissão Europeia se posiciona sobre o Cabo Submarino Brasil – Europa

Foi formalmente anunciado pelo Presidente da Comissão Europeia (CE), durante a 2ª. Cúpula da CE

com a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe), o compromisso da

Comunidade em aportar 26,5 milhões de euros para o projeto de implantação de um Cabo

Submarino entre o Brasil e a Europa. Fisicamente, as terminações do Cabo estarão no Brasil e em

Portugal, mais especificamente, em Fortaleza e Lisboa.

A implantação do Cabo deverá ocorrer mediante uma parceria público-privada envolvendo a

Telebras e a IslaLink, uma empresa espanhola. O valor do projeto está estimado em $185 milhões.

A viabilização ocorrerá a partir da criação de uma Empresa específica que, no caso da Telebras,

deverá ser constituída sob a forma de uma Subsidiária.

As providências neste sentido estão em andamento há mais de um ano e espera-se que, a qualquer

momento, seja feito o anúncio confirmando esta ação dando condições para a efetiva continuidade

do processo. Já existe um pré-acordo que deve ser ratificado no qual a IslaLink se compromete a

participar com 65% dos custos do projeto sendo os outros 35% assumidos pela Telebras.

Futuramente, a IslaLink deverá repassar 20% das ações de tal Empresa para um Fundo de

Investimentos a ser definido.

Conforme foi comentado em RELATÓRIO SEMANAL anterior, este será o primeiro cabo submarino

de fibras ópticas a ligar a América do Sul com a Europa. Atualmente, a quase totalidade do tráfego

de dados entre os dois Continentes passa pelos USA. Além de aspectos de ordem estratégica, este

sistema de transmissão será importantíssimo instrumento de apoio para as pesquisas realizadas a

partir do Observatório Astronômico instalado no deserto de Atacama (Chile) por diversas Agências

de Pesquisa europeias.

Visita da AT&T adiada

Foi anunciado o adiamento da visita, prevista para o dia 15/06, que dois altos dirigentes da AT&T

fariam ao Brasil onde teriam contatos de alto nível com o Governo brasileiro inclusive, segundo se

comentou, com a Presidente Dilma Rousseff (que neste dia não estaria em Brasília).

A justificativa para o adiamento seria o fato de as Autoridades americanas não terem, ainda,

aprovado a compra da DIRECTV pela AT&T (ver RELATÓRIO SEMANAL anteriores).

Em sendo esta, realmente, a razão da postergação dos contatos configura-se a expectativa de que

a AT&T possa anunciar sua decisão de atuar mais fortemente no País. Conforme foi comentado

anteriormente o Cade e a Anatel deram sua aprovação à compra da DIRECTV e Sky pela AT&T, no

Brasil.

Novas Regras da Internet já estão valendo... nos USA

As novas regras da FCC para a Neutralidade de Rede passaram a ter efeito a partir de 00:01 hora,

do dia 12/06/2015, conforme estava previsto. Tentativas para a obtenção de Liminar que

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suspendesse a sua aplicação foram rejeitadas pela Corte de Apelações do Distrito de Colúmbia em

decisão tomada por três juízes, no dia 11/06/2015.

O mérito da questão ainda deverá ser julgado por um Tribunal pleno. Entretanto, a não concessão

da Liminar foi considerada como uma vitória pelos defensores das regras da Neutralidade de Rede,

na forma aprovada pela FCC.

Como é conhecido, as novas regras reclassificaram os ISPs como Companhias de Serviços Públicos

(Utilities Companies) o que permite à FCC um poder de regulação sobre elas que não dispunha

antes. Um dos principais pontos considerados nas novas regras está o que proíbe as Operadoras

de reduzir seletivamente as taxas de transmissão dos dados online.

As Partes que promoveram as ações (Associações da Indústria, Operadoras isoladamente, etc.)

lamentaram a decisão da Corte, mas, continuam mantendo um discurso otimista de que esperam

ser vitoriosos na discussão do mérito o que pretendem ocorra o mais rapidamente possível.

Google paga impostos em S. Paulo A Coluna Radar, de Lauro Jardim, no Veja online, publicou Nota em que informa que “o Google já é uma das cinco empresas que mais pagam impostos na cidade de São Paulo”. Um dado, até certo ponto inesperado, pois, a ideia geral que se faz é que as empresas “ponto.com” não pagam impostos no Brasil. Veja online

07/06/2015 Internet

1 bilhão de reais

Google pagou 1 bilhão de reais em impostos em São Paulo

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O Google já é uma das cinco empresas que mais pagam imposto na cidade de São Paulo.

O valor recolhido ultrapassou a marca de 1 bilhão de reais nos últimos doze meses.

