boletim informativo do centro espírita irmao...

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Ano XI - Edição 124 - Janeiro / 2014 Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220 Fone : (21) 3252-1437 www.irmaoclarencio.org.br Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente. r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ). r Artesanato Dia - toda segunda-feira. Hora - 14:00 Local - C.E.Irmão Clarêncio. r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”. Local - Av dos Democráticos, n° 1.090 Bonsucesso. Dia - todo 1° domingo de cada mês. Hora - das 15:00 às 17:00 r Visita aos enfermos nos hospitais. r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários. r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua . Dia: toda sexta-feira. Confecção - 13 :00 , no “Centro Espírita Irmão Clarêncio” Distribuição - à noite. Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio (21-3252.1437), para obter orientação. pág.15 Artigo: Avaliando a Ameaça pág.9 Cenas da Vida: O Conto da Mosca pág.6 A Família na Visão Espírita: Parentes pág.17 Suplemento Infantojuvenil: O Encontro Inesperado pág.16 Artigo: Divulgação do Espiritismo pág.13 Reflexão: Caridade Semeando o Evangelho de Jesus: O Homem de Bem pág.2 pág.3 Mensagem Mediúnica: Irmão Inácio pág.4 Clareando as Ideias com Kardec: O Progresso dos Povos pág.7 Mensagem de Finados: Fátima Nesta Edição : Editorial S OMOS NÓS QUE FAZEMOS A VIDA N esse início de Ano todos nós colocamos expectativas num Ano melhor; porém, não é o Ano Novo que tem que ser melhor; somos nós que temos que renovar nossas ideias, nossos objetivos, enfim, nossas atitudes perante a vida, pois somos nós que fazemos a vida. "A Humanidade progride por meio dos indivíduos que, pouco a pouco, se melhoram e instruem", como nos diz Allan Kardec (LE, questão 789, nota). Se queremos uma colheita melhor, precisamos plantar coisas melhores. Queremos um mundo de Paz, de mais Amor entre os homens, não é mesmo? Para que isso se dê, os Benfeitores Espirituais, dentre eles Ermance Dufaux, nos esclarecem que o autoamor é fundamental. Quem não se ama não consegue amar verdadeiramente o próximo. Jesus nos disse que a Lei da Vida se resume em "amar Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como nos amamos ". Para isso é necessário o auto- conhecimento. Precisamos estar de bem conosco e sermos amigos de nós mesmos. Precisamos encontrar a essência divina que há em nosso interior; essa partícula de amor que Deus nos legou. Somente, então, saberemos espalhar verdadeiramente o amor entre nossos semelhantes. Que as bênçãos de Deus e o amor de Jesus nos conduzam nesse Ano que se inicia. SAÚDE E PAZ!

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Ano XI - Edição 124 - Janeiro / 2014

Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220Fone : (21) 3252-1437

www.irmaoclarencio.org.br

Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio

r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente.

r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ).

r ArtesanatoDia - toda segunda-feira.Hora - 14:00Local - C.E.Irmão Clarêncio.

r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”.Local - Av dos Democráticos, n° 1.090 Bonsucesso.Dia - todo 1° domingo de cada mês.Hora - das 15:00 às 17:00

r Visita aos enfermos nos hospitais.

r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários.

r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua .Dia: toda sexta-feira.Confecção - 13 :00 , no “Centro Espírita Irmão Clarêncio”Distribuição - à noite.Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio (21-3252.1437), para obter orientação.

pág.15

Artigo:Avaliando a Ameaça

pág.9

Cenas da Vida:O Conto da Moscapág.6

A Família na Visão Espírita:Parentes

pág.17Suplemento Infantojuvenil:O Encontro Inesperado

pág.16

Artigo: Divulgação do Espiritismo

pág.13

Reflexão:Caridade

Semeando o Evangelho de Jesus:O Homem de Bempág.2

pág.3Mensagem Mediúnica:Irmão Inácio

pág.4Clareando as Ideias com Kardec: O Progresso dos Povos

pág.7Mensagem de Finados:Fátima

Nesta Edição :

Editorial

SomoS nóS que FazemoS a Vida

Nesse início de Ano todos nós colocamos expectativas num Ano melhor; porém, não é o Ano Novo que tem que ser melhor; somos nós que temos que renovar nossas ideias, nossos objetivos, enfim, nossas atitudes perante

a vida, pois somos nós que fazemos a vida."A Humanidade progride por meio dos indivíduos que, pouco a pouco, se melhoram

e instruem", como nos diz Allan Kardec (LE, questão 789, nota). Se queremos uma colheita melhor, precisamos plantar coisas melhores. Queremos um mundo de Paz, de mais Amor entre os homens, não é mesmo? Para que isso se dê, os Benfeitores Espirituais, dentre eles Ermance Dufaux, nos esclarecem que o autoamor é fundamental. Quem não se ama não consegue amar verdadeiramente o próximo. Jesus nos disse que a Lei da Vida se resume em "amar Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como nos amamos". Para isso é necessário o auto-conhecimento. Precisamos estar de bem conosco e sermos amigos de nós mesmos. Precisamos encontrar a essência divina que há em nosso interior; essa partícula de amor que Deus nos legou. Somente, então, saberemos espalhar verdadeiramente o amor entre nossos semelhantes.

Que as bênçãos de Deus e o amor de Jesus nos conduzam nesse Ano que se inicia.

Saúde e Paz!

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 2

Semeando o Evangelho de Jesus

Emmanuel Responde

o H o m e m d e B e m

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.

Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se vio-lou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntaria-mente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele;enfim, se fez a ou-trem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas. Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens es-pirituais acima dos bens temporais. Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos ou-tros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e be-nevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança aná-tema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma con-trariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem de-sejo de vingança; a exemplo de Jesus, per-doa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de in-dulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."

Nunca se compraz em rebuscar os defei-tos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal. Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessante-mente em combatê-las.

Todos os esforços emprega para poder di-zer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera. Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; apro-veita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu man-do outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levan-tar o moral e não para esmagá-los com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram. O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosa-mente. (Cap. XVII, nº 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que se-jam respeitados os seus. Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distin-guem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo XVII, item 3, Editora FEB.

Existe diferença entre doutrinar e evangelizar?

— Há grande diversidade entre ambas as tarefas. Para doutrinar, basta o conhecimento intelectual dos postulados do Espiritismo; para evangelizar é necessária a luz do amor no íntimo. Na primeira, bastarão a leitura e o conhecimento, na segunda, é preciso vibrar e sentir com o Cristo. Por estes motivos, o doutrinador, muitas vezes não é senão o canal dos ensinamentos, mas o sincero evangelizado será sempre o reservatório da verdade, habilitado a servir às necessidades de outrem, sem privar-se da fortuna espiritual de si mesmo.

Fonte: O Consolador, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, questão 237, Editora FEB.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 3

Mensagem Mediúnica

LocaL: centro eSPírita irmão cLarêncio

Encontros EspíritasEm Fevereiro

24° encontro eSPírita Sobre medicina eSPirituaL

(Somente para médiunS)

Seção :técnica de PaSSeS

dia - 23 / 02 /2014

Hora - 8:30 àS 13:00

16° encontro eSPírita Sobre "a GêneSe"

tema - FundamentoS da reveLação eSPírita

dia - 02 / 02 /2014

Hora - 8:30 àS 13:00

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. (O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I: 8)

O homem durante décadas, ou séculos, procurou respostas para os seus questionamentos, buscando em torno de si e nos espaços infinitos as respostas que lhe pudessem amenizar as muitas dúvidas acerca da criação da vida de todos os seres como ele próprio.

Avança-se no tempo e, evidentemente através do progresso intelectual, tem a Ciência nos apresentado conquistas que trazem para o homem, nos tempos atuais, o conforto e uma vida material mais equilibrada.

Mas, também se observa que no coração do ser humano, apesar de toda a parafernália que o envolve e que atesta esse progresso da Ciência em torno de si, ainda no coração humano permanecem aflições e dores, angústias e muitos outros questionamentos que a própria Ciência ainda não foi capaz de lhe trazer as respostas almejadas.

Observamos, então, que se a Ciência é um fator positivo na vida do ser humano, também a filosofia da Religião pode trazer respostas ao coração angustiado, àquele coração sofredor, àquela alma que carrega as dores das muitas dúvidas, principalmente em relação à vida após a morte.

Observamos nesse ponto o quanto é necessário também divulgarmos as lições que possam contribuir para o forta-lecimento da fé, da crença e da confiança em Deus para que o ser humano, como todos nós, possa, através da Ciência e da Religião, traçar a união das duas no íntimo de sua alma e, dessa forma, aprender a se conduzir dentro da vida com mais paz e equilíbrio espiritual.

Portanto, os estudos trazem os conhecimentos e libertam-nos cada vez mais da ignorância e, através desses conhe-cimentos, vamos também aprimorando os sentimentos, vamos entendendo a necessidade de procurarmos como Jesus nos ensinou: perdoarmo-nos, amarmo-nos, tolerarmo-nos, compreendermos mais uns aos outros, permitindo que a convivência de fato retrate um progresso efetivamente espiritual, em cada um de nós.

O nosso abraço de estímulo a todos, rogando sempre que a paz do Cristo esteja em todos os corações.

o irmão inácio.

(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no CEIC, em 27de novembro de 2013).

