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Estrutura e Organização da Educação Brasileira Autor: Lindolfo Anderson Martelli Tema 05 Os Planos de Educação: Metas e Compromissos

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Estrutura e Organização da Educação BrasileiraAutor: Lindolfo Anderson Martelli

Tema 05Os Planos de Educação: Metas e Compromissos

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Tema 05Os Planos de Educação: Metas e Compromissos

Como citar este material:MARTELLI, Lindolfo Anderson. Estrutura e Organização da Educação Brasileira: Os Planos de Educação: Metas e Compromissos. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Conteúdo

Nessa aula você estudará:

• As reformas educacionais e os planos de educação no Brasil.

• As distinções entre o Plano Nacional de Educação e o Plano de Desenvolvimento da Educação.

• A importância da Emenda Constitucional nº 59, de 2009, para o Plano Nacional de Educação.

Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e Mirza Seabra Toschi, editora Cortez, 2012, PLT 748.

Roteiro de Estudo:

Lindolfo Anderson MartelliEstrutura e Organização da Educação Brasileira

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CONTEÚDOSEHABILIDADES

Os Planos de Educação: Metas e Compromissos

O projeto republicano do século XIX previa que na República do Brasil a educação deveria privilegiar um todo nacional. Este projeto foi se cristalizando nas propostas políticas educacionais à medida que a educação começava a se impor como condição fundamental para o desenvolvimento do País, tornando-se, assim, um problema nacional. O fortalecimento do capitalismo no Brasil da década de 1930 exigia qualificação profissional em um país cuja grande massa da população era analfabeta. Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 175), o grande desafio para que a educação se tornasse um projeto nacional era decorrente do caráter elitista da educação brasileira.

O caráter elitista da educação brasileira fez com que a questão educacional se tornasse um problema apenas com o início do processo de industrialização, na década de 1920. As reivindicações dos diferentes movimentos sociais pela ampliação do atendimento escolar, o Entusiasmo pela Educação, geraram as condições para que, em 1932, um grupo de educadores lançasse um manifesto ao povo e ao governo.

A partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação em 1932, proposto por educadores pertencentes à elite intelectual brasileira, fora proposta a reconstrução educacional “de grande alcance e de vastas proporções... um plano com sentido unitário e de bases científicas...” (AZEVEDO, 2010, p. 63). A repercussão do Manifesto na esfera política e educacional brasileira foi muito grande e promoveu a inclusão de artigos na Constituição Brasileira de

Habilidades

Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais os objetivos dos Planos Nacionais de Educação?

• Qual a importância da discussão do Plano Nacional de Educação pela sociedade civil?

• Quais as principais barreiras para a implantação de um Plano Nacional de Educação?

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LEITURAOBRIGATÓRIA16 de julho de 1934, os quais conferiam à União a responsabilidade pela educação como um projeto nacional. Tanto o art. 150, que declarava ser competência da União “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País”, quanto o art. 152, que designava ao Conselho Nacional de Educação a responsabilidade por “elaborar o plano para ser aprovado pelo Poder Legislativo, sugerindo ao Governo as medidas que julgasse necessárias para a melhor solução dos problemas educacionais bem como a distribuição adequada de fundos especiais”, refletem as preocupações presentes no Manifesto dos Pioneiros da Educação de 1932.

Em todas as constituições posteriores, com exceção da Carta de 1937, estava presente a concepção de um Plano Nacional de Educação que deveria ser amparado por lei específica. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 175), o ministro Capanema tinha a pretensão de elaborar uma lei geral de ensino, mas, em virtude do golpe de 1937 que manteve Vargas no poder até 1945, não foi possível transformar as ideias e os projetos em lei.

A intenção de Gustavo Capanema, ministro da Educação no governo Vargas, era elaborar inicialmente uma lei geral de ensino, para depois propor um plano de educação com o objetivo de orientar e controlar (racionalidade de controle político-ideológico) as ações educativas no país. Contudo, nenhum dos dois foi concretizado.

Embora existisse a preocupação com a educação como projeto nacional, não havia regulamentação legal. Somente em 1962 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de Educação, na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024, de 1961. Embora não tenha sido proposto como um projeto de lei, ele estabelecia metas quantitativas e qualitativas que deveriam ser alcançadas em um prazo de oito anos. A iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, aprovada pelo Conselho Federal de Educação, era uma tentativa dos militares de ampliar a educação em todo o território nacional. Em 1965, o Plano Nacional de Educação sofreu uma revisão e foram introduzidas normas descentralizadoras que estimulavam os estados a desenvolver seus próprios planos de educação. No ano seguinte, sofreu nova revisão e alterou a forma como ocorria a distribuição dos recursos federais. Chamado de Plano Complementar de Educação, tinha como objetivo promover a implantação de ginásios orientados para o trabalho e o atendimento de analfabetos com mais de dez anos.

Embora em 1967 tenha sido discutida uma proposta de lei para a educação pelo Ministério da Educação e Cultura, foi somente a partir da Constituição Federal de 1988, cinquenta

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anos após a primeira tentativa oficial, que foi viabilizado um plano nacional de educação de longo prazo, com força de lei, capaz de conferir estabilidade às iniciativas governamentais na área de educação. O art. 214 contempla esta obrigatoriedade (BRASIL: 1988):

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País;

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.

