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Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica ___________________________________________________________________________________________________________ maio - 2015 BNDES RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA FOCO 01/2015 ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE AKARUI

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Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

___________________________________________________________________________________________________________

maio - 2015

BNDES RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA – FOCO 01/2015

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO

SEMEANDO SUSTENTABILIDADE

AKARUI

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

_______________________________________________________________________________________________

2

SUMÁRIO

FICHA RESUMO DO PROJETO .................................................................................................... 3

1. CARACTERÍSTICAS E INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE O PROPONENTE ..................... 4

A) IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................................. 4

B) HISTÓRICO ......................................................................................................................... 4

C) ESTRUTURA E GESTÃO ................................................................................................... 6

D) ARTICULAÇÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES................................................................ 7

E) DADOS ECONÔMICO-FINANCEIROS ............................................................................... 9

F) SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DA INSTITUIÇÃO ....................................................... 11

2. CAPACIDADE TÉCNICA, GERENCIAL E ORGANIZACIONAL ............................................ 12

3. O PROJETO - ATIVIDADES TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA ....................... 17

4. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E SOCIAL DA RESTAURAÇÃO ............................................. 27

5. CUSTOS ....................................................................................... Erro! Indicador não definido.

6. CADEIA PRODUTIVA, CAPACITAÇÃO E GERAÇÃO DE RENDA ....................................... 34

7. INTERAÇÃO COM ATIVIDADES PÚBLICAS OU PRIVADAS ............................................... 37

8. PERFIL DOS PROPRIETÁRIOS DOS IMÓVEIS ................................................................... 39

9. MONITORAMENTO E DOCUMENTAÇÃO ............................................................................ 44

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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FICHA RESUMO DO PROJETO

AKARUI

SEMEANDO SUSTENTABILIDADE

VALOR TOTAL DO PROJETO1 (EM R$)

Prazo de implantação do projeto*: 48 meses

* Prazo máximo: até 48 meses

Projeto: Semeando Sustentabilidade

Propõe a restauração ecológica de 220ha de Mata Atlântica nos municípios de São Luiz do

Paraitinga e Natividade da Serra – SP, sendo 130ha em Áreas de Preservação Permanente de

propriedades rurais e 90ha dentro do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia.

O projeto contempla: plantio total, adensamento, condução da regeneração natural e enrique-

cimento com sementes de palmeira Juçara desenvolvidas com base agroecológica e que

orientam a produção de mudas em viveiros locais; parcelas amostrais para monitoramento da

restauração; diversos processos de capacitação atendendo proprietários e agricultores,

professores, mulheres e viveiristas regionais inseridos na cadeia produtiva da restauração;

ações de comunicação e de divulgação em folder e site institucional; contratação de equipe e

estruturação do gerenciamento geral do projeto. O projeto acontecerá em 48 meses num valor

total de R$3.587.477,30.Todas as ações são articuladas e integradas a políticas públicas locais

e estaduais de restauração ecológica das bacias dos Rios Paraitinga e Paraibuna.

RECURSOS FINANCEIROS PARA O PROJETO VALOR (R$)

BNDES 3.587.447,30

Contrapartida financeira (especificar) 0,00

TOTAL 3.587.447,30

1 No valor total do projeto deverá ser incluída a eventual contrapartida financeira. A participação do BNDES poderá ser

de até 100% dos itens financiáveis.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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1. CARACTERÍSTICAS E INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE O PROPONENTE (máx. 8

páginas)

A) IDENTIFICAÇÃO

INSTITUIÇÃO: AKARUI UF: SP CNPJ: 05846294/0001-90

ENDEREÇO: RUA CABO JOSÉ BENEDITO SALINAS, 518, SÃO BENEDITO, SÃO LUIZ DO PARAITINGA – SP

SÍTIO ELETRÔNICO: www.akarui.org.br

RESPONSÁVEIS LEGAIS DA INSTITUIÇÃO

NOME COMPLETO CARGO CPF

CRISTIANE AP. DE PAIVA BITTENCOURT DIRETORA GERAL 185644478-35

GUIDO JORGE MARTINS DIRETOR FINANCEIRO 003.140.568-15

CONTATO PRINCIPAL DO PROJETO2

NOME COMPLETO CARGO/FUNÇÃO TELEFONE/FAX E-MAIL

DANIELA COURA ASSOCIADA (12)3671-2337 DANIELA.COURA@AKARUI.

ORG.BR

OUTROS CONTATOS DA

INSTITUIÇÃO PARA O PROJETO

CARGO/FUNÇÃO TELEFONE/FAX E-MAIL

Cristiane Bittencourt Diretora (12) 3671-2337 [email protected]

B) HISTÓRICO

Apresentar breve histórico dos trabalhos e atividades desenvolvidos nas regiões e

localidades de atuação.

A OSCIP AKARUI foi idealizada e fundada no ano de 2004, com o principal objetivo de atuar no

Bioma Mata Atlântica, em especial com projetos direcionados às comunidades da Zona de

Amortecimento da Unidade de Conservação - Parque Estadual da Serra do Mar, Municípios de

São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra. Os primeiros projetos desenvolvidos tinham por

objetivo geral a Restauração Florestal, com foco para repovoamento da palmeira Juçara no

entorno da Unidade de Conservação, bem como uso sustentável do fruto da Juçara.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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Posteriormente, em trabalhos de desenvolvimento organizacional, a OSCIP definiu 04 linhas

principais de atuação que vem direcionando suas ações e articulação com parceiros: Restauração

Florestal, Fortalecimento Comunitário e de Cadeias Produtivas Rurais, Planejamento Territorial e

Educação Ambiental. Importante, destacar que nestes anos de amadurecimento institucional a

OSCIP definiu como valor os trabalhos em Agroecologia, adotando como forma de condução de

projetos práticas de manejo sustentável, apoio às tecnologias de baixo impacto ambiental,

envolvimento e empoderamento comunitário, segurança alimentar e valorização da cultura e

modo de vida do campo. Com definição de território de atuação na Bacia do Paraitinga e na Bacia

do Paraibuna, a AKARUI registra os seguintes PROJETOS DESENVOLVIDOS E EM

EXECUÇÃO: 1. Manejo da Juçara: com foco na recomposição e manejo sustentável da Palmeira

Juçara no Bioma Mata Atlântica – Zona de Amortecimento (Z.A.) do Parque Estadual da Serra do

Mar em que, além de repovoar áreas com a espécie ameaçada de extinção, promoveu a

capacitação de comunidades rurais para uso sustentável da polpa da Juçara e sua

comercialização para o Programa Nacional de Alimentação Escolar; 2. Projeto Fehidro I - Análise

físico-ambiental da Bacia do Rio do Chapéu: subsídio a ações preventivas e mitigadoras do

assoreamento, da qual foi produzido o Banco de Dados, os Mapas Temáticos e Informações

Sociais do território da Bacia do Chapéu, ferramenta tecnológica que hoje pode subsidiar a

execução de políticas públicas eficientes naquele território, que se encontra em parte na Unidade

de Conservação – Núcleo Sta. Virgínia e na sua Z.A.. 3. Projeto Fehidro II - Recuperação físico-

ambiental da Bacia do Rio do Chapéu no município de São Luiz do Paraitinga: geração e análise

de dados, elaboração de projetos executivos e implantação de 10ha de restauração em APP,

projeto em andamento, que já realizou Diagnóstico Rural Participativo na bacia, está executando

plantios em Áreas de Preservação Permanente e vai produzir um documento de diretrizes

orientadoras de políticas públicas para o território da bacia, em especial sobre propostas viáveis

de restauração ecológica no Bioma Mata Atlântica; 4. Semeando Sustentabilidade - Recuperação

Florestal, (patrocinado pelo BNDES), finalizado com grande êxito que teve como objetivo a

restauração de 160 ha, distribuídos em 40 ha matas ciliares em propriedades rurais e 120 ha de

enriquecimento dentro do PESM – Núcleo Santa Virgínia; 5. Programa de Desenvolvimento Rural

Sustentável (PDRS/SMA): que propõe gerar políticas públicas para fortalecimento da atividade

produtiva rural com ênfase ao acesso ao mercado de produtos oriundos de Sistemas

Agroflorestais e Silvipastoril, projeto em andamento que está implantando modelos ecológicos de

pastagem e de sistemas agroflorestais em propriedades rurais do município, visando estabelecer

um modelo sustentável de uso do solo rural; e, 6. Programa de Desenvolvimento Rural Territorial,

2 O Contato Principal do Projeto deverá ser a pessoa encarregada formalmente de dirimir dúvidas sobre a proposta.

Caso este não seja funcionário da Instituição Proponente, deverá ser apresentado documento autorizando-o a

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apoiado pela Fibria e que está desenvolvendo trabalhos de fortalecimento comunitário e de

cadeias produtivas rurais na Associação Rural do Bairro Mato Dentro – São Luiz do Paraitinga e

com comunidade do Bairro Velosos – Redenção da Serra.

C) ESTRUTURA E GESTÃO

C.1) Governança da Instituição

A OSCIP é organizada conforme seu Estatuto Social e Regimento Interno. Sua administração é

feita pela: Assembleia Geral, Diretoria e Conselho Fiscal. O Regimento Interno, elaborado no ano

de 2013, criou a figura da Secretaria Executiva, responsável em apoiar a diretoria na gestão da

instituição. Hoje este cargo é exercido por um colegiado de Associados voluntários. A Instituição

definiu, ainda, competências para 03 Setores: os Técnicos, o Administrativo e o de Comunicação.

O Regimento Interno determina responsabilidade na gestão de projetos pelo responsável do setor

que ele se enquadra, com orientação do Responsável Administrativo e do Responsável Técnico

da Instituição e sob supervisão da Secretaria Executiva da Instituição. O Responsável do Setor

deverá zelar pelo fiel andamento e desempenho do projeto, bem como deverá cumprir a

metodologia proposta em busca de atingir os objetivos e as metas descritas no projeto. Para fins

de divulgação dos resultados, transparência e publicidade dos projetos, os responsáveis de setor

devem encaminhar ao setor de comunicação, informações mensais sobre o andamento dos

projetos que será publicada no site oficial da instituição, bem como nas Redes Sociais, por meio

do Facebook. O Responsável de Setor deve zelar pelo cumprimento e fiscalização na atuação de

seu projeto em relação à legislação vigente, especialmente às relacionadas à contratação de

pessoal, de serviços e aquisição de bens. Neste sentido, o Regimento Interno estabeleceu

mecanismos de compras, com adoção de Processo Seletivo para seleção de pessoas e sistema

de orçamentos e/ou procedimento de licitação para contratação de serviços e aquisição de

materiais. Estes mecanismos de gestão responsável de orçamento já vêm sendo executados,

especialmente em projetos apoiados com recursos públicos. A Oscip também adota sistema de

prestação de contas dos projetos, conforme seu Regimento Interno, sendo ato de

responsabilidade direcionado ao Setor Administrativo da Entidade “Art. 35 (...) § 1º Caberá aos

responsáveis de setor a administração físico financeira de cada projeto e o encaminhamento de

documentos necessários à prestação de contas. § 2º Caberá ao Setor Administrativo cumprir

todos os procedimentos necessários ao fiel cumprimento do cronograma físico financeiro de cada

projeto. § 3º A prestação de contas deverá ser disponibilizada em forma física na sede da Akarui,

após cada prestação de contas parcial ao Financiador”. Com estes mecanismos de transparência

representá-la junto ao BNDES.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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e gestão responsável de recursos a Oscip Akarui tem se estabelecido como Entidade de

credibilidade e probidade na sua região de atuação, inclusive a câmara municipal aprovou projeto

de lei declarando e reconhecendo a entidade como de utilidade pública municipal, pendente

apenas da sanção do chefe do poder executivo municipal para tornar-se lei.

C.2) Recursos Humanos da Instituição

Atualmente a Oscip Akarui conta com a seguinte Equipe:

- Setor Administrativo: Diretora Geral (voluntária); Diretor Financeiro (Voluntário); Auxiliar

Administrativa (CLT) e Estagiária. Além disso o setor conta com assessoria Contábil

(Terceirizada) e assessoria Jurídica (voluntária)

- Setor de Projetos: Secretaria Executiva (Voluntária); Gestora de Projeto (CLT) e Engenheiro

Agrônomo e Responsável técnico da instituição (CLT). Além disso o setor conta com a consultoria

de uma Engenheira Agrônoma e uma Zootecnista.