No ano passado, o Google foi acusado por Paulo Bernardo, então ministro das Comunicações, de

tratar o Brasil como ‘paraíso fiscal’.

Por Lauro Jardim

A Nota, inclusive, menciona comentário do ex-Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que teria “acusado” o Google de ser um “paraíso fiscal”. Não estão explícitas no texto as origens da incidência tributária, mas, é provável que a maior parte se refira a impostos sobre a inserção de publicidade nas páginas da Internet, ou, assinatura de alguns dos serviços prestados pelo Google. Uma questão que parece inevitável discutir é o fato de os impostos serem recolhidos na cidade de S. Paulo sendo o fato gerador disseminado por todos o País por se tratar, essencialmente, de “comércio eletrônico”. Este é um assunto que merecerá um acompanhamento por parte do RELATÓRIO SEMANAL na medida em que, provavelmente, vierem a ocorrer considerações futuras na imprensa ou outros ambientes nos quais ele tenha repercussão. A questão tributária associada aos aspectos comerciais da Internet, de modo geral, envolve polêmicas que, no tempo, certamente, serão tratadas de forma mais aprofundada nos fóruns competentes. Fundo Garantidor

Foi aprovado na CCT – Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática – do

Senado Federal, o Relatório (clique senado.garantidor) referente ao PLS N° 336, de 2013, do ex-

Senador Vital do Rêgo (hoje Ministro do TCU), que “autoriza a criação do Fundo de Aval para

Investimentos em Inovação de Micro, Pequenas e Médias Empresas (InovaMPEs), e dá outras

providências”.

O original do PLS n° 336/2013 pode ser acessado aqui.senado.

O PLS foi encaminhado para a CAE – Comissão de Assuntos Econômicos – onde aguarda a

designação de Relator. A eventual aprovação por esta Comissão será terminativa. Neste caso, o

texto será encaminhado para a promulgação da Presidente da República a menos que um número

mínimo de Senadores faça requerimento para que a matéria seja discutida e aprovada no Plenário

do Senado Federal.

O assunto tem interesse para o Setor, pois, a aprovação deste PLS pode se constituir em um

importante facilitador de acesso ao financiamento das Redes de Banda Larga das cidades do

Interior a serem implantadas por Pequenos e Médios Provedores, conforme foi comentado em

RELATÓRIO SEMANAL anterior.

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Novo Presidente do CpQD

Com a saída de Hélio Graciosa da Presidência do CpQD (vide RELATÓRIO SEMANAL N° 18/15) foi

eleito Sebastião Sahão Junior que, anteriormente, ocupava o cargo de Vice-Presidente de

Administração e Finanças da Instituição.

Com a nova administração, abre-se a expectativa de o Centro vir a utilizar seus recursos técnicos e

materiais, bem como sua solidificada estrutura administrativa, para incrementar o

desenvolvimento de tecnologias nacionais (HD e SW). Em particular, de itens que apresentem

maior interesse para as redes de telecomunicações do futuro e, para apoio às Operadoras e à

Indústria Nacional aqui implantadas.

02. PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA – BLPT

Não houve comentários específicos públicos sobre este item no período. No entanto, dois itens do

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do presente RS dizem respeito às possibilidades que se abrem

para os Pequenos Provedores (Provedores Regionais), no contexto do BLPT (“A Taxa do FISTEL

poderá aumentar... uma medida questionável!”, “Leilão das “Sobras” do Espectro de

Radiofrequência” e, “Fundo Garantidor”).

03. NOVOS CABOS SUBMARINOS

Uma notícia importante sobre este tema foi divulgada na semana. Vide o ítem “Comissão Europeia

se posiciona sobre o Cabo Submarino Brasil – Europa” inserido no COMENTÁRIO GERAL DA

SEMANA deste RS. As expectativas voltam-se, agora, para o posicionamento do Governo no

sentido de prover os recursos materiais e administrativos para que a Telebras possa desenvolver

efetivamente o projeto, pelo lado brasileiro.

Do ponto de vista estratégico, independentemente de aplicações específicas apontadas, este cabo

tem um significado relevante por ser o primeiro cabo de fibras ópticas a interligar diretamente, em

termos Continentais, a Europa e a América Latina. Uma ação que se faz absolutamente necessária

para atender às necessidades de ambos os Continentes na sua integração à Rede Mundial de

telecomunicações.

04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL

(texto do RS N° 18/15 mantido neste RS N° 19/15 pela importância que o assunto apresenta para a viabilização dos Pequenos e Médios Provedores e sua inequívoa relevância para o BLPT)

O assunto foi alvo de intensas discussões durante o 7º ISP, promovido pela Abrint, em S. Paulo. O

Presidente da Abrint, Basílio Pérez, por exemplo, afirmou que ainda há casos de Provedores que

estão pagando R$ 18, por poste (poucos).

