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BOLETIM DE FISCALIDADE

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Page 1: Boletim de fiscalidade 12015 - IRT

       

BOLETIM DE FISCALIDADE

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                                                 Este  Boletim  contém  informação  de  carácter  genérico  e  não  dispensa  a  consulta                                            dos  documentos  oficiais,  nem  substitui  um  aconselhamento  profissional  adequado.    2/7      

BDF n.º 1/2015 08 de Janeiro 2015

   

Está em curso o processo da Reforma Tributária do Sistema Fiscal Angolano, e no dia 01 do mês em curso (Janeiro), entrou em vigor o novo Código do Imposto Sobre o Rendimento do Trabalho (CIRT), aprovado pela Lei n.º 18/14, de 22 de Outubro

 Apresentamos em síntese os principais aspectos constantes do referido diploma.

I. Base do Imposto

O IRT incide sobre os rendimentos por conta própria e por conta de outrem, expressos em dinheiro, ainda que auferido em espécie.

Rendimentos Sujeito?

Sim Não Ordenados, Vencimentos, Salários, Honorários, Avenças, Gratificações, Subsídios, Prémios, Comissões, Senhas de Presença, Emolumentos...

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Abonos por Falhas ü

Subsídios diários de representação ü

Subsídios de viagens ü

Subsídios de deslocações ü

Prestações sociais pagas pelo INSS

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Gratificações de fim de carreira devidas no âmbito da relação jurídico-laboral

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Abonos por falhas, em montante que não ultrapassem o limite máximo estabelecido para os funcionários públicos

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Abono de família, em montante que não ultrapasse o limite máximo de 5% (cinco por cento) do ordenado base mensal do trabalhador

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As contribuições para segurança social

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Os subsídios de renda de casa até ao limite de 50% (cinquenta por cento) do valor do contrato de arrendamento

ü As compensações pagas a trabalhadores por rescisão contratual que não ultrapassem os limites máximos previstos na Lei Geral do Trabalho.

ü

Os subsídios diários de alimentação e transporte atribuídos aos trabalhadores dependentes, até ao limite de Kz 30.000,00 (Trinta mil kwanzas) do seu valor mensal global

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O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a imposto industrial ou a outros regimes especiais de tributação, quando deslocados em serviço da entidade patronal desde que estas despesas se encontrem devidamente documentadas nos termos do Código do Imposto Industrial e legislação complementar.

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As gratificações de férias e o subsídio de natal até ao limite de 100% (cem por cento) do salário base do trabalhador

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                                                 Este  Boletim  contém  informação  de  carácter  genérico  e  não  dispensa  a  consulta                                            dos  documentos  oficiais,  nem  substitui  um  aconselhamento  profissional  adequado.    3/7      

MC = Matéria Colectável TD = Todas as remunerações CS = Contribuições para Segurança Social (3%) RNS = Rendimentos Não Sujeitos

Notas:

1. Os rendimentos do Grupo A – Trabalhadores por Conta de Outrem - correspondem a todas as remunerações expressas em dinheiro, ainda que auferida em espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicas ou ocasionais, fixas ou variáveis, independentemente da sua proveniência, local, moeda forma estipulada para o seu cálculo e pagamento.

2. Não pode ser atribuído ao trabalhado do Grupo A rendimento líquido disponível superior ao valor constante do seu contrato a título de remuneração.

3. Para os rendimentos pagos ao Grupo B – Trabalhadores por Conta Própria - por pessoas colectivas ou singulares sem contabilidade organizada, a matéria colectável apura-se com base na contabilidade do sujeito passivo ou com base nos registos disponíveis sobre compras e vendas e serviços prestados, ou ainda com base nos dados que a administração fiscal disponha.

4. No apuramento do rendimento do Grupo B nas condições mencionadas no ponto anterior, são deduzidos encargos com: a) Renda da instalação; b) Remuneração do pessoal permanente não superior a 3 (três); c) Consumo de água e energia eléctrica; e) Comunicações; d) Seguros com o exercício da actividade; Outras despesas indispensáveis. Essas despesas devem corresponder 30% do rendimento bruto do contribuinte, desde que não possua contabilidade organizada.