Para melhor execução de suas funções a Akarui conta também com os Conselhos Fiscal

(Voluntário) – Apoia e fiscaliza o setor administrativo e com o Conselho Técnico (Voluntário) –

Appia o setor de projetos.

C.3) Estrutura Física

Indicar localização geográfica de sua sede e, caso houver, de suas regionais, informando

se são instalações próprias ou não e relacionando veículos, viveiros e principais

equipamentos existentes.

A sede da Akarui está localizada a rua Cabo José Benedito Salinas, 518 bairro de São Bendito,

São Luiz do Paraitinga, região da Serra do Mar na porção leste do Estado de São Paulo. A

estrutura física é composta pela sede alugada e possui diversos bens móveis entre os quais estão

linha telefônica, computadores e impressoras com acesso a internet, freezer para

armazenamento de polpas de frutas, despolpadeira e seladoras, armários, 2 veículos, máquina

fotográfica, gps, filmadora, perfurador de solo, roçadeira, ferramentas em geral, entre outros.

D) ARTICULAÇÃO COM OUTRAS INSTITUIÇÕES

Núcleo Santa Virgínia/ Parque Estadual Serra do Mar (PESM) – vem dialogando no sentido de

fortalecer as ações de restauração que a Akarui em parceira com a UC vem realizando desde

2008. Para este projeto além de disponibilizar funcionários para auxiliar na restauração das áreas

de parque, entre outras atividades, foi acordada a contrapartida de 200 horas do gestor do núcleo

no apoio ao projeto.

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Prefeitura de São Luiz do Paraitinga/Diretoria de Meio Ambiente – vimos construindo a parceira

em outros projetos e temos contribuído diretamente na gestão e mobilização do Conselho

Municipal de Meio Ambiente possibilitando a expansão e encaminhamentos de ações voltadas ao

Programa Municipal de Pagamento por Serviço Ambiental. Além disso, estabelecemos parceria

para apoio a mobilização e realização das oficinas de cadastramento de interessados, realização

dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) dos beneficiários do projeto com datas exclusivas para

estes.

UNITAU – Universidade de Taubaté – a parceria com a universidade vem desde 2008 com o

projeto voltado ao manejo da Juçara e neste projeto estabelecemos o termo de convênio, o que

permite a participação de estagiários da universidade nas atividades de monitoramento das áreas

ciliares e do parque, instaladas no projeto.

Instituto Florestal (IF) – a parceira com o IF é desde 2008 nos projetos com a palmeria juçara,

tendo se fortalecido com a realização do projeto Semeando Sustentabilidade – recuperação

florestal patrocinado pelo BNDES. Nesta articulação entre outras ações estão contabilizadas

130horas de contrapartida de técnicos do IF nas atividades do curso de sementes.

Fundação Florestal (FF) – instituição gestora da unidades de conservação do estado de São

Paulo com quem mantemos relacionamento mais próximo desde 2008 quando do início da

realização de projetos de restauração do PESMS. Nesta articulação estão contabilizadas

130horas de contrapartida de técnicos do IF nas atividades do curso de sementes.

Associação Corredores Ecológicos do Vale do Paraíba (ACEVP) – instituição com a qual

mantemos parceira desde 2008 quando do início dos trabalhos da ACEVP na região. Entre outras

ações está previsto o apoio técnico para a definição de áreas prioritárias para a conexão de

fragmentos privilegiando as formação de corredores ecológicos e a elaboração dos mapas.

A Akarui também é membro integrante de redes de articulação local e estadual com as quais o

projeto terá interação, sendo i.Rede Juçara, que abrange as regiões SUL e SUDESTE do país

com foco na conservação, recuperação e manejos sustentável da palmeira Juçara e mantêm

interlocução com programas federais como PNBSB, PNPPS, PNAE, PGPM, entre outros; ii. Rede

de Governança Local em São Luiz para o diálogo, planejamento e implantação de projetos

voltados a restauração florestal, manejo sustentável de pastagens e pagamento de serviços

ambientais. Desta rede participam as Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Agricultura de

São Luiz do Paraitinga, Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada – CATI e Agência

Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA ambas da Secretaria Estadual de Agricultura –

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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SP, SMA –SP, Fundação Florestal, Instituto Florestal, Associação dos Corredores Ecológicos do

Vale do Paraíba – ACEVP e Associação Rural do Mato Dentro. Esta rede se reúne desde 2013 e

entre os projetos geridos por ela e executado pela Akarui está o Programa de Desenvolvimento

Rural Sustentável, pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SMA) de São Paulo no valor de

R$527.837,00, voltado a implementação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Sistemas

Silvipastoris com foco em fortalecer o acesso ao mercado de agricultores familiares, promovendo

o manejo sustentável dos recursos básicos para a produção (solo, água e biodiversidade).

E) DADOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

E.1) Balanço Patrimonial3 (R$ correntes)

DETALHAMENTO 2012 2013 2014

1 – ATIVO 402.042,08 243.429,84 205.270,70

1.1- Circulante 355.904,47 203.300,03 142.292,37

1.1.1 – Disponibilidades 355.904,47 203.300,03 137.483,93

1.1.1.01 – Bens Numerários 769,22

1.241,99 614,12

1.1.1.02 – Depósitos Bancários 117.645,05 62.768,95 636,92

1.1.1.03 – Aplicações Financeiras 237.490,20 139.289,09 136.232,89

1.1.2 - Créditos em Circulação -

0

- 4.808,44

1.1.2.01 – Adiantamentos - - 4.808,44

1.2 – Ativo Não Circulante 46.137,61 40.129,81 62.978,33

1.2.1 – Imobilizado 46.137,61 40.129,81 62.978,33

1.2.1.01 – Bens 50.823,21 54.299,32 93.463,76

1.2.1.02 – (-) Depreciação (4.685,60) (14.169,51) (30.485,43)

2 – PASSIVO 402.042,08 243.429,84 241.242,12

2.1 – Circulante 18.255,21 32.810,74 30623,02

2.1.1 – Exigível a Curto Prazo 18.255,21 32.810,74 944,72

2.1.1.01 - Passivo Administrativo - - 937,74

2.1.1.02 – Obrigações Trab. e Previd. 18.255,21 26.810,74

6,78

2.1.1.03 – Fornecedores -

6.000,00

-

2.1.2 – Passivo Projetos -

- 29.678,30

2.1.2.02 – Projeto PDRT - - 12.199,66

2.1.2.03 – Projeto S.S. – Rec. Florestal - - 17.288,64

2.1.2.04 – Projeto PDRS - - 190,00

2.2 – Patrimônio Social 383.786,87 210.619,10 210.619,10

2.2.1 – Fundo Patrimonial 381.381,87 381.247,94 381.247,94

2.2.1.01 – Patrimônio Social 381.381.87 381.247,94 381.247,94

2.2.2 – Reservas 2.405,00 (170.628,84) (170.628,84)

2.2.2.01 – Reservas de Superavit 2.405,00 2.405,00 2.405,00

2.2.2.01 – Deficit Acumulado - - (173.033,84)

2.2.2.02 – Resultado do Exercício -

(173.033,84)

84)

-

3 Informações disponíveis dos últimos três exercícios.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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E.2) Composição das Principais Receitas e Despesas3

DETALHAMENTO 2012 2013 2014

1 - RECEITAS 827.971,29 668.064,25 4.513,65

1.1 – Receita de Prestação de Serviços 3.430,00 138.295,76 107.120,02

1.2 – Receita com Doações 14.297,99 5.121,40 1322,20

1.3 – Convênios e Projetos 805.924,10 522.749,95 535.972,08

1.4 – Receitas Financeiras 1.108,16 1480,63 7.367,00

1.5 – Outras Receitas 3.211,04 416,51 1.110,27

1.6 – Custeio de Projetos - - (648.377,92)

2 - DESPESAS 530.574,47 841.098,09 40.485,07

2.1 - Pessoal e Encargos Sociais 32.385,06 9.618,00 1.489,95

2.2 Despesas Administrativas 31.296,38 25.597,68 37.947,46

2.3 - Custeio de Projetos 461.627,38 804.906,05 -

2.4 - Financeiras 513,98 784,98 384,80

2.5 - Taxas e Impostos 368,44 191,38 283,22

2.6 - Despesas Tributárias 1.164,23 - 379,64

2.7 – Ganhos ou Perdas 3.219,00 - -

RESULTADO DO PERÍODO (superávit/déficit) 297.396,82 173.033,84 35971,42

E.3) Volume de Recursos Realizados/Executados pela Instituição no Desenvolvimento

de seus Projetos (em R$)4

2012 2013 2014

Valores Totais 461.627,38 804.906,05 648.377,92

E.4) Relação dos Principais Projetos em Execução e/ou em Negociação

PROJETOS EM EXECUÇÃO Valor Total Origem dos

Recursos Estágio do Projeto*

Início/Término de

Implantação**

Semeando Sustentabilidade –

Recuperação Florestal

R$ 1.495.000,00 BNDES Finalização – 99% 26/03/2012/

30/07/2015

Programa de Desenvolvimento

Rural Territorial - PDRT

R$ 1.300.000,00 Fibria Celulose

S/A

3.º Ano do Projeto –

50%

03/2013 a 03/2018

Programa de Desenvolvimento

Rural Sustentável - PDRS

R$ 459.727,43 Secretaria do

Meio Ambiente

Em andamento –

70%

02/09/2014 /

01/09/2015

Recuperação Físico –

Ambiental da Bacia do Rio do

Chapéu no Município de São

Luiz do Paraitinga: Geração e

Análise de Dados, Elaboração

de Projetos Executivos e

R$ 410.810,00 Fundo Estadual

de Recursos

Hídricos –

FEHIDRO

Em andamento –

fase monitorar a

restauração – 50%

03/05/2011 /

02/2017

4 Informações disponíveis dos últimos três exercícios.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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11

Implantação de Projetos

Modelos

PROJETOS EM NEGOCIAÇÃO Valor Total Origem dos

Recursos

Início/Término de

Implantação**

Prorrogação do Programa de

Desenvolvimento Rural

Sustentável - PDRS

140.272,57 Secretaria do

Meio Ambiente

02/09/2015 /

01/09/2017

*Indicar o percentual de realização do projeto. ** Indicar a previsão de início, caso não esteja em execução, e a previsão de término dos projetos em execução e as previsões de início e término dos projetos em negociação.

E.5) Relacionamento com o BNDES: indicar outros projetos e/ou parcerias, se houver

PROJETOS OU PARCERIAS EM

EXECUÇÃO Valor Total

Departamento

Responsável no

BNDES

Estágio do Projeto*

Início/Término

de

Implantação**

Semeando Sustentabilidade –

Recuperação Florestal

1.495.000,00 Departamento de

Meio Ambiente

Conclusão – em fase

prestação de contas final

07/2015

F) SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA DA INSTITUIÇÃO

Atualmente a Akarui se mantém por meio de prestações de serviços, doações, execução de

projetos e com receitas financeiras, conforme proporção indicada no quadro abaixo:

Prestação de Serviços 16,43%

Doações 0,20%

Convênios e Projetos 82,23%

Receitas Financeiras 1,13%

Para buscar recurso no curto prazo a Akarui vem participando de editais a fim de captar novos

projetos, os quais possuem tempo de execução em média de 3 anos, além de continuar

desenvolvendo os projetos já pertencentes a organização. A Akarui tem parceria firmada com o

SESC e vem realizando a 3 anos oficinas de práticas agroecológicas desenvolvidas em seus

projetos, recebendo como prestação de serviço o equivalente aos custos da atividade acrescido

de 10%, os quais vão para a conta institucional da Akarui como taxa administrativa e ajuda na

manutenção da sede. Como estratégia de manutenção em médio e longo prazo a instituição

conta com os recursos de doação de associados e criou recentemente o Programa Plantador de

Águas, o qual irá trabalhar nas linhas de atuação da Akarui por meio de doações voluntarias de

pessoa física ou jurídica, ajudando na manutenção das despesas administrativas da Akarui, no

aumento das áreas de restauração a serem implantadas e em ações de manejo sustentável da

propriedade rural familiar.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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2. CAPACIDADE TÉCNICA, GERENCIAL E ORGANIZACIONAL (máx. 5 páginas)