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 4

Espiritismo na

Web

“A emissora da Fraternidade”

Estrada do Dendê, nº 659Ilha do GovernadorRio de Janeiro - RJCEP: 21.920/000Fone: (21)3386.1400

Visite o site e ouça a programaçãowww.radioriodejaneiro.am.br

www.abrate.org.br(Associação Brasileira de Arte Espírita)

www.comunidadearteepaz.blogspot.com.br)(Comunidade Arte e Paz-BA)

www.espiritodearte.blogspot.com.br(GEspirito de Arte - Fortaleza / CE)www.portal.audiovisualespirita.org(Audiovisual Espírita)

Rad i oRio de Janeiro1400 khz AM

Diga não à eutanásia, ao aborto, ao suicídio e à pena de morte.

Valorize a Vida!

"Deus é o Senhor de nossas Vidas"

Estamos aguardando você no Centro Espírita Irmão ClarêncioRua Begônia, 98 - Vila da Penha

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Clareando as ideias com Kardec

o P r o g r e S S o d o S P o V o S * O progresso fará que todos os povos da Terra se achem um dia reunidos, formando uma só nação?

Uma nação única, não; seria impossível, visto que da diversidade dos climas se

originam costumes e necessidades diferentes, que constituem as nacionalidades, tornando indispensáveis sempre leis apropriadas a esses costumes e necessidades. A caridade, porém, desconhece latitudes e não distingue a cor dos homens. Quando, por toda parte, a lei de Deus servir de base à lei humana, os po-vos praticarão entre si a caridade, como os indivíduos. Então, viverão felizes e em paz, porque nenhum cuidará de causar dano ao seu vizinho, nem de viver a expensas dele.nota de Kardec : A Humanidade progri-de, por meio dos indivíduos que pouco a pouco se melhoram e instruem. Quando estes preponderam pelo número, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos a tempos, surgem no seio dela homens de gênio que lhe dão um impulso; vêm de-pois, como instrumentos de Deus, os que têm autoridade e, nalguns anos fazem-na adiantar-se de muitos séculos. O progresso dos povos também realça a justiça da reen-carnação. Louváveis esforços empregam os homens de bem para conseguir que uma nação se adiante, moral e intelectualmen-te. Transformada, a nação será mais ditosa neste mundo e no outro, concebe-se. Mas, durante a sua marcha lenta através dos sécu-los, milhares de indivíduos morrem todos os dias. Qual a sorte de todos os que sucumbem ao longo do trajeto? Privá-los-á, a sua relativa inferioridade da felicidade reservada aos que chegam por último? Ou também relativa será a felicidade que lhes cabe? Não é pos-sível que a justiça divina haja consagrado semelhante injustiça. Com a pluralidade das existências, é igual para todos o direito à felicidade, porque ninguém fica privado do progresso. Podendo, os que viveram ao tempo da barbaria, voltar, na época da civi-lização, a viver no seio do mesmo povo, ou de outro, é claro que todos tiram proveito da marcha ascensional. Outra dificuldade, no entanto, apresenta aqui o sistema da unici-dade das existências. Segundo este sistema, a alma é criada no momento em que nasce o ser humano. Então, se um homem é mais adiantado do que outro, é que Deus criou para ele uma alma mais adiantada. Por que esse favor? Que merecimento tem esse ho-mem, que não viveu mais do que outro, que talvez haja vivido menos, para ser dotado de uma alma superior? Esta, porém, não é a dificuldade principal. Se os homens vives-sem um milênio, conceber-se-ia que, nesse

período milenar, tivessem tempo de progre-dir. Mas, diariamente morrem criaturas em todas as idades; incessantemente se renovam na face do planeta, de tal sorte que todos os dias aparece uma multidão delas e outra desaparece. Ao cabo de mil anos, já não há naquela nação vestígio de seus antigos habi-tantes. Contudo, de bárbara, que era, ela se tornou policiada. Que foi o que progrediu? Foram os indivíduos outrora bárbaros? Mas, esses morreram há muito tempo. Teriam sido os recém-chegados? Mas, se suas almas foram criadas no momento em que eles nas-ceram, essas almas não existiam na época da barbaria e forçoso será então admitir-se que os esforços que se despendem para civilizar um povo têm o poder, não de melhorar al-mas imperfeitas, porém de fazer que Deus crie almas mais perfeitas. Comparemos esta teoria do progresso com a que os Espíritos apresentaram. As almas vindas no tempo da civilização tiveram sua infância, como todas as outras, mas já tinham vivido antes e vêm adiantadas por efeito do progresso realizado anteriormente. Vêm atraídas por meio que lhes é simpático e que se acha em relação com o estado em que atualmente se encon-tram. De sorte que, os cuidados dispensa-dos à civilização de um povo não têm como consequência fazer que, de futuro, se criem almas mais perfeitas; têm sim, o de atrair as que já progrediram, quer tenham vivido no seio do povo que se figura, ao tempo da sua barbaria, quer venham de outra parte. Aqui se nos depara igualmente a chave do progresso da Humanidade inteira. Quando todos os povos estiverem no mesmo nível, no tocante ao sentimento do bem, a Terra será ponto de reunião exclusivamente de bons Espíritos, que viverão fraternalmente unidos. Os maus, sentindo-se aí repelidos e deslocados, irão procurar, em mundos inferiores, o meio que lhes convém, até que sejam dignos de volver ao nosso, então transformado. Da teoria vulgar ainda resul-ta que os trabalhos de melhoria social só às gerações presentes e futuras aproveitam, sendo de resultados nulos para as gerações passadas, que cometeram o erro de vir mui-to cedo e que ficam sendo o que podem ser, sobrecarregadas com o peso de seus atos de barbaria. Segundo a doutrina dos Espíritos, os progressos ulteriores aproveitam igualmente às gerações pretéritas, que voltam a viver em me-lhores condições e podem assim aperfeiçoar-se no foco da civilização. (222)(*) Título criado exclusivamente para este texto; não consta da referida obra.Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 789 e nota de Kardec, Editora FEB.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 5

Ter você como sócio será muito importante para nós.Aguardamos sua inscrição.Que Jesus nos ilumine e abençoe.p

O CLE oferece ao sócio um Kit contendo :01 Livro Espírita01 DVD de Palestras 01 Edição da Revista de Estudos Espíritas ( publicação mensal do CELD)

Custo do Kit : R$22,00"O livro é um amigo sincero, bem-vindo tanto nos dias felizes quanto nos dias ruins.

Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima ..."(Léon Denis - Depois da Morte, Cap. LIII)

Ler e bom...Ler o que e bom, e melhor ainda !

Vida - Dádiva de Deus

a P o r t a F a l S a d o S u i c í d i o

Não sei se o leitor já pensou, al-guma vez, em suicídio.Se o fez, teve o bom senso de vencer a

sua depressão e livrar-se, a tempo, do gesto trágico. Os que não conseguiram suportar a dor ou a decepção, viveram para amargar as surpresas da sobrevi-vência. Tanto faz acreditar como não, o Espírito continua vivendo, depois da "Morte".

O suicida é a primeira e maior vítima do seu próprio engano. Mata-se, para fugir dos seus problemas, das suas dores, das suas aflições e, logo que recupera, do outro lado da vida, lucidez suficiente para compreender o seu novo estado, desco-bre, profundamente angustiado, que não conseguiu fugir de si mesmo, nem de seus sofrimentos.

Muitos enganos comete o ser huma-no que tenta escapar pela porta falsa do suicídio.

O primeiro deles é o de pensar que a morte é o fim de tudo, o "descanso eterno", ou a fuga para o nada, conforme sua posi-ção espiritual, filosófica, religiosa e moral.

O segundo engano está em que o suici-da se julga um injustiçado pelas leis morais que governam o mundo.

"A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio."(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, Item 14)

Compreende-se tal atitude, quando a pessoa não admite ou não aceita a reencar-nação. Aquele que só aceita uma existência, não pode, realmente, entender a justiça de um Deus infinitamente bom e perfeito, que parece castigar inocentes.

São indescritíveis os sofrimentos dos suicidas.

Inúmeros Espíritos que passam por esse transe horrível, comparecem às nossas sessões mediúnicas, em busca de esclarecimentos, ajuda e compreensão para a sua tragédia.

A maior decepção é a descoberta de que continuam vivos, embora pri-vados do corpo físico. Muitos deles assistem, verdadeiramente aterroriza-dos, à lenta decomposição do próprio corpo, ao qual, ainda, se sentem pre-sos, por misteriosos laços.

Sua angústia é tamanha que, por algum tempo, se tornam inteiramente inacessíveis à ajuda, fixados que estão na dilacerante dor física e moral.

O que matou à bala , continua a sentir a penetração do projétil pelo corpo; o envenenado sofre, indefinidamente, a destruição dos tecidos atingidos pela dro-ga; o afogado segue, experimentando as

aflições provocadas pela água, a invadir-lhes os pulmões; o enforcado continua a lutar, na agonia da sufocação.

E, ao cabo de tudo, depois que o Espí-rito consegue, pelo menos, compreender algo de sua posição, se vê diante dessa dura realidade: tem de renascer, começar tudo de novo em outra existência na carne, em situação ainda pior do que a anterior.

Decididamente, leitor, não vale a pena suicidar-se.