A partir de 1990, no início do governo Collor, foi discutido um plano decenal para a educação, a partir dos fóruns internacionais promovidos para melhorar a qualidade e o acesso ao ensino em países em desenvolvimento. Proposto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Banco Mundial, o Plano Decenal de Educação para Todos não vigorou e foi suprimido com a posse de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, que buscou colocar em ação seu próprio Plano Nacional de Educação (PNE).

No ano seguinte, entrou em vigor a Lei nº 9.394, de 1996, que “estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. Em seus artigos 9º e 87º, reitera a responsabilidade da União para a elaboração de um Plano, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e institui a Década da Educação. Estabelece, ainda, que a União encaminhe o Plano ao Congresso Nacional, um ano após a publicação da citada lei, com diretrizes e metas para os dez anos posteriores, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

Em fevereiro de 1998, deram entrada na Câmara dos Deputados dois projetos distintos, um elaborado pelo Ministério da Educação e Cultura, em parceria com Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), e outro construído pela sociedade civil, consolidado no

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LEITURAOBRIGATÓRIACongresso Nacional de Educação (Coned II), que ocorreu em Belo Horizonte, em novembro de 1997. Sobre o projeto proposto pela sociedade civil, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 180) comentam:

Com a cooperação de parte do corpo político, a própria sociedade civil – por meio de sociedades científicas, acadêmicas, sindicais e estudantis, de âmbito nacional e local – em sua tarefa inédita de construção do Plano Nacional de Educação, pretendia resgatar o método democrático de participação da sociedade na criação de leis no pais, em colaboração com seus representantes parlamentares.

Sobre o projeto proposto pelo Ministério da Educação e Cultura e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, os autores Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 179) comentam:

Embora a nova LDB expresse, em seu art. 9º, que a União deve incumbir-se de elaborar o Plano Nacional de Educação (PNE) em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os municípios, o plano do Ministério da Educação foi elaborado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) e teve apenas alguns interlocutores privilegiados, como o Conselho Nacional de Educação e os presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais (Undime).

Em decorrência das eleições de 1998, as discussões sobre o PNE foram prolongadas até a aprovação pelo Congresso Nacional da Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, com vigência até o fim de 2010. A partir deste plano, caberia aos estados, Distrito Federal e municípios elaborar seus próprios planos decenais de acordo com as especificidades regionais. O prazo estabelecido para a vigência do plano, de dez anos, prevê que as ações sejam realizadas independentemente da alternância de poder político, com o intuito de garantir a continuidade das políticas educacionais. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 182), a existência de duas propostas de plano, uma apresentada pelo MEC/Inep e outra apresentada por entidades e movimentos da sociedade civil, expõe os conflitos de interesses. As diferenças entre os projetos decorrem do diagnóstico das necessidades de investimento em educação, pois, enquanto o MEC propunha a aplicação de 5,5% do PIB em verbas para a educação, a sociedade civil exigia 10%. O texto aprovado na Câmara fechou em 7%; todavia, a proposta do MEC prevaleceu, pois o texto foi vetado pelo presidente da República.

Em síntese, o PNE que foi aprovado teve os seguintes objetivos:

• A elevação global do nível de escolaridade da população.

• A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis.

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• A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública.

• A democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

Enquanto o montante de recursos financeiros proposto pelo projeto do MEC/Inep previa a aplicação de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, o projeto da sociedade civil brasileira propunha 10% do PIB. Após ser discutido na Câmara e no Senado, o texto foi aprovado com destinação de 7% do PIB para investimentos na educação e acabou sendo vetado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O veto presidencial ocorreu justamente sobre as propostas que afetavam diretamente os recursos financeiros destinados à educação, tais como a ampliação da Bolsa-Escola para 50% das crianças até 6 anos; ampliação do número de vagas no ensino público superior; criação de um fundo da educação superior; ampliação do Programa de Crédito Educativo; triplicação, em dez anos, do financiamento público à pesquisa e tecnologia; garantia de recursos do Tesouro para pagamento de aposentados e pensionistas do ensino público federal. Vê-se, pelas nove metas vetadas, que a lógica que determinou a atitude de FHC foi a da “racionalidade financeira”, alinhada ao ideário neoliberal de reforma/enxugamento do Estado, “hegemônica a partir da década de 1990” (SAVIANI, 2008, p. 320).

Considerando a limitação dos recursos financeiros e a capacidade para responder ao desafio de oferta educacional compatível, na extensão e na qualidade, à dos países desenvolvidos, foram estabelecidas prioridades para o PNE 2001-2011:

1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão desse ensino. Essa prioridade inclui o necessário esforço dos sistemas de ensino para que todas obtenham a formação mínima para o exercício da cidadania e para o usufruto do patrimônio cultural da sociedade moderna. O processo pedagógico deverá ser adequado às necessidades dos alunos e corresponder a um ensino socialmente significativo. Prioridade de tempo integral para as crianças das camadas sociais mais necessitadas.

2. Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram. A erradicação do analfabetismo faz parte dessa prioridade, considerando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de partida e parte intrínseca desse nível de ensino. A alfabetização dessa população é entendida no sentido amplo de domínio dos instrumentos básicos da cultura letrada, das operações matemáticas elementares, da

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evolução histórica da sociedade humana, da diversidade do espaço físico e político mundial e da constituição da sociedade brasileira. Envolve, ainda, a formação do cidadão responsável e consciente de seus direitos e deveres.