A. EXPERIÊNCIA NA GESTÃO DE ATIVIDADES DE RESTAURAÇÃO

A Akarui vem executando projetos de restauração desde 2008. Para o presente projeto propomos

a continuidade das ações desenvolvidas pelo projeto Semeando Sustentabilidade – Recuperação

Florestal, patrocinado pelo BNDES na Iniciativa BNDES Mata Atlântica de 2012 a 2015, visto os

resultados e avanços que foram possíveis na região em relação ao aumento da cobertura florestal

e de proprietários interessados na restauração de APPs, estreitamento do diálogo com

produtores, criação de uma rede local de parceiros para implantação e gestão de ações de

restauração ecológica e conservação do solo por meio de práticas agrícolas sustentáveis, entre

outros. Abaixo segue um resumo deste projeto e de outros projetos principais da Akarui na área:

1.Instituição executora: Akarui - Nome do Projeto: Semeando Sustentabilidade – Recuperação

Florestal - Período: abril 2012 a maio 2015 - Local: São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra –

Serra do Mar – SP

Área em hectares: 160ha, sendo 120ha de enriquecimento florestal no Núcleo Santa Virgínia –

Parque Estadual da Serra do Mar (PESM), e 40ha de restauração florestal em app de

propriedades rurais particulares - Fonte do recurso e valor Total: Iniciativa BNDES Mata Atlântica -

R$1.495.000,00

Parceiros: Núcleo Santa Virgínia – PESM/ Fundação Florestal e Instituto Florestal da Secretaria

Estadual de Meio Ambiente de SP; Prefeitura de São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra;

Universidade de Taubaté – UNITAU; Empresas de plantio locais; consultores regionais e

agricultores e proprietários rurais

Resultados, contribuições e benefícios gerados com a realização do projeto: • Fortalecimento e

ampliação do diálogo com os agricultores locais viabilizando a realização do projeto; • Construção

e estabelecimento de relações pautadas na confiança e na credibilidade no trabalho que a

instituição vem desenvolvendo na região; • Consolidação de parcerias entre os atores locais e

gestores públicos das áreas de meio ambiente e agricultura no âmbito municipal e estadual

gerando novas possibilidades e acordos para o desenvolvimento sustentável do território; •

Implementação de uma visão mais integrada/sistêmica da propriedade rural por meio do diálogo

constante com os agricultores; • Aprimoramento dos conhecimentos e mudança de paradigmas

de técnicos e agricultores sobre a produção de mudas e de sementes, produção agroecológica e

restauração florestal de áreas ciliares de base agroecológica; • Incremento de renda local

viabilizado em toda a cadeia da restauração no projeto; • Demonstrou, pela restauração das áreas

ciliares principalmente nascentes, a importância da presença da floresta para a produção de água

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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e da conservação do solo para a infiltração de água; • Implantação de 52 parcelas permanentes

de monitoramento da restauração florestal nas áreas de propriedades rurais; • Possibilitou a

legalização dos viveiros domiciliares fomentados pela Akarui desde 2008, os quais conseguiram o

Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM e os quais possuem mais de 100

indivíduos/espécies de nativas florestais georreferenciadas (matrizes marcadas) para colheita de

sementes, possibilitando o rastreamento da semente e da muda; • Realização do Curso de

Agroecologia consolidando a missão e objetivos institucionais e fortalecendo ações em

andamento; • Interesse crescente de novos agricultores e proprietários na restauração ecológica

de APPs; • Incremento da cobertura vegetal de ambos os municípios; • Aumento no número de

agricultores agroecológicos fortalecidos e em processo de transição pelas ações possibilitadas

pelo projeto; • Apoio na organização de agricultores na venda de frutas nativas (juçara e

Cambuci) ao Programa Nacional da Alimentação Escolar – PNAE, de ambos os municípios.

2.Instituição executora: Akarui - Nome do Projeto: Recuperação físico ambiental da bacia do Rio

do Chapéu no município de São Luiz do Paraitinga: geração e análise de dados, elaboração de

projetos executivos e implantação de projetos modelo em APP - Período: outubro/2013 a

fevereiro/2017 Local: São Luiz do Paraitinga – Serra do Mar – SP

Área em hectares: 10ha de restauração de APPs em propriedades rurais - Fonte do recurso e

valor Total: FEHIDRO (Fundo de Recursos Hídricos – Bacia do Rio Paraíba do Sul) -

R$410.810,00

Parceiros: Instituto Florestal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de SP; Prefeitura de São

Luiz do Paraitinga; Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada – CATI Pindamonhangaba;

Universidade de Taubaté – UNITAU; Empresas de plantio locais; agricultores e proprietários

rurais

Resultados e contribuições em andamento do projeto: • Fortalecimento e ampliação do diálogo

com novos proprietários rurais; • Construção e estabelecimento de relações pautadas na

confiança e na credibilidade no trabalho que a instituição vem desenvolvendo na região; •

Consolidação de parcerias por meio da implementação do Conselho Gestor do projeto formado

pelos parceiros e que contribuem na gestão participativa e realização das atividades; •

Implementação e consolidação de práticas agroecológicas nas áreas ciliares; • Elaboração da

“Agenda 21” com a comunidade envolvida no Diagnóstico Rural Participativo; •Construção de

modelos de restauração ecológica para a bacia do Rio do Chapéu, com base na realidade local

de cada área e que poderão ser replicados em outras áreas desta bacia.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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3.Instituição executora: Akarui - Nome do Projeto: Semeando Sustentabilidade – Manejo da

Juçara - Período: outubro/2008 a fevereiro/2014 - Local: São Luiz do Paraitinga e Natividade da

Serra – Serra do Mar – SP

Área em hectares: 200ha de enriquecimento florestal com mudas e sementes de Palmeira Juçara

em propriedades rurais e no Núcleo Santa Virgínia – PESM - Fonte do recurso e valor anual:

FIBRIA Celulose e Papel - R$60.000,00/anual

Parceiros: Núcleo Santa Virgínia – PESM/ FF e IF; Prefeitura de São Luiz do Paraitinga e

Natividade da Serra; Universidade de Taubaté – UNITAU; ESALQ/USP; Empresas de plantio

locais e agricultores e proprietários rurais

Resultados e benefícios alcançados com a realização do projeto: • Incremento de mais de 200 há

de floresta com a espécie, considerada ameaçada de extinção pela extração ilegal do palmito; •

Fortalecimento do diálogo e sensibilização de proprietários rurais para a preservação da espécie e

sua recuperação; • Criação do programa institucional de Doação de Mudas de Juçara; •

Fortalecimento e consolidação da parceria com o Núcleo Santa Virgínia, • Incremento da renda

pelos viveiristas locais apoiados pela Akarui, por meio do fornecimento de mudas e sementes de

juçara; • Implantação de parcelas permanentes de monitoramento em propriedades particulares; •

Viabilização da juçara em áreas antes consideradas, pela pesquisa, como de “extinção local da

espécie”. Com base no monitoramento, atualmente, algumas áreas possuem palmeiras,

plantadas pelo projeto, com altura superior a 5m; • Participação na Rede da Juçara.

B. EQUIPES PREVISTAS PARA O PROJETO

Com base em experiência bem sucedida na gestão do projeto anterior patrocinado pelo BNDES

na IBMA, a Akarui propõe manter estrutura semelhante sendo ela: Gestão técnica e administrativa

(institucional): - 1 Coordenador geral - contratação permanente (CP); - 1 Coordenador

administrativo-financeiro – CP; - 1 Gerente de campo – CP; - 1 Auxiliar geral – CP; - 1 Auditor

externo - contratação temporária (CT); - 1 Engenheiro florestal – voluntário. Operacional -

Restauração: - 2 empresas para realização dos plantios e manutenção das áreas – CT; - 2

estagiários para implantação e monitoramento das parcelas – CT; Pesquisa: - 1 pesquisador e 1

estagiário para orientação, implantação, monitoramento e avaliação da restauração em área da

UC e áreas particulares – CT; Capacitação: - 3 consultores para realização dos cursos previstos–

CT (horas); - 1 guia de campo para auxiliar na localização e marcação de matrizes na UC – CT; -

1 técnico em SIG para elaboração dos mapas – CT; Comunicação: - 1 Assessoria em

comunicação – CT.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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Profissionais alocados diretamente nos projetos

NOME

COMPLETO

Formação/Especialidade/ Cargo no projeto Nº horas

semanais

no projeto

Daniela

Coura

Formação: Arquiteta; Esp.: Coordenação de projetos há mais de

10 anos na área ambiental e de restauração florestal voltada a

Agroecologia; Cargo: coordenadora geral

20h

Raquel Melo Formação: Administradora de empresas; Esp.: Administração e

finanças de instituições do terceiro setor; Cargo: coordenadora

administrativa e financeira

20h

Indefinido Formação: Engº florestal ou biólogo; Esp: Restauração florestal

de base agroecológica; Cargo: Gerente de campo

30h

Indefinido Formação: Ensino médio completo; Cargo: Auxiliar de campo 40h

- Daniela Ribeiro Coura da Silva: de 2004 a 2006 trabalhou como Diretora de Projetos Ambientais

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, sendo uma as idealizadoras e responsáveis pelo

projeto de arborização urbana implementado pelo município. De 2006 a 2007 atuou como

consultora ambiental para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente/ SMA pela Fundação Florestal

para o “Levantamento das condições da Palmeira Juçara no PESM e seu entorno”, apresentando

propostas para um caminho de retirada da espécie da lista de espécies ameaçadas de extinção.

De 2008 a 2015, atua como coordenadora de projetos da Oscip Akarui, sendo responsáveis pelos

projeto de restauração citados no item 2.A e pelo projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável,

patrocinado pela SMA, e que propõe a implantação de unidades de estudo de Sistemas

Agroflorestais e Silvipastoris, como alternativa as práticas atuais realizadas na região viabilizando

o acesso ao mercado e o estabelecimento de políticas públicas voltadas a estas práticas. Neste

período atuou como coordenadora geral do Projeto Semeando Sustentabilidade – Recuperação

florestal, patrocinado pelo BNDES na linha IBMA, de 2012 a 2015.

- Raquel Melo: Atuou 2 anos na Santa Casa de Misericórdia de São Luiz do Paraitinga – Atuando

Principalmente em controle financeiro dos recursos destinados pelo SUS, para manutenção e

compra de medicamentos para o Pronto Socorro; 1 ano em escritório de contabilidade e 4 Anos e

6 meses na Akarui como responsável pelo setor administrativo/financeiro da instituição, realizando

controle orçamentário, gestão de recursos humanos, processos de compras e atividades

gerenciais/organizacionais dos projetos e da instituição. Atuando em projetos de restauração

florestal nos quais fui responsável por todas as atividades financeiras e de gestão de recursos

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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humanos – contratações em geral, controle de horas e de férias dos funcionários, controle de

guias trabalhistas, controle de pagamentos diversos do projeto, elaboração de pedido de

liberação e relatórios de prestação de contas, realização de remanejamento, etc.

C. PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS PREVISTOS NO PRESENTE PROJETO

Núcleo Santa Virgínia/ (PESM) – cooperação técnica e gerencial: disponibilização de

funcionários para auxiliar na semeadura a lanço de juçara nas áreas de parque,

acompanhamento a campo para definição e demarcação das áreas de plantio na UC e

georreferenciamento das áreas implantadas. Estão contabilizadas 200 horas do gestor do núcleo

no apoio a gestão do projeto. Prefeitura de São Luiz do Paraitinga/Diretoria de Meio Ambiente

– cooperação técnica e logística: apoio na mobilização e realização das oficinas de

cadastramento de interessados, realização dos Cadastros Ambientais Rurais (CAR) dos

beneficiários do projeto com datas exclusivas para estes. UNITAU – Universidade de Taubaté –

cooperação técnica: termo de convênio, o que permite a participação de estagiários da

universidade nas atividades de monitoramento das áreas ciliares e do parque, instaladas no

projeto; apoio a definição de metodologia de monitoramento das áreas. Instituto Florestal (IF) –

cooperação técnica: identificação de espécies nativas florestais coletadas pelos viveiristas

apoiados pela Akarui para produção de mudas adequadas a nossa região.Estão contabilizadas no

projeto 130horas de contrapartida de técnicos do IF nas atividades do curso de sementes.