De modo geral, os Provedores reclamam da falta de isonomia e das incertezas jurídicas existentes

na aplicação da Resolução Conjunta N° 4, da Aneel e Anatel. Nesta Resolução, está estabelecido

um preço de referência de R$ 3,19, por poste que muitos Provedores ainda julgam ser elevado.

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Segundo a Aneel, o preço estabelecido em cerca de 40% dos contratos vigentes é de R$5,00, por

poste. Mas, há contratos em que os valores estão na casa dos R$7,00 (21%); R$9,00 (14%) e, até,

mais (2%); abaixo de R$2,50 estão 9% dos contratos. Portanto, pode-se verificar como o preço de

referência está distante da realidade destes contratos.

A questão básica é que o preço de referência está sendo entendido exatamente desta forma: como

uma referência! Portanto, as Concessionárias de energia elétrica não se veem obrigadas a baixar

voluntariamente os valores para este patamar e consideram que isto deve fazer parte de processos

de arbitragem. Claramente, este é um caminho que implica uma quantidade considerável de

processos e de partes envolvidas que, na prática, tende a dificultar a aplicação dos princípios

estabelecidos na Resolução.

Um dos questionamentos básicos diz respeito à associação da quantidade de postes utilizados com

os preços praticados: a chamada “escala de volume”. Nesta situação, os Pequenos Provedores,

obviamente, não conseguem alcançar a escala das grandes Operadoras e, portanto, ficam em

situação inferior de negociação. E isto se reflete nas condições de competição, pois, seus custos

ficam consideravelmente agravados. Segundo o Presidente da Abrint, a média utilizada pelos

Pequenos Provedores é da ordem de 500 postes sendo que a grande maioria utiliza menos de

2.000. Portanto, uma quantia que está bem longe de dar a eles individualmente poder para

negociar com base em “volume”.

Outras questões devem ser, ainda, equacionadas como é o caso da cobrança pela instalação de “fio

drop”. Uma questão sensível não só pelos aspectos de custo, mas, pela utilização dos postes em si

mesmos que pode ficar inviável dependendo da quantidade envolvida.

A este respeito chama-se a atenção para comentários de edição anterior do RELATÓRIO SEMANAL

em que foi abordada a situação crítica da utilização de postes nos grandes centros urbanos

(“Limpeza” dos Postes). Um assunto que não impacta tanto os Pequenos Provedores, mas, que é

bastante sério e tende a se agravar caso medidas urgentes não sejam adotadas.

São evidentes as necessidades de ampliar e renovar as redes de acesso nessas metrópoles,

incluindo as regiões periféricas. A questão é que os postes atuais já não comportam praticamente

mais fios (e outros dispositivos e caixas) dentro do “espaço” previsto para esta finalidade. E, em se

“forçando” a situação, as consequências e riscos para a confiabilidade dos serviços e segurança

física das redes poderão se tornar “dramáticas”.

Portanto, é de se entender que o envolvimento da Aneel e da Anatel na questão não deve estar

encerrada com a emissão da Resolução conjunta e com os processos de arbitragem que,

seguramente, deverão surgir em número crescente diante da forma como a questão está sendo

abordada. É necessário, agora, desenvolver rapidamente um trabalho conjunto para tratar da

questão física das Redes.

Tal atividade torna-se, ainda, mais evidente na medida em que o tema “smart grid” passa a ocupar

a Agenda de ambas as Agências com a introdução de “dispositivos sem fio” nos mesmos postes

onde atualmente são instalados os cabos. Seja de forma conjunta, seja de forma individualizada,

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as perspectivas de instalação de dispositivos de medida e supervisão das redes de energia elétrica

serão, cada vez mais, frequentes nas redes de acesso dos domicílios e escritórios.

Não se concebe imaginar que as “Cidades Inteligentes” do futuro continuarão a apresentar o “triste

espetáculo” de uma “teia” irracional de fios, cabos e caixas, em grande número de postes das

Metrópoles. Não somente pelo aspecto visual, mas, pelas consequências de ordem técnica e

operacional. É urgente que medidas sejam adotadas para implantar estruturas adequadas que, de

modo perene, equacionem esta questão e atendam às mais diversificadas finalidades que a “urbe”

do futuro deverá comportar em razão das crescentes inovações tecnológicas.

Neste contexto, é importante que as diversas Partes interessadas passem a considerar a utilização

de uma infraestrutura básica comum que pode ser obtida, por exemplo, com a construção de

galerias subterrâneas, pelo menos, em determinadas situações dos centros urbanos mais

ocupados.