3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de ensino – a educação infantil, o ensino médio e a educação superior. Está prevista a extensão da escolaridade obrigatória para crianças de seis anos de idade, quer na educação infantil, quer no ensino fundamental, e a gradual extensão do acesso ao ensino médio para todos os jovens que completam o nível anterior, como também para os jovens e adultos que não cursaram os níveis de ensino nas idades próprias. Para as demais séries e para os outros níveis, são definidas metas de ampliação dos percentuais de atendimento da respectiva faixa etária. A ampliação do atendimento, neste plano, significa maior acesso, ou seja, garantia crescente de vagas e, simultaneamente, oportunidade de formação que corresponda às necessidades das diferentes faixas etárias, assim como, nos níveis mais elevados, às necessidades da sociedade, no que se refere a lideranças científicas e tecnológicas, artísticas e culturais, políticas e intelectuais, empresariais e sindicais, além das demandas do mercado de trabalho. Faz parte dessa prioridade a garantia de oportunidades de educação profissional complementar à educação básica, que conduza ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia.

4. Valorização dos profissionais da educação. Particular atenção deverá ser dada à formação inicial e continuada, em especial dos professores. Faz parte dessa valorização a garantia das condições adequadas de trabalho, entre elas o tempo para estudo e preparação das aulas, salário digno, com piso salarial e carreira de magistério.

5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino, inclusive educação profissional, contemplando também o aperfeiçoamento dos processos de coleta e difusão dos dados, como instrumentos indispensáveis para a gestão do sistema educacional e melhoria do ensino.

A regulamentação de um Plano para a educação tem uma trajetória histórica, marcada por diferentes racionalidades, sintetizada por Saviani (apud LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 176):

A primeira tentativa, dos escolanovistas, em 1932, houve a introdução da racionalidade científica na educação. Com o Estado Novo, imposto por Vargas em 1937, a racionalidade estava presente no controle político-ideológico por meio da política educacional. Na primeira LDB, Lei nº 4.034/1961, o Plano Nacional da Educação era “instrumento de distribuição de recursos para diferentes níveis de ensino” (Azanha, 1998). Após 1964, com a ditadura militar, vigorava a racionalidade tecnocrática na educação, e na Nova República, iniciada com Sarney em 1985, propunha-se a racionalidade democrática. Nas reformas educacionais de meados dos anos 1990 existia na área educacional a racionalidade financeira, com preocupações sobre custo-benefício, eficácia na execução e excelência do produto, preocupações provenientes do ambiente empresarial-ressurgindo, dessa forma, a teoria do capital humano com outras roupagens.

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O balanço feito sobre o PNE – 2001/2011 mostra que a política neoliberal comprometida com interesses empresariais, característica dos governos da Nova República brasileira, comprometeu significativamente o êxito do PNE, principalmente no que diz respeito ao montante de recursos financeiros previstos para a educação. De acordo com Saviani (2008, p. 318), assegurar os recursos financeiros é condição fundamental para a viabilidade das propostas do Plano, pois, sem que os “recursos sejam assegurados, o Plano todo não passará de uma carta de intenções”. Embora com um discurso eleitoral e partidário muito diferente do seu predecessor, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante seu duplo mandato entre 2003 e 2010, nada fez para que os vetos ao PNE fossem derrubados, mesmo contando com ampla base parlamentar.

O forte discurso de universalização do ensino fundamental, promovido pelo PNE 2001-2010, acirrou a disputa entre etapas, modalidades e níveis educacionais, criando uma oposição entre educação básica e superior, uma vez que os gestores optaram por privilegiar a educação básica diante da falta de recursos. Como efeito colateral deste tipo de política, houve uma baixa procura por cursos de licenciatura, e alunos do ensino médio se sentiram desmotivados pela insuficiência de oferta de ensino gratuito nas universidades públicas. Os ensinos infantil, médio e profissional também foram prejudicados pela migração de recursos destinados ao ensino fundamental.

Para modificar este cenário e alcançar resultados sistêmicos na educação, o Governo lançou em 2007 o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), um conjunto de mais de 40 medidas, abrangendo todos os eixos, níveis e modalidades da Educação que buscou articular todo o sistema, permitindo a organização de eixos norteadores, reforçando mutuamente cada etapa de ensino. Os pilares de sustentação do PDE são: financiamento adequado, avaliação e responsabilização dos agentes públicos que comandam o sistema educacional, formação de professores e valorização do magistério, e gestão e mobilização das comunidades (BRASIL, 2010, p. 12).

Desde 1988, o Brasil já teve cinco Planos Plurianuais (PPAs) que estabelecem Diretrizes, Objetivos e Metas a serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos. O primeiro foi elaborado para o período de 1996 a 1999 (Plano Brasil em Ação), o segundo para o período de 2000-2003 (Plano Avança Brasil), o terceiro para 2004-2007 (Plano Brasil de Todos), o quarto para 2008-2011 (Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Qualidade) e, finalmente, o programa batizado de Brasil sem Miséria, lançado em junho de 2011 pela presidenta Dilma Russeff, cujo principal objetivo é erradicar a pobreza extrema no Brasil.