5. A determinação da matéria colectável para o Grupo C – Todas as remunerações percebidas pelo desempenho de actividades industriais e comerciais - é o constante da Tabela dos Lucros Mínimos. Sempre que, o volume de facturação é 4 (quatro) vezes superior ao valor máximo correspondente, à sua actividade na Tabela de Lucros Mínimos, a matéria colectável corresponde ao volume de vendas de bens e serviços não sujeitos à retenção na fonte, no decorrer do exercício.

6. Quando o contribuinte do Grupo C preste serviços sujeitos à retenção na fonte a pessoas colectivas ou singulares com contabilidade organizada, a matéria colectável corresponde ao valor do serviço prestado.

7. Devem ser acrescidos aos rendimentos, para efeitos da determinação da matéria colectável, os valores despendidos para pagamentos em espécie, tais como: a) géneros alimentares; b) alojamento; c) quaisquer outros encargos ou obrigações suportados pela entidade empregadora à favor do contribuinte. Essa remunerações em espécie são computadas pelo seu custo, determinado prioritariamente pelos elementos constantes dos registos em poder da entidade patronal ou do beneficiário.

Trabalho por conta de outrem

MC = TD – CS - RNS

Trabalho por conta própria

70% dos rendimentos

II. Determinação da Matéria Colectável

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Onde: AP = Apuramento PF = Parcela Fixa prevista na Tabela anexa ao CIRT Taxa = Taxas previstas na Tabela anexa ao CIRT ERA = Excesso relativamente ao Rendimento do escalão anterior ERA = (Matéria Colectável – Rendimento máximo da categoria anterior)

RF = Retenção na Fonte MC = Matéria Colectável RNF = Rendimento Não Sujeito a Retenção na Fonte RSF= Rendimento Sujeito a Retenção na Fonte (Valor do Serviço)

Notas:

8. A entidade empregadora responsável pela liquidação e entrega do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A, devem entregar no mês de Fevereiro uma declaração anual (Modelo 2), em que conste a seguinte informação, discriminada por beneficiário, relativa ao exercício fiscal anterior: a) Nome completo e morada; b) Número de identificação fiscal; c) Número de Segurança Social; d) Valor global dos rendimentos pagos; e) Montante total de imposto pago no exercício anterior.

9. A entidade responsável pela liquidação e entrega do imposto devido pela atribuição de rendimentos dos Grupos B e C, devem entregar no mês de Fevereiro uma declaração anual (Modelo 2), em que conste a seguinte informação, discriminada por beneficiário, relativa ao exercício fiscal anterior: a) Nome completo e morada; b) Número de identificação fiscal; c) Número de Segurança Social; d) Valor anual dos rendimentos pagos; e) Montante anual de imposto entregue.

10. Os Modelos podem ser substituído pela entrega da informação em suporte digital ou mediante a submissão electrónica, nos termos regulamentares.

11. Para a entrega do imposto apurado pela atribuição dos rendimentos do Grupo A, os salários devem ser processados por todas as entidades em mapas de remunerações mensais, sempre que se trate de mais de 3 (três) trabalhadores, neles incluído os trabalhadores isentos.

12. A entidade empregadora deve emitir mensalmente os comprovativos (recibos) relativos às remunerações pagas, devidamente assinados pela gerência ou administração, ou por um funcionário (mandatado) e deve conter o carimbo da empresa. Deve a entidade empregadora enviar o recibo ao trabalhador (incluindo pela via electrónica). O incumprimento deste preceito é sancionado nos termos do Código Geral Tributário.

13. Verificando-se a falta de liquidação do imposto ou a liquidação de importância inferior à devida, a entidade responsável pela entrega pode proceder às liquidações adicionais, desde que não tenha iniciado procedimento de fiscalização.