Por outro lado, estritamente do ponto de vista do negócio “aluguel de postes”, a atividade tornou-

se mais atrativa para as Concessionárias de Energia Elétrica a partir de uma Portaria da Aneel por

meio da qual foi alterada a destinação das receitas do aluguel com postes no contexto da chamada

“modicidade tarifária”. Tal Portaria, alterou de 10% para 40% o valor revertido para as

Concessionárias o que, obviamente, significa um ganho considerável a estimular um maior

compartilhamento. Uma ação muito importante para o Setor que vem se debatendo, conforme

amplamente divulgado pela imprensa, com graves crises financeiras em função de políticas de

repressão de preços das tarifas.

Este fato está por criar uma outra situação a ser, certamente, objeto de arbitragem. Algumas destas

Concessionárias querem rever os preços pagos pelas maiores Operadoras (casos de R$0,60 por

poste) para valores mais próximos da referência. Isto significará ganhos significativos para elas, e

perdas substanciais para as Operadoras. Um ponto de equilíbrio deve ser equacionado para

atender harmonicamente os interesses de ambas as Partes.

05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA

A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites implantados de maio de 2009 em diante.

A regulamentação da Anatel deverá estabelecer as condições e parâmetros em que isto ocorrerá conforme abordado no RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15.

06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015

Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do

RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei

aprovada com os vetos da Presidente de República).

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07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL

O principal comentário da semana diz respeito à aprovação das Especificações do Set-top Box com

a inclusão do Sofware do Ginga C (ver “Aprovadas as Especificações do Ginga C”), inserido no

COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste RS.

08. INVESTIMENTOS NO SETOR BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES

A partir do presente RELATÓRIO este ítem será mantido de forma permanente considerando a

relevância do tema no contexto das ações que serão desenvolvidas pelo Setor.

Nesta semana não há comentários específicos a fazer.

09. VIABILIDADE DAS CONCESSÕES

Na Reunião do CD da Anatel, do dia 11/06, constou da Pauta do Conselheiro Igor de Freitas, o item

4.11. Consulta ao Conselho Diretor, com o seguinte teor:

“Plano de Ações para aperfeiçoamento do Processo de Avaliação e Manutenção da Situação

Econômica dos Contratos de Concessão para Exploração do Serviço Telefônico Fixo Comutado –

STFC em regime público e Relatório de Acompanhamento Econômico-Financeiro das

Concessionárias do STFC”.

O Processo estava com o Conselheiro Igor em “Pedido de Vista” e havia sido relatado,

anteriormente, pelos Conselheiros Bechara e Zerbone. O Plano foi aprovado pelo CD. Inicialmente,

deverão ser realizados estudos sobre a sustentabilidade da Concessão e sobre a situação

econômico-financeira das Concessionárias (Oi, Telefônica Vivo e Embratel). Estão previstos 60 dias

para o desenvolvimento desta atividade. Um prazo deveras curto considerando a complexidade da

situação ainda que já se disponha de um amplo elenco de informações que suportarão tais estudos.

Em termos práticos o objetivo é obter dados que subsidiem a revisão dos Contratos de Concessão

que está em andamento correspondente ao período 2010 – 2015. Um processo que o RELATÓRIO

SEMANAL N° 01/15 apontou como um dos temas básicos para a Agenda de 2015. Recentemente,

foi registrada pelo RS alguma preocupação com o andamento do processo em decorrência do

“silêncio” que imperava sobre ele nos últimos tempos; agora, quebrado com a Decisão do CD.

O Conselheiro Igor, no encaminhamento do assunto se posicionou de modo firme, inclusive, com

declarações incisivas, do tipo: “É missão da Anatel apresentar propostas para aprimorar os

contratos de concessão ou até acabar com eles se se mostrarem insustentáveis”. Cabe sempre

lembrar que os Contratos de Concessão considerados, somente envolvem o STFC, nas Modalidades

Local, LDN e LDI. Portanto, tudo o que for feito dentro do arcabouço legal e regulatório vigente

somente atingirá este Serviço e suas diferentes Modalidades.

A Anatel estará promovendo no dia 17/06 um Seminário – que será, certamente, bastante

concorrido – sobre este assunto dos Contratos de Concessão. O evento será uma excelente

oportunidade para trazer à tona os diversos aspectos envolvidos com a questão.

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Comentário

O RELATÓRIO SEMANAL considera este tema bastante complexo e com repercussões importantes

no processo de prestação de serviços de telecomunicações do País, independentemente da solução

que vier a ser adotada. Inclusive, se não forem introduzidas alterações na revisão referente ao

período mencionado. Em outras palavras: alguma coisa deve ser feita! Neste sentido, a presente

iniciativa do CD da Anatel é bastante louvável e oportuna.