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O Plano de Desenvolvimento da Educação compunha o PPA 2008-2011 e foi apresentado pelo ministro da educação, Fernando Haddad, como um plano de Estado, e não de governo. Similarmente ao PNE, o PDE acabou por constituir-se em importante instrumento para persecução de metas quantitativas. Os programas e ações do PDE foram institucionalizados em Leis, Decretos, Portarias Interministeriais e Planos de Ações Articuladas firmados com todos os estados, o Distrito Federal e municípios do Brasil. A partir da aprovação da Emenda Constitucional 59/2009, que ampliou a obrigatoriedade do ensino gratuito de quatro para dezessete anos, foi alterada a distribuição dos recursos públicos, vinculando-os ao PIB.

O educador Demerval Saviani critica a semelhança do PDE com o PNE, uma vez que o PDE não deixa claro os mecanismos de controle de sua execução, facilitando a camuflagem de resultados, impedindo a aferição realista do efetivo resultado das ações. O referido autor critica, também, a natureza do projeto, pois não se trata de um plano, e sim de ações, as quais, embora presentes no PNE, não se articulam organicamente com ele e levam o MEC a perder o foco do PDE, que é melhorar a qualidade do ensino. Entretanto, Saviani reconhece que o PDE possui três programas interessantes que buscam enfrentar o problema qualitativo da educação básica: o Ideb, a Provinha Brasil e o Piso do Magistério (SAVIANI apud LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 194).

A Emenda Constitucional 59/2009 também estabeleceu nova redação para o parágrafo 214 da Constituição Federal, fixando o prazo decenal para o PNE, com o objetivo de articular nacionalmente os sistemas de ensino em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e o desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas.

De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 217), a Emenda Constitucional 59/2009 foi responsável pela Desvinculação de Recursos da União (DRU), o que significa que a partir desta Emenda a educação mantém a totalidade dos recursos que lhes são destinados por lei. Para exemplificar, com o fim da DRU, o MEC passou a contar com aproximadamente R$ 9 bilhões a mais em seu orçamento anual. A redação do Art. 214 da Constituição de 1988 foi alterada a partir da Emenda Constitucional 59/2009 e promoveu avanços significativos na implementação das políticas públicas, que passaram a ser pensadas no médio e longo prazo. Ao substituir a duração do plano nacional de educação de plurianual para decenal, garantiu a continuidade dos programas mesmo que exista alternância de poder nos governos.

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Art. 4º O caput do art. 214 da Constituição Federal passa a vigorar com a seguinte redação, acrescido do inciso VI:

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (NR) (Grifo nosso)

Com a proximidade do término de vigência da lei que instituiu o PNE 2001/2010, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, órgão vinculado ao Ministério da Educação, mobilizou-se para preparar um novo projeto decenal para o Plano Nacional de Educação. Entre 2009 e 2010, a Conferência Nacional de Educação (Conae), composta tanto por representantes do governo quanto por diversos segmentos da sociedade civil, elaborou um conjunto de proposições que esperam ser contemplados no novo PNE 2011-2020.

No que diz respeito à proposta de financiamento e destinação de recursos para a educação, a Conae luta pela ampliação de recursos para a educação no país; com mudanças no funcionamento do Fundo Nacional da Educação Básica e de valorização dos profissionais da educação (Fundeb) e no Custo Aluno Qualidade. O documento final apresentado na Conferência em Brasília, ocorrida entre 28 de março e 1º de abril de 2010, propõe a mobilização e o debate permanente dos diferentes segmentos educacionais e setores sociais brasileiros, a fim de que possam contribuir efetivamente para o balizamento das políticas educacionais, na perspectiva do Sistema Nacional de Educação, da efetiva consolidação de políticas de Estado no País e na elaboração do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020). Em sua redação final, propõe:

Ampliar o investimento em educação pública em relação ao PIB, na proporção de, no mínimo, 1% ao ano, de forma a atingir, no mínimo, 7% do PIB até 2011e, no mínimo, 10% do PIB até 2014, respeitando a vinculação de receitas à educação definidas e incluindo, de forma adequada, todos os tributos (impostos, taxas e contribuições) (BRASIL, 2010, p. 110).

E ainda:

Garantir o aumento dos recursos da educação de 18% para, no mínimo, 25% da União e de 25% para, no mínimo, 30% (de estados, DF e municípios) não só da receita de impostos, mas adicionando-se, de forma adequada, percentuais das taxas e contribuições sociais para investimento em manutenção e desenvolvimento do ensino público (BRASIL, 2010, p. 111).

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Tal ampliação, consensuada no âmbito da Conae e bem acima dos porcentuais praticados atualmente, de pouco mais de 5% do PIB. Além de propor a ampliação do porcentual de investimento do PIB em educação e do aumento das alíquotas da vinculação constitucional de recursos para o setor, tal como a destinação de grande parte dos recursos dos royalties decorrentes de atividades de produção energética (extração, tratamento, armazenagem e refinamento de hidrocarbonetos) para a educação (BRASIL, 2010, p. 118).

Em 15 de dezembro de 2010, o ministro Fernando Haddad apresentou um projeto de lei contendo o novo PNE para o período de 2011 a 2020, porém só foi aprovado pela Câmara dos Deputados quase dois anos depois, em outubro de 2012, após ter recebido cerca de três mil emendas. O Projeto de Lei PL 8035/2010 – Plano Nacional de Educação 2011-2020, em sua redação original, foi composto por 12 artigos e 20 metas para a educação e suas respectivas estratégias de consecução. Desde 2010, o projeto enfrenta tramitação lenta e conturbada no Congresso, o que deixa o país, na prática, sem um programa de metas para orientar as ações de Estados, municípios e do governo federal. Muitos setores da sociedade civil, instituições privadas de ensino que esperam recursos federais mediante convênios e interesses políticos e ideológicos acabam emperrando a aprovação do texto.