 

III. Apuramento do Imposto e Pagamento

Grupos de Tributação Liquidação/Apuramento Periodicidade do Pagamento Responsabilidade

Grupo A AP = PF + (Taxa x ERA) Até ao final do mês seguinte Entidade empregadora

Grupo B RF = MC x 15% Até ao final do

mês seguinte Entidade pagadora

AP = MC x 15% Até ao final do mês de Fevereiro Contribuinte

Grupo C

AP = MC x 30% Até ao final do mês de Fevereiro Contribuinte

AP = RNF x 6,5% Até ao final do mês de Fevereiro Contribuinte

RF = RSF x 6,5% Até ao final do mês seguinte Entidade pagadora

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Notas:

14. Pelas omissões, inexactidões e outras infracções tributarias, são responsáveis, solidariamente entre si e com a entidade patronal, os gerentes e administradores das pessoas colectivas de direito privado, bem como gestores das pessoas colectivas de direito público.

15. As multas são sempre reduzidas a metade, quando a entidade responsável pela entrega do imposto procede ao cumprimento da obrigação (voluntariamente) dentro dos 30 (trinta) dias subsequentes ao prazo vencido (em que devesse ter sido feito).

IV. Penalidades

O novo CIRT define um conjunto de penalidades não estavam especificadas no código anterior.

Penalidades

Falta, Inexatidão ou Omissão da declaração Aplicam-se as multas previstas no termos do Código Geral Tributário.

Atraso na apresentação da escrita e da declaração

Para contribuintes do grupo B e C, aplica-se a pena de multa no valor mínimo de Akz 50.000,00 para os atrasos superiores a 30 (trinta) dias, contados a partir do dia 1 de Abril de cada ano; Aplica-se a multa de Akz 300.000,00 em caso de, no exercício económico seguinte, o contribuinte não observar esse prazo. Multa adicional de Akz 100.000,00 em caso do contribuinte não regularizar a sua escrita e apresentar a declaração, dentro dos 30 dias subsequentes à notificação da Administração Tributária; Aplica-se a pena de multa de Akz 500.000,00 em caso de, no exercício económico seguinte, o contribuinte não observar esse prazos.

Em caso da entidade responsável pela entrega do imposto não apresentar a declaração do Modelo 2 até Fevereiro do ano seguinte, aplica-se a pena de multa de Akz 4.000,00 por cada nome que deve constar na referida declaração anual.

Não conservação de documentos

Aplica-se a pena de multa de Akz 200.000,00 em caso da documentação contabilística e os documentos e registos que sirvam de suporte às declarações dos contribuintes não serem conservados por um prazo de 5 (cinco) anos, ou se na escrituração dos mesmos existirem omissões e informações fraudulentas.

Falta de retenção

Em caso das entidades obrigadas à retenção de imposto na fonte não cumprirem com essa obrigação, aplica-se a pena de multa num valor não inferior a Akz 50.000,00.

Incumprimento total ou parcial

Na falta de entrega do imposto, ou na entrega de quantia inferior à descontada, aplica-se a pena de multa igual ao dobro do quantitativo do imposto em falta, sem prejuízo de procedimento criminal se se presumir a existência de crime.

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Tabela de Taxas anexa do CIRT (n.º 1 do art.º 16)

Rendimentos Parcela

Fixa Taxa

Até 34.450,00 Isento De 34.451,00 a 35.000,00 Excesso de 34.450,00 De 35.5001,00 a 40.000,00 550,00 + 7% Sobre o excesso de 35.000,00 De 40.001,00 a 45.000,00 900,00 + 8% Sobre o excesso de 40.000,00 De 45.0001,00 a 50.000,00 1.300,00 + 9% Sobre o excesso de 45.000,00 De 50.001,00 a 70.000,00 1.750,00 + 10% Sobre o excesso de 50.000,00 De 70.001,00 a 90.000,00 3.750,00 + 11% Sobre o excesso de 70.000,00 De 90.001,00 a 110.000,00 5.950,00 + 12% Sobre o excesso de 90.000,00 De 110.001,00 a 140.000,00 8.350,00 + 13% Sobre o excesso de 110.000,00 De 140.001,00 a 170.000,00 12.250,00 + 14% Sobre o excesso de 140.000,00 De 170.001,00 a 200.000,00 16.450,00 + 15% Sobre o excesso de 170.000,00 De 200.001,00 a 230.000,00 20.950,00 + 16% Sobre o excesso de 200.000,00 Mais de 230.001,00 25.750,00 + 17% Sobre o excesso de 230.000,00

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