O processo praticamente é recomeçado e se inicia uma corrida contra o tempo. As decisões a tomar

são críticas: até “acabar” com os Contratos é uma possibilidade (certamente extrema). A Agência

tem limites de atuação estabelecidas em Lei e nos seus próprios Regulamentos. Estes podem ser

alterados por ato de sua iniciativa; mas, há prazos e muitas “negociações” a serem cumpridos.

O TCU também acompanha o processo por se tratarem de Concessões nas quais o Estado tem

direitos. Mas, não se deve esquecer que, da mesma forma, o Poder Público tem obrigações (vide o

equilíbrio econômico-financeiro dos Contratos, por exemplo). A questão dos “Bens Reversíveis” é

sensível pelas diferentes interpretações que proporciona; as mais radicais, focadas numa visão

patrimonialista do assunto que a evolução tecnológica tem se encarregado em derrubar de forma

sistemática.

O processo de Concessões, como um todo, começa a se mostrar um entrave para a evolução das

redes de telecomunicações do País, principalmente, as Redes Fixas. Mas, as consequências

também se manifestam nas Redes Móveis Celulares. Este tema já foi objeto de comentários em

RELATÓRIO SEMANAL anteriores. Não se podem evitar as citações que relacionam o assunto com

o Modelo estabelecido na LGT.

Por fim a palavra VIABILIDADE traz uma conotação de que as Concessões somente se justificam se

a prestação dos Serviços (no caso o STFC) for viável. Mas, não se pode deixar de mencionar que um

dos Pilares do Modelo Brasileiro de Telecomunicações, consolidado na mencionada LGT, tem um

vetor muito forte na direção do social: a Universalização dos Serviços.

A Universalização, conceitualmente, embute a prestação de serviços em situações nas quais se

pressupõe não existir viabilidade econômica. Daí, estarem previstos mecanismos para uma

“intervenção” do Estado no sentido de criar condições para situações deste tipo não inviabilizem

as Prestadoras dos Serviços que forem compelidas a prestá-lo (vide conceito do FUST).

10. INTERNET CARA E LENTA

O Editorial do Estadão

Mais uma vez e repetindo praticamente os argumentos de um Editorial de algum tempo atrás, o

jornal O ESTADO DE SÃO PAULO traz em sua edição, de 12/06/2015, um Editorial com o “surrado”

tema de que a Internet é cara e lenta no Brasil. Desta vez foi acrescentado um outro adjetivo às

considerações: a de que, também, é “instável”. Ver íntegra do texto clicando estadao.internet-

cara-e-lenta.

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Naturalmente, não se deve tapar o sol com a peneira e tentar argumentar em contrário. São

conhecidas de todos as deficiências – algumas delas sérias – relacionadas com a operação das

Redes de Dados de todas as Operadoras; umas mais, outras menos. Umas mais aqui do que ali,

dependendo de circunstâncias diversas. Principalmente, as que atendem o mercado de varejo, ou,

mercado de massa. Em relação às Redes Corporativas, as considerações têm passado

desapercebidas.

A UIT como fonte das informações e de comparações

A “fonte” é a de sempre: a UIT – União Internacional de Telecomunicações. A argumentação básica

das “opiniões” está calcada no cotejamento com outros países. Compara-se o Brasil com a “média

dos países desenvolvidos” sem comentar que critérios de comparação são estes e quais são os

países desenvolvidos usados como referência. E, na continuidade, são ilustrados dados do mundo

– principalmente quantitativos – que, simplesmente, omitem que a China e outros países asiáticos

(p.ex. Índia), nos últimos anos, vêm puxando os números para cima no campo que está sendo

examinado de modo avassalador.

E, para não ser diferente de tantas outras avaliações, vêm as indefectíveis comparações com a

Coreia do Sul e suas fantásticas velocidades de acesso e florescentes taxas de penetração da Banda

Larga. Ora, a Coreia do Sul é do tamanho de Pernambuco; sua população, no entanto, é similar à

de S. Paulo e do Paraná consideradas em conjunto (50 milhões de habitantes). A situação

geográfica e social da Coreia do Sul é bastante diferente da do Brasil. Portanto, ainda que

comparações possam ser feitas, as realidades individuais deveriam ser devidamente consideradas

para que não se juntem “alhos com bugalhos”, como se diz no jargão popular e os resultados

fiquem distorcidos em razão de tais fatos.

Mas, insiste-se: considerações desta ordem não devem ser usadas como argumento para justificar

as deficiências existentes no Brasil quanto a este aspecto. É óbvio que não se tem um bom cenário

e as condições podem (e devem) ser consideravelmente melhoradas em nosso País. Neste sentido,

o Editorial do Estadão é oportuno e ele bem cumpre seu papel de expor perante a opinião pública

aquela que é uma percepção generalizada da situação.