Fundação Florestal (FF) – cooperação técnica e gerencial: apoio na realização do curso de

produção de sementes e mudas florestais, apoio na estruturação da cadeia da restauração na

região, apoio a gestão da atividade durante o projeto. Estão contabilizadas no projeto 130horas

de contrapartida de técnicos do IF nas atividades do curso de sementes. ACEVP – cooperação

técnica: apoio na identificação de áreas prioritárias para cadastramento com base no mapa de

corredores ecológicos da região; disponibilização de mapas georreferenciados da região; apoio a

capacitação de mulheres, agricultores e viveiristas; ao fortalecimento regional das ações de

restauração. Empresas de plantio – 2 empresas locais/regionais. Consultores.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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3. O PROJETO - ATIVIDADES TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA (máx. 10

páginas)

A. INFORMAÇÕES SOBRE AS ÁREAS

O presente projeto realiza-se nos municípios de São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra

(Vale do Paraíba – Serra do Mar), em áreas selecionadas dentro e fora da Zona de

Amortecimento do Núcleo Santa Virginia do PESM – SP e na própria Unidade de Conservação

(UC). A formação vegetacional original destes municípios é predominante de Floresta Ombrófila

Densa com altitude atingindo, aproximadamente, 1700m, e com alguns locais de Floresta

Estacional Semidecidual com altitude de entre 600 e 800m. Esta região é considerada, pelo

Comitê de Bacias do Paraíba do Sul, como região de cabeceiras formadora das águas do Rio

Paraíba do Sul, corpo hídrico federal, responsável pelo abastecimento de grande parte da

população dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As principais bacias

hidrográficas de atução deste projeto são Bacias dos Rios Paraitinga e Paraibuna, e sub-bacias

do rio do Chapéu e Turvo.

O uso do solo das propriedades desta região, há décadas, vem sendo explorado de forma

indevida com técnicas equivocadas de manejo de solos como arações morro abaixo e uso do

fogo como instrumento de limpeza para formação de pastagem e preparo de áreas para cultivo.

Vários remanescentes de campo antrópico estão cobertos por gramíneas como o sapê (Imperata

brasiliensis) e samambaiais bioindicadoras como o (Piteridium aquilinum), natural de solos

exauridos e com grande teor de alumínio. Nas áreas de pastagem, em sua maioria, são

encontradas gramíneas exóticas introduzidas como às do gênero Brachiaria spp. De acordo com

estudos realizados pela SMA/SP, o município de São Luiz do Paraitinga possui,

aproximadamente, 65% da área do território em pastagem e Natividade da Serra 50%, sendo

que, em média, 50% destes percentuais encontram-se em APPs.

Neste cenário, este projeto propõe a restauração florestal de 128ha de áreas em propriedades

rurais que caracterizam-se por serem áreas de preservação permanente e compõem dois grupos:

1) Áreas de proprietários que já manifestaram seu interesse e apresentaram intenção a este

projeto e; 2) Áreas de proprietários que serão selecionados e cadastrados durante fase de

aprovação do projeto. Esta metodologia de cadastramento é utilizada pela Akarui em seus

projetos de restauração, inclusive, no projeto Semeando Sustentabilidade, patrocinado pelo

BNDES, demonstrando-se eficaz na identificação de áreas. Com apoio da ong ACEVP, parceira

deste projeto, a partir dos mapas dos corredores ecológicos definidos pela instituição com áreas

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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prioritárias nas região para restauração focando na conectividade de fragmentos florestais,

proprietários rurais serão mobilizados e incentivados a participarem do projeto. Para tal, serão

realizadas 3 oficinas de apresentação do projeto para as comunidades e atores locais, direta e

indiretamente envolvidos. Após, terá início o cadastro dos produtores interessados em receber os

plantios. Este será realizado em parceria com a Casa da Agricultura de São Luiz do Paraitinga e

apoio dos proprietários já envolvidos, durante os dois trimestres iniciais do projeto. As próximas

etapas serão visitas técnicas, seleção e elaboração da lista final de áreas a serem restauradas

pelo projeto.

Caracterização da Unidade de Conservação: O PESM, criado pelo Decreto Estadual n° 10.251,

de 30 de agosto de 1977, é a unidade de conservação de proteção integral com maior área de

florestas do domínio do Bioma Mata Atlântica no país com 315.390 ha. Dessa forma, possuí papel

importante na manutenção da diversidade biológica deste ecossistema e dos demais associados

(SMA, 1998). A Vegetação da área está dentro do domínio da Floresta Ombrófila Densa Montana

e Altimontana. Caracterizada sob forma de mosaicos, onde 60% das áreas são compostas por

florestas primitivas ou pouco antropizadas, sendo o restante formado por campo limpo, campo

sujo, capoeira, capoeirão, floresta secundária e reflorestamento de Eucaliptus Saligna.

O PESM é administrado por nove núcleos regionais e o Núcleo Santa Virgínia (NSV) possui sua

maior parte nos municípios de São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra, num total de

17.835,59 hectares. Segundo pesquisadores, as florestas da região foram suprimidas de forma

seletiva, onde apenas eram cortadas as espécies de grande valor econômico como as canelas,

cedros, canjeranas, guatambus, guapevas e grumixamas entre outras, logo após vinha o corte

raso ou corte total do que sobrou da floresta e este material lenhoso era carbonizado e

transformado em carvão, sendo consumido nas indústrias de São Paulo e Siderúrgica CSN de

Volta Redonda no Rio de Janeiro.

As agressões ambientais identificadas no Núcleo Santa Virgínia, como as extrações ilegais da

palmeira Juçara, estão intrinsecamente relacionadas à facilidade de acesso ao interior da

Unidade de Conservação (UC), lentidão nos processos de regularização fundiária, baixa

efetividade da fiscalização do órgão gestor da UC (Instituto Florestal), e o insipiente policiamento

ambiental “preventivo”. O extrativismo predatório e ilegal da palmeira Euterpe edulis Martius

(Arecaceae) nos remanescentes florestais, vem ameaçando severamente a diversidade biológica

do bioma Mata Atlântica. A juçara passa por um momento extremamente crítico e delicado pela

expressiva redução de sua população e principalmente da área de sua ocorrência. Desta forma, a

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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palmeira Juçara foi registrada como “Vulnerável à Extinção” pela Lista de Espécies Vegetais

Ameaçadas do Estado de São Paulo (Resolução SMA n° 48/2004).

Pesquisas realizadas sugerem que a conservação nas áreas de ocorrência natural da palmeira

Juçara é a forma mais eficiente contra essa ameaça, especialmente povoamentos existentes no

interior das Unidades de Conservação e sua Zona de Amortecimento, além dos remanescentes

florestais existentes nas propriedades rurais inseridas no mesmo bioma. Neste sentido, para este

projeto foram escolhidas áreas de domínio público dentro do Núcleo Santa Virginia, que totalizam

92ha para realização do enriquecimento por plantio/lanço de sementes da palmeira juçara e

implantação de 2 pomares (1ha/cada) de conservação genética. A ênfase na palmeira juçara é

motivada pela importância ambiental e social da espécie e pelo fato de o Plano de Manejo do

PESM ter estabelecido esta espécie como um programa prioritário.

INDICAÇÃO DAS REGIÔES A RECEBEREM A RESTAURAÇÃO DO PROJETO

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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B. CATEGORIAS, TAMANHOS E LOCALIZAÇÃO DA ÁREAS

Categorias das Áreas Nome e área em hectares Estado(s) e município(s)

Área de preservação permanente

Maria Lea Carvalho de Abreu –

2ha

SP- São Luiz do

Paraitinga

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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Área de preservação permanente

Carlos Roberto Ritzdorf Ferreira –

1ha

SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Benedito Galvão – 1ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Donizetti Corrêa – 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Vantuilde Ribeiro – 2ha SP- Natividade da Serra

Área de preservação permanente

José Neix – 2ha SP- Natividade da Serra

Áreas em Unidade de Conservação da Natureza, de posse ou domínio públicos

Parque Estadual da Serra do Mar

– Núcleo Santa Virgínia – área de

70ha

SP - São Luiz do

Paraitinga e Natividade da

Serra

Área de preservação permanente

Eldio Daldin – 4ha SP- Natividade da Serra

Área de preservação permanente

Marco Guedes – 14ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

João Yuasa – 8,5ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Paulo de Tarso Vianna Lemos e

Yentl Delanhesi – 20ha

SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Benedito de Oliveira Salgado – 3ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Benedito Osni Charleux – 1ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Márcia AP. Ribeiro dos Santos -

2ha

SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Maria do Carmo Cruz Bueno – 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Adriano Scala – 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

João de Souza Ferreira – 3ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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Área de preservação permanente

Eloísa Elena Gonçalves – 1ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Anízio José Correia Leite – 4ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Lauro de Castro Faria – 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

José Veríssimo -1,5ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Juracy José Santana - 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Ademar Côrrea Leite - 5ha SP- São Luiz do

Paraitinga

Área de preservação permanente

Claudemir Wenceslau - 2ha SP- São Luiz do

Paraitinga

C. INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO DE RESTAURAÇÃO

Técnica prevista Área a restaurar (ha)

Plantio Total (APP- 43ha e UC- 2ha) 45 ha

Adensamento 15 ha

Condução da Regeneração Natural 30 ha

Enriquecimento (APP-40ha e UC-90ha) 130 ha

TOTAL DO PROJETO 220 ha

Com base na experiência acumulada pela instituição na implantação de projetos de restauração

ecológica com base nos princípios e práticas agroecológicas, as técnicas de restauração e

manutenção adotadas neste projeto seguirão orientações agroecológicas, evitando o uso de

defensivos químicos e implementos agrícolas (arados, grades, subsoladores, etc.). Nas APPs

acontecerão atividades prévias compostas por i. Análise do solo - retirada de amostras de solo

para análise a fim de orientar as técnicas de restauração, ii. Cercamento - as propriedades com

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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atividade pecuária terão as áreas cercadas, quando necessário, é previsto no projeto o

cercamento de 100 ha (40.000 m/l). Nas áreas de pequenos produtores sitiantes será solicitada a

mão-de-obra para a instalação da cerca como contrapartida no projeto.

Nas APPs, após definição da lista final das áreas a serem restauradas no projeto e com base nas

informações da visita técnica realizada pela equipe do projeto serão definidas e detalhadas as

técnicas de restauração para cada área. De forma geral, são apresentadas aqui: 1. Plantio total-

45ha: será realizada em área predominantemente composta por pastagem, desprovida de

vegetação arbórea, utilizando o espaçamento de 2mx2m (eventualmente 2x1,5m) para plantio das

mudas. Nesta implantação será priorizado o plantio de espécies de “preenchimento”, ou seja, de

crescimento e sombreamento rápido, com pouca diversidade e muitos indivíduos. No início, será

rebaixada toda vegetação não arbórea (em geral gramíneas) existente na área por meio da

roçada manual. Após estas áreas serão preparadas com plantio de mix (diversas espécies juntas)

de sementes de adubação verde de inverno ou verão (dependendo da época de início do projeto),

a fim de contribuírem para a geração de palhada e matéria orgânica no solo, descompactação,

fixação de nitrogênio, entre outros aspectos. Na floração da adubação verde, esta será tombada e

deitada sobre o solo e coroa as mudas. As áreas receberão calcário (2ton/há) e a marcação das

coroas que receberão capina no diâmetro de 80cm/1m. Nestas coroas os berços serão abertos

no tamanho de 30cmx30cm e receberão adubos orgânicos como torta de mamona e farinha de

osso na proporção de 3:1 (300gr: 100gr), além de calcário. Na sequência, as mudas serão

distribuídas no campo de acordo com orientação do técnico responsável respeitando as

condições de cada local (topo de morro, encosta, baixada, alagada). Estas mudas serão

separadas e organizadas para irem a campo nos viveiros de espera. Na entrelinha das mudas

será plantada adubação verde de espécies como o feijão guandú e crotalária, além de favorecido

o plantio de espécies adubadeiras com ingás e bracatingas. Serão realizados replantios nas

áreas, considerando um percentual de 15% de mortalidade e as manutenções acontecerão, em

média, 3 vezes ao ano, por durante pelo menos 24 meses. Durante as manutenções, serão

realizadas podas dos adubos verdes perenes, como o feijão guandú, e adubação de cobertura

com torta de mamona e yorin (adubo fosfatado), uma vez ao ano. Ao final das manutenções será

avaliada a condição geral da área e previsto o plantio de 400 mudas/ha de espécies de

“diversidade”, contribuindo para o desenvolvimento da restauração ecológica enriquecendo as

áreas com espécies de ciclos mais longos; 2. Adensamento – 15ha: esta técnica justifica-se pela

presença de áreas consideradas pastos sujos ou áreas abandonadas pela atividade agrícola que

vem se regenerando naturalmente. Será realizada em área composta por gramíneas, mas com a

presença de indivíduos arbóreos regenerantes, utilizando espaçamento de 4x3m. Nesta

implantação será priorizado o plantio de espécies de “preenchimento”, ou seja, de crescimento e

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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sombreamento rápido, com pouca diversidade e muitos indivíduos. Toda a implantação e

manutenção seguem a mesma indicação citada no item 1. Plantio total; 3. Condução da

regeneração natural – 30ha: esta técnica consiste em promover ações de manejo que propiciem

a auto-regeneração. Para a condução, o isolamento da área será fundamental, pois evita a

presença do gado e, consequentemente, o pisoteio nos locais de regeneração. Nos locais com a

presença de plântulas e árvores juvenis serão feitas roçadas e/ou capinas, e coroamento para

diminuir a competição com gramíneas considerando, em média, 800 mudas/há. Esta ação

acontecerá nos 4 anos do projeto, ou em menos tempo, caso os dados do monitoramento e a

avaliação técnica apontem para a finalização da intervenção na área. Esta técnica tem

demonstrado bons resultados em projetos realizados pela Akarui, visto a forte presença de

fragmentos florestais na região que contribuem para o aporte de material no banco de sementes,

a presença de avifauna contribuindo para dispersão de sementes e o abandono de pastagem, em

especial, das inseridas na face sul das propriedades favorecendo o surgimento das florestas. O

aperfeiçoamento desta técnica as condições locais pode favorecer a diminuição dos custos da

restauração e estimular a iniciativa de restaurar pelos agricultores. E neste projeto nos propomos

a avaliar esta tese com apoio do monitoramento das áreas; 4. Enriquecimento com sementes

de juçara em APPs – 40ha e na UC – 90ha: por ser uma espécie chave que serve de alimento

para um grande número de animais, a palmeira juçara tem papel significativo na cadeia alimentar

e na manutenção da biodiversidade destas áreas. Será utilizada a técnica de plantio de sementes

de juçara para enriquecimento de florestas em APPs e UC num total de 650kg de sementes

considerando: i. Em APPs será realizado o plantio no espaçamento de 3x3m considerando 3

sementes por cova e 5kg/há, plantando 2,5kg/há no 2º e 2,5kg/há no 3º ano, totalizando 200kg de

sementes que poderão viabilizar, aproximadamente, 700mudas/há, o equivalente ao plantio de

mudas de juçara na região (dados do Projeto Manejo da Juçara – monitoramento 2008 a 2013 –

Akarui). Neste valor já é considerada uma perda de 30% e a contratação de 1homem/dia/há por

80 dias; Em UC será realizado o plantio no espaçamento de 3x3m com 3 sementes por cova e

5kg/há, plantando 30/há por ano, sendo a atividade realizada nos 2º, 3º e 4º anos do projeto,

totalizando 450kg de sementes que poderão viabilizar, aproximadamente, 700mudas/há, já

considerando uma perda de 30% e a contratação de 1homem/dia/há por 180 dias. Atualmente, a

Akarui já realizou o enriquecimento de florestas com sementes de juçara em áreas de APPs e da

UC em mais de 100ha com resultados muitos expressivos de pegamento e desenvolvimento das

mudas.

A produção de mudas acontecerá nos viveiros domiciliares locais apoiados pela Akarui desde

2008. Estes estão de acordo com a legislação de Sementes e Mudas vigente no país, atendendo

a exigência de possuírem registro (RENASEM), matrizes marcadas de espécies locais e regionais

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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para colheita de sementes e produção de mudas, capacitação e aperfeiçoamento para produção

de mudas orgânicas e embalagens padronizadas para facilitar a logística de campo. Todas as

mudas serão produzidas em saquinhos e com substratos orgânicos. Serão realizadas reuniões

com os viveiristas locais para planejamento da produção de acordo com a capacidade de cada

uma. Atualmente, a capacidade instalada é de, aproximadamente, 80mil mudas/ano. Além disso,

será realizada conversa e planejamento de produção também com viveiros regionais parceiros da

Akarui, que já nos atenderam em outros projetos. A estimativa de produção é de,

aproximadamente, 145mil mudas a um valor unitário de R$1,50. Dos viveiros locais, dois serão

contratados pelo projeto para servirem de viveiros de espera das mudas, nos quais serão

realizadas as atividades de separação e organização das mudas para irem a campo. Esta

experiência é resultante do projeto Semeando Sustentabilidade, realizado com patrocínio do

BNDES.

As sementes de juçara serão adquiridas de agricultores familiares de Natividade da Serra,

localizados na Z.A. do Núcleo Santa Virgínia e de comunidades tradicionais de Ubatuba, inseridas

no Núcleo Picinguaba, ambos do PESM, município vizinho a São Luiz do Paraitinga e com o qual

já desenvolvemos parcerias para realização de projetos de restauração e manejo sustentável da

juçara na região da Serra do Mar e Litoral do Norte. No total serão 130ha com semeadura a lanço

e plantio de sementes de juçara, totalizando 650kg de sementes, adquiridos a R$10,00/kg. Serão

adquiridas nos períodos de safra da espécies nestas regiões sendo em Natividade da Serra de

novembro a janeiro e em Ubatuba de março a maio.

Para implantação dos 220ha de restauração previstos no projeto serão contratadas duas

empresas para a realização das atividades sendo uma empresa contratada para implantação dos

45ha de plantio total e outra empresa contratada para a realização dos 15ha de adensamento,

130ha de enriquecimento e 30ha de condução da regeneração natural. As empresas deverão

trabalhar com, pelo menos, duas equipes de campo cada e com 5 funcionários cada equipe, a fim

de atender o cronograma físico do projeto, sendo finalizada a instalação dos 45 há de plantio, os

15ha de adensamento e os 30ha de condução da regeneração no segundo período de chuvas do

projeto, compreendido entre os meses de outubro a fevereiro. Toda a restauração será orientada,

supervisionada e avaliada pelo gerente de campo do projeto, que contará com o apoio do auxiliar

de campo para as atividades de separação e organização das mudas para campo, aquisição de

insumos, sistematizações, entre outros.

Para a realização da restauração são previstos riscos inerentes a atividade e que a experiência de

outros projetos realizados nos mostram como pontos de atenção. Entre eles identificamos o

desafio de reestabelecer o equilíbrio ecológico nas áreas de restauração e o ataque de insetos e

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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fungos podem acontecer quando se altera o ambiente, mesmo que para condições melhores.

Estes ataques comprometem a sanidade das mudas e dos plantios, e quando não controlados,

podem influenciar no desenvolvimento dessas áreas. O manejo inadequado destes sistemas

também pode impactar as áreas de forma negativa. Este projeto adota algumas estratégias para

minimizar os riscos como a constante geração de biomassa incorporada no sistema por meio das

podas e roçadas, a cobertura permanente do solo, uma boa orientação do agricultor e acordos

que precisam constantemente ser retomados, acompanhamento e monitoramento das áreas por

técnicos especializados, entre outros. Caso ocorram, medidas mitigadoras serão adotadas como

controle das pragas, o replantio das mudas, replantio de espécies de adubação verde, maior

número de roçadas, podas e limpezas, uso de caldas naturais e inserção de armadilhas e iscas

no controle de pragas e doenças, análise e correção da fertilidade dos solos, minimamente,

previstas nos custos do projeto. Além disso, aceiros serão definidos como contrapartidas dos

proprietários, principalmente, nas áreas de maior ocorrência de queimadas.

D. ANUÊNCIA DOS PROPRIETÁRIOS, POSSEIROS, RESPONSÁVEIS

As áreas descritas no quadro 3.B compõe categorias diferentes e requerem diferentes ações de

mobilização pela instituição e parceiros: i. 90ha de restauração na UC já mobilizados e

provenientes da parceria com a UC em outros projetos e fortalecida pela realização do projeto

Semeando Sustentabilidade – recuperação florestal o qual implantou 120ha de enriquecimento

com mudas e sementes no Núcleo; ii. 173ha de APPs provenientes de agricultores e proprietários

rurais envolvidos com outros projetos da instituição ou cadastrados no banco de áreas da Akarui

para projetos de restauração, ambos já mobilizados; iii. 9 há de áreas de APPs proveniente da

parceria com a Prefeitura de São Luiz do Paraitinga por meio do Programa Mina d’agua do

Governo do Estado de São Paulo no incentivo a restauração de APPs a montante dos pontos de

captação de água para abastecimento público e são áreas com mobilização de forma preliminar.

O restante das áreas (38ha) terá a mobilização, cadastramento e seleção a partir do processo de

aprovação do projeto e que acontecerá por meio de 3 oficinas de apresentação do projeto as

comunidades locais.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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4. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E SOCIAL DA RESTAURAÇÃO (máx. 7 páginas)

A. ATIVIDADES ECONÔMICAS E OCUPAÇÃO

Os municípios de São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra estão localizados na região do

Planalto Paraitinga/Paraibuna pertencente à Serra do Mar. São Luiz possui área territorial de 737

km² e população de 10.727 habitantes, com isso sua densidade populacional é de 14,55 hab/km².

Natividade da Serra possui área de 848 km² e população de 7.670 habitantes, tendo densidade

populacional de 9,05 hab/km². A região é composta por agricultores familiares e pequenos

produtores rurais e/ou sitiantes, e ambos municípios possuem a metade da sua população

residindo na zona rural e com 95% de seu território caracterizado como rural. Os agricultores

familiares tem na atividade agrícola a principal fonte de renda, sendo proveniente de atividades

como a produção de gado de leite e corte, produtos derivados do leite (requeijão, queijo),

produção de hortaliças, frutas e grãos, processamento e beneficiamento de produtos como polpa

de frutas, geleias, biscoitos e pães. Os pequenos agricultores possuem como principal fonte de

renda atividades que não as desenvolvidas na propriedade rural e nesta, normalmente,

desenvolvem a atividade de pecuária de corte. Os sitiantes possuem a área como propriedades

de lazer, mas identifica-se um parcela destes “novos rurais” que abandonaram as áreas urbanas

das grandes cidades para se instalarem, definitivamente, na zona rural de pequenas cidades.

Além destes beneficiários diretos, outros estão, indiretamente, relacionados como as populações

abaixo das áreas de restauração que se beneficiarão da água em qualidade e quantidade para

abastecimento; famílias envolvidas nos processos de formação e capacitação, entre outros.

Na década de 20 a 40 esta região destacou-se pela grande importância na produção de alimentos

e madeira para lenha, sendo considerados “celeiros” do Vale do Paraíba do Sul. Com a expansão

das monoculturas – café, gado e eucalipto (já na revolução verde), o impacto na agricultura

diversificada local foi intenso, ocasionando o abandono das terras e o êxodo rural, o

empobrecimento do campo, a dependência da ATER e de insumos externos e a desvalorização

do saber local. Importante ressaltar que os dois municípios figuram com alta vulnerabilidade

social. São Luiz do Paraitinga encontra-se na posição 590 e Natividade da Serra na posição 642,

do ranking de Índice de Desenvolvimento Humano – IDH - dos 645 municípios do estado.

Nesta região, a pecuária é a principal atividade agrícola e a paisagem dominada por pastagens,

sendo em São Luiz do Paraitinga correspondente a 65% e em Natividade da Serra

aproximadamente 50%. O pisoteio excessivo aliado à falta de práticas de conservação do solo

tem causado processos erosivos em algumas áreas, resultando em empobrecimento e perda de

solo e assoreamento dos corpos hídricos, bem como perda de produtividade e diminuição na

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renda do agricultor. Os maiores problemas observados neste sistema é a diminuição da qualidade

da palha para cobertura do solo e ciclagem de nutrientes, exposição do solo à erosão e à

compactação, diminuição da infiltração e armazenamento de água, redução dos teores de matéria

orgânica do solo e estoque de nutrientes, reduzindo, enfim, a sustentabilidade do sistema de

produção. Apenas uma pequena parcela de produtores, que se dedicam à pecuária de leite,

aparecem como o grupo que tem maior atenção à qualidade do pasto e à alimentação animal,

apresentando pasto reformado com melhor qualidade e a maior parcela de capineira e cana

forrageira da área pesquisada. Também é relevante a expansão da atividade de silvicultura de

eucalipto (Eucalyptus spp) na área da bacia do Paraitinga/Paraibuna. Em São Luiz a área

destinada a atividade é de 13% da área do território.

Os padrões de usos do solo e das atividades produtivas na região podem estar relacionados

também ao êxodo rural, que atinge a região, segundo dados do IBGE- 2014. É possível perceber

que grande parte do êxodo é de jovens, já que poucos participam das atividades nos sítios. Além

disso, vem aumentando a venda das terras de médio e pequeno porte para a divisão de terras

menores que o módulo mínimo de parcelamento permitido, acarretando no parcelamento ilegal do

solo e problemas diversos relacionados as recursos naturais e infra-estrutura.

B. PRIORIDADE DAS ÁREAS

A área de abrangência deste projeto - os municípios de São Luiz do Paraitinga e Natividade da

Serra e a Zona de Amortecimento e áreas do interior do Parque Estadual da Serra do Mar –

Núcleo Santa Virgínia - estão inseridas nas Bacias dos Rios Paraitinga e Paraibuna, formadores

do Rio Paraíba do Sul. Âmbito Federal: 1. Visto a importância da região para o abastecimento

público dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e para a manutenção proteção

da biodiversidade, esta foi considerada, pelo Ministério do Meio Ambiente, área prioritária para

restauração; 2. Em fase de assinatura está o projeto “Mitigação de mudanças climáticas,

restauração da biodiversidade e recuperação dos serviços ecossistêmicos da Mata Atlântica na

Bacia do Rio Paraíba do Sul”, que objetiva a recuperação de serviços ambientais e

ecossistêmicos, mitigação das mudanças climáticas, conservação da biodiversidade e uso

sustentável na Mata Atlântica do Brasil, por meio restauração ecológica das florestas nativas em

uma perspectiva de paisagem, aumentando a capacidade de conservação, restabelecendo a

conexão entre fragmentos florestais, aumentando os estoques de carbono, melhorando a

resiliência e reforçando a capacitação no âmbito da bacia do Paraíba do Sul e do Corredor

Sudeste da Mata Atlântica. Tem como fonte financiadora principal o Global Environmental Facility

– GEF, sendo executado pelo Ministério das Ciências e Tecnologia da Informação e pelos

estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, foco das ações do projeto. Entre as

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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principais ações está a restauração ecológica de 25.800ha, sendo em São Paulo priorizada a

bacia do Rio Paraitinga com ações específicas em São Luiz do Paraitinga nas sub-bacias do

Chapéu e Turvo. Âmbito Estadual: foi criada a RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA/SSRH Nº 001, no

Estado de São Paulo, que define as áreas prioritárias de intervenção do Programa de Incentivos à

Recuperação de Matas Ciliares e à Recomposição de Vegetação nas Bacias Formadoras de

Mananciais de Água - Programa Mata Ciliar - SP, sendo a sub-bacia do rio do Chapéu uma das 3

bacias prioritárias no Vale do Paraíba do Sul. Âmbito Municipal: parte das áreas indicadas neste

projeto fazem parte do Programa Estadual Mina d’agua (decreto 55.947/2010) que estabelece

convênio com o municípios para efetivarem o programa de pagamento por serviços ambientais

em áreas a montante das áreas de captação para águas de abastecimento público.

C. FITOFISIONOMIA DAS ÁREAS

Este projeto está inserido nos municípios de São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra (Vale

do Paraíba – Serra do Mar), em áreas dentro e fora da Zona de Amortecimento (Z.A.)do Núcleo

Santa Virginia do PESM – SP e na própria Unidade de Conservação (UC). A cobertura florestal

original destes municípios é predominantemente de Floresta Ombrófila Densa e alguns locais com

Floresta Estacional Semidecidual, sendo áreas que se localizam mais próximas do Vale do

Paraíba do Sul, compondo uma paisagem de “mares de morros”. Da cobertura florestal nativa

existente, cerca de 70% está localizada no

interior do Parque (Núcleo Santa Virgínia) e

na Z.A. da UC. Segundo dados do

Inventário Florestal do Estado de São Paulo

realizado em 2005 pelo Instituto Florestal

(IF) foram encontrados no município de São

Luiz do Paraitinga 732 fragmentos florestais

sendo que 80% destes são menores que 10

hectares, representando uma grande

fragmentação da paisagem e principalmente do ecossistema de Floresta Atlântica original.

D. CONEXÃO ENTRE ÁREAS OU FRAGMENTOS FLORESTAIS

A atual paisagem da região é formada por um complexo mosaico de áreas de pastagens,

fragmentos florestais e áreas urbanas. Estudos recentemente realizados na região da bacia do

Rio Paratinga, por solicitação da SMA/SP, apontam que a cobertura florestal (estágio médio -

avançado e inicial) na região é de 26,6% do total sendo o processo de fragmentação florestal

intenso e que 93,14% dos fragmentos são menores do que 5 hectares. Além disso, os fragmentos

apresentam um baixo índice de circularidade (formato bastante alongado). Desta maneira,

considerando o elevado nível de fragmentação e o baixo índice de circularidade, os resultados

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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indicaram que os fragmentos florestais da região estão expostos ao efeito de borda e,

consequentemente, sujeitos a maior perda de biodiversidade.

Neste sentido, uma das formas de mitigar os efeitos da fragmentação é o estabelecimento de

Corredores Ecológicos. Com apoio da parceria com a ACEVP, serão priorizadas áreas de

restauração que promovam a criação de corredores ecológicos. A organização criou uma

metodologia de conexão chamada Linhas de Conectividade (LDC), com uso de ferramentas

avançadas de análise geoespacial e indicação de áreas mais adequadas para a implementação

de florestas, formando corredores ecológicos. Segundo a ACEVP “Em uma paisagem com alto

grau de conectividade, os organismos conseguem se deslocar entre os elementos da paisagem,

promovendo grande fluxo biológico entre os remanescentes de vegetação natural, permitindo a

manutenção da alta diversidade e a redução dos riscos de extinções.” Estes corredores foram

traçados para a região da Serra do Mar promovendo a conexão com áreas de floresta da Serra da

Mantiqueira, passando pelo Vale do Paraíba. Esta parceria viabilizou o detalhamento dos

corredores e linhas de conectividade nos municípios de atuação deste projeto. Esta ferramenta

surge como uma importante estratégia de planejamento de paisagem numa escala regional.

E. RECURSOS HÍDRICOS

São Luiz do Paraitinga e Natividade da Serra situam-se nas bacias hidrográficas dos rios

Paraitinga e Paraibuna e é uma região considerada pelo Plano de Bacias do Comitê do Paraíba

do Sul, como região de cabeceiras formadora das águas do Rio Paraíba do Sul, corpo hídrico

federal. Suas águas abastecem cerca de 15 milhões de pessoas nos Estados de São Paulo, Rio

de Janeiro e Minas Gerais, sendo responsável por 90% do abastecimento público da Região

Metropolitana do Rio de Janeiro, por meio da transposição em Barra do Piraí (RJ).

No trecho paulista da bacia destaca-se as estruturas para geração de energia elétrica e

regularização de vazão das represas de Paraibuna/Paraitinga, Santa Branca e Jaguari. Os

reservatórios de Paraibuna/Paraitinga e Jaguari são os que apresentam maiores volumes de

regularização de vazões (CBH/PS 2003). Há estudos em andamento sobre o uso de seus

recursos para apoio emergencial ao abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, por

meio da interligação entre a represa do Jaguari e o sistema Cantareira.

Em São Luiz, a bacia Rio do Chapéu é a principal contribuinte do Rio Paraitinga e o principal

responsável pelo assoreamento desse rio no município. Este assoreamento é causado, em

grande parte, pelo uso inadequado do solo agrícola, má conservação das estradas rurais e pela

remoção da cobertura vegetal nativa, principalmente nas áreas de APPs. Como a bacia do

Chapéu compreende importantes áreas de cabeceira, ela se qualifica como sendo um

componente do sistema hídrico da bacia do rio Paraíba do Sul de extrema importância para a

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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estabilidade e manutenção dos ambientes fluviais dessa bacia, uma vez que, em caso de

degradação do entorno dessas nascentes e margens de rio, a vida do rio e a retenção de água na

bacia podem ser comprometidas.

Neste sentido, em 05 de junho de 2014, foi criada a RESOLUÇÃO CONJUNTA SMA/SSRH Nº

001, no Estado de São Paulo, como já citada acima definindo áreas prioritárias para restauração

no estado de SP, e da qual a bacia do Chapéu em São Luiz está inserida junto com a Jaguari e

Uma, no Vale do Paraíba. Neste contexto, as atividades, além de contribuírem para a regulação

climática, tem intervenção direta na regulação hídrica ao concentramos as ações em núcleos

rurais inseridos em bacias hidrográficas de grande importância para o abastecimento público.

F. PROCESSOS EROSIVOS

Com a característica de região de pastagem, em

especial, nas áreas de APPs (conforme mapa

abaixo) é nítida a influencia do manejo do solo em

todas as formas de serviços ecossistêmicos entre

eles: suporte, provisão, regulação e cultural, sendo

evidente os efeitos do uso (ou mau uso – mapa ao

lado) da terra e seus impactos nos serviços

ecossistêmicos e como eles influenciam o bem

estar das pessoas. O desmatamento, o mau

manejo do solo e a pastagem degradada podem

causar degradação dos solos por meio da perda de

fertilidade e erosão do solo. E esta é a condição

das áreas na região de atuação do projeto. Com isto estamos sujeitos a perda de nutrientes,

compactação dos solos, perda da biodiversidade do solo propiciando o escoamento superficial, a

não infiltração de água na terra e o abastecimento do lençol freático, alteração da produção de

alimentos, entre outros. Neste cenário, temos visto o avanço dos processos erosivos e a

intensificação a vulnerabilidade erosiva das bacias hidrográficas. Soma-se a estes aspectos a alta

declividade da região (topografia acidentada) e as ocupações humanas em locais inadequados,

favorecendo a vulnerabilidade a erosão da região. Neste sentido, este projeto propõe o

fortalecimento do diálogo com proprietários rurais e agricultores para a restauração ecológicas de

áreas de APPs aliadas a técnicas sustentáveis de conservação do solo, em especial, nas áreas

agrícolas, que tem muito a colaborar com a diminuição dos processos erosivos na região. A

interação deste projeto com outros realizados pela Akarui e parceiros na região, com destaque,

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aos de manejo sustentável do solo, consolidam a proposta de um territorial sustentável do ponto

de vista ecológico, ambiental, econômico, social e cultural.

G. BIODIVERSIDADE

O Bioma Mata Atlântica é um hotspot de biodiversidade, e os Parques Estadual da Serra do Mar e

Nacional de Itatiaia foram considerados áreas de proteção insubstituíveis para alguns grupos de

vertebrados tetrápodes (anfíbios, aves e mamíferos). A biodiversidade no local pode ser também

indicada pelos produtores rurais, que afirmam ver e/ou escutar diversos animais nos fragmentos

de florestas ou próximos a elas, principalmente, pássaros, tatus, macacos, entre outros. A

polinização é um serviço também relacionado à biodiversidade, e está sendo beneficiada pelo

aumento da atividade apícola na região,

inclusive, desenvolvida com espécies

melíponas. As atividades previstas nestes

projetos contribuem para a recuperação e

proteção dos ecossistemas, hábitats naturais

e manutenção de populações de espécies em

seu meio natural, inclusive, de espécies

ameaçadas de extinção como a palmeira

Juçara. No entanto, a perda e fragmentação

de habitat é considerado o maior responsável

pela perda de biodiversidade e apesar de existir uma grande quantidade de florestas na região

das bacias envolvidas no projeto (Paraitinga e Paraibuna), a quantidade e qualidade da

biodiversidade local está relacionada à quantidade e qualidade de seu hábitat. Tais características

dependem não só da quantidade de florestas, mas de seu formato, distribuição, isolamento e

conectividade. A partir do mapa de cobertura de florestal da bacia do Rio Paraitinga fica claro a

intensa fragmentação da floresta na região cercada, principalmente, por pastagens.

H. BENEFÍCIOS SOCIAIS

O projeto contempla ações de capacitação voltadas a cadeia produtiva da restauração florestal e

desenvolvimento de produtos oriundos das áreas de plantio como frutas e sementes, incentivando

o manejo sustentável nas propriedades rurais e que promoverão impactos sociais, diretos aos

proprietários e indiretos na área de entorno. Destacamos: I. Benefícios diretos: com a execução

da restauração de 120ha de floresta em área de propriedades particulares que resultam em

benefícios diretos aos agricultores envolvidos no projeto, com valorização monetária da

propriedade em razão da adequação ambiental, incentivo a práticas agroecológicas na

propriedade, melhoria da qualidade da água para consumo próprio e para uso na agricultura,

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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possibilidade de recebimento de pagamentos por serviços ambientais, entre outros. Além disso,

destacamos outros benefícios diretos que poderão ser monitorados ao longo do projeto: II.

Empoderamento dos proprietários do processo de avaliação de resultados e a compreensão

comunitária do valor ecossistêmico da restauração III. Fortalecimento comunitário do grupo de

produtores e de conservadores dos recursos naturais, por meio de trabalhos integrados e

articulados para objetivos comuns como a implementação de práticas agroecológicas nas áreas

ciliares e a multiplicação e ampliação destas práticas para as áreas produtivas da propriedade

incentivando a adesão dos agricultores a Agroecologia; IV. Adoção de práticas e tecnologias

agroecológicas para a restauração florestal das áreas envolvidas no projeto criando unidades de

estudo (referência) para aprofundamento de metodologias mais sustentáveis aplicadas a

restauração; V. Adequação Ambiental das propriedades; VI. Fortalecimento das políticas públicas

para a Agricultura Familiar, como exemplo acesso à DAP aos programas de comercialização

institucional como PNAE, por meio da venda das frutas nativas a alimentação escolar; VII.

Formação de corredores ecológicos e fortalecimento da Unidade de Conservação Núcleo Santa

Virgínia, em razão dos trabalhos realizados em seu entorno. VIII. Geração de serviços, trabalho e

incremento da renda dos agricultores familiares envolvidos diretamente, e fortalecimento e

valorização dos serviços locais contribuindo para o incremento de renda de beneficiários indiretos

ao favorecer as aquisições e contratações locais; IX. Melhoria da qualidade da água captada nas

bacias integrantes do projeto para abastecimento público (Bacia do Rio Paraitinga, Bacia do Rio

do Chapéu, Microbacia da Queimada)

I. OUTROS BENEFÍCIOS

Outros benefícios gerados pelo projeto são i. Redução de emissões de gases de efeito estufa

(GEE) e contribuições para o sequestro de CO2; ii. Oferta de serviços ecossitêmicos – Água:

como citado no item recursos hídricos; Fertilidade dos solos e ciclagem de nutrientes: por meio da

promoção da diversidade de espécies, conservação dos solos em áreas de florestas e nas áreas

adjacentes as áreas protegidas, com o incentivo ao manejo agrícola agroecológico; Manutenção

da paisagem: possibilitando a manutenção e melhoria da beleza cênica da região que agrega

atividades como a de turismo rural e ecológico e recreação. A região tem forte apela turístico

pelos seus atrativos naturais e patrimônio arquitetônico que fazem parte do acervo nacional de

tombamento pelo órgão federal oficial (IPHAN). Recursos genéticos: contribui com o fluxo

genético e preservação das espécies ao ampliar dos fragmentos florestais com a conectividade

dos remanescentes; iii. Atendimento a legislação ambiental vigente.

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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5. CADEIA PRODUTIVA, CAPACITAÇÃO E GERAÇÃO DE RENDA (máx. 3 páginas)

A produção de mudas acontecerá nos viveiros domiciliares locais apoiados pela Akarui desde

2008. Estes possuem o RENASEM e formação para produção de mudas orgânicas. Todas as

mudas serão produzidas em saquinhos e com substratos orgânicos. Serão realizadas reuniões

com os viveiristas locais para planejamento da produção de acordo com a capacidade instalada

que é de 80mil mudas/ano. Se preciso, será realizado contato e planejamento de produção

também com viveiros comerciais regionais, que já nos atenderam em outros projetos. A

estimativa de produção é de, aproximadamente, 145mil mudas a um valor unitário de R$1,50. Dos

viveiros locais, dois serão contratados pelo projeto para servirem de viveiros de espera das

mudas, nos quais serão realizadas as atividades de separação das mudas para campo. Os

processos de capacitação deste projeto visam dar continuidade as ações realizadas e a

experiência acumulada com a implantação do projeto Semeando Sustentabilidade – Recuperação

Florestal, que aconteceu de 2012 a 2015. A proposta contempla 4 tipos de capacitação: 1.

Capacitação das empresas de plantio: as empresas de plantio contratadas para implantação da

restauração ecológica serão capacitadas pelo gerente de campo do projeto em atividades no

formato de oficinas. Inicialmente, acontecerá a “Oficina de Implantação” em dois dias composta

por duas partes: i. Teoria – diálogo e troca de experiências sobre a restauração ecológica,

sucessão ecológica, importância das espécies, distribuição espacial, o papel de cada um no

sucesso da restauração; Prática – implantação de uma área modelo utilizando os princípios da

agroecologia, norteadores deste projeto, e as diversas técnicas a serem desenvolvidas. Antes da

manutenção das áreas, será realizada a “Oficina de Manutenção” em um dia em uma das áreas

implantadas para demonstração e detalhamento dos procedimentos de manutenção a serem

aplicados as áreas em restauração. Nestas oficinas estão previstas alimentação para os

participantes; 2. Formação em produção de sementes e mudas: no período de out/2013 a

mar/15 foi realizado o Curso de Produção de Sementes Florestais envolvendo viveiristas da

região Serra da Mantiqueira, Vale do Paraíba, Serra do Mar e Litoral Norte paulista. Este curso foi

uma realização da Fundação Florestal e do Instituto Florestal de São Paulo/SMA com apoio da

Akarui. A presente proposta visa dar continuidade a esta ação mantendo o intercâmbio entre os

viveiristas regionais para o fortalecimento da cadeia produtiva de sementes e mudas no intuito de

formar uma rede regional de sementes e mudas no formato de Arranjo Produtivo Local (APL

Sementes). O curso acontecerá em 5 módulos com base nos temas: 1.SIG: curso de GPS e

mapeamento; 2.Infraestrtura: orientações sobre viveiros e Legislação: integração de legislação

federal com estadual e o novo código florestal; 3.Conservação genética: implantação de pomares

de conservação genética; 4.Produção: a agroecologia na produção de mudas e a colheita de

sementes dentro de UCs em conformidade com a Resolução 68/08 de SP, e 5.Sementes:

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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produção, análise e comercialização de sementes. Os módulos serão ministrados por técnicos

especializados da FF e do IF com apoio do técnico da Akarui. Para o tema 4 propomos a

localização de matrizes de espécies nativas no Núcleo Santa Virgínia, com base na lista de

espécies do núcleo, que contempla a localização de 20 matrizes; troca de experiência e

conhecimento sobre a fenologia das espécies; coleta de sementes e produção de mudas em

parceria com o Viveiro Florestal do IF em Taubaté. Para este módulo está previsto deslocamento

e hospedagem com apoio do parque e pelo projeto a alimentação para 3 dias de curso e a

contratação de consultor por 280horas e um guia por 180horas para orientação e condução das

ações. No módulo 3 está previsto o apoio e orientação por parte de técnicos do IF e FF durante o

curso e propomos a implantação de 2 pomares de conservação genética na UC (1ha cada). A

conservação genética ex situ consiste em instalar coleções vivas em diversos formatos, que

permitem uma espécie de réplica das populações originais em locais especialmente preparados

para este fim. A metodologia a ser aplicada foi desenvolvida pelo IF, que define a marcação e

colheita de 60 matrizes, para pomar de 45 matrizes e 20 repetições. Durante o curso os viveiristas

serão capacitados para produzir mudas de pomares, mas para facilitar a logística, as mudas que

serão plantadas nestes pomares serão produzidas por um viveiro participante. Estão previstos os

custos referente a 2ha de plantio total, inseridos na rubrica 1 por se tratar de restauração

integrada a formação. Além de 2 eventos com foco na formação da rede e apoio ao arranjo

produtivo local no valor de R$3.000,00/cada; 3. Formação em restauração ecológica: esta

formação será realizada com os proprietários envolvidas no projeto e objetiva trocar, resgatar e

ampliar conhecimentos da comunidade sobre a restauração ecológica e informar e avaliar a

restauração em curso. Além de demonstrar e dialogar como os princípios e práticas

agroecológicas aplicadas a restauração podem ser desenvolvidas nas áreas agrícolas, a partir de

uma visão integrada e sistêmica da propriedade. Esta ação contribui para a geração de diversos

benefícios entre eles proteção das áreas de restauração, melhoria da oferta dos serviços

ecossistêmicos e incremento de renda a partir de manejos sustentáveis e produtivos. Os

encontros deverão acontecer a cada três meses e terão início após implantação das áreas. Ainda

será definido com o grupo a realização de 4 oficinas de 2 dias cada para mulheres de

proprietários e agricultores envolvidos no projeto e do entorno das áreas de atuação com foco no

beneficiamento de frutas nativas e processamento de pães, doces e geleias. Esta ação é fruto da

experiência no projeto anterior no qual a participação majoritária se dá pela presença dos

homens, sendo a presença das mulheres pouco expressiva. Ao mesmo tempo, é nítida a

participação das mulheres na organização e produção agrícola, comercialização de produtos e

incremento da renda familiar. Neste sentido, propomos a realização da atividade a fim de

valorizar, respeitar e fortalecer a presença das mulheres nas atividades do campo e nos espaços

Roteiro de Apresentação de Projetos BNDES Restauração Ecológica

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de diálogo e decisão. Nesta etapa está prevista a contratação de um consultor especializado por

64horas, alimentação e insumos necessários; 4. Formação para restauração ecológica de

professores da rede municipal de ensino: realização de um curso com professores da rede,

interessados no tema, a fim aprofundar os conhecimentos, dialogar sobre a importância da

restauração para a sustentabilidade territorial e sub-temas afins e elaborar e encaminhar

propostas/projetos a instituições parceiras e regionais que possam viabilizá-los no âmbito da

escola. Este formar a ação propõe uma educação ambiental permanente, num processo de

empoderamento e autonomia dos gestores que a ministram. Sendo assim, está prevista a

contratação de uma consultoria especializada por 30 meses, sendo 24h/mês. O conteúdo

programático do curso será desenvolvido por esta consultoria. Alimentação será disponibilizada

pela prefeitura.

EMPREGOS GERADOS PELO PROJETO

Item Empregos

diretos

Empregos

indiretos Item

Empregos

diretos

Empregos

indiretos

Mão-de-obra projeto Capacitação

Restauração das áreas 20 Evento do curso de sementes

5

Cerca 8 Consultor 3

sub-total 28 guia de campo 1

Produção de

mudas/sementes

Colheita de sementes de juçara

10 sub-total 4 5

Produção de mudas 20

Trasnporte de mudas 4 Contratação de

Equipe Técnica

sub-total 34 Coordenador do projeto 1

Aquisição de

materiais/insumos Gerente de campo 1

Comércio local 20 Auxiliar de campo 1

Pesquisa e

comunicação

Coordenador adm. financeiro

1

Estagiários e Pesquisador

4 Contador 1

Assessor de comunicação

1

sub-total 5 sub-total 5

TOTAL GERAL 42 59

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6. INTERAÇÃO COM ATIVIDADES PÚBLICAS OU PRIVADAS (máx. 2 páginas)

O projeto possui interação com políticas e atividades públicas de restauração? Descrever.

Diante das articulações e parceiras que a Akarui vem construindo para gestão sustentável do

território, destaca-se a interação com políticas públicas de restauração e valorização dos serviços

ambientais. Neste sentido, o presente projeto estará integrado e fortalecerá o diálogo local e

estadual alinhado as seguintes articulações: âmbito municipal: participação e apoio ao Conselho

Municipal de Meio Ambiente para construção de mecanismos que viabilizem o Pagamento por

Serviços Ambientais, a proprietários rurais que preservam ou disponibilizam áreas para

restauração de nascentes, principalmente, de abastecimento público; Alinhamento com o Plano

Diretor Municipal na realização de ações que viabilizam a proteção e restauração dos corpos

hídricos e sua vegetação; Apoio e implementação do Programa Mina d’agua, descrito no decreto

55.947/2010 - SP que regulamenta a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) com foco

a estimular a proteção das nascentes de mananciais de abastecimento público. Âmbito estadual:

por meio da atuação na Rede de Governança Local que é o fórum de discussão para implantação

do projeto “Mitigação de mudanças climáticas, restauração da biodiversidade e recuperação dos

serviços ecossistêmicos da Mata Atlântica na Bacia do Rio Paraíba do Sul” ( em fase de

negociação com a federação) apoiado pela SMA, com recurso externo da Global Environmental

Facility – GEF, tendo como executores o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o

MCTI, os Estados de SP, RJ e MG, com duração de 5 anos. O objetivo do projeto é a

recuperação de serviços ambientais e ecossistêmicos, mitigação das mudanças climáticas,

conservação da biodiversidade e uso sustentável na Mata Atlântica do Brasil, por meio da

restauração ecológica das florestas nativas em uma perspectiva de paisagem, aumentando a

capacidade de conservação e restabelecendo a conexão entre fragmentos florestais. As

modalidades deste projeto são i. Pagamento por Serviço Ambiental (PSA) uso múltiplo:

conservação de floresta em pé, Restauração florestal e Conversão produtiva - áreas de baixa

produtividade são convertidas para sistemas de maior funcionalidade ecológica e econômica

(pastagens ecológicas, sistemas agroflorestais (SAF)); ii. PSA de Conservação. Como área de

abrangência trabalhamos com PSA uso múltiplo em São Luiz do Paraitinga na bacia dos rios do

Turvo e Chapéu e com PSA Conservação na bacia do Paraitinga; Além disso, temos contribuído

para a construção das diretrizes gerais para financiamento de projetos de PSA por meio do

Comitê de Bacias do Paraíba do Sul; junto com a ACEVP e a SMA temos focado esforços no

fortalecimento e consolidação das ações de restauração ecológica na bacia do Paraitinga, em

São Luiz especificamente na sub-bacia do Rio do Chapéu alinhados a RESOLUÇÃO CONJUNTA

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SMA/SSRH Nº 001, no Estado de São Paulo, como já citada acima definindo áreas prioritárias

para restauração no estado de SP.

O projeto possui interação com atividades privadas de restauração? Descrever.

A Akarui tem como parceira neste projeto a Associação Corredores Ecológicos do Vale do

Paraíba – ACEVP, sediada no município de São José dos Campos – SP e é responsável pela

implementação da iniciativa Corredor Ecológico do Vale do Paraíba com foco em reconectar mais

de 150mil ha de floresta na porção paulista da bacia do Rio Paraíba do Sul por meio do

estabelecimento de corredores ecológicos, em conjunto com programas direcionados ao

fortalecimento social, econômico, cultural e educacional. Somos parceiros da ACEVP na região

que engloba a bacia do rio Paraitinga, um dos formadores do Paraíba do Sul. Na região de

atuação deste projeto, temos trabalhado no

sentido de fortalecermos as ações e

alcançarmos escala na restauração ecológica

no território. Entre os materiais gerados está

o mapa das linhas de conectividade para

estabelecimento dos corredores no município

de São Luiz do Paraitinga gerado pela

ACEVP e que será utilizado para mobilização

de proprietários em áreas prioritárias para a

restauração a fim de favorecer a conexão dos

remanescentes florestais. A Akarui e a Acevp

são membros da Rede de Governança Local

em São Luiz para o diálogo, planejamento e

implantação de projetos voltados a restauração florestal, manejo sustentável de pastagens e

pagamento de serviços ambientais. Desta rede participam as Secretarias Municipais de Meio

Ambiente e Agricultura de São Luiz do Paraitinga, Coordenadoria de Assistência Técnica

Integrada – CATI e Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA ambas da

Secretaria Estadual de Agricultura – SP, SMA –SP, FF, IF e Associação Rural do Mato Dentro. Na

interação com a ACEVP propomos a consolidação desta parceira vislumbrando a aprovação de

ambos os projetos pelo BNDES promovendo o fortalecimento do território regional para a

restauração ecológica articulada e integrada as políticas públicas locais e estaduais, no processo

de continuidade de ações em andamento por ambas as instituições (Akarui e Acevp) e seus

parceiros.

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7. PERFIL DOS PROPRIETÁRIOS DOS IMÓVEIS (máx. 3 páginas)

Preencher a tabela abaixo e descrever as características das áreas abrangidas pelo projeto

conforme item 1.1.1 do Anúncio do Foco 01/2015, sejam Unidades de Conservação da

Natureza, de posse ou domínio públicos; Reservas Particulares do Patrimônio Natural

(RPPN); Reserva Legal em Assentamentos de Reforma Agrária ou em Territórios

Quilombolas; Terras Indígenas; e Áreas de Preservação Permanente, e sua contribuição à

recuperação e/ou regularização fundiária.

Tipo de propriedade Hectares a

restaurar

Propriedades Privadas

0 a 4 módulos fiscais

Agricultura familiar 51 hectares

Não é agricultura

familiar

77 hectares

Entre 4 e 15 módulos fiscais ____hectares

Acima de 15 módulos fiscais ____hectares

Unidades de Conservação 92 hectares

RPPN ____hectares

Reserva Legal em Assentamentos de Reforma Agrária ____hectares

Reserva Legal em Quilombolas ____hectares

Terras indígenas5 ____hectares

TOTAL 220 hectares

Observação: a Postulante deverá preencher Declaração, nos termos do Anexo VII, no

sentido de que o projeto não será implantado em áreas para as quais já exista obrigação de

restaurar estabelecida por: i) termo de compromisso, assinado pelo proprietário ou

possuidor do imóvel, junto ao órgão ambiental competente, resultante de sua adesão ao

Programa de Regularização Ambiental, conforme Art. 59 da Lei nº 12.651/2012 e

5 Aquelas enquadradas no art. 11 do Decreto nº 7747, de 05 de junho de 2012, isto é, que estejam formalmente

reconhecidas, como tais, pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

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regulamentos aplicáveis, exceto nos casos dispostos no item 1.1.1, “c”, do Anúncio do

Foco6 e para a pequena propriedade ou posse rural familiar, definida no art. 3º, V, da Lei nº

12.651/2012; ii) termos de ajustamento de conduta, autuações administrativas por infrações

à legislação ambiental; iii) decisões judiciais; e iv) condicionante de licença ambiental.

O total de áreas a serem restauradas neste projeto é de 220ha. As áreas de restauração em

APPs configuram-se na sua totalidade em propriedades de até 4 módulos fiscais, ou seja, 160ha.

Do total de 128ha a serem restaurados em áreas particulares, 40% será destinado a propriedades

de agricultores familiares e 60% a pequenos produtores e sitiantes. Caso não haja adesão de

agricultores familiares no percentual indicado, serão selecionadas áreas de outros produtores

sem prejuízo para a restauração e realização do projeto. Na Unidade de Conservação será

realizada a restauração em 92ha de áreas de domínio público a serem indicadas pelo Gestor da

unidade.

6 Áreas de Reserva Legal em Assentamentos de Reforma Agrária ou em Territórios Quilombolas, devidamente inscritos

no Cadastro Ambiental Rural – CAR.

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8. MONITORAMENTO E DOCUMENTAÇÃO (máx. 3 páginas)

O processo de monitoramento e avaliação neste projeto foi organizado em: A. Monitoramento das

áreas plantadas em APPs; B. Monitoramento das áreas plantadas no Parque; C. Avaliação com

produtores das áreas plantadas, D. Construção do Mapa de Áreas Restauradas.

A. Monitoramento das áreas plantadas em APPs (plantio total, adensamento e condução): serão

implantadas parcelas amostrais nas áreas de APPs inseridas neste projeto. A metodologia

seguirá as orientações da resolução SMA 32/14 e o Protocolo CBRN 01/15 que estabelece os

parâmetros e metodologia para monitoramento de projetos de restauração ecológica e as

informações obtidas deverão alimentar o Sistema de Apoio de Restauração Ecológica – SARE do

Estado de São Paulo, previsto para ser lançado em julho de 2015. Entre os indicadores

ecológicos deste sistema estão cobertura do solo, quantidade e riqueza de regenerantes lenhosos

nativos, entre outros. As parcelas serão instaladas de forma que a abranger todas as técnicas de

restauração proposta. Para esta atividade serão contratados 2 estagiários da graduação da

Universidade de Taubaté para realizarem a implantação, monitoramento e demais atividades

relacionadas como relatórios e sistematização de dados. Cada estagiário receberá uma bolsa no

valor de R$ 500,00 pelo período de três meses/ano de projeto.

B. Monitoramento das áreas de enriquecimento (APPs e Parque): serão implantadas parcelas

amostrais nas áreas enriquecidas deste projeto. A metodologia será definida juntamente com o

gestor da UC e o pesquisador contratado e terá como foco avaliar a efetividade da técnica e a

viabilização das mudas em condições ambientais diferentes, possibilitando o aperfeiçoamento das

ações de restauração voltadas a palmeira juçara. Esta técnica já é utilizada por projetos de

recuperação e manejo da espécie que integram a Rede Juçara. Para esta atividade será

contratado 1 estagiário da graduação da Universidade de Taubaté para auxiliar na implantação,

monitoramento e demais atividades relacionadas como relatórios e sistematização de dados. Este

estagiário receberá uma bolsa no valor de R$ 500,00 pelo período de três meses/ano de projeto.

Além disso, é prevista a contratação de um pesquisador especializado no manejo e recuperação

da espécie para propor a metodologia, orientar os trabalhos e gerar as análises, avaliações e

relatório finais. Este será contratado por RPA pelo valor de R$ 2.000,00/mês por 8 meses ao

longo do projeto.

C. Avaliação com produtores das áreas plantadas: dentro do processo de avaliação do projeto

estão previstas para cada município de atuação do projeto (São Luiz do Paraitinga e Natividade

da Serra), 3 reuniões com proprietários das áreas de matas ciliares. Nestes encontros serão

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apresentados os relatórios de monitoramento das áreas implantadas para avaliação, discussão e

validação dos dados levantados junto com os produtores envolvidos. Estes encontros têm por

finalidade promover a integração dos produtores com os resultados alcançados na implantação

das áreas e corrigir procedimentos, quando necessário, para os próximos plantios. Além de

avaliar as atividades de restauração realizadas nas propriedades a partir do ponto de vista do

proprietário com foco em indicadores de qualidade a serem definidos em conjunto com o a equipe

técnica.

D. Construção do Mapa de Áreas Reflorestadas: será contratado um técnico em Sistema de

Informação Georreferenciado (SIG) que será responsável pela elaboração de mapas

georreferenciados das áreas implantadas, com coordenadas e polígonos repassados pela equipe

técnica do projeto e da UC. O trabalho contempla geração de um banco de dados espacial

contendo os seguintes dados: altimetria, limites municipais e bacias hidrográficas, malha viária,

hidrografia, Inventário Florestal 2010. O banco de dados pode conter outros dados, caso seja

necessário. Além disso, é prevista a elaboração de mapas de todas as áreas do projeto: geração

de arquivos vetoriais (pontos, linhas e polígonos) para a elaboração dos mapas; geração de

tabela de áreas contendo: Nome; Tipo; Intervenção; Declividade; Área por declividade em m² e

ha; Município; Bacia Hidrográfica; Área total em ha e Perímetro da cerca em metros. E a inserção

das áreas de conectividade de Corredores Ecológicos da ACEVP. Será entregue relatório anual

com mapas atualizados das áreas implantadas.

A divulgação do projeto se dará por meio da atualização, quinzenal, da página do projeto no site

da Akarui em formato de matérias que apresentem informações sobre o andamento do projeto,

temas que envolvem a restauração, dados do monitoramento, entre outros. Para tal será

contratada assessoria de comunicação por R$250,00/mês pelo período do projeto. Além disso,

são previstas a elaboração de um folder com os resultados do projeto, camisetas com a

logomarca do projeto, elaboração de faixas de rua orientando sobre queimadas e incêndios

florestais, elaboração de placas a serem instaladas em cada área em restauração indicando o

patrocínio, área restaurada e instituição executora e um evento final de apresentação dos

resultados do projeto a comunidade local, parceiros, patrocinadores e gestores públicos, no intuito

de propor políticas públicas para a área de restauração ecológica na região.

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maio - 2015