Leia, com atenção, os livros que con-têm mensagens de Espíritos que passaram por essa dor.

Dois deles são indicados, aqui mes-mo: "o martírio doS SuicidaS" e "memóriaS de um Suicida", ambos publicados pela Federação Espírita Brasileira (FEB).

O primeiro é uma coletânea de várias mensagens.

O segundo foi ditado à médium bra-sileira Yvonne a . Pereira pelo espírito de um suicida famoso, camiLo caSte-Lo branco.

Qualquer pessoa que leia esses depoi-mentos dramáticos compreenderá logo que, sob todos os aspectos, é infinita-mente preferível suportar as dores e afli-ções da vida terrena, do que tentar fugir às leis de Deus.

Por outro lado, por mais paradoxal, que pareça o raciocínio, a dor é uma bênção, porque é com ela que resgatamos erros clamorosos de passadas vidas.

E, sabe-se lá o que andamos fazendo por esse mundo, ao longo dos séculos?

Trechos extraídos: "Diário de Notícias"

Fonte: Revista Espírita Allan Kardec - Ano I - Nº2 Gráfica e Editora Espírita Paulo de Tarso.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 6

Cursos no C.E.I.C.

Dia: Terça-feira / 19:30 às 21:00A Família na visão Espírita.Obras de André Luiz (Nosso Lar / No Mundo Maior).Obras de Yvonne Pereira (Devassando o Invisível / Dramas da Obsessão).A vida de Yvonne A.Pereira COMP - Curso de Orientação Mediúnica e Passes.COTTE - Curso de Orientação para o Trabalho de Tratamento Espiritual.

Dia: Quarta-feira / 17:30 às 18:30Esperanto.Grupo de Estudos Antônio de Aquino.Dia: Quinta-feira / 15:00 às 16:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Pro-blema do Ser e do Destino).

Dia: Quinta-feira / 18:20 às 19:10Estudos para o trabalho de Atendimento Espiritual (1ª, 2ª e 3ª Semanas) / Livro: Desobsessão, André Luiz,F.C.Xavier.Aprofundamento das Obras Básicas (4ª e 5ª Semanas): O Livro dos Espíritos.

Dia: Quinta-feira / 19:30 às 21:00O que é o Espiritismo.História do Espiritismo ( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Livro dos Médiuns.O Céu e o Inferno.A Gênese.Obras Póstumas.Obras de Léon Denis (Livro: O Pro-blema do Ser e do Destino).Revista Espírita.

Dia : Sábado / 15:00 às 16:30Valorização da Vida (Aberto a Todos).

Dia : Sábado / 16:00 às 17:30O que é o Espiritismo.História do Espiritismo( 2° Semestre)O Livro dos Espíritos.O Evangelho Segundo o Espiritismo.O Céu e o Inferno.O Livro dos Médiuns.COMP- Curso de Orientação Mediúnica e Passes.Atualização para médiuns da Casa (4° sábado do mês)O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês)

Cenas da Vida

o co n t o d a mo S c a

A impaciência é vício grave. Falta de caridade para consigo mesmo. Por isso, afirmava Jesus: "Bem-

aventurados os mansos, porque possuirão a Terra." Isso quer dizer que o homem sereno desfruta o privilégio de mais extensa vida no corpo.

Jerônimo, o benfeitor espiritual, fala-va pelo médium, com grande acerto. E continuava:

— O suicídio indireto é, muitas vezes, praticado pelos cultores da intemperan-ça mental.

Em muitas ocasiões, basta um mo-mento de indisciplina e a morte surge por nonadas.

A sessão terminou e todos exaltaram a excelência dos conceitos ouvidos. E Fraga, o contador de vários estabelecimentos co-merciais, coçando nervosamente a cabeça exclamou risonho:

— Tão bons conselhos! Tão bons conselhos!

No outro dia, porém, o mesmo Fra-ga, entre os livros do escritório, no calor da tarde, via-se atarantado. Leve mosca zombava dele, procurando-lhe a calva. O zeloso contador tentava alcançá-la com um tabefe, aqui e ali, mas nada...

À maneira da personagem de Fedro, castigava improficuamente a si mesmo. Sentindo que ela se alojava, provavel-mente pela vigésima vez, entre os seus raros cabelos, bateu fortemente no pró-prio crânio. A pancada, no entanto, fê-lo cair. Socorro. Aflição. Ocorrera a ruptura de vaso importante no cérebro, e Fraga, em poucas horas, se viu desencarnado. Quando acordou, espantado, no rega-ço do piedoso Jerônimo, ao conhecer a própria situação, gritou, afobado:

— E agora, meu Deus? Que fazer?O amigo espiritual, todavia, informou

calmamente:— Você já se encontra fora do cor-

po de carne há dois meses, mas apenas agora toma acordo de si. Já estudamos seu caso. Você estava avisado quanto

"Sim, em toda parte e em todos os dias, há desfile de almas. A vida garante a exibição.E cada pedaço do mundo é recanto de passarela por onde transitam as criaturas, dandomostras de si mesmas". (Hilário Silva) — Fonte: Almas em Desfile, Introdução.

aos perigos da impaciência e caiu, mes-mo assim, no conto das moscas. Sui-cídio indireto, meu caro, suicídio sem nenhuma razão de ser. E você ainda dispunha de onze anos pela frente para trabalhar junto aos homens.

— E agora? Que faço?O benfeitor espraiou o olhar pela casa

de socorro terrestre em que se achavam e esclareceu:

— Já expliquei o problema aos nos-sos Maiores. Pela vida correta que você levou, decerto não merece o pavor das regiões abismais. Mas, também, não está habilitado para subir. Ficará aqui mesmo.

— Aqui, onde? — indagou Fraga, assombrado.

— No hospital onde estamos.— Com que fim?— Ajudando aos enfermeiros...— E fazendo o quê?Sem sorrir, Jerônimo explicou sim-

plesmente:— Aprendendo a ter paciência, você

ficará durante algum tempo a espantar moscas.

HiLário SiLva

Fonte: A Vida Escreve.Psicografia:Francisco C. Xavier e Waldo Vieira.Editora FEB.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 7

Mensagem de Finados

"(...) Para libertar-se dos receios da morte, é necessário poder analisá-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, haver penetrado, pelo pensamento, no mundo espiritual e dele fazer uma ideia tão exata quanto possível, o que indica no espírito encarnado certo desenvolvimento e certa capacidade para se desligar da matéria." (Allan Kardec, O Céu e o Inferno, cap. 2, item 4.)

Orientação SeguraSe você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas : O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo,O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.Em seguida, leia os Livros Clássicos da Literatura Espírita.

Sugestão do mês:a memória e o temPo

autor: Hermínio c. miranda

editora Feb

A i que sensação diferente! Experimentar essa oportunidade de falar através de um médium, é bem diferente daquilo que eu imagi-nava. Mas, quando encarnada, médium e trabalhadora desta Casa, eu me perguntava como seria esse momento de comunicação; o que o médium sentia; o que o espírito registrava e sentia também.

As comunicações num dia como de hoje, em que os irmãos se apresentam para dar umas palavras aos encarnados, não serão feitas de improviso, porque, se somos indicados para dar a palavra através de um médium, precisamos, antes, nos aproximar dele, nos identificar, para que a comunicação funcione da melhor forma possível.

Eu sou a Fátima. Estou muito emocionada; preciso manter o controle, porque não quero prejudicar o médium; mas é tão bom ver todos! Principalmente agradecer muito a paciência de tantos para os meus momentos finais em que procurei, com todo o meu esforço — vocês tenham a certeza disso — demonstrar a minha fé na Doutrina e a minha confiança em Deus.

A última fase em que o câncer já envolvia grande parte do meu organismo, me vi em espírito ligada a um corpo que fugia em grande parte ao controle dos meus pensamentos, portanto os que acompanharam essa fase final relevem porque, por mais que me esforças-se para falar com coerência e de forma adequada, o instrumento já não correspondia; mas eu percebia como era bom, como era agradável, como foi de enorme ajuda todos terem compreendido, estendido as suas mãos e, através delas, eu receber , o recurso da pacificação para que pudesse, no momento aprazado, desligar-me do corpo físico.

Ai que saudade, dos estudos, das tarefas nessa Casa que me é tão cara ao coração! Em realidade, acredito que poucos realmente valorizam o que receberam do Plano Espiritual, dessa semente que germinou e que hoje já é uma árvore frondosa, produzindo tantos fru-tos abençoados. Porém, ao desencarnarmos efetivamente, é que, libertos das paixões, dos sentimentos mais rasteiros, das implicâncias que às vezes temos uns com os outros, é que iremos perceber que grande parte da nossa trajetória terrena, se algum sucesso nós conseguimos, foi porque estávamos acolhidos e albergados numa Casa de oração e de estudos.

Permitam, pois, nessa palavra simples, de uma amiga que quer a cada um de vocês um bem enorme, dizer que já estou junto; tenho acompanhado com um grupo de espíritos amigos os estudos e, dentro das minhas possibilidades, ajudado até mesmo nos momen-tos dos passes.

Que Deus nos abençoe, meus queridos amigos e amigas, e ampare a cada um de vocês nos compromissos assumidos na mediu-nidade com Jesus. Valorizem cada instante, cada momento da permanência de vocês na Casa Espírita.