Explicar e não justificar

O que se procura ponderar e colocar à reflexão dos leitores do RELATÓRIO SEMANAL é a razão de

o assunto ser repetitivo na mídia e o Setor não conseguir evoluir com um conjunto de argumentos

que se não chegarem a convencer totalmente os usuários e a opinião pública de modo geral, pelo

menos, coloquem a questão no seu devido lugar.

E, os aspectos a considerar são diversos, na linha do “explicar” e não do “justificar”. Seguem,

rápidas observações sobre alguns destes aspectos aos quais, certamente, podem ser acrescentados

outros.

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Investimentos vultosos foram feitos

Em primeiro lugar deve ficar evidente que há, realmente, esforços e investimentos consideráveis

sendo feitos pelas Operadoras que, entretanto, têm sido “atropeladas” pelo grande crescimento

de tráfego nas redes. Se não está bom, poderia ser muito pior se tais esforços não estivessem sendo

desenvolvidos. Os valores quantitativos de acessos são expressivos e a penetração, mesmo nas

camadas de mais baixa renda, é importante. Portanto, há algo positivo a colocar e defender. Este

ponto tem conexão direta com a questão da qualidade; da “instabilidade” como se qualifica a

situação no Editorial.

Os preços elevados

Depois vem a questão dos preços. A Internet no Brasil é cara? Se for estabelecida uma comparação

simplificada e referida a determinadas situações a resposta certamente será afirmativa. Mas, se

for considerada uma metodologia de análise menos generalizada e mais focada em questões

pontuais a conclusão pode ser em contrário. Aqui, inevitavelmente, vem à tona a questão dos

impostos. Como podem os preços dos serviços de telecomunicações no Brasil ser competitivos com

o que se pratica no mundo se os impostos em nosso País são dos (ou os mais) elevados do planeta?

As taxas incidentes sobre a prestação dos serviços

E que dizer em relação a taxas associadas à prestação dos serviços (FUST, FISTEL, FUNTEL) que

oneram ainda mais os custos das Operadoras que, obviamente, têm de ser repassados para os

preços? Quais são as perspectivas? Aumentarem ainda mais conforme está colocado em um outro

item do COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste RS (vide “A Taxa do FISTEL poderá aumentar...

uma medida questionável”) .

As peculiaridades do Brasil

Em seguida, podem ser consideradas as questões particulares do Brasil no que diz respeito à

situação geográfica e aos enormes desafios para oferecer serviços com preços e qualidade

uniformes em todo o País: algo que a Coreia do Sul, simplesmente, não tem com que se preocupar

em demasia. E isto sem se poder lançar mão de “subsídios cruzados”, ou, de preços diferenciados

para um mesmo serviço em função da localização de sua prestação.

Neste sentido, o interior mais profundo da Amazônia e a Avenida Paulista são vistos sob uma

mesma perspectiva. Como enfrentar esta questão na prática levando em conta que algumas ações

que poderiam mitigar o seu equacionamento (p.ex. utilização do FUST) simplesmente são

inviabilizadas na partida do processo?

E que dizer em relação aos elevados investimentos que devem ser feitos no País em função de

características geográficas e demográficas já apontadas? Estes investimentos devem ser

remunerados e a fonte, naturalmente, é proveniente da prestação dos serviços. E, considerando-

se este aspecto, como levar em conta o chamado “custo Brasil”? Dificuldades flagrantes de

infraestrutura básica (urbanismo das cidades, custos da energia comercial, acessos em áreas rurais,

compartilhamento de postes e de espaços em vias urbanas, direitos de passagem, etc.) contribuem

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para onerar ainda mais o custo dos serviços. E, neste particular, também, não se pode

desconsiderar os custos de capital e as dificuldades para levantar recursos que financiem os

investimentos.

Poderia se continuar destacando outras particularidades do Brasil que se opõem à possibilidade de

baixar o custo dos serviços. Mas, não é este o objetivo principal dos comentários nesta

oportunidade.

O insucesso das explicações

O que se deseja expressar é que, aparentemente, não têm tido sucesso as tentativas do Setor em

tentar explicar à opinião pública as causas das deficiências de qualidade verificadas na prestação

dos serviços e dos “custos elevados”. Quanto a estes é possível estabelecer critérios de equalização

que possam demonstrar que em situações idênticas os preços aqui praticados não se diferenciam

muito dos mundialmente praticados e, em alguns casos, podem, até, ser inferiores.

O envolvimento da UIT e das Associações

Quanto à UIT fica a sensação de que a divulgação dos dados, da maneira como é feita, mais

prejudica do que ajuda o Setor. Então, sugere-se que alguma medida seja adotada neste sentido

de modo a evitar que, daqui a algum tempo, seja escrito o Editorial “A Internet é cara e lenta 2”,

utilizando argumentos e comparações similares à do presente caso.