Conforme o projeto de lei, protocolado pelo ministro Fernando Haddad, as metas propostas para o PNE de 2011-2020 são as seguintes:

Meta 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil, de forma a atender cinquenta por cento da população de até três anos.

Meta 2: Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de seis a quatorze anos.

Meta 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de quinze a dezessete anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para oitenta e cinco por cento nesta faixa etária.

Meta 4: Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.

Meta 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de idade.

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Meta 6: Oferecer educação em tempo integral em cinquenta por cento das escolas públicas de educação básica.

Meta 7: Atingir as seguintes médias nacionais para o IDEB:

IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos iniciais do ensino fundamental

4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0

Anos finais do ensino fundamental

3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5

Ensino médio 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2

Meta 8: Elevar a escolaridade média da população de dezoito a vinte e quatro anos, de modo a alcançar o mínimo de doze anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos vinte e cinco por cento mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.

Meta 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com quinze anos ou mais para noventa e três vírgula cinco por cento até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em cinquenta por cento a taxa de analfabetismo funcional.

Meta 10: Oferecer, no mínimo, vinte e cinco por cento das matrículas de educação de jovens e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

Meta 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta.

Meta 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para cinquenta por cento e a taxa líquida para trinta e três por cento da população de dezoito a vinte e quatro anos, assegurando a qualidade da oferta.

Meta 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para setenta e cinco por cento, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, trinta e cinco por cento doutores.

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Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de sessenta mil mestres e vinte e cinco mil doutores.

Meta 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

Meta 16: Formar cinquenta por cento dos professores da educação básica em nível de pós-graduação lato e stricto sensu e garantir a todos formação continuada em sua área de atuação.

Meta 17: Valorizar o magistério público da educação básica, a fim de aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.

Meta 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de ensino.

Meta 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.

Meta 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de sete por cento do produto interno bruto do País.

O Projeto de Lei 8.035/2010 que aprova o Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020 estabelece, ainda, estratégias para alcançar a universalização do ensino de quatro a dezessete anos, prevista na Emenda Constitucional nº 59, de 2009. Entre outras providências, ele prevê a universalização e ampliação do acesso e atendimento em todos os níveis educacionais, bem como o incentivo à formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação em geral, avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de estudantes, professores, profissionais, gestores e demais profissionais na área da educação e estímulo e expansão do estágio.

A expansão da oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino e do financiamento estudantil também está contemplada, bem como o investimento na expansão e na reestruturação das redes físicas e em equipamentos educacionais — transporte, livros,

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Quer saber mais sobre o assunto? Então:

SitesAcesse a edição especial da Revista Nova Escola, que trata das pesquisas e políticas: o que elas indicam para a Educação do Brasil.Disponível em: <http://fvc.org.br/pdf/estudos-pesquisas-polticas.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. Nesta edição, a Revista Nova Escola procura responder as seguintes perguntas: O que as pesquisas em Educação indicam para as políticas públicas nessa área? Os formuladores de políticas se baseiam nos resultados dos estudos para tomar suas decisões? Como essas duas áreas – pesquisas e políticas – têm se relacionado?

LINKSIMPORTANTES

laboratórios de informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias. O novo plano dá relevo à elaboração de currículos básicos e avançados em todos os níveis de ensino, à diversificação de conteúdos curriculares e prevê a correção de fluxo e o combate à defasagem idade-série. São estabelecidas metas claras para o aumento da taxa de alfabetização e da escolaridade média da população.

Uma vez aprovado o texto apresentado para PNE, ele confere força de lei às aferições do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) — criado em 2007, no âmbito do PDE — e servirá para confrontar os resultados obtidos em matemática, leitura e ciências com os obtidos nas provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).

O texto prevê assistência a pessoas em idade escolar que não estejam matriculadas em instituição de ensino e o monitoramento do acesso e da permanência na escola de beneficiários de programas de transferência de renda e do programa de Benefício de Prestação Continuada destinado a pessoas com deficiência.

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Acesse o site Todos pela Educação e acompanhe os indicadores de desempenho das 5 metas do Todos pela Educação.Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/dados-das-5-metas/>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Fique por dentro do documento De Olho nas Metas, que apresenta os relatórios de Metas do Todos pela Educação.Acesse as Metas para 2011 no site: <http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-no-brasil/dados-das-5-metas/>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acompanhe também a apresentação De Olho nas Metas para 2012.Disponível em: <http://www.todospelaeducacao.org.br/biblioteca/1478/apresentacao-de-olho-nas-metas-2012/>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Conheça o Plano de Desenvolvimento da Educação.Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/livro/>. Disponível em: 02 jan. 2014. Fique por dentro do conjunto de programas que visam melhorar a Educação no Brasil, em todas as suas etapas, em um prazo de quinze anos, a contar de seu lançamento, em 2007. Pode-se dizer que nele estão fundamentadas todas as ações do Ministério da Educação (MEC). A prioridade do plano é a Educação Básica, que compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.

Vídeos Importantes: Fique por dentro do processo de aprovação do Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020. Acesse Reportagem especial - PNE: um plano para a educação brasileira. Disponível em: <http://youtu.be/b_JQ45T3EFg?t=02s>. Acesso em: 02 jan. 2014.Entenda quais são os obstáculos que enfrenta o Plano Nacional de Educação. Fique por dentro do que pensam os deputados e senadores e de como é o trabalho das Comissões de Educação. Saiba ainda quais são os pontos mais polêmicos do Plano e como fica o financiamento da educação a partir dos royalties e participações especiais do petróleo.

LINKSIMPORTANTES

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Instruções:

Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1:Assegurar recursos financeiros é condição fundamental para a viabilidade das propos-tas dos Planos Nacionais de Educação, caso contrário, eles não passam de uma carta de intenções. Que ações políticas es-tão sendo adotadas nos últimos anos para ampliar os recursos para a educação?

Questão 2:Quando foi viabilizado o primeiro Plano Nacional de Educação amparado por lei no Brasil?

a) Em 1889, com a Proclamação da República Brasileira.

b) Em 1932, a partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação.

c) Em 1934, quando Gustavo Capanema assumiu a pasta da Educação e Saúde Pública.

d) Em 1962, na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024, de 1961.

e) Em 1988, com a Constituição Cidadã.

Questão 3:

O Plano Decenal de Educação para To-dos (1993) foi abandonado após a eleição do presidente Fernando Henrique Cardo-so em 1995, que buscou colocar em ação

AGORAÉASUAVEZ

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seu próprio Plano Nacional de Educação (PNE). Sobre o Plano Decenal de Educa-ção para Todos, podemos afirmar:

a) Tem caráter elitista e visa atender aos interesses educacionais dos países desenvolvidos.

b) Foi discutido na Conferência de Jomtien, na Tailândia, em 1990.

c) O Plano Decenal tem origem na preocupação de organismos internacionais com a educação de países em desenvolvimento.

d) Foi aprimorado pelo ministro Paulo Renato, no governo de FHC, e serviu como base para as políticas educacionais durante seu mandato.

e) Teve duração de oito anos, equivalente ao período em que Fernando Henrique Cardoso se manteve como presidente da República do Brasil.

Questão 4:

Complete o texto:

Durante o governo do presidente ________________, o Ministro Fernando Haddad apresentou um projeto de Lei com a proposta de um novo Plano Nacional de _____________ para o decênio de 2011 a 2020. O Projeto de Lei PL 8.035/2010, em sua redação original, foi composto por 12 artigos e 20 ___________ para a educação

e suas respectivas estratégias de consecu-ção. Muitos pontos no texto apresentaram contestações de representantes da socie-dade civil, refletindo na ______________ da aprovação da lei. O Plano Nacional da Educação prevê a universalização e am-pliação do acesso e atendimento em todos os níveis educacionais, bem como o in-centivo à formação inicial e continuada de ______________ e profissionais da educa-ção em geral.

Questão 5:

Na relação de propostas, a seguir, qual delas não compõe as metas para o PNE de 2011-2020, proposta pelo Ministério da Educação e Cultura?

a) Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil, de forma a atender a cinquenta por cento da população de até três anos.

b) Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de quinze a dezessete anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para oitenta e cinco por cento, nesta faixa etária.

c) Elevar a escolaridade média da população de dezoito a vinte e quatro anos, de modo a alcançar mínimo de doze anos

AGORAÉASUAVEZ

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de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos vinte e cinco por cento mais pobres, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.

d) Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para setenta e cinco por cento, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, trinta e cinco por cento doutores.

e) Garantir que os royalties do petróleo sejam destinados para a educação, a fim de atingir recursos de, no mínimo, dez por cento do produto interno bruto do País.

Questão 6:

Quais são as contribuições do Manifesto dos Pioneiros da Educação de 1932 para as políticas educacionais implementadas no Brasil?

Questão 7:

A crescente urbanização e industrialização pela qual passou o Brasil nas décadas de 1920 e 1930 exigia novas demandas educa-cionais. Qual era o principal desafio das po-líticas públicas educacionais neste período?

Questão 8:

Importantes avanços foram definidos pela Constituição Federal de 1988 no que diz respeito ao Plano Nacional de Educação. Pode-se destacar como preocupações pre-sentes nesta Constituição:

a) A erradicação do analfabetismo; uni-versalização do atendimento escolar; me-lhoria da qualidade do ensino; formação para o trabalho; promoção humanística, científica e tecnológica do País; estabe-lecimento de meta de aplicação de recur-sos públicos em educação como propor-ção do produto interno bruto.

b) A erradicação da pobreza extrema e do analfabetismo; alfabetização de jovens e adultos; manutenção do sistema escolar pelos estados e municípios; investimento em cultura, ciência e tecnologia; plano de carreira docente.

c) A erradicação do analfabetismo; qualificação permanente do corpo docente; o ensino fundamental de nove anos; melhoria da qualidade do ensino; planos decenais de educação; diminuição da carga horária de trabalho dos professores; formação para o trabalho; promoção humanística, científica e tecnológica do País.

d) Plano nacional de educação; diretrizes curriculares nacionais; divisão entre ensino técnico e superior; educação de

AGORAÉASUAVEZ

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jovens e adultos; sistemas privados de ensino conveniados à iniciativa pública; formação para o trabalho e erradicação do analfabetismo.

e) Privatização do sistema de ensino superior; universalização da educação básica e fundamental; formação em níveis básico, fundamental, médio, técnico e superior; plano de carreira docente; investimento em cultura, ciência e tecnologia.

Questão 9:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394, de 1996, reforça a ne-cessidade de um Plano de educação. Quem deve se responsabilizar pela elabo-ração de Planos decenais na educação?

Questão 10:

A Emenda Constitucional n. 59, de 11 de novembro de 2009, ampliou a obrigatorie-dade do ensino gratuito, instituiu a colabo-ração entre os sistemas de ensino, alterou o sistema de financiamento, a distribuição dos recursos públicos e acabou com a inci-dência da Desvinculação das Receitas da União sobre a educação. Qual o resultado imediato desta Emenda Constitucional no que diz respeito aos recursos destinados à educação?

AGORAÉASUAVEZ

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Neste tema, você acompanhou o processo histórico de elaboração dos Planos Nacionais de Educação, as principais reivindicações da sociedade civil e as propostas apresentadas pelos governos em relação a eles. Você acompanhou, ainda, qual o impacto do orçamento público em educação na qualidade do ensino que se oferta. Além disso, conheceu quais são as metas que se esperam cumprir no decênio 2011-2020 estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

AZEVEDO, Fernando et al. Manifestos dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos edu-cadores 1959. Fundação Joaquim Nabuco. Recife: Editora Massangana, 2010.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

_______. Lei n. 9.394/1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: MEC, 1997.

_______. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Acrescenta § 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União inci-dente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a

REFERÊNCIAS

FINALIZANDO

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REFERÊNCIASabrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI. Diário Oficial da União, Brasília, 12 nov. 2009. In: Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

_______. O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE): análise do projeto do MEC. Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100 - Especial, p. 1231-1255, out. 2007

_______. Ministério da Educação. CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CO-NAE). Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: o Plano Nacional de Edu-cação, diretrizes e estratégias; Documento Final. Brasília, DF: MEC, 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/conae>. Acesso em: 02 jan. 2014.

______. Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Diário oficial da União, Brasília, DF, 10. jan. 2001. Seção 1, p. 1. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BRANDÃO, Carlos F. Estrutura e funcionamento do ensino. São Paulo: Avercamp, 2004.

DECLARAÇÃO Mundial sobre Educação para Todas e Plano de Ação para Satisfazer as Necessidades Básicas de Aprendizagem. In: CONFERÊNCIA MUNDIAL SOBRE EDU-CAÇÃO PARA TODOS, Jomtien, Tailândia, 5 a 9 março de 1990. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Direito-a-Educa%C3%A7%C3%A3o/declaracao--mundial-sobre-educacao-para-todos.html>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BRUEL, Ana L. O. Políticas e legislação da educação básica no Brasil. Curitiba: Ibpex, 2010.

LIBÂNEO, José Carlos. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do co-nhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educ. Pesqui. vol.38 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022011005000001>. Acesso em 02 jan. 2014.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2012.

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. “Plano Decenal de Edu-cação para Todos” (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=91>. Acesso em: 02 jan. 2014.

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REFERÊNCIASSANTOMAURO, Beatriz; RATIER, Rodrigo. Por dentro da grana: De onde vêm - e para onde vão – os recursos que sustentam a escola? Quatro respostas fundamentais explicam as cifras da educação. Nova escola, Ed. 226, out. 2009. Disponível em: <http://revistaes-cola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/por-dentro-grana-politi-cas-publicas-financiamento-dru-fundeb-pib-503941.shtml>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Benefício de Progressão Continuada: o Benefício de Progressão Continuada é um benefício da Política de Assistência Social que integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Para acessá-lo, não é necessário ter contribuído com a Previdência Social. É um benefício individual, não vitalício e intransferível, que assegura a transferência mensal de 1 (um) salário mínimo ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Em ambos os casos, devem comprovar não possuir meios de garantir o próprio sustento, nem tê-lo provido por sua família. A renda mensal familiar per capita deve ser inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente.

Consecução: ato ou efeito de conseguir, de obter, de atingir, de alcançar. Sinônimo de alcance, aquisição.

Desvinculação de Recursos da União: a Desvinculação de Recursos da União (DRU) é um fundo de investimentos criado pelo governo para dar maior flexibilidade à alocação dos recursos públicos, ou seja, permite-se que o governo possa retirar diretamente do orçamento anual até 20% de recursos para gastar como queira.

Fundeb: o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, em substituição ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização

GLOSSÁRIO

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GLOSSÁRIOdo Magistério (Fundef), que vigorou de 1998 a 2006. É um fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um fundo por estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete fundos), formado, na quase totalidade, por recursos provenientes dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios, vinculados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal. Além desses recursos, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. Independentemente da origem, todo o recurso gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação básica. Com vigência estabelecida para o período 2007-2020, sua implantação começou em 1º de janeiro de 2007, sendo plenamente concluída em 2009, quando o total de alunos matriculados na rede pública foi considerado na distribuição dos recursos e o porcentual de contribuição dos estados, Distrito Federal e municípios para a formação do Fundo atingiu o patamar de 20%.

Ideb: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas.

Plano Decenal de Educação para Todos: documento elaborado em 1993 pelo Ministério da Educação (MEC), destinado a cumprir, no período de uma década (1993 a 2003), as resoluções da Conferência Mundial de Educação Para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial. Esse documento é considerado “um conjunto de diretrizes políticas voltado para a recuperação da escola fundamental no país”. O Plano Decenal de Educação para Todos foi apresentado pelo governo brasileiro em Nova Delhi, juntamente a nove países em desenvolvimento, com o objetivo de satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos.