Um abraço da amiga de sempre, eternamente grata por tudo.

Fátima

Graças a Deus! Graças a Deus!(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto no CEIC, em 03 de novembro de 2013, na reunião em comemoração pelo Dia de Finados

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 8

Estudando com Gabriel Dellane

A revista teosófica Ultra, de Roma, publica, em seu número de 1912, a comunicação seguinte do Capitão

F. Batista, de cuja honestidade e caráter sério se faz abonadora à aludida revista.Em agosto de 1905, minha mulher,

que estava grávida de 3 meses, foi testemu-nha, estando de cama, porém perfeitamente acordada, de uma aparição que a impressio-nou profundamente.

Uma menina, que perdêramos havia três anos, apresenta-se subitamente diante dela, com aspecto alegre e infantil, dizendo, com voz suave, essas palavras: — "Mamãe, eu volto"; e antes que minha mulher tornasse a si da surpresa, a visão desapareceu.

Quando entrei em casa e minha mulher, ainda comovida, me fez a descrição do es-tranho acontecimento, tive a impressão de que se tratava de uma alucinação; não quis tirar-lhe a convicção em que se achava, de um aviso da Providência, e lhe aquiesci ime-diatamente ao desejo de dar à futura filha o nome da irmãzinha morta: Blanche.

Nesse momento, não só não tinha co-nhecimento nenhum do que aprendi mais tarde – muito tarde – acerca de Teosofia, como chamava louco a quem me falasse de reencarnação, persuadido que estava de que, uma vez morto, não se renasce mais.

Seis meses depois, em 1906, minha mu-lher deu, felizmente, à luz, uma menina que em tudo se parecia com a irmã defunta, de quem tinha os grandes olhos negros, e os cabelos abundantes e anelados. Esta coin-cidência em nada abalou minha convicção materialista; minha mulher, porém, cheia de alegria pela graça recebida, convenceu-se de que o milagre se realizara, tanto mais quanto pusera ao mundo, por duas vezes, o mesmo pequeno ser. Essa criança tem hoje cerca de seis anos, e, como sua irmãzinha defunta, viu-se nela um desenvolvimento precoce, tanto de sua inteligência, como de sua pessoa. Ambas, aos sete meses já pronun-ciavam a palavra mamã, enquanto os outros filhos, também inteligentes, não o consegui-ram antes dos doze meses.

Devo acrescentar que, quando era viva a primeira Blanche, tínhamos por criada

certa Maria, suíça que só falava o francês. Havia ela importado de suas montanhas natais uma cantilena, espécie de berceuse, que devia seguramente ter saído da cabe-ça de Morfeu, tanto sua virtude soporífica agia instantaneamente em minha filhinha, quando Maria a cantava.

Depois da morte da menina, Maria vol-tou para a pátria, e a canção, que tanto nos fazia recordar a criança perdida, sofreu em nossa casa pleno ostracismo. Passaram-se nove anos, e a cantiga desaparecera-nos por completo da memória; um fato extraordi-nário, realmente, no-la veio lembrar.

Há uma semana, achava-me, com minha mulher, na sala de jantar, junto ao quarto de dormir, quando ouvimos, como um eco longínquo, a famosa cantilena, e a voz par-tia do quarto, onde tínhamos deixado a fi-lha adormecida.

A princípio, comovidos e estupefatos, não tínhamos distinguido, nesse canto, a voz de nossa filha; mas, havendo-nos aproximado do quarto, de onde partia a voz, encontra-mos a criança, sentada na cama, cantando, com acento francês muito pronunciado, a berceuse, que nenhum de nós lhe havia en-sinado.

Minha mulher, sem se mostrar muito maravilhada, perguntou o que ela cantava. Com prontidão pasmosa, respondeu que cantava uma canção francesa, apesar de não conhecer desse idioma senão alguns vocá-bulos, que aprendera da irmã.

— Quem te ensinou esta bela cantiga? - perguntei.

— Ninguém, eu a sei sozinha - respondeu a criança, e continuou o canto, alegremen-te, com ar de quem nunca cantara outra coisa na vida.

O leitor tirará daí a conclusão que quiser; quanto a mim, os mortos voltam.

Capitão Florindo BatistaRoma, Via dello Statuto nº 32.

A clara lembrança da canção que ador-mecera a primeira Blanche, revelou-se na segunda com um caráter tão preciso, que é impossível explicar esta reminiscência sem ser pela verdadeira recordação, por parte da menina, de uma particularidade de sua vida anterior. O capitão especifica que, depois de nove anos, essa cantilena não mais fora can-tada na casa; não houve qualquer sugestão dos pais, irmãos e irmãs; foi realmente uma prova de que a jovem Blanche tinha reto-mado o seu lugar no lar paterno.

Fonte: Reencarnação, Gabriel Delanne, Capítulo XII, Editora FEB.

lemBrança de uma canção aPrendida em uma Vida Precedente

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 9

Reflexão

c a r i d a d eNos tumultuados dias que correm, vige, em grande parcela da população, a de-sesperança, a tristeza da indiferença, a melancolia da solidão, encarcerando as criaturas nas pungentes dores do mun-do íntimo, descrentes de que possam existir dias melhores no porvir.

Criaturas sem consolo, amarguradas e tristes caminham sem rumo pelas ruas dos inúmeros aglomerados humanos, destituídas do mínimo básico que lhes garanta a sobrevivência, em razão do imenso deserto de bons sentimentos no território dos corações da Humanidade terrena.

Entretanto, apesar do aparente descaso do homem e da suposta aridez dos co-rações da Terra, uma servidora do Bem, voluntária da misericórdia e assalariada do Amor, permanece em tarefa, vigi-lante e incansável em sua ronda perma-nente, visitando os tugúrios humildes, os casebres infectos e os bolsões da mi-séria, procurando socorrer as necessida-des, mitigando as chagas expostas, re-sultantes da venalidade e baixeza moral a que o homem se permitiu.

Seu nome é Caridade e sem a sua ação benfazeja a esperança evade-se das pai-sagens da Terra.

Caridade, sublime referência das gene-rosas lições de Jesus, que descortina o suave caminho da autoiluminação para todo aquele que a pratica, solidariamen-te, sem deter-se para conferir gratidão ou recolher resultados.

Caridade, mestra admirável, que lecio-na desprendimento aos egoístas, bon-dade aos maus e mansidão aos rudes e violentos.

Enfermeira dedicada, que higieniza as pústulas morais, que cicatriza as chagas do abandono e que cureta as necroses dos tecidos do coração de mães, em virtude da indiferença e ingratidão dos filhos.

Mensageira gentil, que leva companhia aos solitários, alegria aos tristes e pessimistas,

esperanças aos órfãos de fé, coragem aos destituídos de vontade e fortaleza aos fracos e oprimidos.

Operária da perseverança, que leva con-fiança aos que titubeiam, resistência aos que fraquejam, certeza aos que duvi-dam, convicção aos descrentes e persis-tência aos que desejam desistir.

Arquiteta da razão, que ergue os caídos das tragédias humanas, que alicerça o bom senso nos ignorantes, que erige as pontes da fraternidade, que constrói os ninhos do amparo, que levanta os mu-ros da boa vontade e que abre as portas da compaixão para abrigar os inválidos sociais.

Caridade: por onde passas deixas se-mentes de fé e esperança, alimentando os corações das criaturas em sofrimen-tos, abrindo espaço para que o amanhã traga os frutos desta semeadura, capaz de saciar a fome daqueles que se apre-sentam famintos da generosidade e da boa vontade dos homens para com os seus semelhantes.

Enquanto o mundo contar com a tua presença abençoada, não existirão os despossuídos, os miseráveis, os sofredo-res de qualquer jaez; sempre haverá uma saída honrosa para a derrocada moral do homem, porquanto és capaz não apenas de vestir os nus, alimentar os famintos e abrigar os que se encontram no desam-paro. Também és capaz de mudar a face escura das sociedades terrenas, semean-do o ideal de fraternidade universal nos corações das criaturas.

Fonte: Inocência da Caridade — do Livro "Horizontes das Profecias".Autor: José Maria de Medeiros Souza.Editora: O Clarim.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 10

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“O que torna um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”

(Allan Kardec)

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Instruções dos Espíritos no Pentateuco Espírita

Desconfiai dos falsos profetas. É útil em todos os tempos essa re-comendação, mas, sobretudo, nos

momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma multi-dão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e messias. E contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar. Perguntareis, sem dú-vida, como reconhecê-los. Aqui tendes o que os assinala: Somente a um hábil gene-ral, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército.

Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmen-te, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar, nula lhes resultaria a ação.

Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo re-sultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra con-sequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um histrião de baixo estofo, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.

Outra consideração: os verdadeiros mis-sionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a mis-são a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se

caractereS do Verdadeiro ProFeta

revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus.

O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito.

Alguns desses impostores têm havi-do, pretendendo passar por apóstolos do Cristo, outros pelo próprio Cristo, e, para vergonha da Humanidade, hão encontra-do pessoas assaz crédulas que lhes creem nas torpezas. Entretanto, uma pondera-ção bem simples seria bastante a abrir os olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo, que hou-vesse degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de seus atri-butos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao Cristo, já não mais o tereis. Possuem todas as suas virtudes os que se dão como sendo o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutai-lhes as ideias e os atos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades distin-tivas do Cristo; a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha: a cupidez e o orgulho. Notai, ao demais, que neste momento há, em vários países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos S. João ou S. Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos, Tende como certo que são apenas criaturas que exploram a credu-lidade dos outros e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam ouvidos.

Desconfiai, pois, dos falsos profetas, máxime numa época de renovação, qual a presente, porque muitos impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra à sua vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis es-tar certos. - eraSto. (Paris, 1862.)

Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec, capítulo XXI, item 9, Editora FEB.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 11

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Estudando a Gênese

o P r o g r e S S o d e u m P l a n e t a *Normalmente, a encarnação não é uma

punição para o Espírito, conforme pensam alguns, mas uma condição inerente à inferio-ridade do Espírito e um meio de ele progredir. (O Céu e o Inferno, Cap. III, nº 8 e seguintes) À medida que progride moralmente, o Espí-rito se desmaterializa, isto é, depura-se, com o subtrair-se à influência da matéria; sua vida se espiritualiza, suas faculdades e percepções se ampliam; sua felicidade se torna proporcio-nal ao progresso realizado. Entretanto, como atua em virtude do seu livre-arbítrio, pode ele, por negligência ou má vontade, retardar o seu avanço; prolonga, conseguintemente, a dura-ção de suas encarnações materiais, que, então, se lhe tornam uma punição, pois que, por fal-ta sua, ele permanece nas categorias inferiores, obrigado a recomeçar a mesma tarefa. Depen-de, pois, do Espírito abreviar, pelo trabalho de depuração executado sobre si mesmo, a exten-são do período das encarnações.

O progresso material de um planeta acom-panha o progresso moral de seus habitantes. Ora, sendo incessante, como é, a criação dos mundos e dos Espíritos e progredindo estes mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façam do livre-arbítrio, segue-se que há mundos mais ou menos antigos, em graus di-versos de adiantamento físico e moral, onde é mais ou menos material a encarnação e onde, por conseguinte, o trabalho, para os Espíritos, é mais ou menos rude. Deste ponto de vista, a Terra é um dos menos adiantados. Povoada de Espíritos relativamente inferiores, a vida corpó-rea é aí mais penosa do que noutros orbes,

havendo-os também mais atrasados, onde a existência é ainda mais penosa do que na Terra e em confronto com os quais esta se-ria, relativamente, um mundo ditoso.

Quando, em um mundo, os Espíritos hão realizado a soma de progresso que o estado desse mundo comporta, deixam-no para encarnar em outro mais adiantado, onde adquiram novos conhecimentos e as-sim por diante, até que, não lhes sendo mais de proveito algum a encarnação cm corpos materiais, passam a viver exclusivamente da vida espiritual, em a qual continuam a progredir, mas noutro sentido e por outros meios. Chegados ao ponto culminante do progresso, gozam da suprema felicidade. Admitidos nos conselhos do Onipotente, conhecem-lhe o pensamento e se tornam seus mensageiros, seus ministros diretos no governo dos mundos, tendo sob suas ordens os Espíritos de todos os graus de adianta-mento. Assim, qualquer que seja o grau em que se achem na hierarquia espiritual, do mais ínfimo ao mais elevado, têm eles suas atri-buições no grande mecanismo do Universo; todos são úteis ao conjunto, ao mesmo tem-po que a si próprios. Aos menos adiantados, como a simples serviçais, incumbe o desem-penho, a princípio inconsciente, depois, cada vez mais inteligente, de tarefas materiais. Por toda parte, no mundo espiritual, atividade, em nenhum ponto a ociosidade inútil. A coletividade dos Espíritos constitui, de certo modo, a alma do Universo. Por toda parte, o elemento espiritual é que atua em tudo, sob

o influxo do pensamento divino. Sem esse elemento, só há matéria inerte, carente de finalidade, de inteligência, tendo por único motor as forças materiais, cuja exclusivi-dade deixa insolúveis uma imensidade de problemas. Com a ação do elemen-to espiritual individualizado, tudo tem uma finalidade, uma razão de ser, tudo se explica. Prescindindo da espirituali-dade, o homem esbarra em dificuldades insuperáveis.

(*) Título criado exclusivamente para este texto; não consta da referida obra.

Fonte: A Gênese, Allan Kardec, Capítulo XI, Itens 26, 27 e 28, Editora FEB.

Obs.: Leia , para mais esclarecimento, os itens 17 a 32: Encarnações dos Espíritos.

Seleção de textos :Mário Sérgio de S. Esteves

"É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: — E, quando estiveres orando, perdoai." (Lição 45)

"Faze, pois,o bem possível aos teus associados de luta, no dia de hoje, e não te esqueças dos que te acompanham, em espírito, cheios de preocupação e amor." (Lição 76)

"Não nos detenhamos na piedade teórica. Busquemos o amor fraterno, espontâneo, ardente e puro. A caridade celeste não somente espalha benefícios. Irradia também a divina luz." (Lição 99)

"O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível." (Lição 136)

Fonte: Pão Nosso.Espírito : Emmanuel.Psicografia : Francisco Cândido Xavier.

Gotas de Luz

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 12

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André Luiz

Notas Espirituais - Obras de André Luiz

Kardec Esclarece

"A Bondade do Senhor não violenta o cora-ção. O Reino Divino nascerá dentro dele e, à maneira da semente de mostarda que se liberta dos envoltórios inferiores, medrará e crescerá gradativamente, sob os impulsos construtivos do próprio homem". Gúbio

"... a coroa da sabedoria e do amor é conquis-tada por evolução, por esforço, por associação da criatura aos propósitos do Criador. A marcha da Civilização é lenta e dolorosa. Formidando atritos se fazem indispensáveis para que o espírito consiga desenvolver a luz que lhe é própria". Gúbio

"A vida é patrimônio de todos, mas a direção pertence a cada um". Gúbio

"Muito difícil reajustar alguém que não deseja reajustar-se. A ignorância e a rebeldia são efetiva-mente a matriz de sufocantes males". Gúbio

"A vida física é puro estágio educativo, dentro da eternidade, e a ela ninguém é chamado a fim de candidatar-se a paraísos de favor e, sim, à moldagem viva do céu no santuário do Espírito, pelo máximo aproveitamento das oportunidades recebidas no aprimoramento de nossos valores mentais, com o desabrochar e evolver das semen-tes divinas que trazemos conosco". Gúbio

"O trabalho incessante para o bem, a ele-vação de motivos na experiência transitória,

a disciplina dos impulsos pessoais, com amplo curso às manifestações mais nobres do sentimento, o esforço perseverante no infinito bem, constituem as vias de cresci-mento mental, com aquisição de luz para a vida imperecível". Gúbio "Cada criatura nasce na crosta da Terra para enriquecer-se através do serviço à cole-tividade". Gúbio

"Sacrificar-se é superar-se, conquistando a vida maior. Por isto mesmo, o Cristo asseve-rou que o maior no Reino Celeste é aquele que se converter em servo de todos".Gúbio "Um homem poderá ser temido e respei-tado no Planeta pelos títulos que adquiriu à convenção humana, mas se não progrediu no domínio das ideias, melhorando-se e aperfeiçoando-se, guarda consigo mente es-treita e enfermiça. Gúbio

"A criatura para adquirir sabedoria e amor renasce inúmeras vezes, no campo fisioló-gico, à maneira da semente que regressa ao chão. E quantos se complicam, deliberada-mente, afastando-se do caminho reto na di-reção de zonas irregulares em que recolhem experimentos doentios, atrasam, como é natural, a própria marcha, perdendo longo

tempo para se afastarem do terreno resvaladiço a que se relegaram ..." Gúbio

Seleção de textos: Leiliane e Sônia Lúcia

Fonte: Libertação, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 6, Editora FEB.

S e bem que não haja aqui nenhum fato de previsão, menciono, para memória, a fundação da Socieda-

de, por causa do papel que desempenhou na marcha do Espiritismo, e das comuni-cações ulteriores às quais deu lugar. Em torno de seis meses depois, tinha em mi-nha casa, Rua dos Martyrs, uma reunião de alguns adeptos, todas as terças-feiras. O principal médium era a Srta. Dufaux. Se bem que o local não pudesse conter senão quinze a vinte pessoas, às vezes nele se en-contravam até trinta.

Essas reuniões ofereciam um grande interes-se pelo seu caráter sério, e a alta importância das questões que ali eram tratadas; frequen-temente, viam-se ali príncipes estrangeiros e outras personagens de distinção. O local, pouco cômodo pela sua disposição, evidente-mente, tornou-se muito exíguo. Alguns, dos frequentadores, propuseram se cotizar para alugar um mais conveniente. Mas, então, tor-nava-se necessário ter uma autorização legal,

Fundação da Sociedade eSPírita de PariS - 1º de aBril de 1858para evitar ser atormentado pela au-toridade. O Sr. Dufaux, que conhecia pessoalmente o Prefeito de polícia, se encarregou de pedi-la. A autorização dependia também do Ministro do Interior, que era então o general X... que era, sem que o soubéssemos, sim-pático às nossas ideias, sem conhecê-las completamente, e com a influência do qual a autorização que, seguindo uma fieira comum, teria exigido três meses, foi obtida em quinze dias.

A Sociedade foi, então, regular-mente constituída e se reunia todas as terças-feiras, no local que alugara no Palais Royal, galeria de Valois. Ali permaneceu um ano, de 1º de abril de 1858 a 1º de abril de 1859. Não podendo ali permanecer por mais tempo, se reunia, todas as quartas-feiras, num dos salões do restaurante Douix, no Palais Royal, galeria Mon-tpensier, de 1º de abril de 1859 a 1º

de abril de 1860, época em que ela se instalou num local próprio, rua e passa-gem Sainte Anne, 59.

A Sociedade, formada, no princípio, de elementos pouco homogêneos e de pessoas de boa vontade que eram aceitas com relativa facilidade, teve que sofrer numerosas vicissitudes, que não foram um dos menos penosos embaraços de minha tarefa.

aLLan Kardec

Fonte: Obras Póstumas, Allan Kardec, 2ª parte, Editora FEB.

obS.: A Sociedade Espírita de Paris foi o primeiro Centro Espírita do mundo.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 13

continua na PáG.14

Artigo

E nvolvida nos meus estudos diários ma-tinais, me deparei com o livro "Acon-teceu na Casa Espírita", de autoria do

médium Emanuel Cristiano, pelo espírito Nora da Editora Allan Kardec, que esta-va sobre a minha escrivaninha que mais parece uma biblioteca. Ao ler o texto intitulado "Ava-liando a Ameaça", me senti inserida no mesmo. Conforme eu lia, era como se uma voz dissesse aquelas palavras dentro da minha cabeça e me chamou a atenção para diversas atitudes que tomamos, sem percebermos a manipulação daqueles que são contrários aos ensinamentos de Jesus, daqueles que querem atrapalhar o tra-balho da casa, o progresso espiritual. Não pude deixar de transcrevê-lo na íntegra pela impor-tância do alerta e dos ensinamentos passados pelo Mentor Espiritual daquela Casa e que serve para adaptarmos ao nosso convívio diá-rio na Casa Espírita a que estamos vinculados; sabemos que não estamos livres dessas ameaças. Mesmo que o assunto seja estudado regular-mente, nunca é demais nos prevenirmos; não podemos nos distrair, porque os problemas sur-gem imperceptivelmente e, quando nos damos conta, virou uma bola de neve.

Vamos ao texto:"— Irmãos!O Senhor da Vida nos concedeu esta Casa

Espírita como oficina de trabalho junto às criaturas humanas dos dois planos.

Temos encontrado, neste Centro, a alegria do estudo, do socorro e do labor espíritas, possibilitan-do-nos abençoada oportunidade de serviço cristão, em companhia dos confrades encarnados envolvi-dos com o mesmo idealismo.

Contudo, nós, que permanecemos do lado de cá, temos o dever de ampará-los e conduzi-los por caminhos retos, respeitando-lhes, obvia-mente, a faculdade de livre escolha.

O nosso despretensioso trabalho, na seara de Jesus, tem chamado a atenção dos adversários es-pirituais desejosos em aniquilar toda e qualquer disposição de ajuda cristã. No fundo, são al-mas enfermas, profundamente necessitadas de atenção e carinho, que se escondem usando a máscara da maldade que, mais ou menos dia, terá de cair, pois a lei é de progresso para todos.

Por isso, nossas atividades encontram-se ameaçadas!

Neste instante, vários espíritos ainda em aprendizado para o trabalho espiritual se es-pantaram. Alguns ficaram temerosos, acredi-tando que nossos superiores não teriam dispo-sição nem recursos para defesa, o que levou o orientador espiritual a transmitir as seguintes palavras tranquilizadoras:

— Calma meus amigos! Tudo está sob controle. É necessário que nos coloquemos à disposição para fortalecermos nossos irmãos em jornada terrena.

a V a l i a n d o a a m e a ç aPara eles, será uma extraordinária possibilida-de de testemunhar, na prática, tudo aquilo que teorizam a cerca dos ensinamentos de Jesus. Que seria do aluno se a escola periodicamente não lhe aplicasse provas?

A sabedoria divina, através de suas leis, con-trola tudo, monitora tudo e, no mundo de provas e expiações, é natural que o mal predomine, ex-perimentando, constantemente, os que aspiram ao título de seguidores de Jesus.

Não há motivo para medo ou fraqueza moral!Não estamos abandonados por Deus; dis-

pomos de fartos recursos espirituais de defesa; temos ao nosso lado entidades sublimes que nos apoiam, inspiram e garantem nossa proteção.

Permanecemos trabalhando em nome de Jesus; estamos cumprindo, o quanto possível, os desígnios divinos.

Dispomos de todos esses recursos, por isso não há motivo de pânico!

Esta será uma batalha que competirá aos en-carnados vencerem, nós, porém, nos limitaremos a protegê-los, vigiando e orando fervorosamente.

É certo que alguns, pelos sentimentos que nutrem, não mereceriam sequer nosso concurso; entretanto, as tarefas que realizam promovem o bem comum, e pelo trabalho bem feito que exe-cutam, ainda que realizem como "profissionais espíritas" e não como verdadeiros idealistas, nossa proteção se faz sentir pensando no todo da Casa. Ainda que estes "profissionais"nada re-cebam financeiramente, estão sempre em busca dos elogios, da notoriedade e sempre se irritam quando não são citados. Esses, infelizmente, apesar de todo o nosso empenho em protegê-los, ainda que pensando nas tarefas, serão os principais atingidos. Numa atuação isolada, temos mecanismos para evitar o assédio do mal, mas com uma falange tão bem preparada, com mentes inteligentes explorando todas as inferio-ridades humanas, e estes encarnados vibrando no mesmo padrão, será praticamente impossível salvá-los!

É uma pena que o Templo da FraTernidade, entre os conhecedores do evangelho, alguns insistam em ser o exemplo daquilo que Jesus não ensinou.

Contudo, temos que compreender que esses ir-mãos estão em aprendizado, não despertaram ainda, e agem assim por carregarem n’alma as informações espíritas e não a vivência delas.

Mesmo assim, nós que compreendemos mais, devemos tolerá-los, inspirá-los, conduzindo-os para o caminho do bem, porque é da lei divina fazermos ao outro o que gostaríamos que nos fizessem.

Não desejamos estar entre aqueles que apontam as dificuldades criticando maledicentemente, sem apresentarem propostas de ajuda e renova-ção. Desejamos cooperar em silêncio, preferindo

ver no semelhante as virtudes que já conquis-tou, encorajando-o amorosamente para vencer as próprias dificuldades morais; agradecendo, o quanto possível, àquele que, despretensiosa, ver-dadeira e amorosamente, trabalha em benefício da Causa Espírita.

Para isso, temos a sublime oportunidade da mediunidade, que nos possibilita irradiarmos centenas de mensagens singelas, aquelas que, mesmo sem terem condições de serem divulgadas como literatura espírita, calam fundo no coração dos participantes das reuniões de intercâmbio espiritual. Muitas vezes, através de mensagens simples é que os espíritos sublimes falam, porque preferem a simplicidade de coração, os pobres de espírito, os mansos e pacíficos para servir-lhes de intérpretes.

Por isso, não devemos desanimar na tarefa de proteção e inspiração espiritual que nos cabe.

Em contrapartida, possuímos muitos irmãos que, vivendo o Espiritismo, nos possibilitarão atuação mais direta, acalmando e tranquilizan-do as mentes encarnadas, quando os adversários do Evangelho espalharem, pelas mentes despre-paradas, o vírus da fofoca, da intolerância e das disputas.

Estamos acostumados a semelhantes inves-tidas das sombras e sempre tem prevalecido a bondade divina.

Claro que esta instituição corre o risco de ser destruída, principalmente se os frequentadores e trabalhadores se deixarem contaminar pelas influências nocivas dos espíritos perturbadores. Contudo, temos em vários departamentos da Casa companheiros que partiram daqui, da nossa esfera, com a missão de efetuar um traba-lho espírita sério baseado na vivência cristã. Se os malfeitores espirituais exploram as fraquezas humanas, nós podemos estimular as virtudes da alma, afastando, com a vivência dos ensinos de Jesus, as trevas da maldade.

Será mais um período de redobrados cuidados, de incessante trabalho; permitiremos a entrada de certas entidades, para que nossos irmãos em humanidade tenham a condição de darem tes-temunho das suas conquistas espirituais.

É de verdade que, neste processo de envolvi-mento espiritual negativo, muitos se envolverão a ponto de desistir do caminho, reencontrando-o, mais tarde, quando estiverem amadurecidos pela vida.

Aqueles que guardam os ensinos de Jesus apenas nos lábios, os que trabalham por vaidade pura. Os invejosos, melindrosos que não desejam se fortale-cer, cairão nas teias dos malvados invasores, porque vibram na mesma sintonia dos inimigos da verda-de. Outros, os trabalhadores discretos, respeitáveis, desejosos do bem, idealistas, poderão sentir certo envolvimento, entretanto, saberão fazer brilhar a própria luz, sintonizando com planos superiores, protegendo-se naturalmente da infiltração das sombras, contribuindo para a sobrevi-vência e continuidade deste Centro.