Por outro lado, seria válido considerar que as Associações representativas do Setor também

evoluíssem em relação às práticas que têm utilizado para se contrapor aos números e informações

da UIT. Não se trata, obviamente, de desmenti-las porque este não é o caso. Mas, deve se

encontrar uma forma de coloca-las no contexto devido e de uma forma que seja cabalmente

compreendida pela opinião pública; pelas Entidades de Defesa do Consumidor; pelos Reguladores;

pela Imprensa e por outros segmentos envolvidos direta ou indiretamente no assunto. E, a partir

daí, tentar desenvolver um Programa que da forma mais unânime possível remova os reais

obstáculos que influem na qualidade e no custo dos serviços de telecomunicações. E, sem dúvida,

também cobrem mais eficiência das Operadoras.

Qualidade tem preço!

E, por fim, não se pode deixar de considerar que qualidade tem preço. O ideal é que se possa ter

uma manchete do tipo: “Internet rápida e barata”. Este é o desejo de todos incluindo, muito

provavelmente, as próprias Operadoras. Mas, tudo tem o seu contexto e não é justo que se jogue

nas costas de um único envolvido (no caso as Operadoras) o ônus de se chegar a este ponto que

carrega algumas utopias, mas, é passível de ser alcançado.

11. PERISCOPE...ESTE NOME AINDA VAI DAR O QUE FALAR

Algo que não é muito normal ocorreu no início deste ano. O Twitter comprou a “Periscope” uma

Empresa que mal estava formada, contando com 11 “colaboradores” (neste número incluía-se um

cachorro que a “equipe” insistia em contar como pertencente ao time na condição de “mascote”).

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RELATÓRIO SEMANAL RESERVADO

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O valor da transação não foi revelado. Inicialmente continuará como uma empresa independente

orbitando no universo do Twitter.

A aquisição - anunciada em março deste ano – foi justificada devido ao grande potencial

vislumbrado em relação à sua aplicação nas redes sociais. Em síntese: trata-se de um Aplicativo

que é capaz de processar vídeo na Rede Internet, em tempo real, numa estrutura tipo broadcasting.

Como analogia, pode ser entendido como um Skype de vídeo transmitindo numa configuração

ponto-multiponto, em tempo real. A comunicação pode envolver voz e troca de mensagens em

conjunto com o vídeo; em outras palavras pode ser entendido como um sistema que emite vídeo

ao vivo e é difundido através de um enlace do Twitter. Ou ainda: o Periscope cria o conteúdo e o

Twitter o distribui. Inicialmente foi desenvolvido para o iOS, mas, já está disponível também para

o Android.

Então, é possível que qualquer pessoa do mundo esteja em contato visual com um número

indeterminado de outras pessoas que o “seguem”; sem pré-gravações. Na terminologia de Redes

o sistema funciona em “Tempo Real”, em videoconferência permanente ao vivo! O terminal celular

é a “Câmara de Vídeo! Naturalmente, onde houver Banda Larga e não houver “bloqueios” na Rede

(o que será bastante provável em alguns países devido às suas características de funcionamento).

Questões de segurança envolvendo as pessoas e as instituições passarão a se tornar muito mais

sérias do que hoje.

Do ponto de vista social pode-se imaginar a “revolução” que um sistema deste tipo pode criar. E,

a quantidade de problemas potenciais que podem surgir; alguns, até, bastante inconvenientes e

perigosos em termos pessoais. Nada que não exista hoje na Internet; mas, que poderá ser muito

mais exacerbado.

Do ponto de vista das redes é inimaginável o que poderá acontecer em termos de tráfego se este

sistema vier a ter uma adesão de usuários similar ao de outros sistemas das chamadas redes

sociais. E, as implicações nos negócios que envolvem vídeo podem ser profundamente

impactantes. No Brasil o sistema ainda não está muito difundido. Provavelmente será uma questão

de tempo.

A concepção do sistema não é única. Parece, inclusive, que a decisão do Twitter teria sido motivada

pelo sucesso de um aplicativo similar chamado Merkaat. Este sistema também surgiu do “nada” e,

em apenas algumas semanas, conseguiu “cooptar” dois milhões de usuários. Assim, a coisa pode

ficar muito pior se outros “Periscopes” forem lançados na Rede.

O RELATÓRIO SEMANAL traz esta questão para a reflexão de seus leitores e como um “case” a mais

na enorme gama de novidades que a cada dia são trazidos ao nosso conhecimento. E, com enorme

potencial de impactar a operação e o funcionamento das Redes com as imagináveis consequências

de ordem prática e teórica.