Programa Internacional de Avaliação de Estudantes: o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) é um projeto comparativo de avaliação, desenvolvido pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), destinado à avaliação de estudantes de 15 anos, fase em que, na maioria dos países, os jovens terminaram ou estão terminando a escolaridade mínima obrigatória. Um traço característico do PISA é sua vocação integradora, já que se baseia na colaboração dos países participantes e é dirigido de maneira conjunta a partir de interesses comuns. As avaliações do PISA abrangem os domínios de Leitura, Matemática e Ciências, em uma apreciação ampla dos conhecimentos, habilidades e competências inseridos em diversos contextos sociais, sendo aplicada a cada três anos.

Procrastinação: adiamento de uma ação.

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Questão 1

Resposta: Entidades como a Conferência Nacional de Educação (Conae), composta tanto por representantes do governo quanto por diversos segmentos da sociedade civil, propõem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelo Plano Nacional de Educação (2011-2020) com o objetivo de aumentar os investimentos em educação. Entre eles estão o aumento progressivo do investimento em educação pública em relação ao PIB, a partir das receitas tributárias (impostos, taxas e contribuições) e aplicação na educação dos recursos dos royalties decorrentes de atividades de produção energética (extração, tratamento, armazenagem e refinamento de hidrocarbonetos) para a educação. Propostas como estas são discutidas na Câmara e no Senado Federal e são temas de debates e audiências públicas em todo o país.

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

Embora existisse a preocupação com a educação como projeto nacional, não havia regulamentação legal e somente em 1962 foi elaborado o primeiro Plano Nacional de Educação, na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024, de 1961. Embora não tenha sido proposto como um projeto de lei, ele estabelecia metas quantitativas e qualitativas que deveriam ser alcançadas em um prazo de oito anos. A iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, aprovada pelo Conselho Federal de Educação, era uma tentativa dos militares de ampliar a educação em todo o território nacional.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

O Plano Decenal de Educação para Todos é um documento elaborado em 1993 pelo Ministério da Educação (MEC) destinado a cumprir, no período de uma década (1993

GABARITO

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a 2003), as resoluções da Conferência Mundial de Educação Para Todos, realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial. Esse documento é considerado “um conjunto de diretrizes políticas voltado para a recuperação da escola fundamental no país”. Foi apresentado pelo governo brasileiro em Nova Delhi, em um encontro promovido pela Unicef e pelo Banco Mundial que reuniu os nove países mais populosos do Terceiro Mundo – Tailândia, Brasil, México, Índia, Paquistão, Bangladesh, Egito, Nigéria e Indonésia – que, juntos, possuem mais da metade da população mundial.

Questão 4

Resposta: Luis Inácio Lula da Silva (Lula)

Educação

Metas

Lentidão/demora/procrastinação

Professores/docentes

Questão 5

Resposta: Alternativa E.

A Meta 20 prevê a ampliação progressiva do investimento público em educação até que atinja, no mínimo, o patamar de sete por cento do Produto Interno Bruto do País. A reivindicação de instituições da sociedade civil representadas na Conferência Nacional de Educação (Conae) propõe investimento de dez por centro do Produto Interno Bruto diretamente voltado para a educação.

Questão 6

Resposta: A partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação, em 1932, proposto por educadores pertencentes à elite intelectual brasileira, fora proposta a reconstrução educacional, “de grande alcance e de vastas proporções... um plano com sentido unitário e de bases científicas...” (AZEVEDO, 2010, p. 63). A repercussão do Manifesto nas esferas política e educacional brasileira foi muito grande e promoveu a inclusão de artigos na Constituição Brasileira de 16 de julho de 1934, que conferem à União a responsabilidade pela educação como um projeto nacional. Tanto o art. 150, que declarava ser competência da União “fixar

GABARITO

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o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País”, quanto o art. 152, que designava ao Conselho Nacional de Educação a responsabilidade por “elaborar o plano para ser aprovado pelo Poder Legislativo, sugerindo ao Governo as medidas que julgasse necessárias para a melhor solução dos problemas educacionais bem como a distribuição adequada de fundos especiais”, refletem as preocupações presentes no Manifesto dos Pioneiros da Educação de 1932.

Questão 7

Resposta: O principal desafio era alfabetizar a população e romper com o caráter elitista que entendia que somente os mais abastados podiam adquirir formação intelectual. Naquele momento, movimentos sociais como o encabeçado pelos Pioneiros da Educação reivindicavam o acesso à educação pela população como um todo.

Questão 8

Resposta: Alternativa A.

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo Art. 214: A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País;

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto.

GABARITO

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Questão 9

Resposta: A partir do Plano Nacional de Educação, proposto pela União, tanto estados, Distrito Federal e municípios devem elaborar seus próprios Planos decenais de acordo com as especificidades regionais. O prazo estabelecido para a vigência do plano, de dez anos, prevê que as ações sejam realizadas independentemente da alternância de poder político, com intuito de garantir a continuidade das políticas educacionais.

Questão 10

Resposta: A partir da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, ficou definido que os recursos devem ser prioritariamente investidos no ensino obrigatório. Prevê, ainda, o fim da Desvinculação das Receitas da União, o que na prática significa destinar à educação a totalidade dos recursos que lhe são destinados por lei. Prevê, ainda, o estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto.

GABARITO

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