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 14

Dia : 12 / 01 / 2014 - 16 horasCulto no Lar de Yolanda de Carvalho

Atividades Doutrinárias

Artigo

Artigo

Toda filosofia contém traços que lhe conferem feição própria, típicos da mensagem que oferta ao contexto

cultural.

A filosofia espírita, obviamente, não foge à regra e apresenta, aliás, de maneira bastante cla-ra, ostensiva, sem subterfúgios, tergiversações e dubiedades, suas características fundamentais que, salvo melhor juízo, são as seguintes:

É afirmativa e não especulativa. Con-substancia-se em uma doutrina que reflete verdades indesmentíveis, respaldadas em ra-ciocínios lógicos e em fatos empiricamente observáveis.

É de origem espiritual e não humana, pois foi revelada por Inteligências dos Planos Su-periores do Além e não fundada pelas ideias de um homem.

É evolutiva e não estacionária; aberta para conhecimentos novos adquiridos cientifica-mente.

Não se baseia em teorias isoladas de sabor místico, já que resulta da universalidade do ensino dos Espíritos.

Não é sectarista, uma vez que esclarece e conforta sem catequizar.

Não é complicada e hermética, obscura ou de compreensão dificultosa; muito ao contrário,

VariaçõeS SoBre a FiloSoFia eSPírita : SuaS caracteríSticaS

reveste-se de extrema singeleza, mostrando-se acessível a qualquer pessoa.

Finalmente, para não ir mais longe como seria possível, nada tem de proibitivo, dog-mático. Informa sem impor, respeitando sempre o livre-arbítrio individual.

Graças a estes predicados a Filosofia Espíri-ta, comprometida com o bem, liberta a criatu-ra do mal sem ofendê-la em sua imaturidade, sem agredi-la em seus direitos naturais, inclu-sive o direito de se iludir e aprender com a experiência, sem perturbá-la, enfim, exploran-do-lhe os medos e fraquezas com noções fora da realidade existencial.

Precisamos nos conservar atentos para as características da Filosofia codificada por Kardec, a fim de distribuir eficientemente as luzes que dela emanam.

Nossos esforços de divulgação doutrinária devem ser pautados em uma linha de equi-líbrio que leve em conta o presente estado evolutivo da Humanidade. Significa isso que não podemos ser elitistas, nem vulga-res. Incidiremos em erro tanto expondo a Filosofia Espírita de uma forma sofisticada, quanto ensinando-a de maneira agradável para quem deseja permanecer na ignorância.

Ao afirmar que o Espiritismo é o Consola-dor prometido por Jesus estamos admitindo

a tese de que ele não se dirige aos "doutos" e aos "sábios" deste mundo, assim como não se preocupa em incomodar os "hereges" e "pecadores" renitentes que se julgam felizes morando no castelo da fantasia. Destina-se aos homens de boa vontade que aspiram à paz na Terra, ante a glória de Deus nas alturas.

Portanto, temos necessidade de perceber as características essenciais da Filosofia Espírita para presenteá-la corretamente aos semelhan-tes.nazareno tourinHo

Fonte: Reformador – abril, 1994

a V a l i a n d o a a m e a ç a

Talvez estes tenham o coração ferido, a alma magoada, mas saberão compre-ender os companheiros desequilibrados,

perdoando-os por ainda não conseguirem dar o testemunho cristão; e à medida que suportarem as agulhadas das imperfeições humanas, have-rão de progredir granjeando naturalmente a simpatia de espíritos superiores.

Não podemos exigir das criaturas aquilo que não conquistaram. Cada um dá o que possui! Infelizmente, muitos não sabem valorizar a honra dos testemunhos em favor do Evange-lho. Outros esquecem que a Casa Espírita é um Templo sagrado, onde se exaltam os valores do Cristo através da fraternidade.

Além do mais, continuou o mentor mudan-do o rumo da exposição, centenas de espíritos enganadores alcançarão libertação; poderemos tocá-los com a mensagem evangélica convi-dando-os a transformação moral. Na grande

família universal, da qual Deus é o responsável, ninguém se perderá para sempre! O Pai é real-mente sábio, permite certas infiltrações que, de início, parecem terríveis, exatamente para fazer a humanidade progredir mais depressa.

Portanto, estejamos confiantes! Precisaremos encorajá-los no bem, estimulando-os à fra-ternidade, quando estiverem no capítulo das provações.

Evitemos os comentários desnecessários. Per-maneçamos, diante desses acontecimentos, em silêncio absoluto, falando sobre eles o estrita-mente necessário, a fim de colocarmos a cari-dade em ação.

Mensagens preventivas solicitando mais traba-lho, vigilância, tolerância e oração nas tarefas de benemerência, estão sendo redigidas e posterior-mente serão veiculadas através da mediunidade, com objetivo de esclarecê-los previamente e de modo geral, sobre as infiltrações espirituais.

Já foram expedidas convocações para os es-píritos protetores de todos os encarnados, que executam qualquer tarefa neste templo cristão, solicitando comparecimento em reunião de es-tudo, onde solicitaremos o concurso deles para vigiarem seus tutelados mais intensamente, ajudando-os a vencerem os ataques das trevas.

Agora, disse o tarefeiro finalizando a exposição, me compete alertar pessoalmente os dirigentes encarnados deste posto de serviço. Quanto a nós, sigamos com tranquilidade, porém, alerta, guar-dando confiança em Deus, em nós mesmos e, principalmente, nos confrades envoltos na matéria densa".

marLi abinadSer

( continuação - PáG.13)

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 15

Artigo

d i V u l g a ç ã o d o e S P i r i t i S m o

O Espiritismo, bem compre-endido, é um preservativo da loucura. (Allan Kardec)

Cabe aos espíritas a propagação do Es-piritismo. Mas de que forma?

Antes de qualquer coisa, devemos nos perguntar se de fato estamos certos do caminho que escolhemos para a nossa vida religiosa. Para que possamos di-fundir uma filosofia, vamos precisar de vontade e determinação. Temos que estar atentos ao momento apropriado para dizer uma palavra, um consolo, afastando de nós o desejo equivocado de fazer proselitismo. Não é esse o ca-minho do Espiritismo. Portanto, sem aquela certeza que se acomoda confor-tavelmente em nosso coração, não con-seguiremos passar nenhuma verdade para quem quer que seja.

Kardec não disse apenas: o Espiritis-mo é um preservativo da loucura. Ele chamou a nossa atenção dizendo: bem compreendido. Vontade, determinação e trabalho pessoal, com esses recursos poderemos dar início à nossa caminha-da rumo à divulgação do Espiritismo.

Embora façamos parte de um grupo, a divulgação da Doutrina não se prende aos muros da casa espírita. Nós, espíri-tas, não estamos encarregados da tarefa de divulgação somente para os que che-gam aos centros. Vai além. E propagar o Espiritismo não é apenas sair por aí dizendo o que lemos nos livros da codi-ficação ou em obras complementares.

Divulgamos com o nosso comporta-mento, com a nossa postura diante de situações comuns do dia a dia, com a maneira que lidamos com as pessoas que têm opiniões diferentes das nossas, com o nosso senso de preservação do meio ambiente. É um conjunto de situ-ações. Nada em Espiritismo é isolado. Seria um contrassenso. E é por isso que essa Doutrina surpreende a cada passo que damos para o seu conhecimento.

É inclusiva. É para todos e para tudo. É importante refletirmos sobre as pala-vras de eraSto: É chegada a hora em que deveis sacrificar os vossos hábitos,

"É chegada a hora em que deveis sacrificar os vossos hábitos, vossos trabalhos e vossas ocupações fúteis para a sua propagação. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Por certo falareis a pessoas que não querem ouvir a voz de Deus, pois essa voz, incessantemente, os faz lembrar da abnegação". (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 20, Item 4 – Missão dos Espíritas – Erasto, Paris, 1863).

vossos trabalhos e vossas ocupações fú-teis. Só conseguiremos alcançar esse ob-jetivo com a consciência de que estamos no caminho certo. Sem essa certeza não teremos ânimo e alegria. É muito difí-cil? Talvez fosse um fardo muito pesado se não pudéssemos contar com a ajuda dos amigos espirituais. Mas podemos! Até porque é o desejo deles que o Es-piritismo, com seus ensinamentos con-soladores e libertadores, alcancem todas as criaturas. Quando nos esforçamos na realização de algo nobre, sem interesses pessoais apenas, teremos, sem dúvida, o apoio dos espíritos elevados. Portanto, tenhamos coragem e confiança.

A persistência e o nosso posiciona-mento sustentado pelos ensinamentos evangélicos são fundamentais para o tra-balho de divulgação. E aí sim veremos a semeadura do Bem se multiplicar. E não aguardemos resultados de curto prazo. Jesus trouxe sua mensagem há mais de dois mil anos e nós ainda, muitas vezes, caminhamos a passos bem lentos.

A Terra vive momentos de agonia, de-salento, incertezas, mas o Espiritismo está presente com todos os recursos para consolar qualquer tipo de dor, para es-clarecer qualquer dúvida. É importante que todas as pessoas façam essa consta-tação para que a fé no futuro não perca sua luminosidade.