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12. OS DRONES E O PRÓXIMO NATAL NOS USA

O WSJ publicou reportagem Sams-club-bets-drones-will-fly-off-the-shelves-at-christmas na qual é indicado que os Drones poderão ser um dos artigos mais procurados para presente de Natal deste ano, nos USA; literalmente, poderão “voar das prateleiras”. O Sams Clube, que pertence ao Wal-Mart, declarou através de uma porta-voz que estará oferecendo mais de 10 modelos de Drones a preços que variam de $100 a $4.000.

Segundo a reportagem, os “Drones são um nicho de mercado que faz parte dos itens de eletrônica de consumo e que inclui tecnologias emergentes tais como impressoras 3-D, TV UHD, vestíveis fitness e smartwatches, entre outros”. É esperado que o volume de vendas alcance $11 bilhões neste ano, segundo estimativas do CEA – Consumer Electronics Association.

Naturalmente, está em jogo o espírito “consumista” dos americanos. Mas, também, se vislumbram aplicações interessantes para os Drones desde simples utilização para entretenimento ou, mais complexas, como é o caso de sua utilização para realizar as mais diversificadas tarefas. Por exemplo, a entrega de encomenda como já foi aventado em comentários anteriores no RELATÓRIO SEMANAL.

A utilização de Drones ainda carece de uma legislação mais específica. Nos USA algumas cidades, simplesmente, proíbem o voo de Drones. Algumas o permitem somente no “raio de visão” de deslocamento do aparelho. A FAA está discutindo uma regulamentação para os dispositivos considerando que eles podem ser considerados como objetos voadores a baixas altitudes.

Os Drones podem incluir dispositivos rádio que operem nas frequências das redes celulares. Neste contexto, poderão ser considerados como dispositivos pertencentes ao rol da chamada IoT. Ou, então, operarão em faixas não licenciadas ou específicas para a utilização em questão.

Nestas circunstâncias – e o Natal deste ano nos USA poderá ser uma referência notável - os Órgãos Reguladores das telecomunicações mais cedo ou mais tarde deverão se envolver na questão. Pela velocidade como o assunto está evoluindo é factível a hipótese de que estes Órgãos sejam “atropelados” pelos fatos.

Também parece se aplicar a este caso o comentário que “os Drones ainda darão muito que falar”. De um lado podem ser “inofensivos” brinquedos que as “crianças” (pequenas e adultas) vão utilizar nas suas atividades de lazer. Já é possível imaginar os Parques das grandes cidades “povoadas” de Drones nos fins de semana (poderão ser considerados como as “pipas” dos tempos modernos). De outro, podem se tornar em instrumentos “mortais” no sentido figurado e lato da palavra. Esquecendo este último, é possível imaginar alguns tipos de inconvenientes que o uso inadequado dos Drones poderá trazer para o dia a dia das pessoas.

É neste sentido que o RELATÓRIO SEMANAL tem se fixado no tema, pois, está claro que alguma forma de regulação deve ser estabelecida quanto à sua utilização. E, o Setor de telecomunicações, necessariamente, deverá estar envolvido na questão.

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13. A APPLE É MUSIC… POR ENQUANTO UMA SENSAÇÃO DE VAZIO

A foto abaixo é sintomática. O “emblemático” CEO da Apple, Tim Cook, dá um abraço no

“companheiro” que desenvolveu a Beats...uma Empresa voltada para a ‘Música”!

Apple CEO Tim Cook greets Beats co-founder Jimmy Iovine during the

Keynote Address at Apple’s developers conference.

PHOTO: JUSTIN SULLIVAN/GETTY IMAGES

O RELATÓRIO SEMANAL anunciou na sua Edição anterior que faria comentários a respeito da

Conferência da Apple envolvendo seus “desenvolvedores”, da mesma forma como havia feito com

evento semelhante do Google. Não o fará e convida os leitores interessados a consultar

reportagem do WSJ clicando em wsj.com/apple-shows-off-new-operating-software-music.

Também se sugere o acesso à Forbes pelo link forbes.com.apple-brings-dr-dre-on-board.

Usualmente, estes eventos da Apple têm repercussão midiática intensa. Desta feita, os

comentários foram comedidos e relativamente escassos comparativamente a outros realizados no

passado. Parece ter restado a sensação de que a Apple não tinha grandes novidades a mostrar.

Uma pequena decepção restou no ar! Uma sensação de “vazio”! Algo está faltando neste “show”

da Apple!

Algumas das “novidades” foram prometidas para o segundo semestre. Então, resta aguardar se

sua concretização pode levar os “applentusiastas” a outros tipos de sensação.

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NOTA: Os comentários do presente RELATÓRIO SEMANAL bem como a edição final do texto são de

responsabilidade de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL.