avanÇos regulatÓrios do setor e aspectos...
TRANSCRIPT
AVANÇOS REGULATÓRIOS DO SETOR E ASPECTOS RELACIONADOS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EÓLICAS OFFSHORE
10º Fórum Nacional Eólico - VIEXNatal, 26 de julho de 2018
• Analisar a regularidade do licenciamento ambiental para o aporte de investimentos em projetos eólicos pré-leilão (processo de due diligence);
• Prover suporte legal para o licenciamento ambiental, buscando mapear riscos e evitar conflitos que atrasem a implantação do projeto;
• Assistir o empreendedor quando da judicialização do empreendimento.
O PAPEL DA ADVOGADA AMBIENTAL NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS EÓLICOS
GARGALOS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PROJETOS DE ENERGIA
• Questionamento sobre a competência para o licenciamento ambiental assim como acerca do procedimento e o estudo ambiental cabível
• Ausência ou atrasos relacionados à manifestação de órgãos de tutela específica ao longo do procedimento (FUNAI, IPHAN e FCP)
• Imposição de condicionantes técnicas que fogem do controle do empreendedor (transferência de responsabilidades do Poder Público)
• Deficiência nos estudos ambientais apresentados ao órgão ambiental e consequentemente pedidos de complementação
JUDICIALIZAÇÃO
JUDICIALIZAÇÃO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PROJETO EÓLICO
Tribunal Regional Federal da 5ª Região – 2008
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDA CAUTELARINOMINADA PREPARATÓRIA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PARALISAÇÃO DE OBRAS. PARQUEEÓLICO. IMPACTO AMBIENTAL DE PEQUENO PORTE. RELATÓRIO AMBIENTAL SIMPLIFICADO -RAS. LEI Nº 6938/81. RESOLUÇÃO Nº 279/2001 DO CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIOAMBIENTE.
I. A Lei 6938/81, em seu artigo 8°, atribuiu ao CONAMA, mediante proposta do IBAMA, o estabelecimentode normas e critérios para o licenciamento de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras. Assim,editou o CONAMA a Resolução 279/2001, prevendo o Relatório Ambiental Simplificado – RAS paraempreendimentos com impacto ambiental de pequeno porte, necessários ao incremento da oferta deenergia elétrica no País, sendo incluídas as usinas eólicas. II. Desta forma, tratando-se oempreendimento da presente lide de usina eólica, classificada como de impacto ambiental depequeno porte, suscetível é de aferição pelo Relatório Ambiental Simplificado - RAS e nãoobrigatoriamente pelo EIA - RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de ImpactoAmbiental) (“grifo nosso”). (...) IV. O Ministério Público Federal não juntou aos autos qualquerdocumento comprobatório de vistoria nas obras, sequer relatório substancial do IBAMA, que indique osprejuízos ao meio ambiente alegados na exordial. (TRF – 5ª R – Agravo de Instrumento nº 86786-CE(2008.05.00.014054-6) – 4ª T - Rel. Des. Fed. Marco Bruno Miranda Clementino – 03.06.2008)
JUDICIALIZAÇÃO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE PROJETO EÓLICO
Tribunal Regional Federal da 5ª Região - 2016
LICENÇA AMBIENTAL - INSTALAÇÃO DE PARQUE EÓLICO - ÁREA DE DUNAS - ZONA COSTEIRA -ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - REALIZAÇÃO DE PERÍCIA JUDICIAL - NECESSIDADE
"Processual civil. Constitucional e ambiental. Instalação de parque eólico no Município deAracati/CE. Licenciamento ambiental concedido pelo órgão estadual. Semace. Adoção da Resolução doConama nº 279/2001. Relatório Ambiental Simplificado (RAS). Área de duna. Zona costeira.Áreas de preservação permanente. Necessidade de realização de perícia judicial para aferir aamplitude do impacto ambiental na região. Estudo e relatório de impacto ambiental. EIA-Rima.Intelecção de normas constitucionais, legais e regulamentares. Incidência na hipótese do princípio daprecaução e do princípio da consideração da variável ambiental no processo decisório de políticas dedesenvolvimento. Anulação da sentença. Retorno dos autos ao juízo de origem”. (...) 8. Afigura-se, dessemodo, a ocorrência de erro de procedimento no provimento impugnado, como defendidopelo Parquet Federal, por pressupor o magistrado singular, de forma absoluta, a ausência designificativo impacto ambiental das usinas eólicas instaladas e licenciadas pelos demandados,como justificativa de dispensa do EIA/Rima no procedimento de licenciamento, com base tãosomente na tipologia da Resolução do Conama nº 279/2001 (“grifo nosso”). 9. Apelação provida."(TRF-5ª R. - AC 0000177-80.2010.4.05.8101 - (577816/CE) - 3ª T. - Rel. Des. Fed. Paulo MachadoCordeiro - DJe 15.07.2016).
AVANÇOS REGULATÓRIOS (2008-2018)
• Determina a competência do órgão licenciador para enquadrar o empreendimento quanto ao impacto ambiental
• Prevê os casos para os quais será exigido EIA/RIMA• LP para o complexo e LI para os parques• Traz propostas de Termos de Referência para EIA e RAS• Subsidiariedade da aplicação das Resoluções CONAMA nºs
237/97 e 279/2001• Decisão de limitar a aplicação da norma para o
licenciamento ambiental de empreendimentos instalados em superfície terrestre
Resolução CONAMA nº 462/2014
• Definição da competência da União para licenciamento de empreendimentos eólicos offshore e em zona de transição terra-mar
• Competência subsidiária do Estado
LC nº 140/2011 e Decreto Federal nº 8.437/2015
Portaria Interministerial nº 60/2015
• Estabelece procedimentos administrativos para disciplinar a atuação dos órgãos e entidades da administração pública federal (FUNAI, FCP E IPHAN) nos processos de licenciamento ambiental de competência do IBAMA.
• Os órgãos e entidades envolvidos no licenciamento ambiental deverão apresentar ao IBAMA manifestação conclusiva sobre os possíveis impactos ambientais causados pelo empreendimento e sobre os estudos ambientais apresentados.
• A ausência de manifestação dos órgãos e entidades no prazo estabelecido não implicará prejuízo na expedição da licença.
• Se houver manifestação extemporânea dos órgãos e/ou entidades, o IBAMA deverá analisar.
EMPREENDIMENTOS EÓLICOS OFFSHORE EM LICENCIAMENTO
Projeto StatusComplexo Eólico Marítimo Asa Branca I
(CE)Em fase inicial de licenciamento
EOL Planta Piloto de Geração Eólica Offshore (RN)
Em fase inicial de licenciamento
Complexo Eólico Caju – Offshore (MA) Em fase inicial de licenciamento
ESPECIFICIDADES DAS EÓLICAS OFFSHORE
DESVANTAGENS
• Alto custo de investimento para implantação, custo de manutenção e controle;
• Impactos ambientais no meio ambiente marinho (vibração e emissão de campos eletromagnéticos);
• Riscos a aves se instalados em rota migratória.
VANTAGENS
• Perenidade e uniformidade dos ventos, resultando em menores efeitos de turbulência;
• Maior velocidade dos ventos em alto mar, aumentando a capacidade de produção de energia;
• Mitigação de emissão de ruídos e impactos à vizinhança, se instaladas distantes da costa terrestre;
• Não ocupação de possíveis moradias de comunidades tradicionais ou terras agricultáveis naquele espaço;
• Menor poluição visual se instaladas longe da costa terrestre;
ESPECIFICIDADES DAS EÓLICAS OFFSHORE
DESVANTAGENS VANTAGENS
• Gera atratores de pesca – as fundações das torres marítimos geram recifes artificiais que atraem farta variedade e quantidade de espécies de fauna e flora marítimas;
• Permite consorciar no entorno das fundações dos aerogeradores a maricultura com participação da população de pescadores locais;
• A média da potência dos aerogeradoresinstalados no mar é maior que a dos instalados em terra, o que permite um número muito menor de aerogeradores no mar para se obter a mesma potência que em terra. Esses aerogeradores gigantes não são instaláveis em terra pois as pás – peças indivisíveis de difícil transporte em terra;
ESPECIFICIDADES DAS EÓLICAS OFFSHORE
DESVANTAGENS VANTAGENS
• Para eólicas marítimas não se constroem estradas. Todos os componentes são transportados por mar, sem danificar e atrapalhar o tráfego nas estradas de rodagem;
• Os trabalhadores envolvidos na construção da parte marítima ficam na sua maioria embarcados, não alterando a dinâmica social dos locais em terra próximos à usina eólica marítima.
ASPECTOS RELEVANTES A SEREM OBSERVADOS NA REGULAMENTAÇÃO DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS USINAS EÓLICAS OFFSHORE
• Critérios para a definição do estudo a ser realizado como subsídio ao licenciamento ambiental (EIA/RIMA ou RAS)
• Proposta de TR para estudos a serem apresentados tendo como base os anexos da Resolução CONAMA nº 462/2014, adaptando-os às especificidades da atividade offshore
• Considerar a criação da figura de complexo eólico marítimo de grande porte, formado por complexos eólicos de elevada capacidade de geração, com a possibilidade de expedição de LP única de longo prazo e LI por complexo eólico ou parques eólicos
• Disponibilização e permissão de uso de dados públicos secundários para obtenção da LP (tais como dados geológicos e oceanográficos já existentes), sem prejuízo de realização de estudos de campo necessários para a obtenção da LI
OBRIGADA
MACHADO, MEYER, SENDACZ E OPICE ADVOGADOSSÃO PAULO / RIO DE JANEIRO / BRASÍLIA / BELO HORIZONTE / NEW YORK
MACHADOMEYER.COM.BR
DANIELA [email protected]