Jesus nos recomendou algo muito im-portante, mas que às vezes não colocamos em prática: vigiai e orai. O trabalho no Bem, por mais tímido que possa parecer incomoda àqueles com interesses con-trários, pois transformar-se dá trabalho e dói muito. Então, sejamos firmes, vi-giando e orando como Jesus aconselhou para não enfraquecermos e tampouco nos transviarmos. "Atenção, porque muitos se transviaram entre os que foram chamados para o Espiritismo. Observai, portanto, o vosso caminho e procurai a verdade".

Se agirmos com comprometimento, desejo sincero, estudo, amor, vigilância e oração, nenhum investimento hos-til, por mais sutil que seja, nos pegará desprevenidos. Se esse foi o destino que

escolhemos, se nos faz pessoas melho-res, mais alegres, em paz, sigamos va-lentes com essa fé raciocinada que o Espiritismo nos apresentou e tomemos como modelo o Mestre Jesus e não o companheiro que está em condições se-melhantes à nossa no que diz respeito às conquistas morais. Não. Desse jeito nos perderemos pelo caminho.

O exemplo maior é que deve ser se-guido. Não vamos exigir dos outros algo que nem sabemos se estamos pre-parados para oferecer. Olhemos para o Mestre Jesus, para nós e para a causa.

Fernanda barboSa eLiaS

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 16

A Família na Visão Espírita

Acesse oboLetim cLareando

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Curso :

A Família na Visão Espírita

Dia- todas as terças-feiras.Hora- 19:30.Local- Centro Espírita Irmão Clarêncio.eStudo aberto a todoS oS intereSSadoS.

Janeiro:Dia 14 - Abertura / ApresentaçãoDia 21 - O Lar, a primeira escola – Ângulo reto para a Evolução.Dia 28 - Namoro: finalidade e ação espiritual; valorização da sexualidade no namoro.

“ Dedica uma das sete noites da semana ao Culto do Evangelho no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar em tua casa.”Joanna de ÂngelisFonte : S.O.S. FamíliaMédium: Divaldo Pereira Franco

P a r e n t e S

A casualidade não se encontra nos laços da parentela. Prin-cípios sutis da Lei funcionam

nas ligações consanguíneas. Impelidos pelas causas do passado a reunir-nos no presente, é indispensável pagar com alegria os débitos que nos imanam a al-guns corações, a fim de que venhamos a solver nossas dívidas para com a Hu-manidade.

Inútil é a fuga dos credores que respi-ram conosco sob o mesmo teto, porque o tempo nos aguardará implacável, cons-trangendo-nos à liquidação de todos os compromissos. Temos companheiros de voz adocicada e edificante na propagan-da salvacionista, que se fazem verdadeiros trovões de intolerância na atmosfera casei-ra, acumulando energias desequilibradas em torno das próprias tarefas.

Sem dúvida, a equipe familiar no mundo nem sempre é um jardim de flores. Por vezes, é um espinheiro de preocupações e de angústias, reclaman-do-nos sacrifício. Contudo, embora necessitemos de firmeza nas atitudes para temperar a afetividade que nos é própria, jamais conseguiremos sanar as feridas do nosso ambiente particular com o chicote da violência ou com o emplastro do desleixo.

Mas se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel. - Paulo. I Timóteo, 5:8

Consoante a advertência do Apóstolo, se nos falha o cuidado para com a pró-pria família, estaremos negando a fé. Os parentes são obras de amor que o Pai Compassivo nos deu a realizar. Ajudemo-los, através da cooperação e do carinho, atendendo aos desígnios da verdadeira fraternidade.

Somente adestrando paciência e com-preensão, tolerância e bondade, na praia estreita do lar, é que nos habilitaremos a servir com vitória, no mar alto das gran-des experiências.

emmanueL.

Fonte: Fonte Viva, médium Francisco Cândido Xavier, Editora FEB.

Seleção de textos :Mário Sérgio de S. Esteves

"Que os ignorantes e os cegos da alma falem desordenadamente, pois não sabem, nem veem...Tu, porém, acautela-te nas criações verbais, como quem não se esquece das contas naturais a serem acertadas no dia próximo." (Lição 16)

"Os que conhecem espiritualmente as situações, ajudam sem ofender, melhoram sem ferir, esclarecem sem ofender, melhoram sem ferir, esclarecem sem perturbar. Sabem como convém saber e aprenderam a ser úteis." (Lição 44)

"Oferecer a face esquerda, depois que a direita já se encontra dilacerada pelo agressor, é chamá-lo à razão enobrecida, reintegrando-o, de imediato, no reconhecimento de perversidade que lhe é própria" (Lição 63)

Fonte: Vinha de Luz.Espírito : Emmanuel.Psicografia : Francisco Cândido Xavier.

Gotas de Luz

Clareando / Ano XI / Edição 124 / Janeiro . 2014 - Pág . 17

Suplemento Infantojuvenil

Aviso Importante

Temos evangelização para crianças nos mesmos horários das Reuniões Públicas, e para jovens, nos horários das Reuniões Públicas Noturnas.

Querido leitorIndicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião .Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos?

Dica do mês :meu primeiro amorAutora: Adeilson SallesEditora FEB

O EncOntrO InEspEradO

H á muito, muito tempo atrás, existiu um menino que era muito pobre. Vestia-se de andrajos e morava com seus pais numa humilde choupana. Muitas vezes a alimenta-

ção era insuficiente, pois seu pai era lenhador e ganhava pouco com seu trabalho.

O garoto apreciava música, pois era dono de um temperamento sensível e afetuoso, e sonhava em possuir um pífano, espécie de flauta muito usada na época. Mas, por ser muito pobre, ele sabia que seu pai nunca poderia lhe comprar um pífano.

Apesar disso, André não se desesperava. Continuava a auxiliar o pai em suas tarefas com dedicação e otimismo

Sonhava também em conhecer o Messias, que, diziam, viria para derrubar os romanos e construir o Reino de Deus na Terra.

André até ouvira dizer que ele já fora visto e, com o coração reple-to de emoção, o menino sonhava com o dia em que se encontraria com Ele, o salvador dos judeus.

Certo dia, André internara-se na mata em busca de lenha. O sol já estava a pino e ele sentia-se faminto e exausto de tanto caminhar.

Sentou-se num tronco à sombra de uma árvore e abriu a mochila para ver o que sua mãe mandara para ele comer.

Nisso, ouviu o ruído de folhas secas e leves passos que se aproximavam. A princípio, viu apenas os pés sujos sob as alpercatas simples de couro e cobertas pelo pó das estradas. Deveria ter andado muito.

André elevou os olhos e viu um homem vestido com uma tú-nica rústica de algodão. Seus cabelos eram repartidos ao meio, à nazarena, e caíam-lhe sobre os ombros. No semblante calmo que irradiava paz, dois olhos azuis o fitavam.

O menino sentiu uma emoção diferente ao ver aqueles olhos lúcidos e tristes.

O desconhecido estendeu a mão, de dedos longos e finos, e tocou-lhe a cabeça.

Comovido sem saber o porquê, André convidou-o para sentar-se.— Senhor, deve estar cansado. A julgar pelo estado de suas sandálias,

presumo que deve ter percorrido longas distâncias.O homem concordou com leve sorriso, e sentou-se.André percebeu que o estranho pousou o olhar em sua mochila,

e disse:— O senhor deve estar faminto. Tenho aqui alguma coisa para

comer que minha mãe colocou. Vamos repartir.Abriu o embornal e, enfiando a mão, encontrou apenas um pe-

daço de pão duro.Seus olhos encheram-se de lágrimas. "Pobre mãezinha — pensou —,

nada mais tinha para lhe oferecer a não ser um pedaço de pão amanhe-cido."

Titubeou. Se desse o pão para o desconhecido, ficaria sem nada. E estava com tanta fome! Mas foi um segundo só. Com decisão, tirou o pedaço de pão da mochila e estendeu a mão oferecendo-o ao estranho.

— Tome. Pode comer. Não estou com fome. Fiz uma refeição antes de sair de casa e pretendo voltar logo.

O homem pegou o pedaço de pão e comeu-o devagar. Ao termi-nar, disse ao garoto:

— Tem bom coração, André.— Como sabe meu nome? — perguntou, surpreso.— Não importa. Você saciou a minha fome e não se arrependerá.

Meu Pai que está nos céus saberá recompensá-lo.Levantou-se e disse com doçura:— E não se esqueça, meu filho. Faça sempre aos outros o que

gostaria que os outros lhe fizessem e será feliz.O garoto viu o estranho que se afastava e gritou:— Nem sei como se chama, senhor!Mas o desconhecido já desaparecera numa curva do caminho.André apressou-se em voltar para casa. Só então percebeu que não

sentia mais fome; estava saciado. Queria contar aos pais o encontro que tivera e que tanto o impressionara.

Lá chegando, viu o pai todo sorridente vir ao seu encontro:— Deus é muito bom, meu filho! Nossos problemas terminaram.

Consegui um serviço que vai nos render um bom dinheiro!E, tirando um objeto das dobras da túnica, completou: — Trouxe-lhe

um presente que encontrei à beira da estrada. Veja!Era um lindo pífano ! O garoto, radiante, agradeceu efusivamente

ao pai e, tocando as primeiras notas do instrumento, lembrou-se do desconhecido que encontrara naquela manhã e, sem saber a razão, sentiu que devia todas aquelas bênçãos a Ele.tia céLia

Fonte: Revista O Consolador, Edição 291 - (www.oconsolador.com.br).